terça-feira, maio 10, 2011

JOSÉ PAULO KUPFER - Nuvem de gafanhotos


Nuvem de gafanhotos
JOSÉ PAULO KUPFER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 10/05/11

Mais uma vez, nos últimos dias, uma nuvem de gafanhotos passou pelos mercados financeiros globais. As cotações das commodities em geral despencaram. Os preços do petróleo, em um dia, registraram uma queda histórica e inédita de quase 10%. Cobre, soja, algodão, prata - esta com um recuo de 30% numa única semana -, tudo veio abaixo. Nos dias seguintes, alguns desses mercados reagiram, mas ainda sem a força e a certeza de uma reviravolta.

Não apareceram explicações convincentes para o fenômeno, desencadeado por uma chamada forte de margem no mercado futuro da prata. A mais aceita e difundida delas, mas sem qualquer consistência, creditou a derrubada generalizada, que também atingiu os mercados de ações, a um mínimo aumento na taxa mensal de desemprego nos Estados Unidos. Não fazia o menor sentido, já que, ao mesmo tempo, eram divulgados os dados da oferta de postos de trabalho, com um aumento bem acima do previsto.

Restou a sensação de que uma nova bolha estava começando a ser estourada, com as consequências globais já conhecidas. Reunidos, a partir do domingo, num encontro a portas fechadas na Basileia, sede do Banco das Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), presidentes de bancos centrais de todo o mundo não esconderam temores com uma possível correção mais profunda nas cotações das commodities.

As baixas históricas da semana passada acrescentaram argumentos aos que localizam na fartura da liquidez internacional, que alimenta cortes nas taxas de juros e desvalorizações no dólar, moeda de reserva global, fertilizantes para a atuação aberta de especuladores nos mercados de commodities. Ficou mais difícil acreditar que a trajetória de alta nesses mercados se devesse exclusivamente à demanda de grandes consumidores, como China e Índia.

O fato é que a volatilidade das cotações, num aparente paradoxo, aumentou na razão direta em que foi se tornando hegemônica a formulação de modelos econômicos de equilíbrio dinâmico, baseados nas premissas da eficiência dos mercados e, portanto, presumivelmente capazes de administrar as incertezas na atividade econômica. A crença em sistemas de equações complexas, expressas em cada vez mais sofisticada linguagem matemática, foi o motor do paulatino descolamento dos ativos financeiros da economia real. A sólida casa erguida não tinha telhado, mas isso não era problema, pois a presunção era a de que não iria chover.

É chocante o ritmo em que se deu esse descolamento, nas últimas quatro décadas, com a primeira crise dos petrodólares, nos anos 70, e até 2008, quando o processo parcialmente se esgotou. Nesse período, o total de ativos financeiros globais - depósitos bancários, títulos de dívida (pública e privada), ações e outros papéis - saiu de uma posição em que igualava a riqueza obtida com a produção de bens e serviços - a base, em última análise, dos papéis em circulação - para algo como quatro vezes a produção da economia real.

Levantamentos do McKinsey Global Institute, braço de pesquisas da grande consultoria global, mostram que o volume total de ativos em circulação em todo o mundo mal chegava a US$ 12 trilhões em 1980. Mas já somava US$ 117 trilhões, em 2003, escalou para US$ 142 trilhões, em 2005, e voou até US$ 167 trilhões, em 2006. Em 2007, o total de ativos alcançou o pico de US$ 194 trilhões. O freio veio com a crise de 2008, quando a conta fechou em US$ 178 trilhões. Dados mais recentes, embora incompletos, mostram que o volume total voltou a subir, a partir de meados de 2009, porém em ritmo mais lento.

Se acentuados e prolongados, novos movimentos de ajuste nos preços das matérias-primas trariam, de fato, graves dificuldades adicionais à recuperação da economia mundial. Para os países emergentes exportadores de commodities, caso do Brasil, ajustes para baixo nas cotações das commodities poderiam ter importantes consequências. Um presumível alívio em parte das pressões inflacionárias talvez não fosse compensado por previsíveis e substanciais perdas no balanço de pagamentos.

Seria mais do que ingênuo, a esta altura do campeonato, pretender reverter completamente o fenômeno da financeirização da economia, razão primária da volatilidade nos mercados. Como no caso dos terremotos, não se pode impedi-los, mas é possível desenvolver mecanismos para conter seus piores efeitos. O problema é que ainda não foram encontradas soluções de contenção satisfatórias.

A VERDADEIRA "HERANÇA MALDITA" DEIXADA PELO VAGABUNDO



A múltipla 'herança maldita' das eleições
EDITORIAL O GLOBO
O Globo - 10/05/2011

O termo foi criado no início do primeiro governo Lula para justificar as medidas (corretas) de corte de gastos e elevação dos juros, para defender a estabilização da economia, afetada pela natural reação do mercado ao risco da chegada do próprio PT ao Executivo federal. O dólar disparou e a inflação foi atrás, por inevitável, com a fuga de investidores diante da proximidade da chegada ao poder de um grupo político conhecido pela defesa de medidas radicais como calotes nas dívidas externa e interna, corte de juros por decreto, aumento desregrado de gastos públicos, entre outros delírios.

A primeira reação defensiva do partido e do ainda candidato Lula, diante dos efeitos do próprio veneno, foi, antes da fase final da campanha, em meados de 2002, se comprometerem, na Carta ao Povo Brasileiro, com as regras de uma economia de mercado, sem quebra de contratos e atentados à ordem jurídica. Foi um avanço, mas não o suficiente para conter a fuga de capitais e a remarcação de preços em função da disparada do dólar. Engendrou-se, então, a desculpa da "herança maldita" dos tucanos, para justificar uma política econômica oposta a tudo que o PT e o já presidente da República pregaram.

A ironia é que o termo serve muito bem para designar a relação de problemas deixados por Lula para sua candidata vitoriosa, Dilma Rousseff, com a peculiaridade, também irônica, de a presidente, ministra nos oito anos dos dois mandatos petistas, ser coautora da agenda de dificuldades. No plano macroeconômico, restou para Dilma administrar uma enorme pressão inflacionária, causada basicamente pelo excesso de gastos feitos em 2009 e 2010, com o objetivo declarado de compensar a pressão recessiva decorrente da crise mundial, mas com a intenção oculta de eleger a ministra.

Reportagem do GLOBO acrescentou a esta herança um rastro de obras inacabadas, malfeitas ou sequer iniciadas, e que serviram apenas de palanque para o presidente Lula fazer campanha eleitoral. Na época, era previsível que a falta de limites com que o presidente se lançou à campanha iria prejudicar muito eleitor ingênuo. Fez-se comício em assinatura de contrato, lançamento de pedra fundamental, até em visita a canteiro de obras. A reportagem listou alguns exemplos lapidares de manipulação de obras públicas com objetivo eleitoreiro: no Piauí, o hospital da universidade federal no estado, palco de ensurdecedora fanfarra na campanha petista, não funciona por falta de funcionários; um trecho da ferrovia Norte-Sul, anunciado para ser completado em 20 de dezembro, continua na mesma até hoje; projetos de saneamento e habitação popular para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, "inaugurados" na campanha, ainda estão nas pranchetas. Há, ainda, conjuntos habitacionais inaugurados de fato, mas que, pouco depois de entregues, começaram a apresentar graves falhas de construção. Esta herança deveria ensinar ao eleitor a se precaver quando um governo investe com vigor, sem nada temer por se sentir ungido por alta popularidade, para eleger alguém a qualquer preço.

