O GLOBO - 15/03
O Papa Francisco é o sócio número 88.235 do clube San Lorenzo, de Buenos Aires.
Ontem, deu o número na cabeça na loteria Quiniela, na capital argentina.
Petróleo eleitoral
Dentro do governo, há gente importante que aposta que o PSDB erra a mão ao promover ato contra a gestão petista na Petrobras.
A tese oficial é que essa dificuldade da estatal é passageira. E é motivada, principalmente, pela mudança do câmbio que acarretou um prejuízo de uns R$ 7 bilhões à petroleira.
Segue...
A aposta oficial é que o freio de arrumação promovido pela atual gestão faça efeito no ano que vem, antes de as urnas serem abertas.
É. Pode ser.
Aliás...
Desde o início do reajuste de 5% no preço do diesel, dia 6, as ações preferenciais da Petrobras acumularam alta de 7,37%.
Crime e castigo
Juliana Paes ganhou liminar na 2ª Câmara Cível do Rio, obrigando o Facebook a retirar todos os anúncios veiculados por três empresas: Hile, Natusvita e Nutralogistic.
É que o nome e a imagem da atriz estavam sendo associados ilegalmente a produtos de emagrecimento, como o Max Burn, proibido pela Anvisa.
Grama do Maraca
Acredite. Este gramado do
Maracanã corre o risco de ser todo trocado para a Copa. É que a Fifa exige que nos jogos do Mundial a grama seja plantada no próprio estádio, e essa foi cultivada em Saquarema, RJ.
Caso a grama tenha que ser realmente plantada, o campo ficará fechado por até seis meses.
Papa Chico II
Um conhecido religioso de esquerda diz que o Papa Francisco, quando era arcebispo de Buenos Aires, foi realmente omisso com as violações dos direitos humanos na ditadura argentina.
Mas nada comparável ao brasileiro Agnelo Rossi, que, como cardeal de São Paulo, negou a existência de tortura mesmo depois de ter visitado na cadeia alguns padres torturados.
Time de respeito
A editora alemã Assoziation vai lançar na Feira de Frankfurt em outubro, a coletânea “Entre as quatro linhas — Contos brasileiros sobre futebol'.'
Organizado por Luiz Ruffato, o livro traz textos de 15 autores, entre eles Cristovão Tezza, Marcelo Moutinho e Adriana Lisboa.
Não é o Zé
Zé Ramalho, o cantor que se recupera de uma cirurgia cardíaca, acaba de descobrir que um espertalhão criou um falso perfil seu no Twitter.
Batizado de @ZRamalhoOficial, o malandro comete erros graves de português e já engrupiu 18 mil seguidores.
Papa Chico III
Chamou atenção que, em seu primeiro pronunciamento como Papa, Jorge Mario Bergoglio tivesse ao lado o brasileiro Dom Cláudio Hummes, de 78 anos, arcebispo emérito de São Paulo.
O que se diz é que o atual prefeito emérito da Congregação para o Clero, que estava meio por baixo no
Vaticano, volta com todo o poder na Cúria. A conferir.
Drama do diminuto
Descontente com o tamanho miúdo de seu, digamos, membro viril, um homem procurou ajuda. Encontrou Márcio Aurélio Gomes, que se apresentou como representante do andrologista Bayard Fisher e sugeriu um tratamento. Custou R$ 17.652.
O insatisfeito, depois de pagar tudo, foi ao tal médico e descobriu que Bayard não tinha recebido. Ficou, coitado, sem o tratamento. Mas, ufa!, a 19ª Câmara Cível do Rio determinou que a grana seja devolvida e com correção monetária.
Exército de Deus
O Rio contará com a ajuda de 13,5 mil militares das Forças Armadas, policiais federais, PMs e bombeiros durante a Jornada da Juventude, em julho.
Direitos Humanos
Do deputado Marcelo Freixo, do PSOL, reeleito, ontem, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Alerj, com o voto de, entre outros, Flávio Bolsonaro.
— Meu receio é sobre o que vai acontecer com ele quando encontrar o pai (Jair Bolsonaro).
Faz sentido.
BRASIL ECONÔMICO - 15/03
Anunciada pela presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e televisão, a desoneração dos alimentos da cesta básica é um tema discutido há anos pelo Congresso Nacional.
Por meio de uma Medida Provisória, o PIS/Confins foi zerado e, através de um decreto, o mesmo aconteceu com o IPI de todos os produtos que ainda tinham incidência de tributos.
Não se trata de discutir a desoneração em si, já que ninguém em sã consciência pode ser contrário a uma medida que alivia o bolso do trabalhador brasileiro. O que se condena na atitude do atual governo é o fato de a própria presidente ter vetado, em setembro do ano passado, uma emenda apresentada pela oposição de conteúdo idêntico ao que agora é colocado em prática.
A proposta inicial, aliás, é de autoria de parlamentares do próprio PT, que apresentaram um projeto de lei ainda em fevereiro de 2012, mas foram dissuadidos pelo governo, interessado em arrecadar com os impostos federais.
Diante disso, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) propôs a inclusão de emenda na Medida Provisória 563, que tratava do Plano Brasil Maior e previa a retirada dos impostos dos produtos da cesta. Aprovada pela Câmara e pelo Senado, a medida foi encaminhada para a sanção presidencial, mas acabou vetada por Dilma.
Ao barrar uma proposta de um parlamentar da oposição e, seis meses depois, anunciá-la em rede nacional como iniciativa de seu governo, Dilma afronta a inteligência dos brasileiros e escancara mais uma vez o já tradicional desrespeito do PT ao Parlamento.
A desfaçatez com que a presidente encampa hoje uma medida que ela mesma vetara há alguns meses é tão escandalosa quanto a desonestidade intelectual do ato em si, pois Dilma nem sequer teve a grandeza de ao menos citar o verdadeiro autor ou os autores da iniciativa.
A luta pela desoneração da cesta básica é antiga e sempre encontrou resistência dos governos de turno por conta do impacto da redução nos cofres da União.
O Congresso se debruçava sobre o assunto há muitos anos, assim como já fizera no debate que tratava dos impostos que o cidadão paga ao comprar remédios, por exemplo. Essas discussões culminaram na introdução dos medicamentos genéricos no país, ideia do ex-deputado Jamil Haddad (PSB), já falecido, concretizada por José Serra durante sua gestão como ministro da Saúde.
Poucos dias antes de anunciar a desoneração, Dilma admitiu publicamente que poderia "fazer o diabo quando é a hora da eleição".
Com a antecipação da disputa eleitoral deflagrada pelo ex-presidente Lula ao lançar a candidatura da sucessora para 2014, fica claro que o governo do PT já ocupa o centro do ringue e não vê limites para afrontar os adversários, muito menos tem qualquer preocupação com o decoro republicano.
A licença para "fazer o diabo" inclui a apropriação indébita de uma proposta alheia e seu anúncio à população de forma oportunista, com estardalhaço, valendo-se dos canais de comunicação da Presidência da República para fazer campanha antecipada.
O corte de tributos da cesta básica, uma medida salutar e que merece o apoio de todos, é apenas o pano de fundo que esconde o interesse eleitoral mais rasteiro.
FOLHA DE SP - 15/03
A autoridade que emana do discurso científico não se limita a influenciar debates acadêmicos sobre química
Num artigo publicado na Folha em 2010 (http://goo.gl/fLVDJ), João Moreira Salles discutiu a hipervalorização das humanidades no Brasil, em detrimento de disciplinas como matemática, física e engenharia. Um dos efeitos da distorção, acrescento, é a pouca familiaridade -do público, dos intelectuais, da imprensa- com o discurso técnico e científico. E, por consequência, a docilidade com que são aceitas falácias nessas áreas.
Exemplos: propaganda de governo (números para todos os gostos), dietas da moda (pesquisas com todo tipo de metodologia e patrocínio), tratamentos de saúde (custo-benefício muitas vezes discutível) e até planilhas de futebol (nas quais um volante que só dá passes curtos terá índice de acerto maior que um lançador vertical).
De minha parte, resolvi testar um discurso científico bastante presente no cotidiano: o da meteorologia. Durante 28 dias de janeiro último, anotei erros e acertos do "Jornal do Tempo" (http://jornaldotempo.uol.com.br).
Um trabalho leigo, por certo, e consciente de que o serviço em questão não é representativo do setor no país ou no mundo. A home page do "Jornal do Tempo" apresenta dados que são uma média, um resumo -como na previsão da TV- de registros mais detalhados, inclusive em algumas de suas páginas internas.
Ocorre que médias são a face pública da meteorologia, o tal discurso -em tom seguro e cordial- que nos orienta a escolher a roupa de manhã, a levar ou não o guarda-chuva. E aí, assim como alguma lógica basta para perceber furos em trabalhos estatísticos, não é preciso ser expert para afirmar que há muita imprecisão no ramo.
