terça-feira, janeiro 07, 2014

Retratos de família - JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 07/01

Hoje vivemos o supremo paradoxo: nunca se tiraram tantas fotos; nunca elas tiveram tão pouco valor


1. Fotografias: haverá coisa mais preciosa? Em tempos arcaicos, talvez. A minha avó costumava contar que o maior tesouro que trouxe da casa dos pais eram as fotos de família. Álbuns e álbuns com fotos em preto e branco, algumas coloridas (manualmente, claro) e impressas em cartão grosso. Todas elas insubstituíveis. Estranho tempo, esse, em que os retratos valiam tanto como ouro. Ou até mais que ouro.

Hoje vivemos o supremo paradoxo: nunca se tiraram tantas fotos; nunca elas tiveram tão pouco valor.

O jornal "Guardian" avisa que 2014 será o ano em que o mundo vai bater recordes no número de fotos tiradas: qualquer coisa como 3 trilhões. Esse excesso não pode ser coisa boa: a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

Uma amiga, aliás, contava-me há tempos uma história instrutiva: em três anos de maternidade, ela acumulara mais de mil fotos do primogênito. Até descobrir que não tinha nenhuma para mostrar em papel ou em moldura --permaneciam todas na memória do laptop, ou na câmera, ou no celular. À espera de melhores dias.

Três trilhões de fotos para 2014, diz o "Guardian". E, no fim de contas, é como se o mundo não tirasse uma única foto que realmente importe.

2. Só existem dois tipos de pessoas que se preocupam genuinamente com Deus: os crentes e os ateus. Os primeiros por razões óbvias. E os segundos por razões ainda mais óbvias: a não crença, sobretudo quando levada a excessos de negação, converte-se sempre numa forma de crença e até de afirmação.

O escritor Kingsley Amis é um bom exemplo. Um dia perguntaram-lhe por que motivo ele não acreditava em Deus. Amis corrigiu a pergunta e ripostou: "Não é bem não acreditar; é mais detestá-lo". Haverá forma mais sofisticada de fé na transcendência?

Não admira por isso que já existam igrejas ateias nos quatro cantos do mundo ocidental. Leio que a moda começou em Londres, com a Assembleia de Domingo. A autora do artigo publicado no site Salon, Katie Engelhart, foi assistir a uma "celebração". E encontrou um mimetismo perfeito das celebrações religiosas tradicionais, com um "pastor", um "sermão", momentos de "oração" --no fundo, a busca de um sentido de "comunhão" para o rebanho ateu.

A coisa fez sucesso em Londres, espalhou-se pelo Reino Unido, emigrou para os Estados Unidos (e para a Austrália) e, palavra de honra, até já teve a sua primeira "reforma protestante": em Nova York, dissidentes da Assembleia de Domingo resolveram fundar a sua própria "igreja" por entenderem que a original não era suficientemente ateia.

Imagino que, no futuro, outras "igrejas" se seguirão, dispostas a espalhar a "palavra" (mas qual "palavra"?) em adoração ao "não-deus". O fenômeno é interessante e só confirma o que os clássicos da ciência política sempre escreveram sobre o assunto: a negação da religião estabelecida não liberta os homens da sua condição de "animais religiosos".

Que o diga o filósofo Raymond Aron, por exemplo, para quem o nazismo e o comunismo não eram mais do que "religiões seculares", dispostas a oferecer aos seus "fiéis" o Reino da Raça (ou do Proletariado) em substituição do Reino dos Céus.

As igrejas ateias, pelo menos, sempre me parecem mais inofensivas e até divertem na sua óbvia palhaçada.

3. Antes de Saramago ou de Cristiano Ronaldo, e sabendo-se que Fernando Pessoa foi uma descoberta tardia da década de 1980, Portugal tinha dois nomes para oferecer ao século 20: Amália Rodrigues e Eusébio.

Amália, a única fadista que verdadeiramente transcende o fado, morreu em 1999. Não deixou herdeiros, apesar de talentos maiores como Carminho ou Camané.

Eusébio morreu agora, aos 71, e o país perdeu o segundo rosto que iluminava a vida dos lusos nos tristes anos da ditadura salazarista.

Logicamente, nunca vi Eusébio jogar. Mas recordo as lágrimas do meu pai sempre que ele relatava as lágrimas do próprio Eusébio depois da eliminação de Portugal nas semifinais da Copa de 1966 pela Inglaterra.

Pergunto honestamente se, hoje, existe algum jogador profissional que, perante uma eliminação idêntica, chore copiosa e sinceramente como Eusébio no Estádio de Wembley. Duvido.

A conta do futuro - RUBENS BUENO

GAZETA DO POVO - PR - 07/01

O apresentador de tevê Silvio Santos, num de seus programas dominicais, recompensa com dinheiro quem, na plateia, acerta uma conta matemática ou uma pergunta sobre conhecimentos gerais. Num dos programas, jovens que, em tese, devem estar cursando o ensino médio, não souberam dar o resultado em operações básicas como 3x4 ou 7x4. A deficiência dos brasileiros no aprendizado de matemática ou de português é cada vez mais evidente e reconhecida por todos. Ou quase todos. O governo federal continua desprezando indicadores e a própria realidade dentro das salas de aula. O drama da educação no país parece não afligir Brasília. E o debate sobre o tema no Congresso Nacional, é preciso admitir, ainda é muito tímido diante da gravidade da situação.

O desempenho cada vez mais pífio dos nossos estudantes é escancarado principalmente no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o Pisa. O Pisa é um exame aplicado a cada três anos que testa as habilidades dos jovens nas competências de leitura, escrita, ciências e matemática. Foram avaliados estudantes entre 15 e 16 anos da rede pública e privada de ensino. Em regra, nessa faixa etária, os alunos já concluíram ou estão próximos de concluir o ensino básico de seus países. Mas, no caso de países como o Brasil, em que a defasagem escolar é bastante presente, alunos com essa idade não estão necessariamente no ensino médio, por conta de evasão, repetência ou abandono.

E por que estamos preocupados com os resultados do Pisa? Porque é por meio desse exame que obtemos informações sobre as habilidades, o nível socioeconômico dos estudantes e o desempenho das escolas. E nossos resultados foram muito ruins!

Segundo eles, em 2012, o desempenho dos estudantes brasileiros em leitura piorou em relação a 2009. O país somou 410 pontos em leitura, dois a menos do que a sua pontuação na última avaliação e 86 pontos abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil ficou com a 55.ª posição do ranking de leitura, atrás de países como Chile, Uruguai, Romênia e Tailândia. Segundo o relatório da OCDE, parte do mau desempenho do país pode ser explicado, justamente, pela expansão de alunos de 15 anos em séries defasadas.

Quase metade (49,2%) dos alunos brasileiros não alcançou o nível 2 de desempenho na avaliação, que tem o nível 6 como teto. Isso significa que eles não são capazes de deduzir informações do texto, de estabelecer relações entre diferentes partes do texto e não conseguem compreender nuances da linguagem. Em ciências, o Brasil obteve o 59.º lugar do ranking com 65 países. Apesar de ter mantido a pontuação (405), o país perdeu seis postos desde o 53.º lugar em 2009. Nessa competência, a média dos países de OCDE foi de 501 pontos.

Diante de tais dados, o Ministério da Educação fecha os olhos para os frágeis resultados e se contenta por ter cumprindo a meta do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) de atingir a média de 395 pontos nas três matérias. Mesmo depois de tantos alertas de problemas sérios com o estado da educação no Brasil, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, continua “fazendo de conta que o bicho não é tão feio como se pinta”.

Comércio e solidariedade - HÉLIO SCHWARTSMAN

FOLHA DE SP - 07/01

SÃO PAULO - Sempre instigante, Rubens Ricupero fez em sua coluna publicada ontem nesta Folha algumas observações valiosas sobre a noção de progresso da história. Concordo com quase tudo, mas acho que ele foi um pouco apressado ao diminuir o papel do comércio como uma força capaz de promover a cooperação entre os povos.

Steven Pinker sugere que o comércio foi e ainda é um poderoso agente da paz. Embora possa gerar desentendimentos ocasionais, a possibilidade de fazer negócios com estrangeiros altera a lógica por trás das relações entre grupos não aparentados.

Durante a maior parte de nossa história evolutiva, sempre valeu a pena massacrar a tribo vizinha, desde que o fizéssemos em relativa segurança. A existência de outros clãs não apenas não nos acrescentava nada como ainda representava um risco, já que eles poderiam considerar que constituíamos uma ameaça para eles e tentar nos destruir. Na dúvida, atacávamos primeiro. É o que ainda fazem os chimpanzés selvagens.

O comércio muda a matemática que nos punha nessa armadilha. A possibilidade de trocar bens faz com que o outro adquira valor para mim. Já não vale a pena matá-lo à primeira oportunidade. O jogo de soma zero dá lugar a um de soma positiva.

É evidente, como sugere Ricupero, que o comércio não nos fará amar uns aos outros, mas nem sei se isso seria desejável. Se fôssemos todos poços de altruísmo que atribuíssem ao próximo o mesmo valor que damos a nós mesmos, estaríamos em maus lençóis. Em termos de logística social, faz todo sentido que a mãe se preocupe mais com seu filho do que com filhos de desconhecidos e canalize de forma nepotista e pouco solidária mais recursos para seu rebento. A isso nós chamamos de amor.

