quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Noutro mundo - LUCAS MENDES

BBC BRASIL - 21/02
No Texas, tudo é maior, e o que acontece lá se espalha pelo resto do país, para o bem e para o mal. No momento, bem mais para o mal. "



Um meteoro caiu na Rússia. Ou não?

O presidente da Comissão de Ciência, Espaço e Tecnologia na Câmara americana é o texano Lamar Smith, um republicano. Ele convocou para a próxima semana uma audiência para decidir se os meteoros existem.

"Para a imprensa irresponsável, o objetivo é assustar o público com uma questão que, no fim das contas, pode ser tão real quanto os unicórnios".

O republicano, que se diz um cético em questões científicas, levantou a possibilidade de se tratar de "um foguetório de russos embriagados com vodca e nada para fazer, nem aquecer, no inverno siberiano".

O meteoro, na visão do conservador amedrontado pelo Tea Party, pode ser um pretexto para deixar o governo gastar dinheiro com ciência "e isto", ele garante, "é a última coisa que nossa comissão vai aprovar".

Um repórter levantou a questão do meteoro gigante que teria matado os dinossauros. O deputado reagiu: "Agora vamos acreditar que os dinossauros existiram?".

Lamar Smith, um veterano no Congresso, que vem de cinco gerações de texanos, não é um primitivo. Tem diploma de Yale.

Mas no Texas, tudo é maior, e o que acontece lá se espalha pelo resto do país, para o bem e para o mal. No momento, bem mais para o mal.

A atitude do deputado ilustra a desinformação dos livros didáticos texanos que incluem a teoria do criacionismo bíblico em oposição à Teoria da Evolução de Darwin. Dos três livros sobre educação sexual para o curso secundário, só um menciona o uso da camisinha e ainda enfatiza que ela não funciona.

O Estado tem um dos índices mais altos de gravidez entre adolescentes e um dos piores sistemas de saúde para pobres. A melhor opção da mãe solteira é sair do Estado.

"No Texas, tudo é maior, e o que acontece lá se espalha pelo resto do país, para o bem e para o mal. No momento, bem mais para o mal. "

Perto do senador Ted Cruz, recém-eleito, o deputado Lamar Smith é um moderado e, academicamente, primário. O senador tem diplomas de Princeton e Harvard, magna cum laude.

Filho de pai cubano e nascido no Canadá, foi eleito com apoio do Tea Party contra um veterano republicano moderado, ex-vice-governador.

Cruz se tornou manchete nacional quando disse que a meta do plano da ONU para o meio ambiente era acabar com os campos de golfe, os pastos e estradas asfaltadas. Promete acabar com o "leão" americano, o IRS.

Senadores recém-eleitos costumam ouvir muito e falar pouco, mas, em menos de três meses de discursos e votos, os democratas gostariam de crucificar Ted Cruz, que não admite nenhum compromisso com a Casa Branca.

As "texanisses" incomodaram a escritora e colunista do New York TimesGail Collins, que dedicou seu sexto livro, As Texas Goes, aos desatinos e perigos do Estado mais influente do país, um poder que pertenceu a Nova York e à Califórnia no século 20.

Gail Collins destrincha educação, armas, poluição, finanças, modos e costumes texanos. Lá é mais fácil comprar armas do que em quase todos os Estados americanos e as armas vendidas no Texas são responsáveis por grande parte dos crimes no México e na Califórnia.

O ar do Texas é um dos mais imundos do país, porque as leis antiverde favorecem a milionária indústria de energia. Milhões de pulmões dos Estados vizinhos respiram o veneno texano.

Os livros didáticos do Texas, pagos pelos contribuintes, são baratos e comprados pelos Estados vizinhos que também promovem a versão do mundo segundo a Bíblia.

O Texas, rico em gás e petróleo, escapou do pior na crise de 2008, mas tem os piores salários e benefícios do país, subvalores que se espalham pela vizinhança.

E de onde veio o modelo que quebrou a regulamentação dos bancos e das financeiras e jogou o mundo na crise de 2008? Bingo! Texas.

Há um meteoro econômico no céu americano chamado sequester, previsto para chegar e queimar o país daqui a oito dias. É um corte indiscriminado de US$ 85 bilhões no orçamento militar e nos programas sociais. Suas consequências a longo prazo são imprevisíveis, mas este ano (o corte) vai gerar desemprego e jogar o país noutra recessão.

Os texanos no Senado e na Câmara poderiam, num instante, neutralizar o sequester, mas para estes dinossauros não existem meteoros.