As temperaturas do meu caderninho quase sempre estiveram dentro dos intervalos previstos na véspera (23 em 28 ocorrências). Comparadas à previsão da semana anterior, o índice cai para 17 em 28. Se botarmos lado a lado o intervalo previsto sete dias antes e o previsto no próprio dia, há diferença em 28 de 28.
Já nas condições atmosféricas, cuja conferência é mais difícil -da minha casa em Pinheiros, não tenho como saber se fui traído por uma garoa enquanto dormia ou algo assim-, houve 15 erros em 28.
São coisas aparentemente sem importância: um ou dois graus a mais, sol durante algumas horas num dia "fechado e chuvoso, com poucas trovoadas". Mas há reparos objetivos senão aos métodos de medição, ao menos à forma como o resultado é exposto.
Assim, cravar uma temperatura única numa cidade como São Paulo, com seus morros e depressões, paraísos verdes e infernos de concreto em 1,5 milhão de quilômetros quadrados, é inexato por princípio. Igualmente a previsão do tempo numa só frase, que contempla tanto o pé d'água rápido e inofensivo quanto o dilúvio e o caos, dependendo da estrutura do bairro onde se está ("sol, alternando com chuva em forma de pancadas isoladas").
A questão fica mais complexa quando transcende o território do erro, que é humano e aceitável. E da própria meteorologia, aqui citada apenas como sintoma. A autoridade que emana do discurso científico não se limita a influenciar debates acadêmicos sobre química ou astronomia.
Trata-se, também, de um fenômeno das ciências humanas. Seus desdobramentos políticos, econômicos e morais na sociedade como um todo não são desprezíveis. Foram teorias racialistas que justificaram a escravidão. Foi uma doutrina de incentivo à competição tecnológica que criou as armas nucleares.
No caso do aquecimento global, a grande bandeira científica de hoje, antes de tudo há um imperativo de bom senso: é mais inteligente viver de forma harmônica com a natureza, com menos emissão de carbono, desmatamento e desperdício consumista. Também imagino que previsões de climatologia sejam mais precisas do que, digamos, as da moça que descreve as condições do Sudeste inteiro em dez segundos no "Jornal Nacional". Mas é fato que a revista "Time" alertou sobre a "nova era glacial" em 1974. E deu uma capa célebre, dez anos depois, sobre a hoje contestada ligação entre infarto e gema de ovo.
Os dois textos reproduziam uma conjectura científica influente à época. É recomendável seguir as que o são hoje -afinal, é o que mais próximo temos de certezas fora do fanatismo religioso ou ideológico. Apenas é bom, como dúvida saudável, em qualquer área de conhecimento vendido como infalível, lembrar da pobre previsão do tempo.
O GLOBO - 14/03
No mercado popular de Alexandria, as barracas de lingerie vendem peças tão ridículas que não dá para imaginar que alguém use aquilo fora de um cabaré cenográfico
Vi uma mulher de burca pela primeira vez em Londres, em meados dos anos 1970: na verdade, um coletivo de mulheres de burca. Eu estava chegando à Harrods quando alguns carros pararam na porta da loja. Deles saltaram umas dez mulheres cobertas dos pés à cabeça, acompanhadas por uns poucos homens de terno e gravata. Pareciam criaturas saídas das “Mil e uma noites” ou de uma aventura do Tintim. Fiquei imaginando se seriam as várias mulheres de algum sultão enquanto as observava fazendo compras. Elas mal e mal olhavam a mercadoria; apenas apontavam o que queriam e os homens que as acompanhavam faziam o pagamento. Nunca vi, nem antes nem depois, alguém comprar bolsa Vuitton a dúzia, e fiquei devidamente impressionada.
Anos depois — décadas depois! — fui à Turquia, e me espantei quando vi quantidades de mulheres com diferentes tipos de xales e véus na Mesquita Azul.
— Eu não sabia que as turcas usavam burca — comentei com o guia.
— Perdão, senhora Cora, mas onde a senhora está vendo turcas? — perguntou o Mustafá. — Essas são turistas, como a senhora.
Claro! Pontos turísticos atraem turistas, mas nem me havia passado pela cabeça que aquelas mulheres todas cobertas estivessem ali a passeio, se divertindo.
Voltei a encontrar muçulmanas conservadoras na Índia. Nas grandes cidades elas usam um xale comprido chamado dupata, e mal se distinguem das hindus, que se vestem da mesma forma. É no interior que os tipos mais diversos de cobertura aparecem. Em Agra e no mercado do Jodhpur vi mulheres até de chador, aquela burca preta do Irã — embora seja perfeitamente possível que, como as “turcas” de Istambul, elas também fossem turistas. O chador, que transforma a mulher numa forma escura e indefinida, triste espécie de ave de mau agouro, contrasta violentamente com a indumentária linda e colorida das indianas, que é sempre um prazer de se ver.
No Egito, porém, chamam a atenção as mulheres que não usam tipo algum de véu. Todas se cobrem de uma ou outra maneira, embora a sociedade, como um todo, me pareça bastante tolerante (ainda!) em relação à forma como cada uma se veste. Durante todo o tempo da minha estadia levei um lenço na bolsa para a eventualidade de ter de cobrir a cabeça, mas isso não foi necessário nem nas mesquitas. Fiquei agradavelmente surpresa com essa postura: na Índia, que em tese é mais liberal do que o Egito, me fizeram vestir uma capa xexelenta para entrar na Grande Mesquita de Nova Délhi.
As egípcias usam de tudo. As moças da classe média mais ocidentalizada cobrem a cabeça com lenços; outras combinam roupas ocidentais com véus elaborados. No City Stars, o gigantesco shopping do Cairo, meninas de cabeça descoberta andam lado a lado com moças tão radicais que, além do niqab (que cobre o corpo todo, deixando uma pequena fresta para os olhos) usam até luvas. O que não se vê, exceto nas turistas sem noção, são saias curtinhas, shorts e blusas sem manga.
O mais estranho é que todas essas moças bem comportadas consomem uma lingerie tão escabrosa que, aqui no Brasil, só seria aceita em sex shops. No mercado popular de Alexandria, onde o uso do niqab é quase universal, as barracas de lingerie vendem peças tão ridículas que não dá para imaginar que alguém use aquilo fora de um cabaré cenográfico; e, no entanto, lá estão as mulheres, cobertas de preto dos pés à cabeça, comprando aquilo sem qualquer constrangimento. Vá entender...
É bom notar que, no Egito, o véu não significa necessariamente opressão. Vi por toda a parte incontáveis garotas de véu... e jeans e tops ultra-apertados. Vi também garotas de preto, com véu na cabeça, namorando descontraídas pelos cantinhos. Vi ainda moças de niqab e luvas estudando, sozinhas, na Biblioteca de Alexandria.
A situação das egípcias é, claro, bastante diferente da situação das mulheres do Afeganistão, da Arábia Saudita ou do Irã, onde a polícia religiosa persegue e espanca as que não estão “adequadamente” vestidas. Em comparação com a maioria das mulheres do mundo islâmico, elas gozam de relativa liberdade: estudam, trabalham, saem sozinhas. Muitas usam véu ou niqab apenas porque se sentem mais seguras na rua com aquele pano todo.
Pudera, não: desde a revolução de 2011, quando a polícia virtualmente desapareceu das ruas, os índices de violência sexual explodiram. Uma mulher não pode sair de casa sem ouvir gracejos estúpidos, sem ser bolinada nos transportes públicos, sem correr o risco de ser estuprada mesmo em meio a multidões — ou sobretudo em meio a multidões. Segundo ativistas ouvidos pelo “The Daily Mail”, de Londres, a Irmandade Muçulmana tem contratado gangues para estuprar ou abusar sexualmente de moças que participam dos protestos contra o presidente Mursi. Nem estrangeiras escapam: Lara Logan, correspondente da CBS, foi atacada por uma dessas gangues enquanto cobria uma manifestação na Praça Tahrir.
Pessoalmente, não tenho queixas. Fui tratada com cortesia e respeito durante toda a minha viagem, mas dei sorte: além de estar constantemente na companhia de dois amigos, já passei da faixa etária que precisa se preocupar com egípcios selvagens. Afinal, alguma vantagem a gente tem que ter ao envelhecer.
O ESTADÃO - 15/03
O clima entre Eduardo Campos e Aécio não é beligerante. Durante encontro em Brasília, anteontem, marcaram de conversar semana que vem. O acerto se deu logo depois de uma bem-humorada provocação do governador ao senador mineiro: “Ei, pare de me dar corda”.
Tentarão se acertar para não explodir pontes no curso de suas respectivas campanhas - e conseguir se aliar em um eventual segundo turno em 2014.
