terça-feira, janeiro 08, 2013

Conflitos morais na 'nova Índia' - MIRANDA KENNEDY

O Estado de S.Paulo - 08/01


Choque entre uma Nova Délhi moderna e global e a cultura tradicional indiana está colocando as mulheres em perigo


Há duas décadas o Ocidente elogia a ascensão da Índia, mas essas mudanças políticas e econômicas têm causado novos conflitos culturais - dinâmica que ficou muito clara depois do brutal estupro de uma jovem num ônibus de Nova Délhi, no mês passado. É fácil culpar uma "cultura retrógrada" hostil às mulheres. No entanto, as rápidas transformações pelas quais passaram os indianos também entram nessa história.

Entusiasmados com essa "nova Índia", muitos cidadãos deixaram a vida tradicional nos vilarejos sem se deparar com um conjunto definido de regras morais nas áreas urbanas. Como resultado, a violência sexual vem florescendo.

Sou daquelas ocidentais fascinadas pelo rápido crescimento e pela expansão da mobilidade social indiana. Vivi em Nova Délhi, onde escrevia matérias sobre o país e o restante do Sul da Ásia, entre 2002 e 2007. Naquele período houve centenas de incidentes documentados de violência sexual na capital. Um quarto de todos os estupros registrados na Índia em 2011 ocorreu em Nova Délhi, de acordo com o National Crime Records Bureau. No período em que morei na Índia, as mulheres indianas regularmente insistiam para eu me mudar para outro lugar, qualquer lugar, chamando Nova Délhi de "capital do estupro" e relatando histórias aterrorizadoras para mostrar o quão insegura era a cidade.

Naturalmente, muitos moradores da capital não têm possibilidade de mudar, ou não o querem fazer. A população da cidade inchou nas duas últimas décadas com a migração dos habitantes das zonas rurais pobres. Para eles, Nova Délhi é a terra das oportunidades. Cerca de 350 milhões de indianos vivem hoje nas cidades e mais 250 milhões deverão se mudar para áreas urbanas nas duas próximas décadas.

Os pais da vítima do estupro, que morreu há uma semana, mudaram-se com a família para um bairro de classe média da capital, vindos de um vilarejo de Uttar Pradesh, um dos Estados mais pobres da Índia. Os call centers e o setor hoteleiro criaram empregos mesmo para pessoas com menos estudo, tornando o sonho da classe média mais possível do que nunca.

Mas, com frequência, os migrantes não encontram as oportunidades de ensino e trabalho que esperam. A pobreza, a condição de casta inferior e de gênero ainda impedem muitos de progredir. Em Uttar Pradesh e outros Estados de língua hindi, por exemplo, os índices de alfabetização das meninas são de 33% a 50%, de acordo com as Nações Unidas. No caso dos meninos, são de 75%.

A família da jovem colocava suas esperanças na filha, vendeu suas terras para enviá-la a uma faculdade. De acordo com entrevistas com os pais da menina, ela insistia que seus irmãos mais jovens a acompanhassem no caminho do ensino superior. Tendo recentemente sido aprovada como psicoterapeuta trainee num hospital particular em Nova Délhi, ela havia vencido os obstáculos e conseguido um emprego de classe média.

Faz sentido que esse ataque tenha ocorrido em Nova Délhi, uma das cidades que mais cresce no mundo, que acolhe mulheres modernas, universitárias e trabalhadoras. Mas não é uma capital tão aberta como diz a propaganda. Como está repleta de migrantes que falam dezenas de línguas e representam todas as castas e religiões - pessoas que estão unidas somente por um histórico de vida tradicional no campo -, a cidade parece estar submetida a um conflito permanente para definir o que é moralmente aceitável.

Por exemplo, muitas mulheres pegam riquixás, táxis e ônibus à noite, mas é comum que os motoristas, vendedores de lojas - ou qualquer pessoa que se depare com elas - questionem por que estão fora de casa depois do anoitecer. E embora a cidade não tenha templos ou restaurantes que proíbam abertamente a entrada de hindus de casta inferior ou muçulmanos, há muitos lugares em que eles não são bem-vindos.

Novas regras. À medida que os indianos deixam seus povoados, eles perdem a proteção e o dever de prestar contas que prevalece nas pequenas comunidades. Mesmo se os migrantes vivem num bairro da capital com seus parentes e outras pessoas dos seus vilarejos de origem, como era o caso de pelo menos quatro dos estupradores da jovem, seus laços com a comunidade na verdade se romperam. Existem mais anônimos do que num povoado, algo que os liberta da expectativa de uma repressão, mas pode também significar que eles perdem seu orgulho e o sentimento de pertencer a uma comunidade.

Os estupradores eram migrantes. Dois eram irmãos que viviam numa favela em Nova Délhi, que vieram de uma aldeia do Estado do Rajastão logo depois de a Índia abrir o mercado nos anos 90. Ambos abandonaram a escola ainda jovens para trabalhar como diaristas e ajudar os pais. Adultos, eram conhecidos na favela como beberrões.

O ímpeto para o estupro e o roubo outrora podia ser mais controlado diante das expectativas da comunidade em termos de decência, como também em razão das consequências que eram muito claras. Como punição, um estuprador num vilarejo podia ser impedido de se casar, como também suas irmãs e primos. Em dezembro, a Câmara Municipal de uma pequena cidade no Estado de Haryana anunciou que puniria os homens acusados de ataque sexual expulsando-o e à sua família.

As expectativas sociais do povoado não são substituídas por valores cívicos nas grandes cidades. As condenações por estupro em toda a Índia diminuíram de 44% em 1973 para 26,5% em 2010.

A entrada da Índia no cenário mundial provocou uma confusão em relação à sexualidade, moralidade e tradição. As regras mudam e ninguém sabe ao certo o que é aceitável. A série Sex and the City é exibida repetidamente num canal de TV, enquanto num outro divas de Bollywood aparecem de calças compridas diante das câmeras e, em um terceiro, um swami reza fervorosamente uma oração hindu. Nenhuma dessas influências culturais estava à disposição há uma geração. Até 1991, os únicos canais de TV existentes eram estatais. Poucos indianos viajavam ao exterior ou se relacionavam com não indianos.

Mesmo o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, reconheceu esse conflito entre a rápida globalização da Índia e sua cultura que muda lentamente, dizendo na semana passada que "a emergência das mulheres nos espaços públicos, que é uma parte totalmente essencial da emancipação social, é acompanhada por ameaças crescentes à sua segurança e proteção". Ele prometeu ver os protestos de rua desde o ataque à estudante como prova de que "uma jovem Índia deseja autenticamente mudanças".

E, de fato, ela parece estar ocorrendo. Os acusados pelo estupro serão julgados por um tribunal de rito sumário criado para tratar de crimes contra as mulheres. Esperemos que outras mudanças ocorram rapidamente sem que para isso seja necessário o sacrifício de mais uma "filha da Índia", como a vítima da gangue do estupro será para sempre conhecida. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

Apagão do gás - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 08/01


A usina termelétrica Eletrobolt, no Rio, que era para gerar energia a partir do gás natural, está usando óleo diesel, mais caro e mais poluente. É uma forma de a Petrobras racionar o consumo de gás.

Ódio aos gays
Acredite. Ano passado mais de 300 homossexuais e transexuais foram assassinados no Brasil. Em 2011, foram 266.
O número oficial será divulgado ainda esta semana pelo Grupo Gay da Bahia, que faz este acompanhamento há 32 anos.

Segue...
Segundo o antropólogo Luiz Mott, o país continua campeão mundial de crimes homofóbicos, com mais da metade dos homicídios no mundo. O Nordeste é, relativamente, a região mais homofóbica do Brasil.

Rádio Petróleo
O que se diz no setor é que a alta das ações da HRT nos últimos dias teria feito os empresários Rodolfo Landim e Julio Bozano desistirem da proposta de compra da petroleira.

Amor de carnaval
Thierry Henry, o atacante francês autor do gol que eliminou o Brasil na Copa de 2006, estava sábado no ensaio da Unidos da Tijuca. Curtiu o samba da campeã do carnaval de um camarote, discreto, acompanhado de um amigo.

Faz sentido
Em Minas Gerais, um deputado estadual do Rio puxou conversa com um taxista sobre a corrupção no Brasil. Papo vai, papo vem, e o do volante defendeu a ética na política:

— Eu, veja, sou 70% honesto. Se nós tivéssemos políticos com uns 70% de honestidade, teríamos outro país.

Cá e lá
Não é só “Ai, se eu te pego”, de Michel Teló, que faz sucesso lá fora. Dia destes, uma carioca estava num bar em Siem Reap, no Camboja, e, acredite, começou a tocar “Rap das armas”, o funk que fez parte da trilha do filme “Tropa de elite”.

Segue...
É aquele que diz: “Parapapapapapa parapapa/parapapaparapapa/tibum.” Poesia pura.

Boletim médico
Condenado pelo STF no caso do mensalão, Roberto Jefferson está com o tumor no pâncreas controlado. O médico José de Ribamar Saboia de Azevedo diz que não há evidências de que a doença possa voltar. Jefferson já fe nove sessões de quimioterapia.

‘Fractured Times’
Sai em março, na Inglaterra, o livro “Fractured Times”, que o historiador marxista Eric Hobsbawn, falecido em outubro, aos 95 anos, deixou pronto. Tem artigos e ensaios inéditos misturados a outros publicados esparsamente em revistas e jornais culturais.
O espetáculo “A febre do samba” retorna ao Teatro Sesi (Centro), hoje. Fica até dia 31.

