quarta-feira, julho 03, 2013

Vida dura de Eike - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 03/07

A Petrobras recusou a proposta de Eike Sempre Ele Batista de ficar com algumas unidades ociosas de produção da OGX, que atendem pelo nome técnico de FPSO.
Técnicos da estatal concluíram que estas unidades não são adequadas às necessidades da empresa.

Ainda...
A Petrobras teme pelo futuro do contrato de fornecimento de duas plataformas de exploração de petróleo em alto-mar assinado, em 2012, com um consórcio formado entre a Mendes Júnior e a OSX.
Uma alternativa é a empreiteira assumir a parte de Eike no consórcio.

De volta à terrinha
O mineiro Antonio Grassi está deixando o comando da Funarte, cargo que ocupava pela segunda vez nos últimos dez anos.
O ator vai dirigir o Instituto Inhotim, em Minas, um dos maiores centros de arte ao ar livre do mundo.

As voltas que o...
O ator americano Nicolas Lawson, de 27 anos, deixa hoje o Rio. Seu avô, Lincoln Gordon, como embaixador dos EUA no Brasil, conspirou para derrubada de Jango.
Ele visitou a antiga sede da embaixada. Disse que achou “incrível” a onda de protestos nas ruas.

O tigre na sombra
Lya Luft recebe dia 18 o prêmio de melhor romance de 2012 da ABL, com “O tigre na sombra”.

No mais...
Se estivesse vivo, Wilson Baptista completaria hoje cem anos. É dele o belíssimo samba “Chico Brito” (com Afonso Teixeira). Um trechinho:
“Se o homem nasceu bom/e bom não se conservou/A culpa é da sociedade/Que o transformou.”

Gois na Flip
Adriana Calcanhotto, responsável pela seleção dos poemas e ilustrações da “Antologia ilustrada da poesia brasileira”, que a Casa da Palavra lança na Flip, está frustrada. Não conseguiu incluir na obra versos de Cecília Meireles e Manuel Bandeira por causa de questões de direitos autorais.
— Descobri por que há poucas antologias. A burocracia é tanta para conseguir a cessão dos poemas que é fácil desistir da ideia.

Batalha do Ecad
Lobão mandou um vídeo em defesa do Ecad para ser exibido hoje na sessão do Senado que discute o projeto de lei 129, que propõe mudanças no órgão.
No vídeo, o polêmico artista diz que “querem estatizar o Ecad” e que tudo vai “ficar muito pior do que já é”.

Como se sabe...
Se o projeto passar, o Ecad passará a ser fiscalizado por um órgão técnico.
Os autores estão divididos. A favor do projeto, estão Roberto Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Marisa Monte, entre outros.
Aldir Blanc, Beth Carvalho, Fafá de Belém, Martinho da Vila e Lobão, entre outros, são contra o PL 129.

Potência em ação
A mulata da foto, um tanto, digamos, afrancesada para os padrões tropicais, até mesmo pelo corte de cabelo à la garçonne, enfeita este anúncio nos quiosques de Paris de uma série de programas da Radio France Culture.

O título, veja, é: “Brasil, uma potência em ação.”

Dedicação total
A juíza Gisele de Lima e Silva Rossi foi promovida a desembargadora e, em seguida, aposentou-se.
Na verdade, durante muitos anos, ela dispensou a promoção para se dedicar à Vara de Família.

Júri popular
Ex-chefe do tráfico no Morro do São Carlos, no Estácio, Anderson Mendonça da Rosa, o Coelho, braço-direito do traficante Nem, vai a júri popular por determinação da 1ª Vara Criminal do Rio.
É acusado de ter cometido nove homicídios entre 2006 e 2011.

Nosso dinheirinho
O Tribunal de Contas do Estado vai comprar nove carros novos para os seus sete conselheiros.
A marca escolhida foi Ford Fusion, que custa cerca de R$ 90 mil.

Nem tão suíça - RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 03/07

RIO DE JANEIRO - Pouco antes de Brasil x Espanha, a TV deu em close um torcedor que já nos habituáramos a ver nos jogos do Flamengo: um negro plástico e desdentado, famoso na antiga geral do Maracanã pela alegria com que contagiava o pessoal à sua volta. Seu próprio deficit dentário era uma marca --simbolizava o Brasil profundo. Só que, neste domingo, ele não estava no Maracanã. Estava a alguns quilômetros, no Terreirão do Samba, assistindo ao jogo pelo telão.

Torcedores como ele não tiveram vez na Copa das Confederações. Foi assim em todas as sedes, e houve jogos em que os únicos negros na "arena" eram os que estavam em campo. Ao cobrar ingressos de ópera para o futebol, a Fifa tentou transformar em suíça --nacionalidade de seu presidente Joseph Blatter-- a torcida brasileira. Era como se todo mundo ali fosse leitor de Hermann Hesse e Friedrich Dürrenmatt, conterrâneos de Blatter.

Por sorte, a realidade se encarregou de corrigir a azeda ordem unida da Fifa. Ficou provado, por exemplo, que não haverá necessidade de demolir os ginásios no entorno do Maracanã para construir estacionamentos, já que os torcedores foram desestimulados a ir de carro ao estádio e o transporte público funcionou bem.

O povo, por sua vez, não se conformou com o Hino Nacional em compota, reduzido a 90 segundos, e cantou a primeira parte completa, a capela --inclusive os jogadores. Os torcedores não puderam levar seus tambores e trompetes para o estádio (com o que não tivemos a Charanga do Flamengo para puxar o "Touradas em Madri", como em 1950), mas os próprios jogadores se encarregaram de produzir a batucada, dentro do campo, ao fim do jogo.

E, obrigado pela Fifa a atravessar um corredor polonês para pegar sua medalha, Felipão recebeu o carinho da torcida --nada suíça-- na forma de beijos e tapas na careca.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 03/07

Cresce o pessimismo e cai a avaliação de governos entre micro e pequeno industrial
A exemplo da pesquisa nacional do Datafolha com a população, também entre os micro e pequenos empresários industriais cresceu o pessimismo quanto aos indicadores econômicos e piorou a avaliação da presidente Dilma Rousseff e do governador paulista, Geraldo Alckmin.

O aclive, no entanto, foi mais acentuado na esfera federal, onde as críticas mais que dobraram, de acordo com a pesquisa do Simpi (sindicato do setor), em parceria com o Datafolha, realizada entre os dias 11 e 27 de junho.

Foram ouvidas 300 micro e pequenas indústrias no Estado de São Paulo.

Em maio, 19% consideravam o governo federal ruim ou péssimo.

No mês passado, a parcela era de 43%, de acordo com o levantamento.

Enquanto isso, a desaprovação de Alckmin passou de 13% para 24% entre empresários do segmento.

Com relação à avaliação da conjuntura, 44% consideraram a situação econômica como ruim ou péssima.

No mês anterior, 25% deles faziam essa avaliação.

"Há uma preocupação com relação à economia e aos governantes. Todo o quadro econômico não é bom, a começar pela inquietação com a inflação. Cerca de 40% esperam aumento de custo em julho", diz Joseph Couri, presidente do Simpi.

"Todos os sinalizadores, de inadimplência a custo de produção, não são favoráveis. O mercado interno começa a ter problemas graves", afirma.

Entre os entrevistados, 41% possuem dívidas, e a inadimplência é considerada preocupante para 57% dos micro e pequenos.

A expectativa de faturamento em julho ficou no mesmo patamar do mês anterior para 60% dos empresários.

"É difícil prever, mas é preciso ter em mente que o fim [da política monetária expansionista] é inevitável e se aproxima"
DAVID SHERMAN
da Universidade de Northeastern

"Começarão a aumentar os juros, mas isso será gradual"
EVELINE GERCK
sócia do Lagoa Capital Partners

"Desacelerar o ritmo de compra de títulos não quer dizer aumentar a taxa de juros"
JOSÉ FRANCISCO GONÇALVES
economista-chefe do Banco Fator

Mudança nos EUA vai ser gradual, dizem especialistas
A sinalização do presidente do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke, de que estaria prestes a reduzir sua política expansionista coloca a retomada econômica dos EUA em uma nova fase, segundo especialistas.

