terça-feira, maio 24, 2011

TUTTY VASQUES - Tia Arilda e Dilma Jane


Tia Arilda e Dilma Jane
TUTTY VASQUES
O ESTADO DE SÃO PAULO - 24/05/11

Quando Dilma Rousseff chegou à cerimônia em Salvador, só se falava disso na área VIP da beatificação de Irmã Dulce: "Por que motivo a presidente não trouxe a mãe e a tia à missa, caramba?" Desde que as irmãs Dilma Jane e Arilda foram morar no Alvorada, a única notícia que tivemos delas dava conta do Dia das Mães que passaram trancadas em casa com a filha/sobrinha ainda convalescente de pneumonia.

Não há no Google qualquer registro de saída da dupla do palácio depois que para lá - consta que muito a contragosto - se mudaram as três: Dilma Jane e Arilda preferiam a Granja do Torto para viver! Não conseguiram escapar da impessoalidade da residência oficial, mas nada justifica a reclusão das duas, ainda mais agora que a presidente saiu do repouso para ir à missa de domingo.

Pois se o próprio Sarney, que não é lá de pedir nada em benefício de sua família, aproveitou a carona para fazer uma média com dona Marli na Bahia, francamente, não custava nada incluir mais duas senhoras de idade na comitiva de Dilma Rousseff, né não?

Resta saber até quando Dilma Jane e tia Arilda serão mantidas longe dos holofotes. Quem sabe na viagem que a presidente fará em breve ao Paraguai...

Fora de série

Paul McCartney pode fazer história no Rio. Se não houver surpresas em sua agenda de hoje, será a primeira grande celebridade internacional que, em visita à cidade, não vai à favela nem a encontros com o prefeito e o governador.

"E aí, cariocas?!"

De um velho fã emocionado com a saudação do ex-beatle ao público que lotou o Engenhão: "Ele está falando português melhor que o Obama!"

Quer apostar?

Estão abertas as inscrições para o Enem! Isso quer dizer o seguinte: a qualquer momento a grande lambança da Educação no Brasil deixará de ser a defesa do erro gramatical em livro didático.

Ô, língua!

O problema dos vulcões na Islândia é a pronúncia. Se bem que Grimsvötn, este que entrou em erupção no fim de semana, é teoricamente mais fácil de se dizer que Eyjafjallajökull, aquele outro que em 2010 fechou o espaço aéreo de boa parte da Europa.

Turma do funil

A exemplo do que fizeram na semana passada com a rainha Elizabeth, os irlandeses recepcionaram Barack Obama ontem numa cervejaria. Se fosse aqui no Brasil, já estariam chamando a presidente de cachaceira!

Programa cabeça

Está na moda entre pessoas inteligentes falar mal do Manhattan Connection de Lucas Mendes. Experimenta só! Pega super bem!

Aí tem!

Alexandre Pato se machucou de novo. É sua terceira contusão desde que começou a namorar a filha do Berlusconi.

Em cartório

Paulo Maluf põe a mão no fogo por Antonio Palocci: "Quem descobrir alguma conta dele no exterior pode ficar com o dinheiro!"

ANCELMO GÓIS - Caso médico


Caso médico
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 24/05/11

Dilma, que se recupera de uma pneumonia, vinha trabalhando no Alvorada para evitar o ar-condicionado do Planalto. Ontem, voltou a se reunir no Planalto para o lançamento do projeto Brasil Sem Miséria, mas desligou o ar e abriu as janelas. 

Dilma é favela

Dilma virou nome de favela, com uns 80 barracos, no bairro carioca de Campo Grande, na antiga estrada Rio-São Paulo. Puseram lá uma plaquinha com o nome da presidente e o número de uma caixa postal. 

Troca de óleo
 
Carla Lacerda vai deixar a presidência da ExxonMobil Brasil, em junho. A executiva brasileira irá para Houston, onde cuidará da Gerência Comercial das Américas. Em seu lugar, assumirá Michael Seidner, americano casado com brasileira, atual diretor de xploração, há mais de 30 anos na companhia, seis deles no Brasil. 

Brasil feliz

Esses filmetes de propaganda do PMDB exibem, ao lado da velha guarda do partido, os noviços Gabriel Chalita e Paulo Skaf. Ambos entoam o mesmo slogan: “Onde tem PMDB, tem Brasil feliz.” Será que eles acreditam nisso? Fala sério. 

O Cielo da Lagoa
Sexta, em entrevista a Jô Soares, Eike Sempre Ele Batista garantiu que a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, “está limpa” e, para provar, declarou: — Eu nado na Lagoa. A turma da coluna quer saber quando é para mandar um fotógrafo.

Scarlet, o livro 
A vida de Scarlet Moon, a coleguinha e apresentadora, vai virar livro. O projeto é da atriz Cláudia Borioni. A biografia abordará do começo da carreira da jornalista até sua luta contra o mal de Parkinson.

Disputa pela vice

O primeiro lugar é da Vivo. Mas a disputa que esquenta mesmo é pela vice-liderança do mercado de telefonia celular. Em abril, a Claro tinha 25,38% dos clientes, e a TIM, 25,28%. Diferença de 200 mil num ramo de 200 milhões de usuários. 

País do celular...
Aliás, pesquisa do sindicato do comércio de material elétrico e eletrônico do Rio (Simerj) mostra queda no preço do celular. O aparelho tido como “ideal” pelo mercado (com câmera, bluetooth, internet, rádio e GPS) foi de R$ 571,52, em março, em média, para R$ 547,09, em abril. 

É só no espírito 

O site de relacionamentos AmorEmCristo, de evangélicos, permite que os usuários façam novas amizades, namorem e troquem experiências... espirituais. Ah, bom!

Viva Ana Botafogo!

Ana Botafogo, a nossa bailarina, prepara um grande espetáculo para comemorar seus 30 anos de Theatro Municipal do Rio e 35 de carreira. Será no Municipal, claro, em três datas, em outubro. 

Funk é cultura
O Estado Rio, cujo governador é filho de sambista juramentado, lançará um edital de apoio à criação artística de... funk. 

Dinastia do ritmo
Morreu sábado, no Rio, aos 97 anos, Cecília Miranda, irmã das cantoras Carmen e Aurora Miranda. Entre 1934 e 1936, Cecília chegou a cantar em rádios. Mas terminou desistindo. 

Cangaço na ABL

Quinta agora, a neta de Lampião e Maria Bonita, Vera Ferreira, vai tomar chá na ABL. Virá de Aracaju para participar de seminário que debaterá “O cangaço e a literatura”. 

Leader em Copa
A lojona onde funcionava a finada Modern Sound, em Copacabana, vai abrigar uma megafilial da rede Leader Magazine. 

Papagaio danadinho 
Moradores de um edifício na Rua Barão de Ipanema, em Copacabana, estão às voltas com uns gringos que alugaram um apartamento ali e têm promovido festinhas animadas por, ui!, garotas de programa. A situação piorou depois que o papagaio de um dos vizinhos, acredite, aprendeu a gemer. Agora, é “aaaiiii, curupaco, huumm, curupaco, aaaaiii” o dia todo!