A humanidade tem melhorado ao longo dos século e penso até que podemos falar em progresso moral, mas creio que existem limites biológicos para até onde podemos chegar.

O 'perigo vermelho' - ARNALDO JABOR

O GLOBO - 07/01

Retiraram o corpo de João Goulart da sepultura para examiná-lo. Coisa deprimente, os legistas examinando ossos de 40 anos atrás para saber se foi envenenado. Mas havia também algo de um ritual de ressurreição encenada. Jango voltava para a turma que está no poder e que se considera vítima de 1964 até hoje. Só pensam no passado que os ‘legitima’ com nostalgia masoquista de torturas, heranças malditas, ossadas do Araguaia, em vez de fazerem reformas no Estado paralítico e patrimonialista.

Querem continuar a ‘luta perdida’ daqueles tempos ilusórios. Eu estava lá e vi o absurdo que foi aquela tentativa de ‘revolução’ sem a mais escassa condição objetiva. Acuaram o trêmulo Jango, pois até para subversão precisavam do governo. Agora, nossos governantes continuam com as mesmas ideias de 50 anos atrás. Ou mais longe. Desde a vitória bolchevique de 1921, os termos, as ilusões são as mesmas. Aplica-se a eles a frase de Talleyrand sobre a volta dos Bourbons ao poder: "Não aprenderam nada e não esqueceram nada".

É espantosa a repetição dos erros já cometidos, sob a falácia do grande ‘teólogo’ da História, Hegel, de que as derrotas não passam de ‘contradições negativas’ que levam a novas teses. Esse pensamento justificou e justifica fracassos e massacres por um ideal racional. No PT e aliados como o PC do B há um clima de janguismo ou mesmo de ‘brizolismo’, preferência clara da Dilma.

Brizola sempre foi uma das mais virulentas e tacanhas vozes contrárias ao processo de desestatização.

Mas, além dessas mímicas brasileiras do bolchevismo, os erros que querem repetir os comunistas já praticavam na época do leninismo e stalinismo: a mesma postura, o mesmo jargão de palavras, de atitudes, de crimes justificados por mentiras ideológicas e estratégias burras. Parafraseando Marx, "um espectro ronda o Brasil: a mediocridade ideológica".

É um perigo grave que pode criar situações irreversíveis a médio prazo, levando o País a uma recessão barra-pesada em 14/15. É necessário alertar a população pensante para esse ‘perigo vermelho’ anacrônico e fácil para cooptar jovens sem cultura política. Pode jogar o Brasil numa inextrincável catástrofe econômica sem volta.

Um belo exemplo disso foi a recusa do Partido Comunista Alemão a apoiar os social-democratas nas eleições contra os nazistas, pois desde1924 Stalin já dizia que os "social-democratas eram irmãos gêmeos do fascismo".

Para eles, o ‘PSDB’ da Alemanha era mais perigoso que o nazismo. Hitler ganhou e o resto sabemos.

Esta semana li o livro clássico de William Waack Camaradas, sobre o que veio antes e depois da intentona comunista de 1935 (livro atualíssimo que devia ser reeditado), e nele fica claro que há a persistência ideológica, linguística, dogmática e paranoica no pensamento bolchevista aqui no Brasil. A visão de mundo que se entrevê na terminologia deles continua igual no linguajar e nas ações sabotadoras dos aloprados ao mensalão - o fanatismo de uma certeza. Para chegar a esse fim ideal, tudo é permitido, como disse Trotski: "A única virtude moral que temos de ter é a luta pelo comunismo". Em 4 de junho de 1918, declarou publicamente: "Devemos dar um fim, de uma vez por todas, à fábula acerca do caráter sagrado da vida humana". Deu no massacre de Kronstadt em 21.

No Brasil, a palavra "esquerda" continua o ópio dos intelectuais. Pressupõe uma "substância" que ninguém mais sabe qual é, mas que "fortalece", enobrece qualquer discurso. O termo é esquivo, encobre erros pavorosos e até justifica massacres. Temos de usar "progressistas e conservadores".

Temos de parar de pensar do Geral para o Particular, de Universais para Singularidades. As grandes soluções impossíveis amarram as possíveis. Temos de encerrar reflexões dedutivas e apostar no indutivo. O discurso épico tem de ser substituído por um discurso realista, possível e até pessimista. O pensamento da velha "esquerda" tem de dar lugar a uma reflexão mais testada, mais sociológica, mais cotidiana. Weber em vez de Marx, Sergio Buarque de Holanda em vez de Caio Prado, Tocqueville em vez de Gramsci.

Não tem cabimento ler Marx durante 40 anos e aplicá-lo como um emplastro salvador sobre nossa realidade patrimonialista e oligárquica.

De cara, temos de assumir o fracasso do socialismo real. Quem tem peito? Como abrir mão deste dogma de fé religiosa? A palavra "socialismo" nos amarra a um "fim" obrigatório, como se tivéssemos que pegar um ônibus até o final da linha, ignorando atalhos e caminhos novos.

A verdade tem de ser enfrentada: infelizmente ou não, inexiste no mundo atual alternativa ao capitalismo. Isso é o óbvio. Digo e repito: uma "nova esquerda" tem de acabar com a fé e a esperança - trabalhar no mundo do não sentido, procurar caminhos, sem saber para onde vai.

No Brasil, temos de esquecer categorias ideológicas clássicas e alistar Freud na análise das militâncias. Levar em conta a falibilidade do humano, a mediocridade que se escondia debaixo dos bigodudos "defensores do povo", que tomaram os 100 mil cargos no Estado.

Além de "aventureirismo", "vacilações pequeno-burguesas", "obreirismo", "sectarismo", "democracia burguesa", "fins justificando meios", "luta de classes imutável" e outros caracteres leninistas temos de utilizar conceitos como narcisismo, voluntarismo, onipotência, paranoia, burrice, nas análises mentais dos "militantes imaginários".

Baudrillard profetizou há 20 anos: "O comunismo hoje desintegrado se tornou viral, capaz de contaminar o mundo inteiro, não através da ideologia nem do seu modelo de funcionamento, mas através do seu modelo de desfuncionamento e da desestruturação brutal" (vide o novo eixo do mal da A. Latina).

Sem programa e incompetentes, os neobolcheviques só sabem avacalhar as instituições democráticas, com alguns picaretas sábios deitando "teoria" (Zizek e outros). Somos vítimas de um desequilíbrio psíquico. Muito mais que "de esquerda" ou "ex-heróis guerrilheiros", há muito psicopata e paranoico simplório. Esta crise não é só política - é psiquiátrica.

Um novo conflito - GILLES LAPOUGE

O Estado de S.Paulo - 07/01

Eis uma nova guerra no Oriente Médio. Já tínhamos uma boa mostra, mas uma guerra inédita começa neste novo ano e é ainda mais perigosa do que todas as outras porque opõe combatentes que pertencem, em princípio, ao mesmo campo daqueles que lutam heroicamente, há dois anos, contra o regime tirânico do presidente sírio, Bashar Assad. A partir de agora, na Síria, há uma "guerra dentro da guerra".

Ela eclode entre os rebeldes contrários a Assad e os jihadistas, ou extremistas, os islamistas frenéticos e os milicianos da Al-Qaeda, que aproveitaram o caos reinante há alguns meses para tentar assumir o controle da insurreição. Os jihadistas, que vieram de praticamente toda a parte, incluindo Grã-Bretanha e França, têm dois trunfos: suas virtudes guerreiras (coragem, organização e armamento) e sua violência insana, que lhes permitiram, nas áreas que caíram sob suas garras, impor a sua lei.

Essas milícias, formadas por sunitas, inimigos mortais dos xiitas, não hesitam em decapitar em público os soldados do regime de etnia alauita, pois se trata de uma ramificação do xiismo. Quanto às populações civis, eles também não dão trégua: saques a igrejas cristãs, imposição do véu, prisão de jornalistas.

Para neutralizar a ameaça sunita e extremista, os rebeldes que lutam contra Assad lançaram, a partir de sexta-feira, uma série de ataques contra posições do Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Os ataques começaram em Alepo (norte) e se propagaram para Idlib (noroeste) e depois Rakka (leste) e Hama (centro). Os jihadistas, no início, cambalearam, mas, a partir de domingo, começaram as represálias, com a morte de 50 rebeldes.

O nome que os jihadistas se deram, Estado Islâmico do Iraque e do Levante, não é anódino. Fiel à doutrina da Al-Qaeda, seu combate é transnacional. Desconhece fronteiras. Não é regional. É mundial.

Portanto, não surpreende saber que, no país vizinho, o Iraque, a Al-Qaeda passou à ofensiva e se apossou de uma grande cidade como Faluja (300 mil habitantes) e de parte de Ramadi (não muito distantes de Bagdá).

Ali também encontramos as duas confissões islâmicas inimigas, sunitas e xiitas. Tanto Faluja como Ramadi fazem parte da grande província iraquiana sunita de Anbar. De outro lado, no governo do Iraque, reina um primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki, que há um ano marginaliza a minoria sunita e concentra todo o poder nas mãos dos xiitas.