O primeiro semestre se encerra com reviravolta nos mercados, desencadeada pela indicação de Bernanke de que o programa de compra de títulos de US$ 85 bilhões será reduzido se os sinais da economia forem positivos.

Na esteira, viria a suspensão total dos esforços, possivelmente em 2014.

"É difícil prever, mas é preciso ter em mente que esse fim se aproxima", diz o professor David Sherman, da Northeastern University, lembrando que também está próximo o fim do mandato de Bernanke, que deve acionar suas últimas iniciativas antes de deixar o cargo.

Ao citar datas em sua comunicação sobre o assunto, o Fed deixa claro que começou uma "escalada dos degraus", segundo Eveline Gerck, sócia do fundo Lagoa Capital Partners.

A turbulência nas Bolsas, decorrente da previsão de um mundo com menos dinheiro fácil, mostrou que o mercado considerou a mensagem do Fed agressiva.

José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, porém, estima que o abandono definitivo do programa ainda esteja fora do horizonte: "Desacelerar o ritmo de compra de títulos não quer dizer elevar a taxa de juros."

Para o Brasil, o longo prazo não anima. "Com os EUA crescendo, a tendência é que investidores busquem segurança [em mercados maduros]", diz Gerck.

Três anos após referendo, fuso horário do Acre ainda é o mesmo
O Congresso recebeu ontem do Planalto a proposta de plebiscito da reforma política sem ter resolvido uma consulta feita em 2010: a mudança do fuso horário do Acre.

A hora atual (uma a menos em relação a Brasília) foi definida em 2008 depois de proposta do então senador Tião Viana (PT), hoje governador.

Em referendo realizado em 2010, quase 57% dos eleitores do Estado aprovaram voltar os ponteiros da forma antiga (duas horas de Brasília).

Após a votação, a mudança virou tema de projetos de lei do Senado e da Câmara, que foram vetados pela presidente Dilma Rousseff ou ainda estão em tramitação.

O caso chegou no mês passado ao Supremo Tribunal Federal, mas não há definição.

"Se o referendo até hoje não foi respeitado, o plebiscito será?", questiona o deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC), autor do processo no STF.

Para Bittar, a mudança deveria ter sido ratificada pelo Legislativo, e não se transformado em um projeto de lei.

Segundo o advogado André Ramos Tavares, especialista em direito constitucional e eleitoral, o referendo é apenas uma consulta e a decisão popular precisa passar por aprovação do Congresso.

O presidente da associação comercial e industrial do Acre, Jurilandi Aragão, diz que empresários desses setores preferem o atual fuso.

A Abert (associação de emissoras de rádio e TV) é contrária ao retorno das horas. "Já mudamos uma vez [a programação], alterar de novo prejudicaria o telespectador", diz o diretor-geral Luis Roberto Antonik.

Férias com vários destinos
A CVC desenvolve um projeto para vender em grande escala destinos alternativos no Nordeste.

A intenção é comercializar pacotes nos quais o turista permanece por dois ou três dias em um vilarejo e, depois, segue de ônibus para um outro local.

Hoje, a companhia trabalha com viagens de cerca de uma semana e um único destino --normalmente a capital do Estado.

Pacotes com pernoites em diferentes lugares são vendidos apenas individualmente.

A Bahia será o primeiro Estado a ser negociado nesse novo formato. A operadora pretende trabalhar com ilha de Itaparica, Valença (Morro de São Paulo), península de Maraú, Itacaré e Ilhéus.

Todos os Estados do Nordeste deverão, no futuro, ser comercializados nesse padrão. O Maranhão está programado para ser o último.

Tecido As vendas do atacado no segmento de cama, mesa e banho cresceram 1,5% em junho, ante maio, segundo o sindicato do setor de SP. Foi a terceiro alta seguida.

OTIMISMO BRASILEIRO
Diminuiu em maio a parcela de brasileiros que dizem acreditar que a situação econômica da região onde vivem irá melhorar nos próximos meses: de 68% para 64%, segundo pesquisa da Ipsos.

Mesmo com a queda, o país continua o mais otimista em relação ao futuro. Em segundo lugar, com 13 pontos percentuais de diferença, aparece a Arábia Saudita (51%).

Japão e Espanha foram os países onde o otimismo registrou maior crescimento, cinco e quatro pontos percentuais, respectivamente.

Foram entrevistadas 18.513 pessoas em 25 países.

Espaço... O governo de Pernambuco lançou ontem um programa para estimular micro e pequenas empresas, além de empreendedores individuais, a participarem de licitações realizadas pela administração pública.

...para pequenos O objetivo é aumentar as compras de empresas com esse perfil, dos atuais 10% para 25%. No programa estão previstas ações como a facilitação de licitações e o tratamento diferenciado em concorrências.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÒCIOS & CIA


O GLOBO - 03/07

PRODUÇÃO DE SEMI E NÃO DURÁVEIS PATINA

Inflação e comprometimento da renda com dívidas fizeram segmento ser o único da indústria a ter queda até maio
A inflação e o excesso de comprometimento da renda com dívidas abalaram a produção de bens semi e não duráveis em maio. A retração observada nos últimos meses no volume de vendas de super e hipermercados já é visível na indústria. Prova disso é a fraca atividade nas plantas de alimentos, têxteis, calçados, perfumaria e produtos farmacêuticos. “São setores mais sensíveis à oscilação da renda. Aparentemente, o fenômeno que afetava as vendas do varejo chegou à produção da indústria”, diz André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. A categoria de bens semi e não duráveis é a única a apresentar resultado negativo nos cinco primeiros meses de 2013. Registra queda de 1%, enquanto a indústria geral avança 1,7%; bens de capital, 13,3%; e duráveis, 4,6%, empurrados pelos incentivos tributários do governo. De janeiro a maio, o setor de não duráveis só teve variação positiva em dois meses: janeiro (+0,4%) e abril (+0,7%). Em maio, só 43,2% dos itens pesquisados tiveram aumento de produção, quase 20 pontos percentuais abaixo da média histórica. O resultado preocupa porque o setor representa 25% da indústria nacional.

2,4% SOBRE DEZEMBRO DE 2012 

Era o nível de produção da indústria de bens semi e não duráveis em maio, segundo o IBGE. A indústria geral operava 1% acima do patamar do fim do ano passado; a de bens de capital crescia 11,3%.

Miúdas
Comitê Rio 2016 e Sebrae assinaram acordo ontem. Vão atuar juntos na qualificação de micro e pequenas empresas para os contratos dos Jogos. A meta é habilitar cinco mil empreendedores. Metade deve virar fornecedor.

Em tempo
As encomendas para os Jogos 2016 devem chegar a 30 milhões de itens. Serão firmados dez mil contratos.

Aniversário
Caiu 1% em junho o nível de confiança dos empresários do comércio (Icec), informa a CNC. Foi a 12ª queda na comparação com um ano antes. O indicador chegou a 124,5 pontos, contra 125,7 pontos em junho de 2012. É crescente o pessimismo com o futuro da economia.

Pelo celular
Pesquisa da Sita mostra que, até 2016,97% das empresas aéreas pretendem investir em serviços móveis para atender aos passageiros. As vendas via site e celular devem sair de 54% para 67% de participação nas receitas. Nove em dez companhias têm planos de vender bilhetes pelo celular.

Capitalização
A Brasilcap, de capitalização, distribuiu R$ 7,2 milhões a 1.100 clientes em maio. Foi alta de 19% sobre o mesmo mês de 2012. Nos cinco primeiros meses do ano, foram R$ 56,2 milhões, alta de 11% sobre 2012.

De ônibus
O Embarcou.com, portal de venda de passagens rodoviárias pela internet, estima aumento de 30% a 35% na demanda este mês. A alta equivale a mais 750 bilhetes de ônibus por dia. É efeito da Jornada Mundial da Juventude, no Rio.

