quarta-feira, novembro 27, 2013

O BLOG VAI SAIR MAIS TARDE....

FUI COMEMORAR COM O BROCADOR & CIA

MENGÃO CAMPEÃO!

UM TOQUE DA TAILÂNDIA - MARTHA MEDEIROS

ZERO HORA 27/11

Passei os últimos 21 dias realizando um sonho antigo: conhecer a Tailândia e, de quebra, dar um pulinho no Camboja logo ali ao lado – ainda que seja um disparate falar em “logo ali” ao referir-se à Ásia. Acompanhada do grupo seleto comandado pelas gurias do Viajando com Arte, vivi em três semanas o que nunca imaginei possível em menos de três vidas: fiz desde um safári de elefante até rafting de jangada, fui de mergulho em alto-mar a passeio de barco por aldeias flutuantes, de luau na beira da praia a cerimônia de bênção de um monge, sem falar na apimentada aventura gastronômica e no impacto de conhecer os templos de Angkor montada numa bicicleta. Cada dia parecia possuir 40 horas, exatamente o que se deseja quando se está num ritmo frenético de trabalho, com a vantagem de o trabalho ter sido deixado pronto antes.

Os detalhes ficarão para a segunda parte de Um Lugar na Janela, relatos de viagem que um dia voltarei a publicar. Por ora, sendo o espaço curto, saliento o reencontro com algo que se tornou raro entre nós: a delicadeza.

O Oriente não grita. O Oriente sussurra.

Além de usarem um tom de voz absolutamente relaxante para nossos ouvidos estressados, nunca vi tantos sorrisos em rostos estranhos. As pessoas sorriem o tempo todo umas para as outras. Por nada. Por tudo. Trabalham sob um calor massacrante e ainda assim não se emburram, não perdem a compostura, não passam a mão na testa, parece que nada que é externo os atinge. O ar-condicionado funciona por dentro. A alma é que é climatizada.

Sua cultura não estimula o contato físico que para nós é tão normal: nem abraços, muito menos esbarrões. Não se tocam com o corpo: o contato se dá com o olhar direto e com o semblante sereno de quem, em sua infinita calma (90% da população é budista), tem tempo para ouvir os outros e para repetir informações pacientemente até que fique claro que o importante nãoé tocar, e sim trocar.

Até mesmo no apressado e caótico trânsito de Bangcoc, a coisa se resolve sem buzina.

Pessoas viajam pelo mundo para conhecer monumentos, comer, comprar. A atenção geralmente é voltada para o que se pode fotografar com a câmera e administrar com o bolso. A Tailândia e o Camboja são realmente fotogênicos. Quanto às compras, o mundo virou um supermercado gigante e o que se comercializa lá é vendido aqui também, compra-se mais por impulso do que pela novidade. O que não se globalizou (ainda) é o espírito do lugar, e isso é que verdadeiramente encanta: a reverência que não é submissão, mas respeito. O silêncio que não é timidez, mas educação. E flores e cores em abundância, que traduzem a importância do mínimo essencial: a beleza que não é vaidade, mas manifestação de amor à vida.

Impossível não voltar tocada

JFK não existiu - ROBERTO DAMATTA

O GLOBO - 27/11

O Brasil é assim: a história é reescrita de dez em dez anos (como dizia Ivan Lessa); as pessoas viram pelo avesso (quem foi censurado tem agora belos motivos para censurar) e eventos e figuras históricas simplesmente não existiram. De um lado, são tidos como heróis indisputáveis; do outro, são tidos como bandidos e reacionários. O crime desaparece com o julgamento do mesmo modo que as nuances de um vida são reduzidas a duas ou três circunstâncias. As mentiras repetidas, conforme sabiam os nazistas, canibalizam os fatos e tornam-se verdades.

No Brasil do PT ficamos habituados a tudo contra o governo ser uma conspiração e tudo a favor, revolução. Temos, como escrevi em Carnavais, Malandros e Heróis, uma ética múltipla aplicada de acordo com a pessoa e o contexto de modo que todos os fatos são duvidosos. Estamos mais perto do George Orwell do que imaginamos: quem controla o presente controla o passado.

O que li sobre os 50 anos da morte de JFK inspira-me. Eis um homem multifacetado e contraditório, mas preso a um papel exclusivo: o de presidente da República. Um papel que fecha biografias e, mesmo nos Estados Unidos, hierarquiza o seu ocupante como o "número 1", concedendo-lhe um tratamento aristocrático. Ademais, JKF foi um presidente muito jovem e por isso muito testado pelos soviéticos na crise cubana. Era um homem muito elegante e rico, um mulherengo freguês do proto-harém de Frank Sinatra e - eis um ponto crucial - ele teve morte súbita. Foi tirado da vida num papel capital por um louco que a ele se ligou pelo poder dos fracos. Num sentido preciso, JFK foi a primeira vítima da guerra que ele próprio alimentou: a "guerra fria".

Mesmo quem não simpatizava com a política externa americana, como era o meu caso, foi atingido naquele 22 de novembro de 63 pela violência que tirou JFK deste mundo, lançando-o no reinado das biografias e dos mitos. O único modo de compensar moralmente o absurdo do infortúnio era imaginar algo equivalente: no mínimo, uma conspiração. Ainda mais quando testemunhamos em preto e branco, como foi o meu caso, o assassinato do assassino.

Quando saí do meu escritório na Bow Street e fui para casa, vi pessoas chorando e outras em pleno desespero. Naquele momento, não havia mais republicanos e democratas, estudantes e pessoas comuns, consumidores e fornecedores, esquerdistas e reacionários, nacionais e estrangeiros, brancos e negros. Todos se transformaram em órfãos nacionais; em cidadãos cujo presidente foi levado pela tragédia que atingia a todos por igual.

Um colega, leitor assíduo de Lenin, declarou-se chocado e foi ele quem primeiro me falou em "terrorismo" como uma parte do arsenal dos que não tinham dúvida de que os fins justificavam os meios.

Naquele frio e escuro novembro, vi pela primeira vez a histeria coletiva fora do Brasil. O Brasil que muitos supunham histérico por natureza (e que em abril do ano seguinte mergulharia em algo semelhante, assassinando algumas de suas instituições republicanas), mostrou-se dotado de uma incrível capacidade de tolerar e esquecer o que não deveria ser tolerado ou esquecido como os crimes políticos cometidos no que chamamos de "períodos autoritários". Mas a Harvard, comedida e controlada, virou um amplo teatro de dor e angústia. Tal como vi décadas depois em Notre Dame, agora como professor e velho no 11 de setembro. O dia em que os americanos foram, pela primeira vez na sua história, atacados em seu próprio território. Tirando, é claro, a experiência sanguinária da sua Guerra Civil a qual, proporcionalmente falando, teve uma enorme, se não incomparável, magnitude.

Um outro elemento que depois de 50 anos surge com claridade no quadro social desta tragédia é que somos muitos. E JKF foi muita coisa, como descobrem esses Estados Unidos mais decepcionados consigo mesmos. Kennedy era um aventureiro sexual, acostumado a viver em mundos diversos e contraditórios. Por isso, talvez, ele tenha conseguido evitar uma guerra termonuclear a partir da crise cubana como diz de modo explícito o premier da União Soviética, Nikita Khruchev, nas suas memórias. Ali, o russo relata os esforços dos irmãos Robert e John Kennedy no sentido de evitar o pior, diante de um Fidel Castro muito justificadamente irritado e inflexível, porque para ele era óbvio que Cuba estava sendo usada como um teste para os Estados Unidos no grande confronto com a União Soviética.

A imagem de Kennedy, como a de outros heróis americanos, tem sido reavaliada com mais parcimônia e realismo. Afinal, ele foi um líder contra o bom e hoje velho e caduco comunismo e foi no seu governo que a guerra do Vietnã começou. Mas não se pode esquecer do seu papel como deflagrador do movimento dos Direitos Civis nuns Estados Unidos segregados.

Como seria o mundo sem um Kennedy é um exercício equivalente a imaginar um Brasil sem o suicídio de Vargas, a renúncia de Jânio e o Golpe Militar. Ou o Lulopetismo e figuras como José Dirceu que comandou o Brasil como o Capitão do Time do governo Lula e hoje comanda uma cela na Papuda.

Fatos, fofocas e deduções - TOSTÃO

FOLHA DE SP - 27/11

Neste mundo com excesso de informações, as fofocas são, com frequência, transformadas em fatos


É óbvio que existem falcatruas em todo o mundo. No Brasil, parecem aumentar. Ninguém é bocó, idiota, para achar que não ocorrem no futebol. Mas, nesse caso, acreditar e divulgar, com tanta ênfase, a absurda suspeita de marmelada no jogo entre Vasco e Cruzeiro, baseada em um diálogo irônico, provocativo e frequente nessas situações, é uma irresponsabilidade e uma ofensa a profissionais corretos, como Júlio Baptista, Dedé e o técnico Marcelo.

O zagueiro Cris disse para Júlio Baptista amaciar, e ele respondeu, com a cara brava, para o Vasco fazer mais gols.