Árdua tarefaAécio tenta contornar a resistência de Serra, se preocupando, hoje, muito mais com a reorganização interna do partido do que com a disputa presidencial. Gente próxima ao senador registra que até pessoas do círculo de Serra já veem Aécio com bons olhos.
Só falta mesmo… o próprio tucano paulista.
Foco certeiroA alta direção da Chery, maior montadora independente da China, esteve em São Paulo na semana passada.
Os executivos asiáticos vieram visitar a Caoa em tempos de novo presidente da empresa, Antônio Maciel.
Caiu a ficha?Contundente, a ata da reunião do Copom ontem.
Na sua avaliação sobre os prejuízos que a inflação elevada cria sobre emprego, renda e crescimento.
Na estradaO PRB começará a percorrer o Estado a partir de abril. Marcos Pereira, presidente da sigla, quer promover ao menos dois seminários por mês: um no interior, outro na capital.
E mais: além de São Paulo (Celso Russomanno), já está certo que o partido também terá candidatos ao governo do Rio e de Roraima.
LeprechaunE o Cristo Redentor se juntará à Ópera de Sydney, às pirâmides do Egito, à Torre de Pisa, às cataratas do Niagara e à Allianz Arena, em Munique.
Todos iluminados de verde no domingo - parte da campanha Greening 2013, promovida pela Irlanda para homenagear o Dia de St. Patrick.
iPode?Sábado, em famosa balada da Vila Madalena, moça foi abordada por um animado rapaz. Enquanto dançavam, ele… tentou roubar-lhe o iPhone.
Deu azar. A moça parecia uma sílfide, mas lutava jiu-jítsu.
Não falo, mas pedaloConhecido por sua fama de antissocial, J.M. Coetzee, Prêmio Nobel, vai literalmente pedalar. O escritor sul-africano - que participa de conferências no Sul - acompanhará a professora Kathryn Rosenfield num tour de bicicleta por Porto Alegre, margeando o rio Guaíba, e Curitiba.
Habemus hermanoFoi irônica a reação de Alan Pauls, autor argentino, à escolha do conterrâneo Jorge Mario Bergoglio como papa.
À coluna, disse que, “agora, talvez, possam usar o dinheiro do Vaticano para pagar dívidas…”.
“A política social e religiosa é um jogo”Recém-chegada ao Brasil, Moro Anghiler, atriz argentina, ainda está se adaptando ao português. Rival de Grazi Massafera na nova novela da Globo Flor do Caribe, a moça - que participou do longa O Passado, de Hector Babenco - concordou em falar à coluna sobre o novo papa, seu conterrâneo Jorge Bergoglio.
O que achou de o novo papa eleito ser argentino?É uma situação muito complexa. Precisamos esperar para ver o que isso representa para a política da Argentina. É necessário observar como se acomodam as peças desse grande quebra-cabeça.
Ele influenciará nos rumos do governo de Cristina Kirchner?É bom refletir sobre isso. A política social e religiosa é um jogo.
Você é católica?Sou crítica da Igreja, mas venho de uma família bem católica.
E do governo de Cristina Kirchner, é crítica também?Não sou a favor do cinismo. É importante entender que, depois da ditadura na Argentina, esqueceu-se muito da política. E, nos últimos dez anos, voltamos a brigar pela construção de um país. Não sou opositora do governo. Temos hoje, na Argentina, uma reflexão mais profunda. Isso é muito positivo. Havendo um papa argentino ou não.
Como está sendo a experiência de fazer uma novela?Estou gostando muito. A energia é ótima e a equipe, muito generosa. Acredito no produto que faço. /MARILIA NEUSTEIN
FOLHA DE SP - 15/03
Mariana Brennand Fortes é diretora de "Francisco Brennand", documentário sobre o artista pernambucano de 85 anos, seu tio-avô, que estreia hoje; ela é filha do ex-senador Heráclito Fortes
SARAH NO BRASIL
A atriz americana Sarah Jessica Parker, estrela de "Sex and the City", deve vir ao Brasil no próximo mês. A viagem é profissional, ligada a uma campanha de moda. E breve -ela ficará por aqui no máximo três dias.
FAMILIAR
Sarah, que já fez campanha para marcas brasileiras há alguns anos, revelou recentemente que tem ligação com o país. Em sua casa trabalha uma diarista que nasceu na Bahia.
PESCA
Um dia o Brasil "terá mais pescadores que peixes". Com esse diagnóstico, o ministro José Jorge, do TCU (Tribunal de Contas da União), votou, anteontem, a favor de uma auditoria detalhada nos pagamentos do seguro-desemprego para profissionais da pesca, que recebem um salário mínimo na época de reprodução dos animais.
PESCA 2
O programa começou em 2002, com 91 mil pescadores beneficiados e gastos de R$ 60 milhões. No ano passado, já eram 647 mil cadastrados. E os custos passaram de R$ 1,2 bilhão.
GRAÇAS...
Ministros de Dilma Rousseff assistiram ao vivo, no Palácio do Planalto, à escolha do novo papa, Francisco. A maioria torceu contra o brasileiro dom Odilo Scherer, da ala conservadora da igreja no país e tido como potencial opositor do governo.
...A DEUS
A aversão a dom Odilo é forte e sua "derrota" foi festejada no PT. Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido e condenado no julgamento do mensalão, chegou a replicar uma mensagem, anteontem, no Twitter: "Dom Odilo Scherer não vai usar sapatilhas vermelhas da Prada. Deus não ajuda tucanos a ganhar eleição".
EM CARACAS
E dom Tomás Balduíno, da ala progressista da igreja brasileira, era aguardado ontem em Caracas, na Venezuela, para as homenagens póstumas a Hugo Chávez. Um problema de saúde o impediu de embarcar. Além dele, o cantor Chico César e o ex-governador Olívio Dutra, do Rio Grande do Sul, estavam sendo esperados.
AGORA QUE EU CRESCI
A atriz Bruna Marquezine, 17, namorada de Neymar, parecia assustada com o assédio nesta semana em um evento em São Paulo. Mas disse não se incomodar. "Isso é fruto da minha profissão, não só por causa do namoro. O assédio vem crescendo há um tempo porque eu tô crescendo, né?"
MODA APRESSADA
O estilista Reinaldo Lourenço diz que não participará da próxima edição da São Paulo Fashion Week, que começa na segunda, por falta de tempo. "Eu gostaria que os desfiles fossem em abril. A última edição da SPFW foi em outubro, não deu tempo de a coleção ficar pronta para apresentar agora."
QUERO SEMPRE MAIS
Nasi, ex-Ira!, estreará no canal a cabo Bandsports. O cantor ancorará ao lado de Mauro Beting uma atração ao vivo, toda última quinta-feira do mês, em algum ponto público de São Paulo. O "Programa de Quinta" não abordará só esportes, mas também cultura.
JAPA, JAPA BOYS
A dupla Brothers of Brazil, de Supla e João Suplicy, está com a música "Viva Liberty" em 5º lugar no ranking da principal parada do Japão.
VAMOS CONVERSAR
O secretário estadual de Energia, José Aníbal (PSDB-SP), conversou com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Edison Lobão (Minas e Energia), na terça, em Brasília, sobre o novo marco regulatório da mineração.
São Paulo é a maior região de consumo mineral da América Latina. Diariamente, a capital paulista recebe 1.000 caminhões de areia e brita.
A NOITE É DAS BONITAS
A top Isabeli Fontana, a apresentadora Sabrina Sato e as atrizes Deborah Secco, Fernanda Paes Leme e Bruna Marquezine participaram de lançamento de coleção da Vivara no restaurante Chez MIS, nos Jardins, na terça-feira. A DJ da noite foi Lara Gerin.
ABRAM AS CORTINAS
O projeto teatral Dispositivo The Wooster Group - Clélia 93 estreou anteontem. O diretor Antunes Filho, as atrizes Djin Sganzerla e Lígia Cortez e a artista Denise Milan foram à abertura no Sesc Pompeia.
CURTO-CIRCUITO
A peça "Recusa" estreia temporada no CIT-Ecum, às 21h. 12 anos.
O violinista Felipe Prazeres é o novo regente assistente da Orquestra Petrobras Sinfônica.
A festa Sambarbudo Project, de música negra, será às 23h, no Estúdio Emme, em Pinheiros. 18 anos.
Nuno Cobra dá o curso Equilíbrio para a Alta Performance, amanhã, às 9h, na Casa Panamericana.
A promoter Carol Sampaio faz festa de aniversário, hoje, no Copacabana Palace, no Rio.
A cantora Aline Muniz abre o Rio Verão Festival, amanhã, às 17h30, na praça da Apoteose. 14 anos.
O Oi Futuro lança o livro "Órbita", de Chico Chaves, em 6 de abril, na SP-Arte.