Serve também de peça pedagógica para a Justiça, por ela não ter feito cumprir a legislação existente a fim de impedir uma disputa desigual em campanha entre situação e oposição. Os tribunais parecem ter temido os índices de aprovação do governo. Erro grave.

ARNALDO JABOR - Osama foi para o céu


Osama foi para o céu
ARNALDO JABOR
O ESTADO DE SÃO PAULO - 10/05/11

Osama é o único assunto. Jurei que não escreveria sobre ele, mas esse homem não me sai da cabeça. Aí, resolvi telefonar para o Nelson Rodrigues para ver sua opinião. Disco o telefone preto intergaláctico, pois o Nelson me ajuda a "não" pensar com as falsas luzes do bom senso, das causas e efeitos. O telefone toca. Já ouço as risadinhas dos querubins, em volta de Nelson na nuvem de algodão no céu de estrelas de papel prateado, como nos teatros da praça Tiradentes.

"Nelson... sou eu, o Arnaldo...".

"Você me ligando, rapaz, como um telefonista de si mesmo. Achei que tinha me esquecido...".

"O negócio é o seguinte, Nelson, estou besta com a morte do Osama...".

"Eu também, rapaz... O sujeito acabou de entrar aqui, com guarda-costas e tudo e foi correndo para o paraíso islâmico aí do lado...

Está uma barulheira danada, com todo mundo de camisola gritando ‘só Alá é grande’.

Deus-pai não liga muito, mas fica vagamente irritado com esse nome; ele e Alá são iguais.

Com a chegada do Osama, eu resolvi dar uma ‘espiadinha’ no paraíso deles...
Rapaz, parece o baile do Bola Preta!

Os terroristas são tratados a pão de ló e goiabada.

O Muhammad Atta, aquele chefe suicida do 11 de Setembro, estava deitado numa cama de ouro, com odaliscas do Catumbi rebolando a dança do ventre e, quando o Osama entrou, as mil virgens pularam em cima dele, pedindo autógrafos, macacas de auditório com asinhas... É... Osama é um galã de novela ...

Aí em baixo também; estávamos apaixonados por ele ao avesso e não sabíamos. Eu confesso que acho ele um craque...".

"Como assim?", pergunto, como nos maus diálogos.

"Porque ele criou o primeiro acontecimento do século XXI. Tudo que os russos quiseram fazer, ele fez em meia hora.

E mudou o Ocidente.

A América perdeu a ‘máscara’, estavam muito folgados na época... Agora, voltaram como caubóis, mas a vida não será a mesma. Vão continuar procurando bombas em bueiros.

O Ocidente sempre teve o alvo da finalidade, do progresso. O Islã, não; quer o imóvel, a verdade incontestável. Eles não vivem na história; vivem na eternidade. Agora têm os rebeldes árabes; vamos ver se vão preferir a democracia mesmo ou os dogmas assassinos do Osama.
De qualquer modo, os norte-americanos vão ter de incluir a morte em seu dia a dia. Não poderão esquecê-la como sempre tentaram. Ficarão mais ‘orientais’, mais fatalistas... Isso pode até ser bom".

"Como assim?", repito na minha obtusidade.

"Rapaz, me admira você não ver isso: para eles, nós somos o mal. Eles são o bem. Aí, a jogada genial do Barack Obama foi ser, também o mal deles. Os cães infiéis atacaram de volta... Você disse uma frase na TV que eu até gostei: ‘Tudo foi cinema. Começou como ‘Godzilla’ em 2001 e agora acabou como ‘Duro de Matar’... Você devia abrir uma lojinha de frases...".

"Quem sou eu, Nelson?...".

"E agora todo mundo tira casquinha da vitória do Obama. Os republicanos berram: ‘Se não fossem nossas torturas, não achavam o homem!’ Do outro lado, gemem os éticos e idiotas da objetividade: ‘Foi ilegal - e nossos valores?’. Esses caras já nascem com uma ética pré-fabricada e não se curvam ao intempestivo da história; não aguentam o mistério do acontecimento. Não veem que o certo e o errado estão misturados. Nietzsche disse: ‘As convicções são cárceres’. Os intelectuais têm de aprender a ‘não entender’...".

"Mas Nelson, politicamente o momento...".

"O momento é importante sim, porque os ditadores bilionários da Arábia adoravam que os inimigos fossem os norte-americanos, enquanto seus povos miseráveis batiam cabeça ajoelhados no chão... Agora, os árabes acordaram...".

"Nelson, você virou marxista aí no céu...".

"O Marx me chama de ‘reacionário’, mas me ouve muito e anda chateado com as bobagens que escrevem sobre ele na academia. Eu disse para ele: ‘Olha, Marx, a burrice é uma força da natureza, feito o maremoto’... Ele vive repetindo isso, achou uma graça infinita... Bom sujeito, o Marx...".

"É... mas a história andou para trás...".

"Para com isso, rapaz, a história não existe... Ela foi uma invenção daquele alemão, o tal de Hegel, que, aliás, está ali sentado numa nuvem, chorando lágrimas de esguicho numa cava depressão... O sujeito achava que a história andava para a frente e, de repente, meia dúzia de malucos, cheirando à banha de camelo, transformaram nossa vida num pesadelo humorístico.
Vocês achavam que a vida era movida pelas ‘relações de produção’, coisa e tal, mas esqueceram que a história pode ser ‘intempestiva, mutante’, como escreveu o Nietzsche, que também anda por aqui, bigodudo, muito sério; disse uma frase genial para mim: ‘A filosofia é um exílio entre montanhas geladas...’ O Nietzsche é um craque... Sempre que posso, tomo um cafezinho com ele. Nunca saímos da barbárie, pensa bem: tivemos duas guerras mundiais num século. Os alemães queimaram judeus, os norte-americanos derreteram 200 mil em 30 segundos em Hiroshima e Nagasaki. A razão é um luxo de franceses... Aliás, tem um francês inteligente aqui, o Baudrillard. Ele disse: ‘Acabou o universal - agora, só há o singular e o mundial...’ Bom, né?".

"Mas, o futuro da humanidade...".

"O mundo nunca foi feliz... Esse negócio de felicidade global é invenção do comércio norte-americano... A humanidade dando milho para os pombos na praça de são Marcos é lero-lero... Deus não quer isso. Vai olhar a Bíblia, o Torá; é tudo no ‘olho por olho’... Lembra da Inquisição? Deus é violento... (estou falando baixo porque Ele está ali perto, consolando o Hegel)".

"Mas o ser humano...".

"Rapaz... A humanidade é uma ilusão. ‘Tudo que é real é irracional, tudo que é irracional é real’. Se o mundo acabar, não se perde absolutamente nada...".

E desligou...

