ZERO HORA - 16/04
A moça me escreveu do Rio de Janeiro, onde recentemente havia prestado concurso para um banco. Estava indignada, pois uma das questões da prova era de interpretação de texto – um texto meu – e ela não se conformava de ter errado. Havia marcado alternativa A, e o gabarito acusava que a resposta correta era a D. Ela me enviou a questão e perguntou: estou tão louca assim?
Nada louca. Eu teria marcado a questão A também, mas interpretação de texto é das coisas mais subjetivas que existe, não entendo como ainda consta de provas. Que em sala de aula se discuta o assunto, está certo, mas provas são eliminatórias, e a chance de se promover uma injustiça é grande. A moça que me escreveu foi injustiçada, assim como vários colegas dela que também não marcaram a resposta que a banca elegeu como a correta.
Lamento esses transtornos, mas ao mesmo tempo vibro quando me vejo inserida na sociedade por vias assim pitorescas. Inúmeras ocasiões profissionais me trouxeram orgulho – sessões de autógrafos, adaptações de teatro, palestras – mas é completamente diferente quando você se depara, por exemplo, com seu nome numa revista de palavras cruzadas, o que também já aconteceu. Virar desafio de palavras cruzadas, assim como motivar questões de provas, me faz sentir a própria Valesca Popozuda. É sinal de que você caiu na boca do povo. No melhor sentido.
Se já vivi essas duas experiências, digamos, mais populares, agora cheguei lá: meu nome está na letra de um hit da banda Bochincho. Você não conhece a banda Bochincho? Somos dois alienados, eu também não conhecia. Bochincho é um grupo de fandango que acaba de lançar a música Tá Querendo eu Dou. Narra a história de uma menina que se faz de grande coisa, mas está longe disso. Diz a letra: “Eu chamo no bate-papo/ Ela paga de santinha/ Frase de Martha Medeiros/Fazendo o tipo certinho/ Mas no fundo é bandida/ E não rola nada sério”.
Não é um poema?
Ok, sem gozação. Uma ouvinte de rádio escutou a música e logo me comunicou por e-mail, não sem antes alertar de que talvez eu me chateasse. Ora, por que iria me chatear? Achei divertido. Pouco importa que não seja o tipo de som que eu costume ouvir, o que vale é a farra, o inusitado, a graça da coisa. O fato de a personagem da música querer se passar por certinha e me citar para conseguir isso é um caso a ser levado para a terapia.
Para a minha terapia. Ando mesmo sem assunto no divã, então esse viria a calhar: quanto me vale essa imagem de “certinha”? Não seria um cárcere privado? Acho bem saudável possuir um lado fandangueiro também, já que no céu só o que se ouve são violinos e harpas, e ninguém quer pegar no sono tão cedo. Um arrasta-pé no inferno, vez que outra, não há de manchar severamente meu currículo.
quarta-feira, abril 16, 2014
CPI necessária - MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 16/04
O depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster, serviu para reforçar a necessidade da CPI pedida pela oposição, em vez de desanuviar o ambiente político, como pretendia o Palácio do Planalto. Ela confirmou que um mau negócio foi autorizado pelo conselho da empresa sem que seus membros tivessem os dados completos para analisar.
Ao admitir que o prejuízo da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, foi de US$ 500 milhões, Graça só complementou com números o sincericídio da presidente Dilma, que havia admitido semanas antes que desconhecia duas cláusulas contratuais que considerou danosas aos interesses da Petrobras: a que obrigava uma das partes a comprar os demais 50% da companhia em caso de litígio, e a que garantia à vendedora um rendimento fixo ao ano próximo a 7%, independentemente dos resultados.
Não foi à toa que as ações da Petrobras começaram a cair na Bolsa de SP durante o depoimento no Senado. É preciso saber por que um mau negócio foi feito com documentos falhos, e a quem interessou no momento levar o conselho da Petrobras a tomar decisão errada.
É preciso esclarecer também por que diretores nomeados por pressões políticas foram responsáveis por decisões tão delicadas. O governo Dilma tenta se livrar de culpa, mas leva à suspeição de que pelo menos em gestões anteriores, no governo Lula, a política dominou as ações dentro da Petrobras.
Graça garantiu que em sua gestão não há diretores nomeados por critérios políticos, que todos são técnicos reconhecidos na empresa e no mercado profissional. Que assim seja. Mas é preciso que a CPI investigue desde quando, e até quando, as decisões políticas prevaleceram na empresa, e suas consequências.
O ex-diretor Paulo Roberto Costa, por exemplo, está preso e será indiciado por diversos crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha. É preciso investigar com independência para saber desde quando ele atuava nesses ramos, e que outros prejuízos causou à Petrobras.
Sabe-se que o indigitado diretor estava anteriormente em situação peculiar na empresa, encostado em cargo desimportante justamente porque era reconhecido no meio em que trabalhava como não confiável.
Por que o presidente José Gabrielli, ao assumir, saído de uma escolha petista, retirou-o do limbo para colocá-lo na importante Diretoria de Operações?