Perigo das chuvas
Estas chuvas aumentam o perigo da dengue, logo agora, que o ministro Alexandre Padilha comemora a redução de 77% (entre 2011 e 2012) dos casos graves da doença no Rio. As mortes por dengue caíram de 134, em 2011, para 40, no ano passado, em todo o estado.

Diário de Justiça
A violência dentro dos estádios custa caro. A 9ª Câmara Cível do Rio condenou a Suderj e o Flamengo a indenizarem em R$ 11.700 um torcedor. É que ele, ainda dentro do Maracanã, foi agredido e assaltado após um jogo.

Chegou o carnaval
Selminha Sorriso, a porta-bandeira da Beija-Flor, aceitou o convite e será a musa do Cordão da Bola Preta.

Consumidor ganha
Cabral sancionou lei que cria, sem aumento de despesa, sete novas câmaras no Tribunal de Justiça do Rio. Cinco delas serão especializadas em direito do consumidor. Com isso, haverá maior rapidez nos julgamentos.

Última forma
A EBC diz que não vai ceder à Rádio Nacional a faixa FM usada pela Rádio MEC, ao contrário do que saiu aqui. A empresa espera conseguir junto ao Ministério das Comunicações um canal FM para a Nacional.

A Portela ferve
Baluarte da Portela, Dodô, 90 anos, que lá desfila desde 1935, quando a azul e branca ganhou seu primeiro campeonato, declarou guerra ao presidente Nilo Figueiredo. Sábado, recusou a homenagem que receberia na feijoada e, a uma interlocutora, arrematou:
— Se eu morrer com esse cara ainda no poder, não deixem que eu seja velada na quadra.

Ponto Final
Será que o FMI vai censurar o governo brasileiro, por maquiar as cantas fiscais, assim como fez com o da Argentina, por mentir sabre a inflação? Com todo o respeito.

A decadência da França - JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 08/01


Gostaria de ter mais França nas estantes de minha casa. Isso só não é possível porque o declínio é real.


Gérard Depardieu já é cidadão russo. Foi recebido pelo próprio Vladimir Putin, depois de polêmica feia com o governo de François Hollande.

Eis a questão: Depardieu está cansado de pagar impostos. Durante a sua longa carreira, já pagou mais de € 145 milhões (cerca de R$ 384 milhões). Chega. Sobretudo quando o governo de Hollande promete taxar com redobrada dureza os mais ricos do país.

Comento essa história com alguns amigos progressistas que não se conformam: se o Estado francês deseja aumentar para 75% o Imposto de Renda de quem ganha mais de € 1 milhão (R$ 2,6 milhões), como é possível que Depardieu se recuse a contribuir?

Claro que o verbo, na minha opinião, não é "contribuir". É "permitir". No caso, "permitir" ser roubado pelo Estado. Mas o problema, no fundo, é outro: quando Depardieu diz adeus à França e aceita um passaporte de Putin, talvez seja a França, e não Depardieu, que esteja com problemas sérios.

Aliás, bastaria perguntar aos meus amigos progressistas quando estiveram eles em Paris pela última vez. O silêncio seria geral. Paris é uma cidade que já não existe no radar deles.

Sem falar do óbvio: qual foi o último romancista francês que eles leram em 2012? Qual foi o filme a que assistiram? Que exposição os motivou ou encantou?

E, filosoficamente falando, quem é o grande pensador francês da atualidade? Melhor ainda: seriam eles capazes de ler esse pensador na língua original?

"É a economia, estúpido!", dizia um conhecido marqueteiro americano nas eleições presidenciais de 1992 entre Clinton e Bush (pai). No caso da França, a economia é apenas o começo do problema.

E esse começo é o mesmo dos países do sul da Europa: o euro, uma quase imposição gaulesa para que a União Europeia engolisse a temível reunificação da Alemanha, permitiu à França uma década de endividamento e gastos públicos como se não existisse amanhã.

Os resultados, que a revista "The Economist" resumiu recentemente, arrepiam qualquer cristão: o Estado consome 57% do PIB (a maior fatia de toda a zona do euro). A dívida pública saltou dos 22% do PIB (em 1981) para os 90% (em 2012). O desemprego atinge 25% da população jovem.

Perante tudo isso, a solução de François Hollande é taxar tudo que se mexe: trabalho, capitais, patrimônio. E depois? Quando não existir mais nada nem ninguém para "contribuir"?

Depois, a França chegará a duas conclusões dolorosas.

A primeira é que, ao adiar as reformas necessárias para que a sua economia seja minimamente competitiva, Paris capitulou perante a Alemanha: Angela Merkel é hoje a líder informal da Europa, não François Hollande.

E, segunda, que há um cheiro de declínio no território preferencial dos franceses: o da cultura.

Anos atrás, a revista "Time" provocou polêmica ao cartografar esse declínio com números. Na França, publica-se muito -mas os livros não sobrevivem fora das fronteiras francesas. Na França, filma-se muito -mas os filmes também não sobrevivem fora do país.

O mais celebrado artista plástico francês -Robert Combas- é personagem secundário nos circuitos artísticos internacionais (que estão em Londres, Nova York e até Berlim). A cultura pop francesa é uma piada (ou, no limite, uma imitação grotesca dos rappers americanos).

Se não fossem moda e gastronomia, que só com muita benevolência podem ser consideradas "alta cultura", o que seria da França, hoje?

Formulo essa questão e o leitor, conhecendo a minha costela anglófila, imagina um riso perverso.

Imagina mal. Em 2012, o melhor livro que li foi francês ("O Mapa e o Território", de Michel Houellebecq). Em 2012, o melhor filme a que assisti foi uma produção parcialmente francesa ("Amour", de Michael Haneke). E, para ficar na filosofia, o melhor tratado de política que li no ano findo também foi francês (uma história do liberalismo de Pierre Manent).

Só que tudo isso são exceções que só confirmam o meu desgosto: eu gostaria de ter mais França, e não menos, nas estantes de minha casa. Isso só não é possível porque o declínio é real.

Sem enfrentar esse declínio, os meus amigos progressistas podem encontrar em Gérard Depardieu o bode expiatório. Infelizmente, não será o bode a ressuscitar o rebanho.

Vasto tempo - FRANCISCO DAUDT

FOLHA DE SP - 08/01


'As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão'


Einstein submetia-se por sua fama a situações constrangedoras. Ocasião de gala. Sentado junto à socialite, ouviu dela uma dessas perguntas feitas para preencher o silêncio: "Professor, poderia me explicar o conceito de tempo na sua teoria da relatividade?" Conformado, respondeu: "Imagine-se por duas semanas junto a quem mais ama. Agora se imagine por trinta segundos sentada sobre uma chapa em brasa. O que demorou mais a passar?"

O escritor Carlos Sussekind me apresenta sua intriga: "Agora me dizem que é preciso viver o presente. Não entendo isso. Minha mente transita sem parar entre o passado e o futuro, qualquer que seja o estímulo atual".

Consolo-o: todos nós somos assim. Só quem vive apenas o presente é quem tem Alzheimer. Se o leitor vivesse isto, essas manchas de tinta que vê não teriam sentido algum. Sem perceber, seu curso de alfabetização é presente.

A principal característica que nos diferencia de outros animais é quantitativa, e nosso bê-a-bá dá a dimensão dos bilhões de terabites contidos no nosso cérebro.

É um erro comum pensar que o inconsciente freudiano é inalcançável por conta da repressão. Não é. O tamanho de informação inconsciente que carregamos é infinitamente maior do que o reprimido, apesar de um contaminar o outro.

Mas está inconsciente por quê? Pela mesma razão que as fundações do prédio onde você mora nunca mais serão vistas: elas são básicas, mas são passado enterrado. Tanto quanto nossa incapacidade de reconstruir nossa alfabetização (que, aliás, continua em processo: pense em excitação; hesitação; exceção; estender; extenso; tenho "uma dó" ou tenho um dó? Você não hesita antes de escrevê-las?). É passado e presente ao mesmo tempo, já que nosso inconsciente é atemporal.

Quem não teve dor de barriga em janeiro, pensando no vestibular em dezembro?

Lá vêm os gregos de novo em nosso socorro. Foi ontem mesmo (há 2.400 anos) que eles pensaram na ideia de kairós, o tempo oportuno, ou o momento em que as coisas se encaixam. Ele é intensivo, em contraste com cronos, o tempo medido, extensivo, o que se estende.

Escrevo no 31 de dezembro. Um dia perdido no cronos, mas não no kairós. Temos uma impressão, ancorada no inconsciente, de que ele tem algo de especial, um poder mágico de virada, hora de olhar o ano que passou, planejar o que vai começar, dimensionar a velhice.

Andei pensando nesses conceitos de tempo ainda outro dia, e resolvi escrever sobre eles, mas só hoje me dei conta de que escrevo num caderno chamado "Cotidiano", e de que é Réveillon: vai ser kairós assim no Hades...

Drummond escreveu uma crônica num dia de apagão, descrevendo sua casa vista à luz de um foco de lanterna, e de como cada fragmento iluminado ganhava um mundo de memórias que, se visto em conjunto, não seriam despertadas. Para cair no esquecimento do inconsciente assim que o foco se movia.

É dele também este primor da atemporalidade da mente: "...as coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão".