JOÃO LUIZ MAUAD - Os proibicionistas


Os proibicionistas
JOÃO LUIZ MAUAD
O Globo - 10/05/2011

No Brasil, a exemplo do que já ocorre em outras praças, o proibicionismo vem ganhando cada vez mais espaço nas políticas públicas. Recentemente, os brasileiros foram proibidos de ingerir remédios para emagrecer, mesmo se receitados por médicos. Antes disso, já nos haviam proibido de recorrer ao bronzeamento artificial e de pitar uns cigarrinhos eletrônicos. Os especialistas da Anvisa também não querem que os malvados donos de drogarias nos vendam produtos outros que não remédios e cosméticos. Para proteger a nossa saúde, as indústrias de alimentos devem reduzir os teores de açúcar, gorduras e sal em seus produtos. A propaganda de bebidas, cigarros e até brinquedos é rigidamente controlada. Repare, caro leitor, que nos anúncios de cerveja ninguém leva o copo à boca. Só não me perguntem por quê.

Mas o furor regulatório não para aí. Entrará em vigor, nos próximos dias, uma nova norma para o uso dos cartões de crédito. "A fim de evitar o superendividamento das famílias", o Banco Central estabeleceu que o pagamento mínimo das faturas, a partir de junho de 2011, será de 15% do total, chegando a 20% em dezembro (hoje é de 10%). Resumo da ópera: nem mais decidir o quanto nos endividar podemos.

Além dos exemplos acima, existe no país uma infinidade de normas cujo objetivo é organizar e controlar as nossas vidas. O fato de políticos, burocratas, especialistas e ativistas fazerem-se de nossas babás não é novidade. O absurdo é como nós permitimos que eles assumam essa função sem nos dar conta de que estamos, cada vez mais, abrindo mão de nossa liberdade.

A síntese do pensamento proibicionista é a seguinte: as pessoas são incapazes de saber o que é melhor para elas e o governo deve, portanto, protegê-las de seus próprios desejos, necessidades e ignorâncias, bem como da ganância e da esperteza de comerciantes inescrupulosos. Somente o governo e seus especialistas são sábios, enquanto os cidadãos comuns são seres fracos e sem juízo, que devem ser eternamente guiados e protegidos para que não se machuquem. Depois do recente massacre de Realengo, por exemplo, houve até quem pretendesse censurar o noticiário a respeito, para não incentivar outros psicopatas a agir de modo semelhante.

Os proibicionistas imaginam ter adquirido o preciso conhecimento sobre o que os demais podem, desejam ou merecem ter. Por conta disso, sentem uma necessidade irresistível de ditar o que deve ser feito, como deve ser feito e quando deve ser feito. Alguma força avassaladora os compele a nos proteger de nós mesmos. A ideia de permitir que as pessoas sigam o seu próprio destino - às vezes errando, outras vezes acertando, eventualmente até morrendo por causa do caminho que escolheram - está além da sua compreensão, pois a imperfeição, para eles, é algo inadmissível.

Já que as pessoas não estão autorizadas a tomar decisões equivocadas ou a agir de modo errado, a solução é nada menos que planejar a vida alheia nos mínimos detalhes, da forma como eles imaginam ser a melhor, a mais eficiente e menos dolorosa para todos. O indivíduo ideal não é um ser humano, com suas vicissitudes e idiossincrasias, mas apenas uma peça inanimada num tabuleiro de xadrez, que eles podem mover à vontade, de um lado para outro, da frente para trás. Os proibicionistas simplesmente não conseguem compreender os conceitos de livre arbítrio e responsabilidade individual.

Malgrado toda a longa história das tiranias ao redor do mundo, a verdade é que os defensores da liberdade sempre estiveram na defensiva, especialmente em função da indefectível comparação entre o mundo real - com todas as suas imperfeições - e o mundinho ideal que povoa os corações e as mentes de muita gente - vide Platão, Thomas More e muitos outros expoentes do bom e velho Estado-Babá. Em função desse ideal utópico, existe uma fortíssima tendência no sentido de se considerar quaisquer intervenções governamentais como boas e desejáveis, enquanto a liberdade de escolha é vista como algo nocivo, que precisa ser evitado a todo custo.

O que há de mais deletério no proibicionismo, entretanto, é que ele pretende promover um suposto interesse geral não pelo estabelecimento de mecanismos capazes de persuadir os homens a fazer opções diversas das originais, mas simplesmente forçando-os a agir contra o que seriam as suas escolhas se livremente pudessem optar. Em outras palavras, as medidas proibicionistas visam a substituir os valores e desejos dos interessados pelos dos sábios e puros agentes públicos.

JOÃO LUIZ MAUAD é administrador de empresas.

PLUS = POMBA = CACETE = CARALHO ....

JOÃO PEREIRA COUTINHO - Terrorismo é vaidade


Terrorismo é vaidade
JOÃO PEREIRA COUTINHO
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/05/11

Os ataques de 11 de Setembro inauguraram a indústria da sabedoria islamita instantânea


CERTO DIA visitei o "museu do terrorismo" do Centro de Informações Meir Amit, em Israel. Aconselho.
O "museu" não será propriamente um Louvre ou um Metropolitan. Mas permite contemplar, em vitrines legendadas, o tipo de material que os militares israelenses confiscam em seus "raids" contra grupos terroristas. Foguetes, sim. Metralhadoras, também. E bazucas. E bombas artesanais.
Mas o melhor do passeio está no material "didático" (digamos assim) que os "mártires" deixam ficar para os vivos.
No Ocidente, as nossas crianças colecionam figurinhas colantes de jogadores de futebol, atores, cantores. No estranho mundo do terrorismo suicida, crianças de igual idade levam para a escola álbuns coloridos com imagens dos que morreram pela causa.
Existem sinistras semelhanças entre esses "mártires" e as nossas celebridades. Todos são jovens. Todos assumem uma pose blasé. No caso dos "mártires", a pose é refinada por uma AK-47 empunhada com orgulho.
É também possível admirar pôsteres de tamanho generoso onde estão reunidos os melhores atentados terroristas e, claro, os seus brilhantes autores. Uma espécie de "best of" a exigir adoração. E imitação.
Não dá para acreditar? Pois não, leitor, não dá. Eu próprio falei com alguns nativos (palestinos inclusos) e confessei pasmo e horror.
Inútil tanto pasmo e horror. Faz parte do negócio, disseram-me: antes do grande dia (tradução: antes do massacre indiscriminado de civis em restaurantes ou discotecas), o "mártir" tira fotos e grava vídeos. Só não concede autógrafos porque o inimigo sionista está atento e convém não abusar.
Curiosamente, essa cultura de morte e de celebração da morte está bem retratada no filme (palestino) do diretor (palestino) Hany Abu-Assad. Chama-se "Paradise Now". Também aconselho.
E aconselho mais: prudência. Os ataques de 11 de Setembro inauguraram uma indústria profícua: a indústria da sabedoria islamita instantânea. Livros, artigos, conferências -não faltam especialistas de todas as cores ou feitios dispostos a explicar a mente terrorista. A explicar e a desculpar.
O terrorismo existe porque a pobreza existe. O terrorismo existe porque os Estados Unidos existem. O terrorismo existe porque Israel existe. O terrorismo existe porque a religião existe. O terrorismo existe porque a alienação social existe. O terrorismo existe porque a doença mental existe.
Ausente de tanta sabedoria está uma hipótese mais banal e mais humana: o terrorismo existe porque a vaidade existe. E o terrorista participa no ritual da morte porque encontra nesse ritual uma consagração pop que o redime de todos os fracassos passados e terrenos. São os seus 15 minutos de fama. É a sociedade do espetáculo levada até às últimas consequências.
E Osama bin Laden sabia disso. Tudo foi escrito sobre a morte de Osama. Mas o melhor dessa morte foi revelado agora pelos Estados Unidos: vídeos caseiros confiscados durante o ataque. E com Bin Laden no papel principal.
É ver para crer: o mais famoso terrorista do mundo em sua casa, com barba grisalha e feições envelhecidas; mas olhando ainda com orgulho para imagens televisivas das suas atrocidades.
Há algo de infantil nos vídeos caseiros de Bin Laden; há algo de obscenamente pueril na forma como aquele homem contempla, envaidecido, os produtos do seu próprio horror; há algo de fascinante e repugnante na forma como ele sorri interiormente sempre que o seu nome é proferido pelos jornalistas.
Sem falar da versão construída para consumo midiático: sabemos também, por meio dos vídeos, que aquele velho pintava de preto a barba e o cabelo para lançar as suas diatribes retóricas contra o Ocidente; sabemos que ensaiava os discursos, que se enganava, que recomeçava. E que finalmente acertava, na pose e no tom. As televisões só emitiam o "take" perfeito.
Nesses momentos, imagino Osama gritando da sala: "Meninos, venham ver o vosso pai na TV!". Imagino a família Bin Laden, reunida em frente à telinha, como se Osama fosse um mero concorrente do Big Brother. Imagino a sra. Bin Laden, orgulhosa do seu homem, e sussurrando-lhe ao ouvido com entusiasmo adolescente: "Osaminho, você continua sendo a minha estrela de cinema favorita".