Outro caso intrigante, para dizer o mínimo, é o de outro diretor, Nestor Cerveró, demitido nada menos que oito anos depois dos fatos ocorridos. Ele foi o autor do relatório tecnicamente falho que levou o conselho da Petrobras, presidido pela então ministra Dilma Rousseff, e composto por empresários do porte de Jorge Gerdau e Fabio Barbosa, a tomar a decisão errada.
Quando se descobriu, dois anos depois, que a cláusula de obrigatoriedade de compra da outra metade da refinaria seria prejudicial à Petrobras, Cerveró foi punido, segundo explicou ontem Graça: foi transferido para a Diretoria Financeira da Petrobras Distribuidora.
Que poderes tinha Cerveró, ou seu padrinho, para protegê-lo dessa maneira, contra todas as evidências? Como se vê, a necessidade de uma CPI independente só fez aumentar depois que a presidente da Petrobras esteve no Senado tentando acalmar os ânimos.
A renúncia da renúncia
Não é a primeira vez em que alguém do PT renuncia a uma renúncia anunciada. Depois de ter renunciado irrevogavelmente à liderança do partido no Senado, pelo apoio do Planalto ao então presidente do Senado, José Sarney, que respondia a um processo, o hoje ministro Aloizio Mercadante deu o dito por não dito após uma conversa com o presidente Lula.
Ontem foi a vez do ainda deputado federal André Vargas, mas sua renúncia atende a seus interesses próprios, e não aos do PT. Acontece que a Constituição determina que a renúncia de um parlamentar não encerra o processo de cassação de mandato a que ele responde.
Essa emenda, de 1994, foi aprovada para impedir que o sujeito escapasse da cassação e pudesse se candidatar de novo na eleição seguinte. Com a Lei da Ficha Limpa, de 2010, essa decisão tornou-se inócua, pois o parlamentar nessa condição fica inelegível por oito anos.
Como sua renúncia não traria benefício, Vargas resolveu tentar a sorte e permanecer no posto, lutando por sua absolvição, mesmo que pareça impossível.
Pior para o PT, que sangrará junto com o ex-vice-presidente da Câmara por mais tempo.
Ao admitir que o prejuízo da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, foi de US$ 500 milhões, Graça só complementou com números o sincericídio da presidente Dilma, que havia admitido semanas antes que desconhecia duas cláusulas contratuais que considerou danosas aos interesses da Petrobras: a que obrigava uma das partes a comprar os demais 50% da companhia em caso de litígio, e a que garantia à vendedora um rendimento fixo ao ano próximo a 7%, independentemente dos resultados.
Não foi à toa que as ações da Petrobras começaram a cair na Bolsa de SP durante o depoimento no Senado. É preciso saber por que um mau negócio foi feito com documentos falhos, e a quem interessou no momento levar o conselho da Petrobras a tomar decisão errada.
É preciso esclarecer também por que diretores nomeados por pressões políticas foram responsáveis por decisões tão delicadas. O governo Dilma tenta se livrar de culpa, mas leva à suspeição de que pelo menos em gestões anteriores, no governo Lula, a política dominou as ações dentro da Petrobras.
Graça garantiu que em sua gestão não há diretores nomeados por critérios políticos, que todos são técnicos reconhecidos na empresa e no mercado profissional. Que assim seja. Mas é preciso que a CPI investigue desde quando, e até quando, as decisões políticas prevaleceram na empresa, e suas consequências.
O ex-diretor Paulo Roberto Costa, por exemplo, está preso e será indiciado por diversos crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha. É preciso investigar com independência para saber desde quando ele atuava nesses ramos, e que outros prejuízos causou à Petrobras.
Sabe-se que o indigitado diretor estava anteriormente em situação peculiar na empresa, encostado em cargo desimportante justamente porque era reconhecido no meio em que trabalhava como não confiável.
Por que o presidente José Gabrielli, ao assumir, saído de uma escolha petista, retirou-o do limbo para colocá-lo na importante Diretoria de Operações?
Outro caso intrigante, para dizer o mínimo, é o de outro diretor, Nestor Cerveró, demitido nada menos que oito anos depois dos fatos ocorridos. Ele foi o autor do relatório tecnicamente falho que levou o conselho da Petrobras, presidido pela então ministra Dilma Rousseff, e composto por empresários do porte de Jorge Gerdau e Fabio Barbosa, a tomar a decisão errada.
Quando se descobriu, dois anos depois, que a cláusula de obrigatoriedade de compra da outra metade da refinaria seria prejudicial à Petrobras, Cerveró foi punido, segundo explicou ontem Graça: foi transferido para a Diretoria Financeira da Petrobras Distribuidora.
Que poderes tinha Cerveró, ou seu padrinho, para protegê-lo dessa maneira, contra todas as evidências? Como se vê, a necessidade de uma CPI independente só fez aumentar depois que a presidente da Petrobras esteve no Senado tentando acalmar os ânimos.