Com filtro
A Arpoador Cosméticos lança filtro solar licenciado para a Jornada. Investiu R$ 500 mil no produto, que integra a linha Arpsun. Terá cem mil unidades produzidas. A estimativa é de aumento de 15% nas vendas.

POPULAR COM LAZER
A Celta lança, no mês que vem, o Rio Vida 2, em Campo Grande. Inserido no programa Minha Casa, Minha Vida, o condomínio terá 460 apartamentos e estrutura de lazer. A primeira etapa, com 440 unidades está sendo entregue. A estimativa é gerar R$ 46 milhões em vendas.

EXCLUSIVO
A Mozak Engenharia faz pré-lançamento, dia 15, do Mader Residencial, na Lagoa. Serão apenas cinco unidades, uma por andar, sendo uma cobertura linear.

O valor de vendas é beira R$ 22 milhões. O metro quadrado vale R$ 23,5 mil. O empreendimento fica na avenida Epitácio Pessoa; Os compradores terão a opção de flexibilizara planta, aumentando a sala ou uma das quatro suítes.
A Hertz, locadora de veículos, lançou programa de milhagem no Brasil. No Gold Plus Rewards, os pontos dão direito a diária, fim de semana ou semana de locação.

A Ampla estreia hoje programa de incentivo à reciclagem. Vai sortear geladeira e distribuir brindes a quem depositar lixo reciclável nos postos de coleta da distribuidora.

É amanhã, na Argumento Barra, o lançamento de “Arquitetura Brasileira - 2ª Edição”. Projeto da Portobello, o livro reúne trabalhos de 20 escritórios do país.

A Cosa Nostra Deli tem 68 novos produtos no inverno. Investiu R$ 145 m i l. Prevê vender 19% mais.

O Centro Empresarial Região Portuária, da São Carlos Empreendimentos, recebeu certificação Leed Gold, do GBC.

Renovação para crescer
A rede de restaurantes Gula Gula está se repaginando. E, até dia 15, abre nova sede, no Jardim Botânico. Ao todo, faz aporte de R$ 1 milhão. A criação da identidade visual ficou a cargo da CDE,S. A agência reformulou logomarca, apresentação do cardápio e site. “A ideia é dar início ao comércio eletrônico no fim do ano, com a venda de produtos. 

Depois, virá o delivery”, anuncia o sócio Pedro de Lamare. Aberto anteontem, o Gula Gula do Plaza Shopping Niterói, projeto de R$ 2 milhões, é a 1ª das 17 filiais da rede a exibir a nova identidade dos restaurantes, assinada pelo arquiteto Mauricio Nóbrega. É dele também o desenho da sede administrativa, que terá área de treinamento, com cozinha e sala de aula para até 26 profissionais. O grupo abrirá unidades no Shopping Metropolitano, na Barra, em novembro; e no Recreio, em 2014. A previsão é elevar em 20% a receita em três anos.

Cota
A média de cumprimento da Lei de Cotas para Portadores de Deficiência no país é de 35,12%, estima o IBDD, com dados de Sebrae e Rais 2011. A aplicação integral renderia 926,2 mil empregos privados. A Rais registrou 325,3 mil.

Emprego
A construção civil eliminou 1.342 vagas no Estado do Rio, em maio. Criara 2.814 em abril. Os dados são de Sinduscon Rio/Caged.

Sem pobreza
Raízes em Movimento e ATD Quarto Mundo debatem, no Rio, ações de erradicação da pobreza. Na 6ª, apresentam propostas a autoridades. A ideia é levá-las ao painel da ONU, em setembro.

Colesterol
Cresceu 30% o número de check-ups de executivos no Centro de Medicina Nuclear da Guanabara, até junho. No 1º semestre de 2013, 756 passaram por exames. Em todo o ano passado, foram 1.300. Metade tinha excesso de gordura no sangue; um ano antes, eram 34%.

Exames
A Delphi abre central de exames complementares, no Centro do Rio, este mês. Investiu R$ 860 mil. A unidade tem capacidade para 700 exames por dia.

Santa Catarina
Folic, Knix Acessórios e Checklist abrem loja, ainda este ano, no Shopping Park Europeu. Fica em Blumenau.

Riscos de um pouso turbulento - MARTIN WOLF

Valor Econômico - 03/07

A nova liderança chinesa tenta realizar uma das mais difíceis manobras econômicas: desacelerar uma economia em pleno voo. Recentemente as dificuldades ficaram mais evidentes, com a tentativa das autoridades de assumir controle sobre o "sistema bancário paralelo". Mas isso é parte de um panorama maior: o risco de que uma economia em desaceleração possa até vir abaixo. Na verdade, o desejo manifesto do novo governo da China de usar mecanismos de mercado eleva os riscos.

Em nota recente, David Levy, da consultoria econômica Jerome Levy Forecasting Center, formulou a pergunta decisiva: qual é a velocidade mínima que a China pode alcançar sem perder a sustentação? A opinião geral é de que é fácil para a China ir de um crescimento de 10% para, digamos, 6% ao longo dos próximos dez anos. A premissa implícita é a de que "uma economia em rápida expansão é como um trem em alta velocidade: é só soltar a válvula reguladora que ele desacelera. Continua a trafegar sobre os trilhos como antes, só que não tão rapidamente". Ele argumenta, no entanto, que a China se assemelha mais a um jato Jumbo: "Nos últimos anos, algumas turbinas não funcionaram bem e o piloto agora é contra continuar a forçar as outras turbinas que estão em bom estado. Ele está permitindo que o avião desacelere, mas, se desacelerar demais, ficará abaixo da velocidade de perda e despencará do céu".

Assim, depois de 2008, as exportações líquidas deixaram de ser a força propulsora da economia. Os investimentos assumiram essa função, principalmente em 2009. Isso levou a mais um salto na participação dos gastos com investimento no Produto Interno Bruto (PIB), a partir de uma marca já extraordinariamente alta de 42%, obtida em 2007, para a absolutamente assombrosa de 48% em 2010. O combustível que alimentou essa turbina de investimentos foi um explosivo crescimento do crédito: os empréstimos subiram à taxa anual próxima a 30% ao longo de 2009. Essa política foi altamente bem-sucedida. Mas com o surto de crescimento das exportações líquidas passando a ser coisa do passado, as autoridades chinesas também querem agora reduzir sua dependência do investimento movido a crédito. A turbina que resta à economia chinesa hoje é o consumo, público e privado.

O novo governo chinês está, na prática, empenhado na tarefa de reprojetar o jato Jumbo, em operação de pouso, com metade das turbinas em funcionamento precário. É pouco provável que o mercado responda a uma mudança dessas proporções sem problemas.

Agora, os investimentos em estoques precisam cair significativamente, uma vez que seu nível depende do crescimento da economia, e não do nível de atividade. Senão, vejamos: numa economia em estagnação, o acúmulo de estoques seria normalmente equivalente a zero. Mais uma vez, mantidas estáveis as demais condições, uma economia que cresce a 6% precisaria de investimentos em estoques equivalentes a 60% dos injetados numa economia que cresce a 10%. O impacto imediato desse ajuste seria uma queda acentuada dos investimentos em estoques, antes de seu crescimento retomar o ritmo de 6% ao ano, a partir do nível agora mais baixo. Além disso, as empresas poderão não prever a desaceleração da economia, principalmente após anos de um crescimento da economia muito maior. Elas se veriam sobrecarregadas de estoques em crescimento acelerado e seriam, então, obrigadas a diminuir ainda mais os estoques e os níveis de produção.

Depois, os investimentos em capital fixo também precisam cair significativamente. A queda dos investimentos poderá ter que ser da ordem de 40%. Mantidas todas as outras condições, na China isso implicaria uma queda de 20% do PIB, o que, evidentemente, imporia uma profunda (e imprevista) recessão. Os responsáveis pelos investimentos podem não conseguir se ajustar rapidamente, por prever a volta da taxa de crescimento anual de 10%.