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Dilma discute no Uruguai construção de ponte
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/05/11

A construção de uma nova ponte entre o Brasil e o Uruguai fará parte da pauta da visita da presidente Dilma Rousseff a Montevidéu, no próximo dia 23.
A obra, que fará a ligação entre Jaguarão (RS) e a cidade uruguaia de Rio Branco, foi aprovada pelo ex-presidente Lula, em 2004, e pelo Senado, em 2009, mas ainda não foi iniciada.
"Existe uma grande sinergia entre o sul do Brasil e o norte do Uruguai e a construção da ponte é uma das nossas sugestões para o encontro", afirma o porta-voz do Itamaraty, ministro Tovar da Silva Nunes.
A análise do projeto, que tem orçamento de cerca de R$ 170 milhões, está em fase final, segundo o prefeito de Jaguarão, Cláudio Martins (PT). "A expectativa é que a construção comece, no máximo, no primeiro semestre de 2012", diz Martins.
Além de questões de infraestrutura, o encontro de Dilma com o presidente do Uruguai, José Mujica, deve envolver parcerias na área de ciência e tecnologia e temas relacionados ao comércio de produtos agropecuários.
"O Brasil é o principal parceiro do Uruguai e Mujica pretende aproveitar a oportunidade para melhorar a balança comercial", diz a presidente da Câmara Brasil-Uruguai, Beatriz Bissio.
Em 2010, o Brasil teve deficit de R$ 43 milhões no intercâmbio com o Uruguai.

BOLA NA REDE

A Dimension Data, multinacional sul-africana de serviços de TI, vai ampliar sua atuação no país até 2014 e reutilizar a experiência obtida na infraestrutura dos estádios da última Copa.
A partir desta semana, a subsidiária brasileira da companhia tem novo presidente, Jack Steremberg, que, além de ampliar o portfólio de serviços, quer crescer por aquisições no país.
"Estamos olhando todo o mercado", afirma. A empresa faturou cerca de US$ 4,5 bilhões em 2010.

NO BALCÃO

A confiança do comércio no Rio subiu em março, segundo índice da Fecomércio-RJ. Alcançou 138,13 pontos, 4,5% acima do mês anterior.
A alta foi influenciada pelo desempenho do subindicador de situação presente, que avançou 8,82%.
Os melhores resultados foram apurados por supermercado, hotelaria e farmácia. A situação futura, entretanto, fechou em alta de só 1,72%.

BALANÇA MAPEADA
Cresceu o deficit na balança comercial em um conjunto de oito cidades da região da Grande São Paulo.
No primeiro trimestre, o resultado negativo foi de US$ 2,5 bilhões na região, composta por capital, Caieiras, Embu-Guaçu, Franco da Rocha, Francisco Morato, Itapecerica da Serra, Juquitiba e São Lourenço da Serra, segundo o Ciesp.
Juntas representam 10% da pauta exportadora de SP.
Apesar do resultado negativo, ficou em primeiro lugar em volume de operações de exportação, importação e na corrente de comércio.
As vendas externas desse grupo subiram 2,4% sobre o primeiro trimestre de 2010, para US$ 1,3 bilhão. Em seguida estão as regiões de São José dos Campos e Santos.

LARANJA MECÂNICA
A Vivafrut começa a vender embalagens de um litro de suco de laranja integral até a próxima semana.
O produto, que deve custar R$ 2 a mais que os concorrentes concentrados, é 100% composto de suco de laranja, sem a utilização de açúcar ou conservantes.
"Até o final do ano, esperamos vender 1 milhão de litros da bebida a cada mês", diz Gabriel Salomão, presidente da companhia.
Salomão foi um dos fundadores da Del Valle no país e inaugurou a primeira fábrica da empresa em 1999.
Até o momento, a produção da Vivafrut, realizada nos Estados de Goiás e São Paulo, é terceirizada.
"A nossa intenção é inaugurar a primeira fábrica no ano que vem."

Máquina 
O Grupo Megga, importador de máquinas, cria a sua sétima empresa, a Meggamach, que fornecerá máquinas e tornos de baixa complexidade tecnológica da China. A indústria nacional prefere atender ao segmento de média complexidade, diz o grupo.

Prioridade jurídica 

O Centro de Assistência de Patente Internacional da KEA (Korea Electronics Association), entidade de fabricantes de eletroeletrônicos da Coreia do Sul, indicou o TozziniFreire Advogados como seu escritório preferencial no Brasil.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

GOSTOSA

MERVAL PEREIRA - Sombras do passado


Sombras do passado
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 10/05/11

A festança em Buriti Alegre para comemorar o retorno oficial do ex-tesoureiro do mensalão Delúbio Soares ao quadros do PT colocou o tema novamente na ordem do dia da política, para desgosto dos outros 37 réus do processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.

Ontem, o site Congresso em Foco revelou que, no último dia 17 de abril, o procurador da República do Rio Grande do Sul, Manoel Pastana, encaminhou ao procurador-geral da República representação em que responsabiliza o ex-presidente Lula pela existência do mensalão.

Dificilmente ela será aceita, pois no processo original não existe qualquer referência a Lula, embora, na mesma situação, o ex-governador mineiro, hoje deputado federal, Eduardo Azeredo tenha sido incluído pelo próprio Supremo como coautor do chamado "mensalão mineiro".

O que menos queriam os réus do processo era tanta marola em torno do assunto às vésperas de uma decisão. O mensalão, que deve ser julgado nos próximos meses, será, até o resultado final ser anunciado, uma fonte de ataques oposicionistas.