A renúncia da renúncia
Não é a primeira vez em que alguém do PT renuncia a uma renúncia anunciada. Depois de ter renunciado irrevogavelmente à liderança do partido no Senado, pelo apoio do Planalto ao então presidente do Senado, José Sarney, que respondia a um processo, o hoje ministro Aloizio Mercadante deu o dito por não dito após uma conversa com o presidente Lula.
Ontem foi a vez do ainda deputado federal André Vargas, mas sua renúncia atende a seus interesses próprios, e não aos do PT. Acontece que a Constituição determina que a renúncia de um parlamentar não encerra o processo de cassação de mandato a que ele responde.
Essa emenda, de 1994, foi aprovada para impedir que o sujeito escapasse da cassação e pudesse se candidatar de novo na eleição seguinte. Com a Lei da Ficha Limpa, de 2010, essa decisão tornou-se inócua, pois o parlamentar nessa condição fica inelegível por oito anos.
Como sua renúncia não traria benefício, Vargas resolveu tentar a sorte e permanecer no posto, lutando por sua absolvição, mesmo que pareça impossível.
Pior para o PT, que sangrará junto com o ex-vice-presidente da Câmara por mais tempo.
A gravidade da crise no IBGE - EDITORIAL O GLOBO
O GLOBO - 16/04
Seria inaceitável a entidade seguir o destino do congênere argentino Indec, subjugado aos interesses do governo de Cristina K, a ponto de falsificar índices de inflação
A experiência desaconselha misturar interesses político-partidários com instituições públicas de pesquisa, entre outras. Como prova, aí está o problema criado pela senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) — aguerrida defensora do governo Dilma, de quem foi ministra-chefe da Casa Civil — com o corpo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entidade respeitável do Estado brasileiro. A polêmica trata de parte da nova pesquisa por amostra de domicílios, a “Pnad Contínua", importante aperfeiçoamento na apuração de indicadores sócio-econômicos no Brasil, por ser aplicada num universo bem mais amplo que a conhecida Pnad. Ao abranger 3.500 dos 5.700 municípios, ela garante informações mais precisas.
A questão é que sairão da nova Pnad os dados regionais de renda para efeito de cálculo dos novos parâmetros aos quais se subordinará a distribuição dos recursos do fundo de participação de estados e municípios — um assunto crucial para governadores e prefeitos.
O problema começou quando a senadora colocou sob suspeita a capacidade de o IBGE fornecer informações de qualidade para a recalibragem do fundo de participações, e nos prazos legais. O conselho diretor do IBGE suspendeu a Pnad Contínua, jogando sua retomada para 2015 — depois das eleições. De maneira compreensível, a diretora do IBGE Marcia Quintslr se exonerou, sendo acompanhada por técnicos. Entende-se o gesto como pertinente ação cautelar diante de precedentes de interferência político-partidária. O exemplo mais conhecido é a ingerência de frações petistas no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também estatal, durante um certo período, quando chegou a haver uma caça ideológica às bruxas. Seu presidente à época, o economista Márcio Pochmann, depois candidatou-se pelo partido, sem êxito, à prefeitura de Campinas.
Foi lógico relacionar a ação da senadora ao fato de a Pnad Contínua, por características técnicas, mostrar um índice de desemprego diferente daquele que é divulgado mensalmente. Mesmo que os números não possam ser comparados, os 7% de desemprego da nova pesquisa desagradam os marqueteiros da campanha de Dilma, já certamente com peças de propaganda nas gavetas para exaltar o índice de 5% apurado pelo indicador velho, em apenas seis regiões metropolitanas.
O clima ontem à tarde era de desanuviamento. Os técnicos tratam de reformular o esquema de trabalho, para a Pnad Contínua fornecer os dados de renda regionais nos prazos legais, enquanto a ministra do Planejamento, Míriam Belchior, considera tudo um mal-entendido e reafirma que o instituto tem total autonomia operacional.
Melhor assim. Seria inaceitável o IBGE seguir o destino do congênere argentino Indec, subjugado aos interesses do governo de Cristina K, a ponto de falsificar as taxas oficiais de inflação. Como Casa Rosada e Planalto têm preocupantes afinidades, é preciso manter-se vigilante.
Seria inaceitável a entidade seguir o destino do congênere argentino Indec, subjugado aos interesses do governo de Cristina K, a ponto de falsificar índices de inflação
A experiência desaconselha misturar interesses político-partidários com instituições públicas de pesquisa, entre outras. Como prova, aí está o problema criado pela senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) — aguerrida defensora do governo Dilma, de quem foi ministra-chefe da Casa Civil — com o corpo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entidade respeitável do Estado brasileiro. A polêmica trata de parte da nova pesquisa por amostra de domicílios, a “Pnad Contínua", importante aperfeiçoamento na apuração de indicadores sócio-econômicos no Brasil, por ser aplicada num universo bem mais amplo que a conhecida Pnad. Ao abranger 3.500 dos 5.700 municípios, ela garante informações mais precisas.