O generoso - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 08/01

Graças à costura feita pelo líder do PMDB, Henrique Alves (RN), para ser presidente da Câmara, o PSD de Gilberto Kassab, a quarta bancada, fará o presidente da segunda comissão mais importante: a de Finanças e Tributação. Ela será presidida pelo atual líder, Guilherme Campos (PSD-SP). A presidência desta comissão seria ocupada pelo PMDB, segunda maior bancada.

Os movimentos do DEM
Os tucanos não estão muito preocupados com os acenos de independência do seu principal aliado, o DEM. Um de seus dirigentes diz que basta "o PSDB mostrar que tem perspectiva de poder, para que os democratas voltem ao ninho dos tucanos". Relatam que esta não seria a primeira vez em que o DEM, ou parcela do partido, afasta-se do projeto tucano. Lembram da cisma que ocorreu nas eleições presidenciais de 2002, quando parcela do DEM não apoiou o tucano José Serra. E acrescentam que o DEM só voltou a apoiar um candidato tucano nas eleições presidenciais de 2006, quando o candidato do PSDB foi o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

“O Marcelo Freixo (PSOL) seria uma boa candidatura a governador do Rio. O PSDB deveria debater esta alternativa”
Otavio Leite Deputado federal (PSDB-RJ)

Abobrinhas
O almoço da presidente Dilma com o governador Eduardo Campos (PSB-PE), no sábado, na Base de Aratu (BA), foi social. A presidente ficou de marcar com o governador uma nova conversa, ainda neste mês, desta vez para tratar de política.

Banheira!!!!
Ciro Gomes foi contratado, a peso de ouro, pela rádio Verdes Mares, de Fortaleza, do grupo Edson Queiroz. Ele vai ser comentarista esportivo. Seu foco será acompanhar a preparação da Seleção Brasileira para a Copa de 2014 e os jogos da Copa das Confederações. O político, que no passado já exerceu a função na rádio Educadora (Sobral), está afinando a verve.

Antecedentes
A presidente Dilma e o governador Eduardo Campos trocaram um "Feliz 2013", por telefone, em 31 de dezembro. Na sexta-feira, Dilma ligou para convidá-lo para o almoço do dia seguinte, com direito a um passeio pela Base de Aratu.

Cai, cai balão...
O projeto Jurong, que o governador Agnelo Queiroz (PT-DF) encomendou em Cingapura para planejar os próximos 50 anos de Brasília, deixou Maria Elisa Costa, filha do urbanista Lúcio Costa, que projetou a cidade com Oscar Niemeyer, fula da vida. Elisa diz que esta é atribuição do próprio governador. "Se não se sente capaz de fazê-lo, melhor seria tirar o time."

O equilibrista
Enquanto o PSOL pede a Júlio Delgado (PSB-MG) que se comprometa a votar o fim do voto secreto e dos 14º e 15º salários para ganhar seu apoio a presidente da Câmara, deputados de outros partidos pedem que os temas sumam da pauta.

O Rio só usou R$ 15 milhões
O secretário de Obras do Rio, Hudson Braga, liga para dizer que "é normal" prorrogar convênio com o governo federal, para promover novas licitações (R$ 33 milhões) com o objetivo de construir 42 novas pontes na Serra Fluminense.

O PSDB já decidiu que o deputado Márcio Bittar (AC) será o primeiro secretário da Câmara na vaga que disputa, e deve ganhar, com o PSD.

De mudança - SONIA RACY

O ESTADÃO - 08/01


Há quase um mês no condomínio do Fasano, em Punta del Este, Gilberto Miranda adotou discurso parecido com o de altos dirigentes do PT condenados pelo mensalão. A pelo menos um interlocutor, se disse perseguido nos esforços por criação de riquezas para o País.
E, desiludido, tem perguntado como é morar em… Londres.

Tête-à-têteNa conversa de Alckmin com Aécio, no fim do mês, em São Paulo, o governador dirá que o PSDB paulista está animado com sua pré-candidatura à Presidência. Mas ressaltará: espera que o senador mineiro dedique parte de sua agenda aos eventos que o partido organizará em todo o Estado.
A sucessão ao comando nacional da legenda também entrará em pauta. Os tucanos paulistas esperam ocupar a secretaria-geral. Eleição? Em maio.

ApagãoTeve advogado dando meia-volta ao tentar protocolar petições ou retirar certidões, ontem, no Fórum João Mendes. Motivo? A longa fila.
A assessoria do TJ informou: a demora ocorreu por causa da demanda pós-recesso.

Casa novaGilmar Tadeu, comandante da extinta Secretaria da Copa de SP, assumiu o comando da pasta de Esporte em São Caetano do Sul, no ABC.

Pibão?O Brasil está atrás de China e Índia, entre os Brics, no interesse de empresários estrangeiros. Cerca de 21% dos entrevistados pela Grant Thornton admitem investir no País em 2013 - principalmente espanhóis, norte-americanos e argentinos.A pesquisa ouviu 3.200 executivos.

To DilmaBarulho à vista. Importadores de todo o País se reúnem em SP, hoje, para discutir ações “contra o pacote de medidas protecionistas do governo”.
Vão elaborar documento, que será enviado a Dilma.

Tá seguro!Em ritmo de Copa, a Mongeral Aegon bateu o martelo: a seguradora aproveita amistoso entre Vasco e Ajax, amanhã no Rio, para anunciar investimento de R$ 2 milhões, até 2014, em marketing esportivo.

Quem vemCorre que Cristiano Ronaldo deve desembarcar no Brasil ainda neste semestre.

RepetecoJennifer Lopez faz escola. Megan Fox, estrela do camarote da Brahma, também ensaiou passos de samba no set de filmagem do comercial da cerveja - semana passada, nos EUA.
A atriz virá ao Brasil com o filho de 3 meses, Noah Shannon.

Repeteco 2Desta vez, não foi um brasileiro que dirigiu a musa, mas um argentino: Maxi Blanco, da Landia.

CarnívoraAlexandre Pato levou a namorada, Barbara Berlusconi, para conhecer o Rodeio na véspera de assinar com o Corinthians.
E a moça mostrou que é boa de garfo. Devorou picanha fatiada, acompanhada de arroz e palmito.

Ovo de patoO Timão quer transformar Pato em uma espécie de Neymar do Parque São Jorge. E já conversa com Ronaldo, para que a 9ine venda a imagem do craque.

Sem palestraAnteontem, depois de fracassarem as negociações para manter Marcos Assunção, conselheiros anti-Arnaldo Tirone iniciaram campanha contra a contratação de Riquelme pelo Palmeiras.
Afinal, a diretoria garantiu que o motivo para descartar o ídolo Assunção foi… dinheiro.

Na frenteStephen Daldry, diretor de Billy Elliot e As Horas, fez rasante pela O2, em dezembro. Negocia uma coprodução para este ano.

O espetáculo infantil A História do Incrível Peixe-Orelha volta a cartaz dia 19. No Teatro das Artes.

É quinta o Baile do Buchecha. Na Outlaws.

Pedro Altério e Bruno Piazza apresentam show, sábado, no Tom Jazz.

A crise é moral - RODRIGO CONSTANTINO

O GLOBO - 08/01


O Estado de bem-estar social criou uma bomba-relógio, mas ninguém quer pagar a fatura



O Japão está em crise há décadas. A Europa está em grave crise. Os Estados Unidos cada vez se parecem mais com a Europa. Não seria exagero falar em uma grande crise das democracias modernas. O que pode explicar tal fenômeno?

A esquerda vai apontar para os bodes expiatórios de sempre: o capitalismo, o liberalismo, o individualismo. E a esquerda vai errar o alvo, como sempre. Foi o capitalismo liberal com foco no indivíduo que tirou milhões da miséria e permitiu uma vida mais confortável a essa multidão. Quem está mais longe desse sistema está em situação muito pior.

O que explica as crises atuais então? Claro que um fenômeno complexo tem mais de uma causa. Mas eu arriscaria uma resposta por meio de um antigo provérbio conhecido: avô rico, filho nobre, neto pobre. Isso quer dizer, basicamente, que o próprio sucesso planta as sementes do fracasso, só que de outra geração.

Somos os herdeiros de uma geração mimada, que colheu os frutos do árduo trabalho de seus pais, acostumados com vidas mais duras, com guerras, com diversas restrições. Essa geração, principalmente na década de 1960 e 70, pensou que bastava demandar, e todos os seus desejos seriam atendidos, sabe-se lá por quem.

Acostumados com o conforto ocidental, essas pessoas passaram a crer que a opulência era o estado natural da humanidade, e não a miséria. Em vez de pesquisar as causas da riqueza das nações, como fez Adam Smith, eles acharam que bastava distribuir direitos e jogar a conta para o governo.

O Estado se tornou, nas palavras de Bastiat, “a grande ficção pela qual todos tentam viver à custa de todos”. O conceito de escassez foi ignorado, e muitos passaram a acreditar na ilusão de que basta um decreto estatal para se obter crescimento e progresso. Vários olharam para esse deus da modernidade em busca de milagres.

Foi assim que a impressão de moeda por bancos centrais passou a ser confundida com criação de riqueza. Ou que gastos públicos passaram a ser sinônimo de estímulo ao PIB, colocando o termo “austeridade” na lista dos inimigos mortais. O crédito sem lastro para consumo passou a ser visto como altamente desejável, e a poupança individual como algo prejudicial ao crescimento econômico.