Além disso, uma redução, induzida pelos investimentos, da demanda e do nível de atividade também tende a ter um grande impacto de redução dos lucros. Isso comprometeria a solvência corporativa e baixaria ainda mais os investimentos. Finalmente, a queda da taxa de crescimento da economia, especialmente a precedida por um surto de crescimento muito grande do crédito, poderá ter efeitos sombrios sobre a situação das demonstrações de resultados. O setor privado chinês já está relativamente bastante endividado. Esse endividamento seria administrável se a economia continuasse a crescer a 10% ao ano.

As últimas Perspectivas Econômicas Mundiais do Banco Mundial argumentam que "as medidas de reequilíbrio em curso continuam sendo uma prioridade, assim como a articulação de uma queda gradual de sua taxa de investimento insustentavelmente alta". Mas, "se os investimentos se mostrarem não lucrativos, a amortização dos empréstimos pendentes pode se tornar problemática - desencadeando uma aguda alta dos empréstimos não quitados". Mesmo se o governo socorrer o setor financeiro, os responsáveis pela concessão de empréstimos ficarão mais cautelosos. O crescimento do financiamento não oficialmente declarado, ao qual as autoridades reagiram recentemente, certamente tornará esse fator mais difícil de administrar.

As últimas Perspectivas Econômicas Mundiais do Banco Mundial argumentam que "as medidas de reequilíbrio em curso continuam sendo uma prioridade, assim como a articulação de uma queda gradual de sua taxa de investimento insustentavelmente alta". Mas, "se os investimentos se mostrarem não lucrativos, a amortização dos empréstimos pendentes pode se tornar problemática - desencadeando uma aguda alta dos empréstimos não quitados". Mesmo se o governo socorrer o setor financeiro, os responsáveis pela concessão de empréstimos ficarão mais cautelosos. O crescimento do financiamento não oficialmente declarado, ao qual as autoridades reagiram recentemente, certamente tornará esse fator mais difícil de administrar.

Não se pretende argumentar com isso que a China não conseguirá dar prosseguimento ao seu crescimento de equiparação, no médio ao mais longo prazo. A questão é que a estrutura de uma economia com crescimento de 6% será inevitavelmente, bem diferente da estrutura de uma economia com crescimento de 10%. Não se pode pensar de um ajuste desse gênero como proporcional. Ao contrário, a economia decorrente dessa mudança poderá ter um consumo de, digamos, 65% do PIB e um investimento de apenas 35%. Assim, o consumo teria de crescer de uma maneira muito mais rápida que o PIB, enquanto o investimento cresceria muito mais devagar. Isso significaria uma distribuição de renda diferente: participações significativamente maiores da renda disponível do consumidor no PIB e participações menores dos lucros. Esse modelo requereria uma estrutura de produção diferente, com um crescimento relativamente acelerado dos serviços e uma expansão relativamente lenta da produção industrial.

O novo governo chinês está, na prática, empenhado na tarefa de reprojetar o jato Jumbo, em operação de pouso, com metade das turbinas em funcionamento precário. É pouco provável que o mercado responda a uma mudança dessas proporções sem problemas. O único motivo que encontro para confiar que o pouso decorrerá dentro do esperado é o fato de as autoridades terem desempenhado tantas tarefas árduas no passado. Para sustentar a demanda, o governo poderá se ver obrigado a fazer algumas coisas -incorrer em déficits públicos muito grandes, por exemplo - que seus novos dirigentes atualmente nem querem nem preveem. Pelo menos saber de antemão já é meio caminho andado. (Tradução de Rachel Warszawski)

Plebiscito não faz milagres - OCTÁVIO COSTA

Brasil Econômico - 03/07

Na mensagem que enviou ao Congresso, a presidente Dilma Rousseff mostrou-se extremamente cuidadosa ao deixar claro que a decisão sobre o plebiscito está nas mãos de senadores e deputados. Fez questão de ressaltar que suas sugestões podem ser acatadas ou não, o que também vale para a consulta popular. Diante de sua deferência à harmonia dos Poderes, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que não é de usar luvas de pelica, tirou o chapéu para a "maneira respeitosa" com que a presidente apresentou suas considerações. Se após o discurso de Dilma sobre os protestos de rua alguns parlamentares se sentiram atropelados, agora os canais de diálogo estão reabertos.

Antes de citar os itens da reforma política que considera essenciais, a presidente esclareceu o motivo pelo qual optou pelo plebiscito. Em primeiro lugar, constatou o que todo mundo já sabe. Houve muito empenho para reformular o sistema político, “mas até o momento, lamentavelmente, todos os esforços não produziram resultados significativos”. Que o diga o deputado Carlos Sampaio, que se dedica há dois anos e meio à tarefa de relator do tema, numa tarefa sem fim. Como forma de acelerar o processo para renovar as instituições políticas do país, ela sugere a realização da consulta, na forma de plebiscito, para que o povo se pronuncie. Em sua opinião, o referendo não é adequado e pode afastar a sociedade da discussão.

Feitas as preliminares, Dilma entra desola e submete à avaliação do Congresso as cinco questões que considera fundamentais: financiamento público de campanha, definição do sistema eleitoral, fim da suplência de senadores, fim das coligações partidárias e fim do voto secreto no Parlamento. Há quem diga que esses temas são complexos demais. Mas Dilma discorda; “Argumentos que buscam imputar ao povo uma impossibilidade de compreensão da melhor forma de representação não podem prevalecer em um Estado Democrático de Direito”. Porém, com todo respeito ao tirocínio popular, questões como voto em lista e voto distrital misto geram dúvida mesmo entre constitucionalistas.

Preocupada em não causar no -vos atritos com o Legislativo, a presidente esclarece que outros itens “poderão vir a ser apontados por deputados e senadores”. O que será inevitável. Antes mesmo que os políticos se manifestem, gente que acompanha a cena nacional sugere o acréscimo de duas questões: a fidelidade partidária e a cláusula de barreira. O primeiro item impediria que parlamentares façam letra morta dos compromissos assumidos oficialmente por seus partidos. E a cláusula de barreira eliminaria a proliferação de legendas de aluguel, sem qualquer expressão eleitoral.

Não vão faltar, portanto, pontos a serem adicionados ao rol de sugestões oficiais. E é exatamente aí que o bicho vai pegar. Na Câmara, além da pressão pelo referendo, anuncia-se a criação de um grupo de trabalho para formular o texto que servirá de base para a consulta popular. No TSE, a ministra Cármen Lúcia concluiu que a Justiça eleitoral pre -cisará de no mínimo 70 dias para realizar o plebiscito. Mesmo que se queimem prazos, dificilmente será cumprida a cláusula pétrea da anualidade que se aplica a mudanças de regra do jogo eleitoral. E a reforma só terá efeito em 2016. A não ser que a voz das ruas consiga operar milagres institucionais.

Guinada na política cambial - ROBERTO GIANNETTI DA FONSECA

O Estado de S. Paulo - 03/07/2013

Em viagem recente ao Japão, tive a oportunidade de discutir com amigos japoneses, lideranças empresariais e autoridades locais a fantástica guinada de política econômica que está sendo chamada de Abenomics e cujos efeitos preliminares para a economia japonesa estão sendo bastante favoráveis, apesar de ainda ser prematuro para fazermos uma avaliação mais conclusiva.

Num misto de política monetária e cambial, o Japão realizou uma expansão monetária via recompra de títulos públicos no mercado de capitais e, em apenas seis meses, o yen se desvalorizou de 8o ¥ por dólar para 1oo ¥ por dólar - portanto, equivalente a uma máxi de aproximadamente 30%. Essa desvalorização está contribuindo para reverter um cenário de estagnação e deflação: o crescimento previsto para a economia japonesa e a inflação são, respectivamente, de 3,5% e de 2% para 2013. Além disso, a exportação de manufatu­rados voltou a crescer após um longo período de estagnação e, assim, os japoneses voltaram a ser competitivos diante de seus rivais coreanos e chineses no mercado internacional O consumo doméstico dá sinais de ressurgimento e as empresas voltam a apresentar resultados crescentes de vendas e lucros e, possivelmente, maiores investimentos surgirão nessa esteira.