'Apenas um começo' - ELIANE CANTANHÊDE

FOLHA DE SP - 21/02

BRASÍLIA - Cercada pelo PMDB (Temer, Renan e Henrique Alves), e isso certamente não foi por acaso, Dilma Rousseff lançou o slogan de sua campanha à reeleição ao anunciar, na terça, mais uma ampliação do Bolsa Família: "O fim da miséria é apenas um começo".

Com essa única frase, brilhante síntese de política e marketing, ela definiu o eixo da sua estratégia para manter a cadeira no Planalto.

Desde o fim da ditadura militar, em 1985, o Brasil vem construindo coletivamente -apesar dos sucessivos protagonistas- os seus principais pilares: democracia, estabilidade econômica e inclusão social.

Dilma (ou seria João Santana?) sabe que a inclusão, marca da campanha de 2010, pode já não dar para o gasto em 2014. Por isso, avisa que acabar com a miséria é "apenas um começo" e deixa implícito o recado: falta muito e é importante que ela continue o trabalho "do povo, para o povo, pelo povo", como firmou a cartilha lançada pelo PT ontem.

O discurso de Dilma está pronto. O resto, Lula, o PT e o mesmo Santana fazem. E eles sabem fazer, como se viu pela organização da festança em São Paulo pelos 33 anos do partido e os dez de poder, com o mito Lula, a candidata Dilma e comparações convenientes com o adversário que eles, talvez equivocada ou precipitadamente, sempre veem pela frente: o PSDB.

O tucano Aécio Neves foi obrigado a sair da toca e ler um discurso incisivo no plenário do Senado, alfinetando as contradições do PT, recriminando comparações de "conjunturas diversas" e apontando 13 "fracassos" do governo Dilma.

É assim que as campanhas presidenciais começam cada vez mais cedo, agora com mais de ano e meio de antecedência e com uma diferença monumental -de recursos, de exércitos, de tropas e de repercussão.

A fala de Dilma foi em São Paulo, com Lula, o PT, os aliados e, repetindo, um marketing impecável. A de Aécio foi em Brasília e isolada.

Paradoxos do pleno emprego - MARIA CLARA R. M. DO PRADO

Valor Econômico - 21/02

Muito tem sido escrito sobre o aparente paradoxo de uma economia que cresce à modesta taxa de 1% ao ano em situação de pleno emprego. O consumo das famílias mantém-se elevado em qualquer que seja o setor, mas o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação brasileira não passa de 84,5%, segundo as informações coletadas pela última Sondagem Industrial da FGV-RJ/Ibre

Várias são as explicações. O aquecimento da demanda tem pressionado os salários em geral, mas o aumento do custo de mão de obra só pode ser absorvido pelo setor de serviços pela inexistência de competidores externos (trata-se, no jargão econômico, de um setor de não comercializáveis, significando que não pode ser importado, muito embora a importação de serviços já esteja pesando na balança comercial do país).

Pois bem, vamos imaginar que realmente o setor de serviços é imune aos efeitos da competição internacional, mas não pode haver dúvidas de que o mesmo não acontece na indústria de transformação, que produz tecidos, carros, sapatos, entre outros bens que estão dia e noite sujeitos à concorrência dos importados. Mesmo assim, e ainda considerando o efeito do real valorizado sobre os preços dos importados, fica difícil entender o motivo da paralisia que tem dominado o setor industrial desde 2010. Nem a acentuada queda dos juros no ano passado motivou investimentos naquele setor, hoje na faixa de 18% a 19% do Produto Interno Bruto (PIB), medida pela formação bruta de capital fixo.

Vai-se tateando, sem se saber muito bem que Brasil o governo tem em mente a médio e a longo prazos

Salários altos - o aumento nominal médio de mais de 10% em 2012 (4,3% em termos reais), ampliou ainda mais o custo da mão de obra na indústria observado nos últimos anos -, combinado com queda de produtividade do setor, redundam em elevado custo unitário do trabalho (CUT) e isso estaria espantando os industriais brasileiros. Preferem trabalhar a menor capacidade do que ampliar a produção, ainda que diante de um expandido consumo. Os altos salários (influenciados pelo setor de serviços) e a baixa taxa de produto por trabalhador empregado não compensariam o investimento: cada unidade produzida a mais entraria no mercado a preço tão alto que os brasileiros iriam preferir os produtos chineses!