Toda uma geração acreditou que era possível ter e comer o bolo ao mesmo tempo, esquecendo o alerta de Milton Friedman, de que não existe almoço grátis. Esmolas estatais foram distribuídas a vários grupos organizados, privilégios foram criados para várias “minorias” e o endividamento público explodiu.

O Estado de bem-estar social criou uma bomba-relógio, mas ninguém quer pagar a fatura. Acredita-se que é possível jogá-la indefinidamente para frente. Os banqueiros centrais vão criar mais moeda ainda, os governos vão gastar mais e assumir novas dívidas, as famílias vão manter o patamar de consumo e tomar mais crédito, e todos serão felizes. E ai de quem alertar que isso não é possível: será um ultraconservador reacionário e radical.

A postura infantil se alastrou para outras áreas além da econômica. Os adultos agem como adolescentes e delegam ao governo a função de cuidar de seus filhos e de si próprios. O paternalismo estatal assume que indivíduos não são responsáveis, mas sim mentecaptos indefesos que necessitam de tutela.

Intelectuais de esquerda conseguiram convencer inúmeras pessoas de que elas não são responsáveis por suas vidas, e sim marionetes sob o controle de forças maiores e determinísticas. Roubou alguém? É vítima da sociedade desigual. É vagabundo? Culpa do sistema. Matou uma pessoa? A arma é a culpada, e a solução é desarmar os inocentes.

Notem que o mundo atual exime o indivíduo de responsabilidade por quase todas as atrocidades por ele cometidas. Sob a ditadura velada do politicamente correto, ninguém mais pode dar nome aos bois e colocar os pingos nos is. Os eufemismos são a regra, e a linguagem perdeu seu sentido. O criminoso vagabundo é a vítima, e sua vítima é o verdadeiro culpado: quem mandou ter mais bens?

Portanto, engana-se quem pensa que para sair dessa crise precisamos de mais do mesmo: mais crédito, mais dívida pública, mais gastos de governo, mais impostos sobre os ricos e mais impressão de moeda. Não! A receita proposta por Obama e companhia é o caminho da desgraça. Ela representa estender artificialmente a “dolce vita” dos filhos nobres (e mimados), como se o dia do pagamento nunca fosse chegar. Ele chega, inexoravelmente.

Os netos pobres seremos nós, ou nossos filhos, se essa trajetória não mudar logo. A crise não é apenas econômica; ela é moral.

Chávez, o rei fantasma - CLÓVIS ROSSI

FOLHA DE SP - 08/01


Chavismo está fazendo do presidente doente um monarca, cujo "mandato" só termina com a morte


A situação venezuelana se assemelha a uma ópera-bufa, digna de uma república bananeira, o que a Venezuela não é, por mais que setores da oposição achem o contrário.

Começa pela adaptação da Constituição -obra exclusiva do chavismo, é bom lembrar- às necessidades de turno dos herdeiros do caudilho doente. Achar que o juramento constitucional no dia 10 de janeiro é mero "formalismo" não passa de truque barato.

É cristalino o artigo 231, que reproduzo em espanhol porque é de facílima tradução e para não perder o sabor original: "El candidato elegido o candidata elegida tomará posesión del cargo de Presidente o Presidenta de la República el diez de enero del primer año de su período constitucional, mediante juramento ante la Asamblea Nacional. Si por cualquier motivo sobrevenido el Presidente o Presidenta de la República no pudiese tomar posesión ante la Asamblea Nacional, lo hará ante el Tribunal Supremo de Justicia".

Ou seja, a data é fixa e inamovível. Móvel pode ser apenas o local do juramento. A data é inamovível porque, em países democráticos sérios, a duração do mandato do governante é perfeitamente delimitada. Qualquer outra interpretação é chicana política.

Prorrogar o mandato de Chávez indefinidamente, como estão defendendo o vice-presidente Nicolás Maduro e o presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, é transformar Chávez em rei. Reinados são para sempre, até a morte.

Ou, como prefere Antonio Pasquali, em "El País" de ontem: "O chavismo deve ter calculado o risco de uma rápida perda de carisma depois da eventual morte de seu líder e tenta blindá-lo com um salto atrás para a irracionalidade, criando uma atmosfera em que, mesmo morto, Chávez continue sendo o grande totem protetor presente em cada ato político".

Até entendo as razões dos chavistas: você já imaginou o que aconteceria se, no dia 10, Chávez fosse declarado permanentemente incapacitado para exercer o governo, novas eleições fossem convocadas e o eleito empossado, mas, daqui a digamos seis meses, o doente recuperado reaparecesse em Caracas?

O "totem" assombraria o sucessor, qualquer que fosse.

O razoável, portanto, seria declarar Chávez temporariamente incapacitado, o que abriria um período de 90 dias, prorrogáveis por mais 90, para verificar as condições físicas e mentais do presidente, para só então deslanchar o processo sucessório, se fosse o caso.

Hoje por hoje, nem há razões para que o chavismo tema perder a eventual nova eleição. O momento é chavista: duas vitórias eleitorais consecutivas (as presidenciais de outubro e as estaduais do mês passado), crescimento econômico robusto (5,2% no ano passado), desemprego em queda, pobreza idem. Manter tais condições por 180 dias não é missão impossível. Por mais tempo, é entrar no imponderável.

O problema é que os chavistas estão confessando, com suas chicanas constitucionais, que só Chávez tem o "software" da tal "revolução boliviariana". Temem, pois, o salto no vazio.

Democracia venezuelana - RUBENS BARBOSA


O Estado de S.Paulo - 08/01


Para iniciar o seu quarto mandato o presidente Hugo Chávez deveria tomar posse dentro de dois dias. Está cada vez mais evidente, porém, que o presidente venezuelano dificilmente terá condições de voltar de Cuba para, nessa data, prestar juramento perante o Congresso Nacional de seu país. Chávez foi novamente operado de câncer e, segundo as poucas notícias filtradas por autoridades venezuelanas, seu estado é complicado e delicado, em decorrência de infecção pulmonar e insuficiência respiratória. A oposição demanda maiores detalhes sobre seu estado de saúde e planeja deslocar-se para Havana. Na ausência de maior transparência, proliferam notícias sobre a incapacidade permanente do presidente.

A discussão, hoje, na Venezuela é sobre o que deve acontecer se Chávez permanecer em Cuba e não tomar posse em Caracas. Há vários cenários que poderão ocorrer nos próximos dias, mas a Constituição é clara, segundo o disposto nos artigos 231, 233 e 234.

Se Chávez não puder tomar posse no Congresso no dia 10 de janeiro, a Constituição prevê que o presidente poderia prestar juramento diante da Supremo Tribunal de Justiça, sem especificar a data ou o local. A redação permite, portanto, interpretações: a posse poderia ser realizada depois do dia 10 de janeiro? Teria de ocorrer em solo venezuelano? Como seu atual mandato termina no dia 10, quem deveria governar nesse ínterim? O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e o vice-presidente, Nicolás Maduro, defendem a tese de que a data prevista na Constituição é apenas um "formalismo", interpretando o final do artigo 231 como que permitindo uma "flexibilidade dinâmica". Afirmam que a posse pode dar-se em data posterior não determinada. A oposição, contudo, diz que o governo atual termina no dia 10 de janeiro, devendo o presidente da Assembleia Nacional assumir a presidência, de acordo com o artigo 233.

Se o Congresso, no dia 10, declarar Chávez temporariamente ausente, o vice-presidente assume a presidência por até 90 dias, prorrogáveis por mais 90 (artigo 234). Isso significa que, depois de seis meses, o Congresso deve decidir se Chávez está ou não permanentemente incapacitado de assumir a presidência. A Constituição prevê que na ausência temporária o vice-presidente assume, mas como Chávez ainda não teria ainda tomado posse, a rigor a imposição de seu atual vice não seria legítima.

Se o Congresso declarar Chávez permanentemente incapacitado para assumir a presidência ou se ele morrer antes de 10 de janeiro, o vice-presidente Maduro terminaria o mandato que se encerra no final da semana. Em seguida o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Diosdado Cabello, assumiria a presidência e novas eleições seriam convocadas em 30 dias.

Na eventualidade de Chávez assumir em 10 de janeiro e falecer em seguida, ou se sua doença forçar o Congresso a declará-lo incapacitado permanentemente, o vice-presidente assume a presidência e novas eleições deveriam também ser realizadas em 30 dias.

Qualquer que seja a decisão adotada, terá de ter respaldo na Constituição, que prevê as possíveis soluções para o caso de vacância de poder, mas não contempla a extensão do mandato presidencial.

O quadro político na Venezuela não está claro. As notícias crescentemente negativas preparam o povo para o desaparecimento do presidente. O candidato derrotado por Chávez na última eleição manifestou-se a favor da flexibilização da data da posse, mas a oposição ameaça levar a interpretação chavista ao Mercosul e à Organização dos Estados Americanos (OEA). Os militares, aparentemente, apoiariam a decisão que o alto comando chavista vier a tomar. Procurando demonstrar união e evitar rumores de disputa de poder, Maduro e Cabello juraram a Chávez que trabalharão conjuntamente e que nada os dividiria, como fizeram ambos questão de declarar.

Apesar do crescimento da economia, da queda da inflação e do desemprego em 2012, a expectativa é de rápida desaceleração da atividade econômica, de desvalorização da moeda e de agravamento dos problemas cotidianos da população.