Neste mundo com excesso de informações, as fofocas, mesmo quando ridículas e desmentidas, são, com frequência, transformadas em fatos. Se você quiser ter uma boa audiência, crie uma fofoca. Já se tiver uma boa ideia, uma dedução para ser discutida, baseada em indícios consistentes, poucos vão te dar bola, ainda mais se você não participar de um grupo.

Deduzir e imaginar são muito diferentes de fofocar. Deduzo que Felipão, antes de sair do Palmeiras, ja tinha conversado com a CBF, baseado no fato de ele ser assessor do Ministério dos Esportes. Não sei o que ele fazia. Escrevi, na época, uma crônica fictícia, em que Mano dizia ao psicanalista do medo de perder o lugar para Felipão. A ficção estava próxima da realidade.

Imagino ainda que houve um plano, elaborado em importantes gabinetes, de que era preciso criar um ambiente de otimismo, de paixão do torcedor pela seleção, e que ninguém era melhor para isso que Felipão. Deu mais certo do que se previa, pois o time também melhorou muito.

Quando Seedorf fala, não é necessário deduzir. Ele é claro, direto. Com franqueza e aversão ao oba-oba, ele disse, no programa "Bem, Amigos!", do SporTV, que Ganso não pode ser analisado por belíssimos lances isolados, que ele não faria o mesmo na Itália, por ter de enfrentar melhores defesas, e que ele só será um craque quando jogar com mais intensidade.

Seedorf falou ainda, contrariando os que queriam agradá-lo, que a Holanda não está entre os principais candidatos ao título mundial, e que a Alemanha é a maior favorita, para surpresa dos que pensavam que ele iria fazer média com o Brasil.

Não concordo com tudo o que Seedorf disse, pois vejo Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina com chances iguais, porém passei a admirá-lo ainda mais.

Por fim, deduzo que o Flamengo, por jogar no Maracanã, e a Ponte Preta, por ter vencido o primeiro jogo por 3 a 1, têm mais chances de serem vitoriosos, mas não ficarei surpreso se ocorrer o contrário. Além das qualidades do Atlético-PR, outro perigo para o Flamengo, por ter a vantagem do 0 a 0, é não procurar o gol, levar um e perder o jogo, como aconteceu com o Cruzeiro, contra o próprio Flamengo, na Copa do Brasil.

O mínimo alemão - GILLES LAPOUGE

O Estado de S.Paulo - 27/11

Em 22 de setembro, os alemães elegeram seus deputados. A União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler Angela Merkel, foi a grande vencedora. Por pouco não conseguiu a maioria absoluta no Parlamento. Para Merkel continuar na chefia do governo alemão, ela deve agora compor uma aliança com uma outra força política.

O aliado da chanceler será o Partido Social-Democrata. Desde 23 de outubro, a CDU e a agremiação irmã da Baviera, a União Social Cristã (CSU), vinham negociando com os social-democratas - um diálogo que foi conduzido eficazmente. Hoje, a grande coalizão está perto da conclusão. O Bundestag, o Parlamento alemão, poderá se reunir no dia 17, quando autorizará Merkel a formar seu terceiro governo.

As negociações foram difíceis. Os socialistas, mesmo derrotados nas eleições legislativas, poderiam bloquear todo o processo e, se necessário, impor novas eleições. Eis porque a todo- poderosa Merkel precisou "colocar água no seu vinho". E aceitou incluir em seu programa medidas às quais é visceralmente contrária - como, por exemplo, a criação de um salário mínimo para os cidadãos alemães.

Na França, as pessoas ficaram espantadas: "Como? Os alemães não têm salário mínimo?" E tiveram a visão contrária do milagre alemão, desse país que provoca admiração e inveja do mundo inteiro e deve registrar este ano um superávit comercial de 200 bilhões.

A contrapartida da formidável saúde alemã são justamente os baixos salários da população economicamente ativa. Claro que quase todos os alemães têm trabalho (ao contrário dos franceses, com uma taxa de desemprego muito elevada), mas é comum que o salário recebido seja insuficiente para viver: muitos alemães, 1,4 milhão deles, ganham menos de 5 por hora. Trabalhadores mais favorecidos, 40 milhões de pessoas, ganham menos de 8,4o por hora. Na França, o salário mínimo é de 9,20 por hora.

A França não sai gloriosa na comparação, porque os altos salários pagos aos seus operários explicam a debilidade da sua indústria e suas exportações. A ironia é que os brilhantes resultados da economia alemã só se tornaram possíveis em razão de medidas severas, adotadas dez anos atrás, em 2003, pelo então chanceler social-democrata, Gerhard Schroeder.

Schroeder entendeu que, para tirar a Alemanha do seu desalento, era preciso impor um tratamento drástico: aumentar a flexibilidade do trabalho e o lucro das empresas.

O então chanceler raciocinou corretamente e agiu com coragem. E foi graças àquelas medidas difíceis que seu país conseguiu, mais tarde, sob o comando então da direita, com Merkel, atravessar os vendavais que se abatem sobre a Europa desde 2008 e 2009.

Os países que não quiseram reduzir seu conforto, como a França, sucumbiram e enfrentam uma situação muito difícil.

Novos tempos. Agora, Merkel muda de estratégia. Isso por razões eleitorais, sob pressão dos social-democratas, mas não é só.

Toda a Europa há meses acusa a Alemanha de egoísmo, de armazenar tesouros nos seus cofres sem se preocupar com os efeitos da sua saúde para as populações enfermas.

Ministros de países vizinhos da Alemanha - incluindo o ministro das Finanças da França, Pierre Moscovici - insistiam para que a Alemanha enfim adotasse o princípio do salário mínimo.

Claro que Merkel poderia ignorar os apelos e conservar sua atitude rígida. Mas, então, os social-democratas rejeitariam uma coalizão de governo com a CDU. A formação de uma base governista sustentável seria impossível. E, na eventualidade de novas eleições, elas se traduziriam, provavelmente, num avanço do partido antieuropeu, o AFD, o que Merkel não deseja por nada neste mundo. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

Ueba! Lobby no hotel do Dirceu! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 27/11

E sabe por que saiu o acordo nuclear com o Irã? Porque o reator fica em Arak. O reator é de araque


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta: "Dirceu contratado como gerente de hotel". Oba! Já tenho onde passar o Réveillon. Vou comprar um pacote pro Réveillon! E os hóspedes saem sem as malas! Rarará!

Eu acho que o dono do hotel pretende abrir uma cadeia de hotéis! Dirceu contratado para uma cadeia de hotéis! E vai trabalhar no lobby ou na lavanderia? No LOBBY! Ou seja, vai continuar fazendo o que sempre fez! O lobby vai servir pra fazer lobby! E o Jefferson vai cantar no hotel? Vai ter show do Roberto Jefferson? Rarará!

E o porteiro é o Genoino? Com aquela camisa rosa? Já imaginou a situação? Você recebe a conta errada e pede pra falar com o gerente. E aí vem o: Zé Dirceu! Rarará!

Vai parecer o hotel de "Psicose"! Aquele filme do Hitchcock! Rarará! E o Genoino de birote vai fazer o papel da mãe do "Psicose"!

E um leitor me disse que com a chegada dos petistas, a Papuda virou Barbuda! Rarará!

E sabe por que saiu o acordo nuclear com o Irã? Porque o reator iraniano fica em Arak. O reator é de araque. E o Lula chamava o Irã de IRÂNIO! Rarará!

E olha essa placa no metrô de São Paulo: "Deixe a esquerda livre". Deve ser recado dos petistas pro Batbarbosa: "Deixe a esquerda livre". Rarará. E esse adesivo que tão colando no metrô: "Você está circulando num trem superfaturado com licitação fraudulenta". Superfaturado, superlotado e superdesgovernado. Rarará!

E adorei a charge do Duke com o cara chegando em casa com o braço levantado: "O que é isso, marido, tá fazendo o gesto do Genoino e Zé Dirceu?". "Não, é que eu estava pendurado no metro superlotado e o braço travou." Rarará!

E essa: "Sargento vendedor de "CHUP-CHUP" atira em participantes da Parada Gay". Em Nova Iguaçu! Deu confusão na hora do chup-chup! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!

Os Predestinados! Mais três para a minha série Os Predestinados! Presidente da empresa que implodiu a Perimetral: José Renato PONTE! Tratadora de animais no zoo de São Paulo: Cris PASSARINHEIRA! E direto do proctologista: Pedro PIMENTA! No dos outros é refresco. Rarará!

Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

O maestro e os milhões - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 27/11

João Carlos Martins soube pela coluna que a produtora Rannavi foi autorizada pelo Ministério da Cultura a captar, pela Lei Rouanet, até R$ 19.957.292,98 para uma turnê sua por seis cidades regendo a Orquestra Bachiana Filarmônica.
O grande maestro entrou em contato com o MinC e avisou que não deu nenhuma autorização.

E mais...
Martins sentenciou:
— Música se faz com ideais e não com milhões.

Baixaria
Um produtor do “Big Brother Brasil” deu queixa na delegacia do Centro de Curitiba contra um segurança do São Paulo, o time de Rogério Ceni.
Paulo Baraldi diz que foi agredido dentro do Hotel Bourbon e ainda sofreu discriminação sexual ao ser xingado pelo segurança.