Ali está um dos pulos do gato. Parte da história tem a ver com o impacto chinês. "Suponha que Marte de repente se prove produtivo e comece a comercializar com a Terra, o efeito seria o mesmo e os produtos mais intensivos em trabalho deixariam de ser produzidos aqui", compara o economista Edmar Bacha para a coluna.

É como se os "benefícios" do processo produtivo chinês, grosso modo, estivessem à mão para atender uma demanda que se expandiu à base da bonança que veio do setor externo com o aumento do investimento estrangeiro e a alta nos preços das commodities.

"Com a bonança externa, aumentou a demanda por trabalho, mas o preço da indústria está fixo e o setor, sufocado, perde concorrência, impedindo que a capacidade ociosa possa ser lucrativamente utilizada", comenta Bacha, minimizando o efeito do câmbio no processo. Ele sugere que se tome a realidade do pleno emprego no país como ponto de partida e, dada essa situação, acredita que não seja necessário ter muito crescimento do produto desde que haja continuidade na reposição do estoque de capital. O fator demográfico favorece, com o ingresso de nova mão de obra no mercado crescendo menos do que antes. Ou seja, a coisa começaria a ficar complicada se a taxa de investimento caísse abaixo da marca de 18% ao ano.

O raciocínio supõe que para além do pleno emprego não há pressão adicional no custo da mão de obra, uma vez que o nível de consumo já teria atingido o limite da capacidade de expansão. Mas há condições de equilíbrio que precisariam ser satisfeitas, como uma situação internacional que continue favorecendo o Brasil.

Fora isso, vai-se tateando, sem se saber muito bem que Brasil o governo tem em mente a médio e a longo prazos. Uma questão que precisa estar presente em qualquer estratégia é o encolhimento do setor industrial diante do setor de serviços, fato que não é brasileiro, mas mundial, e como lidar com a nova realidade.

Algumas pistas podem ser encontradas no amplo estudo realizado pela consultoria McKinsey, sob o titulo "Manufacturing in the future: the next era of global growth and innovation", de novembro de 2012. Há ali propostas de política econômica para um mundo que se fez diverso na globalização. O Brasil é listado como o quinto país em termos de menor participação do setor industrial no PIB, com 13%, empatando com a Índia. Está à frente do Reino Unido e França (com 10%) e Estados Unidos, onde a industria pesa 12% no PIB. Na Alemanha, a indústria tem peso de 19% no PIB e, na China, a participação é de 33%. O trabalho da McKinsey destaca que apenas 16% do PIB global é formado pelo setor industrial e, ainda, que o déficit comercial das economias mais avançadas com produtos intensivos em mão de obra chega a US$ 342 bilhões.

Dá para o Brasil recuperar o tempo perdido, desde que o governo consiga arrumar a casa e definir uma estratégia coerente. Felizmente, há pela frente a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Podem funcionar como tabua de salvação!

Um incompetente - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 21/02

O governo foi avisado que Carlos Zamora, embaixador cubano em Brasília, deve perder o cargo. Não necessariamente pela confusão que armou ao convocar uma reunião com militantes de esquerda e distribuir um dossiê contra a blogueira Yoani Sánchez. Mas por ter chamado para o encontro alguém que denunciou o complô para a “Veja”.

O dinheiro escafedeu-se
A capitalização da Petrobras, em setembro de 2010, rendeu R$ 120,4 bilhões à empresa. De lá pra cá, pelas contas do consultor Adriano Pires, considerando o prejuízo com a defasagem de combustíveis de R$ 27 bilhões, a estatal já consumiu 60% do caixa injetado na operação.

Anjo ferido
Cabral vai instalar a Comissão da Verdade do Rio, presidida por Wadih Damous, numa cerimônia no antigo prédio do Dops, na Rua da Relação. No ato, haverá um desfile de moda com a coleção que a estilista Zuzu Angel criou para protestar contra a ditadura, responsável pela morte de seu filho, Stuart. São roupas estampadas com manchas vermelhas, pássaros engaiolados e motivos bélicos.

Pecado da gula
“O clube dos anjos”, do mestre Verissimo, que fala da gula e já foi lançado em 12 países, vai ganhar edição na Lituânia.

No mais...
Repara só nesta foto do Aécio, que ontem botou o bloco de sua campanha presidencial na rua. O senador parece ter estreado um novo rostinho. Com todo o respeito. 

