sábado, julho 24, 2010

BRASIL S/A

O mundo pirou
Antonio Machado

CORREIO BRAZILIENSE - 24/07/10

Não é só aqui. Falta de respostas fáceis para a crise confunde os governos e economistas no mundo

 
Se até a semana passada o cenário de menor crescimento econômico e desinflação, assumido pelo Banco Central ao fixar a nova Selic, era estranho à maioria dos economistas brasileiros, imagine o que deve estar sendo para os profissionais da futurologia projetar os caminhos infinitamente mais complexos da economia global.

A bola de cristal tem errado todas. Já não se sabe mais se é a grande crise, detonada com o início da recessão nos EUA no fim de 2007 e tornada dramática com a quebra do Banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, que continua a assombrar. Ou se outras espocaram depois, ao se tornar impossível mantê-las ocultas, caso da Europa.

As contradições da união monetária eram sabidas desde a criação do euro, mas ninguém falava. Ou, ainda, se a crise que vai e vem é a mesma gestada pelas bolhas de especulação de ativos financeiros nos EUA e na Europa, reaparecendo aqui e ali em novas versões.

Nos EUA, ela poderia tomar a forma de recidiva, o chamado “duplo mergulho”, em que, depois de uma arrancada forte, a economia, tal qual cavalo paraguaio, volta a cair. Sabe-se pouco dessas coisas. A história registra uma ocorrência, na década de 1930, mas devido a um erro do governo de Franklin Roosevelt, ao retirar cedo demais os estímulos à economia, reavivando a recessão. O risco do double dip marcou as apresentações esta semana do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, ao Congresso — e isso quando despontava o consenso, não inteiramente descartado, de que os EUA se distanciam da crise. Bernanke falou em cenário “excepcionalmente incerto”.

Incertas, no duro, são as sequelas das ações monetárias e fiscais dos governos, sobretudo da Europa e dos EUA, para resgatar a banca da insolvência e evitar a depressão à custa do bombeamento maciço de liquidez. Tais medidas legaram um explosivo endividamento público, cujo giro já compete no mercado financeiro com as necessidades de capitais do setor privado — e seu custo de juros sobrecarregará o orçamento fiscal e o contribuinte dos países avançados anos a fio.

Igualmente incerta é a continuidade do desbalanceamento entre os deficits dos EUA e as economias que os bancam — basicamente China, Japão, Alemanha, árabes produtores de petróleo e outros grandes emergentes, como Brasil, Índia e Rússia, no fim da fila.

Tais desequilíbrios ameaçam a sustentação do dólar como reserva de valor, e era o que destacava o euro — alternativa frustrada com a exposição da grave crise essencialmente fiscal e de ineficiência competitiva na União Europeia. E agora? Fazer o quê?
Bola de cristal rachou
A falta de respostas fáceis deixa a todos, sobretudo governantes dos países avançados, atônitos; confunde os economistas; paralisa o empresariado e a banca; e leva aos equívocos dos cenários. Não é a bola de cristal que ficou biruta. A economia é que mudou.

A teoria econômica e as fórmulas para operá-la de repente parecem não funcionar. Recessões anteriores se resolviam com gasto fiscal e laxismo monetário, se no mundo rico, ou com paulada no lombo, se em países pobres “assistidos” pelo FMI. Mas era só um ou outro. No máximo, pegava uma região, como a Ásia, em 1997 e em 1998.
Keynesianismo bastardo
Outra coisa é uma crise global, e não entre países fracos, mas no coração das economias avançadas — fonte dos fundos que abastecem a economia privada e as necessidades dos países emergentes. E não é só: a fórmula do grande John Keynes para tirar países do atoleiro via gastos fiscais tinha o objetivo de estimular a despesa privada por meio da distribuição de renda e investimentos públicos.

No desenho dos governos que recorreram ao keynesianismo, não há a criação de emprego emergencial gerado por grandes obras. Há apenas a troca de dívida privada por pública e subsídios à demanda por um consumidor endividado até a boca e alarmado, ou até desempregado.
Arruinando-se por nada
No fim, a impressão é que os governos dos EUA, da Europa e do Japão estão gastando o que não podem e não têm por nada. Até já se teme pelo esforço da China para manter a sua taxa de crescimento perto de dois dígitos, mas puxada pelo aumento da produção voltada para a exportação, não para o consumo interno — num país em que o gasto das famílias é da ordem de 30% do PIB. Vai a 70% nos EUA, e ainda não cedeu pela crise, e passa de 63% no Brasil, e está crescendo.