O governo brasileiro enviou a Havana o assessor Internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, para se informar da real condição médica de Hugo Chávez e, certamente, também dos planos em relação à posse no dia 10. A ida de Marco Aurélio Garcia, e não do chanceler Antonio Patriota, ou a decisão de não envolver apenas o embaixador brasileiro em Havana mostram o grau de preocupação política do governo. Não só pela proximidade e pelas afinidades de Chávez com Lula e com Dilma Rousseff, mas também pelas conotações ideológicas que dramatizam a questão.

Ainda está presente na memória recente a dura posição adotada pelo governo brasileiro no âmbito do Mercosul, com a suspensão do Paraguai do grupo em função do juízo político do presidente Fernando Lugo no Congresso paraguaio, sob o argumento de que houve um golpe e que a Constituição não foi cumprida.

A Venezuela agora é membro pleno do Mercosul. Se Chávez não tomar posse no dia 10 e, na prática, o mandato presidencial for estendido, contra o que dispõe a Constituição, a cláusula democrática poderá ser invocada e terá de ser apreciada.

Será muito difícil para os países do Mercosul ou da Unasul apoiarem a posição - que deverá prevalecer - do presidente da Assembleia Nacional, Cabello, e do vice-presidente Maduro, favorável ao adiamento sine die da posse, com base em interpretação sem respaldo legal.

Depois de reuniões com os principais ministros do governo da Venezuela e com parentes próximos de Chávez, que se deslocaram até Cuba, Cabello declarou: "Nós sabemos o que fazer".

Nesta altura, Brasília também já deve saber a posição que vai adotar. Não vale parecer da Advocacia-Geral da União, como ocorreu no caso do Paraguai...

Grande elenco - FÁBIO ZAMBELI - PAINEL


FOLHA DE SP - 08/01


Atento à inquietação de peemedebistas que enxergam sinais de reaproximação de Dilma Rousseff com o PSB de Eduardo Campos, Michel Temer entrou em campo ontem para rebater o que chama de "intriga". "Aplaudo qualquer contato com o Eduardo. Nosso interesse, meu e da presidente, é uma nuvem de aliados para 2014 e o PSB é importantíssimo", disse o vice-presidente à coluna, negando que os socialistas representem ameaça ao papel do PMDB no projeto de reeleição.

Senha A apreensão entre dirigentes do PMDB aumentou com o encontro de Dilma e Campos, sábado. "Vão dizer que já temos a presidência das duas Casas no Congresso", diz um peemedebista que teme o PSB vice na chapa presidencial em 2014.

Onipresente O governador pernambucano usará o horário de TV de seu partido em todos os Estados no transcorrer do ano, além dos 40 minutos reservados à direção nacional. Campos quer vitaminar palanques regionais.

Sonho meu Azarão na disputa pela presidência da Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG) redigiu documento que detalha uma das bandeiras de sua campanha: rever o pacto federativo para evitar submissão do Legislativo ao Executivo e ao Judiciário.

Vácuo Para o deputado, o STF só deliberou sobre temas que seriam prerrogativa do Congresso, como a Ficha Limpa, por omissão da Casa.

Photoshop O favorito Henrique Alves (PMDB-RN) fala em valorizar a atividade parlamentar. Se eleito, promete campanha para melhorar a imagem da Câmara.

Axé Após dois encontros com Jaques Wagner (PT-BA) durante suas férias na base naval de Aratu, Dilma disse ao governador que pretende retornar a Salvador para o Carnaval. A presidente aprovou a estrutura do local, preparada com ajuda da primeira-dama Fátima Mendonça.

Guilhotina Além de garantir que "vai sobrar energia'' em 2013, Edison Lobão (Minas e Energia) afirma que, apesar do acompanhamento diário do sistema elétrico, não há situação emergencial. "Se houvesse, cabeças teriam rolado. Inclusive a minha".

Sonho de verão Questionado sobre o nível dos reservatórios, o ministro lembra que quando assumiu a pasta, em 21 de janeiro de 2008, não havia uma "gota de chuva'' na maioria das regiões do país. Neste ano, compara, "já choveu em Estados importantes".

Upgrade Sai no final do mês relatório de comissão das Minas e Energia sobre 42 subestações estratégicas. Iniciada após série de apagões em oito Estados, a varredura deve sugerir troca e modernização de equipamentos.

Presente Em meio à temporada de enchentes, Fernando Haddad corre para fechar o calendário de festividades dos 459 anos de São Paulo, celebrados no dia 25, seu aniversário. Gilberto Kassab deixou as providências finais para o sucessor. A prefeitura estuda promover show no Anhangabaú.

Boa... Haddad telefonou ontem a Luiz Marinho. Quer visitar o campus de universidade federal em São Bernardo do Campo, aprovado em sua passagem pelo MEC.

... vizinhança Marinho não resistiu: pediu ao correligionário que doe área para o piscinão do Jaboticabal, na divisa dos dois municípios.

Romaria Além do PR, o PRB abrirá esta semana tratativas com Geraldo Alckmin para 2014. A sigla de Celso Russsomanno se diz desprezada pelo PT, aliado nacional, na montagem do primeiro escalão paulistano.

com ANDRÉIA SADI e DANIELA LIMA

tiroteio
"Ao escolher FHC como guru eleitoral, o que Aécio fará se Dilma evitar o racionamento de energia elétrica? Oposição no escuro?"
DO DEPUTADO FEDERAL VICENTE CÂNDIDO (PT-SP), sobre o tucano ter optado pelo ex-presidente como precursor de sua candidatura ao Planalto em 2014.

contraponto


Existe amor no Senado


Eduardo Suplicy (PT-SP) ocupava a tribuna do Senado, em dezembro, para defender a inclusão da palavra "amor" antes do lema "Ordem e Progresso" na bandeira brasileira. Cristovam Buarque (PDT-DF) interveio:

-Se fôssemos fazer uma bandeira para o povo brasileiro, seria preciso tirar tudo o que está escrito, porque dez milhões não sabem ler. O que temos é um problema geométrico: não cabe mais uma palavra naquele espaço!

Suplicy defendeu, encerrando sua fala:

-Quando houver amor de todos nós ao povo brasileiro certamente não haverá mais analfabetos no Brasil...


O fim do mensalão - VLADIMIR SAFATLE

FOLHA DE SP - 08/01


O retorno de José Genoino à Câmara dos Deputados é sintoma de uma bizarra compulsão de seu partido em relação ao chamado mensalão.

É compreensível levantar discussões sobre a extensão e a profundidade das penas, assim como sobre a necessidade de punir com o mesmo rigor a vertente tucana do escândalo. Não é aceitável, porém, agir como se nada tivesse ocorrido, como se o julgamento fosse simplesmente um complô urdido contra a esquerda brasileira.

Ao afirmar que os condenados no mensalão não seriam desligados do partido, ao aceitar organizar uma contribuição para auxiliar tais condenados a pagarem as multas aplicadas pelo STF e, agora, ao achar normal que alguém condenado em última instância assuma uma vaga no Congresso, o PT age como um avestruz que coloca a cabeça na terra e erra de maneira imperdoável.

O mínimo a ser feito depois do julgamento era apresentar uma autocrítica severa para a opinião pública. Tal autocrítica não deveria ser apenas moral, embora ela fosse absolutamente necessária.

Ela deveria ser também política, pois se trata de compreender como o maior partido de esquerda do Brasil aceitou, em prol do flerte com as práticas mais arcaicas de "construção da governabilidade", esvaziar completamente as pautas de transformação política do Estado e de aprofundamento de mecanismos de democracia direta.

Desde que subiu ao poder federal, planos interessantes, como o orçamento participativo, sumiram até mesmo da esfera municipal do PT, o que dirá a discussão a respeito da superação dos impasses da democracia parlamentar.

No seu lugar, setores do partido acharam que poderiam administrar a política brasileira com os mesmos expedientes de sempre e, ainda assim, saírem ilesos. Agora, mostram-se surpresos com o STF.

Para que todos não paguem por isso diante da opinião pública, há de se dizer claramente que não é a esquerda brasileira que foi julgada no mensalão, mas um setor que acreditou, com uma ingenuidade impressionante, poder abandonar a construção de novas práticas políticas sem, com isso, se transformar paulatinamente na imagem invertida daquilo que sempre criticaram.

Se uma autocrítica fosse feita, o Brasil poderia esperar que certos atores políticos começassem, enfim, uma reflexão sobre a necessidade do aprofundamento da participação popular como arma contra a corrupção do poder.

Ao que parece, no entanto, precisaremos de muito mais escândalos para que tal pauta seja, um dia, colocada em cena.

Insegurança jurídica - MERVAL PEREIRA

O GLOBO - 08/01


Temos vivido nos últimos tempos na América Latina situações de insegurança jurídica que colocam a democracia em perigo, mesmo onde ela é apenas uma aparência, como na Venezuela. No Brasil, à medida que surgem grupos políticos à frente de outros poderes colocando em dúvida a capacidade do Supremo Tribunal Federal de ser a última instância na definição do que é ou não constitucional, passaremos a fazer parte de um grupo de países que seguem a Constituição de acordo com suas conveniências políticas.

O fato de que qualquer dos candidatos à presidência da Câmara não pode admitir que cabe ao Supremo a última palavra sobre a perda dos mandatos dos parlamentares condenados no processo do mensalão é sinal de fragilidade de nossas instituições, mesmo que o mais provável seja que qualquer um deles, eleito, mudará de posição para evitar uma crise institucional. Pelo menos, essa é a torcida.

