O GLOBO - 08/08
Ainda não inventaram, e eu espero que não inventem nunca, emissora capaz de estar em todos os lugares ao mesmo tempo
O papo na rede social foi a Mídia Ninja, que deu entrevista ao “Roda viva” representada por Bruno Torturra e Pablo Capilé. Infelizmente, acho que foi desperdiçada uma boa oportunidade de troca de ideias, menos pelos ninjas, diga-se, do que pelos entrevistadores, que insistiam — compreensivelmente, até — em entender de onde vem o dinheiro que financia os ninjas e qual o seu “modelo de negócios”.
Não diminuo a importância desse, digamos, “detalhe” — eu mesma fiquei bastante desapontada quando soube que, por trás do que eu imaginava ser um movimento espontâneo, estavam, pelo menos em parte, grana e estímulo do governo. Não porque seja condenável receber dinheiro público, mas porque não confio em quem se diz independente e autossustentável enquanto, por trás, recebe uma quantia não especificada de recursos que, por serem nossos, deveriam ser bem explicados. As informações que Capilé deu sobre isso, aliás, foram absurdas: o Fora do Eixo, sistema que é a nave-mãe da Mídia Ninja, não trabalha com reais, mas com estalecas, patacas ou algo do gênero. Então tá.
Apesar disso, eu teria de fato preferido uma conversa que fosse mais fundo em métodos de trabalho, escolhas de pauta e, sobretudo, possibilidades de crescimento e multiplicação do modelo ninja de transmissão de notícias, porque o processo é interessante e tem muitas possibilidades.
Ao contrário do que me pareceu ser percepção geral no programa e na própria rede, não vejo o mundo dividido entre “mídia clássica” de um lado e “mídia ninja” de outro, como se a existência do modelo tradicional de jornalismo estivesse ameaçada pela emergência do jornalismo participativo. O modelo tradicional de jornalismo anda abalado pelo desenvolvimento da web, que veio bem antes dos ninjas e que mudou, de forma drástica, a maneira como nos informamos.
Na web, todo cidadão pode ser, em tese, fornecedor de notícias. O mérito da Mídia Ninja é reunir alguns desses cidadãos num projeto comum, oferecendo-lhes o canal para chegar ao público; é juntar debaixo do mesmo teto virtual fabricantes de conteúdo que, antes, se espalhavam pelas mídias sociais, dando-lhes, de quebra, a oportunidade de mostrarem o que veem em tempo real. O protoninja Abraham Zapruder, mais famoso dos cinegrafistas amadores, teria adorado tudo isso.
Pessoalmente, acho que as mídias que convivem num mesmo espaço de tempo se complementam, se influenciam e se transformam a partir desse convívio. Não existem mais — se é que alguma vez existiram — áreas estanques ou impermeáveis no planeta comunicação.
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A certa altura do “Roda Viva”, um entrevistador destacou como grande tento da Mídia Ninja ter ido parar no “Jornal Nacional”, que precisou usar imagens do coletivo. Mas claro, ué: todos os jornais do mundo sempre usaram, e continuarão a usar, cada vez mais, imagens de agências de notícias, de gente que ia passando e até mesmo de outras emissoras. A Mídia Ninja é um pouco disso tudo.
Ainda não inventaram, e eu espero que não inventem nunca, emissora capaz de estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
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Acho que faltou à entrevista, também, a discussão de um ponto fundamental. Não há como negar que a Mídia Ninja tem feito um trabalho dinâmico e valente, e que é em parte graças às suas imagens que as farsas da polícia vêm sendo desmontadas; mas fico com a sensação amarga de que algo está fora do meu campo de compreensão quando vejo os ninjas filmando os jornalistas da mídia tradicional sendo agredidos e enxotados das manifestações sem fazer um só gesto em sua defesa.
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Aliás: acho a expulsão da mídia tradicional das manifestações uma demonstração de intolerância insuportável. Não gosta da Record? Mude de canal. Odeia a Globo? Desligue a TV. Não suporta a Band? Não dê declarações a ela se for procurado. Está de bom tamanho. Cabe ao público, em última instância, decidir o que quer ver, ler, ouvir. Achar que “o povo” precisa que manifestantes queimem os carros da reportagem e agridam os jornalistas para “não ser manipulado” é de uma arrogância que beira o fascismo.
Tenho falado muito a respeito disso na internet, porque venho de um tempo em que lutávamos, ao contrário, para ter uma imprensa livre e plural. Trabalhei alguns anos sob censura e não foi bom; visitei países quem têm apenas um ou dois jornais e não gostei.
Alguns jovens tentam me explicar, bondosamente, que as agressões não são contra as pessoas, mas contra as empresas. Sei que a minha idade impede que eu entenda coisas simples como essa, mas relevem, por favor. É que, na minha época, o soco doía na pessoa física que acertava, e não na pessoa jurídica que a empregava.
quinta-feira, agosto 08, 2013
Palavras de amor - CONTARDO CALLIGARIS
FOLHA DE SP - 08/08
A declaração de amor não serve para seduzir o objeto de amor, mas para apaixonar-se cada vez mais
Os sentimentos funcionam como picadas de mosquito, que coçamos e recoçamos até que se tornem feridas infectadas e, às vezes, septicemias generalizadas (quem sabe fatais). Salvo um exercício difícil de autocontrole, qualquer picada pode adquirir uma relevância desmedida: a gente tende a se coçar muito além da conta porque descobre que se coçar não é um alívio, mas um prazer autônomo em si.
Por isso mesmo, em geral, não confio nos sentimentos --nem nos meus, nem nos dos outros. Não é que eu supunha que os humanos mintam quando amam, odeiam ou se desesperam no luto. Nada disso.
Apenas verifico que os sentimentos, em geral, são condições autoinduzidas: transtornos ou desvios produzidos pelos próprios indivíduos, que, se não procuram sarnas para se coçar (como diz o ditado), no mínimo adoram coçar as sarnas que eles têm. Detalhe: coçando, aumenta o prurido, assim como aumentam a vontade e o prazer de se coçar.
Tomemos o exemplo do amor. Eu encontro, conheço ou vislumbro de longe alguém que preenche algumas condições básicas para que eu goste dela. Sussurrando entre quatro paredes ou gritando em praça pública, anotando no meu diário ou escrevendo para grandes editoras, passo a encher o ar ou as páginas com as descrições da beleza inigualável de minha amada e com as declarações hiperbólicas de meu sentimento.
Claro, minha prosa ou poesia poderão, quem sabe, conquistar meu objeto de amor, mas esse é um efeito colateral. O efeito mais importante (e esperado) de minhas palavras de amor não é tanto o de seduzir o objeto de meus sonhos, mas o de eu me apaixonar cada vez mais. Pois a intensidade do meu amor será diretamente proporcional à insistência e virulência de minhas declarações.
Em linguística, chamamos performativas aquelas expressões que, ao serem proferidas, constituem o fato do qual elas falam. Exemplo clássico: um chefe de Estado dizendo "Declaro a guerra" --essa frase é a própria declaração de guerra.
Dizer que sou apaixonado, que odeio ou que me desespero no luto talvez não sejam propriamente performativos. Mas se trata, no mínimo, de semiperformativos, ou seja, talvez os sentimentos existam antes de serem declarados, mas eles só crescem e tomam conta da gente na hora de serem ditos, descritos e contados --na hora de sua declaração, pública ou privada.
Há três razões pelas quais o amor é absolutamente indissociável da literatura amorosa. A primeira é que a gente aprende a amar e a declarar o amor pela literatura. A segunda é que o amor se tornou relevante em nossa vida à força de ser descrito e idealizado pela literatura. A terceira é que o amor, como sentimento, é um efeito das palavras que o expressam: a literatura nos instiga a amar tanto quanto nossas próprias declarações amorosas.
Acabo de terminar a prazerosa leitura de "Como os Franceses Inventaram o Amor" (editora Prumo). Nele, Marilyn Yalom percorre a literatura francesa e revela que ela é um repertório completo do amor.
A coisa começa com o triângulo amoroso, que não é um acidente ou um imprevisto do amor; ao contrário, o amor começa, mil anos atrás, com o triângulo amoroso. Tristão escolta Isolda, a futura esposa de seu tio, e se apaixona por ela. Lancelote venera seu rei Artur, mas se apaixona pela rainha. E, em geral, os poetas do amor cortês amam damas casadas (e frequentemente fiéis a seus senhores, aliás).
A França é, para Yalom, a pátria do amor. Não só pela riqueza de sua literatura, mas justamente porque, na cultura francesa, do amor cortês do século 12 até as conversas das preciosas nos salões parisienses do século 17 (que Molière ridicularizava, mas também admirava), amar é, antes de mais nada, uma arte de dizer, de ser efeito das próprias palavras que usamos ao declarar e descrever nosso sentimento.
Alguns acham que falta amor em sua vida. Como Emma Bovary ou Anna Kariênina (extraordinária a tradução de Rubens Figueiredo, pela Cosac Naify), temem que, sem amor, sua vida nunca chegue a ter a dignidade de um romance. A eles, recomendo paciência: os tempos mudam, e talvez se afirme hoje, aos poucos, uma retórica nova, menos sentimental, capaz de dar valor literário a uma vida sem amores e paixões.
Outros se queixam dos estragos que o excesso de amor faz em sua vida. Aqui a cura é simples: eles não vão acreditar, mas basta se calar um pouco, assim como é suficiente não se coçar para que as picadas de mosquito parem de incomodar.
A declaração de amor não serve para seduzir o objeto de amor, mas para apaixonar-se cada vez mais
Os sentimentos funcionam como picadas de mosquito, que coçamos e recoçamos até que se tornem feridas infectadas e, às vezes, septicemias generalizadas (quem sabe fatais). Salvo um exercício difícil de autocontrole, qualquer picada pode adquirir uma relevância desmedida: a gente tende a se coçar muito além da conta porque descobre que se coçar não é um alívio, mas um prazer autônomo em si.
Por isso mesmo, em geral, não confio nos sentimentos --nem nos meus, nem nos dos outros. Não é que eu supunha que os humanos mintam quando amam, odeiam ou se desesperam no luto. Nada disso.
Apenas verifico que os sentimentos, em geral, são condições autoinduzidas: transtornos ou desvios produzidos pelos próprios indivíduos, que, se não procuram sarnas para se coçar (como diz o ditado), no mínimo adoram coçar as sarnas que eles têm. Detalhe: coçando, aumenta o prurido, assim como aumentam a vontade e o prazer de se coçar.
Tomemos o exemplo do amor. Eu encontro, conheço ou vislumbro de longe alguém que preenche algumas condições básicas para que eu goste dela. Sussurrando entre quatro paredes ou gritando em praça pública, anotando no meu diário ou escrevendo para grandes editoras, passo a encher o ar ou as páginas com as descrições da beleza inigualável de minha amada e com as declarações hiperbólicas de meu sentimento.
Claro, minha prosa ou poesia poderão, quem sabe, conquistar meu objeto de amor, mas esse é um efeito colateral. O efeito mais importante (e esperado) de minhas palavras de amor não é tanto o de seduzir o objeto de meus sonhos, mas o de eu me apaixonar cada vez mais. Pois a intensidade do meu amor será diretamente proporcional à insistência e virulência de minhas declarações.
Em linguística, chamamos performativas aquelas expressões que, ao serem proferidas, constituem o fato do qual elas falam. Exemplo clássico: um chefe de Estado dizendo "Declaro a guerra" --essa frase é a própria declaração de guerra.
Dizer que sou apaixonado, que odeio ou que me desespero no luto talvez não sejam propriamente performativos. Mas se trata, no mínimo, de semiperformativos, ou seja, talvez os sentimentos existam antes de serem declarados, mas eles só crescem e tomam conta da gente na hora de serem ditos, descritos e contados --na hora de sua declaração, pública ou privada.
Há três razões pelas quais o amor é absolutamente indissociável da literatura amorosa. A primeira é que a gente aprende a amar e a declarar o amor pela literatura. A segunda é que o amor se tornou relevante em nossa vida à força de ser descrito e idealizado pela literatura. A terceira é que o amor, como sentimento, é um efeito das palavras que o expressam: a literatura nos instiga a amar tanto quanto nossas próprias declarações amorosas.
Acabo de terminar a prazerosa leitura de "Como os Franceses Inventaram o Amor" (editora Prumo). Nele, Marilyn Yalom percorre a literatura francesa e revela que ela é um repertório completo do amor.
A coisa começa com o triângulo amoroso, que não é um acidente ou um imprevisto do amor; ao contrário, o amor começa, mil anos atrás, com o triângulo amoroso. Tristão escolta Isolda, a futura esposa de seu tio, e se apaixona por ela. Lancelote venera seu rei Artur, mas se apaixona pela rainha. E, em geral, os poetas do amor cortês amam damas casadas (e frequentemente fiéis a seus senhores, aliás).
A França é, para Yalom, a pátria do amor. Não só pela riqueza de sua literatura, mas justamente porque, na cultura francesa, do amor cortês do século 12 até as conversas das preciosas nos salões parisienses do século 17 (que Molière ridicularizava, mas também admirava), amar é, antes de mais nada, uma arte de dizer, de ser efeito das próprias palavras que usamos ao declarar e descrever nosso sentimento.
Alguns acham que falta amor em sua vida. Como Emma Bovary ou Anna Kariênina (extraordinária a tradução de Rubens Figueiredo, pela Cosac Naify), temem que, sem amor, sua vida nunca chegue a ter a dignidade de um romance. A eles, recomendo paciência: os tempos mudam, e talvez se afirme hoje, aos poucos, uma retórica nova, menos sentimental, capaz de dar valor literário a uma vida sem amores e paixões.
Outros se queixam dos estragos que o excesso de amor faz em sua vida. Aqui a cura é simples: eles não vão acreditar, mas basta se calar um pouco, assim como é suficiente não se coçar para que as picadas de mosquito parem de incomodar.
Vão se queixar ao bispo - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 08/08
Onze dias depois da visita do Papa Francisco ao Rio, pelo menos dez empresas que prestaram serviços para a JMJ reclamam de atrasos de pagamento.
A turma pretende se queixar ao bispo dom Orani.
Aliás...
Um deles, Reynaldo Porto, dono da Recon Eventos, diz que se for preciso vai a Roma. Calma, gente!
Dia da Pátria
O Planalto quer reduzir pela metade o tempo do desfile de Sete de Setembro, em Brasília.
Por temor de manifestações, a orientação é que a participação das Forças Armadas e das entidades civis na Esplanada dos Ministérios dure, no máximo, 20 minutos. Nos anos anteriores, levou quase uma hora.
A morte de Arnaldo
Segunda, no Cemitério Parque da Colina, em BH, será exumado o corpo de Arnaldo Cardoso Rocha, guerrilheiro da Ação Libertadora Nacional morto pelo DOI-Codi de São Paulo, em 1973.
O objetivo é esclarecer as reais circunstâncias de sua morte. Na época, o corpo foi entregue à família em caixão lacrado, e havia policiais no velório.
Moreno abala Bangu
O coleguinha Jorge Bastos Moreno tomou gosto pela carreira de escritor.
Após “A história de Mora”, ele prepara um livro sobre os anos de glamour do bairro de Bangu.
É grave a crise
O IBGE cancelou a compra de copos descartáveis para água e cafezinho na sua sede no Rio.
A piada que corre é que a medida faz parte da política do governo para atingir o superávit primário.
Juízes nas ruas
De Adriano Pilates, professor de direito constitucional da PUC-RJ, falando sobre os protestos atuais para uma plateia de magistrados: “Excelências, venham para as ruas!”
O debate da Amaerj teve transmissão pelo Mídia Ninja, com a participação do ninja Felipe Peçanha.
Preço camarada
O acervo da pinacoteca da Manchete, que foi quase todo entregue ao Banco Rural para saldar dívidas, já não estava mais no banco, liquidado.