À ESPERA DO OUTONO
Este frondoso jambeiro-rosa (Syzygium malacensis) que frutifica no clube dos Bombeiros, na Barra, no Rio, está pronto para o outono, estação que chega mês que vem (ufa!). O engenheiro florestal Marcelo Carvalho explica a belezura acima, um verdadeiro tapete rosa: “São estames (componente do órgão masculino da flor). Eles caem e a cor atrai os insetos. É o início da polinização do gineceu (o órgão feminino).” Que Deus amenize o calorão carioca, abençoe os jambeiros e a nós não desampare jamais

O campo de golfe
O STJ reconheceu que o espólio do comendador Antonio de Souza Ribeiro não é dono da área na Barra, no Rio, onde será erguido o Campo de Golfe Olímpico. Segundo a Justiça, o espaço foi indevidamente vendido à Elmway Participações por um herdeiro de Ribeiro. A decisão favorece o empresário Pasquale Mauro.

Nos trilhos
Na semana que vem, o governo deve anunciar um edital para o setor ferroviário. Terça, Guido Mantega discutiu com Rodolpho Tourinho, do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada, medidas para atrair investimentos privados na infraestrutura.

Diário de Justiça
Uma criança de 9 anos, com deficiência auditiva e matriculada na rede pública de ensino de Niterói, ganhou na Justiça o direito de ser acompanhada durante as aulas por um professor de linguagem de sinais (LIBRA). A decisão é da juíza Andréa Gonçalves Duarte. É que o benefício tinha sido suspenso em junho.

Calma, gente!
Ziraldo não esconde sua admiração por Lula e Dilma. Mas implicou com este cartaz que celebra os 10 anos do PT: “Parece copiado dos velhos cartazes saudando o fascismo na época de Mussolini.” É. Pode ser.

Vila Aliança no poder
O petista Adilson Pires, 53 anos, que morou grande parte de sua vida na Vila Aliança, no Rio, assume a prefeitura hoje. Paes, o titular, tirou uns dias de descanso.

Até tu, Brutus?
A MBR Comércio de Materiais Recicláveis, que compra, filtra e revende óleos vegetais usados, veja só, foi flagrada por fiscais do Inea jogando óleo no Rio Pilar, que segue para a Baía da Guanabara. A denúncia foi feita pelo biólogo Mário Moscatelli.

Até tu, Malafaia?
De Sandra de Sá no final do show que fez, terça, no Theatro NET Rio: “Vão com Deus, Oxalá, Ogum, Padre Marcelo, Bispo Macedo, Oxum e até com Malafaia.”

Primeiro mundo - SONIA RACY


O ESTADÃO - 21/02

Só falta o “ok” final das autoridades de Miami, na Flórida. A Odebrecht venceu licitação para construção de hotel quatro estrelas, áreas comerciais, além de escritórios, restaurantes e estacionamentos do aeroporto da cidade.

A subsidiária do Grupo será responsável pelo financiamento, construção e gestão do projeto, dividindo futuros lucros com o Departamento de Aviação de Miami.

Custo total? US$ 512 milhões. Receita estimada? US$ 1,63 bilhão por ano.

Agora vai?
Depois da última enchente no clube, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, enviou carta a Pedro Benvenuto, secretário de Planejamento de Alckmin. Queria saber a quantas andava a prometida construção de dois piscinões na região do Morumbi.

E recebeu boa notícia. O edital de licitação para as obras será lançado ainda este mês.

Agora vai 2
Desde 1960, quando o estádio foi erguido, o Tricolor pleiteia uma solução para o problema.

Troco
Se depender de FHC, a resposta tucana às comemorações de dez anos do PT no poder continuará em janeiro de 2014 – ano eleitoral.

O ex-presidente pretende conversar com Serra, Aécio e Alckmin, dentre outras lideranças do PSDB, para dar forma às festividades de vinte anos do Plano Real.

A conferir
Nove entre dez juristas apostam que Heleno Torres será o escolhido de Dilma para o Supremo Tribunal Federal.

O tributarista pernambucano conta com grande simpatia da presidente.

Upgrade
Especula-se no mercado sobre mudanças que devem acontecer no escritório brasileiro do JP Morgan.

Incluindo novo presidente, que seria José Berenguer.

Adiantado
Peter Singer, que vem para o Fronteiras do Pensamento, afirmou ao curador, Fernando Schüler: quer incentivar os brasileiros a se engajarem em programas de filantropia.

Considerado um dos maiores filósofos da atualidade, o australiano tem palestra agendada para agosto, no Instituto Tomie Ohtake.

Tipo importação
Decidido. No Brasil, a The School of Life, de Alain de Botton, ficará na sede da Editora Amarello, na rua Líbero Badaró. A ideia foi procurar uma casa acolhedora – nos moldes da sede, em Londres. Outro critério? Que fosse em área central e não em bairro elitizado.