O nome Faluja infelizmente evoca muitas lembranças e revive, depois de alguns anos de falsa tranquilidade, o fantasma da catastrófica epopeia de George W. Bush, lançada em 2003, para pacificar o Iraque e estabilizar o Oriente Médio. Nessa mesma cidade de Faluja, os marines dos EUA combateram os insurgentes sunitas, em 2004, em condições atrozes, a ponto de a cidade ser apelidada de "Stalingrado" iraquiano.

Inútil falar novamente do absurdo dessa guerra do Iraque em 2003, os trilhões de dólares lançados no pó do deserto e os milhares de soldados americanos mortos, 1.500 somente na Província de Anbar.

Não devemos esquecer também a responsabilidade de Barack Obama, que parece ter decidido "resolver" o complicado problema do Oriente Médio e não pensar jamais no assunto. "Obama não pode recusar sua parte de responsabilidade", vociferou o seu antigo rival, John McCain.

O retorno com força total da Al-Qaeda já não alimenta discussões teóricas. Trata-se de uma realidade inquietante. A Al-Qaeda, de fato, não limita sua presença e suas ações à Síria e ao Iraque. Ataca também o frágil Líbano, tendo reivindicado o atentado com um carro-bomba, dia 1.º, que matou cinco pessoas na periferia de Beirute.

Em Faluja, o Exército iraquiano cercou a cidade em mãos da Al-Qaeda e deve lançar logo o assalto. Em Ramadi, ataques aéreos mataram 25 islamistas, mas o combate será difícil. Por isso, o International Crisis Group emitiu um alerta às nações ocidentais. "Uma crise está em vias de surgir, do Iraque ao Líbano, o que deixa clara a contaminação de toda a região pela tragédia síria". O que fazer? Uma conferência de paz está prevista para o dia 22, na Suíça. Coragem!

Ano-novo de novo - DIOCLÉCIO CAMPOS JÚNIOR

CORREIO BRAZILIENSE - 07/01

Por mais que se tente secretar otimismo para 2014, celebraremos apenas um novo ano-novo. Sai ano entra ano e tudo resta como dantes no mesmo quartel de Abrantes. O espírito natalino abandonou o presépio para promover o ícone do consumismo, Papai Noel, na versão concebida pela Coca-Cola. Pessoas se abraçam e trocam jargões abstratos, sem qualquer relação com a realidade. "Feliz Natal e um ano-novo cheio de alegrias, saúde e paz!" As frases se repetem como refrões de uma antiga canção. Nada diferente de infindas décadas anteriores.

Ano é unidade cronológica convencionalmente adotada para medir a história. Será sempre a mesma. Para que seja novo, não depende de duração temporal. Requer atitude revolucionária que mobilize energias humanistas para romper com os interesses que comandam a sociedade preservando privilégios. Não basta desejar. Muito menos esperar um ano diferente como se fosse milagre para encantar fiéis. Sem mudanças de fato, nada haverá de novo. Mero blá-blá-blá de cunho farofeiro.

São chocantes as evidências de precariedade imutável em que o povo brasileiro vive há séculos sem o perceber. Deitado eternamente em discutível berço esplêndido, nutre-se de ingênuo autoengano.

Em cada fim de ano dito velho, e início do dito novo, as imagens que movimentam as telas televisivas do país não são inéditas. Documentam tragédias repetitivas produzidas por chuvas sazonais. Não passam de catástrofes anunciadas.

Governantes sobrevoam áreas destruídas, simulando comoção. Se autênticos, deveriam se instalar nas regiões atingidas a fim de que pudessem experimentar o sofrimento das comunidades, as mortes numerosas e as sequelas indescritíveis. Preferem mistificar. Chamam de desastre natural o descalabro que só revela desrespeito do humano para com a natureza. Chuva não é desastre, é fenômeno inteiramente previsível.

Quem origina as tragédias é a sociedade. As camadas pobres têm moradia em recantos de risco, onde padecem abandonadas pelo Estado, sem direito a condições mínimas de vida ambientalmente segura e qualificada. Os governos atêm-se a enfrentar os desastres que são produtos de sua omissão. Nada fazem para evitá-los ao longo dos anos em que exercem o poder.

Reforma agrária ainda não ocorreu no país. Apesar da luta de várias gerações, entrou na prolongada calmaria que perpetua o latifúndio dominado por condomínios empresariais. As populações das pequenas propriedades são expulsas. Passam a viver na periferia dos centros urbanos, condenadas a pobreza, privações e desigualdades terríveis.

Índices de violência só fazem aumentar a cada ano. Revelam criativa crueldade. Geram insegurança que torna frágil a vida das pessoas. Única novidade registrada anualmente é o progresso incontrolável da criminalidade. Governantes falam do combate à violência. Jamais de medidas preventivas, com caráter eminentemente educacional, para reverter tão tenebrosa fotografia brasileira. Só trocar a folhinha não abre perspectiva de uma sociedade menos violenta.

No céu da pátria, neste instante, brilha o esgoto a céu aberto. Ainda que contido em fossas, resta distante das redes de higiene em que deveria desaguar. Fezes fluem como componentes do cotidiano de populações que sobrevivem na miséria. Mais da metade do povo está em áreas desprovidas de esgoto, exposta a contaminações que geram doenças evitáveis. A iniciativa do governo é buscar mais médicos para ocultar o panorama da falta de saúde. O povo que se dane.

 Em 1886, Rui Barbosa elaborou o primeiro projeto de educação infantil de que se tem notícia. Prenunciou que, sem investimento nessa faixa etária, a sociedade não teria futuro. Não foi ouvido. Em 2013, mais de um século depois, cerca de 200 ações por dia reivindicam vagas em creches públicas, enchendo a agenda doPoder Judiciário. Sem solução. Infância desprotegida é fermento da desgraça social.

No âmbito do transporte público, incorpora-se a lógica absurda da saúde. A política de mobilidade urbana assume a estratégia simplista do projeto "mais carros para o Brasil". Quanto mais, menos trânsito. Maior o caos. Menor a qualidade de vida. Ilusória a cidadania que se arrasta sem direitos, fantasiada pelos marqueteiros encarregados de enganar.

O valor da educação permanece nenhum. Professores desmerecidos, escolas degradadas, alunos desrespeitados. Somente 24% dos cidadãos que sabem ler entendem o que leem. Os demais fazem de conta.

Carnaval, Copa do Mundo e eleições sintetizam o que será 2014. Tudo igual. Outros 365 dias sem mudança. Só farofa. De novo.

Nova manobra criativa - EDITORIAL O ESTADÃO

O Estado de S.Paulo  - 07/01

Na undécima hora, quando faltavam menos de duas semanas para o fim do ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) resolveu adiar para 2015 a aplicação de bandeiras tarifárias nas contas de luz, medida que deveria entrar em vigor em 1.º de janeiro de 2014. Pelo sistema previsto, as contas passariam a exibir uma bandeira impressa em cor verde se os custos das distribuidoras de eletricidade fossem os normais (abaixo de R$ 200 por MWh), sem recurso à energia gerada por termoelétricas. A bandeira passaria a ser amarela toda vez que o custo de operação ficasse entre R$ 200 por MWh e R$ 350 por MWh e seria vermelha se superasse essa última marca. A explicação da agência reguladora é de que os consumidores não foram suficientemente informados e algumas distribuidoras não se prepararam no prazo previsto para implantação do sinal de alerta de aumento da conta de luz. O mercado não se deixou enganar por essa balela e interpretou a decisão como mais uma daquelas manobras que o governo tem utilizado para represar a inflação.

Na realidade, o governo teme que, se o sistema de bandeiras tarifárias fosse implantado já em janeiro, poderia contribuir para um repique inflacionário no início do ano, o que transmitiria uma imagem negativa para ele, com repercussões nos meses seguintes - quando as eleições estarão ainda próximas. Com os reservatórios de hidrelétricas em baixa neste verão em algumas regiões, notadamente no Nordeste, dá-se como certo que haverá um custo adicional para as distribuidoras. Se o sistema entrasse em vigor, levaria à impressão de bandeiras amarela ou vermelha nas contas, uma vez que um número maior de termoelétricas teria de ser ligado para suplementar a geração hidrelétrica, e as contas subiriam.

Há mesmo quem calcule que o governo fará tudo o que puder - e a suspensão das bandeiras é parte desse esforço - para evitar que a taxa de inflação medida pelo IPCA em janeiro de 2014 não supere 0,86%, taxa registrada no mesmo mês de 2013. O adiamento do uso de bandeiras possibilitaria um "alívio" calculado em 0,13%, o que seria de grande utilidade para evitar que a inflação de janeiro atinja 1%, o que seria considerado um desastre.

Como em toda medida relativa a preços administrados, há quem ganhe e quem perca. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) considerou a medida positiva. Em nota, afirmou que "o prazo estava muito apertado para as indústrias se adaptarem ao novo mecanismo de cobrança". A entidade lembrou que, em setembro, já havia alertado de que o sistema elevaria o custo de energia a "patamares preocupantes".