JANIO DE FREITAS - A liberação de Palocci


 A liberação de Palocci
JANIO DE FREITAS 
FOLHA DE SÃO PAULO - 24/05/11

Diante dos antecedentes, não se sabe de onde vem a certeza de José Eduardo Cardozo na inocência de Palocci


A FIXAÇÃO DO GOVERNO em comprometer-se a priori com a alegada inocência de Antonio Palocci, como ontem fizeram com especial firmeza os cinco governadores petistas e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, remete ao fator que liberou o ex-ministro da Fazenda para o enriquecimento, no mínimo, suspeito.
Por ocasião do envolvimento de Palocci com frequência a uma casa alugada por lobistas em Brasília, duas correntes convergiram para protegê-lo. O governo Lula, nada afeito a investigações nem de adversários, e os setores econômicos e financeiros agraciados pelo continuísmo, assegurado por Palocci, das bases neoliberais da política anti-inflacionária de Fernando Henrique/Pedro Malan.
O governo se recusava a qualquer indagação sobre a casa e seus frequentadores; na defesa menos silenciosa, era induzida a explicação de que a casa se destinava a testar talentos femininos.
Com o abuso da violação ilegal do sigilo bancário de Francenildo Costa, o caseiro, veio a segunda etapa da proteção. Não houve como evitar a queda de Palocci, mas o governo e o paloccismo do "mercado" limitaram o ato ilegal a uma precipitação mal dividida entre o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, e o ministro. A ordem, de fato, partiu de Palocci.
Os testemunhos ofereceram, porém, numerosas referências a reuniões, na casa, de um grupo de homens com o ministro da Fazenda. Identificados como integrantes do grupo de Palocci quando prefeito de Ribeirão Preto, todos ligados a negócios não definidos, e muito menos citáveis. Um certo Buratti, ao menos ele, complicado em transações da prefeitura de Palocci, motivos de inquéritos e processos com a inclusão do ex-prefeito. Outro participante, assessor do então ministro na Fazenda, já muito doente (morreria pouco depois), em tal condição desmentia a finalidade maior atribuída à casa.
As revelações sobre os encontros dos lobistas com o ministro tinham um antecedente. Ao depor, com a presença do Ministério Público, em inquérito sobre negócios com a Prefeitura de Ribeirão Preto, aquele mesmo Buratti deixara indícios inconvenientes ao grupo e, nele, ao ex-prefeito Palocci. O representante do Ministério Público foi objeto de reprimendas por isso, sob a acusação de forçar um interrogatório duro para satisfação dos repórteres.
A Buratti não foi feita reprimenda alguma, pelo que fez ou pelo que narrou. Mas, passada a fase mais escandalosa da quebra de sigilo bancário, e já réu no caso de Ribeirão Preto, repetiu por várias vezes que o importante no caso de Brasília seria investigar os motivos das reuniões sigilosas na casa. E, claro, seus desdobramentos. Era um complemento definitivo aos testemunhos e indícios acumulados.
Com tantos elementos factuais, e não meras suposições, a requerer a investigação legalmente recomendada em defesa da moralidade administrativa, nada foi questionado a ninguém do grupo. Tudo foi abafado tão logo Palocci caiu. Portador, porém, da correta certeza de que recebera, com a proteção, o atestado liberatório para seguir à vontade em uma de suas atividades.
Mas, diante de tais antecedentes e das notícias atuais, não se sabe de onde vem a certeza do ministro José Eduardo Cardozo e dos governadores petistas na inocência celestial do seu protegido hoje como foi ontem.

GOSTOSA

ILIMAR FRANCO - Divisão do bolo


Divisão do bolo 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 24/05/11

A bancada do Nordeste fechou ontem um substitutivo para tentar mudar as regras de distribuição dos royalties do petróleo. Pela proposta, dos cerca de R$ 25 bilhões que serão arrecadados este ano, R$ 9 bilhões ficariam com os estados produtores. E do restante, 40% seriam destinados à União, e 60% divididos entre estados e municípios não produtores. A ideia é tentar votar no mês que vem.

Mais prazo para desmatadores

Pressionado pelo Senado, o governo já admite reeditar o decreto que suspende multas de quem não cumpriu a legislação ambiental. O decreto expira em 11 de junho, e os senadores não aceitam votar o Código Florestal a toque de caixa em um prazo tão curto. O próprio líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), quer discutir alterações no texto. A queda desse decreto é o principal instrumento
de pressão do governo sobre os ruralistas para tentar fechar um acordo na Câmara. No Senado, o relator do Código Florestal em plenário será Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa. 

'A sinalização para os desmatadores é clara: liberou geral!” — Alfredo Sirkis, deputado federal (PV-RJ), sobre o aumento do desmatamento na Amazônia em meio à discussão para alterar o Código Florestal

HOLOFOTE. Setores do PT criticam o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) por ter feito da ex-senadora Marina Silva (PV-AC), na foto, que deve disputar novamente a Presidência da República, uma das principais interlocutoras do governo nas negociações do Código Florestal. O deputado André Vargas (PT-PR) reclamou ontem da participação da ex-ministra do Meio Ambiente em uma reunião da bancada petista. “Saí, pois não marinei. Alguns setores do PT estão marinando?”, questionou ele, em uma crítica velada ao líder do partido, deputado Paulo Teixeira (SP). 

Decisivo
A manifestação da Procuradoria Geral da República definirá o futuro da CPI que a oposição tenta criar no Senado para investigar Antonio Palocci. Disso depende a posição de senadores independentes como Ana Amélia (PP-RS).

Lamentações
A audiência pública hoje com o presidente da Caixa Econômica, Jorge Hereda, na Comissão de Orçamento deve virar uma catarse por causa da decisão do governo de cancelar parte dos recursos de orçamentos de anos anteriores.

Tucanos em crise
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou anteontem dos EUA e entrou no circuito para tentar pacificar o PSDB até a convenção do partido, no sábado. Principal aliado de José Serra, o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) disse que, se o grupo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) isolar o ex-governador de São Paulo, restará a ele avaliar se permanecerá na sigla. “O Serra é a liderança mais popular do partido. Não tê-lo na liderança partidária é uma insensatez”, disse Jutahy.

Metas
O PSB vai fixar metas para as eleições do ano que vem. O diretório municipal que não conseguir um número mínimo de votos será destituído. O assunto será discutido na reunião da Executiva Nacional na quinta-feira, em Brasília.

Assunto proibido

A ordem no PMDB é abafar as insatisfações com nomeações pendentes. A direção do partido não quer alimentar a imagem de que estaria aproveitando o momento de fragilidade do ministro Antonio Palocci para tirar proveito. 

 LENHA NA FOGUEIRA. O PSOL vai usar sua propaganda na TV, quinta-feira, para explorar o escândalo envolvendo o ministro Antonio Palocci. Usará como bordão: “Se explique, ministro!”.
 CONSELHEIRO. Além do almoço com os senadores do PT, em Brasília, o ex-presidente Lula deve se encontrar hoje com a presidente Dilma Rousseff.
● CORAÇÃO DE MÃE. Candidato derrotado a vereador de Londrina, em 2004, o petista Maurício de Sousa Barros foi nomeado assistente da Secretaria-Executiva do Ministério das Relações Institucionais.