David Baker, fundador da Wired, será o primeiro a dar aulas. Botton deve vir ao longo do ano.

Fogo…
No tour que fará pelos dez anos do PT no poder, Lula encontrará em Fortaleza, dia 28, um partido dividido. Sem conseguir eleger seu sucessor, Luiziann e Linscorre o risco de perder a presidência do PT no Ceará para o grupo de José Guimarães.

…amigo
Na ausência da ex-prefeita, corrente comandada por Guimarães iniciou processo de sucessão do comando do partido. O escolhido? Francisco de Assis Diniz – apoiado por Cid Gomes, inimigo político de Luizianne.

Meio ambiente
André D’Elia, diretor de Belo Monte: Anúncio de uma Guerra, quer mandar seu filme para Spike Lee. O cineasta norte-americano está na ponte aérea com o Brasil para fazer documentário sobre o País.

Na frente
A Vale explica: seu projeto na Guiné aguarda definição de regras pelo governo. A concessão está em vigor, e as autoridades locais têm demonstrado o maior interesse na continuidade.

Kevin Robert Frost, CEO da amfAR, é centro de jantar pilotado pela Vogue Brasil. Dia 25, no Arola Vintetres.

Ao lado do também pianista Pablo Rossi, o português Pedro Burmester se apresenta hoje, na Sala SP.

Cristiane Mohallem abre mostra dia 23. Na Contraponto. No mesmo espaço, dia 12 de março, Olivio Tavares Araújo dá palestra.

Nati Canto abre exposição de fotos no MIS. Hoje.

A Eletropaulo está jogando a toalha ante as chuvas diárias e os estragos consequentes em SP. Cliente da distribuidora ligou para reclamar da falta de luz – ameaçando processar a empresa por estar há mais de 24 horas sem eletricidade. Acabou ouvindo: “Não temos funcionários suficientes, não há o que fazer. Se quiser, processa”.

EM NOME DO FILHO - MÔNICA BERGAMO


FOLHA DE SP - 21/02

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, deve ter aliado de peso em sua proposta de acabar com o "filhotismo" na Justiça. O novo presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, apoia a ideia.

SURPRESA
Barbosa puxou o assunto quando recebeu Coêlho em audiência, há alguns dias. Disse que o "filhotismo", em que parentes, cônjuges e filhos de magistrados advogam nos tribunais em que eles julgam, era "uma vergonha" para o país. O apoio de Coêlho surpreendeu os presentes. Ele toma posse na OAB no dia 12 de março.

LADO A LADO
Barbosa revelou à coluna, em entrevista em 2012, que defenderia a proibição de que familiares advogassem no tribunal em que parentes são juízes. Embora a medida afete centenas de magistrados e seus parentes, ela pode ter o apoio de advogados que não têm a mesma situação privilegiada e que se queixam de concorrência desleal.

FOGO AMIGO
A proximidade do ministro Aloizio Mercadante, da Educação, da presidente Dilma Rousseff faz com que ele seja mal falado por pelo menos cinco ministros paulistas. O mínimo que dizem, em conversas já presenciadas pela coluna, é que Mercadante é "desagregador".

TODO OUVIDOS
Um dos ministros afirma que Mercadante não apenas está próximo como até virou confidente de Dilma.

FORA, MARIN
A petição postada no site Avaaz.org pedindo José Maria Marin "fora da CBF" já tinha 5.000 assinaturas na manhã de ontem. Ela foi criada por Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog, morto pela ditadura. Marin fez discurso contra a TV Cultura, dirigida em 1975 por Herzog, dias antes de o jornalista ser preso.

DEU NO JORNAL
E o Instituto Vladimir Herzog discute com os governos federal e estadual a criação de um Museu da Imprensa em SP. Uma equipe viaja para Washington para conhecer o Newseum e conversar com o consultor Ralph Appelbaum, que ajudou a criar museus como o do Holocausto, nos EUA, e o da Língua Portuguesa, em São Paulo.

MAS QUE CALOR
Funcionários do Ministério da Cultura (MinC) que trabalham no Palácio Gustavo Capanema, no Rio, protocolaram carta na pasta anteontem pedindo medidas para amenizar o calor.