De outra parte, perdem as distribuidoras de eletricidade, que só conseguem repassar sua elevação de custos nas datas anuais de reajuste de tarifas. O sistema de bandeiras permitiria que repassassem imediatamente o eventual ônus com o uso maior de termoeletricidade. Com o novo mecanismo preconizado pela Aneel, e agora adiado, poderiam equilibrar mensalmente suas receitas com os custos mais pesados que teriam de arcar, como assinala a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

Isso, naturalmente, geraria uma nova disputa no campo energético, que caberia ao governo arbitrar, em meio a tantas desavenças que têm caracterizado a relação entre o setor elétrico e o Planalto. Não se pode deixar de lembrar, porém, que, sendo 2014 um ano eleitoral, não convêm aos interesses do PT e de partidos aliados que as contas de luz pagas pelos consumidores - não só os industriais e comerciais, mas principalmente os residenciais - subam demais, especialmente em regiões em que o recurso à energia termoelétrica é mais frequente, como o Nordeste - justamente onde o PT é mais forte.

A solução pode ser a concessão de subsídios às distribuidoras, à custa do Tesouro Nacional. Isso significa mais um elemento de pressão sobre a política fiscal. Ou seja, os custos adicionais das distribuidoras nesta época do ano acabarão sendo pagos por todos os contribuintes e não deixarão de influir a médio prazo sobre a inflação, que tem no desequilíbrio fiscal uma de suas causas básicas.

Energia elétrica: segurança e custos - CLAUDIO SALES

FOLHA DE SP - 07/01

Os leilões, que só levam em conta a menor tarifa, deveriam valorizar também a localização e a flexibilidade operacional das usinas


Enquanto em 2008 vivemos a iminência de desabastecimento de eletricidade, agora vivemos a insegurança quanto ao custo da energia.

Apesar de o consumo de energia em 2013 ter crescido menos do que previsto e as chuvas terem correspondido à média histórica de mais de 80 anos, o Brasil precisou de um intenso acionamento de usinas termelétricas para recuperar o nível dos reservatórios das hidrelétricas.

Felizmente, contamos com um parque termelétrico --concebido exatamente para essa finalidade-- que resolveu o problema de abastecimento. A pergunta que fica, no entanto, é a seguinte: olhando para o futuro, estaremos com a configuração de usinas que otimizará os custos de geração de energia?

O tema é complexo. O país conta com milhares de usinas de geração de energia de diferentes tipos. Dispõe de milhares de quilômetros de linhas de transmissão interligando as usinas aos pontos de consumo. Tem na base de sua matriz elétrica a hidroeletricidade, fonte sujeita às incertezas derivadas do volume das chuvas que abastecem os reservatórios das usinas. Essas características são representadas em modelos computacionais usados no planejamento da expansão e na operação do sistema elétrico nacional.

O desafio de operar esse sistema é crescente: a energia armazenada nos reservatórios hidrelétricos é suficiente para atender a períodos cada vez menores. Em 2000, os reservatórios armazenavam o suficiente para seis meses de consumo, número que hoje excede por pouco quatro meses.

Diante desse quadro, a operação do sistema se defronta com o seguinte dilema: a) acreditar piamente nos modelos computacionais desenhados para otimizar a operação futura ao menor custo; ou b) agir mais conservadoramente, poupando água nos reservatórios com um acionamento termelétrico mais acentuado e prolongado, porém a um custo maior.

Para verificar se os modelos computacionais representam a realidade, simulamos dois anos de operação do sistema com base em dados reais do nível inicial dos reservatórios, do consumo de energia e das chuvas de fato ocorridas. Se os modelos fossem precisos, indicariam ao fim do período um nível de reservatórios coincidente ou, pelo menos, próximo ao que se observou na realidade. Não foi o que aconteceu.

Os modelos foram sempre otimistas, apontando para níveis de reservatórios ao final do período maiores do que os observados na prática. Por que essa disparidade? As duas explicações possíveis seriam inadequações no desenho dos próprios modelos computacionais ou imprecisões nos parâmetros de entrada inseridos nos modelos, entre os quais a energia realmente produzida por cada usina e o volume útil dos reservatórios.

Outra constatação se refere à inadequação do parque instalado de termelétricas. Praticamente metade desse parque é de usinas de baixo investimento para instalação, mas de elevado custo operacional quando acionadas.

Essa proporção seria adequada no passado, quando a capacidade de regularização de nossos reservatórios era maior e as termelétricas seriam mais acionadas somente em situações de secas severas. Mas essa não é mais a condição de operação atual nem a que podemos projetar para o futuro: as termelétricas deverão continuar a ser usadas de forma mais intensa.

Os atuais leilões de energia, que só levam em conta a menor tarifa por quantidade de energia, devem ser aprimorados para valorizar também atributos como localização e flexibilidade operacional (capacidade e rapidez de acionamento sob demanda) das usinas ao longo das 24 horas do dia e dos 365 dias do ano.

Tanto a diminuição da imprecisão dos modelos computacionais quanto aprimoramentos nos leilões de energia são essenciais para um abastecimento de eletricidade mais seguro e ao menor custo possível.

Fator Leandro Hassum - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 07/01

A Downtown Filmes, que apesar do nome em inglês só trabalha com filmes nacionais, fechou 2013 em 3º no ranking das distribuidoras. Atrás de Walt Disney Int’l e Fox Int’l e à frente de Warner, Sony e Paramount.
A posição, em parte, é graças ao sucesso de “Até que a sorte nos separe 2”, com Leandro Hassum, que vendeu mais de 1,6 milhão de ingressos.

Não veta, Cabral!
Frei David, da ONG Educafro, estava, ontem, em assembleia permanente fazendo gestões junto ao governo Cabral.
É que depois de amanhã expira o prazo para o governador sancionar ou vetar o projeto de lei que proíbe os clubes de exigirem que babás entrem uniformizadas em suas dependências.

Bolsa casamento
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Fiação, Malharia, Tinturaria e Tecelagem de Joinville, SC, tem conseguido incluir uma cláusula, digamos, curiosa no dissídio da categoria.
Diz que o empregado que se casar terá direito a um adicional no salário. O valor atual é R$ 836.

Alalaô
Não é só a coluna que reclama do uso de paletó e gravata neste verão. A Caixa de Assistência ao Advogado (Caarj) colocou um enfermeiro de plantão, no Fórum de Bangu, para atender os profissionais engravatados que passam mal com o calor.
Aliás, a OAB deverá entrar na campanha contra o uso de paletó e gravata nesta época do ano!

Luau naturista
O “Luau Naturista do Abricó”, no Rio, será das 8h de sábado às 4h de domingo. A organização avisa que “os casais héteros e gays estão liberados para fazer sexo a partir da meia-noite”.

Ah, bom! Falta de pudor do PT
Chega às livrarias, no final do mês, o novo livro de Domenico de Masi: “O futuro chegou”. Vai sair pela editora Casa da Palavra.
Nesta obra, o sociólogo italiano, autor do sucesso “O ócio criativo”, lançado há dez anos, dedica umas 80 páginas ao Brasil.

Segue...
Em “O futuro chegou”, Domenico diz que o PT decepcionou seus eleitores ao estreitar “sem nenhum pudor ideológico” cínicas alianças com as forças conservadoras.
Faz sentido.

La mamita
O técnico do Boca Jr., o argentino Carlos Bianchi, chamou atenção, domingo passado, no Aeroporto Galeão-Tom Jobim. Mas não pelo que fez no futebol.
É que, na fila de embarque para Buenos Aires, chamava, a todo tempo, a mulher de... mamita. Vem a ser uma forma carinhosa de tratamento usada pelos argentinos.

Mas...
Na minha terra... deixa pra lá.

Lei da oferta e da procura
Depois que Anderson Silva voltou a perder de Chris Weidman, o preço do boneco do lutador de MMA passou de R$ 75,90 para R$ 49,99, na Rozenlândia, no Rio Design Leblon. Desconto de 34%.

Água e esgoto
Cabral envia, em fevereiro, à Alerj um projeto sobre o sistema de água e esgoto em cidades da Baixada e do Leste Fluminense, como São Gonçalo.
A modelagem prevê parcerias entre estado, municípios e investidores privados, com a fixação de metas de universalização de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto.

Melhor assim
A Comlurb ouviu as preces da coluna em relação à Praça Eppinghaus, na Ilha do Governador, cujo abandono foi denunciado aqui ontem.
A Fundação Parques e Jardins disse que o local será incluído no programa de revitalização de paisagismo.

Alô, Mercadante!
O Brasil é um importador de médicos. Nada contra. Mas em condições normais a Universidade Gama Filho, no Rio, poderia formar até 400 médicos por ano.
Só que a instituição está no corredor da morte sem que o Ministério da Educação faça nada.

O pessoal da fumaça
A Operação Lapa Presente provocou atraso no show do Monobloco, na Fundição Progresso, sexta passada. Mesmo com a região cheia de PMs, um integrante da banda acendeu um cigarro de maconha antes do show. Foi detido.
Na delegacia, o processo foi agilizado. É que, como se diz, o show não pode parar.

PLANO DE AÇÃO - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 07/01

A força-tarefa para investigar a guerrilha do Araguaia que o MPF (Ministério Público Federal) inicia hoje deve resultar na denúncia imediata dos casos de quatro vítimas da repressão na ditadura. Em estágio adiantado de apuração, eles serão os primeiros a serem encaminhados à Justiça pelos nove procuradores que têm a missão de acelerar a conclusão de inquéritos já abertos e iniciar outros.