A questão é que sairão da nova Pnad os dados regionais de renda para efeito de cálculo dos novos parâmetros aos quais se subordinará a distribuição dos recursos do fundo de participação de estados e municípios — um assunto crucial para governadores e prefeitos.
O problema começou quando a senadora colocou sob suspeita a capacidade de o IBGE fornecer informações de qualidade para a recalibragem do fundo de participações, e nos prazos legais. O conselho diretor do IBGE suspendeu a Pnad Contínua, jogando sua retomada para 2015 — depois das eleições. De maneira compreensível, a diretora do IBGE Marcia Quintslr se exonerou, sendo acompanhada por técnicos. Entende-se o gesto como pertinente ação cautelar diante de precedentes de interferência político-partidária. O exemplo mais conhecido é a ingerência de frações petistas no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também estatal, durante um certo período, quando chegou a haver uma caça ideológica às bruxas. Seu presidente à época, o economista Márcio Pochmann, depois candidatou-se pelo partido, sem êxito, à prefeitura de Campinas.
Foi lógico relacionar a ação da senadora ao fato de a Pnad Contínua, por características técnicas, mostrar um índice de desemprego diferente daquele que é divulgado mensalmente. Mesmo que os números não possam ser comparados, os 7% de desemprego da nova pesquisa desagradam os marqueteiros da campanha de Dilma, já certamente com peças de propaganda nas gavetas para exaltar o índice de 5% apurado pelo indicador velho, em apenas seis regiões metropolitanas.
O clima ontem à tarde era de desanuviamento. Os técnicos tratam de reformular o esquema de trabalho, para a Pnad Contínua fornecer os dados de renda regionais nos prazos legais, enquanto a ministra do Planejamento, Míriam Belchior, considera tudo um mal-entendido e reafirma que o instituto tem total autonomia operacional.
Melhor assim. Seria inaceitável o IBGE seguir o destino do congênere argentino Indec, subjugado aos interesses do governo de Cristina K, a ponto de falsificar as taxas oficiais de inflação. Como Casa Rosada e Planalto têm preocupantes afinidades, é preciso manter-se vigilante.
Para cima - e para baixo - EDITORIAL O ESTADÃO
O Estado de S.Paulo - 16/04
É velho como a linguagem humana o ardil de pôr na boca do outro palavras que ele jamais disse, para abafar aquelas, de fato proferidas, que não se conseguem contestar. A falsificação dos argumentos alheios visa a virar o fio do debate a fim de que o falsário se desvencilhe de sua posição claramente insustentável, na esperança de empurrar o adversário para a defensiva. Em ambientes polidos, chama-se a isso desonestidade intelectual. No léxico da atualidade política brasileira, o nome da manobra é mais rombudo: ir para cima.
Foi o que o ex-presidente Lula ordenou ao PT e à sucessora Dilma Rousseff para exorcizar as turbulências que se acumulam ao seu redor, ameaçando estilhaçar a fantasia de que a reeleição eram favas contadas. Já não bastassem a inflação, o desempenho capenga da economia e o desejo de mudança em geral compartilhado, segundo as pesquisas, por 7 em cada 10 eleitores, as entranhas entrevistas da compra da Refinaria de Pasadena, envolvendo pessoalmente a chefe do governo em momentos distintos, terminaram por desencadear a chamada tempestade perfeita sobre o Planalto petista.
A primeira ida para cima da presidente foi a declaração de que não recuaria um milímetro da "disputa política" - como aludiu à iniciativa da oposição de criar uma CPI sobre Pasadena e outras histórias mal contadas que forram a caixa-preta da Petrobrás. A "disputa política" foi parar no STF. O problema, para o governo, é que três dias depois de tudo começar, com Dilma dando a sua versão sobre o que a fez apoiar, em 2006, a compra da refinaria, a Polícia Federal prendeu um ex-funcionário graduado da estatal, Paulo Roberto Costa, suspeito de ligações com um amplo esquema de lavagem de dinheiro.
A partir daí a imprensa começou a desembaraçar o novelo de suas relações com a empresa onde ainda conservava suficiente influência para beneficiar fornecedoras que contribuiriam para os partidos que ele indicasse. O noticiário e sua ampla repercussão levaram Dilma a ir de novo para cima - e para baixo. Na segunda-feira, em um evento no Porto de Suape, em Pernambuco, ela denunciou o que seria uma "campanha negativa" contra a Petrobrás, motivada pelo alegado intento oposicionista de destruí-la para promover a sua privatização. A teoria conspiratória não tem fundamento.
É fato que, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique - mas não com o seu endosso, ao que se saiba - setores do PSDB flertaram com a eventualidade de incluir a petroleira no programa de desestatização da economia. Embora a ideia não tivesse prosperado, o PT a usou como cavalo de batalha na campanha de 2006 contra o candidato tucano Geraldo Alckmin. Agora, ao atribuir à oposição o que nenhum de seus líderes nem sequer insinua, Dilma não apenas tenta situá-la na contramão do sentimento nacional, mas, principalmente, acobertar o descalabro em que o PT mergulhou a maior empresa do País.