O Abenomics também rebate no Brasil, pois tem efeitos diretos sobre a liquidez do sistema financeiro internacional. A expansão monetária e as taxas de juros baixas dão origem ao yen cany trade, operação cujos agentes se alavancavam no sistema de crédito japonês a juros baixos e aplicavam em moedas associadas a juros maiores. A continuidade dessa política aponta para um cenário de excessiva liquidez internacional, que tende a valorizar ativos como a moeda brasileira e gerar volatilidade nos momentos de incerteza. Soma-se a isso o quantítative casing americano, cuja escala é ainda maior, e a preocupação ainda aumenta.

Diante desse cenário, parece-me precipitada a mudança na política cambial brasileira, retirando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as posições vendidas em dólar futuro no mercado de derivativos. Esse instrumento fazia parte de uma estrutura regulatória montada sobre o mercado de câmbio para reduzir a influência especulativa do mercado de derivativos sobre a formação da f taxa de câmbio brasileira. Enquanto essa regulação cumpria com eficácia seu papel, as intervenções (no mercado à vista e os swaps) faziam a calibragem do excesso/escassez de dólar nos mercados futuros e à vista.

Isso não implica dizer que essa regulação deve ser perene. Ela pode e deve ser amenizada quando e se houver uma perspectiva de baixa liquidez cambial no médio ou no longo prazos. Porém, os indícios de um novo padrão de liquidez internacional ainda não estão bem claros. A rápida e intensa desvalorização recente do real foi conjun­tural e motivada por uma excessiva especulação em torno das declarações do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke. Mas suponhamos que houvesse clareza quanto a uma mudança prolongada do cenário internacional e que a perspectiva de financiamento do balanço de pagamentos de fato viesse a se deteriorar. Mesmo nesse caso, o governo agiu de forma; precipitada ao tomar as medidas no calor dos acontecimentos, quando o mercado anunciava um súbito viés de desvalorização cambial A retirada do IOF sobre as operações de derivativos de câmbio na prática torna a política cambial menos eficaz. Esse recuo, combinado com as perspectivas de aumento da taxa de juros, tenderá a atrair maior fluxo de capitais de curto prazo e poderá dar fôlego a um novo ciclo de apreciação, quando o cenário externo se acalmar. Quando isso acontecer, o Banco Central poderá ter dificuldades em conter a valorização cambial, que, como sabemos, costuma ter origem no mercado de derivati­vos brasileiro, que é extremamente líquido e alavancado e, agora, isento de imposto. Quando alguém se cura de uma doença, não precisa por causa disso jogar o remédio fora, mas deve, sim, guardá-lo na gaveta, pois poderá um dia precisar usá- lo de novo.

PORTA ABERTA - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 03/07

As micro e pequenas empresas, que há meses lideravam a criação de empregos no Brasil, foram as únicas que conseguiram criar novas vagas no mês de maio. Enquanto a situação nas companhias médias e grandes se deteriorava, com a extinção de 11 mil postos de trabalho, as miúdas contrataram 80.277 pessoas.

NO CAMPO
O levantamento, feito pelo Sebrae, mostra que 43% das vagas foram abertas no setor de serviços. E também nas regiões Sudeste e Nordeste. Para o presidente da entidade, Luiz Barretto, a Copa das Confederações pode ter ajudado a impulsionar as contratações em cidades que receberam os jogos, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador e Recife.

PERGUNTA
O relato da roteirista Carolina Kotscho, denunciando a omissão da PM no socorro a ela e à sua filha, que nasceu em casa em abril, num parto prematuro, levou a Secretaria da Segurança de SP a abrir uma investigação sobre o comportamento dos policiais. O governo diz que nenhuma resolução oficial os impede de prestar atendimento de emergência quando necessário.

RESPOSTA
Os policiais ouvidos disseram que chegaram ao apartamento dela e encontraram um médico que dizia que a criança não corria risco imediato. Por isso, optaram por esperar uma ambulância do Samu, que acabou demorando para chegar à residência.

SISTEMA SKAF
A pré-candidatura de Paulo Skaf (PMDB-SP) ao governo de SP, com 16% das intenções de voto, segundo o Datafolha, já sofre bombardeio em seu próprio partido. "Ele pode fazer propaganda política com dinheiro do Sistema S, até com ataques ao Congresso Nacional? Temos que discutir isso", diz Eduardo Cunha, líder do partido na Câmara dos Deputados.

COMPETIR É PRECISO
Skaf é presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de SP) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de SP) e responsável pelo Sesi e pelo Senai, que integram o Sistema S. E já estrelou campanhas de TV pedindo, por exemplo, a aprovação da MP dos Portos. "Todas as minhas ações como presidente da Fiesp, do Ciesp, do Sesi e do Senai visam defender a competitividade do Brasil", diz ele.

FISCAL
Segundo Cunha, a discussão ganhará fôlego na aprovação da LDO, a lei orçamentária do governo, de 2014. Danilo Forte, do PMDB do Ceará e relator da proposta, confirma: "As entidades do Sistema S receberam, só em 2011, mais de R$ 21 bilhões, recursos públicos que são gastos sem fiscalização do Congresso Nacional. Isso precisa mudar", afirma ele.

STAND UP NÃO
O teatro Eva Herz escapou às mudanças na nova fase da Livraria Cultura, com a entrada do fundo Mezanino, que detém 25% do negócio. "Pressões sempre há, mas temos conseguido manter um teatro de qualidade, com peças a que eu gostaria de assistir", diz o ator Dan Stulbach, diretor artístico do espaço há cinco anos. Segundo ele, o público tem respondido: "Ás vezes mais, às vezes menos".

STAND UP NÃO 2
O livreiro Pedro Herz confirma que a programação do teatro seguirá na mesma linha. Em relação às demissões de 40 vendedores da unidade da av. Paulista, o empresário diz que "foram substituições naturais. Todo mundo está olhando custos. Estamos em expansão, contratando 200 funcionários".

NOVA FORMAÇÃO
O MPB 4 lança o CD "Contigo Aprendi" no auditório do Ibirapuera, no dia 13, com Paulinho Pauleira se apresentando pela primeira vez em SP no lugar de Magro Waghabi, morto no ano passado.

EMERGÊNCIA FASHION
A "Elle" chinesa dedicará 30 páginas ao Brasil em novembro. A estrela do ensaio será a top Renata Kuerten. Além de marcas como Lenny e Osklen, a revista traz editorial sobre o Rio.

ELA NÃO ANDA, ELA DESFILA
Diferentemente de Patricia, sua personagem em "Amor à Vida", da TV Globo, a atriz Maria Casadevall, 25, diz não ser fashionista.

"Fico encantada com o figurino da novela, mas sou muito desligada no quesito moda. Sou muito básica", afirma ela, que posou para a nova edição da revista "Estilo".

Paulistana que já morou na Austrália e na França, ela integra desde 2009 o grupo teatral Os Satyros. E está em seu segundo papel na TV. Em 2011, fez a série "Lara com Z".

Com o ritmo de gravações, a atriz não tem tido tempo para sentir a repercussão do trabalho. "Passo muito tempo no estúdio, mas estou feliz."

TERRA DE GIGANTES
Frederico Curado, presidente da Embraer, foi o principal homenageado da premiação Melhores e Maiores 2013, da revista "Exame" (Abril). Fábio Barbosa, presidente da editora, recebeu anteontem na Sala São Paulo os empresários Daniel Feffer (Suzano), Flávio Rocha (Riachuelo) e Patrícia Birman (Arezzo).

SALVE TOM
Roberta Sá e João Bosco cantaram composições de Tom Jobim no show da turnê do Prêmio da Música Brasileira, no teatro Geo. Adriana Calcanhotto, Zélia Duncan e Zé Renato também subiram ao palco. O ator Murilo Rosa foi o apresentador da cerimônia.

CURTO-CIRCUITO
O espetáculo de dança "OroborO" estreia hoje, às 20h, no teatro Sérgio Cardoso, na Bela Vista. Livre.