É o que o Banco Central tenta reduzir por cautela. Com o mundo de ponta cabeça, não espanta a profusão de bola fora. Lá e aqui. E a tendência é que as projeções sigam erráticas por muito mais tempo.
Mal sistêmico da crise
O esforço para reerguer as economias avançadas ainda está sujeito a acidente porque o mal sistêmico da crise continua longe da cura: a existência de uma gigantesca capacidade ociosa no mundo.

Ela fez sentido enquanto havia crédito farto como sucedâneo para a renda estagnada no mundo rico. O crédito ainda existe, mas os bancos hesitam emprestar a um consumidor que nem bem começou a se desendividar, além de se saber que o ajuste fiscal na Europa e nos EUA um dia terá de vir — e, quando vier, vai doer pra caramba.

As economias emergentes, como China e Brasil, superaram a crise sem maior trauma porque vinham ajustadas na marra desde a década passada. A questão é que o bolso da clientela externa está puído. O padrão de crescimento será outro. Mas qual? Ninguém sabe dizer.

MANOEL CARLOS


Filosofando

Manoel Carlos

REVISTA VEJA


Quem me acompanha por aqui talvez se lembre deste nome: Edgar. Eu o mencionei algumas vezes nesta última página de VEJA RIO. Trata-se de um conhecido meu, de São Paulo, que vez ou outra eu encontro no Rio, mas que nunca chegou a ser meu amigo. O que faz o Edgar? Pensa e conversa. E agora — pelo que me contou — também escreve.

Com 56 anos, solteirão profissional, com dois ou três filhos que reconheceu, mas com os quais jamais conviveu, Edgar passa a vida a namorar e a viajar. Neste momento está em Nova York, onde o encontramos — minha mulher e eu — na costumeira visita que fazemos à Catedral de Saint Patrick sempre que estamos por lá. Como a Bety acha o Edgar um tanto pretensioso e cansativo, ela tratou logo de entrar numa loja próxima, ficando de voltar em meia hora ao café, onde eu e ele ocupamos uma mesa e pedimos um cappuccino.

E foi aí então que Edgar me contou estar terminando um livro de reflexões que vem fazendo no correr da vida. E foi ele mesmo que afirmou:

— Gosto de filosofar. Reflito sobre o que vejo, ouço e sinto. E vou anotando aqui.

E me mostrou um pequeno caderno com as páginas quadriculadas, de capa escura, em que se lia, em letras de fôrma, caprichadas, o título da obra: Filosofando.

— São todas reflexões baseadas nas minhas observações sobre as mulheres — concluiu ele.

Por mais que eu quisesse, por gentileza, demonstrar interesse, não pedi para ler o que ali estava escrito, e o caderno ficou na mesa do café, ao lado de alguns livros que eu comprara na Barnes & Noble. Menos de meia hora depois, Edgar olhou o relógio e levantou-se apressado para ir a um encontro. Conferimos nossos números de celular, marcamos um jantar para o fim de semana, e lá se foi ele, 5ª Avenida acima. Quase que imediatamente, a Bety voltou e só então eu vi, ao lado dos meus livros, o caderno do Edgar sobre a mesa, ali esquecido.

— Vai dar pela falta e vai ligar — ponderou minha mulher.
— Marquei um jantar para sexta-feira. Aí devolvo.
— Tenho mesmo de ir?
— Faça o sacrifício. Ele quer nos apresentar a nova namorada e falar sobre esse livro que está escrevendo.

E voltamos para casa.

À noite, já deitado, abri o caderno e li alto, para a Bety, algumas reflexões do Edgar, entre as mais de 500 que aparecem escritas. Reflexões, como ele mesmo disse, feitas com a experiência que a vida lhe deu no trato com as mulheres. Passo aos leitores algumas delas, entre as publicáveis, já que muitas não poderiam estar numa revista respeitável como esta. Leiam:

  • Mulher feia é mais asseada do que mulher bonita.
  • Prefira as loiras. Não por serem mais burras, mas por serem menos exigentes do que as morenas.
  • As gordas são mais sinceras no amor.
  • Uma mulher só está madura quando assume suas estrias.
  • Nem plástica, nem dieta. O que mais rejuvenesce uma mulher é a viuvez.
  • Uma mulher de vestido é mais sensual. Só perde para uma que, além de vestido, use óculos.
  • Uma mulher que fale num outro idioma é sempre mais atraente.
  • As mulheres italianas são as mais criativas nas relações amorosas.
  • Melhor do que casar por dinheiro é casar por dinheiro e por amor. Mas raramente esses dois interesses aparecem juntos.
  • A única maneira segura de não se cansar de uma mulher é não viver com ela.