ANNA RAMALHO - Pé no mundo


Pé no mundo 
ANNA RAMALHO

JORNAL DO BRASIL - 24/05/11

O titular da Secretaria Especial de Portos (SEP), Leônidas Cristino, embora engenheiro, não é especialista em sua pasta. Era prefeito de Sobral, no interior do Ceará, e até agora só tinha passado nos portos como turista.

Pois bem

Embora ainda esteja tomando conhecimento do setor, já iniciou sua primeira viagem internacional. Embarcou para Espanha e Itália. 

Faltou Paris
Acredita-se que o próximo porto na mira do ministro seja Marselha, na velha França, ao qual se chega via Paris.

Encontros e despedidas


Desde que Milton Nascimento o autorizou a usar a gravação de Maria, Maria em um filme, em 2002, Antonio Banderas acalenta o sonho de conhecer o compositor mineiro. Hoje o sonho se torna realidade na casa do empresário Mário Cohen, que recebe o espanhol para almoço, ao qual Milton já confirmou presença.

Mais


Não será surpresa para a coluna seu Paul McCartney, que ainda está no Rio, também participe do encontro. 

Sempre-viva

A Secretaria de Administração da Presidência da República, gastou na semana passada, cerca de R$ 38,5 mil para a aquisição de arranjos de flores. Foram 21 diferentes tipos de arranjos florais com diversos valores e finalidades, entre eles: R$ 2.236 para centro de mesa, R$ 2.200 para móveis aparadores e R$ 3.200 para auditórios presidenciais.

Compraram o orquidário?

O destaque da gastança floral fica com as 240 orquídeas compradas por R$ 14.399,00. 

Nada como um país rico, né, não?

Meu nome é Gal!


A diva Gal Costa, que anda meio sumida dos palcos, cantará na Marina da Glória, nesta quinta-feira, no Lounge Sesc/Rio. A super mãezona do Gabriel subirá no palco às 20 h. A lista dos felizardos convidados está por conta da querida Liège Monteiro. 

Tá na moda


Depois da visita de Ana Paula Padrão ao Butão, esse simpático país, para umas reportagens no final do ano passado para a Record, chegou a vez de Gloria Maria fazê-lo pela Globo em programa exibido na sexta-feira.

Vamos torcer para que a Rede TV! não resolva enviar ao pequeno reino do Himalaia, a genial Luciana Gimenez.

Ilha de mel 


A promoção de destinos brasileiros no Reino Unido, considerado como mercado prioritário pela Embratur, acaba de conquistar mais um espaço. O jornal britânico The Guardian elegeu a Ilha Grande, no Rio de Janeiro, como um dos dez melhores destinos para lua de mel.

Pilhadão

Um projeto de lei do deputado Otavio Leite (PSDB) prevê a substituição, em prazo de cinco anos, de pilhas e baterias descartáveis usadas em aparelhos eletroeletrônicos, produzidas e comercializadas no Brasil, por produtos similares recarregáveis.

No lixo


De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a cidade de São Paulo descarta anualmente 152 milhões de pilhas comuns e 40 milhões do tipo alcalinas.

O Projeto que vingou

Projeto é o que o Brasil mais tem em todas as áreas – na cultural, então, nem se fala. Mas Projeto lucrativo, de verdade, pra valer, só o Palocci tem, né, não?

Raspadinhas

O Shopping Leblon inaugura a primeira loja da Valisère do Rio de Janeiro.

Vanessa Giácomo e Nívea Stelmann participam hoje, da inauguração da clínica de estética Liberty, na Barra.

É PETISTA? É LADRÃO

BENJAMIN STEINBRUCH - Período integral


Período integral
BENJAMIN STEINBRUCH 
FOLHA DE SÃO PAULO - 24/05/11

Escola em período integral deveria ser obsessão dos governantes que vivem seu primeiro ano de mandato


NO MÊS PASSADO, encontrei Michael, um empresário de Michigan, nos Estados Unidos. Durante três gerações, a família dele se dedicou com sucesso à indústria, na área de metalurgia. Recentemente, porém, a família vendeu o negócio e agora Michael investe em um ramo completamente diferente: educação. Na rápida conversa que tivemos, ele explicou por que fez mudança tão drástica de área de negócio. "O trabalhador americano precisa se requalificar porque as coisas que ele sabia fazer não são mais feitas nos EUA -elas vêm da China, da Coreia, do Japão e de vários outros países."
Com base nesse diagnóstico, Michael resolveu abrir uma instituição de ensino voltada para os novos setores que demandam mão de obra na economia americana, principalmente em serviços e em tecnologia. A história de Michael não se aplica com muita propriedade ao Brasil.
Aqui, estamos em um estágio diferente. Mesmo sofrendo em parte com a invasão de importados, por um desvio momentâneo, mas preocupante, na taxa cambial, ainda temos muitos setores industriais globalmente competitivos e com forte demanda de profissionais.
A preocupação com educação, porém, que já é obrigação do setor público, tem tudo a ver com o crescimento econômico. Não há outra maneira de mantê-lo, a não ser com a implantação de um bom sistema educacional em todos os níveis, do básico ao superior. Bastou a economia crescer 7% ao ano para começar a faltar profissionais qualificados em todas as áreas da indústria.
O analfabetismo em idade escolar no país, é verdade, vai ficando para trás. O Censo de 2010 mostrou que apenas 3,2% das pessoas na faixa de 10 a 29 anos não sabem ler e escrever. Entre os que têm mais de 30 anos, o índice de analfabetismo é maior, de 13,27%. Isso significa que o sistema de ensino básico tem sido eficiente para alfabetizar as crianças e os jovens. Assim, o analfabetismo tende a desaparecer em uma ou duas gerações.
Há, portanto, um sucesso quantitativo no ensino básico brasileiro. O mesmo, infelizmente, não se pode dizer sobre a qualidade. Chamou a atenção uma iniciativa do governo de São Paulo, que anunciou aumento prefixado de 42% no salário dos professores paulistas nos próximos quatro anos.
Ao ler essa notícia, bateu-me um forte saudosismo dos tempos de escola primária no interior paulista. As professoras tinham status extraordinário na cidade. Eram admiradas e respeitadas, não apenas pela sua posição de mestres, mas também por conta dos salários que recebiam nas escolas públicas, já que raríssimos colégios privados tinham boa qualidade -só alunos que não conseguiam acesso às escolas do Estado recorriam às particulares.
O piso salarial de um professor com jornada de 40 horas semanais em São Paulo, o Estado mais rico do país, será de R$ 1.894 mensais depois do reajuste de 13,8% em 1º de julho. Sabemos das dificuldades orçamentárias dos Estados, mas, certamente, esse salário não é suficiente para estimular a formação de bons professores. No chão de fábrica, em muitos setores industriais, trabalhadores com nível primário ganham salário básico maior.
A remuneração de professores é fundamental para melhorar a qualidade do ensino brasileiro. Mas há outro aspecto relevante: o tempo de permanência dos alunos na escola.
Em países como a Coreia, as crianças ficam até 12 horas por dia nas escolas, 7 delas estudando. Em toda a Europa, os alunos frequentam a escola em tempo integral.
Não há como fazer milagres em matéria de melhoria de qualidade de ensino se não encontrarmos uma forma de ampliar as míseras 4 horas de aulas diárias do ensino público.
Custe o que custar, é preciso reter os alunos por mais tempo estudando, brincando, praticando esportes e se alimentando corretamente.
Estarreceu-me a leitura de relatos de mães desesperadas, que trabalham fora de casa, no Rio. Longe dos olhos paternos, quando as 4 horas de aula terminam, meninos e meninas ficam na rua, expostos a tudo, inclusive ao aliciamento de traficantes de drogas. Escola em período integral deveria ser uma obsessão nos programas de governantes que vivem seu primeiro ano de mandato.