A reabilitação triunfal de Delúbio Soares, sem que nada tenha acontecido que justificasse a mudança de atitude do PT, será tema de uma campanha do PSDB na próxima semana, trazendo para o presente político memórias nada agradáveis de corrupção eleitoral.

Tema incômodo que parecia esquecido, o mensalão reaparece junto com a recuperação de prestígio político de vários de seus principais protagonistas.

O então presidente do PT, José Genoino, não apenas foi nomeado assessor especial do Ministério da Defesa como condecorado pessoalmente pelo ministro Nelson Jobim, com seu peso político específico de ex-presidente do Supremo, numa simbólica absolvição pública que procura influenciar no resultado do julgamento oficial que se aproxima.

E o ex-ministro José Dirceu, considerado pelo procurador-geral da República o "chefe da quadrilha" que se organizou a partir do Palácio do Planalto, assumiu de fato o comando do partido que está no poder, indicando para presidi-lo o deputado estadual paulista Rui Falcão depois de ter ameaçado lançar-se ele próprio à disputa do cargo.

A ameaça tinha tanta probabilidade de concretizar-se que o governo - leia-se a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula - preferiu aceitar seu indicado a passar o constrangimento de ter o próprio Dirceu na presidência do PT.

O poder de fato, porém, está em suas mãos, e seu preposto, Rui Falcão, já anunciou que é chegado o momento de o PT ser recompensado pelo esforço que fez para a eleição de Dilma a presidente. "2010 foi o ano da Dilma, 2011 é o ano do PT", anunciou Falcão, explicitando o que seu chefe político Dirceu já antecipara em uma palestra para sindicalistas durante a campanha presidencial: a vitória de Dilma é muito mais do PT, ao contrário da de Lula, que se deveu mais a seu carisma do que ao apoio partidário do PT.

A frase é uma redução do que realmente aconteceu, mas tem seu fundo de verdade. Lula impôs ao PT o alargamento das alianças partidárias para poder vencer a eleição presidencial em 2002 e, em vez de vices ideologicamente ligados a ele, como Mercadante ou Brizola, foi buscar no empresariado brasileiro um vice que agregasse apoios políticos.

Para eleger Dilma, essa aliança política teve que ser ampliada ainda mais, para compensar a falta de dotes populares da candidata Dilma Rousseff.

A tal ponto que o PMDB foi alçado a parceiro político primordial. A oposição, fragilizada por disputas internas e com dificuldades de criticar o governo desde a campanha presidencial do ano passado, parece cada vez com menos espaço para agir.

Ao mesmo tempo, porém, esse gigantismo governamental no Congresso dificilmente será mantido até a campanha presidencial de 2014, o que alimenta a esperança de recuperação dos partidos oposicionistas.

Da mesma maneira que se aproximou do governo com interesses imediatos, a maioria dos partidos da base aliada se afastará dele se a expectativa de poder que representa hoje a quase certeza de reeleição de Dilma se desfizer diante de problemas que afetem sua popularidade, como uma previsível crise econômica ou uma disputa de espaço político impossível de ser solucionada.

A oposição continua com a posição delicada de não poder torcer pelo pior, mas já tem espaço de ação diante da alta da inflação e da crise de gestão pública que ameaça transformar as obras necessárias para a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016 em focos de escândalos.

Paradoxalmente, a crise política que envolveu o PSDB e o PSD, nascido da costela do DEM em São Paulo, pode ter desatado um dos nós da sucessão tucana.

Ao ir para o PSD e ter sido exonerado da secretaria que ocupava no governo Alckmin, o vice-governador Afif Domingos deixou de ser uma opção viável para ocupar o governo caso o governador Geraldo Alckmin tentasse concorrer novamente à Presidência da República pelo PSDB.

Seria impensável deixar à frente do governo um dirigente do PSD, com Kassab candidato à sucessão de Alckmin.

O governador paulista está, portanto, preso à disputa da reeleição, deixando o caminho livre para os eternos candidatos naturais do partido, o ex-governador José Serra e o senador Aécio Neves, que hoje aparece com mais capacidade de unir apoios, não apenas internos, mas também em outras legendas.

Caberá a eles, mais uma vez, superar divergências para viabilizar uma candidatura tucana capaz de ser competitiva em 2014. Se conseguir ultrapassar desentendimentos internos na eleição da futura direção nacional, reelegendo o hoje deputado federal Sérgio Guerra com uma boa margem majoritária, o partido poderá passar a tratar de seu futuro, que hoje parece incerto.

DORA KRAMER - Apropriação indébita


Apropriação indébita
DORA KRAMER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 10/05/11

Um acordo entre governo e oposição na Comissão Mista que aprovou o Orçamento da União para 2011 elevou em R$ 100 milhões - de R$ 165 para R$ 265 milhões - o montante reservado para os partidos políticos.

Levantamento publicado ontem pelo Estado revela que o "reajuste" atende de modo especial ao PT e ao PSDB, cujos déficits relativos às campanhas eleitorais de 2010 correspondem exatamente à diferença entre as quantias que recebiam e as importâncias que passam a receber do fundo partidário.

O PT, que fechou as contas do ano passado com um rombo de R$ 16 milhões, em 2011, receberá do fundo R$ 16,8 milhões a mais. O PSDB, que registrou um déficit de R$ 11, 4 milhões, terá direito a um extra no mesmo valor.

Mais claro impossível: os líderes do governo e da oposição usaram suas prerrogativas parlamentares para, com o dinheiro público, urdir uma conta de chegar ao molde das necessidades dos respectivos cofres partidários.

O Poder Executivo viu, mas consentiu. A presidente Dilma Rousseff, "alertada" sobre os riscos de eventual veto à manobra para futuras votações de interesse do governo no Congresso, deixou passar.

Afinal, devem ter argumentado os conselheiros, todos os partidos participaram do acerto e R$ 100 milhões a mais ou a menos não valeriam a confusão.

Nessas horas e diante de atos como esse é que a gente percebe algumas das razões pelas quais a oposição no Brasil é tão branda. Quando compactua com um truque de natureza tão mesquinha com vistas a arrumar suas finanças partidárias, perde autonomia para exercer a delegação que recebeu das urnas para fiscalizar a atuação dos governistas, dentro e fora do Congresso.

Os críticos, muitos, falam em "financiamento público disfarçado". Acertam no substantivo - é financiamento público sim, uma vez que o fundo partidário pode ser usado como os partidos bem entenderem, inclusive se entenderem que devem usar o dinheiro para financiar campanhas.

Mas erram no adjetivo - não há nada de "disfarçado" nisso. A prevaricação é explícita.


Dissimulação existe é na defesa que os partidos e políticos fazem da instituição do financiamento público oficial, com reserva de verbas específicas no Orçamento sob a rubrica "campanha eleitoral", com o argumento de que é a única maneira de regularizar, baratear e moralizar a "área".

Além do fundo partidário, temos hoje a renúncia fiscal proveniente dos horários ditos gratuitos de propaganda no rádio e na televisão, assegurados anualmente haja ou não eleições.

A recente divulgação das prestações de contas da campanha de 2010 feitas à Justiça Eleitoral, revelaram um pouco do imenso descalabro: partidos grandes cooptando legendas menores mediante repasses de recursos, doações fora do limite regular tanto de pessoas físicas como de pessoas jurídicas para os partidos e ocultação dos nomes de beneficiados e benfeitores.