Paro por aqui, assim como minha mulher me fez parar de ler para ela.

— Nunca ouvi nada tão idiota — disse ela. — Eu, se fosse você, jogaria esse caderno no lixo e diria não ter encontrado nada na mesa do café.

Mas não segui sua sugestão. No dia seguinte, Edgar me ligou, nós nos encontramos e eu lhe devolvi o caderno.

— Leu?
— Não tive tempo. Vou esperar para ler quando sair o livro.
— E a Bety?
— Passou os olhos — menti eu.
— E...?

Falei a verdade:

— Cancelou o nosso jantar.

GOSTOSA

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Só felicidade
SONIA RACY
O ESTADO DE SÃO PAULO - 24/07/10

Mais um mês bom para a Secretaria da Fazenda paulista. Números recém-tabulados mostram que em junho entraram para os cofres do Estado quase R$ 8,5 bilhões. Descontada a inflação, essa arrecadação significa crescimento de 16,1%.
A União, por sua vez, na sua arrecadação recorde de junho registrou alta corrigida pela inflação de 8,54% em relação ao mesmo mês de 2009.
Felicidade 2
A diferença é grande, mas no semestre o crescimento das duas receitas se equivalem. São Paulo registrou média de 13,4% de aumento e a União avançou 12,4%. Aguarda-se os números de julho que devem sinalizar qual o tamanho da desaceleração da economia.
Funk estadual
Criado na periferia da capital, o projeto Funk da subprefeitura de Cidade Tiradentes será estendido para o Estado. A decisão de Andrea Matarazzo inclui convite ao subprefeito Renato Barreiros, da sub onde nasceu a ação para integrar a pasta da Cultura.
Em seu lugar - escolhido por Kassab - entra o coronel Paulo Régis Salgado.
Casa de ferreiro
Victor Ribeiro, presidente do Google no Brasil, desembarcou no Rio, anteontem, para um almoço nas proximidades do Santos Dumont. Consultou seu portal e seguiu direto para a primeira opção. Resultado: foi parar na filial de Ipanema do restaurante.
Boca de siri
Se a operação de capitalização da Petrobrás não sair em setembro, periga Sérgio Gabrielli ter que ficar mudo até o fim do ano.
Respeitando exigência da CVM, o presidente da estatal está em período de silêncio desde o dia 23 de junho, em consequência da operação financeira inicialmente marcada para julho.
Semanada
Sérgio Guerra, coordenador da campanha de Serra, desistiu. Passa agora segunda e terça em São Paulo para evitar muito vai e vem de Brasília.
Aula radical
O Instituto Rio Branco quer, literalmente, que seus profissionais conheçam o País que vão representar. Levou 100 diplomatas para desbravar a Amazônia na semana passada. Com direito a prova de comida de guerreiro na selva, incluindo larva.
Foco de luz
Hector Babenco tem nova profissão: a dos palcos. Já deu o start nos ensaios da peça Hell, uma adaptação sua do livro da escritora francesa Lolita Pille, que estreia dia 4 de outubro.
No elenco, sua amada Bárbara Paz e Ricardo Tozzi.
Na botija
Ricardo Teixeira, como de hábito, marcou conversa ontem com Muricy Ramalho no Itanhangá Golf Club, assim como fez com Felipão e Dunga. Deu de cara com toda imprensa cobrindo a Gillette Golf Cup.
Os dois tentaram sair desapercebidos pelo vestiário. Sem sucesso.
Bye, Bye, Brasil
Sarah Nicole Lowry - turista americana que teve 80% do corpo queimado na explosão de um bueiro da Light no Rio - mandou devolver as chaves do apartamento que alugou na Praça da República em São Paulo.
Pretende, com o marido David James Mc Laughlin, deixar a Clínica São Vicente direto para Ohio assim que tiver alta.