Quadros de Portinari, Guignard e Djanira, entre outros, foram vendidos ao ex-senador mineiro Wellington Salgado a um preço camarada.
Fitness on-line
Celebridade nas redes sociais, a brasileira radicada nos EUA Bella Falcon chega dia 21 ao Rio. Vai lançar a linha Frozenspa Fitness.
Sucesso na Europa
João Bosco é um sucesso. Segunda-feira, o jornal francês “Libération” deu duas páginas sobre a turnê de João pela Europa. Ontem, foi uma página inteira no “Le Monde”.
Os 18 da Gávea
O Flamengo conseguiu junto ao governo federal aprovação de dois projetos de incentivo à natação e à ginástica olímpica.
Foi autorizado a captar pela lei de incentivos fiscais até R$ 18 milhões, dinheiro meu, seu, nosso.
Renata da Paz
A juíza Alessandra Cristina Tufvesson, do Rio, determinou que o Estado do Rio pague, em cinco dias, todo o tratamento da publicitária Renata da Paz Ataíde, 26 anos, que perdeu o olho esquerdo durante as manifestações no Centro da cidade.
Ela não tem plano de saúde, segundo a advogada Vera Assad.
Deu no ‘New York Times’
Por conta da Operação Ratatouille, do Procon-RJ, em restaurantes de bacanas do Rio, a secretária Cidinha Campos foi entrevistada, ontem, pelo “New York Times”.
Repórter do jornalão americano, Simon Romero disse que o tema virou pauta pelo inusitado da operação, que flagrou esses restaurantes usando comida fora da validade, inclusive, escargot.
Melhor asssim
Em referência ao desabafo feito aqui, ontem, pelo padre Roberto Magalhães, que está chateado com a colocação de “despachos de umbanda” com bichos mortos na porta da igreja de São Cristóvão, vários representantes da religião escreveram para a coluna.
Explicaram que a umbanda não mata animais.
Rival de Maradona
De um taxista argentino, dia destes, em Buenos Aires, ao falar sobre futebol com um passageiro carioca:
— Nem Messi, nem Pelé. O principal concorrente de Maradona é o Papa. Antes, a Argentina só era conhecida por causa do Dieguito. Agora só se fala do Papa Francisco.
É. Pode ser.
A turma pretende se queixar ao bispo dom Orani.
Aliás...
Um deles, Reynaldo Porto, dono da Recon Eventos, diz que se for preciso vai a Roma. Calma, gente!
Dia da Pátria
O Planalto quer reduzir pela metade o tempo do desfile de Sete de Setembro, em Brasília.
Por temor de manifestações, a orientação é que a participação das Forças Armadas e das entidades civis na Esplanada dos Ministérios dure, no máximo, 20 minutos. Nos anos anteriores, levou quase uma hora.
A morte de Arnaldo
Segunda, no Cemitério Parque da Colina, em BH, será exumado o corpo de Arnaldo Cardoso Rocha, guerrilheiro da Ação Libertadora Nacional morto pelo DOI-Codi de São Paulo, em 1973.
O objetivo é esclarecer as reais circunstâncias de sua morte. Na época, o corpo foi entregue à família em caixão lacrado, e havia policiais no velório.
Moreno abala Bangu
O coleguinha Jorge Bastos Moreno tomou gosto pela carreira de escritor.
Após “A história de Mora”, ele prepara um livro sobre os anos de glamour do bairro de Bangu.
É grave a crise
O IBGE cancelou a compra de copos descartáveis para água e cafezinho na sua sede no Rio.
A piada que corre é que a medida faz parte da política do governo para atingir o superávit primário.
Juízes nas ruas
De Adriano Pilates, professor de direito constitucional da PUC-RJ, falando sobre os protestos atuais para uma plateia de magistrados: “Excelências, venham para as ruas!”
O debate da Amaerj teve transmissão pelo Mídia Ninja, com a participação do ninja Felipe Peçanha.
Preço camarada
O acervo da pinacoteca da Manchete, que foi quase todo entregue ao Banco Rural para saldar dívidas, já não estava mais no banco, liquidado.
Quadros de Portinari, Guignard e Djanira, entre outros, foram vendidos ao ex-senador mineiro Wellington Salgado a um preço camarada.
Fitness on-line
Celebridade nas redes sociais, a brasileira radicada nos EUA Bella Falcon chega dia 21 ao Rio. Vai lançar a linha Frozenspa Fitness.
Sucesso na Europa
João Bosco é um sucesso. Segunda-feira, o jornal francês “Libération” deu duas páginas sobre a turnê de João pela Europa. Ontem, foi uma página inteira no “Le Monde”.
Os 18 da Gávea
O Flamengo conseguiu junto ao governo federal aprovação de dois projetos de incentivo à natação e à ginástica olímpica.
Foi autorizado a captar pela lei de incentivos fiscais até R$ 18 milhões, dinheiro meu, seu, nosso.
Renata da Paz
A juíza Alessandra Cristina Tufvesson, do Rio, determinou que o Estado do Rio pague, em cinco dias, todo o tratamento da publicitária Renata da Paz Ataíde, 26 anos, que perdeu o olho esquerdo durante as manifestações no Centro da cidade.
Ela não tem plano de saúde, segundo a advogada Vera Assad.
Deu no ‘New York Times’
Por conta da Operação Ratatouille, do Procon-RJ, em restaurantes de bacanas do Rio, a secretária Cidinha Campos foi entrevistada, ontem, pelo “New York Times”.
Repórter do jornalão americano, Simon Romero disse que o tema virou pauta pelo inusitado da operação, que flagrou esses restaurantes usando comida fora da validade, inclusive, escargot.
Melhor asssim
Em referência ao desabafo feito aqui, ontem, pelo padre Roberto Magalhães, que está chateado com a colocação de “despachos de umbanda” com bichos mortos na porta da igreja de São Cristóvão, vários representantes da religião escreveram para a coluna.
Explicaram que a umbanda não mata animais.
Rival de Maradona
De um taxista argentino, dia destes, em Buenos Aires, ao falar sobre futebol com um passageiro carioca:
— Nem Messi, nem Pelé. O principal concorrente de Maradona é o Papa. Antes, a Argentina só era conhecida por causa do Dieguito. Agora só se fala do Papa Francisco.
É. Pode ser.
O desafio de superar o garantismo legal - JOSÉ PASTORE
ESTADÃO - 08/08
Uma das características das leis trabalhistas dos países avançados é a garantia de possibilidade de trocas entre empregadores e empregados. Essa garantia é essencial para as partes buscarem as soluções que maximizam seus desejos dentro das limitações que enfrentam. Em tempos de recessão, por exemplo, os empregados se dispõem a reduzir salários em favor da manutenção do emprego. Em tempos de boom, os empregadores aceitam arcar com mais benefícios para não perder seus empregados.
Essas são trocas simples, fáceis de serem entendidas. Há trocas mais complexas. É o que acontece, por exemplo, quando os empregados aceitam menos dias de férias em troca de uma melhoria no seu seguro de saúde ou quando os empregadores atrelam aumentos de salários à elevação da produtividade.
No Brasil, o espaço para trocar é irrisório porque quase todas as proteções trabalhistas são rigidamente fixadas em lei. Historicamente fomos ensinados a acreditar apenas na lei como base de proteção. As proteções garantidas por negociação e contrato são vistas com extrema desconfiança. Os brasileiros se sentem inseguros quando se fala em transferir o locus de uma proteção da lei trabalhista para o contrato de trabalho, mesmo que negociado com os sindicatos. É a cultura do garantismo legal.
Isso faz parte da nossa tradição cultural. Vivendo durante muito tempo em uma sociedade dividida entre a nobreza (fidalgos, militares e sacerdotes) e a plebe (o povo), fomos levados a acreditar no Estado como única força para garantir proteção. Bem diferentes são as leis nas nações que acreditam na negociação e nos contratos livremente negociados. Ali, as leis estabelecem apenas os direitos fundamentais e os contratos cuidam das demais proteções.
Sabendo da idolatria à filosofia do garantismo legal, os parlamentares não se arriscam a mudar as leis vigentes, temendo perder votos. Por seu turno, os cursos de direito do trabalho levam adiante e aprofundam essa filosofia. Os advogados e magistrados, com raras exceções, veem a lei como única fonte de proteção.
Conclusão: o País possui um cipoal de leis, decretos, portarias, súmulas, enunciados e orientações jurisprudenciais e, apesar disso, protege apenas a metade da força de trabalho. A outra está na informalidade.
No segmento formal, os problemas não são menores. As leis atuais não oferecem espaço para ajustes mais finos entre remuneração e produtividade. Isso eleva severamente o custo unitário do trabalho e compromete a competitividade e os investimentos.
Apesar disso, a maioria dos projetos que tramitam no Congresso Nacional visam enrijecer ainda mais as leis vigentes e elevar perigosamente o custo do trabalho.
A rigidez das leis brasileiras cria problemas inimagináveis em países avançados como é o caso da tributação do passado. Isso ocorreu, por exemplo, com a nova lei do aviso prévio e com a lei que estabeleceu uma adicional de efeito retroativo para o FGTS. Ocorre diariamente nos casos em que a Justiça do Trabalho anula acordos e convenções coletivas livremente negociados. As partes não sabem se aquilo que é negociado hoje vai valer daqui a dois ou três anos. No caso de anulação, o passado é agravado com pesadas despesas.
Essa insegurança é perniciosa em todos os sentidos. Além de desestimular a negociação e espantar o investimento, impede o exercício da liberdade. Dou três exemplos. Em decorrência do princípio da hipossuficiência, profissionais altamente qualificados, de renda alta, que cuidam das próprias proteções de saúde e de aposentadoria, estão legalmente impedidos de estabelecer com seus empregadores contratos fora da tutela da lei atual. O mesmo ocorre com os que desejam trabalhar em regimes diferentes das jornadas estabelecidas em lei. Igualmente frustrados estão os que pretendem ser remunerados por aquilo que produzem e não pelo tempo trabalhado. Exemplos não faltam para ilustrar a excessiva rigidez das nossas leis.
Como mudar isso? Lanço aqui uma sugestão. Penso que, sem abandonar a cultura do garantismo legal, o Brasil poderia partir para o estabelecimento de leis mais suaves - as chamadas "soft laws". Esse tipo de lei estabelece regras que não são estritamente compulsórias, mas que têm significado legal. Elas funcionam como guias de orientação para os cidadãos, dando a eles o direito de realizarem as trocas para buscar caminhos alternativos. Quando não há interesse do lado das partes, as "soft laws" funcionam como leis rígidas, obrigando as partes a seguirem os seus preceitos.
Na União Europeia, a lei que estabeleceu os direitos sociais dos trabalhadores de 1989 seguiu a filosofia das "soft laws". Com base nela, os países ficaram livres para transformar os direitos ali enunciados em leis rígidas ou em orientações programáticas para orientar a livre negociação entre as partes. Para implementar tais mudanças, é claro, o gradualismo foi essencial. Não seria possível mudar tudo da noite para o dia.
Ocorreu-me essa ideia ao tomar conhecimento das "101 Propostas de Modernização Trabalhista" apresentadas pela Confederação Nacional da Indústria no fim de 2012. Vi ali uma agenda de trabalho para as partes irem negociando e ajustando as leis atuais às suas reais necessidades. Nenhuma das propostas afronta o garantismo legal. Ao mesmo tempo, elas introduzem elementos de realismo às regras vigentes. Ao leitor interessado, sugiro entrar no site http://www.portaldaindustria.com.br/. Vale a pena a sua leitura.
Uma das características das leis trabalhistas dos países avançados é a garantia de possibilidade de trocas entre empregadores e empregados. Essa garantia é essencial para as partes buscarem as soluções que maximizam seus desejos dentro das limitações que enfrentam. Em tempos de recessão, por exemplo, os empregados se dispõem a reduzir salários em favor da manutenção do emprego. Em tempos de boom, os empregadores aceitam arcar com mais benefícios para não perder seus empregados.
Essas são trocas simples, fáceis de serem entendidas. Há trocas mais complexas. É o que acontece, por exemplo, quando os empregados aceitam menos dias de férias em troca de uma melhoria no seu seguro de saúde ou quando os empregadores atrelam aumentos de salários à elevação da produtividade.
No Brasil, o espaço para trocar é irrisório porque quase todas as proteções trabalhistas são rigidamente fixadas em lei. Historicamente fomos ensinados a acreditar apenas na lei como base de proteção. As proteções garantidas por negociação e contrato são vistas com extrema desconfiança. Os brasileiros se sentem inseguros quando se fala em transferir o locus de uma proteção da lei trabalhista para o contrato de trabalho, mesmo que negociado com os sindicatos. É a cultura do garantismo legal.
Isso faz parte da nossa tradição cultural. Vivendo durante muito tempo em uma sociedade dividida entre a nobreza (fidalgos, militares e sacerdotes) e a plebe (o povo), fomos levados a acreditar no Estado como única força para garantir proteção. Bem diferentes são as leis nas nações que acreditam na negociação e nos contratos livremente negociados. Ali, as leis estabelecem apenas os direitos fundamentais e os contratos cuidam das demais proteções.
Sabendo da idolatria à filosofia do garantismo legal, os parlamentares não se arriscam a mudar as leis vigentes, temendo perder votos. Por seu turno, os cursos de direito do trabalho levam adiante e aprofundam essa filosofia. Os advogados e magistrados, com raras exceções, veem a lei como única fonte de proteção.
Conclusão: o País possui um cipoal de leis, decretos, portarias, súmulas, enunciados e orientações jurisprudenciais e, apesar disso, protege apenas a metade da força de trabalho. A outra está na informalidade.
No segmento formal, os problemas não são menores. As leis atuais não oferecem espaço para ajustes mais finos entre remuneração e produtividade. Isso eleva severamente o custo unitário do trabalho e compromete a competitividade e os investimentos.
Apesar disso, a maioria dos projetos que tramitam no Congresso Nacional visam enrijecer ainda mais as leis vigentes e elevar perigosamente o custo do trabalho.
A rigidez das leis brasileiras cria problemas inimagináveis em países avançados como é o caso da tributação do passado. Isso ocorreu, por exemplo, com a nova lei do aviso prévio e com a lei que estabeleceu uma adicional de efeito retroativo para o FGTS. Ocorre diariamente nos casos em que a Justiça do Trabalho anula acordos e convenções coletivas livremente negociados. As partes não sabem se aquilo que é negociado hoje vai valer daqui a dois ou três anos. No caso de anulação, o passado é agravado com pesadas despesas.
Essa insegurança é perniciosa em todos os sentidos. Além de desestimular a negociação e espantar o investimento, impede o exercício da liberdade. Dou três exemplos. Em decorrência do princípio da hipossuficiência, profissionais altamente qualificados, de renda alta, que cuidam das próprias proteções de saúde e de aposentadoria, estão legalmente impedidos de estabelecer com seus empregadores contratos fora da tutela da lei atual. O mesmo ocorre com os que desejam trabalhar em regimes diferentes das jornadas estabelecidas em lei. Igualmente frustrados estão os que pretendem ser remunerados por aquilo que produzem e não pelo tempo trabalhado. Exemplos não faltam para ilustrar a excessiva rigidez das nossas leis.
Como mudar isso? Lanço aqui uma sugestão. Penso que, sem abandonar a cultura do garantismo legal, o Brasil poderia partir para o estabelecimento de leis mais suaves - as chamadas "soft laws". Esse tipo de lei estabelece regras que não são estritamente compulsórias, mas que têm significado legal. Elas funcionam como guias de orientação para os cidadãos, dando a eles o direito de realizarem as trocas para buscar caminhos alternativos. Quando não há interesse do lado das partes, as "soft laws" funcionam como leis rígidas, obrigando as partes a seguirem os seus preceitos.
