A reforma ministerial virá em alguns dias com o principal objetivo de reforçar as vigas do projeto da reeleição, antes que Aécio Neves e Eduardo Campos pesquem aliados para projetos alternativos
Muito já escrevemos (e ainda vamos escrever) sobre essa encantada reforma ministerial prometida pela presidente Dilma Rousseff aos partidos. Mas ela virá - e logo - porque a dupla Dilma-Lula não está disposta a deixar os partidos aliados na janela para que o senador Aécio Neves (PSDB) ou o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) termine convencendo a turma a pular do barco petista rumo a outro projeto.
Com base nesse raciocínio, a reforma está sendo construída sobre quatro pilares. O primeiro é galvanizar o PMDB, em especial, o de Minas Gerais. Os peemedebistas mineiros já fizeram chegar ao vice-presidente Michel Temer o desejo de seguir com Aécio em 2014. Aliás, sabe-se que ali, dificilmente, alguém tirará os 70% dos votos do tucano. O trabalho de Dilma, ao tentar segurar o PMDB, é evitar que o senador leve um outro tanto. Inclusive, leitor, você vai perceber que Dilma viajará mais a Minas este ano.
O segundo pilar é o PDT. Assim que passar a convenção do partido, no fim do mês, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, terá que ceder a vaga a alguém que seja mais orgânico dentro da comissão executiva nacional da legenda. No PDT, a principal preocupação do governo é com a pescaria que Eduardo Campos começou a fazer por ali. Nos bastidores, comenta-se, inclusive, que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) é cogitado para candidato a vice na chapa presidencial de Eduardo em 2014 e que já estaria em negociação a candidatura do Pedro Taques ao governo de Mato Grosso.
Se Dilma conseguir fazer com que a maioria do PDT se sinta representada dentro de seu governo, dificilmente uma convenção nacional apoiará a migração da legenda para qualquer outro candidato interessado em ampliar o tempo de tevê. E hoje, entre os partidos aliados, não existe a menor dúvida de que a reforma ministerial servirá para esse objetivo, não só no caso do PDT e do PMDB de Minas Gerais, como também de outras duas legendas que podem provocar estragos na base governista.
O PSD de Gilberto Kassab está nesse barco e é considerado mais um dos quatro pilares que justificam a reforma ministerial em estudo. Kassab era, até o ano passado, uma das apostas do PSB para vice. Mas o partido do ex-prefeito de São Paulo cresceu tanto que agora não está descartado que passe a substituir os socialistas no projeto de reeleição da presidente Dilma. Aprovado o ministério da Micro e Pequena Empresa, a formalização do PSD no governo é considerada questão de dias. Ou de horas.
Com o PSD na aliança, fica faltando apenas o PR, o quarto e último pilar. Desde a saída do ministro Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, o PR nunca mais se sentiu plenamente participante do governo Dilma. Posou até de independente tão logo perdeu o cargo. Hoje, há quem aposte ser impossível recompor essa relação por causa das mágoas que ficaram com a exoneração de Alfredo Nascimento, que mantém intacta sua influência no PR.
Enquanto isso, no PTB.
Focada nesses quatro pilares, Dilma parece disposta a manter com o PTB do senador Gim Argello (DF) a mesma relação construída para a eleição de 2010. Naquele ano, o PTB compôs oficialmente a coligação de José Serra. Até porque Roberto Jefferson, que continua a pleno vapor como comandante petebista, não pretende seguir com Dilma em 2014. Embora em seu blog ele preveja uma goleada do PT nessa fase pré-eleitoral e faça análises precisas sobre o efeito da propaganda de combate à pobreza do governo, não há ainda uma definição clara sobre seguir a caravana petista rumo a 2014. Vale lembrar que o partido, em Pernambuco, é aliado de Eduardo Campos, e em outras praças reza pela cartilha tucana. Por isso, talvez fique fora da reforma. Se levar um cargo, não será um pilar, que teria de ser retirado do PT, onde está difícil encontrar um espaço para atender a interesses de outros partidos. Afinal, quanto mais próximo do ano eleitoral, mais apertado fica o governo. Os petistas, por enquanto, ficam onde estão, a não ser que Dilma (ou Lula) mude de ideia. Mas, aí, será outra história.