PLANO DE AÇÃO 2
A criação do grupo é uma resposta à condenação do Brasil, em 2010, pela Organização dos Estados Americanos. A entidade obrigou o país a punir os responsáveis pelo desaparecimento de mais de 60 participantes do movimento de resistência ao regime na região amazônica, nos anos 1970. "Os autores podem ser denunciados por crimes como sequestro e ocultação de cadáver", diz o procurador Ivan Marx, membro da comissão.

PLANO DE AÇÃO 3
Com prazo inicial de seis meses para concluir o trabalho, os procuradores vão passar janeiro analisando os processos. A primeira reunião presencial será no mês que vem, em Brasília, para estudar documentos e definir teses de argumentação.

NA SECA
Os moradores do condomínio City Castelo, em Itu, onde Ana Hickmann, Gusttavo Lima, Bruno (parceiro de Marrone) e Rick (que faz dupla com Renner) têm casa, estão lidando com falta de água. O problema começou há cerca de seis meses. Oito caminhões-pipa enchem a caixa d'água do condomínio todas as madrugadas, mas são insuficientes.

NA SECA 2
A situação foi mais crítica no Natal e no Ano-Novo. Os moradores dizem ter relatado o problema à concessionária Águas de Itu. A empresa admite que o fornecimento foi suspenso por alguns dias. Em nota, explica que "em outubro ocorreram oscilações de energia, o que afetou o sistema de captação de água bruta e a distribuição em alguns bairros". Alguns moradores apelaram para a construção de poços artesianos.

MADRUGADORES
Mais de 2.500 pessoas aproveitaram o horário estendido do MIS, que ficou aberto até as 2h de sábado para domingo, para visitar a exposição sobre Stanley Kubrick. No próximo fim de semana, quando a mostra se encerra, o museu abrirá até as 3h.

CAPACETE
A UGT (União Geral dos Trabalhadores) está conversando com a Prefeitura de SP em busca de apoio para dar cursos de capacitação e de segurança para motoboys. Estima-se que haja 300 mil profissionais na capital. "Muitos morrem ou se acidentam todo dia. É uma tragédia que nos sensibiliza", diz Ricardo Patah, presidente da UGT.

POP NA REDE
Cauã Reymond é o ator brasileiro mais popular no Facebook. Com mais de 2 milhões de fãs, ele supera Fiuk, que é curtido por 965 mil na rede. No ar em "Amores Roubados", Cauã começou a se destacar na internet com o sucesso de Jorginho em "Avenida Brasil". Só perde em número de seguidores para o comediante Fábio Porchat, na marca de 3 milhões.

Astros que não investem em perfis oficiais exibem números mais modestos. São os casos de Caio Castro (288 mil), Rodrigo Santoro (21 mil) e Antonio Fagundes (20 mil), que têm páginas criadas por fãs.

JOGA A MÃO PRO ALTO
Ivete Sangalo, Buchecha e Naldo Benny cantaram no segundo dia do festival Skol Verão Show Guarujá 2014, no sábado. A cantora Preta Gil assistiu às apresentações e subiu ao palco para uma canja com a baiana. A atleta de hipismo Luiza Almeida, a estudante de moda Ornella Togni e a enfermeira Luana Almeida também viram os shows.

A BORDO
O empresário Carlos Jereissati foi com a mulher, Iara, à festa de Ano-Novo do Iate Clube de Santos, em Angra dos Reis. Chiquinho Scarpa e a namorada, Marlene Nicolau, e Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, também estiveram na comemoração.

CURTO-CIRCUITO
A galeria Raquel Arnaud, na Vila Madalena, reabre hoje a exposição "Branco de Si", de Silvia Mecozzi.

A banda Arsenal Y se apresenta hoje no Bourbon Street, às 21h30. 18 anos.

Elton John inicia pelo Rio, em 19/2, a turnê brasileira de seu novo show. Depois canta em Goiânia (dia 21), Salvador (22) e Fortaleza (26). 16 anos.

A Câmara parada - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 07/01

Aumenta a temperatura entre o Planalto e o comando da Câmara. A Casa não vota desde setembro. O ano é de reeleição. E há projetos de interesse dos eleitores na fila para votar. Entre esses: regular a PEC das domésticas; piso salarial dos policiais e dos agentes de saúde; fim do fator previdenciário; tornar a corrupção crime hediondo; e Ficha Limpa para servidor público dos três poderes.

O PT leva um chega para lá
O Planalto está informando aos petistas que eles devem reduzir a fome para a reforma ministerial. O partido quer fazer o sucessor da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Os paulistas tem até um candidato, o deputado Ricardo Berzoini. Acontece que a presidente Dilma não abre mão de ter ao seu lado, no Palácio, nomes de sua mais absoluta confiança. Por isso, Aloizio Mercadante (Educação) está bem posicionado para a Casa Civil e Ideli Salvatti a ficar em seu lugar. Ela perdeu a disputa interna no PT catarinense para concorrer ao Senado. E é tarde para Ideli organizar campanha para deputado federal sem ter que atropelar os “companheiros”.


“A paciência já se esgotou. Vamos votar o Marco Civil da Internet com ou sem acordo, para aprovar ou rejeitar, no retorno do recesso”
Henrique Eduardo Alves
Presidente da Câmara dos Deputados (PMDB-RN)

Cabo de guerra
A Rede está se fortalecendo no interior do PSB. Os socialistas resistem no cotovelo. Mas ganha terreno a possibilidade de apoio às candidaturas de Miro Teixeira (PROS) ao governo do Rio e de Walter Feldman (PSB/Rede) em São Paulo.

Só na água
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi parada na madrugada de ontem em blitz da Lei Seca, na Rua do Catete. Ela foi reconhecida, cumprimentada pelo guarda. Mas este pediu para Jandira descer do carro e entrar na fila do bafômetro. Ela foi liberada, o teste deu negativo. Jandira tinha passado o dia num churrasco, mas se limitou a consumir sucos e água.

Vem aí, mais médicos
As universidades federais abriram este ano 60% a mais de vagas para Medicina. Em 2013, foram oferecidas pelo Sisu pouco mais de 1.800 vagas para o curso em todo o país. Para este ano, chegaram a 2.950 os lugares disponíveis.

Fica combinado assim
O DEM perdeu a Secretaria da Agricultura de Minas Gerais. Assumiu um deputado do Solidariedade, o Zé Silva, e o suplente Mário Heringer (PDT) se manteve na Câmara. A explicação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para os aliados do DEM: “Para eu fortalecer vocês, antes vocês têm que me fortalecer”.

Factoide da Copa
As ameaças do governo para forçar as empresas aéreas a baixarem seus preços para a Copa não assustam. Não há tempo para abrir o mercado para empresas estrangeiras nem há espaço disponível para atendê-las nos aeroportos.

A fila anda
Com a prisão de João Paulo Cunha (PT-SP) decretada, a petista Iara Bernardi será efetivada na vaga. Para assumir como suplente será chamado Gustavo Petta (PCdoB). Mas, se ele não aceitar, a próxima da fila é Maria Lúcia Prandi Gomes (PT).

O VICE MICHEL TEMER vai reunir, dia 17, os 92 prefeitos do PMDB paulista para apoiar a chapa Paulo Skaf governador/Dilma presidente.

A última que morre - BERNARDO MELLO FRANCO - PAINEL

FOLHA DE SP - 07/01

Até ontem, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) acalentava a esperança de prorrogar sua sobrevida fora da cadeia. O petista torcia para que o ministro Joaquim Barbosa esperasse a volta dos colegas, em fevereiro, para submeter seu último embargo ao plenário do STF. No fim de dezembro, Cunha se dizia aliviado por não ter sido preso antes do Natal. Os outros três condenados do PT, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, tiveram menos sorte: passaram as festas na Papuda.

Milhagem Cunha avisou a amigos que, em vez de pegar um avião, viajaria de carro de São Paulo a Brasília, onde deve se entregar hoje à PF. Segundo aliados, ele chamou um motorista e faria todo o trajeto no banco do carona. A distância entre as duas cidades é de 1.015 quilômetros.

No banco A exemplo de Dirceu, o ex-presidente da Câmara deve pedir autorização para trabalhar fora da cadeia. Cunha já disse a amigos que pensava em pedir emprego no Grêmio Osasco, time de futebol que ele ajudou a fundar em seu reduto eleitoral.

Faca no pescoço O Palácio do Planalto ameaça rebaixar o PP na Esplanada caso o partido não se comprometa a apoiar a reeleição de Dilma Rousseff em Estados estratégicos como Rio, Paraná e Rio Grande do Sul.

Na balança Hoje o PP comanda o Ministério das Cidades, que tem um robusto orçamento de R$ 26,6 bilhões. O partido pretende apoiar Dilma nacionalmente, mas indica que pode liberar alianças com a oposição nos Estados. Auxiliares da presidente dizem que isso seria "insuficiente" para manter a pasta, que desperta os instintos mais primitivos do PMDB.

Prioridades Atacado por parlamentares que não tiveram emendas liberadas, o Ministério das Cidades empenhou R$ 18,9 milhões no último dia de 2013 para fazer propaganda de suas ações.

Dá... O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), levará a ministros na quinta-feira um plano de reconstrução de áreas mais atingidas pela chuva.

... uma mão? Os projetos têm custo estimado em R$ 840 milhões. O governo capixaba quer ajuda federal.