A livraria Martins Fontes agora ocupa o espaço da livraria da Vila na Casa do Saber da rua Mário Ferraz.

O cantor Naldo Benny grava DVD hoje à noite no Credicard Hall. 14 anos.

O VivoEncena faz amanhã sessão da peça "Rain Man" para ONGs de autismo, no teatro dos Quatro, no Rio.

Movimento e vertigem - ROSÂNGELA BITTAR

Valor Econômico - 03/07

Para os incrédulos: a carta da presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, em que encaminhou ontem à votação de senadores e deputados o plebiscito para a reforma política que deseja ao país diz, nas primeiras frases da justificativa, que os milhões de brasileiras e brasileiros que saíram às ruas estavam reivindicando.... "mudanças no sistema de representação política". O desafio é encontrar alguém, além da presidente e seus assessores que redigiram a nova obra, que tenha visto essa faixa, cartaz ou grito do contribuinte-eleitor manifestante.

Como se não bastasse transferir ao Congresso Nacional toda a responsabilidade pela insatisfação da população com desmandos e ineficiência na gestão do governo, a presidente impõe às ruas um plebiscito sobre assunto não prioritário na agenda de nenhum grupo, contra o qual ninguém pode ficar, vez que o desejo de opinar sobre qualquer coisa é universal. Enquanto os leões se distraem, a presidente ganha tempo e firma o discurso com que criará as condições de retomada da campanha da reeleição, interrompida em pleno voo pelo clamor do eleitorado.

Ainda por cima, a reforma política para a qual a presidente pede plebiscito é a que o PT sempre quis mas não conseguiu fazer no Congresso Nacional, é a que o ex-presidente Lula queria, a que presidente e líderes do partido tentam impor pela insistência. Também, os cinco temas relacionados dizem respeito só ao Parlamento, nenhum ao Executivo. A reeleição do chefe do governo federal, estadual ou municipal, por exemplo, passou longe do que a presidente considerou prioritário abordar agora. Na sua reforma político-partidária-eleitoral, Dilma tenta resolver o que sobrou da agenda do PT sobre a questão, uma vez que, desde Lula, o desejo era que fosse tarefa para a Constituinte exclusiva, natimorta desta vez.

A reforma política e esse plebiscito equivalem, para as manifestações que acordaram o país, o que a CPI do Cachoeira, também uma invenção do PT estimulada pelo ex-presidente, foi para o julgamento do mensalão: manobra diversionista, maneira de interferir no outro poder, vingar-se dos que considera algozes e cumprir as prioridades do partido. A plateia se distrai e tenta esquecer a carnificina que se desenrola na cena principal. O que lhe foi dado faz muito barulho.

Para completar a agenda política em resposta às ruas, aquela que vem sendo reiterada por Rui Falcão, o presidente do seu partido, e não a da sociedade, só faltou aos conselheiros da presidente, senão a ela mesma, incluírem o controle da mídia no plebiscito. Teriam levado, pois o povo quer votar, escolher, opinar, mudar.

Senso de oportunidade que não faltou, por exemplo, ao líder do PT na Câmara, José Guimarães, que tão logo viu tombar a Constituinte exclusiva, sacou outra ideia do ex-presidente para incluir na roda, um projeto para enquadrar a corrupção como crime hediondo. Mas o Congresso já tinha aprovado, na semana em que votou, à deriva, questões que imaginou atenderem aos reclamos dos manifestantes. Guimarães - aquele mesmo do assessor apanhado com dólares na cueca - ficou no vácuo.

Outros petistas lembraram do também popular projeto de taxação de grandes fortunas. A Constituinte exclusiva foi eliminada logo, mas foi a primeira do arsenal habitual do PT a entrar em cena.

Algo a ver com o que se viu nas ruas? Nada.

A corrupção que sufoca o grito do eleitorado pode ser resolvida dentro do sistema político que está aí, inclusive com superação da impunidade histórica, e está nas mãos do governo resolvê-la. A melhoria dos serviços públicos em geral, na segurança, na educação, na saúde e no transporte público, é da alçada do governo. Por que não um plebiscito para resolver a gestão dos hospitais e emergências do Brasil?

São questões dos Executivos as que incomodam os caminhoneiros que bloqueiam estradas, os portuários que discutem paralisações, e outros tantos jovens que não pretendem mais sair das ruas.

Uma providência que lhe diz respeito a presidente informou que tomará: dará mais R$ 50 bilhões para projetos de mobilidade urbana. Que, de resto, já tem uma reserva de verbas enorme, que ninguém foi buscar. E cuja administração está no Ministério das Cidades, em mãos do PP de... ele mesmo, Paulo Maluf.

A sociedade transbordou com o desgoverno, com as injustiças, com os desvios, com a incompetência para gerir o dinheiro público. Cada segmento, cada pessoa, pode-se dizer, hoje, no Brasil, tem seu cartaz de protesto bem definido. Mas são problemas complexos, não se resolvem com um gesto de mágica como o do plebiscito.

O Congresso, mais uma vez agredido pelo Executivo, que lhe jogou na cara todas as gotas d"água que entornaram a paciência do cidadão, também não foi feliz nas primeiras providências para atender aos reclamos dos insatisfeitos. Não fez, ainda, sua parte, tomou falsas providências, de resultados que, se vierem, estão a perder de vista. A desfaçatez maior do momento do Congresso com seu eleitorado não foi sequer motivo de constrangimento para deputados e senadores.

A presença do deputado Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos, conduzindo votações e impondo regras absurdas, como o projeto da cura gay, um escárnio que o Parlamento pode resolver e não precisa nem de plebiscito. Se não detiver a insensatez do parlamentar, com suas provocações e capacidade de transgredir o bom senso, ainda vai acontecer uma tragédia naquela geografia, que usa em causa própria.

O plebiscito e a reforma política não resolvem o Feliciano, não compram maca de pronto-socorro, não pagam bem a professora, não abrem vaga em creche, não corrigem o fator previdenciário, não rompem com a impunidade, não cassam mensaleiros condenados, não prendem Waldomiros e Erenices, nem mudam pareceres de Roses. Não racionalizam os circuitos urbanos, não subsidiam tarifas, não invertem a lógica atual de privilégios aos ricos. São primos-irmãos do pacto. Nada resolvem mas fazem um movimento de dar vertigem.

PR trava funcionamento da ANTT - JOÃO BOSCO RABELLO

ESTADÃO - 03/07

Em queda livre nas pesquisas, a presidente Dilma Rousseff vive proporcionalmente a redução do poder impositivo que o alto índice de aprovação de seu governo lhe garantia junto à sua base de sustentação. E que respondia também por uma oposição desencorajada.

Além da maior pressão pelo atendimento de demandas que a popularidade presidencial permitia ao governo represar, como liberação de emendas parlamentares ou indicação de apadrinhados para cargos políticos, o novo momento produz cenas de desafio explícito de aliados.

É o caso, por exemplo, da retaliação do líder do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), varrido pela faxina ministerial que os bons ventos da popularidade tornaram viável no primeiro semestre do atual mandato de Dilma Rousseff.

Também presidente nacional da legenda, ele próprio apeado do cargo de ministro dos Transportes na faxina que ajudou a consolidar à época a imagem positiva da presidente recém-eleita, ele boicota a nomeação para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de seu sucessor no cargo, Paulo Sérgio Passos, agora substituído por César Borges – na volta do partido ao primeiro escalão do governo, que rebaixou a faxina ao patamar do marketing palaciano.

A presidente decidiu devolver o comando do Ministério dos Transportes à cúpula do PR – a mesma que havia sido varrida na faxina – em abril, na minirreforma ministerial. Tratava-se de um acerto de contas com aliados, buscando a reafirmação do apoio ao seu nome em 2014.

E Nascimento acerta particularmente suas contas com a presidente e com Passos que, no cargo, deixou de atender mecanicamente aos pedidos do partido.

O senador sentou em cima do requerimento de nomeação de Passos para a ANTT há três meses, sabendo se tratar de uma indicação pessoal da presidente Dilma, que declarou isso na solenidade de posse do novo ministro dos Transportes, César Borges, no dia 3 de abril.