E nisso estamos tratando do lado legal da história. Se tantas irregularidades são cometidas no âmbito do que é permitido por lei, imagine o que não ocorre - e continuaria a ocorrer uma vez oficializado o financiamento público - no mundo do caixa 2.

Sempre que um episódio desse tipo vem à tona suas excelências aludem ao excesso de hipocrisia no trato da questão e à carência de transparência no sistema.

Nada mais hipócrita. O que acontece é exatamente o contrário: um caso como o do acerto entre governo e oposição para saldar dívidas de partidos mediante aumento do valor dos repasses do fundo partidário, mostra a falta de lisura e a tendência à manipulação do dinheiro público, reduzindo as chances de a sociedade apoiar a instituição do financiamento oficial.

Urgente não é o Congresso aprovar a obrigatoriedade de o Estado financiar as campanhas eleitorais. Urgente é o Congresso perceber a necessidade de fazer antes a sua parte, reconhecendo o quanto são abusivas práticas consideradas normais pelos partidos, mostrando disposição de alterar essas condutas e oferecendo garantias mínimas de integridade no uso do bem público.

AMERICANAS

JOSÉ SIMÃO - Ui! Chutaram o ganso do Ganso!


Ui! Chutaram o ganso do Ganso! 
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/05/11

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Direto do Planeta da Piada Pronta: "Sogra de Bin Laden morre ao saber da morte do genro". A sogra foi atrás dele! Isso prova que ele não foi pro Paraíso mesmo! Nóis sofre, mas nóis goza. Rarará! Ela morreu porque a vida ficou sem sentido. Quando o genro morre, a vida da sogra perde o sentido! Rarará!
E diz que o PSDB e o DEM morreram. Então joga no mar. Efeito Bin Laden! Rarará!
E os vídeos do Bin Laden vendo TV de barba branca e touca? Mas um paquistanês diz que não é o Bin Laden, é o vizinho dele. Então mataram o vizinho dele! Rarará! E dizem que ele ficava assistindo a jogos de futebol. Já sei, ele era fã do Roberto Dinamite!
E o nome do bairro da casa dele? BILAL TOWN. O quê? Bilal Town? Já sei, então ele se escondia na casa do caralho. Rarará!
E olha a promoção num motel em Guarujá: "Motel Villa Roma. Festival de Carnes Nobres". Então não posso levar a minha. Eu vou ser barrado no Festival de Carnes Nobres! Rarará! E olha a placa num hotel em Porta Larga, Pernambuco: "É proibido limpar as partes na cortina, gozar no chão e matar muriçoca na parede". Ou seja, é proibido barbarizar! Rarará!
E esta: "Palmeiras perde de seis a zero e os porcos voltam de ônibus leito". Como é o nome do ônibus leito? LEITÃO! Rarará! E sabe por que o Adriano Michael Jackson entrou pro Palmeiras? Pra completar o Time de Mortos!
E diz que a princesa Kate em duas horas ganhou mais títulos que o Corinthians em cem anos! Rarará! E o Ganso vai ficar de fora! Esse apelido é pra gente ficar fazendo trocadilho! Ganso sofreu lesão. Chutaram o Ganso. Já imaginou se ele leva um chute no ganso? Ganso leva chute no ganso. Rarará!
E o Pelé disse que o Neymar deve se concentrar mais no futebol e esquecer a televisão. Impossível. O sonho de todo jogador é a televisão. O sonho de todo brasileiro é a televisão! Rarará!
E o site QMerda fez uma enquete: "Qual a mãe mais esticada do ano: Hebe Camargo, Ana Maria Braga, Marta Suplicy ou o doutor Hollywood?". O doutor Hollywood! Esse não é a mãe mais esticada. Esse estica até a mãe! Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza.
Hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

ROSELY SAYÃO - Bullying não é nada disso


Bullying não é nada disso
ROSELY SAYÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/05/11

Além de banalizar o conceito, o que mais conseguimos ao abusar desse termo? Alarmar os pais


Há muita gente que não aguenta mais ouvir falar de bullying. O assunto é tema de reportagens nos jornais diários de todos os tipos, nas revistas semanais, nas prateleiras das livrarias, nas bancas de revistas, na internet etc.
Já conseguimos esvaziar o sentido dessa palavra e seu conceito de tanto que a usamos e de tanto fazer associações indevidas com o termo.
Basta um pequeno drama ou uma grande tragédia acontecer, envolvendo jovens, que não demora a aparecer a palavra mágica. Agora, ela serve para quase tudo.
Além de banalizar o conceito, o que mais conseguimos com o abuso que temos feito dele? Alarmar os pais com filhos de todas as idades.
Agora, a preocupação número um deles é evitar que o filho sofra o tal bullying. O filho de quatro anos chega em casa com marca de mordida de um colega? Os pais já pensam em bullying. A filha reclama de uma colega dizendo que sempre tem de ceder seu brinquedo, ou o filho diz que tem medo de apanhar de um colega de classe? Os pais pensam a mesma coisa.
Alguns deram, por exemplo, de reclamar que a escola que o filho frequenta tem, no mesmo espaço, estudantes de todas as idades e dos vários ciclos escolares.
Então agora vamos passar a considerar perniciosa a convivência entre os mais jovens porque há diferença de idade entre eles? Decididamente, isso não é uma boa coisa.
As crianças e os jovens aprendem muito, muito mesmo, com o convívio com seus pares mais novos e mais velhos. Ter acesso a alguns segredos da vida adulta pelas palavras de outra criança ou de um adolescente, por exemplo, é muito mais sadio e interessante do que por um adulto. Um exemplo? A sexualidade.
Outro dia ouvi um diálogo maravilhoso entre uma criança de uns dez anos e um adolescente de quase 16. O assunto era namoro. Em um grupo, os mais velhos comentavam suas façanhas beijoqueiras com garotas. A criança ""pelo que entendi, ele era irmão de um dos mais velhos"" passou a participar da conversa querendo saber detalhes do que ele chamou de beijo de língua e ameaçou começar a também contar suas vantagens.
Logo a turma adolescente reagiu, e um deles falou que ele era muito criança para entrar no assunto. E um outro disse, sem mais nem menos: "Agora você está na idade de ouvir essas coisas e não de fazer, está entendido?". O menor calou-se e ficou prestando a maior atenção à conversa dos maiores, sem intervir.
Imaginei a cena se tivesse acontecido com o garoto de dez anos e adultos. Não seria nada difícil que eles dessem atenção ao menino, que quisessem saber e fornecer detalhes a respeito das intimidades que podem acontecer num encontro entre duas pessoas. Muito melhor assim do jeito que foi, não é verdade? Com a maior simplicidade, o garoto foi colocado em seu lugar de criança e nem se importou com isso, mas, mesmo assim, pôde participar como observador da conversa dos mais velhos.
Conflitos, pequenas brigas, disputas constantes acontecem entre crianças e jovens? Claro. Sempre aconteceram e sempre acontecerão.
Mas esses fatos, na proporção em que costumam acontecer, não podem ser nomeados como bullying. Fazer isso é banalizar o tema, que é sério. Aliás, isso tudo acontece sem ultrapassar os limites das relações civilizadas se há adultos por perto. Essa é nossa questão de sempre, por falar nisso.
O verdadeiro bullying só acontece em situações em que os mais novos se encontram por conta própria, sem a companhia e a tutela de adultos, sem ainda ter condições para tal.
Caro leitor: se você tem filhos, não os prive da companhia de colegas diferentes no comportamento, na idade etc.
Esses relacionamentos, mesmo conflituosos, são verdadeiras lições de vida para eles que, assim, aprendem a criar mecanismos de defesa, a avaliar riscos e, principalmente, a reconhecer as situações em que precisam pedir ajuda.