FOLHA DE SP - 15/03
Recuo do PSD na intenção de aderir ao governo Dilma reflete uma superlotação no governismo e a busca de cacife para gastar em 2014
Num movimento um tanto surpreendente, o líder do PSD, Gilberto Kassab, comunicou à presidente Dilma Rousseff que seu partido conservará a independência em relação ao governo federal pelo menos até 2014. Esperava-se, e para logo, o embarque da quarta maior sigla do Congresso na nau governista.
O PSD é o rebento mais recente e caricato da massa amorfa em que se transformou a política nacional. Explorou uma brecha na norma de fidelidade partidária, arrebanhou parlamentares e governantes mal servidos em todo o país e granjeou seu principal ativo: tempo de propaganda eleitoral na TV e no rádio proporcional à bancada na Câmara dos Deputados.
A plataforma do PSD é o governismo, a disposição de servir a qualquer partido no poder, em qualquer esfera, a despeito de ideologia ou rusgas do passado. Não se trata, porém, de uma disposição abstrata. É preciso retribuição.
Eis o ponto no qual, ao que parece, emperraram as negociações com o Planalto. A presidente oferecia um ministério de impacto reduzido, ainda por implantar, dedicado à pequena empresa. Talvez a retribuição fosse pouca para convencer os companheiros do PSD a vestir a camisa oficial da situação. Para traçar uma parábola com a economia nacional, há descompasso entre a oferta finita de ministérios e outras regalias federais, de um lado, e, do outro, a demanda voraz por esses ativos políticos, incrementada pela classe emergente dos governistas do PSD.
Há limites de acomodação partidária até para uma máquina bizantina como a administração federal, com 39 ministérios, 20 mil cargos de confiança, estatais e autarquias espalhadas pelo país.
Não há mais vagas no camarote VIP da administração Rousseff. Talvez por isso surja, de uma parte relegada à periferia do governismo, um protomovimento de oposição à presidente Dilma e ao consórcio PT-PMDB.
Encabeçado pelo PSB do governador Eduardo Campos, um satélite ensaia desgarrar-se do centro de gravidade palaciano. Passa, se não a encorajar atitudes como a ambiguidade de Kassab, pelo menos a valorizar seu passe em negociações futuras com o petismo.
Decerto esse movimento não se atrita apenas com o Planalto. Eduardo Campos já disputa uma raia da competição política, no empresariado e na opinião pública, muito próxima da utilizada pelo PSDB e pelo seu virtual candidato a presidente, o senador Aécio Neves.
A lamentar, apenas o fato de essas disputas de bastidores não se traduzirem num choque transparente de programas para governar e desenvolver o Brasil.
Valor Econômico - 15/03
A felicidade está ganhando cada vez mais importância nos debates sobre medidas de bem-estar pelo mundo. Afinal, será que o bem-estar da população de um país deve ser medido somente pela sua produção anual de bens e serviços (PIB) ou devemos levar em conta outros fatores? Quando começamos a pensar sobre essa questão, algumas perguntas surgem naturalmente. Como medir bem-estar? Qual a relação entre dinheiro e felicidade? Como se comporta a felicidade ao longo da vida? Divórcios e separações aliviam o estresse? Economistas e outros cientistas sociais vêm se debruçando com bastante frequência sobre essas questões. O que mostram as pesquisas recentes?
A questão que surge logo de início é como (e se) podemos medir felicidade. Grande parte dos estudos sobre felicidade usa medidas subjetivas (autodeclaradas) de bem-estar para mensurar a felicidade de uma pessoa. Mas, será que podemos comparar a felicidade de pessoas diferentes? Há evidências cada vez mais seguras de que há muita informação relevante nas medidas subjetivas de felicidade. Por exemplo, pessoas que se dizem mais felizes tendem a cometer menos suicídios, são consideradas mais felizes pelos seus pares e tem menos reações físicas (mensuráveis) a situações de estresse. Assim, podemos usar medidas subjetivas de bem-estar para analisar os determinantes da felicidade.
Um primeiro ponto importante é que existem diferentes conceitos de felicidade. Pesquisadores tem buscado diferenciar pelo menos dois aspectos. Um deles é a alegria com que uma pessoa vive no seu dia a dia, ou seja, os seus "momentos felizes", em contraposição aos momentos de estresse, raiva e tristeza. Outro conceito de felicidade é o de "satisfação com a vida", que reflete mais a avaliação da pessoa com relação à sua vida como um todo, com o que ela conseguiu atingir até aquele momento. Mas, afinal, o dinheiro compra que tipo de felicidade?
Um estudo recente tentou separar os efeitos da renda sobre diferentes aspectos da felicidade. A partir de pesquisas com 450 mil residentes nos EUA que medem o número de momentos felizes no dia anterior à entrevista e também a sua satisfação com a vida, os pesquisadores detectaram vários resultados interessantes. Em particular, pessoas com renda mais baixa são mais infelizes em todos os sentidos, tanto em termos de situações de estresse, preocupação e infelicidade no dia a dia, como em termos de satisfação com a vida. Entretanto, aumentos proporcionais de renda familiar a partir de US$ 75 mil anuais aumentam a satisfação com a vida, mas não alteram os momentos felizes (ou bem-estar emocional) dos cidadãos americanos.
Qual a explicação para esse resultado? Pode ser que acréscimos de renda acima de determinado nível não aumentem a probabilidade das pessoas desfrutarem dos momentos que trazem mais prazer, como estar com os amigos e desfrutar do lazer. Pode ser também que os aumentos de renda, apesar de provocarem o aumento de satisfação pessoal associada ao status, tragam consigo situações de estresse e incapacidade de saborear os pequenos prazeres da vida. Desse modo, é importante separar o que as pessoas pensam a respeito de sua própria vida do quanto elas realmente aproveitam os momentos felizes.
E com relação aos outros determinantes da felicidade? Um resultado que sempre emerge dos estudos sobre felicidade é a relação em formato de U entre idade e felicidade. Ou seja, a felicidade tende a diminuir à medida que ficamos mais velhos, até alcançarmos os 50 anos de idade e depois aumenta novamente. Estudos recentes usando o consumo de antidepressivos (em vez de medidas subjetivas de felicidade) confirmaram essa relação não linear entre idade e felicidade. Por exemplo, os dados mostram que 1 em cada 13 europeus usaram antidepressivos em 2010 (com destaque para os portugueses) e que as pessoas na meia-idade tem uma probabilidade duas vezes maior de tomarem esses remédios do que as com 26 ou 65 anos de idade com as mesmas características. O mais impressionante é que estudos recentes com chimpanzés também detectaram um padrão muito parecido de bem-estar ao logo da vida. Mas, ainda não está claro para os pesquisadores porque humanos e chimpanzés sofrem a crise de meia idade.
Outra questão importante é a relação entre estado civil e felicidade. As pesquisas mostram claramente que as pessoas casadas têm mais momentos felizes e são mais satisfeitas com a vida do que as solteiras, viúvas e divorciadas (mas, a presença de filhos em casa tende a aumentar os momentos de estresse e preocupação). Mas, será que vale a pena manter um casamento infeliz? Claro que não. Estudos que seguem as mesmas pessoas ao longo do tempo mostram que a dissolução do casamento, apesar de traumática no período de transição, reduz significativamente os níveis de estresse dois anos após a separação, com relação à situação inicial (que era pior que a média). Além disso, há evidências de que os filhos não sofrem muito com a separação dos pais.
Por fim, os fumantes e as pessoas que vivem sozinhas são as que têm menos momentos felizes, sofrem mais estresse e estão menos satisfeitas com a vida, mesmo após controlarmos por várias outras características socioeconômicas. Em suma, se a pessoa tem 50 anos de idade, mora sozinha, fuma, e tem uma renda familiar baixa, a probabilidade de que ela tenha uma vida feliz é bastante baixa. Mas, a boa notícia é que as coisas melhoram um pouco aos 60 anos.
FOLHA DE SP - 15/03
A Argentina tem o papa, mas nós temos o Inri Cristo e o Edir Macedo! Isso ninguém nos tira!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E quem fizer piada com argentino vai direto pro inferno!
Habemus Tango! Habemus Papa Frita! Continuo achando um desaforo esse papa argentino! Isso foi pessoal contra os brasileiros! Dom Odilo amarelou!
Mas temos nossa vingança: já imaginou o papa argentino chegando ao Brasil e beijando nosso chão? Rarará! E quem fizer piada com argentino vai direto pro inferno!
E a primeira declaração do papa argentino: "Tá liberado o gol de mão!" Rarará. E agora temos que aguentar o Maradona, o Messi e o papa! Eu já sei como foi eleito o papa argentino: o Messi fez 3 gols e pediu o papa! Rarará.