Foi assim...
A confusão começou quando Paulo e outra produtora do BBB tentaram entrar no restaurante do hotel para almoçar no dia 10.
O segurança impediu avisando que o lugar estava reservado para o time do São Paulo. Começou aí a confusão que terminou com a agressão física a Paulo.

Lulu e Pepeka
Sabe este Lulu, aplicativo para celular, no qual mulheres avaliam a performance dos homens?
De vingança, rapazes lançaram o Pepeka para medir o desempenho das moças.

Maldade
Corre no território livre da internet: Zé Dirceu vai trabalhar no lobby ou na lavanderia neste hotel?
Com todo o respeito. O bilhete do Barretão
O cantor Martinho da Vila saiu em defesa de Joaquim Barbosa, alvo de bilhete aberto do produtor Luiz Carlos Barreto, publicado aqui ontem. É que Barretão considerou o modo como José Genoino foi preso um “erro maior e degradante” do ministro:
— Não concordo com a posição de Barretão. Apesar de gostar e respeitar o cineasta. No duro, parece que ele é da turma da impunidade, o que não é.

Questão racial...
Milton Gonçalves, o grande ator, também não gostou do bilhete do produtor:
— Se Joaquim Barbosa fosse louro e tivesse olhos azuis, o discurso seria outro. Eu tenho muito respeito por ele, que tem méritos. Para começar, não entrou por cotas, fala cinco idiomas. É um personagem importante do país.

Em tempo...
Veja no site da turma da coluna as manifestações de leitores sobre o polêmico artigo.

Filosofia Bob Marley
A turma que defende a legalização da maconha fará hoje, Dia Nacional de Combate ao Câncer, manifestações em 19 cidades do país. No Rio, uma passeata passará por ruas do Centro, a partir das 16h20m. Criaram até um símbolo (veja acima).
Dizem que a droga é eficiente no tratamento de vários tipos da doença.
Há controvérsias!

Calma, gente!
Na primeira sessão de sábado passado de “Elis, a musical”, no Teatro Oi Casagrande, a atriz Laila Garin, elogiadíssima no papel, não atuou.
Deu o maior bafafá. Teve gente querendo receber o dinheiro do ingresso de volta (o mais caro custa R$180).

Éque...
A plateia reclamou não ter sido avisada da possível substituição.
Segundo a assessoria, “substituições podem ocorrer sempre e são comuns no teatro musical”.

Simples e moderno
A Ramada Encore, rede de hotéis econômicos e modernos, vai abrir sua primeira filial no Brasil. Será na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana. O Ramada Encore Copa terá 104 quartos e deve abrir antes de junho.
O investimento é de R$ 80 milhões, com incorporação da Cabral Garcia Empreendimentos.

AlO, Procon!
Este ano, completaram-se duas décadas da chamada Lei do Troco, que obriga o comerciante a dar troco, mesmo que seja de um centavo.
Se não houver trocado, o preço do produto tem que ser arredondado para menos, mas... você sabe.

JALECO CURTO - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 27/11

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tirou satisfação com o presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Roberto D'Avila, em um intervalo do primeiro dia de audiência pública sobre o Mais Médicos, no Supremo Tribunal Federal. Ao deixar a bancada anteontem, Padilha contestou a crítica de que o programa é feito por "profissionais de calça curta que chegaram agora e pensam que estão construindo o SUS".

JALECO CURTO 2
Padilha pegou o presidente do CFM pelo braço e, ao pé do ouvido, ironizou: "Da próxima vez, venho de bermuda para agradá-lo". D'Avila respondeu não ser necessário. "Basta que as ações adotadas sejam coerentes e não desvalorizem o médico brasileiro", rebateu o líder da classe. Uma testemunha do diálogo diz que o tom subiu e D'Avila chegou a dizer que "podia falar o que quisesse".

JALECO CURTO 3
A assessoria do ministro diz que ele se limitou a retrucar que "é importante manter o debate e ter argumento sem desqualificar os interlocutores". Procurado pela coluna, D'Avila não quis comentar o bate-boca. Declara, via assessoria, que não foi um comentário pejorativo nem uma crítica ao ministro, mas ao programa.

SINTONIA FINA
O ex-deputado Carlos Alberto Rodrigues Pinto, conhecido como Bispo Rodrigues (PL), está hospedado desde a semana passada na casa do Bispo Wanderval, no Gama, cidade-satélite de Brasília. Condenado a seis anos e três meses de prisão no processo do mensalão, ele decidiu aguardar a expedição do mandado de prisão no DF. Como deve cumprir pena no semiaberto, quer conseguir autorização para trabalhar nas rádios locais Aleluia FM e Capital AM.

MAQUININHA
A Riachuelo começou a converter sua base de 23 milhões de cartões private label --emitidos pela própria rede para compras apenas em suas lojas-- em Visa e Mastercard. Segundo Flávio Rocha, presidente da empresa, cerca de 2 milhões de cartões já passaram para as duas bandeiras. "A meta é convertermos metade da base", explica ele, que inaugura hoje na Oscar Freire, em SP, a primeira loja-conceito.

ATÔMICA
O governo brasileiro acompanha os desdobramento do acidente em Fukushima, no Japão, para definir rumos do programa nuclear brasileiro. Segundo o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquim, não existe ainda definição quanto à construção de novas usinas no país. "O que não quer dizer que não se possa construir no futuro. Não se fechou a porta para essa tecnologia, que pode ser importante para o Brasil." Angra 3 está prevista para ser inaugurada em 2018.

SUPERFANTÁSTICA
Além de engordar 5 kg, Deborah Secco está numa maratona de filmagens de "A Estrada do Diabo", em São Paulo. No longa de estreia de André Moraes, ela faz o papel de uma atriz em busca da fama perdida. "É a história de uma atriz mirim, que foi famosa na infância. Tipo a Simony", conta ela, referindo-se à cantora que fez sucesso nos anos 1980, com a Turma do Balão Mágico.

RETORNO
Em cartaz desde setembro, a montagem "Tribos" já se pagou, segundo Bruno Fagundes, que atua na peça ao lado do pai, Antonio Fagundes. Os R$ 80 mil que investiram do próprio bolso já foram recuperados. Com casa cheia, a temporada no Tuca, que inicialmente acabaria em dezembro, vai ser estendida até abril de 2014.

DE PORTAS ABERTAS
O cantor Otto e a namorada, Amanda Lira, foram ao jantar oferecido anteontem por Nizan Guanaes e Donata Meirelles ao publicitário PJ Pereira, que lançou "Deuses de Dois Mundos - O Livro do Silêncio". A modelo Michelli Provensi, a gerente de marketing Manuela Vivo e o atleta Leonardo Elisiário, com a namorada, Anna Paula Cruz, também estiveram na Casa Amarela para homenagear o premiado publicitário radicado na Califórnia.

HONRA AO MÉRITO
O urologista Miguel Srougi recebeu anteontem a Medalha Anchieta, concedida a personalidades de destaque em São Paulo. A homenagem foi proposta pelo vereador Andrea Matarazzo (PSDB). Entre os convidados da solenidade, no MIS, estavam o ex-governador Alberto Goldman (PSDB), o cineasta Hector Babenco e o deputado estadual Campos Machado (PTB) com a mulher, Marlene. Iara Srougi, mulher do médico, também participou do evento.

CURTO-CIRCUITO
Antonio Nóbrega faz show hoje, às 15h, no Memorial da América Latina. Grátis. Livre.

Fernando Meirelles fala para designers de iluminação hoje, em evento da Philips, no JK Iguatemi.

O promotor Roberto Livianu, presidente do Ministério Público Democrático, recebe hoje a Medalha Anchieta, na Câmara Municipal, às 19h.

A Scarf Me, de Daniel e Rodrigo Rosset, terá peças audiovisuais assinadas pelo diretor de fotografia Rafael Levy em nova campanha publicitária nos cinemas.

O livro "Ceviche - Do Pacífico para o Mundo", de Dagoberto Torres e Patrícia Moll, será lançado na Livraria da Vila da Fradique, hoje, às 18h30.

Desfeito o mistério? - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 27/11

Os aliados de Aécio Neves, candidato do PSDB ao Planalto, garantem que ele não quer ficar ancorado nem em Bernardinho nem em Cesar Maia. Sustentam que ele está ganhando tempo. Sua aposta é no divórcio entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e a presidente Dilma (PT). O seu objetivo seria ter, ao seu lado, a máquina e a estrutura de Cabral na Baixada Fluminense e no interior.

Radicalizando a campanha
Pablo Capilé, um dos criadores do coletivo cultural Fora do Eixo e da Mídia Ninja, será a principal atração de seminário fechado que o PCdoB promove sexta-feira, no Rio, a fim de debater propostas para o programa de sua candidata ao governo, a deputada Jandira Feghali. Essas redes foram as principais protagonistas das manifestações contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) deflagradas em junho. Seus integrantes são ligados ao PSOL e ao deputado Marcelo Freixo, cuja prioridade deve ser a de puxar votos para candidatos ao Legislativo. Surpresos com o desempenho de Jandira no Ibope, os comunistas iniciaram namoro com a turma da antipolítica.