Outra situação curiosa é a do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que deveria ter sido alterado pelo Congresso até o último dia do ano passado, de acordo com decisão do Supremo de três anos atrás. Nada foi feito, e agora todos estão torcendo para que ninguém mexa no assunto a fim de deixar tudo do jeito que está. No dia 10 de janeiro (coincidência de datas para crises institucionais aqui e na Venezuela, como veremos adiante), o Tesouro Nacional tem que fazer os repasses das verbas para estados e municípios, mas corre o risco de estar cometendo uma ilegalidade.

O advogado-geral da União se encontrou ontem com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, para sondá-lo a respeito do que fazer. Mas tudo de maneira informal, pois, se o Supremo for instado a opinar oficialmente, cria-se problema gravíssimo de falta de dinheiro na maioria dos beneficiários desses fundos. Como o STF é um poder que age só se provocado, não tem que sustar o pagamento. Mas todo mundo sabe que ele não deveria acontecer. Todos fingirão não estar vendo a burla, na esperança de que a crise institucional desapareça por encanto.

Da mesma maneira, nossa política externa dá sinais de que toma decisões com base em interesses políticos regionais, como agora com a situação da Venezuela. Um curioso caso de autogolpe está em desenvolvimento naquele país sem que nenhum passo tenha sido dado para evitar que o mais recente membro do Mercosul fira a cláusula democrática. Impossibilitado de comparecer à Câmara para tomar posse do novo mandato, a 10 de janeiro, o presidente Hugo Chá-vez, internado em Cuba e aparentemente em estado terminal, pode continuar presidindo o país sem mesmo saber o que está acontecendo, graças a uma manobra que seus seguidores estão armando na Venezuela. E por que os chavistas temem enfrentar o futuro sem a presença física de seu líder?

Não parece provável que a oposição tenha condições de vencer as próximas eleições, mas, ao que tudo indica, as forças chavistas não estão suficientemente unidas para enfrentar as urnas. A oposição venezuelana é parecida com a brasileira, é organizada eleitoralmente quando se trata de eleição para presidente, mas não tem capacidade de atuação política congressual.

Na Venezuela, a oposição teve boa votação na última disputa presidencial com Henrique Caprilles, para em seguida perder em 20 dos 23 estados. A ausência física de Chavez em uma eventual eleição não deve favorecer a oposição, mas os chavistas tentam adiar ao máximo esse desfecho fazendo interpretações mirabolantes de uma Constituição aprovada por eles mesmos. Ao contrário do Brasil, onde a maioria dos juízes foi indicada pelos governos petistas e demonstrou independência, na Venezuela a Suprema Corte é dominada pelo chavis-mo e segue à risca suas orientações.

Tudo parece indicar que, diante da realidade de uma ausência permanente do líder, as diversas alas do bolivarianismo se debatam internamente, prenunciando o início do fim do movimento que dominou o país nos últimos anos. Enquanto não forem obrigadas a encarar a realidade, querem fingir que o "Comandante" continua no poder. E seu sucessor escolhido, o vice-presidente Nicolas Maduro, ficará no poder "de facto" para disputar a eleição "no cargo" visto pelo eleitorado como o novo Comandante. E a Constituição que se dane.


MEDO NO PAULISTANO - MÔNICA BERGAMO


FOLHA DE SP - 08/01


Um assalto a mão armada aconteceu anteontem no tradicional clube Paulistano, nos Jardins. Um bandido abordou um sócio que entrava na garagem do local. Roubou o relógio Rolex dele e levaria o veículo, quando a vítima conseguiu sair do carro e pedir socorro. O assaltante também desceu do veículo e fugiu a pé pela garagem.

MEDO NO PAULISTANO 2
A segurança do Paulistano fechou as portas da agremiação por volta das 15h e não deixou nenhum sócio entrar ou sair enquanto as buscas pelo assaltante prosseguiam dentro e nas proximidades do clube. O caso foi registrado no 78º DP, na rua Estados Unidos. Via assessoria, o Paulistano diz que estuda reforçar a segurança e que o caso foi uma exceção, pois o assaltante rendeu o sócio fora do clube.

UM NOVO TOM
A AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) quer criar um novo programa de televisão para levantar fundos. A entidade, já tem o "Teleton", televisionado pelo SBT há 15 anos. Um dos formatos aventados para a nova atração é de reality show com competição entre uma pessoa portadora de necessidade especial e outra sem.

EM DEFINIÇÃO
A AACD diz que está fazendo alterações no departamento artístico do "Teleton" e que projetos futuros ainda não estão definidos.

DIGA AO POVO QUE FICO
Para continuar na rua Augusta, o Studio SP teve de pagar 50% a mais de aluguel ao renovar o contrato até 2014. O fato de estar no local há oito anos, "como plataforma de lançamento da nova cena musical da cidade", foi levado em conta. "É o contraponto a essa absurda especulação imobiliária", diz um dos sócios, Alê Youssef -que não divulga o preço pago.

NAS ALTURAS
Imobiliárias apontam o valor médio de R$ 20 mil para o aluguel de casas noturnas na região. Já o Studio SP Vila Madalena continuará desativado.

COTA CULTURAL
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, determinou às secretarias ligadas à pasta que, em 2013, todos os editais de novos projetos sejam julgados por comissões que tenham em sua composição pelo menos um membro afrodescendente. Caberá às secretarias indicarem os integrantes.

ESTUDANTIL
E Marta Suplicy falará sobre políticas públicas no Nordeste durante a Bienal de Cultura da UNE. O evento, em Olinda e no Recife, acontece dos dias 22 a 26.

NAZISMO À BRASILEIRA
Um documentário sobre o nazismo no país está em fase de produção pela Giros. A história é baseada na tese de doutorado de Sidney Aguilar Filho. O estudo mostra a trajetória de 50 meninos negros que saíram de um orfanato no Rio na década de 30 e viveram como escravos numa fazenda no interior de São Paulo. Aloísio Silva, 89, que era chamado de Menino 23, é o personagem principal do longa de Belisario França.

FALSÁRIO
Voltou a circular nas redes sociais texto creditado a Fernanda Montenegro com dicas como "homem não pode ser mantido em cativeiro. Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro".

A atriz já negou a autoria do artigo, no qual sua relação de 56 anos com Fernando Torres, morto em 2008, é citada como exemplo. Apesar dos desmentidos, o texto continua a reaparecer na internet com foto e assinatura de Fernanda.

NO HOLOFOTE
O restaurante Spot completou 19 anos no domingo, Dia de Reis. A autora Maria Adelaide Amaral, a designer Nasha Gil, a empresária Mariana Silva Telles, a modelo Giuliana Masiviero e a arquiteta Flávia D'Angelo brindaram a data.

CURTO-CIRCUITO
De hoje a domingo, aquarelas de Diana Dorothèa Danon estarão à mostra no metrô República.

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo comemora sete anos amanhã.

A banda Jamiroquai vem ao Brasil em fevereiro. Se apresentará em São Paulo e Florianópolis.

Gilles Lipovetsky, especialista do mercado de luxo, dá palestras em São Paulo, Porto Alegre e Brasília em fevereiro.

O espetáculo "Gonzagão - A Lenda", com texto e direção de João Falcão, teve temporada prorrogada no Sesc Ginástico, no Rio. Fica em cartaz até o dia 3 de fevereiro. 12 anos.

Maurício Queiroz representa hoje o Brasil no National Retail Federation, evento de varejo em NY.

Manipulação reduz confiança no país - EDITORIAL O GLOBO

O GLOBO - 01/08


Governo poderia ter justificado o fato de não conseguir atingir a meta fiscal, mas, como partiu para a maquiagem, semeou dúvidas nos investidores



A conquista da estabilidade econômica não foi instantânea. Levou tempo para o Brasil passar a ser considerado como alternativa para grandes investidores globais. E entre os fatores de atração com que passou a contar o país incluem-se, além da estabilidade política, a seriedade e a transparência na condução da política econômica.

Pois esta seriedade e transparência estão seriamente abaladas depois de uma série de artifícios usados para melhorar as contas públicas, culminando com um pacote baixado no último dia útil do ano. Não fossem a atenção de analistas e até mesmo a sofisticação da contabilidade pública brasileira, o “jeitinho” para fazer o superávit primário de 2012 formalmente atingir a meta de 3,1% teria passado despercebido. Do pacote constaram um decreto, uma medida provisória — assinados, portanto, pela presidente Dilma — e quatro portarias do Ministério da Fazenda, de responsabilidade de Guido Mantega.

Pouco antes, foram transferidos R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano com o mesmo objetivo de inflar o superávit primário, como se fosse dinheiro derivado de corte de despesas ou acréscimo de arrecadação. O decreto, a MP e as portarias, em linguagem cifrada, trataram de algumas operações, incluída a emissão de títulos públicos, pelas quais o BNDES e a Caixa Econômica, como já ocorreu no passado, anteciparam o pagamento de dividendos à União. No jogo de maquiagem, para justificar essas transferências, a CEF recebeu do BNDES, para se capitalizar, ações de empresas das quais o banco participa.

Assim, a instituição financeira estatal voltada à construção civil e projetos de sanamento se tornou sócia de um frigorífico (JBS), entre outras empresas. Tanto que a Caixa passou a ser chamada de “BNDESdoB”. A situação é tão esdrúxula que se espera com certa ansiedade a publicação das respectivas exposições de motivos dos atos baixados no dia 28. É grande a curiosidade sobre como a manobra será justificada.