E o tuiteiro Fernando Ângelo postou: "Argentinos já dizem que o novo papa é melhor do que o Pelé!".
E eu passei dois meses repetindo que papa argentino não pode porque argentino pensa que é Deus! Acúmulo de funções. Mas, na realidade, o argentino foi rebaixado: de Deus pra papa! E se argentino pensa que é Deus, o papa já pode conversar com Deus de igual pra igual.
E o papa Chico Argentino 1º vai introduzir uma nova reza: "Em nome do Maradona, da Evita e do Messi, amém". E, no lugar do bacalhau da Semana Santa, bife de chorizo. E o vinho da missa será Malbec! E ele se chama Bergoglio mas tem cara de Imbroglio!
E eu já disse que a Argentina tem o papa, mas nós temos o Inri Cristo e o Edir Macedo! Isso ninguém nos tira!
E a declaração do papa para os cardeais: "Vocês me acharam no fim do mundo". Se o papa, que é argentino, chama Buenos Aires de fim do mundo, tamo liberado!
Rarará!
E o papa vai passar férias em Balneário Camboriú também? Rarará! É mole? É mole mas sobe! Ou, como disse aquele outro: "é mole, mas trisca pra ver o que acontece!".
E adorei porque brasileiro, quando se trata de Argentina, leva logo pro lado do futebol! E como disse uma amiga minha: "estou deprimida, preferiria perder pra China, pra Gana, mas não pra Argentina". Rarará!
E já corre na internet uma fotomontagem com o papa e escrito no chapelão: "Imagina na Copa!". Rarará! E ainda bem que não foi papa português; senão, seria papa Gaio!
E eu tô empapuçado de papa!
Rarará. Nóis sofre mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
O Estado de S.Paulo - 15/03
Como disse a presidente Dilma, com conhecimento de causa, para ganhar eleições faz-se o diabo. Como fez o presidente Geisel, em 1977, editando o "Pacote de abril" para ajudar a Arena a ganhar as eleições legislativas. Entre outras leis e decretos para assegurar a maioria no Congresso, dava mais cadeiras de deputados aos Estados menos populosos e mais pobres e atrasados, dominados pelo governismo e o coronelismo. Ganhou as eleições, mas até hoje o Brasil democrático perde com esse entulho autoritário.
O pretexto para o arbítrio era equilibrar as desigualdades regionais, como se mais deputados com menos votos pudessem dar mais ordem e progresso ao Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Sergipe, onde cada voto passou a valer no Congresso três vezes mais do que os de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, distorcendo a representatividade, a federação e o princípio democrático de "um cidadão, um voto".
O analista político Fernando Rodrigues contabilizou: em 2010, os 48 deputados eleitos por esses Estados privilegiados - que continuam entre os mais pobres e atrasados - tiveram, juntos, 1,8 milhão de votos. Já os 46 eleitos pelo Rio de Janeiro receberam 4,5 milhões de votos. Certos parágrafos valem por uma coluna inteira. Mas, além dos caciques regionais, como Sarney e Romero Jucá, quem defende a continuidade dessa partilha autoritária e casuística? Os partidos que hoje dominam esses grotões e não querem perder a vantagem que a ditadura lhes deu.
Todos concordam com a urgência de uma reforma eleitoral, mas ninguém fala nessa aberração, só em financiamento público, lista fechada, voto distrital, o que for mais vantajoso para o partido que propõe, e assim não se faz reforma alguma.
Mesmo na hora em que o pacto federativo é ameaçado pela guerra dos royalties do petróleo, pelos cortes de impostos que prejudicam os Estados, pelos critérios de distribuição dos fundos constitucionais aos entes federativos, ninguém quer discutir as distorções dos colégios eleitorais. É incrível, mas o "Pacote de abril" continua em vigor, como uma diabrura da ditadura para ganhar as eleições.
FOLHA DE SP - 15/03
Já existiu um garoto-propaganda mais influente na cultura ocidental do que Jesus Cristo?
"MARISA, PODE colocar as brejas pra gelar!" Penso que deve ter sido a única vez na vida em que soltaram rojão lá em São Bernardo diante de um placar final favorável à Argentina.
Já imaginou se, no lugar do jesuíta com pinta de Pio 12, tivessem escolhido dom Odilo Scherer? O papa brasileiro viraria herói nacional, um novo Ayrton Senna. E Lula arriscaria cair para segundo plano.
Não é nada fácil ser mais popular do que um papa. Pense só: quem consegue competir com a força da imagem do símbolo cruz? Por acaso o logo da Apple? Existe garoto-propaganda mais influente no Ocidente do que Jesus? Pergunte a Woody Allen se os judeus não estão correndo atrás do prejuízo até hoje.
E que valor teria um discurso do Lula dizendo ser o novo Abraham Lincoln diante da voz de um papa brasileiro sacudindo seu dedinho com o anel de Pedro, dançando abraçado ao padre Marcelo e dizendo: "Nananina, Jesus não concordaria com nada disso do que Lula está dizendo". Não é da oposição merreca do PSDB que estamos falando, né não?
Por um motivo ou outro, como já disse aqui, não necessito de intermediários em minha interlocução com Cristo. Tampouco preciso que essa ponte seja feita por uma instituição como o Vaticano, que tem o péssimo hábito de descuidar de suas finanças e foi liderada até recentemente por um deslumbrado teutônico de sapatinhos vermelhos de verniz da Prada cuja melhor amiga e confidente vem a ser Gloria von Thurn Und Taxis, figura carimbada em São Paulo por anos a fio e muy amiga do artista plástico Ivald Granato, meu chapinha.
O ex-marido de dona Gloria, um dos irmãos Flick, herdeiro da Mercedes-Benz, alugava um apartamento da minha família, na Suíça, só para alojar seus empregados domésticos nas férias.
Ela faz parte do grupo íntimo de Bento 16 e é do tipo que tem visões da Virgem de Guadalupe antes mesmo de tomar o primeiro Steinhäger da noite, uma espécie de Baby Consuelo da Baviera. Quisera estar inventando tudo isto.
Mas voltando à felicidade de Lula, mesmo não tendo sido dom Odilo o escolhido, há razão para preocupação por parte da esquerda latino-americana.
O Vaticano acertou sua jogada de marketing. Chutou para escanteio seu lixo e chamou para o centro do campo a preocupação com o avanço das igrejas televangélicas que lhe roubam fiéis e fazem qualquer tipo de acerto com o populismo para ocupar o poder na América Latina. Um continente, diga-se, que a despeito da globalização, prefere insistir em variações paternalistas de modelo chavista ou peronista liderados por "pais dos pobres" carismáticos, dos quais a população continua a exigir garantias de emprego, educação, saúde, enfim, de tudo menos reformas que combatam a corrupção e em que primitivos sistemas de referendos e cooperativas sejam substituídas pela economia de mercado e instituições que formem democracias representativas de base sólida.
Espertinho esse Vaticano. A eleição do papa argentino não tem como não lembrar a eleição do papa polonês, Karol Wojtyla, que coincidiu com o nascimento do movimento Solidarnosc na época da ruína da União Soviética e culminou na ruína do comunismo.
Hoje, o planeta está mais fragmentado e a Igreja Católica não exerce o mesmo poder de antes. Porém, sobre o terreno mais valorizado de toda capital do mundo ainda há uma igreja. Ou seja, no mínimo, o Vaticano possui a carteira de imóveis mais invejável do cosmos. E não se deve subestimar uma "empresa" com mais de 1 bilhão de clientes e cuja marca é mais reconhecida do que Ford, Apple e Coca-Cola. Poderia ter sido pior. Mas eu ainda tremeria se fosse o Lula.
Valor Econômico - 15/03
Há substanciais diferenças entre o que o mercado gostaria de ver e o que o Banco Central diz na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem. O BC ratificou os termos do comunicado do comitê, feito dois dias antes da desagradável surpresa inflacionária. Esperava-se para fevereiro uma inflação mais próxima de 0,40% e o IPCA registrou variação de 0,60%, conforme divulgado pelo IBGE na sexta-feira da semana passada.
O mercado considerou que o comunicado, divulgado quarta-feira, já havia envelhecido na sexta-feira e que os juros básicos (taxa Selic), então, começariam a subir em abril.
A ata jogou água fria nesse prognóstico e trouxe uma nova expressão - "cautela". O parágrafo 28 sintetiza essa visão: "Embora essa dinâmica desfavorável possa não representar um fenômeno temporário, mas uma eventual acomodação da inflação em patamar mais elevado, o Comitê pondera que incertezas remanescentes - de origem externa e interna - cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política monetária deva ser administrada com cautela".