Este ano, até 29 de maio, brasileiro terá trabalhado só para pagar imposto


Este ano, até 29 de maio, brasileiro terá trabalhado só para pagar imposto
Ronaldo D"Ercole
O Globo - 24/05/2011

Estudo mostra que só os suecos dedicam mais dias para quitar tributos

SÃO PAULO. O brasileiro terá de trabalhar 149 dias este ano apenas para pagar os tributos (impostos, taxas e contribuições) cobrados pelos governos federal, estadual e municipal. Isso significa que tudo que o contribuinte tenha recebido entre 1º de janeiro e o próximo domingo, dia 29, terá servido exclusivamente para quitar impostos. É o que mostra estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Intitulado "Os dias trabalhados para pagar tributos - 2011", o estudo considera toda a tributação incidente sobre os rendimentos, como salários e honorários, em que destacam-se o Imposto de Renda e as contribuições previdenciária (INSS) e sindicais.

No cálculo, entram também taxas de lixo e iluminação

"Em 2011 o contribuinte trabalhará quatro meses e 29 dias só para pagar impostos, um dia a mais do que no ano passado", observa, no estudo, João Eloi Olenike, presidente do IBPT. No cálculo da fatia que os tributos comem da renda dos cidadãos, o estudo contabiliza ainda impostos embutidos nos preços de produtos e serviços, como o PIS, ICMS e IPI, a tributação de patrimônio (IPTU, IPVA e ITBI, entre outros), além de taxas como limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos e iluminação pública.

Realizado desde 2003, o estudo do IBPT mostra também que o comprometimento da renda para pagar tributos não para de crescer no Brasil. Naquele ano, o brasileiro destinou 36,98% do seu rendimento bruto para este fim. Em 2006, a mordida tributária avançara para 39,72%, bateu em 40% no ano seguinte e chegou a 40,82% este ano.

Valendo-se da mesma metodologia, o IBPT repetiu o cálculo dos dias gastos por cidadãos de outros países para pagar tributos, que resultou num ranking. No topo, aparece a Suécia, com 185 dias, seguida de França e Brasil, ambos com 149 dias. Na Espanha, os tributos consomem 137 dias anuais de trabalho, nos Estados Unidos, 102, na Argentina 97, no Chile, 92, e no México, 91.

O estudo destaca ainda que, no caso do Brasil, a qualidade dos serviços públicos segue descolada do progressivo aumento da carga tributária. "Enquanto é costumeira a notícia de recordes sucessivos de arrecadação de impostos, o brasileiro convive com problemas na saúde pública, educação deficiente, falta de segurança pública e infraestrutura caótica", diz Olenike.

GOSTOSA

JOÃO PEREIRA COUTINHO - Israel, Palestina, gelatina


Israel, Palestina, gelatina
JOÃO PEREIRA COUTINHO 
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/05/11

A comoção que o discurso de Obama provocou é inversamente proporcional à banalidade das palavras


ISRAEL É como um bom orgasmo: podemos não transar durante dias ou semanas, mas, quando finalmente acontece, é como se fosse a primeira vez.
Todo mundo discute o assunto, todo mundo acusa todo mundo e o leitor inocente acredita que o conflito israelense-palestino começou hoje com o café da manhã. Ou ontem, depois do jantar.
Olhemos para Barack Obama: o que disse o presidente americano de novo nos seus discursos da semana retrasada?
A julgar pelas reações de políticos e jornalistas, disse coisas fundamentais. Como, por exemplo, que um novo Estado palestino deve ser reconhecido nas linhas anteriores ao conflito de 1967, embora com trocas de terras acertadas por comum acordo.
Sim, as linhas pré-1967 são um "déjà vu" na história dessa história. Mas o momento orgástico aconteceu com as "trocas de terras acertadas por comum acordo", uma sacada genial que levou vários jornalistas e diplomatas ao delírio. Como foi que ninguém pensou nisso antes?
Lamento ser uma ducha de água fria para o pessoal. Mas a sacada genial já foi pensada antes. E foi pensada em condições extremas e dramáticas, depois do fracasso dos encontros de Camp David e depois da segunda intifada.
Corria o ano 2000. E o tempo também corria contra Bill Clinton: a poucos meses de deixar a Casa Branca, e sem um acordo de paz entre Yasser Arafat e Ehud Barak, Clinton apresentou o seu plano para ressuscitar o cadáver e parar com a guerra civil " de fato" entre israelenses e palestinos.
Eis o plano: um Estado palestino nas linhas anteriores ao conflito de 1967 e, veja só, com "trocas de terras acertadas por comum acordo".
Para sermos exatos, o futuro Estado palestino seria composto por 94% a 96% da Cisjordânia; os 4% restantes seriam anexados à faixa de Gaza, ou seja, retirados a Israel para compor a totalidade do bolo palestino.
Sabe o leitor o que sucedeu? Barak aceitou a proposta; Arafat recusou-a. O "processo de paz" estava morto, Clinton estava de saída e George W. Bush de entrada. Vieram os ataques de 11 de Setembro. Washington passou a concentrar as energias no Afeganistão e no Iraque.
Mas, apesar disso, o conflito israelense-palestino não foi completamente esquecido. Em 2003, era lançado o "Road Map" [mapa da estrada, em livre tradução], sob os auspícios do Quarteto para a Paz. Por Quarteto, favor ler: Estados Unidos, Nações Unidas, União Europeia e Rússia.
Pergunto novamente: sabe o leitor qual era o plano do Quarteto? Exato. Nem preciso repetir.
Mas repito o que fez Ariel Sharon, então premiê de Israel, sob pressão do Quarteto: depois de 38 anos de ocupação, Israel se retirou unilateralmente de Gaza em 2005.
De nada serviu. O Hamas passou a lançar foguetes para o interior de Israel; Israel retaliou com ferocidade inaudita. Em 2006, o Hamas venceu as eleições parlamentares e, até hoje, recusa-se a reconhecer a "entidade sionista". E Israel?
Israel recusa-se a retirar da Cisjordânia por temer uma repetição de Gaza em ponto grande. Uma história a respeito: anos atrás, em conversas com um diplomata israelense no Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém, perguntei-lhe quando é que Israel retiraria da Cisjordânia. A resposta dele foi longa, elaborada, ponderada. E resume-se numa única palavra: nunca.
A comoção que o discurso de Barack Obama provocou na mídia e nas chancelarias é inversamente proporcional à banalidade das suas palavras e à banalidade das reações árabes e judaicas.
Barack Obama deseja um Estado palestino nas linhas anteriores à Guerra dos Seis Dias, embora com "trocas de terras acertadas por comum acordo". Bocejo.
Israel deseja continuar na Cisjordânia e recusa-se a retirar do território porque imagina, não sem alguma razão, que a Cisjordânia seria rampa de lançamento de foguetes contra Israel. Como foi Gaza. Duplo bocejo.
O Hamas, reagindo aos discursos de Obama, considera-o um traidor e uma fraude e deseja que Israel seja riscado do mapa porque entende que a "ocupação sionista" não se limita à Cisjordânia; ela abarca toda Palestina. Triplo bocejo.
E eu? Eu, modestamente, desejo o prato de gelatina que está na geladeira. Faz calor em Lisboa e há coisas neste mundo que ainda são alcançáveis por mãos humanas.