Não é de hoje que o Tesouro faz operações de lançamento e entrega de títulos a bancos públicos para alavancá-los, sendo que parte dos recursos volta na forma de dividendos. Como estas capitalizações não são consideradas despesas primárias, na prática cria-se um “orçamento paralelo” à margem do Congresso, sem visibilidade. E, como há um subsídio embutido nas operações — os juros que o Tesouro paga pela dívida que contrai são maiores que os cobrados pelos bancos —, surgiu uma fonte de gastos fora de controle (R$ 15 bilhões em 2012).

Ao pacote soma-se a intenção do Planalto de flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal para facilitar a desoneração de setores escolhidos a dedo, e durante um prazo longo. O resultado de tudo é arranhar de maneira séria a credibilidade do Brasil no exterior, com reflexos em decisões de investimentos de longo prazo. Se a contabilidade pública não é confiável, tudo o mais perde credibilidade. Teria sido melhor justificar o fato de os 3,1% do superávit não terem sido alcançados.

O declínio da Petrobrás - EDITORIAL O ESTADÃO


O ESTADÃO - 08/01


A Petrobrás deve ter registrado, em 2012 - os dados finais ainda não foram coligidos -, a terceira queda de produção de petróleo em 59 anos de operação. Também no ano passado, no segundo trimestre, a empresa registrou prejuízo de RS 1,35 bilhão, o primeiro resultado negativo em 13 anos. Financeira e tecnicamente incapaz de realizar todos os investimentos que programou, sobretudo por pressão política do governo Lula, a empresa negligenciou aplicações em áreas essenciais para a geração de recursos necessários à sustentação desses programas, especialmente a de produção. O declínio é a conseqüência natural do modelo de gestão imposto pelo governo lulo-petista à empresa.

A primeira queda de produção da Petrobrás ocorreu em 1990, no primeiro ano do governo Collor, que desorganizou a economia brasileira; a segunda, em 2004, no governo Lula, foi provocada por problemas de manutenção e atraso na entrega de equipamentos. A do ano passado é a síntese de um conjunto de problemas que a empresa acumulou desde a chegada do PT ao poder, em 2003. Desses problemas se destacam o loteamento de cargos entre aliados políticos, o estabelecimento de metas irreais de produção, o encarecimento brutal das obras de refinarias, o atraso nos serviços de manutenção das plataformas e na entrega de equipamentos para a exploração do pré-sal e, nos poços já em exploração, notável queda de eficiência operacional.

As conseqüências são graves. Como mostrou o jornal Valor (7/1), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, a produção diária média de óleo e condensado em agosto de 2012 foi de 2,006 milhões de barris, inferior à média de agosto de 2011, de 2,052 milhões de barris. Descontada a produção dos novos poços que entraram em operação no período, de 500 mil barris diários, constata-se que a produção dos poços antigos diminuiu 26,6%, ou mais de um quarto, entre um ano e outro, bem acima da média histórica de redução, de 7% a 10% ao ano.

Estima-se que, só com a queda da produção de petróleo da Bacia de Campos, a Petrobrás tenha perdido cerca de RS 7 bilhões no ano passado. A rápida queda da produção dos campos em exploração levou a empresa a anunciar, em meados do ano passado, um programa de aumento de eficiência dessas unidades, que foi incluído em seu Plano de Negócios 2012-2016.

Trata-se de uma tentativa de correção dos efeitos nocivos da decisão, tomada na gestão anterior da empresa, chefiada por José Sérgio Gabrielli, de - como queria o governo Lula, por interesse político-eleitoral - concentrar investimentos na área do pré-sal, o que reduziu as disponibilidades para aplicações em manutenção e recuperação de equipamentos dos poços já em exploração e para o aumento da capacidade de refino da empresa.

Por causa da queda da produção, que talvez não seja revertida em 2013, e da estagnação por muitos anos de sua capacidade de processai" o petróleo, a Petrobrás passou a importar diesel e gasolina em volumes crescentes, às vezes superiores à capacidade da empresa de distribuir adequadamente os derivados, o que provocou a escassez temporária em algumas regiões do País. Pior ainda, do ponto de vista financeiro, essa prática tem sido altamente danosa à empresa, por causa da contenção dos preços dos combustíveis no mercado interno, que aumenta a defasagem em relação aos preços internacionais. A Petrobrás compra a preços do mercado internacional, mas vende mais barato do que paga, o que só pode resultar em perdas.

Com a produção em queda e a capacidade de refino estagnada, diante de um mercado em constante crescimento, e ainda acumulando prejuízos por causa da política de preços de combustíveis do governo, a Petrobrás reviu metas, congelou diversos programas de investimentos, vem tentando vender ativos no exterior e tem sua imagem cada vez mais corroída no mercado. Na atual gestão, chefiada por Graça Foster, parece ter abandonado a prática de vender ilusões. No ano passado, o primeiro à frente da diretoria da empresa, Graça Foster diz ter feito a "arrumação da casa". 2013 deverá ser o ano de "acomodação". Se for, pelo menos a Petrobrás não ficará pior.

Agregadora de custos - CELSO MING

O Estado de S.Paulo - 08/01


Assim como está, a indústria brasileira não agrega valor - agrega custo.

A queda da produção de veículos em 2012, de 1,9% em relação a 2011, num ano em que o setor foi brindado com presentes fiscais e avanço maciço do crédito, é somente um pormenor do mau desempenho de todo o setor industrial no ano passado - veja o Confira.

Os números do IBGE (até novembro) já tinham acusado retração de toda a produção industrial, de 2,6% em 12 meses - foi "um ano perdido para a indústria", como prefere dizer o professor Júlio Gomes de Almeida, da Unicamp.

Os dirigentes do setor vêm denunciando o que entendem por processo de desindustrialização no Brasil. Mas se perderam no diagnóstico. Para eles, o enfraquecimento da indústria nacional se deveu ao câmbio fora de lugar, ao juro escorchante e ao jogo comercial desleal dos chineses.

Persistem no erro quando aplaudem as políticas minimalistas e de baixo fôlego do governo Dilma. Isenção tributária temporária, reduções cosméticas de encargos trabalhistas, baixas imperceptíveis de juros nas operações de crédito e encorajamento a aberturas de processos de defesa comercial - nada disso corrige o problema de fundo, que é baixa crescente de competitividade da indústria.

Para resgatar a indústria, o governo Dilma acreditou em que bastaria atacar o que entendeu como dólar barato. Logo se viu que todo o setor produtivo está fortemente dependente de máquinas, matérias-primas, componentes, peças e capital de giro do exterior. Nessas condições, a desvalorização do real (alta do dólar), de perto de 20% a partir de março de 2012, em vez de baixar, contribuiu para puxar ainda mais para cima os custos da indústria e para tirar-lhe mercado interno.

Ao longo do ano passado, o País foi um dos líderes mundiais em aberturas de processos antidumping. No entanto, o problema não está nas práticas comerciais desleais dos concorrentes. Qualquer exportador para o Brasil ganha do produto fabricado aqui, seja ele chinês, coreano, indiano, filipino, mexicano ou do Leste Europeu. A indústria do mundo inteiro está comendo mingau no País porque a produção industrial brasileira perdeu capacidade de competir. Os dirigentes conformam-se em aceitar os surrados argumentos oficiais de que a crise global estreitou o mercado externo e que basta esperar pela virada do jogo, que ele virá naturalmente. E, no entanto, no mundo inteiro a mesma crise está levando a indústria global a se modernizar, a elevar a competitividade, a deixar a indústria brasileira para trás.

Mergulhada em custos cada vez mais altos por enfrentar carga tributária insuportável, insumos caros demais e crescentes despesas trabalhistas, a indústria brasileira vai envelhecendo. Os truques protecionistas do governo Dilma às vezes lhe dão sobrevida no mercado interno. No entanto, incapaz de investir, a indústria brasileira não apresenta preço e não tem como se expandir no mercado externo.

Tarifas aduaneiras altas demais e reservas de mercado não ajudam o setor produtivo a se modernizar. Se o governo brasileiro quer mesmo salvar a indústria, tem de promover um choque de competitividade.

Dose tóxica - MIRIAM LEITÃO


O GLOBO - 08/01


Os números das contas públicas e dos desequilíbrios que aparecem espantam por serem enormes. Por exemplo, todas as operações recentes de capitalizações dos bancos públicos chegam próximo à quantia de R$ 400 bilhões. Hoje, 55% do passivo do BNDES é empréstimo do Tesouro. Ontem, o governo anulou empenhos e reduziu o item "resto a pagar" de R$ 200 bi para R$ 178 bi.

O economista Mansueto de Almeida, do Ipea, mostra o quanto aumentou o uso do recurso do Tesouro de emprestar para os bancos públicos:

- A posição, no final de 2007, do estoque de empréstimos do Tesouro para os bancos públicos era de R$ 13,9 bilhões - R$ 5,66 bilhões como instrumentos híbridos de capital e dívida e R$ 8,24 bilhões de créditos junto ao BNDES. Agora, a dívida total dos bancos públicos junto ao Tesouro Nacional foi para R$ 392,4 bilhões, segundo a Nota de novembro de Política Fiscal do Banco Central.