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de"Como Educar Meu Filho?"

GOSTOSA

MÔNICA BERGAMO - DESEMBARQUE CHINÊS


DESEMBARQUE CHINÊS
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/05/11

Uma "brigada" de empresários chineses desembarca no Brasil no fim da semana para se reunir com o governo e com o empresariado brasileiros. Entre os 66 convidados confirmados, há representantes da Huawei, que anunciou investimentos de US$ 350 milhões no país, executivos da ZTE, de equipamentos de telecomunicações, e da Chery, montadora chinesa que está investindo em uma fábrica em Jacareí (SP). A Foxconn ainda não confirmou presença.

COLEGAS
Os chineses já têm encontros marcados com a Fiesp e com o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade.

LUPA
Além do impasse com a WTorre em torno da construção de seu novo estádio, o Palmeiras está na mira do Ministério Público. A promotoria de Habitação pretende requisitar nesta semana novas informações sobre a obra.

AGORA VAI?
O presidente do Palmeiras, Alberto Tirone, marcou para hoje reunião com a WTorre para tentar assinar a papelada que falta para que a obra possa continuar.

MATRIMÔNIO

O casamento do filho do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB-PR), na sexta, em Curitiba, juntou na mesma mesa José Serra (PSDB-SP), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e Gustavo Fruet -que ameaça deixar o partido caso não seja o escolhido para disputar a prefeitura da capital paranaense em 2012. Os três se mostraram dispostos a apoiar a sua reivindicação.

A CENTRAL

Aécio até disse que fará uma caminhada pela candidatura de Fruet na "boca maldita" da cidade. Já Serra convidou Fruet para um café em SP. "Não sei se é uma boa nos encontrarmos nesta semana", disse Fruet, torcedor do Coritiba, que goleou o Palmeiras de Serra por 6 a 0.

FICÇÃO PURA

Apesar de o enredo do banqueiro corrupto Cortês, de "Insensato Coração", que consegue paralisar processo contra ele subornando um personagem de Brasília, ter alguns paralelos com ações policiais da história recente do país, o novelista Gilberto Braga diz que não se inspira em casos específicos. "A relação direta é com minha novela "Vale Tudo" (1988). Estamos querendo mostrar que pouco a pouco o país está mudando. Cortês vai pagar pelo que fez", diz Braga.

BOM AMIGO
Despejado de sua mansão, em SP, Edemar Cid Ferreira está hospedado na casa de José Papa Júnior, o Zizinho Papa. Ela fica a poucos metros da antiga casa do ex-banqueiro, na rua Gália. A família Papa conhece bem o drama de Edemar. Ela também teve um banco, o Lavra, que sofreu intervenção do Banco Central.

PRIMOS DO CORAÇÃO
O empresário Cristiano Piquet, da imobiliária Piquet Realty, em Miami, se apresenta na página da empresa como sobrinho de Nelson Piquet. Ele diz que é de "uma das famílias mais conhecidas da área de corridas". Mas o parentesco não existe. "Ele não é meu primo de maneira alguma", diz Kelly Piquet, filha de Nelson. Já o irmão dela, Nelsinho, diz que os dois são amigos e que o corretor é seu "primo de consideração". "A gente se trata como primo e ele nunca teve objeção", diz Cristiano.

FORA DE ÉPOCA

O maestro João Carlos Martins e integrantes da Vai-Vai se apresentam hoje para sócios do Paulistano, à beira da piscina do clube.

EU DIGO SIM

Reinaldo Kherlakian e Adele Zarzur fizeram festa de casamento no Leopolldo dos Jardins, no fim de semana; foram à comemoração Ligia Kogos, Kika e José Ricardo Moraes Corrêa, e Patsy, Francisco e Fatima Scarpa.

SE ESSA RUA FOSSE MINHA

João e Bia Dória organizaram no sábado o festival de rua Avant, na alameda Gabriel Monteiro da Silva; a estilista Paola Robba e Carol e Francesca Civita bateram perna pelos mil metros de rua que foram interditados para o evento.

CURTO-CIRCUITO


Marcos Campomar lança o livro "Marketing de Verdade!" hoje às 18h30 na sala da congregação da FEA-USP.

Ralph Gibson inaugura amanhã a primeira exposição do "Alumni Image Festival" na sede da escola, na Chácara Santo Antônio. Stephen Shore, Bruce Gilden e Constantine Manos virão ao Brasil.

A H.Stern abre hoje às 17h no shopping Iguatemi exposição sobre Roberto Burle Marx.

A princesa Michael de Kent lança "Coroadas em Terras Distantes" hoje às 20h30 no Museu da Casa Brasileira.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

ANTONIO DELFIM NETO - Fatos e teorias


Fatos e teorias
ANTONIO DELFIM NETO
VALOR ECONÔMICO - 10/05/11
O mundo continua a enfrentar as consequências da crise financeira de 2007/09, criada pelas extravagâncias das "inovações" financeiras que se transformaram em "armas de destruição em massa" sob os olhos complacentes dos Bancos Centrais. Hoje, temos a confissão que sabiam, ainda menos do que os criadores, da sua potencialidade destrutiva. Tal tolerância não foi apenas um sentimento altruísta de dar casa a quem não tinha condições de comprá-la, mas por honesta ignorância (do verbo ignorar = desconhecer por não ter a experiência, a prática de alguma coisa, segundo o "Houaiss").

Têm também alguma culpa no cartório os ridículos modelitos "acadêmicos" de três equações que pareciam "explicar" a grande moderação vivida entre 2002 e 2007, através de uma econometria de pé quebrado. Basta lembrar que eles "ignoravam" (agora do verbo "ignorar" = não saber, do mesmo "Houaiss") o papel do crédito! De fato a "Bíblia" da teoria monetária de última geração (Woodford, M. - "Interest and Prices", 2003) em várias centenas de páginas, não explicita o papel do crédito. Recentemente, entretanto, ensaia um "mea culpa". Em interessantíssimo artigo ("Financial Intermediation and Macroeconomic Analysis", no "The Journal of Economic Perspectives", 24 (4) Fall 2010), Woodford nos informa que "os problemas da estabilidade financeira sempre foram parte do currículo da macroeconomia, mas eles, frequentemente, eram apresentados como de interesse histórico ou relevantes apenas para os mercados emergentes. A recente crise financeira, contudo, deixou claro que mesmo em economias como a dos EUA um colapso da intermediação financeira ainda é uma possibilidade. Compreender tal fenômeno e as possíveis respostas da política econômica requer o uso de uma estrutura ("framework") macroeconômica, na qual a intermediação financeira seja importante na alocação dos recursos".