Na União Europeia, a lei que estabeleceu os direitos sociais dos trabalhadores de 1989 seguiu a filosofia das "soft laws". Com base nela, os países ficaram livres para transformar os direitos ali enunciados em leis rígidas ou em orientações programáticas para orientar a livre negociação entre as partes. Para implementar tais mudanças, é claro, o gradualismo foi essencial. Não seria possível mudar tudo da noite para o dia.
Ocorreu-me essa ideia ao tomar conhecimento das "101 Propostas de Modernização Trabalhista" apresentadas pela Confederação Nacional da Indústria no fim de 2012. Vi ali uma agenda de trabalho para as partes irem negociando e ajustando as leis atuais às suas reais necessidades. Nenhuma das propostas afronta o garantismo legal. Ao mesmo tempo, elas introduzem elementos de realismo às regras vigentes. Ao leitor interessado, sugiro entrar no site http://www.portaldaindustria.com.br/. Vale a pena a sua leitura.
Volta à campanha - TEREZA CRUVINEL
Correio Braziliense - 08/08
Os candidatos retomaram o tom e os movimentos eleitorais. Deviam moderar a excitação. Os protestos ainda ecoam nas ruas. Uma segunda onda pode alterar novamente o quadro, nunca se sabe em que sentido
Ninguém pode garantir, mas é possível que a antecipação geral das campanhas de 2014 tenha contribuído para encher o copo que transbordou em junho sob a forma de protestos contra partidos e políticos. Depois disso, todos recolheram os “flaps”, mas parecem estar novamente aquecendo motores para a disputa. A presidente Dilma retomou o tom eleitoral dos discursos. Em Minas, o presidenciável tucano, Aécio Neves, rebateu. E o provável candidato do PSB, o governador Eduardo Campos, entrou na briga entre o Congresso e o governo, apoiando a emenda que torna obrigatória a liberação dos recursos previstos em emendas orçamentárias, cuja votação foi adiada para evitar uma “guerra civil” dentro da coalizão governista.
Dilma foi a Minas inaugurar um câmpus universitário federal na cidade mineira de Varginha, e ali, no discurso e numa entrevista, o sotaque anterior a junho reapareceu. Nem ela nem qualquer outro em seu lugar deixaria de faturar a queda da inflação, que foi de 0,03% em junho, com barateamento da cesta básica em 18 estados, fechando o acumulado em 6,27%, afastando-se do centro da meta e da perigosa ultrapassagem apontada por analistas e economistas. Petistas celebravam ontem a derrota da “escalada de terror econômico-midiático”. Foi o primeiro refresco depois de muita notícia ruim na economia, afora o urro das ruas e os desacertos na política. Dilma teria recebido também sinais das primeiras oscilações para cima na avaliação do governo. Otimismo à parte, foi desnecessário o beliscão nos tucanos, ao afirmar que, “neste primeiro semestre de 2013, nós criamos 826 mil vagas com carteira assinada, que significam a quantidade de empregos criados em todo o primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.”
Treinando para a campanha, quando prevalece o “bateu, levou”, Aécio Neves retrucou. Como faz sempre que Dilma vai a Minas, lembrou dezenas de projetos que teriam sido inviabilizados ou estariam atrasados por “desconsideração do governo federal para com os mineiros”. Mas rebateu especialmente a questão do emprego: “A presidente não pode ficar fazendo comparações descontextualizadas, que soam como um desvio intelectual. Se ela quer comparar, vamos falar de crescimento. No governo dela, bem como no de Lula, o Brasil cresceu menos que os vizinhos sul-americanos. No dela, a média até agora foi de 1,8%, e o da região vem sendo de 2,3%. Este ano, só não perderemos da Venezuela, que crescerá apenas 1%”, disse Aécio à coluna.
Lá em Pernambuco, preparando-se para voltar a circular pelo país, Eduardo Campos tomou partido na guerra fria que acabou não tendo desfecho ontem: a aprovação da execução obrigatória das emendas orçamentárias. “Se tem emenda parlamentar, que ela seja impositiva, para que não paire nessa relação qualquer tipo de dúvida sobre a posição tanto do Legislativo como do Executivo”, justificou. Pregou o “bom senso” para evitar que a disputa política piore o quadro econômico. “Para termos compromisso com as vozes que vieram das ruas, é preciso ter equilíbrio fiscal, responsabilidade, é preciso colocar os interesses do Brasil acima dos interesses partidários ou do posicionamentos de quem é governo ou oposição.” Retomou também o discurso anterior aos protestos, na linha do moço ajuizado.
Estamos a dois meses de uma esquina crucial do processo eleitoral, o prazo final para a para troca de partidos, no início de outubro. Ninguém vai agora congelar planos e movimentos eleitorais. Mas, com os protestos ainda ecoando, deviam todos moderar a excitação. Se vier uma segunda onda, o quadro pode ser novamente alterado, nunca se sabe em que sentido.
Medindo desgastes
O Instituto Sensus fez uma pesquisa para o PSDB, para conferir o estragos na avaliação de governantes e políticos. Concluída no dia 31 passado, o levantamento ouviu 1,5 mil pessoas em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, Dilma obteve 29% de avaliações positivas, 38% de regular e 31% de negativa. O governador tucano Geraldo Alckmin, 37% de avaliação positiva, 37% de regular e 20% de negativa. O mais desgastado seria o prefeito petista Fernando Haddad, com apenas 17% de nota positiva, contra 30% de regular e 45% de negativo.
Em Minas, para Dilma, 38% de positivo, 37% de regular e 21% de negativo. Para o governador Anastasia, 40% de positivo, 30% de regular e 12% de negativo. Bem na foto, o prefeito Marcio Lacerda: 50% de positivo, 20% de regular e 20% de negativo.
No Rio, Dilma aparece melhor que Cabral. Ela, com 23% de positivo, ele, com apenas 16%. Ela, com 41% de regular e 33% de negativo; ele, com 31% e 47%, respectivamente. O prefeito Eduardo Paes é que acompanha melhor Cabral na queda, ficando com apenas 19% de nota positiva.
A pesquisa mediu também intenções de voto, apenas em Minas. Em abril, pesquisa do mesmo instituto apontou 39,9% para Dilma e 35% para Aécio Neves. Agora ele é que teria 45%, contra 25% dela. Ele ganharia dela num eventual segundo turno, por 52% a 28%.
O meio político espera ansioso por uma pesquisa Datafolha no fim de semana.
Maus modos
Coisas assim é que envenenam a relação entre o governo e a base. Pelo rodízio acertado entre os líderes, a presidência da comissão mista da MP dos médicos caberia ao bloco PTB-PSC-PR, que indicou o senador e médico Eduardo Amorim (PSC-SE). Os governistas romperam o acordo e indicam o senador João Alberto (PMDB-MA).
Os candidatos retomaram o tom e os movimentos eleitorais. Deviam moderar a excitação. Os protestos ainda ecoam nas ruas. Uma segunda onda pode alterar novamente o quadro, nunca se sabe em que sentido
Ninguém pode garantir, mas é possível que a antecipação geral das campanhas de 2014 tenha contribuído para encher o copo que transbordou em junho sob a forma de protestos contra partidos e políticos. Depois disso, todos recolheram os “flaps”, mas parecem estar novamente aquecendo motores para a disputa. A presidente Dilma retomou o tom eleitoral dos discursos. Em Minas, o presidenciável tucano, Aécio Neves, rebateu. E o provável candidato do PSB, o governador Eduardo Campos, entrou na briga entre o Congresso e o governo, apoiando a emenda que torna obrigatória a liberação dos recursos previstos em emendas orçamentárias, cuja votação foi adiada para evitar uma “guerra civil” dentro da coalizão governista.
Dilma foi a Minas inaugurar um câmpus universitário federal na cidade mineira de Varginha, e ali, no discurso e numa entrevista, o sotaque anterior a junho reapareceu. Nem ela nem qualquer outro em seu lugar deixaria de faturar a queda da inflação, que foi de 0,03% em junho, com barateamento da cesta básica em 18 estados, fechando o acumulado em 6,27%, afastando-se do centro da meta e da perigosa ultrapassagem apontada por analistas e economistas. Petistas celebravam ontem a derrota da “escalada de terror econômico-midiático”. Foi o primeiro refresco depois de muita notícia ruim na economia, afora o urro das ruas e os desacertos na política. Dilma teria recebido também sinais das primeiras oscilações para cima na avaliação do governo. Otimismo à parte, foi desnecessário o beliscão nos tucanos, ao afirmar que, “neste primeiro semestre de 2013, nós criamos 826 mil vagas com carteira assinada, que significam a quantidade de empregos criados em todo o primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.”
Treinando para a campanha, quando prevalece o “bateu, levou”, Aécio Neves retrucou. Como faz sempre que Dilma vai a Minas, lembrou dezenas de projetos que teriam sido inviabilizados ou estariam atrasados por “desconsideração do governo federal para com os mineiros”. Mas rebateu especialmente a questão do emprego: “A presidente não pode ficar fazendo comparações descontextualizadas, que soam como um desvio intelectual. Se ela quer comparar, vamos falar de crescimento. No governo dela, bem como no de Lula, o Brasil cresceu menos que os vizinhos sul-americanos. No dela, a média até agora foi de 1,8%, e o da região vem sendo de 2,3%. Este ano, só não perderemos da Venezuela, que crescerá apenas 1%”, disse Aécio à coluna.
Lá em Pernambuco, preparando-se para voltar a circular pelo país, Eduardo Campos tomou partido na guerra fria que acabou não tendo desfecho ontem: a aprovação da execução obrigatória das emendas orçamentárias. “Se tem emenda parlamentar, que ela seja impositiva, para que não paire nessa relação qualquer tipo de dúvida sobre a posição tanto do Legislativo como do Executivo”, justificou. Pregou o “bom senso” para evitar que a disputa política piore o quadro econômico. “Para termos compromisso com as vozes que vieram das ruas, é preciso ter equilíbrio fiscal, responsabilidade, é preciso colocar os interesses do Brasil acima dos interesses partidários ou do posicionamentos de quem é governo ou oposição.” Retomou também o discurso anterior aos protestos, na linha do moço ajuizado.
Estamos a dois meses de uma esquina crucial do processo eleitoral, o prazo final para a para troca de partidos, no início de outubro. Ninguém vai agora congelar planos e movimentos eleitorais. Mas, com os protestos ainda ecoando, deviam todos moderar a excitação. Se vier uma segunda onda, o quadro pode ser novamente alterado, nunca se sabe em que sentido.
Medindo desgastes
O Instituto Sensus fez uma pesquisa para o PSDB, para conferir o estragos na avaliação de governantes e políticos. Concluída no dia 31 passado, o levantamento ouviu 1,5 mil pessoas em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, Dilma obteve 29% de avaliações positivas, 38% de regular e 31% de negativa. O governador tucano Geraldo Alckmin, 37% de avaliação positiva, 37% de regular e 20% de negativa. O mais desgastado seria o prefeito petista Fernando Haddad, com apenas 17% de nota positiva, contra 30% de regular e 45% de negativo.
Em Minas, para Dilma, 38% de positivo, 37% de regular e 21% de negativo. Para o governador Anastasia, 40% de positivo, 30% de regular e 12% de negativo. Bem na foto, o prefeito Marcio Lacerda: 50% de positivo, 20% de regular e 20% de negativo.
No Rio, Dilma aparece melhor que Cabral. Ela, com 23% de positivo, ele, com apenas 16%. Ela, com 41% de regular e 33% de negativo; ele, com 31% e 47%, respectivamente. O prefeito Eduardo Paes é que acompanha melhor Cabral na queda, ficando com apenas 19% de nota positiva.
A pesquisa mediu também intenções de voto, apenas em Minas. Em abril, pesquisa do mesmo instituto apontou 39,9% para Dilma e 35% para Aécio Neves. Agora ele é que teria 45%, contra 25% dela. Ele ganharia dela num eventual segundo turno, por 52% a 28%.
O meio político espera ansioso por uma pesquisa Datafolha no fim de semana.
Maus modos
Coisas assim é que envenenam a relação entre o governo e a base. Pelo rodízio acertado entre os líderes, a presidência da comissão mista da MP dos médicos caberia ao bloco PTB-PSC-PR, que indicou o senador e médico Eduardo Amorim (PSC-SE). Os governistas romperam o acordo e indicam o senador João Alberto (PMDB-MA).
Obrigado a torcer por Bezos - CLÓVIS ROSSI
FOLHA DE SP - 08/08
Que ele seja capaz de inventar como vender notícias on-line sem sacrificar princípios
Não conheço um só jornalista que não gostaria de trabalhar em um jornal capaz de derrubar o homem mais poderoso do mundo, o presidente dos Estados Unidos, no caso, Richard Nixon.
É fácil imaginar, por isso, o tremendo impacto da notícia de que o jornal que perpetrou tal façanha, o "Washington Post", fora vendido.
Minha primeira reação foi a de supor que se tratava de mais um grande passo no rumo tão alardeado do fim do jornal em papel. Afinal, só se vende uma marca tão importante se ela está à beira da falência. E, se até o "WP" pode falir, todas as demais publicações em papel também podem.
O "WP" podia não estar à beira da falência, mas vinha dando prejuízo há sete anos consecutivos. A família proprietária disse que o jornal poderia sobreviver mesmo que não fosse vendido, mas seria uma sobrevivência penosa.
A segunda reação foi tentar ligar o nome do comprador à sua atividade, para saber se não era um desses homens de negócio para quem notícias são meras commodities ou salsichas, sem alma ou história. No Brasil, os jornalistas temos amargas experiências com empresários assim, que levaram ao fechamento de publicações com alma e história.
Saber que o comprador se chama Jeff Bezos e é o dono da Amazon trouxe um segundo choque: como lembrou anteontem Carlos Eduardo Lins da Silva, ele é o homem que levou ao fechamento de incontáveis livrarias, incapazes de competir com o modelo da Amazon.
Fechou o círculo: a venda do "WP" mexe com duas paixões antigas, jornais em papel e frequentar as velhas e boas livrarias, elas também templos do papel.
Por isso mesmo, sou obrigado a torcer por Bezos, por mais má vontade que ele tenha despertado inicialmente em mim.
Explico: ninguém ainda inventou uma maneira de ganhar dinheiro com jornalismo on-line. Há vários ensaios, mais ou menos bem-sucedidos, mas nada que se equipare às fontes de ingresso com jornal-papel, por sua vez minguantes.
Essa é a crise existencial do jornalismo.
Ou, como prefere Emily Bell, em artigo no "Guardian", "as notícias não são mais a indústria que um dia foram e já nem sequer são uma indústria. São um bem cultural cujo formato e forma de entrega têm que ser reinventados para um conjunto diferentes de necessidades e capacidades do consumidor".
Muito bem. Bezos reinventou a venda de livros. Tem, então, credenciais para reinventar a venda de notícia. A julgar pelo pouco que disse sobre o tema, não será no papel, que ele crê que morrerá em duas décadas, mas em tablets e smartphones.
Por mais que tenha uma vida no papel (50 anos neste ano), estou preparado para o jornalismo em novos modos de entrega. O importante é preservar a qualidade, em qualquer meio.
Ou, voltando a Bell, a Bezos, vindo de um universo diferente, "lhe agradará estar em um mundo no qual o maior indicador de êxito é irritar, prejudicar ou, no melhor dos casos, derrubar um presidente e outros funcionários públicos?".
Essa é a pergunta-chave.
Que ele seja capaz de inventar como vender notícias on-line sem sacrificar princípios
Não conheço um só jornalista que não gostaria de trabalhar em um jornal capaz de derrubar o homem mais poderoso do mundo, o presidente dos Estados Unidos, no caso, Richard Nixon.
É fácil imaginar, por isso, o tremendo impacto da notícia de que o jornal que perpetrou tal façanha, o "Washington Post", fora vendido.
Minha primeira reação foi a de supor que se tratava de mais um grande passo no rumo tão alardeado do fim do jornal em papel. Afinal, só se vende uma marca tão importante se ela está à beira da falência. E, se até o "WP" pode falir, todas as demais publicações em papel também podem.