KÁTIA ABREU - Sim à agropecuária e sim também ao meio ambiente


Sim à agropecuária e sim também ao meio ambiente
KÁTIA ABREU´

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/05/11

SEM O NOVO CÓDIGO FLORESTAL TEREMOS DE, FUTURAMENTE, IMPORTAR COMIDA DE PAÍSES QUE NÃO TÊM REGRAS AMBIENTAIS 


O Brasil dispõe de 851 milhões de hectares, dos quais 519 milhões estão preservados com sua cobertura vegetal original. Apenas 236 milhões de hectares, equivalentes a 27,7%, são ocupados com produção agropecuária.
A modernização do Código Florestal brasileiro não implicará em qualquer mudança nessa relação. Nossas florestas continuarão preservadas, assim como toda a extensão das matas nativas.
Não há nada no novo Código que, por si só, implique em novos desmatamentos. O que se pretende é poupar os produtores da exigência de destruir os atuais campos de produção de alimentos para neles reconstituir florestas.
Essencial para os produtores é que o Congresso e o governo consolidem e legalizem as áreas de produção abertas.
Cabe ao Congresso decidir, mas cumpre dizer que nenhum dos grandes produtores agrícolas do mundo obriga seus produtores a preservar qualquer percentual de reserva legal, nem cogita replantar vegetação nativa.
Esta é uma exigência típica dos burocratas que fizeram a legislação ambiental que está em vigor.
De 1995 a 2006, segundo o IBGE, a agricultura teve redução de área de 23,7 milhões de hectares. Mesmo assim, aumentou a produção e reduziu os preços dos alimentos.
Sem a atualização do Código, diminuiremos a oferta de alimentos para recompor áreas de reserva legal e, futuramente, teremos de importar comida de países que não têm regras ambientais. 

BRAZIU: O PUTEIRO

ALON FEUERWERKE - A novela vai longe



A novela vai longe
ALON FEUERWERKER
CORREIO BRAZILIENSE - 24/05/11

No Código Florestal, é preciso observar para ver se o governo consegue em poucas horas construir uma maioria com a qual não se preocupou " ou não quis se preocupar " ao longo de meses, ou anos.

A polêmica em torno do Código Florestal não termina hoje nem amanhã. Vote o que votar a Câmara dos Deputados, a casa do povo, o rolo se transferirá para o Senado, a casa da Federação.
Isso se a Câmara finalmente votar, como está previsto.
Será grande a tentação dos senadores de transferir para os estados parte significativa dos controles ambientais nas atividades agrícolas e de criação.
O Senado hoje é um palco teoricamente mais controlado pelo governo. Na aritmética, as bases se equivalem. Mas são menos senadores que deputados, menos partidos. Menos entropia.
Só que o Senado é também mais permeável a pressões federativas. Nem todo deputado de estado fortemente agrícola depende dos votos da agricultura. Mas nenhum senador pode ignorar pedaços expressivos do eleitorado.
Voto majoritário não é voto proporcional. Parece redundante, mas não custa enfatizar.
O noticiário sobre o tema anda poluído. Problemas políticos recentes " e de outra natureza " nem aumentaram nem diminuíram as dificuldades do governo na votação do código.
Quando Marco Maia (PT-RS) foi escolhido pelo partido para presidir a Câmara dos Deputados, assumiu com os colegas mais ligados à agricultura o compromisso de colocar o projeto rapidamente em votação.
E o relatório que havia para votar era o aprovado meses antes pela comissão especial, um texto bem mais "ruralista" que o levado agora ao plenário pelo relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
E a época era de mel, Dilma Rousseff, segundo as previsões, governaria sem maior oposição e sem maiores dificuldades.
Por que então o PT aceitou assumir lá atrás o compromisso de votar? Em primeiro lugar, por um motivo prático. Agora em junho vence o decreto que suspende as punições previstas na legislação em vigor.
Só isso já é de uma jabuticabice ímpar. Coisas do Brasil. O governo e seus anexos aprovam um lote de medidas ambientais inaplicáveis e depois o mesmo governo precisa editar um decreto garantindo que ninguém será punido em caso de descumprimento.
Alguém pode dizer para que serve uma lei que não estabelece sanção a quem descumprir? Para nada. Ou só para o marketing.
Em segundo lugar, e aí está o impasse maior, a pauta não integra a pequena política, no sentido que a expressão assume quando fica fácil para o governo dizer à base vote assim ou assado. A pauta carrega com ela, em última análise, o direito de propriedade no campo.
Há o risco de o agricultor perder sua propriedade. Perder o meio de vida. Daí a amplitude e a radicalização. E a dificuldade de fazer a base marchar unida.
Até a hora da votação o governo tem meios para pressionar, pois se os deputados dependem de seus eleitores, dependem também do governo, das verbas e dos cargos.
Mas é preciso observar para ver se o governo vai conseguir em poucas horas construir uma maioria com a qual não se preocupou " ou não quis se preocupar " ao longo de meses.
De todo jeito, como disse, a coisa não termina por aqui. Tem o Senado, e depois haverá as pressões pelo veto, se a coisa não sair ao gosto do PT.
E pode ter também um epílogo inédito, com a derrubada do eventual veto por deputados e senadores. Improvável, mas não impossível.
A novela vai longe.

Degradadas
As terras degradadas estão na pauta desde que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu ao mundo que o Brasil poderia se transformar em fornecedor mundial de etanol de cana sem derrubar mais mata.
Na época, expressei uma dúvida. Se o Brasil tem terra barata sobrando, por que o Incra diz que é tão difícil achar terra para a reforma agrária?
A dúvida continua valendo no contexto do debate sobre o Código Florestal.
Se o Brasil tem terras degradadas " e portanto baratas " em grande quantidade, o que o governo está fazendo de prático para recuperá-las e assim oferecer uma alternativa a quem quer plantar sem desmatar?

JOSÉ PAULO KUPFER - Novos colaterais


Novos colaterais
JOSÉ PAULO KUPFER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 24/05/11
Ninguém desconhece que o manual convencional de combate às pressões inflacionárias recomenda a adoção de medidas que, em variadas circunstâncias e na maior parte das vezes, aprofundam, colateralmente, os problemas provocados pela consequente valorização cambial.

São sempre acaloradas as discussões sobre os impactos negativos desse colateral nas contas externas e nas cadeias de produção, sobretudo as industriais, numa transposição mais ou menos automática de situações históricas recentes.