Poderosa Chefona
Karina Janini está em missão nada simples. Se divide entre a tradução de dois livros sobre a máfia italiana. A Beleza e o Inferno, de Roberto Saviano e Máfia Export de Francesco Forgione.
Ambos a serem lançados em 2011 pela Bertrand.
Na frente

Benjamin Moser, biógrafo de Clarice Lispector, tem encontro com Beth Goulart, que interpreta a escritora na peça Simplesmente Eu. Na Bienal do Livro, dia 14.
Sucesso de Zeca Pagodinho, Água da Minha Sede, ganhou versão mais lenta na voz de Roberta Sá. A cantora lança semana que vem novo projeto com o Trio Madeira Brasil.
Monica Filgueiras e Fernando Ribeiro pilotam hoje a mostra Pop Show.
A Brothers of Brazil, de João Suplicy e Supla, faz show hoje no Ao Vivo Music.
Decidido: a exposição que celebra os 120 anos de Anita Malfatti, em Brasília, vai também para o CCBB do Rio.
Acontece, quinta, o evento Paladar - cozinha do Brasil.
No Grand Hyatt.
Celso Lafer fala, terça, sobre Miguel Reale na Academia Brasileira de Letras.
Momento auto-centrado de Amy Winehouse. A cantora aderiu ao movimento "Free Lindsay Lohan" pensando: "Poderia ter sido comigo".
Alexandre Kalache, da Academia de Medicina de NY e Yukio Moriguchi, geriatra do Papa João Paulo II, fazem palestras no Fórum da Longevidade, realizado pela Bradesco Seguros. Dia 3, no Unique.
A indústria do cigarro já tem candidato nestas eleições. E não é Marina nem Serra.

WALCYR CARRASCO


Bullyng na família

Walcyr Carrasco
REVISTA VEJA - SP

Certa vez, quando dei uma palestra na Zona Leste da cidade, uma senhora me falou sobre seus dois filhos. Segundo afirmou, o primeiro era mais inteligente.
— Tenho preferência por ele, sim. Seria mentira dizer que não.
A conversa me provocou uma sensação desagradável. Pensei na vida do caçula. Qual seria seu sentimento, ao perceber que a mãe prefere o mais velho? Sou escritor. Imaginei os gestos do cotidiano: reprimendas mais fortes; presentes piores no aniversário ou Natal e talvez até comentários desdenhosos. Tomei consciência de que isso acontece muito mais do que se comenta. Fala-se muito de bullying. Livros abordam violências verbais e até agressões físicas que ocorrem nas escolas. O ataque costuma ser dirigido a quem é de alguma maneira diferente: os gordinhos, os maus esportistas, os nerds, os mais pobres, entre outros. Até um sotaque pode induzir os valentões da turma à chacota. Submetidas a uma pressão constante, as vítimas muitas vezes se rebelam. E dentro da família?
Um amigo passou a infância perseguido pelo irmão mais velho. Tudo era motivo para zombaria e até ataques físicos. A mãe, ausente, não punia o agressor. Hoje os irmãos têm uma relação distante, mal se falam. Agora a mãe se lamenta. Não entende por que os filhos não se dão bem.
— Meu irmão foi meu pior inimigo! Como posso gostar dele agora? — ouvi o mais novo dizer.
A agressão pode se voltar contra um dos pais. Soube de um vizinho que gritava com o pai e o ameaçava por qualquer pretexto porque tinha pouco dinheiro. Não usava drogas. O velho, frágil, não conseguia enfrentá-lo.
— Você é um incapaz — dizia o filho. — Nunca soube ganhar dinheiro!
Muitas vezes a própria mãe cria a situação. Uma figura da sociedade, magra e bem vestida, parece esconder sua filha, que é gorda. A garota nunca é vista em companhia da mãe nas festas que ela costuma frequentar. Em represália, veste-se de maneira relaxada. Mal penteia os cabelos.
— Minha mãe tem vergonha de mim! — já desabafou.
É difícil tocar nesse assunto. Cada família possui uma dinâmica diferente. Nem sempre as situações são evidentes, mas o atingido percebe o desprezo. Ou a comparação. É comum uma criança de olhos azuis ser coberta de elogios. Ninguém fala do irmão de olhos castanhos. Só a mãe pode ajudar, valorizando os dois.
Ou então um dos membros perde o emprego. A família passa a humilhá-lo.
— Não vou sustentar vagabundo! — certa vez ouvi a irmã, secretária, ameaçar o irmão.
Se é difícil encontrar trabalho, a agressão aumenta. E a pessoa deprimida tem mais dificuldade ainda. Perde o prumo.
Pais inventam sonhos para os filhos. Desejam que se tornem bem-sucedidos, talvez famosos. Já vi homem com bebê no colo garantir:
— Este aqui vai ser jogador da seleção. E ganhar a Copa!
O bebê sorri, sem saber da cilada. Pode ter pendor para a informática. Talvez nunca seja um craque. Passará horas diante da telinha.
Também já vi pai reclamar:
— Sai do computador, moleque! Vai jogar futebol!
O filho passa a ser constrangido. Pressionado. Conheci pessoas inteligentes totalmente desestruturadas, incapazes de se dedicar a uma profissão, por falta de apoio familiar.
Muitas vezes, o que parecem ser gestos de amor, de incentivo, são ameaças porque o filho ou irmão não segue um padrão. É difícil, mas cada família deve abrir sua caixa-preta. Adquirir a coragem de encarar suas falhas. E aprender a trocar a agressão pelo abraço.