O "WP" podia não estar à beira da falência, mas vinha dando prejuízo há sete anos consecutivos. A família proprietária disse que o jornal poderia sobreviver mesmo que não fosse vendido, mas seria uma sobrevivência penosa.
A segunda reação foi tentar ligar o nome do comprador à sua atividade, para saber se não era um desses homens de negócio para quem notícias são meras commodities ou salsichas, sem alma ou história. No Brasil, os jornalistas temos amargas experiências com empresários assim, que levaram ao fechamento de publicações com alma e história.
Saber que o comprador se chama Jeff Bezos e é o dono da Amazon trouxe um segundo choque: como lembrou anteontem Carlos Eduardo Lins da Silva, ele é o homem que levou ao fechamento de incontáveis livrarias, incapazes de competir com o modelo da Amazon.
Fechou o círculo: a venda do "WP" mexe com duas paixões antigas, jornais em papel e frequentar as velhas e boas livrarias, elas também templos do papel.
Por isso mesmo, sou obrigado a torcer por Bezos, por mais má vontade que ele tenha despertado inicialmente em mim.
Explico: ninguém ainda inventou uma maneira de ganhar dinheiro com jornalismo on-line. Há vários ensaios, mais ou menos bem-sucedidos, mas nada que se equipare às fontes de ingresso com jornal-papel, por sua vez minguantes.
Essa é a crise existencial do jornalismo.
Ou, como prefere Emily Bell, em artigo no "Guardian", "as notícias não são mais a indústria que um dia foram e já nem sequer são uma indústria. São um bem cultural cujo formato e forma de entrega têm que ser reinventados para um conjunto diferentes de necessidades e capacidades do consumidor".
Muito bem. Bezos reinventou a venda de livros. Tem, então, credenciais para reinventar a venda de notícia. A julgar pelo pouco que disse sobre o tema, não será no papel, que ele crê que morrerá em duas décadas, mas em tablets e smartphones.
Por mais que tenha uma vida no papel (50 anos neste ano), estou preparado para o jornalismo em novos modos de entrega. O importante é preservar a qualidade, em qualquer meio.
Ou, voltando a Bell, a Bezos, vindo de um universo diferente, "lhe agradará estar em um mundo no qual o maior indicador de êxito é irritar, prejudicar ou, no melhor dos casos, derrubar um presidente e outros funcionários públicos?".
Essa é a pergunta-chave.
No final da fila - RAUL VELLOSO
ESTADÃO - 08/08
O grande drama da economia brasileira nos últimos tempos é o baixo crescimento dos investimentos. Investir expande a capacidade de produção do País, além de aumentar a produtividade, crucial para o crescimento do PIB. É só ver o progresso econômico chinês das últimas décadas. Em contraste, prevalece no Brasil o modelo de expansão do consumo, que não consegue mais puxar a carruagem sozinho.
Durante alguns anos, os investimentos subiram acima do PIB. Mas, da crise do subprime para cá, não crescem mais do que ele. Resultado: tendência de crescimento do PIB abaixo do desempenho recente e da média dos emergentes. Há excesso de interferência do governo em vários segmentos da economia, o que obviamente afugenta investidores. Mas tomemos o caso dos transportes, uma prioridade sobre a qual não há dúvida. Eles são parte do setor de serviços, um claro beneficiário do modelo pró-consumo - na ausência de concorrentes externos -, mas cuja expansão, por suas características próprias, depende fundamentalmente da ação governamental. Aqui, não se trata de muita interferência, mas de interferência inadequada.
O Brasil tem uma das piores situações no ranking de infraestrutura de transportes do mundo. Segundo o Fórum Econômico Mundial, é o 107.º pior entre 144 países. Do lado do governo, o problema é que o modelo político em vigor desde a Constituição de 1988 privilegia, na União, pagamentos a pessoas, em detrimento de investimentos. Tanto que, em 2012, os recursos para investimentos em transportes representaram só 1,3% do gasto total.
Diante da baixa disposição política para reformar o sistema de pagamentos a pessoas, projeta-se uma situação duplamente mais onerosa para os contribuintes nos próximos 40 anos. Seja porque o sistema é excessivamente concessivo, seja pelo rápido envelhecimento da população. Os gastos em saúde devem também crescer muito.
A hipótese da concessão de serviços públicos ao setor privado é a única saída à vista para os segmentos em que a rentabilidade é atrativa. Isso vem sendo tentado, mas enfrenta enorme resistência política. Sem falar na conhecida incapacidade de gestão do governo não só para executar obras, como para administrar concessões. Políticos relevantes se insurgem contra a cobrança por serviços públicos de baixa qualidade, mas não fazem nenhum esforço para ajustar a grande folha de pagamento que o governo administra. No fim, é a sociedade quem paga pelo baixo crescimento do PIB. O movimento em favor da emenda constitucional do "orçamento impositivo" no Congresso não passa de mera busca de um carimbo aplicado a uma cota mínima de gastos para cada parlamentar patrocinar, sem tocar na raiz do problema.
Quanto à indústria de transformação, fica cada vez mais clara a incompatibilidade da expansão de boa parte de seus componentes com o modelo de rápido crescimento do consumo. Por esse modelo, sobe também rapidamente a demanda por serviços e, em seguida, aumentam os salários no setor e os respectivos preços recebidos. Sem a mesma proteção natural - um mercado sem competidores - que os serviços têm em relação à competição externa, a indústria local cede gradualmente espaço às importações, à medida que sobe o custo unitário do trabalho (salários em dólares divididos pela produtividade da mão de obra), também pressionado pela tendência inevitável à apreciação cambial real, implícita no modelo pró-consumo. Assim crescem menos sua produção e os investimentos, a despeito da depreciação forçada do real de 2012 e do realinhamento cambial que ora se verifica no mundo.
Já os investimentos em commodities dependem dos preços externos e das condições locais da infraestrutura de transportes - caóticas, como se vê -, à espera, também, de uma mudança de comportamento do País em favor de sua melhoria. Portanto, interferência em excesso (incluindo a cara e excessiva proteção à indústria) e falta de prioridade para a infraestrutura são problemas-chave que deveriam ocupar as mentes governamentais.
O grande drama da economia brasileira nos últimos tempos é o baixo crescimento dos investimentos. Investir expande a capacidade de produção do País, além de aumentar a produtividade, crucial para o crescimento do PIB. É só ver o progresso econômico chinês das últimas décadas. Em contraste, prevalece no Brasil o modelo de expansão do consumo, que não consegue mais puxar a carruagem sozinho.
Durante alguns anos, os investimentos subiram acima do PIB. Mas, da crise do subprime para cá, não crescem mais do que ele. Resultado: tendência de crescimento do PIB abaixo do desempenho recente e da média dos emergentes. Há excesso de interferência do governo em vários segmentos da economia, o que obviamente afugenta investidores. Mas tomemos o caso dos transportes, uma prioridade sobre a qual não há dúvida. Eles são parte do setor de serviços, um claro beneficiário do modelo pró-consumo - na ausência de concorrentes externos -, mas cuja expansão, por suas características próprias, depende fundamentalmente da ação governamental. Aqui, não se trata de muita interferência, mas de interferência inadequada.
O Brasil tem uma das piores situações no ranking de infraestrutura de transportes do mundo. Segundo o Fórum Econômico Mundial, é o 107.º pior entre 144 países. Do lado do governo, o problema é que o modelo político em vigor desde a Constituição de 1988 privilegia, na União, pagamentos a pessoas, em detrimento de investimentos. Tanto que, em 2012, os recursos para investimentos em transportes representaram só 1,3% do gasto total.
Diante da baixa disposição política para reformar o sistema de pagamentos a pessoas, projeta-se uma situação duplamente mais onerosa para os contribuintes nos próximos 40 anos. Seja porque o sistema é excessivamente concessivo, seja pelo rápido envelhecimento da população. Os gastos em saúde devem também crescer muito.
A hipótese da concessão de serviços públicos ao setor privado é a única saída à vista para os segmentos em que a rentabilidade é atrativa. Isso vem sendo tentado, mas enfrenta enorme resistência política. Sem falar na conhecida incapacidade de gestão do governo não só para executar obras, como para administrar concessões. Políticos relevantes se insurgem contra a cobrança por serviços públicos de baixa qualidade, mas não fazem nenhum esforço para ajustar a grande folha de pagamento que o governo administra. No fim, é a sociedade quem paga pelo baixo crescimento do PIB. O movimento em favor da emenda constitucional do "orçamento impositivo" no Congresso não passa de mera busca de um carimbo aplicado a uma cota mínima de gastos para cada parlamentar patrocinar, sem tocar na raiz do problema.
Quanto à indústria de transformação, fica cada vez mais clara a incompatibilidade da expansão de boa parte de seus componentes com o modelo de rápido crescimento do consumo. Por esse modelo, sobe também rapidamente a demanda por serviços e, em seguida, aumentam os salários no setor e os respectivos preços recebidos. Sem a mesma proteção natural - um mercado sem competidores - que os serviços têm em relação à competição externa, a indústria local cede gradualmente espaço às importações, à medida que sobe o custo unitário do trabalho (salários em dólares divididos pela produtividade da mão de obra), também pressionado pela tendência inevitável à apreciação cambial real, implícita no modelo pró-consumo. Assim crescem menos sua produção e os investimentos, a despeito da depreciação forçada do real de 2012 e do realinhamento cambial que ora se verifica no mundo.
Já os investimentos em commodities dependem dos preços externos e das condições locais da infraestrutura de transportes - caóticas, como se vê -, à espera, também, de uma mudança de comportamento do País em favor de sua melhoria. Portanto, interferência em excesso (incluindo a cara e excessiva proteção à indústria) e falta de prioridade para a infraestrutura são problemas-chave que deveriam ocupar as mentes governamentais.
Piada Pronta! Bambis X Veados! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 08/08
E o negócio tá tão feio que até o vagão da linha vermelha tentou fugir dos trilhos, só pra não ser cúmplice
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Hilário esse jogo São Paulo X Kashima! Piada Pronta: Bambis X Veados.
Kashima quer dizer Ilha dos Veados. E o escudo é uma galhada.
Muita piada pronta: Bambis X Veados na Copa Suruba com gols do Osako.
Moral do jogo: da suruba, o São Paulo só levou Osako! Rarará!
O São Paulo foi pro Osako! Isso que eu chamo de excursão sadomasoquista!
E só não foi de 4 porque o Osako perdeu um pênalti. O confronto do século, uma pornocopa!
E pra completar, mais essa pornô: "Ganso leva cinco pontos na cabeça".
Mas justo na cabeça? Rarará! Porque eles não anteciparam a volta?!
E começou agosto! Esse agosto promete: mensalão petista versus tremsalão tucano.
UFC de agosto: mensalão X tremsalão! Escândalo do Metrô; o Metrô saiu R$ 1 bilhão mais caro e o Alckmin não percebeu? É assim que ele toma conta do nosso dinheiro?
E o negócio tá tão feio que até o vagão da linha vermelha tentou fugir dos trilhos, só pra não ser cúmplice de nada. Rarará!
E corre na internet uma fotomontagem da Dilma, que deve ser um recado pro Mantega: "Não me manda ficar calma porque você ainda não me viu nervosa".
Vimos, sim. Um pitbull de TPM. Rarará. Uma pittbúlgara!
E o Ceni é dono do São Paulo? É! Por usucapião.
O Rogério Senil defendeu o primeiro arremesso de tijolo na fundação do clube. O segundo, ele engoliu! Rarará!
O Ceni dá pitaco em tudo! E diz que agora o Ceni dá pitaco em tudo: escalação, figurino e maquiagem. Rarará!
E o Neymar, a lombriga anêmica, fez seu primeiro gol com a camisa do Barcelona!
É mole? É mole, mas sobe!
O Brasil é Lúdico! Olha o que essa empresa pintou no muro: "Anucios em Muros! Quer vender, anucia". Então se você quiser vender mais: anucia" numa empresa de "anucios" em muros! Rarará!
E essa placa na estrada em Luz, Minas: "Atenção! Trecho com alto Índice de acidentes. Apoio Funerária Las Pax". Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E o negócio tá tão feio que até o vagão da linha vermelha tentou fugir dos trilhos, só pra não ser cúmplice
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Hilário esse jogo São Paulo X Kashima! Piada Pronta: Bambis X Veados.
Kashima quer dizer Ilha dos Veados. E o escudo é uma galhada.
Muita piada pronta: Bambis X Veados na Copa Suruba com gols do Osako.
Moral do jogo: da suruba, o São Paulo só levou Osako! Rarará!
O São Paulo foi pro Osako! Isso que eu chamo de excursão sadomasoquista!
E só não foi de 4 porque o Osako perdeu um pênalti. O confronto do século, uma pornocopa!
E pra completar, mais essa pornô: "Ganso leva cinco pontos na cabeça".
Mas justo na cabeça? Rarará! Porque eles não anteciparam a volta?!
E começou agosto! Esse agosto promete: mensalão petista versus tremsalão tucano.
UFC de agosto: mensalão X tremsalão! Escândalo do Metrô; o Metrô saiu R$ 1 bilhão mais caro e o Alckmin não percebeu? É assim que ele toma conta do nosso dinheiro?
E o negócio tá tão feio que até o vagão da linha vermelha tentou fugir dos trilhos, só pra não ser cúmplice de nada. Rarará!
E corre na internet uma fotomontagem da Dilma, que deve ser um recado pro Mantega: "Não me manda ficar calma porque você ainda não me viu nervosa".
Vimos, sim. Um pitbull de TPM. Rarará. Uma pittbúlgara!
E o Ceni é dono do São Paulo? É! Por usucapião.
O Rogério Senil defendeu o primeiro arremesso de tijolo na fundação do clube. O segundo, ele engoliu! Rarará!
O Ceni dá pitaco em tudo! E diz que agora o Ceni dá pitaco em tudo: escalação, figurino e maquiagem. Rarará!
E o Neymar, a lombriga anêmica, fez seu primeiro gol com a camisa do Barcelona!
É mole? É mole, mas sobe!
O Brasil é Lúdico! Olha o que essa empresa pintou no muro: "Anucios em Muros! Quer vender, anucia". Então se você quiser vender mais: anucia" numa empresa de "anucios" em muros! Rarará!
E essa placa na estrada em Luz, Minas: "Atenção! Trecho com alto Índice de acidentes. Apoio Funerária Las Pax". Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Lóbi irresistível - LUIS FERNANDO VERISSIMO
O GLOBO - 08/08
Devo um pedido de desculpas à grande imprensa nacional. Me desculpe, grande imprensa nacional. Quando li a matéria da “IstoÉ” sobre o cartel consentido formado em São Paulo para a construção de linhas de trem e metrô sob sucessivos governos do PSDB e as suspeitas de um propinoduto favorecendo o partido, comentei com meus botões (que não responderam porque não falam com qualquer um): essa história vai para o mesmo pântano silencioso que já engoliu, sem deixar vestígios, a história do mensalão de Minas, precursor do mensalão do PT. E não é que eu estava enganado? A matéria vem repercutindo em toda a grande imprensa. Com variáveis graus de intensidade, é verdade, em relação ao tamanho do escândalo, mas repercutindo. Viva, pois, a nossa grande imprensa. Já se começava a desconfiar que o Brasil, onde inventam tanta novidade, tinha adotado, definitivamente, dois sistemas métricos diferentes.