Quero as datas Dilma evitou bater boca com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que criticou a demora nas obras da Copa. Mas cobrou de sua equipe um cronograma objetivo com as datas em que poderá inaugurar os seis estádios atrasados.

Pontapé A presidente quer entregar até o próximo dia 22 a Arena das Dunas, em Natal. Em fevereiro deve ser a vez do Beira-Rio, em Porto Alegre. Ficariam para março os estádios de Cuiabá, Manaus e Curitiba. O Itaquerão é o caso mais complicado: só deve estar pronto em abril.

Na mão A vida não está fácil para o prefeito Fernando Haddad (PT). Com a popularidade em baixa, ele não deve ter a companhia de Dilma no primeiro palanque do ano: a festa de aniversário de São Paulo, dia 25. A presidente deve estar no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

A vez dos chefes Depois das vítimas, os algozes. A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de SP quer parar de ouvir ex-presos políticos para identificar militares que torturaram e mandaram torturar na ditadura.

Bagulhão A base dos trabalhos será um documento conhecido como "Bagulhão": a lista de 233 agentes apontados como torturadores em 1975. O deputado Adriano Diogo (PT) quer esmiuçar a cadeia de comando e chegar aos oficiais que chefiaram a máquina da repressão sem sujar as mãos.

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

tiroteio
"A oligarquia Sarney só se sustenta com ajuda federal. Só que, desta vez, demoraram demais para reconhecer a própria incompetência."

DO PRESIDENTE DA EMBRATUR, FLÁVIO DINO (PC do B-MA), sobre Roseana Sarney ter aceitado ontem ajuda do Ministério da Justiça para o Maranhão.

contraponto


Parabéns, meu querido...
De férias da política para tocar seu programa de reportagens na Globo News, o ex-deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) ainda se diverte com memórias pitorescas dos quatro mandatos que exerceu em Brasília.

Uma delas era o hábito de ser acordado, a cada 17 de fevereiro, por uma voz bem conhecida ao telefone.

--Era o Paulo Maluf, que ligava todos os anos para desejar felicidades. E pensar que eu desejei a cadeia para ele durante muito tempo...

Depois que Gabeira se despediu do Parlamento, em 2010, Maluf riscou seu nome do caderninho.

Primeiros acordes - DENISE ROTHENBURG

CORREIO BRAZILIENSE - 07/01

Depois dos setores administrativos, o próximo alvo dos cortes no Senado Federal é o canal de tevê da Casa. A ordem é reduzir 30% daqueles contratados via terceirização, o que, consequentemente, vai tirar alguns programas do ar. A mudança está prevista para fevereiro. As reuniões para definir que programas serão cortados estão previstas para esta semana.

A reformulação atingirá ainda a possibilidade de multiprogramação, aquela que permite visualizar vários eventos, CPIs e comissões técnicas, por exemplo. Também está por um fio o projeto de expansão da tevê nos estados e a migração para o sistema digital.

Em tempo: os funcionários querem saber agora quando é que o presidente cortará as viagens em aviões da Força Aérea Brasileira que servem à Presidência da Casa.

Por enquanto…
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fica onde está. Pelo menos ontem, a ideia da presidente Dilma Rousseff era de não mexer nesse setor estratégico. Até porque, se for para tirar Bernardo, certamente os aliados vão se movimentar para ocupar a área.

…Eles ficam
Além de Paulo Bernardo, outro que não sai é o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ontem, ele despachou normalmente com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Discutiram a onda de violência no Maranhão e as medidas que o governo pode oferecer em auxílio à governadora Roseana Sarney.

As apostas de Dilma
Além do Mais Médicos, o programa que ganhará visibilidade durante a campanha presidencial este ano é o Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). É que esse projeto, assim como o do atendimento na área de saúde, foi feito no governo Dilma Rousseff e não é herança de Lula.

Na estrada/ O ministro do Esporte, Aldo Rebelo (foto), viajou para Alagoas para a virada do ano. Até aí, normal. O inusitado é que Aldo talvez tenha sido o único em toda a Esplanada que foi de… carro. Dirigindo. De Brasília até Viçosa, terra natal de Aldo, são 1.871 km. Se fosse outro, era bem capaz de ter pedido um jatinho da FAB para passar as festas de fim de ano com a família.

No descanso/ Como foi uma das últimas a sair de recesso — ela trabalhou no Natal e ficou até 31 de dezembro —, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, decidiu prolongar as férias por esta semana. Volta em 13 de janeiro.

Na luta/ Apesar das férias de Ideli, os deputados não desistiram de tentar garantir um empenhozinho de emendas individuais de 2013 a título de restos a pagar para este ano. A diferença é que, agora, eles vão desaguar é na Casa Civil, onde a ministra Gleisi despacha por mais uma semana.

Por falar em…/…Esporte, o governo notou mudanças na Fifa nessa virada do ano. Até aqui, era o número dois, o secretério-geral, Jérôme Valcke, quem criticava o ritmo das obras no Brasil. Agora, é o número um, Joseph Blatter. Como é Valcke que vem ao Brasil inspecionar o ritmo de entrega dos estádios, a relação termina preservada.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 07/01

Empresas investem em shopping e hotel no RS
Três empresas gaúchas com atuação na área imobiliária, a Real Empreendimentos, a Phorbis e a SVB Par, irão construir um complexo com shopping e duas torres em Santa Cruz do Sul (RS), no interior do Estado.

O investimento será de ao menos R$ 100 milhões.

"Esse é o montante só para o shopping. Os dois edifícios, que deverão receber escritórios e um hotel, ainda estão em fase de projeto e, por isso, não há valores definidos", afirma Luís Eduardo Santos, da Real.

A empresa é controlada pelo grupo Josapar, que atua na área alimentícia e é dono da marca de arroz Tio João.

A primeira etapa do empreendimento, que envolve o centro de compras, deverá ser entregue no segundo semestre de 2016.

O cronograma de obras do hotel e da torre de escritórios, por sua vez, ainda passa por ajustes. "Estamos concluindo pesquisas sobre a demanda para definir o que será construído primeiro", diz.

O shopping terá uma área bruta locável de 18 mil metros quadrados, o suficiente para a instalação de aproximadamente 130 lojas.

"Além da própria cidade de Santa Cruz, que já tem um comércio forte, o local também deverá receber clientes de municípios do entorno, que estão em um raio de 30 minutos de deslocamento."

As três empresas já são parceiras em shoppings no Rio Grande do Sul --a Real é sócia da Phorbis em uma unidade em Pelotas e da SVB Par em outra, em Porto Alegre.

RESOLUÇÃO ECONÔMICA
O Brasil é o quarto país cuja população mais acredita na melhora da economia global em 2014 entre 23 localidades pesquisadas pela Ipsos.

Diante da afirmação de que a economia será mais forte neste ano do que foi em 2013, 65% dos brasileiros entrevistados concordaram, sendo que 19% se disseram muito confiantes na melhora e 46% aceitaram em parte a declaração. Pouco mais de 10% discordaram totalmente.

O nível de otimismo do país em relação à economia global havia sido 13 pontos superior em 2013.

A maioria (53%) de todos os entrevistados nas 23 localidades afirmou estar confiante nessa melhora.

Quando analisados individualmente, Índia (82%), China (74%) e Indonésia (72%) apareceram no topo da lista.

Entre os mais propensos a discordarem da afirmação, ficaram Itália (33%), França (35%), Suécia (39%), Polônia (41%) e Bélgica (42%).

Para a realização do estudo, foram entrevistadas 18.153 pessoas entre os dias 4 e 18 de dezembro de 2013.

SEM MELHORA
Sem projetos novos para serem anunciados em 2014 nem empreendimentos de grande porte recém-concluídos entrando em operação, o setor químico deverá ter mais um ano de alta no deficit comercial.

O crescimento ficará entre 4% e 5%, projeta o presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), Fernando Figueiredo. A entidade calcula que, em 2013, o deficit tenha atingido US$ 32,2 bilhões.

"A elevação só não será maior por causa do dólar. Com a oscilação da moeda, os importadores ficam receosos", diz.

Apesar de prever um incremento no resultado negativo da balança comercial, Figueiredo acredita que o setor continuará com uma expansão maior do que o PIB.

"Devemos crescer 25% a mais que o PIB. Essa é nossa média histórica desde 1990", afirma o executivo.

A estimativa da entidade é que a indústria química tenha registrado um faturamento líquido de US$ 162,3 bilhões no ano passado.

INVESTIR É PRECISO
Investir para diminuir o impacto ambiental das operações é prioridade para apenas 12% das empresas do setor petroquímico que planejam expandir gastos com infraestrutura nos próximos cinco anos.

A constatação é de uma pesquisa conduzida pela EIU (Economist Intelligence Unit) com 366 executivos de diversas nacionalidades.

No topo das preferências (52%), estão gastos com novas tecnologias que podem tornar os parques industriais mais eficientes.

A inovação com o intuito de aumentar a vida útil dos equipamentos existentes nas plantas foi escolhida por 37% dos executivos.

Para o grupo de companhias que pretende cortar gastos, equipamentos novos também ocupam o primeiro lugar, com 38%.

Aproximadamente um terço dos executivos entrevistados (29%) considera essencial investir na prevenção de defeitos no processo da linha de produção.