A derrocada inclui, mas está longe de se limitar às "ações individuais e pontuais, mesmo que graves", a que a presidente quer confinar a crise na Petrobrás. De má-fé, por sinal, acusou os adversários de "esconder" que em 2003, quando Lula assumiu, a petroleira valia US$ 15 bilhões, e hoje vale US$ 98 bilhões. Ela, sim, escondeu que, em 2010, a empresa chegou a valer US$ 228 bilhões. Nenhuma palavra, tampouco, sobre o fato de ter mandado a Petrobrás vender gasolina por menos do que pagou por ela no exterior, porque, a exemplo do que se fez no regime militar, o governo manipula o preço do combustível para segurar a inflação.
Pelo mesmo motivo, está destruindo o setor do etanol, sem condições de competir na bomba com a gasolina subsidiada. Em nada se distinguindo de Lula, a começar do macacão alaranjado que ela e a presidente da estatal, Graça Foster, envergavam, Dilma dispensou-se, na sua diatribe, de falar da queda do ritmo da exploração e da extração de petróleo no País porque, com o caixa no osso, a Petrobrás não consegue bancar os 30% do custo das operações que a lei passou a lhe impor, para assegurar a sua prevalência nas parcerias que viesse a formar.
Não foi a oposição, mas o governo que levou ao buraco a empresa "que nosso povo construiu com tanto suor e lágrimas".
É velho como a linguagem humana o ardil de pôr na boca do outro palavras que ele jamais disse, para abafar aquelas, de fato proferidas, que não se conseguem contestar. A falsificação dos argumentos alheios visa a virar o fio do debate a fim de que o falsário se desvencilhe de sua posição claramente insustentável, na esperança de empurrar o adversário para a defensiva. Em ambientes polidos, chama-se a isso desonestidade intelectual. No léxico da atualidade política brasileira, o nome da manobra é mais rombudo: ir para cima.
Foi o que o ex-presidente Lula ordenou ao PT e à sucessora Dilma Rousseff para exorcizar as turbulências que se acumulam ao seu redor, ameaçando estilhaçar a fantasia de que a reeleição eram favas contadas. Já não bastassem a inflação, o desempenho capenga da economia e o desejo de mudança em geral compartilhado, segundo as pesquisas, por 7 em cada 10 eleitores, as entranhas entrevistas da compra da Refinaria de Pasadena, envolvendo pessoalmente a chefe do governo em momentos distintos, terminaram por desencadear a chamada tempestade perfeita sobre o Planalto petista.
A primeira ida para cima da presidente foi a declaração de que não recuaria um milímetro da "disputa política" - como aludiu à iniciativa da oposição de criar uma CPI sobre Pasadena e outras histórias mal contadas que forram a caixa-preta da Petrobrás. A "disputa política" foi parar no STF. O problema, para o governo, é que três dias depois de tudo começar, com Dilma dando a sua versão sobre o que a fez apoiar, em 2006, a compra da refinaria, a Polícia Federal prendeu um ex-funcionário graduado da estatal, Paulo Roberto Costa, suspeito de ligações com um amplo esquema de lavagem de dinheiro.
A partir daí a imprensa começou a desembaraçar o novelo de suas relações com a empresa onde ainda conservava suficiente influência para beneficiar fornecedoras que contribuiriam para os partidos que ele indicasse. O noticiário e sua ampla repercussão levaram Dilma a ir de novo para cima - e para baixo. Na segunda-feira, em um evento no Porto de Suape, em Pernambuco, ela denunciou o que seria uma "campanha negativa" contra a Petrobrás, motivada pelo alegado intento oposicionista de destruí-la para promover a sua privatização. A teoria conspiratória não tem fundamento.
É fato que, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique - mas não com o seu endosso, ao que se saiba - setores do PSDB flertaram com a eventualidade de incluir a petroleira no programa de desestatização da economia. Embora a ideia não tivesse prosperado, o PT a usou como cavalo de batalha na campanha de 2006 contra o candidato tucano Geraldo Alckmin. Agora, ao atribuir à oposição o que nenhum de seus líderes nem sequer insinua, Dilma não apenas tenta situá-la na contramão do sentimento nacional, mas, principalmente, acobertar o descalabro em que o PT mergulhou a maior empresa do País.
A derrocada inclui, mas está longe de se limitar às "ações individuais e pontuais, mesmo que graves", a que a presidente quer confinar a crise na Petrobrás. De má-fé, por sinal, acusou os adversários de "esconder" que em 2003, quando Lula assumiu, a petroleira valia US$ 15 bilhões, e hoje vale US$ 98 bilhões. Ela, sim, escondeu que, em 2010, a empresa chegou a valer US$ 228 bilhões. Nenhuma palavra, tampouco, sobre o fato de ter mandado a Petrobrás vender gasolina por menos do que pagou por ela no exterior, porque, a exemplo do que se fez no regime militar, o governo manipula o preço do combustível para segurar a inflação.