A propósito, ou mais ou menos a propósito, li na revista “The Nation” que só a Associação de Banqueiros Americanos tem noventa e um lobistas em Washington defendendo os interesses dos bancos e lutando para revogar a regulamentação do setor aprovada no Congresso, recentemente. Isto sem falar em outras associações de banqueiros e nos próprios gigantes financeiros, como o Goldman Sachs (cinquenta e um lobistas) e o JP Morgan (sessenta lobistas). O cálculo é que existam seis lobistas do sistema financeiro para cada congressista americano. Os bancos querem derrotar a regulamentação e evitar as reformas para continuar as práticas, vizinhas do estelionato, que provocaram a grande crise de 2008 e continuam a lhes dar lucros obscenos enquanto o resto da economia derrapa. O lóbi é uma atividade legítima, ou ao menos uma deformação legitimada pelo uso. A questão é saber quando a presença de mil e tantos lobistas em torno de um Congresso deixa de ser uma pressão e se transforma num cerco. E como se pode falar em democracia representativa quando o poder do voto é substituído pelo poder de persuasão de seis lobistas, três em cada ouvido, prometendo presentinhos para a patroa?
O que tudo isso tem a ver com o cartel em São Paulo? Nada, a não ser que, talvez, sirva de consolo para quem sucumbiu ao encanto de muito dinheiro, levado pelo lóbi mais irresistível que existe, o da cobiça. Mesmo sendo daquele tipo de pessoa sobre o qual não se pode dizer que também é corrupto sem ouvir um “Quem diria...”
Devo um pedido de desculpas à grande imprensa nacional. Me desculpe, grande imprensa nacional. Quando li a matéria da “IstoÉ” sobre o cartel consentido formado em São Paulo para a construção de linhas de trem e metrô sob sucessivos governos do PSDB e as suspeitas de um propinoduto favorecendo o partido, comentei com meus botões (que não responderam porque não falam com qualquer um): essa história vai para o mesmo pântano silencioso que já engoliu, sem deixar vestígios, a história do mensalão de Minas, precursor do mensalão do PT. E não é que eu estava enganado? A matéria vem repercutindo em toda a grande imprensa. Com variáveis graus de intensidade, é verdade, em relação ao tamanho do escândalo, mas repercutindo. Viva, pois, a nossa grande imprensa. Já se começava a desconfiar que o Brasil, onde inventam tanta novidade, tinha adotado, definitivamente, dois sistemas métricos diferentes.
A propósito, ou mais ou menos a propósito, li na revista “The Nation” que só a Associação de Banqueiros Americanos tem noventa e um lobistas em Washington defendendo os interesses dos bancos e lutando para revogar a regulamentação do setor aprovada no Congresso, recentemente. Isto sem falar em outras associações de banqueiros e nos próprios gigantes financeiros, como o Goldman Sachs (cinquenta e um lobistas) e o JP Morgan (sessenta lobistas). O cálculo é que existam seis lobistas do sistema financeiro para cada congressista americano. Os bancos querem derrotar a regulamentação e evitar as reformas para continuar as práticas, vizinhas do estelionato, que provocaram a grande crise de 2008 e continuam a lhes dar lucros obscenos enquanto o resto da economia derrapa. O lóbi é uma atividade legítima, ou ao menos uma deformação legitimada pelo uso. A questão é saber quando a presença de mil e tantos lobistas em torno de um Congresso deixa de ser uma pressão e se transforma num cerco. E como se pode falar em democracia representativa quando o poder do voto é substituído pelo poder de persuasão de seis lobistas, três em cada ouvido, prometendo presentinhos para a patroa?
O que tudo isso tem a ver com o cartel em São Paulo? Nada, a não ser que, talvez, sirva de consolo para quem sucumbiu ao encanto de muito dinheiro, levado pelo lóbi mais irresistível que existe, o da cobiça. Mesmo sendo daquele tipo de pessoa sobre o qual não se pode dizer que também é corrupto sem ouvir um “Quem diria...”
MUY AMIGOS - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 08/08
A espionagem do governo americano não deve fazer parte da conversa que Dilma Rousseff terá com Barack Obama, em outubro. A ideia do governo dos EUA, e também do brasileiro, é equacionar a questão antes da viagem da presidente a Washington.
É PARA JÁ
O governo americano propôs duas reuniões de alto nível ainda este mês para discutir o tema. "Não é meu objetivo adiar essa discussão [até outubro]", afirmou a presidente Dilma à Folha.
BALANÇA
A presidente diz acreditar ser necessário "encontrar um equilíbrio". "Sou a favor de combate ao terrorismo, tráfico de drogas e armamentos, lavagem de dinheiro. Agora, isso não é justificativa para nós quebrarmos direitos civis, direitos individuais, nem afetar a soberania dos países. Tem de ter explicação [para a espionagem] e mudança de padrão."
TE CUIDA, AÉCIO
Emissários de José Serra (PSDB-SP) procuraram o Ibope e pediram que o nome dele fosse incluído nas próximas pesquisas eleitorais à Presidência da República. Deixaram claro: ele será candidato em 2014.
MAIS UM
Diante da movimentação explícita de Serra, o Ibope deve colocar o nome do tucano nas próximas sondagens.
COITADO DE MIM
Já em ritmo de campanha, em que as paranoias afloram entre os pré-candidatos, Serra deu a amigos explicação para o fato de até agora não ter sido incluído em sondagens: "Perseguição".
LIVRO ABERTO
Depoimentos de Dilma Rousseff relatando torturas na ditadura e processos em que foi ré poderão ser vistos na internet por qualquer pessoa a partir de amanhã. Os documentos fazem parte do site Brasil Nunca Mais Digital, que reúne 850 mil páginas de pesquisa feita pela Igreja Católica nos anos 80.
LIVRO ABERTO 2
Também há informações de militantes como Carlos Araújo, Frei Betto, José Dirceu, Aloysio Nunes Ferreira, José Genoino e Fernando Pimentel. Iniciativa do Ministério Público Federal e outros órgãos, o projeto vai auxiliar pesquisadores e a Comissão Nacional da Verdade.
EU VOLTEI
Depois de passar um ano em Miami, nos EUA, Zilu Camargo desembarcou de mala e cuia no Brasil anteontem. Embora tenha anunciado a separação de Zezé di Camargo, há um ano, os dois voltaram a dividir o mesmo teto em Alphaville, em SP.
CATCHUP
A apresentadora Ana Maria Braga, que usou um colar de tomates em seu programa na TV Globo quando o preço do produto explodiu, diz que agora fará um outro, "de três voltas", para anunciar que ele despencou. "Vou dizer: gente, tá baratinho o tomate'. Caiu bem mesmo", afirma ela. "Já fizemos até reportagem sobre isso."
CATCHUP 2
Alvo de piadas nas redes sociais, a apresentadora leva na esportiva. "Disseram que eu causei a inflação do tomate. Mas não fui eu que fiz aquilo, o preço estava alto mesmo." Ana Maria Braga afirma que, apesar da baixa, "o otimismo ainda não voltou, nem a confiança de que a inflação está controlada. Por mais que esteja".
INSTANTE DECISIVO
O Masp abre no dia 16 exposição inédita com fotos da coleção Pirelli. A primeira "FotoBienalMasp" terá artistas do Brasil e de outros oito países.
A PELE QUE HABITO
Daniela Mercury está em cartaz com o show "Pelada", no Sesc Pinheiros, até amanhã. Noiva da cantora, a jornalista Malu Verçosa compareceu à estreia da temporada, anteontem. O músico Gabriel Póvoas, que toca no espetáculo, e a bailarina Giovana Póvoas, filhos de Daniela, cumprimentaram a mãe no camarim após a apresentação.
ARTE SIMULTÂNEA
Tomie Ohtake abriu a exposição "Influxo das Formas", anteontem, no instituto que leva seu nome. Os arquitetos Ruy e Ricardo Ohtake, filhos dela, estiveram no local, onde foram inauguradas também mostras de Hugo França e de José Bechara. A publicitária Carolina Pasinato, os fotógrafos Ricardo Caracas e Thomas Baccaro e a empresária Jessica Kherlakian estiveram por lá.
VELHA INFÂNCIA
O escritor e colunista da Folha Ferreira Gullar fez sessão de autógrafos de seu novo livro, "A Menina Cláudia e o Rinoceronte", anteontem, na Livraria da Vila em Pinheiros. A consultora de recursos humanos Flavia Carvalho foi ao evento.
CURTO-CIRCUITO
A grife P&H Parresh lançam coleção com desfile na loja da rua Suzano, nos Jardins, hoje, às 16h.
Doris Bicudo autografa hoje o livro "Um Olhar sobre Elas", às 19h, no Cartel 011, em Pinheiros.
A Galeria Bergamin será inaugurada hoje, às 19h, na Oscar Freire, nos Jardins.
Paulo Skaf, da Fiesp, recebe hoje do presidente do Tribunal de Justiça de SP, Ivan Sartori, o Colar do Mérito Judiciário.
Luiz Calainho lança hoje "Reinventando a Si Mesmo", na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, às 18h.
Para a ópera "Aida", que estreia amanhã no Theatro Municipal de SP, a figurinista Simona Morresi criou 270 trajes.
É PARA JÁ
O governo americano propôs duas reuniões de alto nível ainda este mês para discutir o tema. "Não é meu objetivo adiar essa discussão [até outubro]", afirmou a presidente Dilma à Folha.
BALANÇA
A presidente diz acreditar ser necessário "encontrar um equilíbrio". "Sou a favor de combate ao terrorismo, tráfico de drogas e armamentos, lavagem de dinheiro. Agora, isso não é justificativa para nós quebrarmos direitos civis, direitos individuais, nem afetar a soberania dos países. Tem de ter explicação [para a espionagem] e mudança de padrão."
TE CUIDA, AÉCIO
Emissários de José Serra (PSDB-SP) procuraram o Ibope e pediram que o nome dele fosse incluído nas próximas pesquisas eleitorais à Presidência da República. Deixaram claro: ele será candidato em 2014.
MAIS UM
Diante da movimentação explícita de Serra, o Ibope deve colocar o nome do tucano nas próximas sondagens.
COITADO DE MIM
Já em ritmo de campanha, em que as paranoias afloram entre os pré-candidatos, Serra deu a amigos explicação para o fato de até agora não ter sido incluído em sondagens: "Perseguição".
LIVRO ABERTO
Depoimentos de Dilma Rousseff relatando torturas na ditadura e processos em que foi ré poderão ser vistos na internet por qualquer pessoa a partir de amanhã. Os documentos fazem parte do site Brasil Nunca Mais Digital, que reúne 850 mil páginas de pesquisa feita pela Igreja Católica nos anos 80.
LIVRO ABERTO 2
Também há informações de militantes como Carlos Araújo, Frei Betto, José Dirceu, Aloysio Nunes Ferreira, José Genoino e Fernando Pimentel. Iniciativa do Ministério Público Federal e outros órgãos, o projeto vai auxiliar pesquisadores e a Comissão Nacional da Verdade.
EU VOLTEI
Depois de passar um ano em Miami, nos EUA, Zilu Camargo desembarcou de mala e cuia no Brasil anteontem. Embora tenha anunciado a separação de Zezé di Camargo, há um ano, os dois voltaram a dividir o mesmo teto em Alphaville, em SP.
CATCHUP
A apresentadora Ana Maria Braga, que usou um colar de tomates em seu programa na TV Globo quando o preço do produto explodiu, diz que agora fará um outro, "de três voltas", para anunciar que ele despencou. "Vou dizer: gente, tá baratinho o tomate'. Caiu bem mesmo", afirma ela. "Já fizemos até reportagem sobre isso."
CATCHUP 2
Alvo de piadas nas redes sociais, a apresentadora leva na esportiva. "Disseram que eu causei a inflação do tomate. Mas não fui eu que fiz aquilo, o preço estava alto mesmo." Ana Maria Braga afirma que, apesar da baixa, "o otimismo ainda não voltou, nem a confiança de que a inflação está controlada. Por mais que esteja".
INSTANTE DECISIVO
O Masp abre no dia 16 exposição inédita com fotos da coleção Pirelli. A primeira "FotoBienalMasp" terá artistas do Brasil e de outros oito países.
A PELE QUE HABITO
Daniela Mercury está em cartaz com o show "Pelada", no Sesc Pinheiros, até amanhã. Noiva da cantora, a jornalista Malu Verçosa compareceu à estreia da temporada, anteontem. O músico Gabriel Póvoas, que toca no espetáculo, e a bailarina Giovana Póvoas, filhos de Daniela, cumprimentaram a mãe no camarim após a apresentação.
ARTE SIMULTÂNEA
Tomie Ohtake abriu a exposição "Influxo das Formas", anteontem, no instituto que leva seu nome. Os arquitetos Ruy e Ricardo Ohtake, filhos dela, estiveram no local, onde foram inauguradas também mostras de Hugo França e de José Bechara. A publicitária Carolina Pasinato, os fotógrafos Ricardo Caracas e Thomas Baccaro e a empresária Jessica Kherlakian estiveram por lá.
VELHA INFÂNCIA
O escritor e colunista da Folha Ferreira Gullar fez sessão de autógrafos de seu novo livro, "A Menina Cláudia e o Rinoceronte", anteontem, na Livraria da Vila em Pinheiros. A consultora de recursos humanos Flavia Carvalho foi ao evento.
CURTO-CIRCUITO
A grife P&H Parresh lançam coleção com desfile na loja da rua Suzano, nos Jardins, hoje, às 16h.
Doris Bicudo autografa hoje o livro "Um Olhar sobre Elas", às 19h, no Cartel 011, em Pinheiros.
A Galeria Bergamin será inaugurada hoje, às 19h, na Oscar Freire, nos Jardins.
Paulo Skaf, da Fiesp, recebe hoje do presidente do Tribunal de Justiça de SP, Ivan Sartori, o Colar do Mérito Judiciário.
Luiz Calainho lança hoje "Reinventando a Si Mesmo", na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, às 18h.
Para a ópera "Aida", que estreia amanhã no Theatro Municipal de SP, a figurinista Simona Morresi criou 270 trajes.
Novos tempos - ILIMAR FRANCO
GLOBO - 08/08
Pressionado pelas ruas, o Senado vai dar um basta em mais uma mamata. A Mesa da Casa, presidida por Renan Calheiros (PMDB), definiu ontem que vai extinguir o ressarcimento de despesas médicas de ex-senadores e seus familiares. São 216 pessoas beneficiárias da mordomia. Em 2012, as despesas médicas foram de R$ 3,8 milhões, incluídas as feitas por ex-senadores.
Eduardo Campos, o PSDB e o PT
O orçamento impositivo já é uma realidade em Pernambuco. A Assembleia local aprovou projeto do governador Eduardo Campos (PSB), que segundo seu presidente, Guilherme Uchoa (PDT), "é um exemplo de democracia para o Brasil". Na terça-feira, projeto do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), instituindo o orçamento impositivo, em nível federal, irá a voto. O debate é antigo. Só mudaram as posições. No governo FH, os tucanos eram contra. No governo Dilma, o PT ficou contra. Os tecnocratas de plantão, e os grandes lobistas, sempre foram contra. Os defensores da medida alegam que parlamentares e governos foram eleitos para representar o povo.
"Temos que acabar com esse toma lá , dá cá. Quem é contra quer manter o sistema atual, que premia os aliados e pune a oposição "
Henrique Alves
Presidente da Câmara (PMDB-RN), sobre o orçamento impositivo
Me dê motivo
Contrário ao orçamento impositivo, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), alega nos bastidores: "Por que abrir para a oposição? Por que compartilhar a liberação das emendas?". Ele quer privilegiar os aliados no pagamento das emendas.
O dilema
Será que vai ter investidor para tudo? A pergunta está sendo feita no governo devido às concessões de aeroportos e da licitação do trem-bala, programados para o segundo semestre. Hoje, a presidente Dilma recebe o ministro César Borges (Transportes), que está pilotando o processo que, na expectativa do governo, vai reanimar a economia brasileira.
Elas vêm chegando
A despeito das críticas quanto ao excesso de regulação e à redução da margem de lucro, em debate na Câmara, as grandes companhias de petróleo do mundo devem participar do leilão do campo de petróleo de Libra, no pré-sal brasileiro.