Há, porém, novidades no ambiente econômico e, portanto, nos colaterais. Lidar com eles, por isso mesmo, exige trazer novos elementos ao debate.

São cada vez mais nítidos os sinais de que, na presente quadra da economia internacional, o uso da política monetária convencional, na forma de elevações de juros, libera componentes tóxicos que operam na direção contrária ao almejado enxugamento da demanda.

Um dos mais perigosos é o que tem propiciado expansão autônoma do crédito. Trata-se de alimento para o superaquecimento da economia e, portanto, para a formação de bolhas, seu potencial estouro e as crises daí derivadas.

Um desses sinais vem da aceleração da dívida externa dos bancos brasileiros. Em 15 meses, de dezembro de 2009 a março deste ano, essa dívida simplesmente dobrou, passando de US$ 63,6 bilhões para US$ 122 bilhões. A dívida externa dos bancos, que já responde por um terço do total, registra um ritmo de crescimento três vezes maior que o da dívida externa como um todo - que também vem aumentando, tendo atingido, em março, US$ 381 bilhões.

Esses recursos, captados com crescente voracidade no mercado financeiro internacional, são aplicados em financiamentos domésticos, boa parte no setor imobiliário - não por coincidência aquele em que os preços têm ido às nuvens e os temores da formação de bolhas são maiores. Dá para desconfiar que este seja um poderoso e potencialmente explosivo canal de superaquecimento da economia, estimulado, paradoxalmente, pelas medidas que visam a evitá-lo.

Inúmeras consequências derivam dessa constatação. Duas delas dizem respeito à potência de dois mecanismos de contenção da demanda: as medidas macroprudenciais de política monetária e, mais do que isso, a política fiscal.

Diante dos nutrientes que a política de juros acaba injetando no crédito, via captação externa dos bancos, ambas perdem força e, como a taxa Selic, esta por causa da indexação, precisam ser usadas com mão muito mais pesada para surtir efeito.

Interessante observar, em tempos de novidades e incertezas, como os da atualidade, o quanto a aplicação de políticas econômicas convencionais pode produzir efeitos contrários aos convencionalmente aceitos e previstos. Compulsórios bancários e reservas internacionais são bons exemplos.

Ambos têm sido fartamente usados desde a instalação da crise global, tanto que, de 2008 para cá, registram aumentos de 60% nos volumes acumulados. O volume de reservas se aproxima dos US$ 350 bilhões (15% do PIB) e o compulsório acumula R$ 400 bilhões (10% do PIB).

Acontece que grandes volumes de reservas, ao mesmo tempo em que formam um desejável colchão de segurança para as contas externas, estimulam o ingresso de mais capitais externos, que pressionam o câmbio, além de aumentar a dívida pública bruta, afetando, negativamente, as contas públicas.

Já o compulsório, cuja função é reduzir o dinheiro disponível para empréstimo, encarecendo o crédito e desanimando tomadores - e a demanda em geral -, pode também estimular a captação externa de recursos para empréstimos, neutralizando os efeitos da política restritiva.

Não há dúvida de que, na economia brasileira, o atual surto de superaquecimento exige reversão e, para isso, deve ser aplicada uma política fiscal não só claramente austera como decididamente eficaz no enxugamento dos gastos.

Mas o escape do crédito, pela via das captações externas, estimuladas pelos juros internos e pelo arrocho do compulsório, está aí para quebrar a convenção segundo a qual há uma identidade exclusiva - ou quase exclusiva - entre o aquecimento econômico e os gastos públicos.

GOSTOSA

ARNALDO JABOR - O discreto charme da corrupção


O discreto charme da corrupção
ARNALDO JABOR
O Estado de S.Paulo - 24/05/11

"Vivemos sob uma chuva de escândalos e denúncias de corrupção. Mas, não se enganem, esses shows permanentes nos jornais e TV, servem apenas para dar ao povo a impressão de transparência e para desviar seus olhos das reformas essenciais que mantêm nossas oligarquias intactas. Aos poucos o povo vai se acostumar à zorra geral e achar que tanta gente tem culpa que ninguém tem culpa. Me chamam de canalha, mas eu sou essencial. Tenho orgulho de minha cara de pau, de minha capacidade de sobrevivência, contra todas as intempéries. Enquanto houver 25 mil cargos de confiança no País, eu estarei vivo, enquanto houver autarquias dando empréstimos a fundo perdido, eu estarei firme e forte. Não adiantam CPI"s querendo me punir. Eu me saio sempre bem. Enquanto houver esse bendito Código de Processo Penal, eu sempre renascerei como um rabo de lagartixa, como um retrovírus fugindo dos antibióticos. Eu sei chorar diante de uma investigação, ostentando arrependimento, usando meus filhos, pais, pátria, tudo para me livrar. Eu declaro com voz serena: "Tudo isso é uma infâmia de meus inimigos políticos".

Eu explico o Brasil de hoje. Tenho 400 anos: avô ladrão, bisavô negreiro e tataravô degredado. Eu tenho raízes, tradição. Durante quatro séculos, homens como eu criaram capitanias, igrejas, congressos, labirintos. Nunca serão exterminados; ao contrário - estão crescendo. Não adianta prender nem matar; sacripantas, velhacos, biltres, vendilhões e salafrários renascerão com outros nomes, inventando novas formas de roubar o País.

E sou também "pós-moderno": eu encarno a "real-politik" do crime, a frieza do Eu, a impávida lógica do egoísmo.

No imaginário brasileiro, tenho algo de heroico. São heranças da colônia, quando era belo roubar a Coroa. Só eu sei do delicioso arrepio de me saber olhado nos restaurantes e bordeis; homens e mulheres veem-me com gula: "Olha, lá vai o ladrão..." - sussurram fascinados por meu cinismo sorridente, os maîtres se arremessando nas churrascarias de Brasília e eu flutuando entre picanhas e chuletas.

Amo a adrenalina que me acende o sangue quando a mala preta voa em minha direção, cheia de dólares, vibro quando vejo os olhos covardes dos juízes me dando ganho de causa, ostentando honestidade, fingindo não perceber minha piscadela maligna e cúmplice na hora da emissão da liminar... Adoro a sensação de me sentir superior aos otários que me compram, aos empreiteiros que me corrompem, eles, sim, humilhados em vez de mim.

Sou muito mais complexo que o bom sujeito. O bom é reto, com princípio e fim; eu sou um caleidoscópio, uma constelação.

Sou mais educativo. O homem de bem é um mistério solene, oculto sob sua gravidade, com cenho franzido, testa pura. O honesto é triste, anda de cabeça baixa, tem úlcera. Eu sou uma aula pública de perversidade. Eu não sou um malandro - não confundir. O malandro é romântico, boa-praça; eu sou minimalista, seco, mais para poesia concreta do que para o samba-canção. Eu faço mais sucesso com as mulheres - elas ficam hipnotizadas por meu mistério; e me amam, em vez do bondoso, que é chato e previsível. A mulher só ama o inconquistável. Eu fascino também os executivos de bem, porque, por mais que eles se esforcem, competentes, dedicados, sempre se sentirão injustiçados por algum patrão ingrato ou por salários insuficientes. Eu, não; não espero recompensas, eu me premio e tenho o infinito prazer do plano de ataque, o orgasmo na falcatrua, a adrenalina na apropriação indébita. Eu tenho o orgulho de suportar a culpa, anestesiá-la - suprema inveja dos meros neuróticos e sempre arranjo uma razão que me explica para mim mesmo. Eu sempre estou certo; ou sou vítima de algum mal antigo: uma vingança pela humilhação infantil, pela mãe lavadeira ou prostituta que trabalhou duro para comprar meu diploma falso de advogado. Pois é, eu comprei meu título de advogado; paguei um filho de uma égua para me substituir no exame e ele acertou tudo por mim. Eu me clonei.