Pelo mesmo motivo, está destruindo o setor do etanol, sem condições de competir na bomba com a gasolina subsidiada. Em nada se distinguindo de Lula, a começar do macacão alaranjado que ela e a presidente da estatal, Graça Foster, envergavam, Dilma dispensou-se, na sua diatribe, de falar da queda do ritmo da exploração e da extração de petróleo no País porque, com o caixa no osso, a Petrobrás não consegue bancar os 30% do custo das operações que a lei passou a lhe impor, para assegurar a sua prevalência nas parcerias que viesse a formar.
Não foi a oposição, mas o governo que levou ao buraco a empresa "que nosso povo construiu com tanto suor e lágrimas".
Descaso olímpico - EDITORIAL FOLHA DE SP
FOLHA DE SP - 16/04
Não é só com a conclusão de estádios e obras de infraestrutura para a Copa do Mundo que o brasileiro tem razão de preocupar-se, uma vez que a abertura se dará em 12 de junho num estádio ainda inacabado. Há motivo também para inquietar-se com a letárgica preparação dos primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul.
O prazo dado ao Rio de Janeiro é menos premente, por certo. A competição só ocorrerá em meados de 2016. Mas para preparar a Copa havia quase sete anos disponíveis, e mesmo assim o país vai entregar tudo --em verdade, menos que o previsto-- em cima da hora.
Na semana passada, a maior parte dos 28 diretores de federações de modalidades olímpicas reunidos na Turquia criticou o andamento das obras e manifestou preocupação com os Jogos do Rio. Houve até quem pedisse um plano de sede alternativa, para o caso de as instalações cariocas não serem entregues a tempo.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou em seguida uma espécie de intervenção nos trabalhos de organização do evento. Além de contratar um gerente local para acompanhar de perto as obras, a entidade aumentará a frequência de visitas do diretor-executivo ao Rio, criará um grupo para decisões de alto nível e ampliará o envolvimento das federações internacionais nos preparativos dos brasileiros.
A manobra é algo mais sutil que o "cartão amarelo" dado em 2000 a Atenas, cidade-sede dos Jogos em 2004, pelo então presidente do COI, Juan Samaranch. Espera-se que, com maior supervisão e interferência internacionais, as construções olímpicas no Rio enfim ganhem ritmo.
Embora anunciada como anfitriã da competição em 2009, a capital fluminense nem mesmo deu a largada nos trabalhos do complexo de Deodoro, onde serão disputadas competições de oito modalidades. No Parque Olímpico da Barra da Tijuca, as obras avançam de maneira lenta e enfrentaram greves nos últimos dias.
Lamenta-se que a matriz de responsabilidades --documento que oficializa as obrigações do comitê organizador e dos governos federal, estadual e municipal-- e o orçamento final da competição continuem em aberto.
Não é preciso recorrer a exemplos estrangeiros para precaver-se contra desvios de verbas e corrupção propiciados pelos atrasos. O grande legado do Pan-Americano do Rio, em 2007, foi um sem-fim de irregularidades. Que o saldo da Olimpíada, agora sob supervisão internacional, seja outro.
O prazo dado ao Rio de Janeiro é menos premente, por certo. A competição só ocorrerá em meados de 2016. Mas para preparar a Copa havia quase sete anos disponíveis, e mesmo assim o país vai entregar tudo --em verdade, menos que o previsto-- em cima da hora.
Na semana passada, a maior parte dos 28 diretores de federações de modalidades olímpicas reunidos na Turquia criticou o andamento das obras e manifestou preocupação com os Jogos do Rio. Houve até quem pedisse um plano de sede alternativa, para o caso de as instalações cariocas não serem entregues a tempo.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou em seguida uma espécie de intervenção nos trabalhos de organização do evento. Além de contratar um gerente local para acompanhar de perto as obras, a entidade aumentará a frequência de visitas do diretor-executivo ao Rio, criará um grupo para decisões de alto nível e ampliará o envolvimento das federações internacionais nos preparativos dos brasileiros.
A manobra é algo mais sutil que o "cartão amarelo" dado em 2000 a Atenas, cidade-sede dos Jogos em 2004, pelo então presidente do COI, Juan Samaranch. Espera-se que, com maior supervisão e interferência internacionais, as construções olímpicas no Rio enfim ganhem ritmo.
Embora anunciada como anfitriã da competição em 2009, a capital fluminense nem mesmo deu a largada nos trabalhos do complexo de Deodoro, onde serão disputadas competições de oito modalidades. No Parque Olímpico da Barra da Tijuca, as obras avançam de maneira lenta e enfrentaram greves nos últimos dias.
Lamenta-se que a matriz de responsabilidades --documento que oficializa as obrigações do comitê organizador e dos governos federal, estadual e municipal-- e o orçamento final da competição continuem em aberto.
Não é preciso recorrer a exemplos estrangeiros para precaver-se contra desvios de verbas e corrupção propiciados pelos atrasos. O grande legado do Pan-Americano do Rio, em 2007, foi um sem-fim de irregularidades. Que o saldo da Olimpíada, agora sob supervisão internacional, seja outro.
COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO
“Quem está mentindo? O governo ou a imprensa?”
Mário Couto (PSDB-PA), ao questionar a presidente da Petrobras, Graça Foster
ARAPONGAGEM DE SAIA: MULHER DEVE CHEFIAR ABIN
Para agradar a presidente Dilma, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general José Elito, deve substituir o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, por Luely Moreira Rodrigues, ex-diretora da Escola de Inteligência da Abin. Trezza deve deixar o cargo assim que acabar a Copa, cujo planejamento de inteligência já foi concluído.
NÃO LARGA O OSSO
O projeto de Wilson Trezza, segundo amigos dele, é a Autoridade Pública Olímpica (APO) na organização dos Jogos do Rio, em 2016.
CONCENTRAÇÃO
Esta Coluna antecipou a intenção da Abin de concentrar seus esforços na Olimpíada de 2016, já que o trabalho da agência na Copa “acabou”.
OLHA O NÍVEL...
Foster desmentiu o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, de que comprar Pasadena foi “ótimo negócio”. Imagina a reunião de diretoria...
PERGUNTA NA PETROBRAS
Difícil saber quem saiu pior na audiência no Senado sobre a Petrobras: Foster respondendo ou a maioria dos senadores perguntando?
MARINHA ESTÁ COM MEDO DOS TRAFICANTES NO RIO
O Comando da Marinha carioca teme não poder se defender dos traficantes da Ilha do Governador (RJ) e orientou fuzileiros de folga a não portar documentos militares, para evitar a fácil identificação. Os marginais do tráfico têm obrigado moradores e comerciantes da região a informá-los assim que avistarem fuzileiros desarmados para o envio imediato de uma “equipe de extermínio” fortemente armada.
RISCO TOTAL
Em situação de risco, integrantes das Forças Armadas são treinados a atirar, não a prender, como a polícia. E traficantes querem vingança.
COMO POLÍCIA
A ordem dos traficantes que comandam a Ilha do Governador é que, a partir de agora, os militares serão tratados como policiais e liquidados.
O CABELO ENTREGA
Um dono de bar identificou fuzileiros pelo corte de cabelo e os mandou embora explicando que não queria seguir ordens do “governo paralelo”.
MAU SINAL
A última pesquisa, onde a presidente Dilma apresentou queda de seis pontos, acendeu sinal amarelo no PMDB. Reza a história que nenhum governante abaixo dos 35% de intenção de voto conseguiu se reeleger.
FICOU EVIDENTE
Socialistas reclamaram que o discurso do governador Ricardo Coutinho (PSB-PB) no pré-lançamento de Eduardo Campos (PSB-PE) só jogou luz na ausência de Renato Casagrande (ES) e Camilo Capiberibe (AP).
ROLANDO O LERO
A presidente da Petrobras, Graça Foster, negou qualquer contrato entre seu marido e a estatal, mas não explicou as 42 “pequenas compras de componentes” entre 2005 e 2010, na A C. Foster, empresa do maridão. Metade não foi licitada e compra confirmada pela estatal.
SER OU NÃO SER
Eduardo Campos convidou Márcio França (PSB), pré-candidato ao governo de SP contra a vontade de Marina Silva, para participar da coordenação de sua campanha nacional a presidente.
MUNDO DÁ VOLTAS
Nomeado por Ricardo Izar no processo contra José Dirceu em 2005, Júlio Delgado (PSB-MG) viu o destino se repetir ao ser sorteado por Ricardo Izar Junior (PSD-SP) para relatar cassação de André Vargas.
COZINHANDO COM DILMA
As cozinhas das residências oficiais do Palácio da Alvorada e a Granja do Torto receberão banho de loja de até R$ 66,3 mil, com 40 açucareiros, 10 panelas de pressão, 12 frigideiras, 18 assadeiras e outros apetrechos.
ESSE CARA SOU EU
O senador Roberto Requião (PR) tem dito para membros da Executiva Nacional do PMDB que está com o discurso pronto, caso o partido desembarque da aliança com Dilma e decida por candidatura própria.
A COISA TÁ FEIA
Não é por acaso que o ministro Guido Mantega (Fazenda) se trumbica, na economia e na educação. Há partes do site do ministério sem qualquer atualização há quase um ano.
PENSANDO BEM...
...significativo o depoimento da presidente da Petrobras às vésperas da Semana Santa: afinal, alguém terá que ser crucificado até sexta-feira.
PODER SEM PUDOR
DADO COMO LIDO
Ex-governador de Alagoas, Silvestre Péricles era maluco mas tinha uns repentes engraçados. Certo dia, ele almoçava com lideranças do interior e não via a hora de ir embora, porque tinha compromissos importantes na capital. De repente, o anfitrião sacou um calhamaço de folhas e se levantou. Era a hora do discurso. Silvestre estremeceu:
- Isso tudo é uma saudação para mim?
- Sim, senhor governador.
Silvestre, ágil, arrancou o "improviso" das mãos do homem e dispensou:
- Deixa que eu leio durante a viagem de volta.