“O eleitor ainda não me identifica com o governo Sérgio Cabral. Meu objetivo agora é colar no ótimo/bom do Cabral. Vai dar para brigar”
Luiz Fernando Pezão
Vice-governador do Rio e candidato do PMDB ao governo

Medo de avião
Durante almoço, ontem no Alvorada, a presidente Dilma confessou a senadores do PTB, do PSC e do PR que temia pelas concessões dos aeroportos. Avalia que eles deram um novo fôlego à concessão da BR-163 e das demais rodovias.

Batido o martelo
O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), vai deixar o cargo na primeira semana de abril. Ele deve disputar as eleições de outubro. A maior probabilidade é a de que ele seja candidato ao Senado. Nas pesquisas, ele aparece com 60% das intenções de voto. Os aliados não têm um nome melhor para disputar apenas uma vaga.

Um dia depois do outro
Depois de um advogado pedir a cassação do registro do ex-ministro José Dirceu na OAB, chegaram pedidos à entidade para cancelar o registro do ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson, que detonou o escândalo do mensalão.

Embale que o filho é teu
O PT concluiu que precisa da candidatura do senador Roberto Requião (PMDB) ao governo do Paraná para evitar que o governador Beto Richa (PSDB) vença a eleição no primeiro turno. Mas como a maioria do seu partido integra o governo tucano e apoia a reeleição de Richa, Requião tem dito que quem deve viabilizá-lo é a candidata petista, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

Candidato para valer
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL) rejeita o rótulo de candidatura auxiliar do PSDB. Ele acusa os demais candidatos ao Planalto de defenderem o mesmo programa econômico e se considera a única alternativa dos protestos de junho.

‘EP’, a nova sigla do STF
O STF criou uma nova sigla em seu sistema processual em decorrência do julgamento do mensalão: a “EP”. Ela significa Execução Penal. A EP número 1 é a de José Genoino; a número 2, a de José Dirceu; e a número 3, a de Delúbio Soares.

ACREDITEM! Todos os principais candidatos ao governo do Rio acharam muito bons os seus resultados na recente pesquisa do Ibope.

Como está fica - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 27/11

O ministro Marco Aurélio Mello vai propor na sessão de hoje do STF o adiamento da análise do processo sobre a correção das cadernetas de poupança pelos planos econômicos dos anos 80 e 90. Terá o apoio de Gilmar Mendes e de outros ministros, que entendem que não haverá tempo hábil de a corte concluir a análise da matéria até o dia 18 de dezembro, última sessão do ano. O adiamento atende o desejo do Palácio do Planalto, que teme o impacto da correção na economia.

Afago 1 Guido Mantega (Fazenda) garantiu diante dos 27 presidentes de federações industriais reunidos ontem na CNI (Confederação Nacional da Indústria) que os investimentos vão aumentar nos próximos anos e que o setor é prioridade do governo.

Afago 2 Segundo o ministro, a injeção de R$ 500 bilhões nos programas de concessões de obras de infraestrutura fará com que o investimento aumente para 24,1% do PIB em 2022. Atualmente, ele representa 18% do total.

Campo minado A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, presidida pelo petista Lindbergh Farias (RJ), convidou secretários da Fazenda de São Paulo e de Pernambuco para debater crise da Federação, tema que Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) usam para fustigar Dilma Rousseff.

Digitais 1 A Justiça Eleitoral do Paraná suspendeu um perfil fake no Facebook batizado de "Gleisi não", com ataques à ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT ao governo do Estado, e determinou a identificação dos responsáveis pela página.

Digitais 2 A quebra de sigilo mostrou que o responsável por bancar links patrocinados no perfil falso era José Gilberto Maciel, jornalista da Agência Estadual de Notícias do Paraná. Gleisi Hoffmann vai processar o responsável e pedir para averiguar se os endereços de IP usados eram do governo Beto Richa (PSDB).

Classe econômica Apesar do pedido feito pelo PTB a Dilma ontem para ocupar a Integração Nacional na reforma ministerial, o Palácio do Planalto trabalha com a ideia de abrigar o partido no Turismo. O mais cotado para a primeira pasta ainda é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Suíte master Do ex-petista Domingos Dutra (SDD-MA) sobre o futuro emprego de José Dirceu, contratado por R$ 20 mil para ser gerente de um hotel em Brasília: "Só falta o Joaquim Barbosa se hospedar lá e ser atendido pelo comandante Dirceu".

Lavoura Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Xico Graziano (iFHC) organizam encontros de Aécio Neves com expoentes do agronegócio, para se contrapor à aproximação de Eduardo Campos (PSB) com ruralistas. Os tucanos pretendem realizar um evento com o setor ainda em dezembro.

Muro No almoço com Paulinho da Força (SDD-SP), Aécio foi questionado se, uma vez eleito, manteria o reajuste do salário mínimo pela variação do PIB de dois anos anteriores mais a correção da inflação pelo INPC do ano anterior. O tucano preferiu não adiantar sua posição.

Café Para tentar acelerar o apoio do PSB à sua reeleição, Geraldo Alckmin quer se reunir com Campos e Marina Silva separadamente. Pretende se encontrar primeiro com a ex-senadora, que resiste à aliança. A ponte é o ex-deputado Fábio Feldmann.

No escuro A Rede reclama que não teve acesso às diretrizes programáticas que serão anunciadas por Campos e Marina amanhã. "Seremos surpreendidos com o texto assim como fomos com a filiação dela ao PSB", queixa-se um marineiro.

tiroteio
"Com tamanha romaria na prisão, só falta liberarem a entrada de Romanée-Conti e charuto cubano para a cela dos mensaleiros."

DO DEPUTADO RUBENS BUENO, líder do PPS na Câmara, sobre os privilégios recebidos por políticos para as visitas aos condenados do mensalão na Papuda.

contraponto


Laços de família
Ao recomendar em discurso no interior do Estado que sua plateia evitasse dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas, Geraldo Alckmin (PSDB) relatou sua passagem por um bar no início do dia.

-- Estávamos em Buri, eram oito e meia da manhã, já tinha uma turma mandando bala.

Disse, então, que se aproximou e foi saudado:

-- O cara veio e perguntou se eu sabia seu nome. Eu respondi que eu era primo dele. Ele se espantou: "Mas como o senhor sabe que eu sou seu primo?". Eu emendei: "É que eu sou Alckmin, e você é álcool em mim, não é?".

Objeto do desejo - DENISE ROTHENBURG

CORREIO BRAZILIENSE - 27/11

Em almoço com a presidente Dilma Rousseff, o PTB apresentou o nome do ex-deputado Benito Gama, hoje vice-presidente de governo do Banco do Brasil, para assumir um cargo de primeiro escalão na reforma ministerial do próximo mês. Para completar, os petebistas mencionaram ainda o lugar que desejam: Integração Nacional. Com esse, sobe para quatro o número de partidos interessados em ficar com a vaga aberta depois da saída do PSB da base governista.

O PMDB aguarda o posto para o senador Vital do Rêgo Filho, mas o PT e o Pros também têm preferência por esse ministério. É a briga para angariar mais espaço no Nordeste no ano eleitoral. Dilma ainda não bateu o martelo. Disse apenas que chamará o PTB.

De saída
O vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica, Geddel Vieira Lima, deixa o cargo no mês que vem. Assim, fica livre para cuidar das alianças eleitorais em torno de sua candidatura ao governo estadual. Conforme publicado em primeira mão aqui, ele já conversou com Aécio Neves.

Tendência
Muitos defenderão, na quinta-feira, que a aposentadoria de José Genoino seja decidida apenas em janeiro. Se brincar, a abertura do processo de cassação sai antes.

A deixa
Os petistas citam a prisão dos réus do mensalão em pleno feriado como a deixa que levou ontem os sindicalistas às ruas de Brasília em defesa dos detentos. Até aquele momento, qualquer gesto mais ostensivo por parte do PT e dos sindicatos ligados ao partido seria visto como mero esperneio. Agora, na visão deles, não é mais.

O peso da discórdia
Vários setores da indústria estão em pleno lobby no Congresso contra o projeto que limita em 30 kg o peso que um trabalhador pode carregar. Hoje, as sacas de café, de cimento e de açúcar estão na casa dos 60kg.

Docinho!/ Meio constrangido com a notícia de que a presidente tinha lhe dado uma gravata de presente, o líder do PR, Anthony Garotinho, levou um bombom de presente para Dilma. Na hora, o líder do PMDB, Eunício Oliveira, saiu-se com esta: “Não é assim, não, tem que ver se esse bombom não está em envenenado”. Dilma, por via das dúvidas, não comeu o bombom na hora.

Piada pronta/ As excelências não perdoam. Mal saiu a notícia de que o ex-ministro José Dirceu trabalharia de gerente num hotel de Brasília, os congressistas da oposição saíram com esta: “Ele agora vai trabalhar onde sempre quis, no lobby”.

Na paz/ O presidente do DEM, senador José Agripino, recebeu ontem a governadora Rosalba Ciarlini para tratar das verbas orçamentárias de 2014. Falaram sobre candidatura? “Essa é outra conversa. Temos que eleger deputados federais e estaduais. Candidatura a governo estadual, nós decidiremos mais à frente. Se ela estiver bem, terá a legenda”, diz ele.