Subi até a magistratura. Como juiz e com meu belo diploma falso na parede, vendi muitas sentenças para fazendeiros, queimadores de florestas, enchi o rabo de dinheiro. Passei a ostentar uma dignidade grave, uma cordialidade de discretos sorrisos, vivendo o doce frisson de me sentir superior aos medíocres honestos que se sentem "dignos"; digno era eu, impávido, mentindo, pois a mentira é um dom dos seres superiores. A mentira é necessária para manter as instituições em funcionamento. O Brasil precisa da mentira para viver. E vi que é inebriante ser cruel, insensível, ignorar essas bobagens como a razão, a ética, que não passam de luxos inventados pelos franceses, como os escargots.

Aí, com muito dinheiro encafuado, bufunfas e granolinas entesouradas, eu me permiti as doçuras da vida e me apaixonei por aquela santa que virou mãe de meus filhos. Hoje, com a passagem do tempo, ela vai se consumindo em plásticas e murchando sob pilhas de botox, mas continuo fiel a ela como o marido público, pois nunca a abandonarei, apesar das amantes nas lanchas, dos filhos bastardos.

E, aí, fui criando a minha rede de parentes e amigos; como é doce uma quadrilha, como é bela a confiança de fio de bigode, o trânsito cordial entre a lei e o crime... Assim, eu fechei o ciclo que começou na mãe lavadeira e no diploma falso até a minha toga negra, da melhor seda pura que minha esposa comprou em Miami, e não fui feito desembargador nas coxas não; eu já sabia que bastavam padrinhos e meia dúzia de frases em latim: "Actore non probante, reus absolvitur!" (frase que muito me beneficiou vida a fora.) Depois, claro, fui deputado, senador e sou um homem realizado. Eu sou mais que a verdade; eu sou a realidade. Eu e meus amigos criamos este emaranhado de instituições que regem o atraso do País. Este País foi criado na vala entre o público e o privado. A bosta não produz flores magníficas? Pois é. O que vocês chamam de corrupção, eu chamo de progresso. O Brasil precisa de mim."

MÍRIAM LEITÃO - Primeira crise


Primeira crise 
MIRIAM LEITÃO

O Globo - 24/05/2011

Momento político difícil o atual em que a presidente Dilma Rousseff enfrenta sua primeira crise no cruzamento de várias questões importantes. A crise Palocci, o conflito do Código Florestal, a exigência do PMDB por mais nomeações, a pressão por mais gastos dos restos a pagar, a inflação. Ela precisará agora entrar diretamente na administração das diversas frentes de combate.

O enfraquecimento diário do ministro que ocupa posição- chave no seu governo escala o tamanho das crises. É exatamente essa desidratação de Antonio Palocci que gerou ou ampliou os outros problemas. A demora das suas explicações para o salto do seu patrimônio elevou a dimensão da crise, em vez de dissolvê-la como os seus estrategistas calcularam.

Temas de natureza diversa se cruzaram, agravando cada um dos problemas. Com Palocci na berlinda, ficou reduzida sua capacidade de administrar a fragmentada base política. O governo estava segurando nomeações de políticos e tentando anular as emendas parlamentares que estão nos restos a pagar. Como o governo está mais fragilizado, aumentam as pressões por nomeações políticas. Para combater o risco inflacionário, uma das armas seria conter gastos públicos, e o governo já deu sinal de que cederá nos restos a pagar. Palocci havia comandado a reação do governo às pressões pelas propostas mais nocivas na reforma do Código Florestal. O governo agora está sem capacidade de resistir e vendo sua base inteiramente partida nesse assunto.

A pneumonia dupla da presidente não foi adequadamente comunicada ao país, o que alimentou, nos últimos dias, temores de que houvesse notícias ainda não reveladas sobre sua saúde. Obviamente era preferível ter dado toda a informação sobre a gravidade da pneumonia em vez de incorrer no velho erro dos políticos de divulgar uma versão light sobre a saúde das autoridades.

Tudo isso se juntou nos últimos dias para dar uma sensação de governo precocemente enfraquecido e na berlinda, tendo que escolher entre opções igualmente ruins. Crises sempre acontecem em qualquer governo, esta acontece cedo e com um enorme grau de complexidade. A presidente será testada na sua capacidade de desfazer os nós.

Uma boa forma a evitar uma sequela irreversível da crise é trabalhar para adiar a votação das propostas de mudanças no Código Florestal. O ambiente está contaminado por inúmeras questões políticas, não é a hora de decidir questão tão fundamental para o nosso destino.

O país viu ontem um fato político expressivo, inédito: todos os dez ministros que ocuparam a pasta do Meio Ambiente em governos, partidos e regimes diferentes assinaram uma carta aberta à presidente da República. Oito deles deram uma entrevista coletiva em que expressaram de forma contundente sua convicção de que aprovar a mudança no Código Florestal de 1965 como foi proposto pelo relatório do deputado Aldo Rebelo é um retrocesso. Pior ainda ficará o projeto se for aprovada uma emenda que se prepara no PMDB ruralista.

Anistia a quem desmatou até 22 de julho de 2008, transferência de alguns poderes de definição da Áreas de Preservação Permanente para os estados, enfraquecimento do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Essas são algumas das medidas que, na comparação forte do ex-ministro do Meio Ambiente e da Amazônia no governo Itamar Franco, Rubens Ricupero, se o país adotar será como aprovar uma lei antiabolição.

O avanço na área ambiental foi passo a passo. Cada ministro a seu tempo lutou sua luta e agregou um dado a mais na legislação ambiental brasileira. Paulo Nogueira Neto foi chefe da Secretaria de Meio Ambiente, antes de haver ministério, de 1973 a 1985. Naquele tempo, a ala forte do governo veiculava em anúncio a promessa: “vamos vencer o inferno verde”. A Amazônia era o que eles consideravam o “inferno verde”. Paulo Nogueira com uma visão completamente adiante do seu tempo criou várias APAs, Áreas de Preservação Ambiental, e instituiu o Conselho Nacional de Meio Ambiente, Conama. Seria uma contradição, disse a ex-ministra Marina Silva, na cerimônia do Viva a Mata, no Ibirapuera, em São Paulo, enfraquecer durante a democracia um conselho deliberativo para a participação da sociedade, que Paulo Nogueira Neto conseguiu criar em pleno governo militar. Mas é isso que corre o risco de acontecer.

Nunca, em nenhuma área, houve a reunião de todos os ministros que ocuparam uma pasta na defesa do mesmo conjunto de valores. Faltou apenas a assinatura de José Lutzenberger. Ele já é falecido, mas se vivo estivesse, mais barulho ainda faria, como era de seu estilo.