“O Paulo Sérgio continuará conosco, aplicando o seu conhecimento e sua capacidade técnica em novas distribuições relevantes e estratégicas nesta área. Envio hoje ao Senado o nome dele para integrar a diretoria da ANTT”, disse.

Embora filiado ao PR, Passos era considerado um técnico sem respaldo da cúpula para prosseguir no comando do ministério. Mas desfrutava da confiança de Dilma, que lhe delegou a missão de conduzir a pasta sob critérios estritamente técnicos. A presidente só concordou em restituir os Transportes ao PR, com a indicação de Borges, visando ao apoio da sigla à sua reeleição.

A demora na sabatina de Paulo Sérgio compromete a atuação da agência reguladora, que é peça fundamental para tirar os pacotes de concessão de rodovias e ferrovias do papel, aposta do governo Dilma na área de infraestrutura.

Mágoa

Parlamentares do PR falam em ressentimento generalizado para explicar a demora na entrega do parecer relativo a Passos. Primeiro, pela demissão de Nascimento, sob a pecha da corrupção. Segundo, porque no comando do ministério, Passos teria se distanciado da bancada do PR, ignorando os pleitos dos correligionários.

Há relatos também de insatisfação por parte do próprio PR, já que César Borges assumiu a pasta há quase três meses, mas não tem liberdade para fazer nomeações.

Outro pote de mágoas é o PTB, do presidente da Comissão de Infraestrutura, senador Fernando Collor (AL), a quem compete pautar a sabatina de Passos. O líder do bloco PTB-PR, Gim Argello (DF), aborreceu-se porque não conseguiu reconduzir seu apadrinhado, Ivo Borges – que era tesoureiro do PTB -, para novo mandato na ANTT. O mandato dele de quatro anos expirou no início do ano.

Outro lado

Por meio de sua assessoria, Nascimento afirma que o parecer está pronto em seu gabinete. Relata que aguarda apenas que o presidente da comissão, Fernando Collor, paute a matéria. Lembrou que a comissão anda atribulada, numa rodada de audiências públicas sobre investimentos e gestão em infraestrutura. Ou seja, um se vale do outro enquanto a agência está parada.

Um dia

O ritmo de funcionamento do Senado mostra que quando há interesse público e vontade política, os relatores são ágeis e os processos fluem. Um exemplo foi a recondução de Manoel Rangel Neto para a diretoria-geral da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

O relator, Romero Jucá (PMDB-RR), demorou um dia para apresentar o parecer. O presidente da Comissão de Educação, Cyro Miranda (PSDB-GO), que é da oposição, até ajudou: convocou reunião extraordinária para acelerar a sabatina do indicado.

Também o senador Ivo Cassol (PP-RO) levou apenas um dia para apresentar o parecer reconduzindo Paulo Varella Neto à diretoria da Agência Nacional de Águas (ANA). Valdir Raupp (PMDB-RO) levou 14 dias para entregar o relatório ratificando o nome de José Gutman para a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Mesmo Nascimento tem sido um relator expedito nas matérias confiadas a ele. Na Comissão de Ciência e Tecnologia, apresentou em oito dias um relatório sobre outorga a uma rádio comunitária para funcionar no interior do Rio Grande do Sul. E, em 11 dias, entregou parecer autorizando outra rádio comunitária a operar num município de Santa Catarina.

Terapia preventiva - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 03/07

O programa Mais Médicos, uma das poucas medidas novas de gestão que Dilma Rousseff tem na manga para responder à pauta dos protestos, será lançado na segunda-feira. O discurso para acalmar as corporações médicas, contrárias à contratação de profissionais estrangeiros para atuar em regiões remotas, será que o governo vai priorizar os brasileiros. A ênfase será na abertura de 11 mil vagas de graduação e novos cursos de medicina, além de 12 mil novas vagas de residência.

Pronto-socorro Dilma quer os profissionais atuando nas periferias e no interior do país já em outubro.

Sem acordo O governo não vai ceder à pressão das entidades para que os médicos estrangeiros que se inscrevam no Mais Médicos tenham de revalidar o diploma. Isso porque, se fizessem a prova, os médicos poderiam atuar em todo o país, e não só nos lugares determinados e para atender ao SUS.

Pressão... Ao informar o Planalto sobre a disposição da Câmara de adiar o plebiscito da reforma política, Henrique Alves (PMDB-RN) foi alertado que, sem a consulta, o Congresso seria pressionado a votar projetos de iniciativa popular, como os da OAB e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

...alta Nesse caso, o governo apoiaria os projetos. Assim, manteria o discurso de consulta popular e o Congresso ficaria "falando sozinho'', nas palavras de um interlocutor do Planalto.

Segundona De Fábio Lepique, tesoureiro do PSDB de São Paulo: "O governo Dilma só é padrão Felipão se for na fase Palmeiras dele''.

Olho na tela Na reunião de anteontem, ministros falaram sobre as pressões que têm de administrar em suas áreas. Segundo relatos, Paulo Bernardo (Comunicações) deu o exemplo da regulação da mídia e disse que não é o momento dessa discussão.

Carga... O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, recomendou à Petrobras que abra processo interno para verificar o cumprimento de contratos pela Coobrascam, comandada pelo sindicalista Nélio Botelho, do Movimento União Brasil Caminhoneiro, com a estatal.

... pesada A cooperativa, presidida pelo líder dos protestos que têm fechado rodovias no país, tem 39 contratos, que rendem R$ 4 milhões mensais, com a Petrobras, de acordo com a AGU. "Ou ele está furando a própria greve ou está descumprindo contratos'', diz o advogado-geral, Luís Inácio Adams.

Última... Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou o pastor licenciado da Igreja Universal Vinícius Carvalho para uma coordenadoria da Secretaria de Desenvolvimento Social. Carvalho é presidente estadual do PRB, partido que recebeu o comando da pasta no fim de maio, em troca do apoio à reeleição do tucano.

...oração O dirigente será responsável por estabelecer e monitorar parcerias do governo com entidades sociais. Instituições vinculadas à Universal já declararam interesse em firmar convênios com o governo paulista para tratar dependentes químicos.

Luz de velas Com discrição, Aécio Neves (PSDB) aproveitou uma passagem por São Paulo, na segunda-feira, para jantar com três grandes empresários. Dois do setor produtivo e um do mercado financeiro.

Turnê O presidenciável também se reuniu com um grupo de 20 prefeitos do interior de São Paulo. Os governantes o convidaram para visitar suas cidades a partir de agosto, quando Aécio pretende começar a visitar o Estado com mais frequência.

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

tiroteio
"Se Dilma quer ouvir a voz das ruas, deveria perguntar à população se o salário dos políticos deveria ser igual ao de um professor."
DE ZÉ MARIA, PRESIDENTE NACIONAL DO PSTU, sugerindo uma pergunta para o plebiscito proposto pelo Palácio do Planalto para realizar a reforma política.

contraponto


Bolsa Passeata
Na reunião de segunda-feira na Granja do Torto com Dilma Rousseff, todos os ministros tiveram a oportunidade de falar e fazer sugestões sobre medidas que poderiam ser anunciadas para atender às reivindicações dos protestos de junho. Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia) falava sobre a importância de o governo criar uma agenda positiva, e citou o Ciência Sem Fronteiras.

A presidente, que anotava todas as ideias, brincou:

--Raupp, a gente sabe que metade do pessoal que protestou no exterior era do programa!

Foi o momento mais descontraído da reunião.

Medo de Lula - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 03/07

O estado maior da oposição é contra o plebiscito, porque teme o ex-presidente Lula. “O plebiscito vai colocar o Lula diariamente na TV para falar o que quiser. Não é bom para a oposição trazer o Lula de volta para a discussão”, explica um comandante do PSDB. Os tucanos desconfiam que a presidente Dilma propôs o plebiscito para Lula entrar em campo e fazer a defesa do seu governo.