Superstição/ Alguns auxiliares bateram na madeira quando a presidente Dilma colocou um cocar de palha sobre a cabeça ontem. O artefato é considerado de mau agouro ao mundo dos políticos. Na hora eles se lembraram de José Sarney, pra lá de supersticioso, que a vida inteira evitou ao máximo colocar um cocar sobre a cabeça.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 27/11

SC terá centro de negócios de R$ 350 milhões
Um complexo com espaço para a instalação de empresas tecnológicas e galpões logísticos começará a ser construído no próximo ano em Blumenau (SC).

Orçado em R$ 350 milhões, o projeto é desenvolvido por empresários dos setores de construção, distribuição e madeireiro. Eles já desembolsaram 10% do total do aporte para a compra do terreno, a terraplanagem e as obras de infraestrutura.

No próximo ano, serão iniciadas as construções dos edifícios das companhias de tecnologia, que deverão ser entregues em três anos.

A conclusão de todo o complexo, com 172 mil metros quadrados de área construída, no entanto, está prevista para 2023.

"Mas se uma empresa exigir, poderemos aumentar a velocidade de instalação", diz Celco Narciso, presidente da MC Construtora, uma das sócias do empreendimento.

O empresário prevê um faturamento de R$ 3,5 milhões por mês com o aluguel de todos os espaços e estima que entre 150 e 180 empresas ocupem o centro de negócios.

"Esse número depende da área que cada companhia precisar. Uma pode querer 70 metros quadrados e outra 400", diz o diretor de negócios, Marco Neuwiem.

O local, cujo projeto de pesquisa e desenvolvimento foi elaborado pela Furb (Universidade Regional de Blumenau), deverá ter também 14 restaurantes, creche, farmácia, lotérica, bancos, auditórios e salas de reunião para serem locados.

EXPANSÃO REVISADA
A rede de doçarias Amor aos Pedaços reduziu a meta de expansão anunciada em março com a entrada do fundo de investimentos Mercatto Alimentos na empresa.

O plano de chegar ao número de 250 lojas em todo o país até 2018 foi revisado para apenas 200.

"Com a entrada de um novo gerente de expansão e após os oito meses de trabalho, chegamos a esse novo objetivo, mais próxima da realidade", afirma Ivani Calarezi, presidente da rede.

Até o final deste ano, serão 70 lojas. Hoje, a Amor aos Pedaços está presente em nove Estados. A expectativa é estar em todo o país.

"Não é um projeto audacioso para uma rede de franquias, mas é preciso ter foco. Não se pode atirar para todos os lados, em todas as cidades", diz.

O prazo de permanência do fundo na empresa é de cinco anos. Passado esse período, a marca almeja abrir capital e se tornar uma sociedade anônima.

"Estamos nos preparando para a sucessão."

Negócio... Executivos de empresas sul-coreanas de materiais elétricos participarão amanhã de uma rodada de negócios no Rio de Janeiro.

...elétrico O encontro será promovido pela Kotra, órgão do governo da Coreia do Sul que atua no fomento do comércio exterior.

TENSÃO EM CADEIA
Gerenciar uma crise em diversas regiões do mundo é uma das principais dificuldades das empresas quando precisam amenizar uma situação de tensão, segundo pesquisa da PwC.

"Uma crise em um país pode afetar o mercado global. Nesse caso, é difícil coordenar a resposta", diz Ana Rosa, diretora da consultoria e especialista em gestão de crise.

A companhia entrevistou executivos de 25 segmentos da economia em 40 países. Desses, 42% apontaram a integração geográfica como o maior desafio.

Em segundo lugar, empatados, apareceram a perda de conhecimento e experiência da equipe devido à rotatividade dos profissionais e o retorno rápido a uma crise de média gravidade.

"É complicado dar uma resposta a uma situação antes que ela se torne grave. Não é fácil tomar uma decisão padrão quando se desconhece as características do evento."

DIPLOMACIA DO UÍSQUE
Joy Elliott, embaixadora mundial da escocesa The Macallan --marca conhecida por sua variedade de uísques antigos, que datam até de 1926--, está no Brasil para apresentar dois lançamentos, Amber e Ruby.

Da série intitulada 1824, eles seguem a tendência de linhas "sem idade".

"A coloração é o mais importante e depende 100% da madeira do barril em que o líquido foi armazenado com jerez", explica Elliott.

"O Amber pode ter 12 ou 13 anos e o Ruby, 17 ou 18, mas isso não aparece nos rótulos", acrescenta.

Com mestrado em psicologia e 28 anos de idade, Joy é também especialista em harmonização de pratos com a bebida. "Os dois vão bem com sobremesas doces --o Ruby [que custa R$ 700] casa mais com chocolate."

Governança O IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) aprovou a abertura de três novos escritórios regionais em 2014, em Santa Catarina, Pernambuco e Ceará. A eleição dos coordenadores ocorrerá em março.

Nutrição A Nação Verde, rede de produtos naturais voltada para as classes C e D, pretende abrir mais oito lojas em 2014. A expansão contemplará os bairros da Mooca e do Tatuapé, em São Paulo, e a cidade de São Bernardo do Campo.

MULTIUSO GAÚCHO
A H. Lar, empresa do grupo Herval que atua no segmento imobiliário, vai construir um complexo com shopping, duas torres de apartamentos e um edifício comercial em Novo Hamburgo (RS).

Com previsão de lançamento no início de 2014, será o primeiro empreendimento de uso misto da companhia.

"É um modelo que ganhou espaço em grandes cidades e percebemos que há demanda também em municípios do porte de Novo Hamburgo", diz Rodrigo Seger, executivo responsável pela empresa.

Será o 11º projeto da H. Lar, que, além de Novo Hamburgo, atua em Rio Grande, São Leopoldo e Dois Irmãos. "Em 2014, entraremos em Porto Alegre e Caxias do Sul."

O grupo Herval também opera em outros segmentos, como na fabricação de móveis e colchões, no varejo e na distribuição de pneus, entre outras atividades.

5.800

é o número de funcionários do grupo, distribuídos em 11 empresas e 22 marcas

107

será o número de apartamentos nas duas torres que fazem parte do projeto em Novo Hamburgo

84

será o total de salas comerciais no edifício empresarial

49

é a previsão de lojas no shopping do complexo

Quem esqueceu a Petrobras? - FLAVIO FLORES DA CUNHA BIERRENBACH

FOLHA DE SP - 27/11

Milhões de brasileiros deploram perceber a Petrobras apenas como grande anunciante ou mera financiadora de projetos culturais e eventos esportivos


No mês passado, entre tantos fogos de artifício que celebraram os 25 anos da Constituição Federal de 1988, não apareceu nem sequer uma estrelinha para assinalar os 60 anos da lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, que instituiu a Petrobras. Resultado das convicções, da luta e do sacrifício de brasileiros de várias gerações, a data --jubileu de diamante-- restou praticamente ignorada.

Parece normal. Afinal, a despeito de ligeiras diferenças entre governo e oposição, consta que nesse terreno não existe desacordo quanto à louvada inevitabilidade da globalização e, como consequência, a caduquice do modelo brasileiro nacionalista de exploração dos recursos do subsolo.

Para não ficar apenas na superfície, esse debate deveria ser travado, ao menos, na imprensa, na universidade e no Congresso Nacional. Entretanto, o que vai permanecer na história é resultado de espantosa coincidência entre tucanos e petistas. O governo do PSDB logrou aprovar no Congresso proposta de emenda constitucional (PEC 06/95) que "flexibilizava" o monopólio estatal do petróleo.

É bom lembrar que surgiu ideia de mudar até o nome da Petrobras para Petrobrax. Esse X da questão, hoje, anda muito suspeito. Houve escassa, porém renhida oposição.

Entretanto, uma vez no poder, o governo do PT vem se dedicando, com singular empenho e eficiência, a inviabilizar a empresa, que outrora já foi orgulho do Brasil. Sob esse ângulo, aliás, a divergência aparente entre os dois grandes partidos é só de meios, não de fins.

Ao longo do mês de outubro, também foi realizado um leilão da área destinada à exploração de petróleo denominada Libra, situada na plataforma continental, que é bem da União, como está no artigo 20 da Constituição Federal.

Causa espanto, para dizer pouco, o Brasil disputar com empresas estrangeiras aquilo que lhe pertence e acabar pagando para ficar com 40% do que é seu.

Ao registrar o aniversário, na verdade, recordo a sobrevivência da Petrobras, citando apenas um homem e uma circunstância, como ensina Ortega y Gasset.

Entre tantos nomes, brasileiros anônimos ou ilustres, que defenderam a Petrobras, destaco Gondim da Fonseca, que escreveu "Que Sabe Você sobre Petróleo?", a bíblia do nacionalismo, uma espécie de breviário da minha geração.

Entre tantos fatos, lembro um quase insignificante, mas simbólico. Logo no início de abril de 1964, na calada da noite, com o atrevimento corriqueiro dos tempos de exceção, foi derrubada e desmontada a pequena "torre" de ferro da Petrobras, plantada no largo de São Francisco, monumento de gratidão aos universitários de todo o Brasil, que não titubearam ao apoiar a causa e, uma década antes, haviam saído às ruas para gritar: "O petróleo é nosso".

Há milhões de brasileiros, ainda, homens e mulheres, civis e militares, que deploram perceber hoje a presença da Petrobras apenas como grande anunciante nos meios de comunicação, ou mera financiadora de projetos culturais e eventos esportivos, sem que se diga qual sua importância no nosso passado, qual seu significado no nosso futuro.