Os tucanos e o inchaço da máquina
No Congresso, os tucanos se esfalfam defendendo a redução da máquina pública. Já o seu instituto de altos estudos, o Teotônio Vilela, não reza pela mesma cartilha. Ontem, ele apresentou sua "receita" para preencher as 15.460 vagas previstas no Mais Médicos: "estruturar uma carreira de Estado para médicos e profissionais de Saúde". Os governos do PSDB vão adotar a fórmula?
Os brasileiros cubanos
O governo tem informações de que uma parcela dos médicos estrangeiros inscritos no Mais Médicos é de brasileiros formados em Cuba. A vinda de médicos cubanos mesmo ainda depende da assinatura de um acordo bilateral Brasil-Cuba.
Soltando foguete
Depois do arrocho da presidente Dilma, o ministro Gastão Vieira (Turismo) está comemorando. Sua pasta já empenhou 91,8% dos R$ 163,1 milhões destinados a investimentos em obras e programas em estados e municípios.
O deputado Alexandre Silveira (MG) está para deixar o PSD. Aecista, alega que não concorda com o apoio do partido ao governo Dilma.
Eduardo Campos, o PSDB e o PT
O orçamento impositivo já é uma realidade em Pernambuco. A Assembleia local aprovou projeto do governador Eduardo Campos (PSB), que segundo seu presidente, Guilherme Uchoa (PDT), "é um exemplo de democracia para o Brasil". Na terça-feira, projeto do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), instituindo o orçamento impositivo, em nível federal, irá a voto. O debate é antigo. Só mudaram as posições. No governo FH, os tucanos eram contra. No governo Dilma, o PT ficou contra. Os tecnocratas de plantão, e os grandes lobistas, sempre foram contra. Os defensores da medida alegam que parlamentares e governos foram eleitos para representar o povo.
"Temos que acabar com esse toma lá , dá cá. Quem é contra quer manter o sistema atual, que premia os aliados e pune a oposição "
Henrique Alves
Presidente da Câmara (PMDB-RN), sobre o orçamento impositivo
Me dê motivo
Contrário ao orçamento impositivo, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), alega nos bastidores: "Por que abrir para a oposição? Por que compartilhar a liberação das emendas?". Ele quer privilegiar os aliados no pagamento das emendas.
O dilema
Será que vai ter investidor para tudo? A pergunta está sendo feita no governo devido às concessões de aeroportos e da licitação do trem-bala, programados para o segundo semestre. Hoje, a presidente Dilma recebe o ministro César Borges (Transportes), que está pilotando o processo que, na expectativa do governo, vai reanimar a economia brasileira.
Elas vêm chegando
A despeito das críticas quanto ao excesso de regulação e à redução da margem de lucro, em debate na Câmara, as grandes companhias de petróleo do mundo devem participar do leilão do campo de petróleo de Libra, no pré-sal brasileiro.
Os tucanos e o inchaço da máquina
No Congresso, os tucanos se esfalfam defendendo a redução da máquina pública. Já o seu instituto de altos estudos, o Teotônio Vilela, não reza pela mesma cartilha. Ontem, ele apresentou sua "receita" para preencher as 15.460 vagas previstas no Mais Médicos: "estruturar uma carreira de Estado para médicos e profissionais de Saúde". Os governos do PSDB vão adotar a fórmula?
Os brasileiros cubanos
O governo tem informações de que uma parcela dos médicos estrangeiros inscritos no Mais Médicos é de brasileiros formados em Cuba. A vinda de médicos cubanos mesmo ainda depende da assinatura de um acordo bilateral Brasil-Cuba.
Soltando foguete
Depois do arrocho da presidente Dilma, o ministro Gastão Vieira (Turismo) está comemorando. Sua pasta já empenhou 91,8% dos R$ 163,1 milhões destinados a investimentos em obras e programas em estados e municípios.
O deputado Alexandre Silveira (MG) está para deixar o PSD. Aecista, alega que não concorda com o apoio do partido ao governo Dilma.
Gol contra - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 08/08
Em meio ao cabo de guerra entre Planalto e Câmara em torno do Orçamento impositivo, o governo irritou ontem deputados da base aliada ao liberar emendas com valores diferentes. Enquanto alguns parlamentares receberam os R$ 3 milhões acertados previamente, outros foram contemplados com R$ 1 milhão. Aliados reclamavam que, ao invés de melhorar a relação, o Planalto apenas impulsionou a votação da proposta polêmica, que volta à pauta na semana que vem.
Zona... Geraldo Alckmin (PSDB) vai priorizar compromissos no interior do Estado enquanto estiver quente o noticiário com denúncias de formação de cartel em licitações de trem e metrô. Quer reduzir declarações sobre o caso e evitar associação de seu nome com as investigações.
... de conforto Longe da capital o tucano tem maiores índices de popularidade e não há projetos do governo para transporte sobre trilhos.
Gordura 1 Na tentativa de reduzir o custo da licitação de ônibus de São Paulo, a prefeitura vai se debruçar sobre aditivos criados na gestão Marta Suplicy (PT) e retomados por Gilberto Kassab (PSD) que aumentam a remuneração das empresas que renovarem suas frotas.
Gordura 2 A administração Fernando Haddad (PT) estima que esse bônus custe ao município R$ 600 milhões por ano, o que representaria um peso de R$ 0,40 sobre as tarifas.
Gaúcha? Pesquisa Sensus feita para o PSDB mostra Dilma empatada tecnicamente com Marina Silva em segundo lugar em Belo Horizonte, sua cidade natal. Aécio Neves tem 46,8%; Marina, 16%, e a presidente, 15,2%. Em Minas, o tucano tem 45%; Dilma, 25,9%, e Marina, 13%.
Mineiro Já Aécio tem largada tímida em São Paulo, Estado governado pelo PSDB há 19 anos. Aparece com 16,1%, atrás de Dilma (25,6%) e Marina (22,8%).
Ela é carioca A ex-senadora lidera as intenções de voto no Rio, onde já teve bom desempenho em 2010. Lá, Marina tem 28,5%, contra 23,2% da presidente e 13,1% de Aécio. Eduardo Campos (PSB) oscila de 2,3% a 3,5% nos três Estados pesquisados.
Novo lance 1 O Ministério Público recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça de 2011 que invalidou todas as provas da Operação Castelo de Areia.
Novo lance 2 A investigação, deflagrada em 2009, envolve políticos e construtoras suspeitos de participar de um esquema de crimes financeiros e desvio de verbas públicas. O ministro Luís Roberto Barroso deve ser designado para analisar o pedido.
Apito O Ministério Público Federal no Amazonas instaurou inquérito civil público para investigar ações do governo do Estado na oferta de roteiros turísticos explorando comunidades indígenas como parte da programação a ser oferecida a visitantes no período da Copa de 2014.
Recordar... Integrantes do Judiciário ficaram surpresos com a notícia de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) assinou convênio para ceder informações de eleitores ao Serasa.
... é viver Eles lembram que o tribunal rejeitou um acordo para repassar dados à Polícia Federal em 2010.
Visitas à Folha Renato Pereira, antropólogo e publicitário, visitou ontem a Folha.
Soraya Smaili, reitora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), visitou ontem a Folha. Estava com Renato Conte e Lucia Caetano, assessores de comunicação.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"Sob risco de perder seus aliados no governo, Dilma adotou uma fase paz e amor': para agradar, vale tudo, até reverenciar ET."
DO SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM-RN), sobre a entrevista que a presidente concedeu a rádios mineiras, em que disse ter "respeito" pelo ET de Varginha.
contraponto
Menu degustação
Em junho, o ministro Guido Mantega (Fazenda) participou de uma sessão da Comissão de Finanças da Câmara e tentou convencer os deputados da oposição que a inflação estava "sob controle".
--Basta ver o preço do tomatinho, da carne e dos demais produtos -- afirmou o ministro.
--Tomate-cereja, não -- disse Rodrigo Maia (DEM-RJ).
--Tomate-cereja eu não sei... -- disse Mantega, rindo.
Vanderlei Macris (PSDB-SP) fez piada:
--Tomate-cereja e champanhe não fazem parte da cesta básica, deputado Rodrigo Maia!
Em meio ao cabo de guerra entre Planalto e Câmara em torno do Orçamento impositivo, o governo irritou ontem deputados da base aliada ao liberar emendas com valores diferentes. Enquanto alguns parlamentares receberam os R$ 3 milhões acertados previamente, outros foram contemplados com R$ 1 milhão. Aliados reclamavam que, ao invés de melhorar a relação, o Planalto apenas impulsionou a votação da proposta polêmica, que volta à pauta na semana que vem.
Zona... Geraldo Alckmin (PSDB) vai priorizar compromissos no interior do Estado enquanto estiver quente o noticiário com denúncias de formação de cartel em licitações de trem e metrô. Quer reduzir declarações sobre o caso e evitar associação de seu nome com as investigações.
... de conforto Longe da capital o tucano tem maiores índices de popularidade e não há projetos do governo para transporte sobre trilhos.
Gordura 1 Na tentativa de reduzir o custo da licitação de ônibus de São Paulo, a prefeitura vai se debruçar sobre aditivos criados na gestão Marta Suplicy (PT) e retomados por Gilberto Kassab (PSD) que aumentam a remuneração das empresas que renovarem suas frotas.
Gordura 2 A administração Fernando Haddad (PT) estima que esse bônus custe ao município R$ 600 milhões por ano, o que representaria um peso de R$ 0,40 sobre as tarifas.
Gaúcha? Pesquisa Sensus feita para o PSDB mostra Dilma empatada tecnicamente com Marina Silva em segundo lugar em Belo Horizonte, sua cidade natal. Aécio Neves tem 46,8%; Marina, 16%, e a presidente, 15,2%. Em Minas, o tucano tem 45%; Dilma, 25,9%, e Marina, 13%.
Mineiro Já Aécio tem largada tímida em São Paulo, Estado governado pelo PSDB há 19 anos. Aparece com 16,1%, atrás de Dilma (25,6%) e Marina (22,8%).
Ela é carioca A ex-senadora lidera as intenções de voto no Rio, onde já teve bom desempenho em 2010. Lá, Marina tem 28,5%, contra 23,2% da presidente e 13,1% de Aécio. Eduardo Campos (PSB) oscila de 2,3% a 3,5% nos três Estados pesquisados.
Novo lance 1 O Ministério Público recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça de 2011 que invalidou todas as provas da Operação Castelo de Areia.
Novo lance 2 A investigação, deflagrada em 2009, envolve políticos e construtoras suspeitos de participar de um esquema de crimes financeiros e desvio de verbas públicas. O ministro Luís Roberto Barroso deve ser designado para analisar o pedido.
Apito O Ministério Público Federal no Amazonas instaurou inquérito civil público para investigar ações do governo do Estado na oferta de roteiros turísticos explorando comunidades indígenas como parte da programação a ser oferecida a visitantes no período da Copa de 2014.
Recordar... Integrantes do Judiciário ficaram surpresos com a notícia de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) assinou convênio para ceder informações de eleitores ao Serasa.
... é viver Eles lembram que o tribunal rejeitou um acordo para repassar dados à Polícia Federal em 2010.
Visitas à Folha Renato Pereira, antropólogo e publicitário, visitou ontem a Folha.
Soraya Smaili, reitora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), visitou ontem a Folha. Estava com Renato Conte e Lucia Caetano, assessores de comunicação.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"Sob risco de perder seus aliados no governo, Dilma adotou uma fase paz e amor': para agradar, vale tudo, até reverenciar ET."
DO SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM-RN), sobre a entrevista que a presidente concedeu a rádios mineiras, em que disse ter "respeito" pelo ET de Varginha.
contraponto
Menu degustação
Em junho, o ministro Guido Mantega (Fazenda) participou de uma sessão da Comissão de Finanças da Câmara e tentou convencer os deputados da oposição que a inflação estava "sob controle".
--Basta ver o preço do tomatinho, da carne e dos demais produtos -- afirmou o ministro.
--Tomate-cereja, não -- disse Rodrigo Maia (DEM-RJ).
--Tomate-cereja eu não sei... -- disse Mantega, rindo.
Vanderlei Macris (PSDB-SP) fez piada:
--Tomate-cereja e champanhe não fazem parte da cesta básica, deputado Rodrigo Maia!
A volta do otimismo - LUIZ CARLOS AZEDO
CORREIO BRAZILIENSE - 08/08
A divulgação, pelo IBGE, do IPCA de julho, o índice oficial de inflação, foi muito comemorada ontem pela presidente Dilma Rousseff e seus assessores: a variação é de praticamente zero, com elevação registrada de apenas 0,03%, a menor, desde julho de 2010. E o preço da cesta básica teve a menor variação, desde 2007, com redução do custo dos alimentos em 18 capitais. Confirmaram-se, assim, as previsões do ministro da Fazenda, Guido Mantega, cuja demissão chegou a ser sugerida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A virada na curva da inflação é vista por estrategistas do governo como o momento de recuperação da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas de opinião e, também, como um fator de otimismo entre os empresários, em uma hora decisiva para o governo. É que os leilões de petróleo, ferrovias, estradas, portos e aeroportos, previstos para este segundo semestre, são outra aposta do governo para melhorar o desempenho geral da economia.
O resultado da inflação também ajuda o governo no Congresso, onde a sua base faz mais estragos do que a oposição. Ontem, a Câmara aprovou o projeto de orçamento impositivo, e nada indica que o Senado vá agir de outra forma. A bancada do PT, que ficou isolada, torcia para que a presidente Dilma aceitasse as emendas sugeridas pelo deputado Ricardo Berzoine (PT-SP), mitigando o texto do orçamento impositivo, e assim ficasse mais palatável.
Influentes Os três senadores do Distrito Federal — Cristovam Buarque (PDT), Gim Argello (PTB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) — estão na lista dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, em 2013. O levantamento é feito anualmente pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conceitua os parlamentares como os “cabeças” do Congresso.
Tem disputa
O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal (foto), avisou ontem que pretende disputar a vaga de candidato ao Senado, pelo PSDB de São Paulo. “Não tem essa de que a vaga está garantida para o José Serra”, disse. Aníbal e o ex-governador são velhos desafetos.
Protesto a favor
Objetivamente falando, o governo recebeu uma mãozinha do Movimento Passe Livre para trazer a inflação para baixo do teto da meta, de 6,5%. A suspensão dos aumentos nas passagens de ônibus, em todo o país, teve grande impacto no índice de preços.
Reforma
A pesquisa do Ibope divulgada ontem pelo presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado, também está sendo comemorada no Palácio do Planalto. Revela que 85% dos entrevistados são favoráveis à reforma política, e que 92% são a favor de projeto de lei por iniciativa popular.
Fundos
A senadora Ana Amélia (PP-RS) confirmou o comparecimento ao Senado do diretor da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), João Maria Rabelo, no próximo dia 20. Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Rabelo deve prestar informações sobre a atual fiscalização dos fundos brasileiros de pensão, principalmente, depois da publicação de dados sobre a queda de rentabilidade desses fundos. Os senadores querem detalhes sobre os prejuízos causados aos fundo de pensão do Banco do Brasil (Previ) e dos Correios (Portalis), com a compra de ações do Grupo EBX, do empresário Eike Batista.
Na ofensiva
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto) está na ofensiva contra os tucanos paulistas, que enfrentam denúncias de envolvimento no escândalo do metrô. Amanhã, ele vai ao encontro do PT em Bauru, no qual 500 delegados vão decidir a estratégia da legenda para as eleições de 2014.
Prejuízos
Em 2012, os recursos dos funcionários do BB com as ações do Grupo EBX somavam R$ 15 milhões. Hoje, não passam de R$ 300 mil O fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, terceiro maior do país, com 130 mil participantes, já acumula perdas de quase R$ 1 bilhão
Médicos
A atuação de oficiais médicos das Forças Armadas na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), proposta pela presidente Dilma Rousseff, está nas mãos do Congresso. A PEC do senador licenciado Marcelo Crivella, hoje ministro da Pesca, que trata da atuação de médicos militares na rede pública de saúde, depende apenas de sua inclusão na pauta para ser votada.