A armadilha do plebiscito
Os ministros saíram da reunião ministerial convencidos que não lhes cabe mais fazer um juízo de valor da proposta do plebiscito. A presidente Dilma retomou a iniciativa política ao propor sua realização, mas agora, se ela perder, sua liderança política será colocada em xeque. Para derrotá-la, além da oposição, opera a ala do PMDB que tem contradições regionais com o PT e aqueles petistas que perderam o poder que detinham no governo Lula. Há ainda uma horda de aliados que reclama da postura “imperial” do atual governo. Assustados com as ruas, os petistas perderam a confiança na vitória e estão tentados a enfraquecer Dilma na expectativa do Volta Lula.

Frase
“Não estou satisfeito no PSB. A vontade de sair existe. Fui procurado por líderes do PP, do PMDB e do PR. Mas ainda não há outro partido no horizonte” 

Romário Deputado federal (PSB-RJ) 

Corpo a corpo
O programa ‘Mais Médicos’ será anunciado na segunda-feira. As vagas, no interior e na periferia, serão oferecidas primeiro aos médicos brasileiros, que terão um prazo para se manifestar. Só depois, os estrangeiros vão se habilitar às que sobrarem.

Língua afiada
Na reunião do PSB, que entrou pela madrugada anteontem, o ex-deputado Ciro Gomes bateu duro no pacto PT-PMDB, criado no governo Lula e mantido por Dilma. Disse que o pacto não atende às ruas e qualificou de “patéticas” as reações dapresidente Dilma, do governador Geraldo Alckmin e do prefeito Fernando Haddad, logo após as manifestações.

E a meta do superávit primário?
O Planalto fez um apelo ao presidente do Senado, Renan Calheiros, para não votar os projetos que destinam 10% do PIB para a Educação e 10% da receita bruta do Orçamento para a Saúde. Renan disse não. O governo espera dobrá-lo.

O vice dos sonhos
Com seu desempenho nas pesquisas, é grande o cortejo ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. Um emissário do governador Eduardo Campos (PSB) o procurou para sondagens. O senador Aécio Neves (PSDB) também fez contato recentemente. O tucano explica: “Sou amigo do Joaquim. Não estou atrás dele. Tudo tem seu tempo. Não estou atrás de montar chapa”.

Aviso à Esplanada
O ministro Guido Mantega (Fazenda) alertou aos seus colegas de governo que, se tiver de conceder novas desonerações fiscais, por conta da crise econômica internacional, será feito um corte nos gastos de custeio de todos os ministérios.

Vem aí o ‘Volta Serra’
O PPS delirou com pesquisa nacional do Instituto Paraná Pesquisas. Nela, José Serra tem 21,7% e Aécio Neves, 15,4%. O líder Rubens Bueno (PR) proclamou: “Marina Silva e José Serra são, hoje, os dois nomes mais fortes da oposição”.

FALA O SENADOR AÉCIO NEVES: “O Cesar Maia sempre será uma alternativa nossa. O que estou fazendo, no Rio, é conversar com gente de fora dos partidos”.

Plebiscito! Débito ou Crédito? - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 03/07

E o Alckmin? Ontem, em São Paulo, houve duas manifestações: no Roubágio e no Rouboanel! Rarará!


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Ordem e protesto! Plebiscito é uma consulta popular. Então proponho aos meus leitores participar da minha enquete: "Qual pergunta que você acha que não pode faltar no plebiscito da reforma política?".

Eu tenho a primeira pergunta: "Débito ou crédito?".

Outra pergunta: "CPF na nota?". Sim, queremos!

E mais outra: "Com ou sem borda recheada?".

E esta bombástica: "No carro ou no motel?". Essa seria a pergunta perfeita pro plebiscito: "No carro ou no motel?". Já que vão fudex com a gente! Rarará!

Mas eu apoio o plebiscito, sério. Eu quero falar. Eu quero participar. Eu quero falar qualquer coisa. Nem que seja: "Vocês querem bacalhau?". Rarará!

E a Dilma reunida com seus 800 ministros? Parecia uma rave! Plataforma da estação Sé do metrô às 18 horas!

Duvido ela lembrar o nome de todos! Tem cadeira pra todo mundo ou fizeram um puxadinho?

A próxima reunião ministerial vai ser no Mané Garrincha! Tá vendo pra que serve estádio multiuso?

E a Dilma tava parecendo o Grande Chefe Touro Sentado!

E vai ter que criar o Ministério dos Ministérios. Pra tomar conta desse povo todo! Rarará!

E o Alckmin? Ontem, em São Paulo, houve duas manifestações: no Roubágio e no Rouboanel! Rarará!

E um leitor mandou perguntar se o Mercadante virou clínico geral: dá pitaco em tudo!

E o Hulk tirou uma foto para o Instagram e apareceu ao fundo o Cavalieri com o pingolim de fora!

E uma amiga perguntou: "esse que é o Gigante?". " Não, é a taça da seleção."

A verdadeira taça da seleção é o pinto do Cavalieri. Rarará!

Tem papagaio de pirata, e agora: pinto de pirata! Rarará! O Cavalieri é o pinto de pirata!

É mole? É mole, mas sobe!

E o site Futirinhas revela que o Sérgio Ramos vai fundar o Clube de Batedores de Pênaltis. Com o Bonucci e o Forlán. Técnico: Baggio! Rarará!

E sobre a vitória do Brasil sobre a Espanha, um leitor me disse que o Tic Tac tomou no Cuco! Rarará!

Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Viva o humor! Abaixo o rancor!

Com muito orgulho - ZUENIR VENTURA

O GLOBO - 03/07
Quando o gigante acorda - seja nas ruas, seja num estádio de futebol - também desperta na gente um pouco daquele conde Afonso Celso que temos dentro de nós. Quem não sentiu pelo menos uma vez vontade de afirmar "por que me ufano de meu país"? Se eu tivesse ido ao Maracanã domingo, teria deixado de lado o pudor da pieguice cívica para participar do coro que cantou o Hino Nacional à capela ou entoou o "Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" - eu e mais de 70 mil pessoas.
Assistindo ao jogo com a Espanha pela TV, em casa, sozinho, me arrepiei várias vezes, enxuguei lágrimas, dei pulos com o punho cerrado, fiz enfim tudo aquilo que em geral acho ridículo nos torcedores fanáticos: a vibração histérica e a emoção barata. Nunca pensei que fôssemos reeditar aquele espetáculo de 63 anos atrás, quando o velho Maraca cantou "Touradas de Madri", enquanto dava um olé de 6x1 nos avós de Iniesta e Xavi.

Só que desta vez foi melhor, porque fomos campeões, não morremos na praia do Uruguai, sem falar que o jogo foi mais dramático, com lances épicos eletrizantes, como aquele de David Luiz, com o nariz quebrado, deslizando em alta velocidade até a linha do gol para realizar o impossível: jogar a bola para o alto e por cima do travessão. Não é todo dia que se vê um milagre desses. E o gol de Fred deitado, ele, que no jogo anterior já tinha marcado com a canela? Tão original quanto a proeza foi o comentário do autor: "Fiz tanta coisa boa deitado, faltava um gol." E Neymar, que começou o torneio carregado de dúvidas e terminou empunhando três taças só para ele? Porém, advertem as estatísticas, quem ganha essa competição não ganha a Copa do Mundo. Ótimo, porque pelo visto esse time gosta de contrariar expectativas pessimistas.

Não só em campo o Brasil costuma ser imprevisível.

Assim como a Seleção deu a volta por cima, revertendo as piores previsões, também o cenário político mudou de um dia para o outro, desarrumando os prognósticos eleitorais para o ano que vem. Quem poderia prever que a popularidade de Dilma iria despencar de 57% para 30%? E a de Alckmin, de Haddad, de Cabral e de Eduardo Paes? O mais divertido é que não dá para partido algum comemorar. Todos perderam. Ainda bem. Ninguém pode cantar de galo e tripudiar: "Eu não disse?" Mais uma vez ficou provado também que todos nós - jornalistas, institutos de opinião, sociólogos, analistas políticos - não falhamos: acertamos sempre o que passou, nunca o por vir. Somos profetas do passado.