Governo está à espera de uma queda da inflação
O Copom não especifica o que seriam essas incertezas internas e externas, mas sabe-se que o governo da presidente Dilma Rousseff continua preocupado com o crescimento deste ano e guarda grandes expectativas de que os preços dos alimentos, que até fevereiro subiram 12,5% no acumulado de 12 meses, comecem a cair e aumentem, este ano, não mais que uns 5%.
A desoneração da cesta básica, e de boa parte da produção industrial, seria um reforço para a moderação da inflação. O comitê destaca, também, a recente acomodação dos preços internacionais das commodities e coloca peso relevante na taxa de câmbio.
Em 2012, a depreciação cambial feita na marra respondeu por boa parte da inflação de 5,84% mas, neste ano, a apreciação terá efeito contrário. Se o real se valorizar em torno de 10%, por exemplo, a contribuição para a queda da inflação - tudo o mais constante - pode chegar a 0,60 ponto percentual.
O BC está diante do pior dos mundos: inflação corrente alta e nível de atividade fraco. Com os olhos na inflação futura, sua ação tem sido de ajuste gradual da comunicação entremeado com uma medida aqui, outra acolá. No fim do ano passado, descartou a possibilidade de acentuar a depreciação cambial e fez provimento de liquidez para um mercado que estava ilíquido; em janeiro deste ano deixou claro que não havia mais hipótese de reduzir os juros e começou a permitir uma valorização do câmbio; em fevereiro disse que estava desconfortável com o patamar da inflação e engrossou o tom. Na ata de ontem, contudo, não assumiu compromisso com prazo nem intensidade de um eventual ciclo de aperto monetário que se avizinha. Deixou as questões em aberto.
É, de fato, complicado aumentar a taxa de juros numa economia onde a farinha de mandioca subiu 80% no ano passado e o PIB cresceu apenas 0,9%. Não que o BC tenha que responder pelo crescimento, mas o choque de preços dos alimentos não decorre do excesso de demanda. Por torcida, reza ou convicção, o que se espera, portanto, é que a inflação - hoje resiliente e com possibilidade de se estacionar num patamar mais elevado - comece a ceder e valeria à pena, portanto, aguardar mais um pouco.
Em maio, por exemplo, já estaria bem mais clara a tendência do IPCA, assim como a performance da atividade econômica do primeiro trimestre do ano, advogam alguns técnicos. Alta fonte do governo argumenta que o problema não é que o BC não tenha autonomia para gerir a política monetária. Isso não está em questão para a presidente Dilma Rousseff. Mas "há dúvidas reais" sobre se o aumento da Selic é que de fato vai controlar a inflação, fortemente concentrada nos preços dos alimentos e de serviços.
Até fevereiro, a inflação acumulada em 12 meses é de 6,31% e, em março, superará o teto da meta (6,5%). Nos últimos meses, a pressão sobre os preços só piora e o índice de difusão (dessazonalizado) de fevereiro foi tão forte quanto o de janeiro. O governo nega que haja um processo de descontrole inflacionário. Mas a cada dia fica maior o risco de a inflação, este ano, não ser ao menos menor do que os 5,84% do ano passado.
D; eixou de ser tabu e começa a ser mencionada com certa naturalidade a possibilidade de o governo vir a propor a mudança de duas leis que estariam atrapalhando a vida da Petrobras: a que exige índices de nacionalização de até 55% nas encomendas da companhia estatal; e a que obriga a empresa a ter participação de pelo menos 30% em todas as fases de exploração do pré-sal.
Em uma primeira manifestação do constrangimento que representa o índice de nacionalização para a suas encomendas, a Petrobras pediu à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a redução dessa exigência para uma série de equipamentos e produtos que serão necessários para viabilizar a exploração e desenvolvimento da produção nas áreas oferecidas na 11ª rodada de licitações, prevista para maio. O argumento da empresa é de que a indústria nacional não terá condições de cumprir o percentual mínimo de conteúdo nacional.
De acordo com o pré-edital da agência reguladora, é de 10% o índice de nacionalização exigido para o afretamento de sondas para águas profundas e rasas; no caso da exploração em terra, ele pode subir para 90%. Embora a ANP não tenha acatado o pedido da companhia, o assunto não morreu. Ao contrário, começou a ser abordado por fontes graduadas do governo como algo que terá que ser enfrentado mais adiante. Provavelmente não este ano nem no próximo, com a campanha pela reeleição já nas ruas, mas este deverá ser um tema a ser tratado em um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Consultada, a Petrobras informou que a carta à ANP é "pontual" e que a companhia não questiona a mudança do índice de nacionalização, assim como não discute uma alteração na lei que definiu a cessão onerosa. Esses são assuntos de governo.
FOLHA DE SP - 15/03
"O poder de comandar frequentemente provoca falhas no pensar", diz Barbara Tuchman
Ando pensando muito atualmente sobre como o poder está mudando no mundo de hoje. Estes são cinco livros velhos que me vêm ajudando a entender tendências novas.
Thomas Kuhn, "A Estrutura das Revoluções Científicas" (1962): Kuhn argumenta que a ciência nem sempre avança por meio do acúmulo gradual de conhecimentos, na chamada "ciência normal".
Periodicamente a normalidade é subvertida por revoluções que derrubam o edifício intelectual inteiro da física ou biologia, por exemplo. Assim, a "ciência normal" regularmente desaba sob o peso de informações que as teorias recebidas não explicam e pelas revelações de novas explicações. A isso damos o nome de "mudança de paradigma".
Embora o livro seja sobre ciência, implicitamente trata de como o poder flui de uma facção para outra, rival.
Barbara W. Tuchman, "A Marcha da Insensatez - De Troia ao Vietnã" (1985): o que têm em comum a Guerra de Troia, a fragmentação da Santa Sé, a perda das colônias americanas da Inglaterra e a Guerra do Vietnã? A insensatez. De acordo com esta historiadora, esses quatro fiascos foram movidos por indivíduos determinados a promover políticas contrárias a seus interesses e que obstinadamente rejeitaram opções melhores. Por quê? Porque "o poder de comandar com frequência provoca falhas no pensar".
Gabriel García Márquez, "O General em Seu Labirinto" (1990): Simon Bolívar conheceu o poder. Quando morreu, aos 47 anos, tinha libertado seis nações e sido chefe de Estado de cinco delas. No entanto, ele morreu sem poder, consumido pela tuberculose, frustrado por suas derrotas políticas.
Neste magistral relato fictício da arrastada morte de Bolívar, o Nobel de Literatura Gabriel García Márquez escreve que "o desespero, a doença e a morte inevitavelmente derrotam o amor, a saúde e a vida". Um livro belo que revela tanto sobre a condição humana quanto sobre a natureza fugaz do poder.
John Arquilla e David F. Ronfeld, "The Advent of Netwar" (1996) (A chegada da guerra de redes): Os autores são visionários: prenunciaram que redes ágeis, descentralizadas e adaptáveis de combatentes não tradicionais criariam desafios inusitados às organizações militares. Descreveram esses novos conflitos como "guerras de redes" e previram que se tornariam o modo dominante de conflito no século 21. Para eles, as estratégias militares tradicionais "provavelmente se mostrarão insuficientes para lidar com conflitos não lineares, de multidões, da era da informação, na qual elementos sociais e militares se misturam estreitamente". Se você tiver alguma dúvida quanto a essa previsão, pergunte ao Taleban.
Felipe Fernandez-Armesto, "Os Desbravadores: Uma História Mundial da Exploração da Terra (2006): o autor narra a fascinante história das explorações do mundo.
O livro é a história de como, nos últimos 5.000 anos, exploradores ousados impelidos por motivações humanas básicas - especialmente a busca do poder uniram o mundo.
O GLOBO - 15/03
Embora tenha sido antecipada exoticamente pelo próprio governo, contra todas as melhores regras da tradição política, a sucessão presidencial ainda está num estágio incipiente para os principais candidatos a adversários da presidente Dilma Rousseff. Enquanto a ex-senadora Marina Silva está em plena luta para criar uma sigla que possa chamar de sua, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o senador mineiro Aécio Neves tentam se organizar dentro de seus próprios terrenos para, a partir daí, jogarem-se mais seguramente na tentativa de vencer a máquina governamental, que já está funcionando a toda.
Recentemente, os dois tiveram conversas fundamentais para aplainar o terreno que pisarão dentro em pouco. Aécio deve assumir a presidência do PSDB em maio, e a partir daí intensificará suas viagens pelo país, mesmo que não assuma formalmente a candidatura. Campos marcou setembro como a data para anunciar sua decisão e está em campo para avaliar as possibilidades concretas de levar seu plano adiante.
Dentro do PSDB, a única e grande pedra no sapato de Aécio continua sendo a união do grupo paulista que até hoje indicou todos os candidatos a presidente da República do partido, começando pelo ex-senador Mario Covas, seguindo por Fernando Henrique, vitorioso duas vezes, José Serra, duas vezes, e o governador paulista, Geraldo Alckmin. Dependente do apoio paulista, o mineiro procurou o último para saber seu ânimo diante da disputa que se avizinha.