A presidente Dilma ficou de recebê-los hoje, dia também previsto para a votação da mudança no Código. Já disse que não aceitará anistia a quem desmatou ilegalmente até 22 de julho de 2008, como está na proposta de Rebelo. Também defendeu que as concessões a pequenos agricultores sejam feitas em texto à parte. É a melhor forma de evitar que os médios e grandes se aproveitem de mudanças feitas para beneficiar a pequena propriedade.

O ambiente político está muito poluído. Não é hora de votar algo tão decisivo.

CORNO NA POLÍTICA

ROSEANE DE OLIVEIRA - Inválidos de mentirinha


Inválidos de mentirinha
ROSEANE DE OLIVEIRA
ZERO HORA - 24/05/11
Imagine a situação: o sujeito se aposenta por invalidez em um órgão público e, anos depois, aparece trabalhando como advogado sem aparentar qualquer sinal de doença que o inabilite para o trabalho. Impossível? Não na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, onde quase metade dos aposentados pendurados na folha de pagamento se aposentou graças a um laudo atestando invalidez permanente. Nada menos do que 198 dos 454 inativos do Legislativo catarinense (43,6%) são inválidos para efeito de pagamento de benefícios, como mostra uma reportagem da RBS TV de Florianópolis, que está dando o que falar naquele Estado.
A reportagem descobriu que dois ex-procuradores aposentados por invalidez mantêm escritórios de advocacia. E nem disfarçam: assinam petições, como se não houvesse na legislação que rege as aposentadorias de servidores públicos catarinenses uma cláusula impeditiva de exercerem atividade remunerada, sob pena de abertura de um processo administrativo.
Um dos ex-procuradores aposentados por invalidez e que trabalha como advogado ganha R$ 24 mil mensais da Assembleia. Um advogado da Assembleia, aposentado com R$ 35 mil, mas que segundo o Legislativo só recebe o teto de R$ 22 mil, ganhou uma boquinha na Casan, a companhia de saneamento, e outra na Celesc, como membro do Conselho de Administração, com jetom de R$ 4 mil para participar de uma reunião por mês.
Tão impressionante como os casos dos aposentados por invalidez que continuam trabalhando é o silêncio de quem deveria se manifestar sobre a flagrante irregularidade. O presidente da Assembleia Legislativa preferiu não falar, a OAB emudeceu, o Ministério Público fez ouvidos de mercador diante da reportagem da RBS TV. Dois dos "inválidos" disseram ter se aposentado por graves problemas de coração. E já que o músculo cardíaco parece ter se regenerado, o mínimo que a Assembleia pode exigir é uma perícia independente para cassar as aposentadorias se ficar comprovado que os doutores estão aptos para o trabalho.

ARTICULAÇÃO PETISTA
Um dos principais objetivos do encontro dos cinco governadores do PT com o presidente nacional do partido, Rui Falcão, ontem, em Brasília, era impulsionar uma articulação pelo fim da guerra fiscal. Mas o caso Palocci não ficou de fora. Questionados sobre as suspeitas de tráfico de influência em razão do aumento patrimonial do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, os participantes o defenderam e afirmaram que a tentativa da oposição de levá-lo para prestar esclarecimentos no Congresso se resume a "luta política".
" A gente sabe o que é o Congresso, com todo o respeito. O Congresso é da luta política, se quer esclarecimento, o melhor caminho é o Ministério Público Federal " afirmou Jaques Wagner (BA), depois do encontro.
Ao final, os governadores divulgaram a Carta de Brasília. Tarso Genro defendeu que o partido seja o principal interlocutor junto ao governo federal para a adoção de medidas contra a guerra fiscal e que favoreçam a renegociação da dívida dos Estados.

Desculpa esfarrapadaQuestionado ontem no Gaúcha Atualidade sobre o caso do ministro Antonio Palocci, o presidente da Câmara, Marco Maia, alegou que não estava devidamente informado sobre as denúncias.
A justificativa para a desinformação não podia ser mais frágil: ele estava em missão oficial na Coreia do Sul.
Maia se esqueceu de que, com a internet, esse tipo de desculpa não cola. E que ele, sendo presidente da Câmara e companheiro de partido de Palocci, seria a última pessoa a alegar desinformação sobre um caso de tamanha repercussão.

Piratini entra na era digitalCom quase três meses de atraso em relação à previsão inicial, o site www.gabinetedigital.rs.gov.br entrará em funcionamento hoje com três ferramentas de comunicação. A cerimônia de lançamento do portal Gabinete Digital começa às 17h, no Piratini.
Uma das opções será um aplicativo para que qualquer pessoa faça perguntas que serão respondidas diretamente pelo governador, uma vez por mês. Será possível também votar em questões elaboradas por outros usuários.
Os temas que suscitarem maior número de dúvidas ou votos serão escolhidos para Tarso responder. A ideia é que as provocações surtam efeito administrativo, acelerem decisões do governo ou coloquem novos temas na agenda.
É inacreditável que a prefeitura da Capital tenha perdido o prazo para se habilitar aos recursos que garantiriam a construção da Praça da Juventude na Vila Bom Jesus.

Resultado surpresaA documentação sobre as irregularidades constatadas no pedágio comunitário de Portão será encaminhada hoje pela força-tarefa do Daer ao Ministério Público da cidade, que é quem deverá abrir a investigação por improbidade.
Aliás, a revelação sobre o descontrole em Portão, que se transformou no principal anúncio de quinta-feira passada, pegou de surpresa inclusive alguns integrantes da força-tarefa, que só ficaram sabendo do assunto no próprio dia da entrevista.

ALIÁS
O escândalo de Santa Catarina deve servir de alerta para que se faça, em todo o país, uma devassa nas aposentadorias por invalidez concedidas a pessoas saudáveis com base em laudos fraudulentos.

Mais espaçoEstá nos planos do governo reformar o Centro Administrativo.
" Há um diagnóstico preliminar que aponta que poderíamos estar recebendo mais 1,4 mil servidores dentro daquele mesmo espaço " disse a secretária da Administração, Stela Farias.
Que o Centro Administrativo precisa de reformas, é voz corrente há muito tempo. O que não está comprovado é que o Estado precise de mais funcionários naquele prédio.
Stela disse ao jornalista André Machado que os 4 mil servidores nomeados na gestão de Yeda Crusius serão poucos se comparados às nomeações previstas até o final do governo de Tarso (leia a íntegra em www.esquinademocratica.com.br).
Antes de pensar em nomear novos servidores, o governo precisa se certificar de que todos estão cumprindo a jornada de trabalho para a qual foram contratados.

MIRANTE
O presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr., vai participar hoje da reunião ordinária da bancada do PDT. No cardápio do almoço, os projetos de sustentabilidade financeira do governo, que deverão ser protocolados na Assembleia amanhã. A ideia é debater cada uma das medidas e afinar o discurso.
Correção: a campanha pela transparência nos incentivos fiscais será lançada amanhã, às 18h, na sede da Escola Superior da Magistratura, e não hoje como publicado na edição de ontem.

Colaborou Aline Mendes