Álcool/ A Comissão Mista destinada a examinar a Medida Provisória 613/2013, que incentiva a venda de álcool e insumos químicos, e beneficia diretamente a cadeia produtiva desses setores, decidiu marcar para a próxima terça-feira a votação do relatório final do senador Walter Pinheiro (PT/BA), que instrui a matéria.
Às aulas/ O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Ophir Cavalcante e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carrero, estão entre os 545 inscritos no curso sobre Improbidade Administrativa para não-magistrados, da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). A capacitação, que visa o cumprimento da Meta 18 do Judiciário (zerar o estoque de ações de improbidade distribuídas até 2011), começa na segunda-feira.
A virada na curva da inflação é vista por estrategistas do governo como o momento de recuperação da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas de opinião e, também, como um fator de otimismo entre os empresários, em uma hora decisiva para o governo. É que os leilões de petróleo, ferrovias, estradas, portos e aeroportos, previstos para este segundo semestre, são outra aposta do governo para melhorar o desempenho geral da economia.
O resultado da inflação também ajuda o governo no Congresso, onde a sua base faz mais estragos do que a oposição. Ontem, a Câmara aprovou o projeto de orçamento impositivo, e nada indica que o Senado vá agir de outra forma. A bancada do PT, que ficou isolada, torcia para que a presidente Dilma aceitasse as emendas sugeridas pelo deputado Ricardo Berzoine (PT-SP), mitigando o texto do orçamento impositivo, e assim ficasse mais palatável.
Influentes Os três senadores do Distrito Federal — Cristovam Buarque (PDT), Gim Argello (PTB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) — estão na lista dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, em 2013. O levantamento é feito anualmente pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conceitua os parlamentares como os “cabeças” do Congresso.
Tem disputa
O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal (foto), avisou ontem que pretende disputar a vaga de candidato ao Senado, pelo PSDB de São Paulo. “Não tem essa de que a vaga está garantida para o José Serra”, disse. Aníbal e o ex-governador são velhos desafetos.
Protesto a favor
Objetivamente falando, o governo recebeu uma mãozinha do Movimento Passe Livre para trazer a inflação para baixo do teto da meta, de 6,5%. A suspensão dos aumentos nas passagens de ônibus, em todo o país, teve grande impacto no índice de preços.
Reforma
A pesquisa do Ibope divulgada ontem pelo presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado, também está sendo comemorada no Palácio do Planalto. Revela que 85% dos entrevistados são favoráveis à reforma política, e que 92% são a favor de projeto de lei por iniciativa popular.
Fundos
A senadora Ana Amélia (PP-RS) confirmou o comparecimento ao Senado do diretor da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), João Maria Rabelo, no próximo dia 20. Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Rabelo deve prestar informações sobre a atual fiscalização dos fundos brasileiros de pensão, principalmente, depois da publicação de dados sobre a queda de rentabilidade desses fundos. Os senadores querem detalhes sobre os prejuízos causados aos fundo de pensão do Banco do Brasil (Previ) e dos Correios (Portalis), com a compra de ações do Grupo EBX, do empresário Eike Batista.
Na ofensiva
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto) está na ofensiva contra os tucanos paulistas, que enfrentam denúncias de envolvimento no escândalo do metrô. Amanhã, ele vai ao encontro do PT em Bauru, no qual 500 delegados vão decidir a estratégia da legenda para as eleições de 2014.
Prejuízos
Em 2012, os recursos dos funcionários do BB com as ações do Grupo EBX somavam R$ 15 milhões. Hoje, não passam de R$ 300 mil O fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, terceiro maior do país, com 130 mil participantes, já acumula perdas de quase R$ 1 bilhão
Médicos
A atuação de oficiais médicos das Forças Armadas na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), proposta pela presidente Dilma Rousseff, está nas mãos do Congresso. A PEC do senador licenciado Marcelo Crivella, hoje ministro da Pesca, que trata da atuação de médicos militares na rede pública de saúde, depende apenas de sua inclusão na pauta para ser votada.
Álcool/ A Comissão Mista destinada a examinar a Medida Provisória 613/2013, que incentiva a venda de álcool e insumos químicos, e beneficia diretamente a cadeia produtiva desses setores, decidiu marcar para a próxima terça-feira a votação do relatório final do senador Walter Pinheiro (PT/BA), que instrui a matéria.
Às aulas/ O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Ophir Cavalcante e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carrero, estão entre os 545 inscritos no curso sobre Improbidade Administrativa para não-magistrados, da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). A capacitação, que visa o cumprimento da Meta 18 do Judiciário (zerar o estoque de ações de improbidade distribuídas até 2011), começa na segunda-feira.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 08/08
Piauí deve investir R$ 180 milhões em obras viárias
O governo do Piauí deve dar início a seis grandes obras viárias no segundo semestre deste ano em Teresina, segundo informações do DER-PI (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado).
O investimento total é de R$ 183,1 milhões.
Do pacote de construções, as mais caras são as duplicações das rodovias BR-316 e BR-343. Os custos serão de R$ 64,8 milhões e R$ 36,3 milhões, respectivamente.
Atualmente, as vias funcionam com pista única.
"Na BR-316, vamos construir quatro pistas em um trecho de 8,4 km na saída de Teresina para a cidade de Demerval Lobão, sendo duas expressas e duas de baixa velocidade", diz Severo Eulálio, diretor-geral do órgão.
"Na BR-343, serão 9 km com duas vias na saída para o município de Altos."
Além das rodovias, o departamento aguarda a assinatura da ordem de serviço de um elevado com rotatória entre as avenidas Miguel Rosa e Getúlio Vargas, na zona sul da capital do Estado.
A estrutura está avaliada em R$ 28,9 milhões, com prazo de execução de 360 dias.
Também fazem parte da série de investimentos viários uma ponte de 250 metros de extensão sobre o rio Poti, o prolongamento da avenida Barão de Castelo Branco e a pavimentação da avenida Professor Camilo Filho.
As obras serão inteiramente custeadas por meio de financiamentos bancários, segundo o diretor-geral.
TECIDO POTIGUAR
O governo do Rio Grande do Norte vai coordenar um programa para fixar no interior do Estado uma rede de pequenas indústrias têxteis.
O objetivo é fomentar o surgimento de fábricas com produção terceirizada para empresas do setor, como a Guararapes --dona da Riachuelo-- e a Hering.
A Guararapes deve firmar parceria com cerca de 300 confecções para atender a demanda da Riachuelo, que anunciou um plano para dobrar de tamanho.
"Vamos abrir em quatro anos 180 lojas no país, com 20 mil empregos. Cada vaga nas unidades significa cinco [na indústria] para abastecê-las", diz Flávio Rocha, presidente da Riachuelo.
Outro foco é a tentativa de recuperar espaço sobre os produtos chineses, que hoje são 30% das vendas na Riachuelo, ante 5% em 2010.
"O Brasil é um país de tradição têxtil e esse é um esforço para recobrar a competitividade", afirma Rocha.
"Há potencial para 20 mil novos postos de trabalho no setor no Estado", diz Rogério Marinho, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte.
A Hering confirmou que acompanha a criação do programa, pois disse que adota a terceirização de etapas no processo industrial.
Setor de micro e pequena fica estável, diz pesquisa
Problemas como a queda no faturamento e na margem de lucro, além de preocupação com a economia, deixaram as micro e pequenas indústrias do Estado com pouca disposição para investir e contratar no mês de julho.
Os dados que apontam para um cenário de estagnação são da quinta etapa do Indicador de Atividade das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo, feito pelo Datafolha, a pedido do Simpi (sindicato do setor).
Foram ouvidos 300 empresários para o estudo.
Também voltou a subir a parcela das indústrias que indicam que o capital de giro disponível é pouco --de 27% dos entrevistados em junho para 37% em julho.
Quanto à economia, o pessimismo dos dirigentes industriais também avançou. O volume de empresários que acreditam em aumento da inflação ainda é de 60%.
"A concorrência com produtos importados continua a ser um dos maiores problemas do setor", diz Joseph Couri, presidente do Simpi.
"Dentre as maiores preocupações, esse item recuou [nesta pesquisa], mas recentes medidas do governo devem fazê-lo subir."
Cresceu para 48% o total dos que indicam que a situação econômica do país é ruim ou péssima. Na avaliação estadual, a alta de insatisfeitos foi de 34% para 41%.
Colchões modernos A Ortobom vai reinaugurar suas 60 lojas em São Paulo até dezembro. As unidades passam por modernização do espaço físico. As alterações são feitas fora do horário de funcionamento das franquias.
Gols registrados O Ibope e a Repucom, companhia multinacional especializada em análise de marcas, formaram uma joint venture para fazer pesquisas esportivas no mercado brasileiro. A parceria já existe em outros países.
Franquia... Os empresários que investem no setor de franquias são predominantemente jovens, com formação superior e, em sua maioria, homens. O raio-X foi traçado em uma pesquisa realizada pelo Grupo Bittencourt.
...jovem A consultoria especializada em expansão de negócios mapeou o perfil de 132 franqueados entre os meses de junho e julho. Do total, 56% são homens, 40% têm entre 26 e 35 anos e 82% possuem superior completo.
Aposta virtual
Mais de 30% dos entrevistados pela Ipsos em 24 países participaram de concursos e sorteios digitais patrocinados por marcas e produtos no mês anterior à pesquisa.
O país com índice mais alto foi o Canadá (54%), seguido de Estados Unidos, Austrália e Bélgica, que empataram com 44%.
O Brasil também apresentou uma taxa mais elevada do que a média geral, de 43%.
Os japoneses tiveram o índice mais baixo (6%).
Analisando apenas a amostra brasileira, 46% das mulheres entraram em concursos na internet, ante 40% dos homens.
Quanto à idade, a faixa etária com maior índice foi a de 35 a 49 anos, com 47%.
Entre as categorias analisadas pelo levantamento (sexo, idade, renda, entre outras), o número mais alto encontrado no Brasil foi na de escolaridade.
Metade dos entrevistados com nível educacional considerado elevado afirmou ter participado de sorteios.
Piauí deve investir R$ 180 milhões em obras viárias
O governo do Piauí deve dar início a seis grandes obras viárias no segundo semestre deste ano em Teresina, segundo informações do DER-PI (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado).
O investimento total é de R$ 183,1 milhões.
Do pacote de construções, as mais caras são as duplicações das rodovias BR-316 e BR-343. Os custos serão de R$ 64,8 milhões e R$ 36,3 milhões, respectivamente.
Atualmente, as vias funcionam com pista única.
"Na BR-316, vamos construir quatro pistas em um trecho de 8,4 km na saída de Teresina para a cidade de Demerval Lobão, sendo duas expressas e duas de baixa velocidade", diz Severo Eulálio, diretor-geral do órgão.
"Na BR-343, serão 9 km com duas vias na saída para o município de Altos."
Além das rodovias, o departamento aguarda a assinatura da ordem de serviço de um elevado com rotatória entre as avenidas Miguel Rosa e Getúlio Vargas, na zona sul da capital do Estado.
A estrutura está avaliada em R$ 28,9 milhões, com prazo de execução de 360 dias.
Também fazem parte da série de investimentos viários uma ponte de 250 metros de extensão sobre o rio Poti, o prolongamento da avenida Barão de Castelo Branco e a pavimentação da avenida Professor Camilo Filho.
As obras serão inteiramente custeadas por meio de financiamentos bancários, segundo o diretor-geral.
TECIDO POTIGUAR
O governo do Rio Grande do Norte vai coordenar um programa para fixar no interior do Estado uma rede de pequenas indústrias têxteis.
O objetivo é fomentar o surgimento de fábricas com produção terceirizada para empresas do setor, como a Guararapes --dona da Riachuelo-- e a Hering.
A Guararapes deve firmar parceria com cerca de 300 confecções para atender a demanda da Riachuelo, que anunciou um plano para dobrar de tamanho.
"Vamos abrir em quatro anos 180 lojas no país, com 20 mil empregos. Cada vaga nas unidades significa cinco [na indústria] para abastecê-las", diz Flávio Rocha, presidente da Riachuelo.
Outro foco é a tentativa de recuperar espaço sobre os produtos chineses, que hoje são 30% das vendas na Riachuelo, ante 5% em 2010.
"O Brasil é um país de tradição têxtil e esse é um esforço para recobrar a competitividade", afirma Rocha.
"Há potencial para 20 mil novos postos de trabalho no setor no Estado", diz Rogério Marinho, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte.
A Hering confirmou que acompanha a criação do programa, pois disse que adota a terceirização de etapas no processo industrial.
Setor de micro e pequena fica estável, diz pesquisa
Problemas como a queda no faturamento e na margem de lucro, além de preocupação com a economia, deixaram as micro e pequenas indústrias do Estado com pouca disposição para investir e contratar no mês de julho.
Os dados que apontam para um cenário de estagnação são da quinta etapa do Indicador de Atividade das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo, feito pelo Datafolha, a pedido do Simpi (sindicato do setor).
Foram ouvidos 300 empresários para o estudo.
Também voltou a subir a parcela das indústrias que indicam que o capital de giro disponível é pouco --de 27% dos entrevistados em junho para 37% em julho.
Quanto à economia, o pessimismo dos dirigentes industriais também avançou. O volume de empresários que acreditam em aumento da inflação ainda é de 60%.
"A concorrência com produtos importados continua a ser um dos maiores problemas do setor", diz Joseph Couri, presidente do Simpi.
"Dentre as maiores preocupações, esse item recuou [nesta pesquisa], mas recentes medidas do governo devem fazê-lo subir."
Cresceu para 48% o total dos que indicam que a situação econômica do país é ruim ou péssima. Na avaliação estadual, a alta de insatisfeitos foi de 34% para 41%.
Colchões modernos A Ortobom vai reinaugurar suas 60 lojas em São Paulo até dezembro. As unidades passam por modernização do espaço físico. As alterações são feitas fora do horário de funcionamento das franquias.
Gols registrados O Ibope e a Repucom, companhia multinacional especializada em análise de marcas, formaram uma joint venture para fazer pesquisas esportivas no mercado brasileiro. A parceria já existe em outros países.
Franquia... Os empresários que investem no setor de franquias são predominantemente jovens, com formação superior e, em sua maioria, homens. O raio-X foi traçado em uma pesquisa realizada pelo Grupo Bittencourt.
...jovem A consultoria especializada em expansão de negócios mapeou o perfil de 132 franqueados entre os meses de junho e julho. Do total, 56% são homens, 40% têm entre 26 e 35 anos e 82% possuem superior completo.
Aposta virtual
Mais de 30% dos entrevistados pela Ipsos em 24 países participaram de concursos e sorteios digitais patrocinados por marcas e produtos no mês anterior à pesquisa.
O país com índice mais alto foi o Canadá (54%), seguido de Estados Unidos, Austrália e Bélgica, que empataram com 44%.
O Brasil também apresentou uma taxa mais elevada do que a média geral, de 43%.
Os japoneses tiveram o índice mais baixo (6%).
Analisando apenas a amostra brasileira, 46% das mulheres entraram em concursos na internet, ante 40% dos homens.
Quanto à idade, a faixa etária com maior índice foi a de 35 a 49 anos, com 47%.
Entre as categorias analisadas pelo levantamento (sexo, idade, renda, entre outras), o número mais alto encontrado no Brasil foi na de escolaridade.
Metade dos entrevistados com nível educacional considerado elevado afirmou ter participado de sorteios.
Brasil x EUA - CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O GLOBO - 08/08
O Brasil, como todos os emergentes que aspiram a ser desenvolvidos, tem que crescer mais que os EUA — mas muito mais, pelo menos o dobro, e todos os anos
Uma boa maneira de aumentar as chances de vitória é escolher bem o adversário. Melhor pegar a seleção do Taiti do que a da Espanha, não é mesmo? O risco é sair de campo se achando o máximo por ter enfiado oito a zero em um time de amadores. Assim também nas comparações econômicas.