Vacilação - CELSO MING

O Estado de S.Paulo - 27/11

A única desculpa que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não poderia dar é a que deu ontem: a de que não se pode improvisar quando o problema é falta de atualização dos preços dos combustíveis.

Há dez anos vigora o populismo tarifário dos combustíveis. E há dez anos vêm sendo denunciadas distorções dessa política. A necessidade de definir um critério de reajuste não pode ser entendida como jogo dos interesses da Petrobrás, como o ministro também insinuou. Não há cabimento na argumentação de que é preciso mais tempo para amadurecer uma fruta que já caiu de madura.

O que há é um governo que não se resolve. Tem, no caso, objetivos conflitantes. De um lado, quer que a Petrobrás tenha recursos suficientes para tocar uma pauta de investimentos de R$ 236,7 bilhões em 4 anos; de outro, não quer que o necessário reajuste dos preços provoque inflação, o que obriga a Petrobrás a pagar parte da conta do consumidor. Há meses, a diretoria da Petrobrás vem demonstrando que essa política corroeu a capacidade de levantar recursos no mercado. O endividamento bruto da empresa saltou de R$ 115,0 bilhões em dezembro de 2011 para R$ 250,9 bilhões em setembro de 2013.

Em certo sentido, a inércia também é decisão tomada. Se não faz nada, já está se decidindo pela deterioração do caixa da Petrobrás e pela redução de sua capacidade de produzir as riquezas do pré-sal. De cambulhada, passa um trator sobre as condições de produção do setor do açúcar e do álcool, na medida em que preços subsidiados da gasolina funcionam como dumping que faz concorrência desleal ao etanol, o substitutivo renovável e ecologicamente correto.

A presidente da Petrobrás, Graça Foster, anunciou ao final de outubro que no dia 22 de novembro seria aprovada uma espécie de gatilho que definisse os reajustes. Seria uma fórmula que levaria em conta a variação dos preços dos combustíveis no mercado internacional e as oscilações do câmbio interno. Essa decisão foi adiada para a próxima sexta-feira. O governo também não quer a definição de um critério que funcione como indexador de preços. Embora não se conheça o critério proposto, pelo menos não se trata de correção automática pela inflação passada. Por isso também não cabe falar em indexação.

A política de represamento dos preços provoca as distorções já apontadas, mas ela já é consequência de distorção anterior: a da política fiscal inconsistente com as metas fixadas de inflação.

Em comparação com outras economias, o governo Dilma não gasta demais. Mas o nível praticado de disciplina fiscal não é suficiente para controlar a inflação do real. Por isso, apela para o achatamento artificial de preços e tarifas e tolera que o Banco Central corte a ração de moeda no mercado a ponto de puxar os juros básicos que hoje devem saltar para os 10% ao ano.

Isso aí é como o carro de corrida estruturalmente desequilibrado que aumenta o desgaste dos pneus, gasta mais combustível e, volta menos volta mais, pode ser alijado da pista.

Perdido - ALEXANDRE SCHWARTSMAN

FOLHA DE SP - 27/11

O descontrole fiscal está na raiz dos dois desequilíbrios do país: a inflação alta e o elevado deficit externo


O deficit externo brasileiro atingiu quase US$ 68 bilhões de janeiro a outubro deste ano, US$ 28 bilhões acima do registrado no mesmo período do ano passado, caminhando para ultrapassar com folga US$ 80 bilhões (pouco menos que 4% do PIB) neste ano, bem acima da previsão mais recente do BC, que ainda sugere um número na casa dos US$ 75 bilhões.

A maior parte desse aumento reflete a queda abrupta do saldo comercial, que passou de US$ 17,4 bilhões positivos nos dez primeiros meses do ano passado para US$ 1,8 bilhão negativo em 2013.

É, como sempre, difícil apontar uma única causa por trás do fenômeno. Vários fatores contribuíram para o resultado, da queda dos preços de commodities à contabilização tardia das importações de petróleo realizadas no ano passado, passando pela continuidade de incentivos à demanda interna, mesmo em face de indicações cada vez mais claras de que a economia opera muito mais próxima à sua capacidade máxima do que supõe a vã imaginação dos nossos gestores de política econômica.

Os dados, porém, sugerem que a piora dos preços externos desempenhou papel de menor peso na redução do saldo comercial.

Estimo que, caso os preços dos produtos exportados tivessem se mantido inalterados, as exportações aumentariam pouco mais de US$ 3 bilhões entre janeiro e setembro, ao invés de cair US$ 3 bilhões, como de fato ocorreu, uma diferença de US$ 6 bilhões. Por outro lado, sob as mesmas condições, as importações cresceriam US$ 17 bilhões no ano, cerca de US$ 2,5 bilhões a mais do que o efetivamente observado.

A diferença de preços, portanto, explica a queda de US$ 3,5 bilhões do saldo até setembro, um valor nada desprezível, mas bem menor que a redução de US$ 17 bilhões observada na balança comercial do período.

Dois problemas, contudo, complicam os cálculos. Um é a contabilização de importações de petróleo realizadas no ano passado, mas registradas apenas em 2013. Caso todo o aumento observado se deves- se a isso, haveria uma superestimação das importações da ordem de US$ 5 bilhões até setembro.

Por outro lado, a Petrobras realizou exportações fictas de plataformas de exploração de petróleo (foram vendidas e alugadas de volta) de cerca de US$ 3 bilhões no mesmo período, de forma que o resultado líquido das operações extraordinárias fica ao redor de US$ 2 bilhões.

Há, portanto, uma redução da ordem de US$ 12 bilhões no saldo comercial que não pode ser atribuída nem à alteração de preços nem a fatores pontuais tais quais os mencionados acima. Resta, assim, analisar o descompasso entre demanda e oferta domésticas.

Como tenho insistido aqui, quando a produção, principalmente de manufaturados, sofre constrangimentos à sua expansão, seja por força do encarecimento da mão de obra, seja pelos gargalos de infraestrutura, a tendência é que as importações cresçam à frente das exportações para atender a demanda interna em expansão. Já nos setores em que as importações não têm papel relevante a desempenhar, são os preços que reagem, o que explica, por exemplo, a elevada inflação de serviços.

Isso resulta, em larga margem, da política deliberada de aumento da demanda doméstica por meio do gasto público, incluindo a expansão do crédito oficial. O descontrole fiscal está, portanto, na raiz dos dois desequilíbrios observados no país: a inflação alta e o elevado (e crescente) deficit externo.

A contabilidade criativa pode mostrar o que o governo quiser, mas não muda a natureza do fenômeno. Da mesma forma, de nada serve o governo comparar seus números (criativos) aos de outros países. Lá o problema é tipicamente insuficiência de demanda interna; aqui sofremos com gargalos de oferta.

Enquanto a natureza distinta do problema não for compreendida, continuaremos à busca de desculpas, mas sem uma ideia clara de como tratar os desequilíbrios visíveis da economia brasileira.


História sem lições - MARCELO DE PAIVA ABREU

O Estado de S.Paulo - 27/11

Quando soube da publicação do livro organizado por Marcos Costa Lima, Os Boêmios Cívicos. A Assessoria Econômico-Política de Vargas (1951-1954), editora e-papers, fiquei muito interessado. Afinal, pouco se sabia sobre as ações da Assessoria Econômica, além do depoimento de seus membros mais proeminentes, seja no projeto de história oral do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), seja em livros publicados também a partir de depoimentos. O título repete comentário de Getúlio Vargas louvando a dedicação de seus fiéis auxiliares, entre os quais se destacavam Rômulo Almeida, Jesus Soares Pereira, Ignácio Rangel e Cleantho de Paiva Leite.

A Assessoria configurava um centro de poder particularmente interessante, pela proximidade ao presidente e a perspectiva de mais longo prazo de suas ações num período dominado por tensões e contradições entre Ministério da Fazenda, Banco do Brasil e Ministério do Trabalho.

No livro, entretanto, há pouco material analítico e crítico sobre as inúmeras propostas da Assessoria que seriam decisivas para definir a esfera de atuação do Estado brasileiro por muitos anos à frente, principalmente em relação a petróleo e eletricidade. Não creio ter visto qualquer referência à documentação primária, cuja análise permitiria um contraponto em relação a depoimentos recheados de reminiscências longínquas no tempo.

O argumento de que a ação da Assessoria teria contribuído para caracterizar o segundo governo Vargas como "nacional-desenvolvimentista" - em oposição à combinação de ortodoxia e populismo - não é convincente. Não é possível diferenciar, em vários aspectos, "nacional-desenvolvimentismo" de populismo. A sanção de Vargas ao aumento de 100% do salário mínimo, em maio de 1954, por exemplo, foi opção por manter a popularidade a despeito do impacto óbvio sobre a inflação. Há muitas repetições cansativas e inclusão de material trivial.

Por outro lado, o livro poderá estimular análises mais profundas sobre a ação da Assessoria, bem como iniciativas correlatas como as peripécias da política nuclear. Vargas é o construtor principal do Brasil moderno, mas, para caracterizá-lo como tal, não é necessário poupá-lo de qualquer crítica. Como diria Cromwell, seu retrato correto devia incluir as verrugas. No caso, as derrapadas populistas.