E foi embora.
Mário Couto (PSDB-PA), ao questionar a presidente da Petrobras, Graça Foster
ARAPONGAGEM DE SAIA: MULHER DEVE CHEFIAR ABIN
Para agradar a presidente Dilma, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general José Elito, deve substituir o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, por Luely Moreira Rodrigues, ex-diretora da Escola de Inteligência da Abin. Trezza deve deixar o cargo assim que acabar a Copa, cujo planejamento de inteligência já foi concluído.
NÃO LARGA O OSSO
O projeto de Wilson Trezza, segundo amigos dele, é a Autoridade Pública Olímpica (APO) na organização dos Jogos do Rio, em 2016.
CONCENTRAÇÃO
Esta Coluna antecipou a intenção da Abin de concentrar seus esforços na Olimpíada de 2016, já que o trabalho da agência na Copa “acabou”.
OLHA O NÍVEL...
Foster desmentiu o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, de que comprar Pasadena foi “ótimo negócio”. Imagina a reunião de diretoria...
PERGUNTA NA PETROBRAS
Difícil saber quem saiu pior na audiência no Senado sobre a Petrobras: Foster respondendo ou a maioria dos senadores perguntando?
MARINHA ESTÁ COM MEDO DOS TRAFICANTES NO RIO
O Comando da Marinha carioca teme não poder se defender dos traficantes da Ilha do Governador (RJ) e orientou fuzileiros de folga a não portar documentos militares, para evitar a fácil identificação. Os marginais do tráfico têm obrigado moradores e comerciantes da região a informá-los assim que avistarem fuzileiros desarmados para o envio imediato de uma “equipe de extermínio” fortemente armada.
RISCO TOTAL
Em situação de risco, integrantes das Forças Armadas são treinados a atirar, não a prender, como a polícia. E traficantes querem vingança.
COMO POLÍCIA
A ordem dos traficantes que comandam a Ilha do Governador é que, a partir de agora, os militares serão tratados como policiais e liquidados.
O CABELO ENTREGA
Um dono de bar identificou fuzileiros pelo corte de cabelo e os mandou embora explicando que não queria seguir ordens do “governo paralelo”.
MAU SINAL
A última pesquisa, onde a presidente Dilma apresentou queda de seis pontos, acendeu sinal amarelo no PMDB. Reza a história que nenhum governante abaixo dos 35% de intenção de voto conseguiu se reeleger.
FICOU EVIDENTE
Socialistas reclamaram que o discurso do governador Ricardo Coutinho (PSB-PB) no pré-lançamento de Eduardo Campos (PSB-PE) só jogou luz na ausência de Renato Casagrande (ES) e Camilo Capiberibe (AP).
ROLANDO O LERO
A presidente da Petrobras, Graça Foster, negou qualquer contrato entre seu marido e a estatal, mas não explicou as 42 “pequenas compras de componentes” entre 2005 e 2010, na A C. Foster, empresa do maridão. Metade não foi licitada e compra confirmada pela estatal.
SER OU NÃO SER
Eduardo Campos convidou Márcio França (PSB), pré-candidato ao governo de SP contra a vontade de Marina Silva, para participar da coordenação de sua campanha nacional a presidente.
MUNDO DÁ VOLTAS
Nomeado por Ricardo Izar no processo contra José Dirceu em 2005, Júlio Delgado (PSB-MG) viu o destino se repetir ao ser sorteado por Ricardo Izar Junior (PSD-SP) para relatar cassação de André Vargas.
COZINHANDO COM DILMA
As cozinhas das residências oficiais do Palácio da Alvorada e a Granja do Torto receberão banho de loja de até R$ 66,3 mil, com 40 açucareiros, 10 panelas de pressão, 12 frigideiras, 18 assadeiras e outros apetrechos.
ESSE CARA SOU EU
O senador Roberto Requião (PR) tem dito para membros da Executiva Nacional do PMDB que está com o discurso pronto, caso o partido desembarque da aliança com Dilma e decida por candidatura própria.
A COISA TÁ FEIA
Não é por acaso que o ministro Guido Mantega (Fazenda) se trumbica, na economia e na educação. Há partes do site do ministério sem qualquer atualização há quase um ano.
PENSANDO BEM...
...significativo o depoimento da presidente da Petrobras às vésperas da Semana Santa: afinal, alguém terá que ser crucificado até sexta-feira.
PODER SEM PUDOR
DADO COMO LIDO
Ex-governador de Alagoas, Silvestre Péricles era maluco mas tinha uns repentes engraçados. Certo dia, ele almoçava com lideranças do interior e não via a hora de ir embora, porque tinha compromissos importantes na capital. De repente, o anfitrião sacou um calhamaço de folhas e se levantou. Era a hora do discurso. Silvestre estremeceu:
- Isso tudo é uma saudação para mim?
- Sim, senhor governador.
Silvestre, ágil, arrancou o "improviso" das mãos do homem e dispensou:
- Deixa que eu leio durante a viagem de volta.
E foi embora.
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