Os EUA, claro, não são o equivalente ao Taiti no campeonato mundial de PIB, mas estão crescendo pouco neste ano, algo como 1,8%. Vai daí, a presidente Dilma não resisitiu: “Eu acredito que vamos ter um crescimento bem mais robusto do que esse”, disse ela numa conversa com jornalistas em Varginha, Minas.
O que seria “bem mais robusto”? Como a presidente não especificou, é preciso procurar as estimativas disponíveis. Fora do governo, e depois de sucessivas revisões para baixo, o pessoal prevê 2,2%, conforme se lê no Relatório de Mercado, publicado pelo Banco Central toda segunda-feira com os cenários de instituições financeiras, consultorias e institutos de estudos.
Bom, 2,2% é melhor que 1,8%, mas só um pouco. De todo modo, como a presidente e seus assessores acham que o pessoal de fora está muito pessimista, convém procurar uma estimativa oficial. A do BC, por exemplo, certamente a instituição mais bem preparada para isso. Também depois de revisões para baixo, o BC prevê 2,7% de expansão do PIB para este ano. Aqui já temos quase um ponto percentual acima do desempenho americano, placar que, para PIB, é, digamos, robusto.
No ano passado, o PIB brasileiro chegou a US$ 2,4 trilhões. Coloque 1% em cima disso e verá como faz diferença. Mas aqui o campeonato começa a virar contra o Brasil. O PIB americano, o maior do mundo, alcançou US$ 15,6 trilhões — de maneira que o 1,8% de crescimento deles vai gerar muito mais riqueza que os 2,7% do Brasil, se o BC estiver correto.
Considerando ainda que os EUA, além de grandes, já são ricos, com um PIB per capita quatro vezes maior que o brasileiro, a conclusão é clara: a presidente Dilma escolheu o adversário errado. O Brasil, como todos os emergentes que aspiram a ser desenvolvidos, tem que crescer mais que os EUA — mas muito mais, pelo menos o dobro, e todos os anos.
Em resumo — o resultado 2,7% versus 1,8% infelizmente não nos leva à final. O campeonato que conta é o seguinte: quem, entre os emergentes, se aproxima mais rapidamente dos EUA em tamanho e riqueza? A Coreia do Sul, por exemplo, é uma medalhista de ouro. Nos anos 60, era mais pobre que o Brasil. Hoje, seu PIB per capita é o dobro do brasileiro e mais da metade do americano.
O Brasil está crescendo menos que a média dos emergentes e menos até do que a média da América Latina. E tem inflação mais alta.
Aliás, a presidente Dilma também comemorou ontem, justamente, a inflação de julho, que deu zero, pelo IPCA. Isso prova, concluiu, que a inflação está “completamente sob controle”, ao contrário do “estardalhaço de que tínhamos perdido”. Um IPCA de zero é certamente um excelente resultado, dispensando comparações. Mas também aqui parece que a presidente escolhe adversários errados.
Tirante políticos militantes de oposição, não há ninguém no Brasil dizendo que a inflação pode sair de controle — ou seja, chegar a níveis parecidos com os da Argentina, por exemplo, com aqueles desastres de controles e congelamentos de preços. No mesmo Relatório de Mercado, o pessoal de fora do governo prevê um IPCA de 5,75% para este ano e de 5,87% para 2014.
Está acima da meta (4,5%), mas não configura descontrole. Na verdade, o cenário de mercado está até alinhado com o BC, cujo compromisso para este ano é entregar uma inflação abaixo da verificada em 2012, que foi de 5,84%.
A questão, portanto, não é um campeonato de PIB com os EUA, nem de descontrole da inflação com os pessimistas locais. É a seguinte: o Brasil, de 2011 para cá, está crescendo na média de 2% ao ano, com inflação em torno de 6%. É esse também o cenário mais ou menos consensual para 2013, talvez com um pouco mais de expansão.
Isso está bom ou é pouco? Podemos fazer melhor que isso? E como?
Eis o tema central para as próximas eleições presidenciais.
Em tempo: nos meios internacionais, a interpretação que se faz do desempenho americano é bem positiva. Se dá como certo que os EUA estão numa recuperação consistente e ascendente, com o setor privado muito forte, inclusive gerando um novo negócio, que é o gás de xisto, muito mais barato e que está revolucionando o setor de combustíveis e de química. E a inflação está abaixo da meta deles, que é de 2%, e o setor privado já gerou 1,4 milhão de empregos neste ano.
Teria sido melhor escolher como adversário a Espanha, que vai mal no PIB e no emprego, e que tomou três da gente no Maracanã.
O Brasil, como todos os emergentes que aspiram a ser desenvolvidos, tem que crescer mais que os EUA — mas muito mais, pelo menos o dobro, e todos os anos
Uma boa maneira de aumentar as chances de vitória é escolher bem o adversário. Melhor pegar a seleção do Taiti do que a da Espanha, não é mesmo? O risco é sair de campo se achando o máximo por ter enfiado oito a zero em um time de amadores. Assim também nas comparações econômicas.
Os EUA, claro, não são o equivalente ao Taiti no campeonato mundial de PIB, mas estão crescendo pouco neste ano, algo como 1,8%. Vai daí, a presidente Dilma não resisitiu: “Eu acredito que vamos ter um crescimento bem mais robusto do que esse”, disse ela numa conversa com jornalistas em Varginha, Minas.
O que seria “bem mais robusto”? Como a presidente não especificou, é preciso procurar as estimativas disponíveis. Fora do governo, e depois de sucessivas revisões para baixo, o pessoal prevê 2,2%, conforme se lê no Relatório de Mercado, publicado pelo Banco Central toda segunda-feira com os cenários de instituições financeiras, consultorias e institutos de estudos.
Bom, 2,2% é melhor que 1,8%, mas só um pouco. De todo modo, como a presidente e seus assessores acham que o pessoal de fora está muito pessimista, convém procurar uma estimativa oficial. A do BC, por exemplo, certamente a instituição mais bem preparada para isso. Também depois de revisões para baixo, o BC prevê 2,7% de expansão do PIB para este ano. Aqui já temos quase um ponto percentual acima do desempenho americano, placar que, para PIB, é, digamos, robusto.
No ano passado, o PIB brasileiro chegou a US$ 2,4 trilhões. Coloque 1% em cima disso e verá como faz diferença. Mas aqui o campeonato começa a virar contra o Brasil. O PIB americano, o maior do mundo, alcançou US$ 15,6 trilhões — de maneira que o 1,8% de crescimento deles vai gerar muito mais riqueza que os 2,7% do Brasil, se o BC estiver correto.
Considerando ainda que os EUA, além de grandes, já são ricos, com um PIB per capita quatro vezes maior que o brasileiro, a conclusão é clara: a presidente Dilma escolheu o adversário errado. O Brasil, como todos os emergentes que aspiram a ser desenvolvidos, tem que crescer mais que os EUA — mas muito mais, pelo menos o dobro, e todos os anos.
Em resumo — o resultado 2,7% versus 1,8% infelizmente não nos leva à final. O campeonato que conta é o seguinte: quem, entre os emergentes, se aproxima mais rapidamente dos EUA em tamanho e riqueza? A Coreia do Sul, por exemplo, é uma medalhista de ouro. Nos anos 60, era mais pobre que o Brasil. Hoje, seu PIB per capita é o dobro do brasileiro e mais da metade do americano.
O Brasil está crescendo menos que a média dos emergentes e menos até do que a média da América Latina. E tem inflação mais alta.
Aliás, a presidente Dilma também comemorou ontem, justamente, a inflação de julho, que deu zero, pelo IPCA. Isso prova, concluiu, que a inflação está “completamente sob controle”, ao contrário do “estardalhaço de que tínhamos perdido”. Um IPCA de zero é certamente um excelente resultado, dispensando comparações. Mas também aqui parece que a presidente escolhe adversários errados.
Tirante políticos militantes de oposição, não há ninguém no Brasil dizendo que a inflação pode sair de controle — ou seja, chegar a níveis parecidos com os da Argentina, por exemplo, com aqueles desastres de controles e congelamentos de preços. No mesmo Relatório de Mercado, o pessoal de fora do governo prevê um IPCA de 5,75% para este ano e de 5,87% para 2014.
Está acima da meta (4,5%), mas não configura descontrole. Na verdade, o cenário de mercado está até alinhado com o BC, cujo compromisso para este ano é entregar uma inflação abaixo da verificada em 2012, que foi de 5,84%.
A questão, portanto, não é um campeonato de PIB com os EUA, nem de descontrole da inflação com os pessimistas locais. É a seguinte: o Brasil, de 2011 para cá, está crescendo na média de 2% ao ano, com inflação em torno de 6%. É esse também o cenário mais ou menos consensual para 2013, talvez com um pouco mais de expansão.
Isso está bom ou é pouco? Podemos fazer melhor que isso? E como?
Eis o tema central para as próximas eleições presidenciais.
Em tempo: nos meios internacionais, a interpretação que se faz do desempenho americano é bem positiva. Se dá como certo que os EUA estão numa recuperação consistente e ascendente, com o setor privado muito forte, inclusive gerando um novo negócio, que é o gás de xisto, muito mais barato e que está revolucionando o setor de combustíveis e de química. E a inflação está abaixo da meta deles, que é de 2%, e o setor privado já gerou 1,4 milhão de empregos neste ano.
Teria sido melhor escolher como adversário a Espanha, que vai mal no PIB e no emprego, e que tomou três da gente no Maracanã.
A inflação de Varginha - VINICIUS TORRES FREIRE
FOLHA DE SP - 08/08
Presidente acredita mais em ETs do que nos problemas que são causa e efeito da inflação
DILMA ROUSSEFF disse ontem que tem muito respeito pelo ET de Varginha --estava brincando. Disse também que a "inflação está sob controle" --estava falando sério.
A presidente esteve na cidade mineira que teria sido visitada por extraterrestres nos anos 1990; a presidente vive em Brasília, que talvez fique no espaço sideral, onde não há inflação.
A presidente viajava feliz no disco voador do resultado da inflação de julho, praticamente zero. Aproveitou um resultado pontual para detonar críticos que fizeram "o estardalhaço de que tínhamos [governo] perdido o controle da inflação".
O governo perdeu o controle da inflação. Caso contrário, a taxa de juros não estaria subindo. A presidente acredita mais em ETs do que em inflação.
Francamente, porém, essa conversa é retórica política barata, tanto de críticos (vulgares) que falaram em descontrole da inflação como do governo, que se passa a discutir tal coisa, como se o problema essencial fosse esse (um fantasma ou um ET superinflacionário, que jamais esteve na cabeça de ninguém sério).
O problema é muito outro.
Primeiro. O Brasil está com inflação bem mais alta que a de parceiros comerciais importantes (EUA, Europa etc). Com inflação alta num mundo que apenas não está em deflação devido à torrente de dinheiro dos bancos centrais. Está com inflação relativamente alta para um crescimento decididamente medíocre (menos de 2% ao ano no governo Dilma). Os custos das empresas sobem bem mais que no resto do mundo, o que juntou o insulto da inflação à injúria do câmbio valorizado dos últimos anos, fatores que aleijaram a indústria.
Segundo. Inflação não é uma estatística extraterrestre. Tem efeitos muito terrenos. O preço da comida subiu muito. Sobe agora a 11,4% em 12 meses, mas em abril subia a 14%, mais que os salários. O povo gasta um pedação da renda em comida. Por isso que, mesmo antes do tumulto de junho, o prestígio da presidente caía.
Terceiro. Inflação alta acaba em taxas de juros mais altas e gastos maiores com os juros da dívida pública. Inflação mais alta, pois, prejudica pobres por dois caminhos: a renda real cai e há mais despesa pública com juros, que vão para os mais ricos.
Quarto. A inflação não está sob controle porque o governo fez bobagem na política econômica. Os juros a princípio baixaram, uma boa coisa, mas ficariam baixos apenas se o governo limitasse seus gastos, o que não fez, pois tentou anabolizar a economia, que não "bombou", mas ficou cheia de "bomba".
Quinto. A inflação de serviços está alta, rodando ainda a 8,5% nos últimos 12 meses (a média no governo Dilma é de 8,4%).
A medida do núcleo da inflação é quase igual à da inflação média nos últimos 12 meses (na medida do núcleo, são "descontadas" variações mais extravagantes dos preços). Isso quer dizer que a inflação é persistente e disseminada devido a custos salariais altos.
Inflação "descontrolada" ou "bastante controlada", pouco importa o palavrório. O fato é que o Brasil é um país que consegue ter uma inflação relativamente alta com crescimento nanico, fruto de descasos e barbeiragens que vão fazer o país ratear pelo menos até 2015.
Presidente acredita mais em ETs do que nos problemas que são causa e efeito da inflação
DILMA ROUSSEFF disse ontem que tem muito respeito pelo ET de Varginha --estava brincando. Disse também que a "inflação está sob controle" --estava falando sério.
A presidente esteve na cidade mineira que teria sido visitada por extraterrestres nos anos 1990; a presidente vive em Brasília, que talvez fique no espaço sideral, onde não há inflação.
A presidente viajava feliz no disco voador do resultado da inflação de julho, praticamente zero. Aproveitou um resultado pontual para detonar críticos que fizeram "o estardalhaço de que tínhamos [governo] perdido o controle da inflação".
O governo perdeu o controle da inflação. Caso contrário, a taxa de juros não estaria subindo. A presidente acredita mais em ETs do que em inflação.
Francamente, porém, essa conversa é retórica política barata, tanto de críticos (vulgares) que falaram em descontrole da inflação como do governo, que se passa a discutir tal coisa, como se o problema essencial fosse esse (um fantasma ou um ET superinflacionário, que jamais esteve na cabeça de ninguém sério).
O problema é muito outro.
Primeiro. O Brasil está com inflação bem mais alta que a de parceiros comerciais importantes (EUA, Europa etc). Com inflação alta num mundo que apenas não está em deflação devido à torrente de dinheiro dos bancos centrais. Está com inflação relativamente alta para um crescimento decididamente medíocre (menos de 2% ao ano no governo Dilma). Os custos das empresas sobem bem mais que no resto do mundo, o que juntou o insulto da inflação à injúria do câmbio valorizado dos últimos anos, fatores que aleijaram a indústria.
Segundo. Inflação não é uma estatística extraterrestre. Tem efeitos muito terrenos. O preço da comida subiu muito. Sobe agora a 11,4% em 12 meses, mas em abril subia a 14%, mais que os salários. O povo gasta um pedação da renda em comida. Por isso que, mesmo antes do tumulto de junho, o prestígio da presidente caía.
Terceiro. Inflação alta acaba em taxas de juros mais altas e gastos maiores com os juros da dívida pública. Inflação mais alta, pois, prejudica pobres por dois caminhos: a renda real cai e há mais despesa pública com juros, que vão para os mais ricos.
Quarto. A inflação não está sob controle porque o governo fez bobagem na política econômica. Os juros a princípio baixaram, uma boa coisa, mas ficariam baixos apenas se o governo limitasse seus gastos, o que não fez, pois tentou anabolizar a economia, que não "bombou", mas ficou cheia de "bomba".
Quinto. A inflação de serviços está alta, rodando ainda a 8,5% nos últimos 12 meses (a média no governo Dilma é de 8,4%).
A medida do núcleo da inflação é quase igual à da inflação média nos últimos 12 meses (na medida do núcleo, são "descontadas" variações mais extravagantes dos preços). Isso quer dizer que a inflação é persistente e disseminada devido a custos salariais altos.
Inflação "descontrolada" ou "bastante controlada", pouco importa o palavrório. O fato é que o Brasil é um país que consegue ter uma inflação relativamente alta com crescimento nanico, fruto de descasos e barbeiragens que vão fazer o país ratear pelo menos até 2015.
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