Crescimento do PIB americano no 1º tri parece decepcionante

E continua Woodford: "Neste trabalho discuto porque nem os modelos macroeconômicos tradicionais, que ignoram a intermediação financeira, nem os modelos dos canais do crédito bancário, são adequados para o entendimento da recente crise. Penso que, em lugar deles, necessitamos de modelos nos quais aquela intermediação desempenha um papel crucial e nos quais ela é modelada de uma forma que corresponde melhor às realidades institucionais. Em particular, precisamos de modelos que reconheçam que em um sistema financeiro baseado no mercado - no qual os intermediários obtêm recursos vendendo papéis num mercado competitivo e não recebendo depósitos sujeitos a depósitos compulsórios - não são a mesma coisa que um sistema sem atrito." Ah, bom!

Parece, finalmente, que os "cientistas econômicos" entenderam que a brincadeira da física de supor "um cavalo de aço, redondo e sem atrito" é um péssimo modelo para explicar os movimentos do pobre animal... Um ponto interessante do artigo é a seção sobre as políticas monetárias "não convencionais" (sem abandonar a manobra dos juros) recomendadas pelo novo modelo. Quem tiver interesse pode ver o mesmo em outro trabalho do Vasco Cúrdia e Michael Woodford ("The central-bank balance sheet as na instrument for monetary policy", no "Journal of Monetary Economics", 58, January 2011).

De qualquer forma, os EUA estão ainda distantes de ter encontrado uma política econômica que reanime o seu crescimento sem aumentar o seu endividamento.

O crescimento anualizado do PIB no primeiro trimestre de 2011 parece decepcionante: 1,8% (sem as correções posteriores que sempre acontecem), ante 3,7% no primeiro trimestre de 2010; 1,7% no segundo; 2,6% no terceiro; 3,1% no quarto e, no ano, 2,7%. A decomposição do crescimento do primeiro trimestre de 2010 e de 2011 revela coisas interessantes, como se vê na tabela abaixo.

Vemos que o consumo continua crescendo a uma taxa moderada, o investimento fixo (não residencial e residencial) diminuiu e o consumo e o investimento do governo caíram fortemente. A diferença mais importante foi a redução da variação dos estoques que "explica", basicamente, 85% da queda do crescimento do PIB. Os números sugerem que a recuperação da economia americana está mesmo pendurada no êxito da política monetária executada pelo FED. Ela, entretanto, tem produzido efeitos colaterais muito sérios sobre a economia mundial como um amplo movimento de capitais especulativos sobre o mercado de commodities na busca de maior taxa de retorno e a maior desvalorização do dólar que aumenta o nível e a volatilidade dos preços internacionais.

Até agora, pelo menos, a despeito de alguns sinais aparentemente contraditórios, não parece ser legítimo concluir que a taxa de crescimento do PIB americano em 2011 será muito diferente de 2,5% a 3,0%, que a economia não continue a absorver um número crescente de trabalhadores (o índice de desemprego mede outra coisa) e que a desvalorização do dólar seja muito diferente das que ele enfrentou em outros momentos de dificuldades conjunturais (1985/87, 2002/04 e 2005/08) dos quais ele se recuperou e mostrou a sua tendência de convergir para a média.

EIKE???????

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA


Paciência no limite
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/05/11

Dilma Rousseff não esconde mais sua contrariedade com a Infraero, agora comandada por Gustavo Valle. Em recente reunião sobre aeroportos, a presidente, por mais de uma vez, foi ríspida com os diretores Jaime Parreira (Engenharia) e João Márcio Jordão (Operações). "Vocês estão me enrolando há oito anos", desabafou. Quando eles mencionaram que o Exército toca parte da obra do terceiro terminal de Cumbica, ela rebateu: "O Exército, que não trabalha três turnos? Que não trabalha nos fins de semana?".
Em outra ocasião, Dilma teria dito ao próprio Valle: "Quando chamei o senhor para o cargo, sabia que não entendia de aeroportos. Mas se passaram semanas".

Sem chance 
Em reunião posterior, sem a presença de Dilma, Antonio Palocci (Casa Civil) examinou o relato dos representantes da Infraero sobre o ritmo das obras nos aeroportos e disse: "Esse calendário a presidente não vai aprovar".

Refresco 
Embora Dilma vá receber hoje os prefeitos da marcha sem disposição de recuo no assunto "restos a pagar", indicará que recursos federais começarão a pingar nos próximos dias nos cofres das prefeituras.

Na mesma 
Sabendo de antemão que obteria resposta negativa, o relator do Código Florestal, Aldo Rebelo (PC do B-SP), propôs ao Planalto reconhecer em documento que não considera a produção de alimentos atividade de "interesse social". Isso depois que o governo aceitou desobrigar do reflorestamento áreas consolidadas com essa característica.

Atentai! 

O Planalto faz de tudo para congelar a articulação que visa levar a voto, amanhã, o veto de Lula sobre a divisão dos royalties do petróleo tal como aprovada pelo Congresso. A pressão pró-apreciação vem do PMDB.

Para poucos 

À diferença da maioria dos chefes de Estado, que costumam ser recebidos no Itamaraty, Hugo Chávez almoçará com Dilma hoje no Alvorada. A lista de convidados será enxuta.

Olha eu aqui 

Enquanto Ana de Hollanda (Cultura) balança, há quem veja movimentação de Antonio Grassi para herdar a pasta caso a ministra caia. As chances de sucesso do presidente da Funarte são remotas.

Apito 

Recém-eleito presidente do PSDB paulista, o alckmista Pedro Tobias resumiu no Twitter seu diagnóstico sobre o tucanato: "Não existe crise. Existe é muito cacique e pouco índio".

Fico 
De início escalado para atrair lideranças do interior ao PSD de Gilberto Kassab, o prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Bertaiolli, decidiu permanecer no DEM. O partido diz que manterá 70 das 76 prefeituras que administra atualmente em SP.

Outro lado 

Paulo Renato Souza, ex-secretário paulista da Educação, afirma que deixou os conselhos de administração da Cesp e da Companhia Paulista de Obras e Serviços em abril.

Visitas à Folha 

Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande do Sul, visitou ontem a Folha, a convite.

Wagner Rossi (PMDB), ministro da Agricultura, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

Valdir Raupp (RO), senador e presidente do PMDB, visitou ontem a Folha.

Arystóbulo de Oliveira Freitas, presidente da AASP, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Sérgio Rosenthal, vice, e Leonardo Sica, diretor-secretário.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio

"O partido do Kassab acabou virando a janela que o Congresso não aprovou."
DO DEPUTADO FEDERAL JOSÉ MENTOR (PT-SP), sobre o fato de o PSD ter se tornado o receptor natural de políticos que queriam trocar de legenda, mas temiam ter seus mandatos cassados pela JustiçaEleitoral; como se trata de uma nova agremiação, não há impedimento legal.

contraponto

Melhor idade
Benedita da Silva (PT-RJ) é assídua frequentadora das reuniões da bancada da juventude da Câmara. A sexagenária deputada, ex-senadora e ex-governadora, chegou ao grupo timidamente.
-Aqui pode entrar jovem de até quantos anos?
-Mas o que é isso? Juventude não está na idade, e sim no espírito- respondeu o presidente do grupo, Domingos Neto (PSB-CE), 22.
Dos 513 deputados federais que integram a atual legislatura, 41 têm menos de 35 anos.