Com base nesse raciocínio, a reforma está sendo construída sobre quatro pilares. O primeiro é galvanizar o PMDB, em especial, o de Minas Gerais. Os peemedebistas mineiros já fizeram chegar ao vice-presidente Michel Temer o desejo de seguir com Aécio em 2014. Aliás, sabe-se que ali, dificilmente, alguém tirará os 70% dos votos do tucano. O trabalho de Dilma, ao tentar segurar o PMDB, é evitar que o senador leve um outro tanto. Inclusive, leitor, você vai perceber que Dilma viajará mais a Minas este ano.
O segundo pilar é o PDT. Assim que passar a convenção do partido, no fim do mês, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, terá que ceder a vaga a alguém que seja mais orgânico dentro da comissão executiva nacional da legenda. No PDT, a principal preocupação do governo é com a pescaria que Eduardo Campos começou a fazer por ali. Nos bastidores, comenta-se, inclusive, que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) é cogitado para candidato a vice na chapa presidencial de Eduardo em 2014 e que já estaria em negociação a candidatura do Pedro Taques ao governo de Mato Grosso.
Se Dilma conseguir fazer com que a maioria do PDT se sinta representada dentro de seu governo, dificilmente uma convenção nacional apoiará a migração da legenda para qualquer outro candidato interessado em ampliar o tempo de tevê. E hoje, entre os partidos aliados, não existe a menor dúvida de que a reforma ministerial servirá para esse objetivo, não só no caso do PDT e do PMDB de Minas Gerais, como também de outras duas legendas que podem provocar estragos na base governista.
O PSD de Gilberto Kassab está nesse barco e é considerado mais um dos quatro pilares que justificam a reforma ministerial em estudo. Kassab era, até o ano passado, uma das apostas do PSB para vice. Mas o partido do ex-prefeito de São Paulo cresceu tanto que agora não está descartado que passe a substituir os socialistas no projeto de reeleição da presidente Dilma. Aprovado o ministério da Micro e Pequena Empresa, a formalização do PSD no governo é considerada questão de dias. Ou de horas.
Com o PSD na aliança, fica faltando apenas o PR, o quarto e último pilar. Desde a saída do ministro Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, o PR nunca mais se sentiu plenamente participante do governo Dilma. Posou até de independente tão logo perdeu o cargo. Hoje, há quem aposte ser impossível recompor essa relação por causa das mágoas que ficaram com a exoneração de Alfredo Nascimento, que mantém intacta sua influência no PR.
Enquanto isso, no PTB.
Focada nesses quatro pilares, Dilma parece disposta a manter com o PTB do senador Gim Argello (DF) a mesma relação construída para a eleição de 2010. Naquele ano, o PTB compôs oficialmente a coligação de José Serra. Até porque Roberto Jefferson, que continua a pleno vapor como comandante petebista, não pretende seguir com Dilma em 2014. Embora em seu blog ele preveja uma goleada do PT nessa fase pré-eleitoral e faça análises precisas sobre o efeito da propaganda de combate à pobreza do governo, não há ainda uma definição clara sobre seguir a caravana petista rumo a 2014. Vale lembrar que o partido, em Pernambuco, é aliado de Eduardo Campos, e em outras praças reza pela cartilha tucana. Por isso, talvez fique fora da reforma. Se levar um cargo, não será um pilar, que teria de ser retirado do PT, onde está difícil encontrar um espaço para atender a interesses de outros partidos. Afinal, quanto mais próximo do ano eleitoral, mais apertado fica o governo. Os petistas, por enquanto, ficam onde estão, a não ser que Dilma (ou Lula) mude de ideia. Mas, aí, será outra história.
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