O livro teve para mim o mérito de relembrar um episódio ocorrido há quase meio século. Soares Pereira havia sido conselheiro do Conselho Nacional de Petróleo no governo JK. Meu pai, também conselheiro, apesar de ser de centro-direita, tinha Soares Pereira em muito boa conta. No início de 1966 eu estava no final do curso de Engenharia, na dúvida quanto à minha conversão à Economia, e indignado em relação à ditadura e à inclusão de Soares Pereira na primeira lista de cassados. Resolvi escrever-lhe em busca de conselhos profissionais.

Recebi, como resposta, uma carta maravilhosa. Incluía avaliação realista dos perigos da profissão de economista. "O economista pode ser arrastado a atuar de maneira mais danosa ainda (do que o engenheiro) por incompetência ou cupidez do político... poucas são as chances de participar de decisões; pelo contrário, quase sempre é convocado para fundamentar decisões preestabelecidas."

Incluía também a sua visão da tarefa à frente de construção do Brasil. "A velharada falhou... mas não é realístico encarar o passado como um somatório de erros. Primeiro, porque errar não é privilégio de velho... Segundo, porque o presente revela ter sido feita muita coisa até agora, na qual há que basear a ação futura. Terceiro, porque o passado deve ser visto como a grande fonte da experiência, inclusive quanto aos erros cometidos, para que eles não se repitam."

Seria muito útil que as avaliações de Vargas e do varguismo abandonassem a hagiografia e a postura defensiva e tentassem extrair lições do passado, em vez de justificar sem reservas o que foi feito.

O que esperar da decisão do STF sobre planos - CAMILA VILLARD DURAN

VALOR ECONÔMICO - 27/11

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará o julgamento sobre a constitucionalidade dos planos de estabilização monetária, formulados durante as décadas de 1980 e 1990. Mas o que esperar dessa decisão? O STF já julgou ações e delimitou parâmetros do que seria a moldura jurídica do poder monetário. A expectativa em relação ao tribunal é a de que ele dialogue com essas decisões e, principalmente, com a natureza dos normativos que criaram os planos. Trata-se de leis que disciplinavam funções da moeda nacional. Leis monetárias têm tratamento jurídico específico. A moeda não é mercadoria, não pertence a um indivíduo, não é passível de apropriação privada. A moeda é bem público gerido pelo poder político.

Em estudo empírico desenvolvido na Faculdade de Direito da USP, posteriormente publicado sob o título Direito e moeda: o controle dos planos de estabilização pelo Supremo Tribunal Federal (Saraiva/Direito GV, 2010), pude verificar que o STF desenvolveu durante sua história recente o seguinte entendimento quanto às leis monetárias criadas por planos econômicos: 1- À lei monetária não se aplica como limite a regra constitucional da intangibilidade do ato jurídico perfeito, do direito adquirido e da coisa julgada. A razão para sua incidência sobre as obrigações jurídicas, constituídas anteriormente ao seu advento, é devido à sua natureza especial que altera regime de instituto jurídico (a moeda).

Portanto, os planos econômicos podem disciplinar os efeitos jurídicos gerados por contratos privados, celebrados anteriormente ao seu advento. 2- A disciplina jurídica da ordem monetária compreende: a) a alteração da unidade monetária, b) a fixação de critérios para conversão de obrigações jurídicas da moeda antiga para a nova; c) a definição de novos índices de correção monetária para contratos, inclusive contratos de depósito bancário; e d) a definição de fator de deflação para contratos pré-fixados. A lei monetária compreende, portanto, a disciplina das funções da moeda enquanto meio de pagamento (itens a e b) e padrão de valor (itens c e d).

No entanto, o STF construiu entendimento específico em relação a uma modalidade de contrato de depósito bancário. Segundo o tribunal, lei monetária pode alterar índice de correção monetária para contas de poupança desde que observe o período aquisitivo da remuneração pactuada (trinta dias). O Plano Collor 1, no que se refere à correção monetária, já observava essa orientação jurisprudencial. O entendimento do STF deu origem, inclusive, à Súmula 725 de 2003. Entretanto, o STF não apresentou qualquer argumento jurídico para diferenciar esse contrato dos demais contratos privados, inclusive contratos de mesma natureza. Um caso a ser mencionado: o RE 217.561 - AgR AgR julgado em 2009, de relatoria do ministro Eros Grau, em que se decidiu incidir de imediato a alteração monetária para contrato de depósito a prazo (CDB). O que os diferenciaria?

Acredito que, da perspectiva estritamente jurídica, um ponto deve ser ressaltado: a proteção ao ato jurídico perfeito concerne os requisitos de validade do contrato no tempo de sua celebração - agente, objeto e forma. Aqui está a essência do princípio da segurança jurídica. Um exemplo relacionado a planos econômicos: o bloqueio dos ativos financeiros pelo Collor 1 parecia não respeitar esses limites, pois interferia no objeto específico do contrato - a disponibilidade do depósito. Ali, parecia haver violência jurídica. No entanto, os normativos relativos a planos que interferiram nos efeitos dos contratos não esbarraram nessa limitação jurídica.

Como exemplo, pode-se citar a alteração nos índices de correção monetária aplicáveis à época do pagamento da remuneração da poupança. Não há que se falar em interferência na proteção constitucional ao ato jurídico perfeito. Um exemplo não monetário que ainda pode esclarecer esse argumento jurídico: a partir do Código Civil de 2002, é possível requerer a alteração do regime matrimonial de bens. Essa possibilidade jurídica, que se refere aos efeitos do contrato de casamento, aplica-se inclusive àqueles celebrados antes de 2002. Ora, é preciso identificar o plano da validade e o plano dos efeitos dos contratos privados.

Ademais, a racionalidade das leis monetárias era a de interferir em contratos celebrados anteriormente à sua vigência, disciplinando seus efeitos futuros. O principal diagnóstico do processo inflacionário brasileiro era o da inflação inercial: a inflação passada tornava-se presente devido à indexação contratual. Assim, a interferência nesse mecanismo automático de reajuste era medida necessária de plano dessa natureza. Como regra, os custos de políticas públicas são desigualmente distribuídos em sociedade. Nos planos econômicos, aqueles que tinham acesso ao sistema bancário sofreram parte dos custos da reforma monetária. Essa camada da população não constituía, entretanto, a maioria da população brasileira adulta na época. A maioria sofria cotidianamente os efeitos da inflação sem o reajuste automático de saldos bancários, sofrendo a consequente perda do poder aquisitivo de seus salários.

Por fim, cabe ressaltar que o sistema jurídico não se volta somente ao passado para qualificar fatos e identificá-los como juridicamente relevantes - no caso concreto, as medidas de planos econômicos. O direito também constrói cenários. A interpretação finalista integra decisões jurídicas e o STF tem recorrido a esse modelo de raciocínio em suas decisões. A aplicação minimamente prudente de uma regra considera resultados futuros. Em muitos casos, será o efeito da decisão que garantirá a concretização de valores protegidos pelo direito. A responsabilidade pelos resultados integra a decisão jurídica. Claramente, o STF está diante de um grande desafio social ao decidir sobre a constitucionalidade desses planos.

O Supremo Tribunal e os planos econômicos - CID HERACLITO DE QUEIROZ

O Estado de S.Paulo - 27/11

O Supremo Tribunal Federal deve julgar hoje a questão (1 milhão de ações) relativa à constitucionalidade dos Planos Econômicos Bresser, Verão e Collor, em face de pleito dos titulares de contas de poupança que se consideraram prejudicados pelas regras de conversão de moeda antiga para moeda nova, no respeitante à correção monetária dos depósitos. E pleiteiam diferenças, no valor global de cerca de R$ 150 bilhões, por parte das instituições financeiras depositárias, sobretudo da Caixa Econômica Federal. Alegam inexistente direito constitucional a um determinado índice de correção dos depósitos. Ora, os índices - é bom lembrar - podem até ser extintos, a qualquer tempo. A decisão preocupa seriamente o governo federal, porquanto, se esse pleito for acolhido, poderá ocorrer até mesmo a quebra de algumas instituições bancárias.

Seguindo a mesma tese, a Receita Federal teria de devolver parte do Imposto de Renda pago pelas instituições financeiras, os adquirentes de habitações financiadas teriam de pagar imensas diferenças, etc. Tudo isso acabaria por gerar uma crise econômico-financeira, com o recrudescimento da inflação, que afeta, sobretudo, as classes mais desfavorecidas. Todavia, no mundo do Direito, a substância deve prevalecer sobre a forma e o interesse social, sobre o interesse individual.

As Constituições de numerosos países dispensam tratamento expresso ao sistema monetário - Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Holanda, Áustria, Portugal, Suécia, Grécia, Argentina, México, etc. Nossa tradição constitucional não é diferente. A Constituição do Império preceituava que era atribuição da Assembleia Geral determinar o peso, o valor, a inscrição, o tipo e a denominação das moedas. Essa norma foi reproduzida pela Carta Republicana de 1891. A Carta de 1934 atribuiu competência privativa à União para fixar o sistema monetário, cunhar e emitir moeda e instituir banco de emissão. Na de 1937, foi conferido à União o poder de legislar sobre questões de moeda. A Carta Democrática de 1946 atribuiu competência à União para cunhar e emitir moeda e instituir bancos de emissão. A de 1967 atribuiu competência à União para cunhar e emitir moeda, bem assim para legislar sobre sistema monetário. A Emenda n.º 1/69 manteve essas normas. Finalmente, a Constituição de 1988, de modo mais adequado, preceituou a competência executiva da União para emitir moeda e a competência legislativa para dispor, privativamente, sobre sistema monetário.