CANALHAS

ANCELMO GÓIS

NORIVAL É VALÉRIA
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 24/07/10
 
Está dando trabalho no Ministério Público Eleitoral do Rio a análise do registro de alguns candidatos de nomes, digamos, exóticos. 
Daniel Peitão, por exemplo, recebeu parecer contra a sua candidatura dos procuradores. Mas teve o registro autorizado pelo TRE. 

PODE ME CHAMAR 
O problema é que tem candidato querendo até usar outro nome. 
Um Norival, por exemplo, na urna, quer ser chamado de... Valéria. 

OBAMA CARIOCA 
Mas a lista de extravagâncias é extensa.
Além de Peitão, tem Bia Corragem para Nudar, Cláudio Henrique Barack Obama e Seu Bené do Laranjão.

OS FAMÉLICOS 
Lula, que andou condenando uma greve de fome de presos políticos cubanos, doou US$ 500 mil para a compra de leite em pó para crianças e idosos de Cuba.

DIA D 
O ministro Eros Grau avisou.
Ficará no Supremo somente até a semana que vem.

SUCESSOR... 
A quem pergunta, Lula diz que ainda não escolheu o nome do sucessor de Eros no STF. Será?

NO MAIS... 
O Twitter já tem 124 milhões de seguidores no mundo.
Ou seja, duas Franças. 

CRIME NA ACADEMIA 
Uma bandeja de prata sumiu de entre os haveres da Academia Brasileira de Letras. 
Foi achada, dobrada em duas, numa lata de lixo. O presidente Marcos Vilaça mandou apertar todos os esquemas de segurança.

DE DIABO A DEUS
As igrejas neopentecostais e os shoppings ajudaram a dizimar os cinemas de ruas e praças. Mas veja. A explosão do mercado de shoppings no Brasil – ainda este ano 16 serão inaugurados e em 2011 vêm mais 29 – agora incrementa o número de salas de cinema. Hoje, existem 396 shoppings em funcionamento no País e, neles, 2.388 cinemas. 

PESSOAL DO SOMBREIRO 
Aliás, a febre de shoppings no País foi um dos motivos que atraíram o Cinépolis, um dos maiores operadores de cinemas do mundo. 
Fala-se que o grupo mexicano já tem contratadas mais de 120 salas por aqui, em shoppings quase sempre.

PAREM AS MÁQUINAS 
Ciro Gomes será comentarista político da TV Cidade do Ceará.
Fez o anúncio em entrevista à emissora, em que voltou a dizer que levou uma rasteira do PSB e que o partido puxou o tapete de sua natimorta candidatura.

TRÁFICO DE PESSOAS
O Brasil é o terceiro no ranking dos países da América Latina no tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. A Europa é o destino preferido das gangues. Mas os EUA se preocupam com o tema.
Quinta, Ricardo Rodrigues Lins, coordenador de enfrentamento ao tráfico de pessoas da Secretaria Nacional de Justiça, se reuniu no Rio com o pessoal do Consulado Americano para uma exposição sobre o assunto, que vem preocupando autoridades dos dois países.