E há ainda a assustar todas as heterodoxias que estão tornando as contas públicas uma barafunda. O economista Fábio Giambiagi acha que mais perigoso é a frequência com que o governo tem recorrido a artifícios.

- Nenhum governo deixou de fazer alguma contabilidade criativa. O governo FHC fez a contabilização dos recursos da venda da Telebrás como receita do Tesouro, e não como ajuste patrimonial. Tais eventos eram, porém, isolados e constituíam uma exceção no conjunto da obra. Nos últimos tempos, houve uma sucessão de eventos ruins para a credibilidade da política fiscal. A contabilidade criativa deixou de ser uma exceção para ser a norma - explicou Fábio.

Os restos a pagar também são uma questão de dose exagerada, porque sempre existiram. Como explica o especialista em finanças públicas Gil Castello Branco, do site Contas Abertas.

- As variações dos restos a pagar dos últimos anos eram regulares, de R$ 12 bilhões a R$ 13 bilhões a mais por ano, enquanto na virada de 2012 para 2013 foi de R$ 59 bilhões, dando os tais R$ 200 bilhões. Depois da divulgação da imprensa, o governo cancelou alguns empenhos de despesas correntes e ficou em R$ 178,1 bilhões. Ainda assim, é recorde - explicou.

Os restos a pagar se acumulam por várias razões:

- Primeiro, as dificuldades financeiras do governo em cumprir as metas de superávit primário; segundo, a incompetência dos ministérios em executar o Orçamento; terceiro, a desordem que faz com que haja neste momento três orçamentos: o Orçamento Geral da União de 2013, ainda não aprovado; os R$ 200 bilhões de restos a pagar; e a MP 598 que criou créditos extraordinários suplementares de R$ 42,5 bilhões. Isso sem falar nos empréstimos criativos aos bancos públicos - disse Gil.

Com restos a pagar, ou uma MP que dá o direito de gastar essa montanha de R$ 42 bi no apagar das luzes de um ano, o governo está na verdade tirando do Congresso o direito de fazer o Orçamento.

Em qualquer governo, despesas ficam com o ano seguinte, aparecem formas de contabilização de despesa e receita que causam controvérsia; e há empréstimos ou capitalizações do Tesouro em bancos públicos. O problema é a dimensão. Hoje, os restos a pagar de investimentos já são maiores que os investimentos, e os empréstimos do Tesouro no BNDES, que não passavam de 10% do passivo, agora são 55%.

Como ensinou o químico e físico Paracelsus, no século XVI: "Não existe veneno, apenas doses venenosas." A frase foi lembrada esta semana pela "Economist", em outro contexto, mas é perfeita para a confusão fiscal brasileira. O que o governo está fazendo agora é aplicando na economia uma dose tóxica de artifícios contábeis, empréstimos para bancos públicos, truques orçamentários.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 08/01


Escassez de energia custou R$ 800 mi em dezembro para as distribuidoras
Com a queda nos reservatórios das hidrelétricas e o acionamento de usinas termelétricas, que são mais onerosas, as distribuidoras de energia afirmam que tiveram em dezembro um custo adicional de R$ 800 milhões. Em novembro, foram R$ 650 milhões a mais.

"Se a seca se prolongar até março, haverá um aumento de 5,6%", diz Nelson Fonseca Leite, presidente da Abradee (associação de distribuidores de energia). O custo total previsto com o acionamento "extra" será de R$ 3,85 bilhões.

As empresas de distribuição têm de pagar com 45 dias e recebem em 12 prestações, por causa do reajuste tarifário.

"Isso gera um impacto grande no caixa das distribuidoras e compromete parte da receita das empresas."

A entidade encaminhou um pleito ao Ministério de Minas e Energia. "Uma das soluções seria um empréstimo para distribuidoras pagarem essa conta da geração termelétrica até o reajuste", diz.

"Outra solução seria a postergação do pagamento de encargos, de maneira que as empresas tivessem caixa para pagar essa conta."

Desde os últimos meses do ano passado, o país está com a operação de térmicas quase quatro vezes a mais que até outubro de 2012. "De 3.000 MW, passamos para 13.700 MW."

No ano passado, foram acionadas basicamente as que funcionam a gás e, nos últimos meses, as mais custosas -a óleo. Desde 2008, não acontecia de todas as térmicas a óleo do país estarem operando juntas.

Enquanto a energia produzida em uma usina a gás custa a partir de R$ 100 o MW/hora, a de uma a óleo não sai por menos de R$ 500 o MW/hora.

"O Ministério das Minas e Energia está com boa vontade para solucionar esse problema porque, se não, teremos uma inadimplência generalizada no setor."

O aumento para o consumidor se dará nos próximos 12 meses. Para evitar racionamento, as termelétricas estão rodando na potência máxima, e esse custo será repassado.

"As térmicas a óleo são as últimas a entrar [em operação]. Elas não estão no sistema para suprir demanda, mas para garantir suprimento de geração de segurança", diz o presidente-executivo da Abragef (associação de geração flexível), Marco Antonio Veloso.

SEM CARRINHO
O Pão de Açúcar criou um "drive-thru" para entregar produtos adquiridos pela internet. O cliente poderá retirar seu pedido no estacionamento da loja três horas após a compra on-line.

Inicialmente, o serviço estará disponível na loja Washington Luís, em São Paulo.

Até o final do ano, a empresa deve ampliar o serviço, que só pode ser realizado para compras de até 60 itens, para outras unidades da rede.

TRIPLO
Três rankings de fusões e aquisições em 2012 colocam o Credit Suisse em primeiro lugar em volume de operações.

No levantamento da Bloomberg, o banco alcançou R$ 31,5 bilhões em volume de operações, com participação de mercado de 50%.

Segundo a Dealogic, por sua vez, foram US$ 33,7 bilhões e 40% de participação.

Pela Thomson Reuters, o total foi de US$ 28,4 bilhões.

Para Fábio Mourão, responsável pela área de fusões e aquisições do banco, o maior destaque do ano passado foi a venda da Amil para UnitedHealth.

"Essa operação de R$ 9,95 bilhões, na qual o banco foi o assessor exclusivo da Amilpar, foi o maior investimento já feito por uma empresa americana no país", afirma. Mourão também ressalta a participação do banco na operação de R$ 11,8 bilhões da Redecard.

"Para 2013, a expectativa é grande, com várias operações em andamento. E são de vários setores."

O sócio do BTG Pactual Marco Gonçalves, responsável pela área, diz que em 90% das vezes o banco assessorou a ponta vendedora.

"Por ser brasileiro, empresas nacionais que querem vender nos procuram. Por isso, temos mais chance de aparecer em ranking e fomos o primeiro em número de operações realizadas", afirma Gonçalves.

"Este 2013 será ainda melhor. Estamos com muitas transações já adiantadas e algumas serão fechadas ainda no início deste ano."

São Paulo fecha contrato para novo parque tecnológico

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo e a Incorplan Engenharia assinam hoje contrato para a execução de obras de adequação do núcleo central do novo Parque Tecnológico SP Jaguaré.

O contrato será no valor de R$ 15,7 milhões.

A empresa venceu a concorrência pública e deverá iniciar a obra ainda neste mês, em terreno de 86 mil m².

"Será organizada uma entidade gestora do parque que fará a captação das empresas", diz o secretário Luiz Carlos Quadrelli.

O parque tecnológico terá foco nos setores de tecnologia da informação e comunicação, saúde, nanotecnologia e novos fármacos e centro de pesquisa e desenvolvimento em mobilidade, entre outras áreas.

O novo projeto deverá abrigar de grandes empresas a micro e pequenas que trabalhem com inovação.

A previsão da secretaria é que, em até dez meses, as empresas possam se estabelecer no parque.

LAVA-RÁPIDO
A Kärcher, fabricante alemã de equipamentos de limpeza, ingressará em um novo segmento neste ano. A companhia começará a oferecer máquinas também para o mercado de lavadores automáticos de veículos.

"O setor volta a crescer e queremos acabar com o estigma de que a lavagem automatizada danifica o veículo", diz Abilio Cepêra, principal executivo da companhia europeia no Brasil.

O mercado brasileiro do setor gira em torno de R$ 26,5 milhões anuais, segundo a empresa. A meta é conseguir 30% do segmento.

O aporte no desenvolvimento e na produção da nova linha, na fábrica localizada em Paulínia (SP), é superior a R$ 5 milhões.

Entre os novos equipamentos que serão produzidos, estão os lavadores automáticos para automóveis, ônibus e caminhões, além de máquinas utilizadas na reciclagem de água.

Casa... O HSBC terá consórcio de imóveis com créditos entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. O novo grupo, exclusivo para correntistas do banco, terá prazo de 192 meses e o consorciado poderá utilizar até 40% do crédito para pagar o lance.

...própria O Bradesco tem prazo de 144 meses com R$ 300 mil de valor máximo de cota, podendo o cliente unificar uma ou mais. O Santander também oferece 144 meses de prazo, com faixa de crédito de R$ 100 mil a R$ 200 mil.

Quatro... O Banco do Brasil ultrapassou a marca de R$ 10 bilhões em financiamentos de veículos, considerando somente as operações originadas pelas agências. Ao todo foram contratadas mais de 452 mil operações em 2012.

...rodas O valor médio dos contratos de financiamentos foi de R$ 29 mil, de acordo com a instituição bancária. O montante total das operações registradas no ano passado superou em 194% o saldo de dezembro de 2011.