Assim, desde o Império sempre foi clara a competência constitucional da União não simplesmente para cunhar (fabricar) e emitir moeda (pôr moeda em circulação), mas, sobretudo, para legislar sobre sistema monetário, um "direito inerente à soberania", na lição do clássico Maximiliano. Aliás, no final do século 19, a Suprema Corte dos Estados Unidos já havia decidido, pelo voto do Justice Gray, que o "poder de emitir moeda, atribuir-lhe curso forçado e regular o respectivo padrão é inerente à soberania" (Juilliard x Greenman Case, 1884).

Quando a Constituição atribui competência à União para legislar sobre sistema monetário, confere-lhe, implícita e necessariamente, poderes para criar e extinguir tal ou qual moeda, atribuir-lhe ou retirar-lhe o curso forçado, fixar-lhe o respectivo padrão (poder liberatório pelo qual se processam as transações comerciais e civis), estabelecer regras de conversão da moeda antiga para a nova, seja ao par, seja noutra proporção, inclusive prescrevendo taxas diferenciadas, segundo a natureza dos valores representados na moeda antiga, e dispondo sobre o prazo e as condições, gerais ou diversificadas, para a conversão.

"A estabilidade da moeda deveria estar incluída entre os direitos fundamentais do homem", disse Ludwig Erhard. "E só uma política de estabilização da moeda torna possível que uma classe não enriqueça à custa das outras", afirmava o pai do milagre alemão, Destarte, "não pode o Direito", ensina ainda Maximiliano, "isolar-se do ambiente em que vigora, deixar de atender às outras manifestações da vida social e econômica. As mudanças econômicas e sociais constituem o fundo e a razão de ser de toda a evolução jurídica".

É oportuno lembrar que, por ocasião da fusão das duas Alemanhas, foi atribuído ao Banco Central da Alemanha Ocidental (Bundesbank) um plano pelo qual até 2 mil marcos orientais, depositados em contas de poupança, seriam convertidos ao par em marcos ocidentais e o restante, assim como o valor de salários e pensões, seria convertido na proporção de dois por um. No mercado livre, a taxa era de cinco marcos orientais por um ocidental.

Além disso, mais de 20 anos são decorridos do advento dos citados planos e seus efeitos estão consolidados, inclusive pelo posterior Plano Cruzado e pelas medidas dos sucessivos governos para combater a inflação e estabilizar a moeda nacional. A par da questão constitucional, matéria publicada pela revista Veja desta semana demonstra que, pelas regras dos planos econômicos, as contas de poupança teriam sido corrigidas abaixo da inflação no mês de implantação de cada plano, mas corrigidas acima da inflação no primeiro trimestre após cada plano. E informa que 2% dos poupadores (mais ricos) concentravam mais de 50% das aplicações.

Os Planos Bresser, na gestão de Luiz Carlos Bresser-Pereira, Verão, na gestão de Mailson da Nóbrega, e Collor, na gestão de Zélia Cardoso de Mello, foram concebidos e elaborados, sob a orientação desses ilustres ministros, por equipes de competentes economistas e técnicos, para eliminar ou reduzir não simplesmente a inflação, mas a hiperinflação que ameaçava a harmonia social, um dos fundamentos da sociedade brasileira, como preceitua, com rara felicidade, o preâmbulo da Constituição de 1988.

Por que não dá certo? - LUIZ WERNECK VIANNA

O Estado de S.Paulo - 27/11

Qualquer observador da cena brasileira não se recusará a afirmar o papel do Estado como categoria crucial da sua História, a começar por uma de suas marcas mais distintivas, qual seja a da conquista da unidade territorial, quando as circunstâncias, logo após a Independência, pareciam prometer um destino semelhante à fragmentação que veio a ser dominante no mundo hispano-americano. De igual modo, será obrigado a reconhecer sua presença na modernização econômica do País, em que não só estabeleceu as bases de sua industrialização, como também criou uma complexa legislação com a qual nacionalizou o mercado de trabalho e difundiu uma ética valorizadora do trabalhador, em que pese o regime de tutela a que foram submetidas as atividades da sua vida associativa.

Seu último grande feito na modelagem do capitalismo brasileiro foi de estilo fáustico, com a incorporação do oeste e da Região Amazônica à sua estratégia - inscrita no seu DNA - de expansão do poder nacional, tarefa que envolveu várias gerações, conduzida como política de Estado nos anos estado-novistas por uma agência criada para esses fins, a Fundação Brasil Central, processos bem estudados por Robert Wegner (A Conquista do Oeste, Belo Horizonte, UFMG, 2000) e João Maia (Estado, Território e Imaginação Espacial, Rio de Janeiro, FGV, 2012), além dos já clássicos ensaios de José Souza Martins sobre o tema. O empreendimento estatal na conquista desse vasto território para a ocupação econômica foi coroado pela construção de Brasília e, duas décadas mais tarde, pela rede de rodovias criada pelo regime militar, entre as quais a Transamazônica.

Mas esse capitalismo politicamente orientado, ilustração exemplar da categoria cunhada por Weber, fora surtos passageiros a que foram acometidas algumas de suas elites políticas - não apenas as de direita -, sempre conservou no seu horizonte a perspectiva de que sua missão, ao lado de maximizar o poder nacional, era a de fortalecer o mercado e tornar viável seu movimento expansivo. Não à toa a ida aos sertões do nosso hinterland, iniciada sob o signo da aventura, deixou em sua esteira o agronegócio, hoje um carro-chefe do capitalismo brasileiro e que, ademais disso, consolida nossas fronteiras nacionais e as tensiona no sentido de projetá-las à frente.

Antes, pois, do mercado sempre esteve o Estado, ao qual se deve atribuir a juvenilização do capitalismo brasileiro com o agronegócio, que se instalou em lugares dados como perdidos para os grandes empreendimentos mercantis. O mesmo movimento, como notório, presidiu a industrialização do País, com a mesma antecedência da ação norteadora do Estado quanto ao mercado, tanto no Estado Novo, no governo Juscelino Kubitschek e no regime militar, que os governos do PT, embora sem a força de empuxe dos anteriores, tentam reiterar. Andará mal informado, portanto, o mesmo observador se não atentar para a força do mercado na cena contemporânea brasileira, que tem atrás de si como guardiã e desbravadora de caminhos novos a força política de um Estado cada vez mais bem equipado para intervir em seu favor em busca de novas oportunidades de expansão.

A presença incisiva da dimensão do mercado entre nós se faz estampar no espaço que todas as mídias lhe dedicam, com noticiários e colunistas especializados na interpretação do seu movimento e, em alguns casos, numa ação pedagógica dirigida ao grande público a fim de aconselhá-lo a extrair proveito de oportunidades de ganhos econômicos. De outra parte, expandem-se os cursos de formação de especialistas, nas universidades e fora delas, dedicados às suas práticas, afora o fato, bem conhecido, de que economistas de várias tendências doutrinárias se alinham, hoje, entre as principais personalidades intelectuais do País.

A capilaridade da sua influência cultural tem sido de tal monta que encontrou formas expressivas no terreno da religião, em geral refratárias ao mercado, como se nota na Teologia da Prosperidade que viceja em cultos pentecostais. Mais recentemente, o processo de irradiação de sua influência encontrou uma forma nova de massificação com o fenômeno do empreendedorismo, para cuja sustentação concorrem políticas públicas estatais e ações da vida associativa empresarial, para não falar no papel das mídias que o estimulam.

Nosso observador a esta altura se volta para a dimensão da sociedade civil e se aturde com a multiplicidade de suas ricas formas. Confronta-se com um sindicalismo pujante, dotado de mídia própria e equipamentos sofisticados, com um associativismo empresarial robusto à frente do Sistema S e seus cursos de formação de mão de obra especializada. Ao deitar os olhos para a vida popular, tem diante de si uma malha incontável de associações de bairro, a organização do carnaval e seus milhares de dirigentes e operadores sociais - a trama densa da esfera pública dos seres subalternos. Nas grandes corporações profissionais reitera-se o cenário, a que não falta a SBPC com o núcleo Ciência Hoje dedicado à divulgação científica e à massificação da ciência para um público juvenil.

Nosso observador se confunde. O que falta para que este país dê certo, se conta com Estado, mercado e sociedade civil como dimensões fortes e bem aparelhadas? A resposta não está à mão, mas ele se esforça e descobre: falta a política como atividade aberta à prática de todos, que, aqui, se tornou atividade sob monopólio dos dirigentes do poder político, apenas ele dotado de autonomia para pensar e agir, vício antigo também instalado no nosso DNA. Talvez por isso, ao contrário do Chile, que acaba de renovar suas lideranças políticas a partir de movimentos sociais recentes, aqui, onde esses movimentos foram de maior porte, não há muito o que esperar das jornadas de junho.