PAINEL DA FOLHA

Linha cruzada
RANIER BRAGON (interino)
FOLHA DE SÃO PAULO - 24/07/10

Adversários do ex-ministro da Previdência José Pimentel (PT-CE) reuniram material para tentar derrubar, na Justiça Eleitoral, sua candidatura ao Senado. O argumento é que o petista fez uso político do Disque 135, o tira-dúvidas da Previdência, o mesmo número de sua candidatura. Segundo seus adversários, o número da linha telefônica que atende gratuitamente pensionistas e aposentados foi divulgado amplamente por Pimentel, de forma eleitoreira, em entrevistas e material publicitário. O ex-ministro se defende: "Não tem nada a ver com o Ministério. Escolhi o 135 porque é o número da Lei da Ficha Limpa, o que deve estar incomodando muito quem tem ficha suja".



Vida real Com Tasso Jereissati (PSDB-CE) gozando de ampla vantagem para se eleger ao Senado, acirra-se cada vez mais a disputa palmo a palmo entre Pimentel e Eunício Oliveira (PMDB) pela outra vaga. Eunício chegou a recorrer até a Lula, sem sucesso, para tentar derrubar a candidatura do petista. 

Expectativa A cúpula da campanha de José Serra (PSDB) tem adotado o discurso reservado de que é positivo ao candidato chegar ao início da propaganda na TV, em 17 de agosto, com a manutenção do cenário de empate nas pesquisas com Dilma Rousseff (PT) . 

Localizado O detalhamento do Datafolha mostrando que a vantagem de Serra sobre Dilma em Minas está dentro da margem de erro (38% a 35%) também dará discurso à ala paulista do PSDB para quem Aécio Neves só pede votos ao tucano quando ele está por perto. 

GPS Entre as principais capitais do país, Serra obtém pico de rejeição em Salvador (38%), Recife (35%) e Rio (35%), alguns dos Estados mais problemáticos para sua campanha. Já Dilma tem índices baixos em Curitiba (34%) e Porto Alegre (33%), justamente a cidade onde construiu carreira política. 

Extra A inclusão de Pernambuco entre os primeiros Estados a contar com a dupla Lula-Dilma em ato de campanha é fruto do seguinte cálculo: além da possibilidade de Eduardo Campos (PSB) ser eleito ao governo no primeiro turno, Lula tem dito a auxiliares que fará de tudo para emplacar dois aliados do Estado no Senado.

Só assim Sem saber se o tempo permitiria a Lula ir de helicóptero de Garanhuns a Caetés ontem, foi feita uma operação "tapa buraco" às pressas para a possibilidade, que acabou se confirmando, de o presidente usar a estrada para percorrer os cerca de 20 quilômetros que separam as duas cidades. 

Viagem Em evento de que participou mais cedo, na Bahia, Lula afirmou que o programa Luz para Todos já utilizou 1,1 milhão de quilômetros de fio. E prometeu: "Um milhão e cem mil quilômetros de fio dá para enrolar o planeta Terra mais de 27 vezes. Quando eu deixar a Presidência e não tiver o que fazer, vou pegar um foguete e vou lá enrolar os cabos". 

Recado Para driblar eventuais resistências a Dilma Rousseff por suas posições em relação ao aborto, interlocutores do PT com as igrejas católicas e pentecostais têm se valido de um único argumento: se eleita, Dilma seguirá a mesma linha do governo Lula. Ou seja, ficar longe deste tipo de polêmica. 

No encalço A prometida conversa entre Dilma e Ciro Gomes deve acontecer na próxima semana. Nos últimos dias, Ciro falou publicamente, mais de uma vez, de sua mágoa por ter sido tirado da corrida presidencial. 

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

tiroteio

É até engraçado: o Indio, para aparecer, resolve bater na Dilma. E o Serra, para aparecer, decide brigar com o Michel Temer. 

DO DEPUTADO GEDDEL VIEIRA LIMA (PMDB-BA), rebatendo o candidato tucano, segundo quem o vice de Dilma Rousseff "é mercadoria".

contraponto

Simples assim Durante a disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 1985, Jânio Quadros (1917-1992) pouco revelava sobre seus planos para a cidade, em contraste com o adversário Fernando Henrique Cardoso, que a cada dia apresentava novas ideias sobre o que pretendia fazer caso eleito. Um dia alguém perguntou a Jânio:
-E o programa de governo?
Ele, que acabaria vitorioso na disputa daquele ano, respondeu sem hesitar:
-O programa de governo sou eu!