Foi claro com ele, perguntando diretamente se estava nos seus planos, mesmo que remotamente, disputar a Presidência novamente em 2014. Se a resposta fosse positiva, mesmo que no plano puramente especulativo, Aécio disse a Alckmin que não teria problema em abrir mão da postulação, com uma explicação muito simples ao eleitorado: não consegui unir o partido e devolvo à direção nacional a decisão sobre quem será o candidato. Voltaria a Minas Gerais para provavelmente ser candidato novamente ao governo do estado.
Alckmin teria sido enfático ao recusar tal possibilidade, garantindo a Aécio o apoio integral da seção paulista. O incômodo que Serra estaria sentindo, com relação à direção nacional e até mesmo ao governador paulista, é uma questão a ser superada, mas não impeditiva da união partidária. Na formação da nova direção nacional, Serra será convidado por Aécio a participar, pessoalmente ou através de um representante de seu grupo, mas há a percepção no partido de que não existe a possibilidade de um racha que divida os votos tucanos em São Paulo.
Tanto para o governo quanto para os outros candidatos, sempre haverá um ranço contra o mineiro que tirou do páreo os paulistas, e é nesse espaço que veem a chance de quebrar a hegemonia do PSDB no estado. Já Campos, candidato natural do PSB e sem rivais do partido, teve uma conversa franca com a presidente Dilma Rousseff no Planalto, onde as fichas foram colocadas na mesa.
A presidente tomou a iniciativa de dizer que compreendia o momento do PSB e considerava quase certo que um dia Campos ocuparia o lugar que hoje é dela. Qualquer decisão que viesse a ser tomada, disse Dilma, não interferiria na relação de amizade que nutria em relação a ele e à sua mulher, Renata. Campos admitiu que o partido o estava empurrando para a disputa e pediu que Dilma se considerasse livre para agir da maneira que considerasse melhor em relação à participação do PSB no governo.
Falou sobre o desgaste natural que a permanência por muitos anos de um mesmo grupo político no governo provoca e se disse convencido de que a coalizão PT-PMDB estava esgotada, sem um projeto para o país. Foi claro ao dizer que temia que o PSB fosse tragado pelo fracasso da coalizão governista, mas se colocou sempre crítico ao PT, e não à pessoa da presidente. Advertiu-a de que a popularidade de hoje pode desaparecer. Garantiu que não fazia qualquer movimento com vistas a ocupar a vice-presidência no lugar de Michel Temer, e prometeu comunicá-la assim que se decidir.
Dentro do governo, Campos já é visto como o adversário a ser batido, por representar a novidade da eleição. O que muitos no PSB temem, porém, é que essa novidade envelheça, com toda a exposição que necessariamente o governador terá que estimular para criar em torno de si uma expectativa de poder.
O GLOBO - 15/03
Inclusão
A Petrobras foi condenada pela Justiça do Trabalho por não reservar para pessoas portadoras de deficiência vagas em todos os cargos oferecidos em concursos.
A ação do MPT foi acolhida pela 619 Vara do Rio. A estatal terá de pagar R$ 500 mil ao FAT. Cabe recurso.
Eficiência
O Inmetro lança hoje, Dia do Consumidor, cartilha sobre o programa de etiquetagem veicular. Quer orientar a compra de carros mais eficientes. Em 2013, 327 modelos de 27 marcas levarão selos de “A” a “E”, como os eletrodomésticos.
Em campanha
Ludovino Lopes, da Câmara-e.net, sugeriu o Brasil como sede da 19 reunião do Conselho Internacional de Economia Digital. Ele está em evento do setor em Barcelona.
A decisão sai até junho.
Empreendedor
Três em quatro brasileiros (76%) sonham abrir negócio próprio. É segunda maior taxa do mundo, atrás apenas da Turquia. Os dados são da Endeavor Brasil, que organiza o Congresso Global de Empreendedorismo, semana que vem, no Rio.
Em tempo
As startups digitais serão tema do congresso. Em um ano, a aceleradora 21212 viabilizou R$ 11 milhões em investimentos. As startups geraram 200 empregos.
Primeira vez
O McDonald’s trará ao Brasil uma versão da promoção Monopoly, que já teve duas dezenas de edições nos EUA. Em pouco mais de um mês, vai distribuir R$ 16 milhões em prêmios. “Será a maior ação de marketing já feita no Brasil”, anuncia Hélio Muniz, diretor de comunicação. Copa e Olimpíadas serão o mote.
Prioridade
O McDonald’s planeja abrir 140 lojas na América Latina este ano. Na cozinha do setor, comenta-se que 70 ficarão no Brasil. A argentina Arcos Dorados, dona da rede, não comenta. Por dia, 1,7 milhão de pessoas passam pelas lojas.
+23,3% EM JANEIRO
Foi quanto cresceram as vendas das lojas de outros artigos de uso pessoal e doméstico no Rio. Em CE, PE, BA, MG, ES, PR e GO também houve alta de dois dígitos.
CAMPEOES
Jaqueline e Murilo, casal 20 do vôlei nacional e medalhistas olímpicos, estrelam a campanha do Tube Xtreme. É o novo modelo de tênis da brasileira Olimpikus. Com criação da DM9Sul e produção da Hungry Man, o filme entra no ar hoje na TV aberta.
CARRO NOVO
A Chevrolet estreia no domingo a campanha do novo Prisma.
Dois filmes para TV ressaltam o conforto e o design de esportivo do sedã. Criação da Commonwealth, a campanha também terá peças em mídia impressa e ações em redes sociais.
UM BARATO
A Subway estreia hoje campanha inspirada em novelas mexicanas. Apresenta a mudança de sabor do Steak Churrasco e a promoção Baratíssimo, com sanduíche por R$ 5,95. Será veiculada em televisão, internet, rádio e mídia exterior. A Borghi/Lowe assina.
PARA DOAR
O Grupo Sá Cavalcante vai distribuir R$100 mil em cédulas de R$ 2 na Grande Vitória, a partir de hoje. É parte de campanha em prol da Associação Capixaba contra o Câncer Infantil. Os cidadãos serão convidados a doar a nota à Acacci. O grupo espera aportes adicionais. A ação termina em 21 de abril.
BAIXADA
A Mega 18 Construtora lança ainda este mês o Alto Nilópolis Residências. Terá 128 apartamentos, com três quartos, suíte e churrasqueira na varanda. A área de lazer terá piscina, salão de jogos e academia. O valor de vendas deve bater R$ 40 milhões. A Kindle assina a campanha, que vai circular em impressos, internet rádio e mídia exterior.
Vezes três
A imobiliária Fernandez Mera espera vender 6.350 unidades no Rio, este ano. Serão R$ 3,3 bi em negócios, o triplo de 2012. Virão oito comerciais e 24 residenciais.
‘Retrofit’
A Lafem vai modernizar o Edifício Pinto Ribeiro, no Centro do Rio. É projeto de um fundo do Opportunity. O aporte é de R$ 11 milhões.
Dois pares
A Life lança amanhã dois residenciais no Recreio. Até junho, virão mais dois, em Botafogo. Os quatro somam R$ 80 milhões em vendas.
Livre Mercado
A RioContemporânea, escritório de arquitetura de residências de alto luxo, já tem 50% da carteira de clientes formada por chineses. Pagam até R$ 3 milhões por projeto.
A Velha Bahia lançou a marca VB Corporativo, de móveis para hotéis, escritórios e restaurantes. O projeto vai ocupar galpão de cinco mil m2 em Ramos. Aporte de R$ 500 mil. A meta é faturar 50% mais este ano.
A Sawala Imobiliária ampliou a filial da Barra. Investiu R$ 500 mil. Planeja fechar 2013 com R$ 600 milhões em volume de negócios.
É de Odebrecht e Performance, não da Gafisa, o empreendimento Porto Atlântico, que será lançado dia 23.
RECREIO
A Calçada, junto com a Montserrat, vai construir no Recreio residencial com 119 unidades. O lançamento é este mês. Serão R$ 70 milhões em vendas. Só a campanha, da Percepttiva, vai custar R$ 400 mil.
FOLHA DE SP - 15/03
Ritmo de licitações estagna construção pesada, diz setor
O ritmo das licitações prometidas pelo governo do Estado para uma série de obras em rodovias estagnou o setor da construção pesada em São Paulo, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinicesp).
"A abertura de novos postos de trabalho está estável desde setembro. Se as licitações anunciadas não saírem do papel, a indústria deve começar a reduzir sua mão de obra", afirma Hélcio Farias, do Sinicesp.