ABAIXO DO ESPERADO
O setor da construção civil cresceu ao redor de 2,2% no ano passado, segundo cálculo da consultoria LCA.

Até novembro, a companhia previa uma alta de 3%. O resultado abaixo do esperado registrado no terceiro trimestre de 2013 levou a empresa a rever as projeções.

"É possível que a deterioração tenha sido uma consequência das manifestações de junho, já que os índices de confiança caíram após os protestos", diz o economista Francisco Pessoa.

Para 2014, a previsão é de alta de 3,2%. O avanço deverá ser puxado pelas concessões e pelos investimentos dos governos --que costumam ser maiores em anos eleitorais.

2014 pede ajustes - CELSO MING

O Estado de S.Paulo - 07/01

A maioria dos analistas da economia brasileira dá os trâmites por findos e já não espera nenhuma reforma e nenhum ajuste de expressão na política econômica brasileira neste 2014, ano de eleições... Então, fica para 2015.

Mas o que, afinal, fica para 2015? Em princípio, esses ajustes compreenderiam substancial aperto nas contas públicas, correção dos preços administrados (tarifas de energia, combustíveis e transportes urbanos) e retirada progressiva, talvez em ritmo mais acelerado, das bondades tributárias concedidas a setores da iniciativa privada ao longo dos três últimos anos. Até mesmo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem avisado que ninguém deve mais esperar por redução de impostos e desoneração tarifária.

Em todo o caso, é preciso saber se, mesmo na hipótese de reeleito com boa margem de votos, um novo governo Dilma enfrentaria uma agenda destinada a recobrar a confiança e o investimento privado. Aparentemente não. Apesar de eventuais concessões, a presidente Dilma não vê com bons olhos uma guinada ortodoxa destinada a arrumar a casa.

O discurso das autoridades hoje no comando é o de que a maior parte dos problemas estará superada se a economia mundial retomar a velocidade de cruzeiro. É a aposta repetidamente anunciada pelo ministro Mantega. Mas não se pode contar com isso, pelo menos nas proporções desejadas. A recuperação global segue a passos de tartaruga e o desmonte das operações artificiais sustentadas pelos grandes bancos centrais destinadas a induzir à recuperação e ao emprego deverá continuar a gerar turbulências em 2014 e, possivelmente, também em 2015.

Mas o governo pode vir a ser forçado a fazer um ajuste, que hoje preferiria descartar, se acontecer deterioração maior do que a esperada das contas públicas e/ou das contas externas, que desemboque no rebaixamento da qualidade dos títulos da dívida brasileira e dificulte ainda mais a entrada de investimentos externos. Ou então poderá dar uma guinada em direção à arrumação, se as contradições internas exigirem opção radical.

Uma delas seria a necessidade de aceitar uma desvalorização maior do real (alta do dólar). Nesse caso, o governo teria de barrar o repique inflacionário com uma condução mais responsável das contas públicas. Outra distorção que pode acirrar-se e terá de ser resolvida é o crescimento bem mais alto do consumo em relação ao avanço do PIB. Isso se conserta com mais produção e com mais investimento.

Mais produção e mais investimento, por sua vez, pedem mais força à formação de poupança, um dos requisitos que são objeto de insistência do Banco Central. Pedem, também, providências destinadas a aumentar a produtividade da força de trabalho. Até agora, a economia cresceu graças à incorporação da mão de obra disponível. Esse recurso já deu o que tinha de dar porque, mesmo a esse ritmo insatisfatório, a economia vive situação muito próxima do pleno-emprego. Um crescimento mais forte vai produzir escassez de mão de obra. Agora, é preciso garantir mais eficiência do trabalho e isso está pedindo mais educação, mais treinamento e, mais que tudo, modernização da legislação trabalhista.

Medidas na virada do ano - ILAN GOLDFAJN

O GLOBO - 07/01

O simbolismo de uma medida que atua nos sintomas pode dar a impressão de que os fundamentos não estão recebendo a atenção devida


Medidas econômicas às vezes têm alma. O momento e a forma como são apresentadas transmitem sinais que vão além do escrito. Sinalizam as motivações e os receios do governo, fatores fundamentais para moldar as expectativas sobre a direção da política econômica que afetam as tão importantes decisões econômicas (investimento, consumo etc.). Nem sempre o sinalizado vai na direção do pretendido. Nesta virada de ano testemunhamos dois anúncios: a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pagamentos e saques no exterior e a antecipação do resultado fiscal do governo central do ano passado. O primeiro sinalizou escassez de dólares (sem que estejam de fato faltando), e o segundo, preocupação com a imagem da política fiscal.

No dia 27 de dezembro, o governo encareceu as viagens internacionais dos brasileiros. Aumentou a alíquota do IOF de 0,38% para 6,38% para gastos em cartões de débito e pré-pagos, para saques de dinheiro no exterior e para cheques de viagem. Sinalizou-se a preocupação com a piora do déficit externo do Brasil. Mas qual é a situação do déficit externo do país? Qual o papel dos gastos no exterior?

Medido pela conta-corrente do balanço de pagamentos, o déficit somou US$ 81,1 bilhões, equivalentes a 3,7% do PIB nos últimos 12 meses. Esse déficit tem aumentado nos últimos anos. Em 2012, o déficit foi de 2,4%, e em 2011, de 2,1%. Quais itens foram responsáveis pelo aumento do déficit?

Uma boa parte desse aumento foi resultado da queda do superávit da balança comercial (exportações menos importações), que passou de 30 bilhões de dólares, em 2011, para 2,6 bilhões de dólares no ano passado. Um dos itens mais relevantes para a piora foi a queda do saldo comercial de petróleo e derivados em razão das dificuldades de oferta nesse setor. Parte dessa queda do saldo no setor será revertida, por ter caráter temporário (interrupções, adiantamentos).

Mas não foi só a balança comercial que piorou, já que houve aumento no déficit da balança de serviços e rendas (viagens internacionais, aluguéis, juros, lucros, dividendos). O déficit de serviços aumentou de US$ 38 bilhões, em 2011, para US$ 48 bilhões nos últimos 12 meses terminados em novembro. Especificamente, os gastos dos brasileiros no exterior aumentaram de US$ 21,3 bilhões, em 2011, para US$ 25,1 bilhões nos últimos 12 meses. É um aumento considerável, em menos de dois anos, embora não represente o grosso da piora da conta-corrente.

À medida que aumenta, o IOF não deve alterar a dinâmica da conta-corrente. Essa vai depender, de forma geral, de uma combinação de ajustes nos gastos (via políticas monetária e fiscal), da depreciação cambial (parte já ocorrida) e, principalmente, de medidas e reformas que aumentem a produtividade no Brasil, para torná-lo mais competitivo. No médio e longo prazo, a abertura de mercados através de acordos comerciais será essencial.

O simbolismo de uma medida que atua nos sintomas (turistas comprando no exterior) pode dar a impressão de que os fundamentos não estão recebendo a atenção devida. Pode passar a ideia de que o problema atual é de perda de reservas, que requer medidas de controle cambial, pois interfere no cotidiano das pessoas.

Mas não há falta de dólares no Brasil, já que as reservas cambiais alcançam US$ 376 bilhões. A intervenção do Banco Central no mercado de câmbio tem-se concentrado no mercado de derivativos, evidenciando que as pressões atuais não vêm da demanda para saques e remessas de dólares.

Uma das medidas que poderiam atacar o fundamento da piora das contas externas seria uma política fiscal mais restritiva, que simultaneamente reduza o excesso de gastos e facilite o financiamento externo através do ganho de credibilidade.

Nesse sentido, o anúncio do resultado fiscal de sexta-feira poderia passar esse sinal, principalmente por causa do cumprimento da meta do governo central.

O problema é que o cumprimento da meta do governo central não muda a tendência de queda do resultado do superávit primário consolidado, que deve ficar abaixo de 2% do PIB no ano passado. O resultado fiscal recorrente ainda é menor, dado que quase 1% a 1,2% do PIB do resultado veio de receitas extraordinárias.

O anúncio do cumprimento da meta sinaliza preocupação com a imagem da política fiscal e mostra desejo de ganhar credibilidade com a antecipação.

Tanto o aumento da alíquota do IOF quanto a antecipação do resultado fiscal mostram que o governo está corretamente preocupado com o desenrolar das contas externas e fiscais e com a necessidade de transmitir uma melhora futura. Mas é necessário adicionar medidas concretas que venham a alterar os fundamentos da dinâmica recente.

Nervosos e nervosinhos - GABRIEL DE SALES

BRASIL ECONÔMICO - 07/01

Ao antecipar em quase um mês a divulgação do superávit primário para satisfazer os "nervosinhos", o ministro Guido Mantega começa o ano dando uma demonstração de fragilidade ao transmitir aos brasileiros a sensação de que aquilo que pode ou não pode ser levado ao conhecimento da nação está a mercê do humor de "alguns analistas". Neste caso, colocaram em dúvida o cumprimento da meta de R$ 73 bilhões do superávit, que acabou sendo de R$ 75 bilhões. O ministro rapidamente convocou entrevista coletiva para anunciar o número final, quando também incluiu entre suas justificativas para a antecipação da boa notícia a necessidade de reduzir a "ansiedade" do mercado.

É de se deduzir que a decisão tenha sido tomada com o aval da presidente Dilma Rousseff, e pode dar a entender que a chefe da Nação também se rende aos "nervosinhos". À parte ilações sobre até onde vai o interesse do governo em dar satisfação a "analistas" e se não seria o caso de explicar à sociedade quem são eles, a postura descontraída do ministro em sua primeira manifestação pública do ano deveria ser mantida como padrão ao tratar de muitas outras preocupações dos brasileiros em geral no campo da economia e das finanças públicas.

Um exemplo é a retomada da escalada altista dos juros básicos pelo Banco Central, sempre a pretexto de inibir o consumo para conter a inflação. Só que a iniciativa coincidiu com a vigência de desonerações feitas justamente para estimular o consumo. Apesar das críticas persistentes dos setores produtivos às decisões do BC, em nenhum momento houve interesse em dar à sociedade justificativa para esse ti -po de política monetária. Ainda mais, quando se observa que alguns preços administrados, ou sob influência do câmbio, têm tido maior efeito inflacionário que o consumo em si. O resultado é uma taxa em 2013 que, embora um pouco abaixo do teto da meta, fica novamente bem acima da meta de 4,5%, deixando mais uma vez sob suspeita a eficácia da tentativa de controlar preços via alta de juros.

Também não foi devidamente explicado à sociedade quanto será gasto pelo governo federal com a Copa do Mundo que começa dia 12 de junho próximo, e que benefícios esses gastos trarão aos cidadãos, se é que trarão. As sucessivas críticas de dirigentes da Fifa ao com -portamento das autoridades brasileiras em relação ao evento, a mais recente delas do presidente da entidade, Joseph Blatter, pedem uma resposta, que deveria ser ampliada não apenas para o público externo, mas, essencialmente para os brasileiros. Entre moradores da Zona Leste da capital paulista, por exemplo, têm sido regulares manifestações de descontentamento com a lentidão com que estão sendo tratadas obras de interesse da população - e não apenas de grupos de torcedores -, como maior eficiência nos transportes e a possibilidade de acesso das pessoas a programas educacionais, de cultura e lazer no estádio que lá está sendo construído com recursos públicos.

Os primeiros jogos da Copa coincidirão com o primeiro aniversário das manifestações de junho de 2013, que motivaram, inclusive, pronunciamento da presidente Dilma em rede nacional de TV. Tudo indica que caso o governo mantenha a postura de se preocupar apenas com os "nervosinhos", poderá ter que voltar a dar satisfações a pessoas que estarão muito mais nervosas. Motivos não faltam.

Os erros de 2014 - VINICIUS TORRES FREIRE

FOLHA DE SP - 07/01

Nos primeiros três anos de Dilma, estimativas de economistas erraram o alvo por excesso de 'otimismo'


SAIU ONTEM a primeira safra de previsões dos economistas brasileiros para 2014, a centena de estimativas profissionais recolhidas semanalmente pelo Banco Central e publicadas no Boletim Focus.

O que de menos incerto se pode dizer sobre esse conjunto de estimativas é: 1) É muito improvável que estejam certas, mas a vida é assim, até porque estimativas e expectativas influenciam a realidade; 2) 2014 talvez venha a ser o primeiro dos anos Dilma Rousseff em que a presidente possa acusar os economistas de serem pessimistas (se tivermos sorte).

Nos três anos Dilma, os economistas em geral acreditavam que o país cresceria muito mais do que de fato cresceu, "opinião otimista" que foi mantida mesmo passados dois terços de cada ano. A inflação do IPCA, a "oficial", também seria menor, no cálculo dos economistas do Focus, os "economistas do mercado".

Qualquer que seja a opinião que se tenha sobre economistas e suas previsões, convém notar que, ainda que as estimativas deles fossem "pessimistas", é ridícula a ideia de que eles tivessem organizado um conluio de pirraça para avacalhar a opinião que se faz da política econômica.

De resto, os economistas que têm a ingrata tarefa de calcular projeções não estão brincando de bolão. O emprego deles e estratégias de empresas e instituições financeiras dependem dessas contas.

De qualquer modo, enfim, repita-se que não houve "pessimismo" nas previsões do triênio dilmiano.

Aliás, como já foi notado em estudos sobre o assunto, as expectativas dos economistas brasileiros sobre inflação têm sido sistematicamente otimistas, o que é divertido, pois nas crenças teóricas de alguns deles esse tipo de coisa não seria possível (isto é, agentes econômicos que erram sistematicamente).

No Focus publicado ontem, prevê-se que a economia, o PIB, crescerá 1,95% em 2014 (provavelmente, pois, menos que em 2013). A inflação seria um tico maior, 5,97% (ante algo em torno de 5,8% em 2013).

Mas um balanço das previsões reunidas no Focus (desde 2001) mostra que as estimativas de janeiro em geral são imprestáveis caso a intenção do freguês seja a de acertar um bolão sobre PIB e IPCA.

Os números das previsões de maio, quando a gente já conta com informações do primeiro terço do ano, não são muito melhores, especialmente em relação ao crescimento do PIB. O chute informado dos economistas melhora de precisão na previsão feita no final de agosto. Parece tardio, mas vale lembrar que o primeiro dado relativo ao PIB fechado de cada ano sai lá por março.

Enfim, mesmo quando se dá o desconto de que anos como 2001, 2002 ou até 2008 foram de choques terríveis (apagão, eleição de 2002, crises mundiais), as previsões não ficam lá muito precisas.

E daí? 1) Precisamos de previsões, mas elas estarão erradas; 2) A gente não deveria prestar tanta atenção a isso, nem mesmo a uns décimos a mais ou a menos do PIB ou inflação de um certo ano, mas de pensar o que se pode fazer para mudar o patamar de crescimento por muitos anos, discussão que muita gente e em especial o governo puseram de molho. Querer acertar a mosca do alvo no curto prazo é megalomania contraproducente.

O começo da expectativa - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 07/01

Na primeira pesquisa feita pelo Banco Central este ano junto ao mercado financeiro, sobre previsões para o PIB de 2014, apareceu um número abaixo de 2%. Há um mês, a mediana era de 2,1% e, há uma ano, era 3,7%. Agora está em 1,95%. A grande dúvida é se os bancos e consultorias estão sendo realistas agora ou jogando para baixo pelos erros cometidos em anos anteriores.

No primeiro Boletim Focus — consulta semanal feita pelo BC a uma centena de instituições financeiras e consultorias — do governo Dilma, o otimismo era forte. No dia 7 de janeiro de 2011, a aposta era de um crescimento de 4,5% naquele ano. Deu 2,7%. No começo de 2012, a previsão era de 3,3%, e a realidade foi 1%. No dia 4 de janeiro de 2013, a pesquisa registrou que a mediana do mercado era de 3,23% para o ano passado e deve fechar em 2,3%.

A frustração aconteceu principalmente com a indústria. O Focus acreditava, em janeiro de 2011, que a indústria terminaria o ano com alta de 5%. Deu 0,4%. Em 2012, na mesma comparação, a estimativa era 3,43% e houve retração de 2,7%. Em 2013, 3% contra crescimento de 1% em 12 meses até outubro. Ainda hoje a produção é menor do que antes do início da crise internacional.

A análise dos últimos três anos mostra o quanto o mercado errou. Ele previu um PIB muito acima do que aconteceu. Vários eventos foram deteriorando as expectativas, aqui e lá fora, mas uma coisa essas instituições têm que fazer: mudar o programa no qual andaram fazendo previsões de crescimento.

Acho que os erros pesaram e eles jogaram as previsões para baixo agora. Mas todo mundo fez isso, inclusive o Banco Central, que está calculando 2,1%. O ministro Guido Mantega também não apresentou nenhum número brilhante e promete ser mais modesto este ano. Todos erraram: ministro, Banco Central e mercado, por três anos consecutivos. E erraram porque acharam que seria melhor do que foi.

Gatos escaldados, eles começam o ano derrubando para abaixo de 2%. Há muitas dificuldades no ano, de fato, mas a economia americana está mais forte, a europeia está mais estável e a China não teve uma queda forte. Isso pode ajudar o Brasil.

A Copa não garante crescimento, é apenas um mês, mas ajuda. Apressam-se as obras que precisam mesmo terminar. Aumenta a presença de turistas e sempre, como em qualquer Copa, crescem as vendas de eletrodomésticos.

As concessões feitas durante o ano passado encomendam obras e investimentos. Guarulhos, Viracopos, Brasília e, agora, Galeão e Confins estarão recebendo mais investimentos do que normalmente. Há as obras de mobilidade urbana. Para um país que tem investido tão pouco, o movimento das concessões pode fazer diferença.

Em qualquer eleição, os governos gastam mais. O governo federal está sem espaço para gastos, mas tentará achar, empurrando o ajuste para 2015. Nesse ponto, o equilíbrio é delicado: se gastar demais piora as expectativas e pode atingir a classificação de risco da dívida; mas é irrealista acreditar que o governo fará um ano de austeridade disputando uma eleição. Nos estados, essa também será a tendência.

O número do mercado para o PIB de 2014 vem diminuindo semana a semana, mas em parte isso pode ser pelo que se vê no gráfico abaixo. Eles erraram três anos seguidos. Querem começar agora no piso.