Em março do ano passado, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), autarquia estadual, anunciou que seriam investidos R$ 10 bilhões em rodovias até o fim de 2014.
Um acompanhamento mensal feito pelo sindicato aponta que, até o momento, R$ 3,7 bilhões foram licitados. Restam ser contratados, portanto, mais R$ 6,3 bilhões nos próximos 21 meses.
"O sinal de alerta foi ligado. O montante a ser investido é alto e demanda muitas licitações. O processo de cada uma delas demora em média seis meses", diz Farias.
O DER, porém, afirma que já foram licitados R$ 4 bilhões e que os investimentos estão dentro do cronograma.
"Nos primeiros dois anos, realizamos os projetos, agora as obras vão crescer porque eles já foram concluídos. Nós vamos cumprir o que foi dito no ano passado", diz o superintendente do órgão, Clodoaldo Pelissioni.
"Até junho, estaremos pagando R$ 300 milhões por mês [em licitações]."
Nórdicas
O tempo que se leva para fechar um contrato no Brasil e a burocracia são as principais dificuldades que uma empresa estrangeira enfrenta para se instalar no país.
A avaliação é do advogado americano Jonathan Kellner, do escritório Linklaters, que vive em São Paulo há sete anos.
"Clientes abrem empresas nos Estados Unidos em menos de 24 horas. Aqui é diferente, mas está melhorando muito, sem dúvida", diz.
"E o número de empresas que procuram informações sobre o mercado brasileiro vem aumentando de forma substancial", afirma Kellner, que se encontrou com um grupo de 14 executivas da Suécia e representantes do Veirano Advogados nesta semana em São Paulo.
"As grandes companhias suecas têm uma história longa no Brasil, mas as pequenas e médias empresas também estão procurando investir aqui", diz Elisabet Lundgren, também do Linklaters.
A evolução do país no âmbito dos negócios foi apresentada para elas, que já passaram por China e Índia para conhecer os procedimentos e as leis corporativas dos países.
Entre as executivas que vieram ao Brasil estão Veronica Rörsgård, vice-presidente da gigante de construção Skanska, Marie Hansson, sócia da Accenture AB, e Magdalena Hartman, vice-presidente de produtos financeiros globais da Nasdaq OMX.
Guerra dos sexos
O equilíbrio entre homens e mulheres nas vagas que envolvem o direito precisam de ações afirmativas e inclusivas, segundo a diretora do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), Raquel Elita Alves Preto.
"A iniciativa privada tem um desempenho muito melhor no aproveitamento da mulher em cargos decisivos do que o ambiente público institucional", afirma.
"A avaliação que eu faço é que, no setor público, as questões da aliança política e apadrinhamento se sobrepõem às questões de mérito e de capacidade."
Um levantamento feito pela diretora mostra que no Supremo Tribunal Federal, dos 13 ministros, 11 são homens e duas são mulheres.
No Superior Tribunal de Justiça, das 30 cadeiras de ministros nomeados, apenas seis são ocupadas por elas.
Além do Brasil, Preto destaca também a desigualdade em outros países.
Na Inglaterra, aproximadamente 60% das vagas nas faculdades de Direito são ocupadas por mulheres, mas, menos de 10% são sócias do primeiro escalão dos escritórios ingleses, diz.
"Precisamos de ações inclusivas no Brasil principalmente nos órgãos públicos."
Consumidor satisfeito
Serviços e produtos oferecidos pelos setores de bebidas, drogarias e higiene pessoal são considerados os mais satisfatórios pelos consumidores brasileiros, com 82,6%, 77,9% e 76,1% de aprovação, respectivamente.
Esse é o resultado do Índice Nacional de Satisfação do Consumidor (INSC) de fevereiro de 2013, produzido pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Em comparação com janeiro de 2013, o setor de hospitais e laboratórios teve queda de 10,3 pontos percentuais no índice e fechou fevereiro com 57,3% de aceitação, foi a maior queda registrada no período.
A indústria automobilística, por sua vez, apresentou 60,2% de aprovação em fevereiro deste ano, queda de três pontos percentuais ante o mês anterior.
"As recentes notícias na mídia de assaltos a veículos e as propagandas de algumas montadoras, má avaliadas pelo público, influenciaram a queda de satisfação com o setor", afirma Ricardo Pomeranz, professor da ESPM.
Para a natureza... A Petrobras reutilizou 23 bilhões de litros de água em 2012, quantidade suficiente para suprir 11% das atividades da empresa, segundo a companhia. O volume poderia abastecer um município com 550 mil habitantes durante um ano.
...e para o bolso Também em 2012, a estação de reúso de água do centro de pesquisas da empresa entrou em operação. Aliada à captação de água da chuva, evita-se o descarte anual de 600 milhões de litros -economia de R$ 12 milhões-, segundo a estatal.
Contra... CEOs de companhias brasileiras se encontram com executivos norte-americanos na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, nesta segunda-feira (18). A reunião vai discutir os problemas gerados pela bitributação.
...impostos Os empresários querem que seus governos abram as negociações para desonerar de bitributação os investimentos entre os dois países. Os Estados Unidos têm acordos com 65 países para eliminar a bitributação. O Brasil, com 28 países.
O GLOBO - 15/03
O grande desafio que a Igreja Católica enfrenta é a redução do percentual de fiéis no mundo. No Brasil, a tendência ao declínio tem sido constante. Eram 83%, em 1991, e caíram para 64%, em 2010. Em 1970, eram 92% dos brasileiros. Mesmo assim, ainda são 123 milhões. Em 30 anos, os evangélicos saíram de 6,6% para 22,2%. Os sem religião aumentaram de 4,7%, em 1991, para 8%.
O novo Papa começou com vários acertos. O nome é bonito e significativo. Inclinar-se para pedir ao povo que rezasse a Deus por ele reduziu a distância entre o Sumo Pontífice e os fiéis. Afinal, o catolicismo se refere ao papa como "Santo Padre" e ao cargo como "o trono de Pedro".
Mas "fim do mundo" é uma questão de ponto de vista. Para nós, brasileiros, a Argentina fica ao lado. Para Roma, a América Latina sempre foi o fim do mundo, de onde nunca havia saído antes um papa em toda a história da região, integrada ao mundo católico desde que chegaram as primeiras missões jesuítas. De qualquer maneira, suas primeiras palavras mostram o esforço da busca da empatia de comunicador, distante desde a morte de João Paulo II.
Quem viveu os anos das ditaduras latino-americanas, opondo-se aos regimes militares, sabe a diferença da Igreja no Brasil e na Argentina. Aqui, tinha-se Dom Helder Câmara, Dom Paulo Evaristo Arns e tantos outros menos conhecidos que povoavam paróquias pelo Brasil afora protegendo presos políticos ou ajudando-os a curar as cicatrizes emocionais das temporadas em prisões. Não era toda assim, mas a História registra grandes marcos, como a missa por Vladimir Herzog. Para a Sé, os brasileiros, de qualquer religião, correram para manifestar seu sentimento de repúdio ao crime. A Igreja da Argentina não dava aos católicos de lá o mesmo acolhimento e, como O GLOBO mostrou ontem nos textos da correspondente Janaína Figueiredo e no do sempre brilhante José Casado, sombras sobrevoam o passado da Igreja argentina.
O Brasil costuma se apresentar como país mais católico do mundo, mas aqui as mulheres dessa religião continuaram indo às missas ou cumprindo com seus filhos os rituais de batismo e primeira comunhão ao mesmo tempo em que descumpriram a orientação da Igreja na questão da contracepção. Os meios disponíveis de evitar a gravidez, condenados pela Igreja, foram solenemente ignorados, e o Brasil fez em cinco décadas uma brutal queda do índice de fecundidade.
Os casos de pedofilia aconteceram em todo o mundo e nunca foram enfrentados com a coragem necessária de uma instituição que precisa punir esse crime hediondo e impedir que ele se repita. Esse é um dos vários desafios de Francisco.
No Brasil, onde desembarca em julho para a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco tentará combater o que as estatísticas mostram: a queda do percentual de fiéis, que é mais intensa em algumas regiões, como o Norte, por exemplo, e entre os mais pobres.
A Igreja Católica não tem dois mil anos por acaso. Ela sempre soube mudar sem mudar. Combateu descobertas científicas do século XV, mas depois se adaptou ao fato de que a Terra se move. Tentou manter o poder secular, mas, derrotada, reformulou-se como um reinado supranacional de poder intangível. Desafiada pela Reforma Protestante, corrigiu erros mais explícitos apontados pelos dissidentes. No século XX, algumas encíclicas tentaram atualizar o pensamento social da Igreja. Vamos ver o que faz do seu reinado um argentino, filho de pais italianos, que escolheu o nome Francisco, morava em acomodações modestas, mas agora, instalado em palácios, viverá rotina nada franciscana.