MAS QUE CALOR 2
Eles sugerem que, quando os termômetros marcarem 33°C, todos "deverão ser imediatamente dispensados do serviço", já que dentro do prédio o calor é ainda maior. Em outro edifício, que abriga a Biblioteca Nacional, uma funcionária passou mal na segunda. O MinC diz que analisará os pedidos e que os prédios serão reformados, com investimento total de R$ 136,5 milhões.

FAÇA-SE LUZ
A USP ganhará enfim novo sistema de iluminação. O Tribunal de Contas do Estado julgou ontem o processo do edital para 7.000 pontos de luz no campus (hoje são 3.200). A concorrência, de R$ 62 milhões, já havia sido suspensa três vezes por suspeitas de irregularidade.

#VEMARIEL
A peça "A Viagem do Capitão Tornado", só com atores que têm síndrome de Down, terá na plateia Ariel Goldenberg, também portador de Down e ator do longa "Colegas". Ele, que quer a vinda de Sean Penn para ver seu filme, virou alvo da campanha #vemariel, na qual os colegas pedem sua presença na pré-estreia, no sábado.

GATA NA NEVE
Rosie Huntington-Whiteley posou para a campanha de inverno da Animale em Los Angeles, num cenário com neve falsa, para recriar o clima da aurora boreal. A grife queria trazer a modelo ao Brasil, mas ela está ocupada gravando o filme "Fury Road: Mad Max". "A imagem dela é o contraponto perfeito entre o suave e sensual", diz Luis Fiod, que assina a direção criativa.

MULHERES RICAS
Pablo Morais e Bruna Tiedt desfilaram para a Daslu, que lançou anteontem sua nova coleção de inverno. Martha Queiroz, diretora de criação da marca, Patricia Cavalcanti, diretora de marketing, e Patricia Brandão foram à loja do shopping Cidade Jardim.

RAIZ FORTE
A estilista japonesa Junko Koshino foi homenageada na casa de Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels. Shintano Yabe foi ao jantar.

CURTO-CIRCUITO
Iracity Cardoso é a nova diretora do Balé de SP. Bruno Facio regerá o Coral.

Erika dos Mares Guia lança preview de inverno, às 10h, nos Jardins.

O filósofo Gilles Lipovetski fala sobre mercado de luxo hoje, na Câmara de Comércio França-Brasil.

Andrew Bird toca no sábado no festival Popload Gig, no Cine Joia. 18 anos.

A bolsa é para a escola - CARLOS ALBERTO SARDENBERG

O Globo - 21/02

Os programas tipo Bolsa Família nasceram no âmbito do Banco Mundial - e aqui no Brasil com o trabalho de Cristovam Buarque - com base numa teoria precisa.

O primeiro ponto foi a análise, em diversos países, dos programas que entregavam bens e serviços diretamente às famílias pobres (alimentos, roupas, remédios, material escolar, instrumentos de trabalho etc). O governo comprava e distribuía.

Já viu. Havia problemas de eficiência e de corrupção. Estudos mostraram que, do dinheiro aplicado, na América Latina, a metade se perdia na burocracia e na roubalheira.

Melhor mandar o dinheiro direto para as famílias. Mas isso bastaria? A resposta foi não, com base na seguinte avaliação: as famílias não conseguem escapar da pobreza porque suas crianças não frequentam a escolas. E não frequentam porque precisam trabalhar (na lavoura ou nas cidades, caso dos meninos) e cuidar dos outros irmãos, caso das meninas. Apostando que crianças com educação básica têm mais oportunidade de conseguir empregos bons, a ideia é clara: é preciso pagar para as famílias manterem as crianças na escola. Daí o nome oficial do programa no Banco Mundial: Transferência de Renda com Condicionalidade. O cartão de saque do dinheiro contra o boletim escolar.

Parece óbvio, mas houve forte debate. Muita gente dizia que pais e mães gastariam o dinheiro em cachaça, cigarros, jogos e coisas para eles mesmos, usando os filhos apenas como fonte de renda. O bom-senso sugeria o contrário. As pessoas não são idiotas nem perversas, sabem do que precisam.

Havia também uma crítica política, curiosamente partindo da esquerda. Dizia que distribuir dinheiro era puro assistencialismo, esmola e, pior, prática eleitoreira dos coronéis para manter o povo pobre e ignorante. Mas essa é outra das teses que a esquerda no poder jogou no lixo.

O fato é que se começou com programas experimentais na América Central, com patrocínio do Banco Mundial, e funcionou muito bem. Nos anos 90, a ideia se espalhava pela América Latina. No Brasil, com o nome de Bolsa Escola (designação introduzida por Cristovam Buarque) apareceu em 1994, em Campinas, e logo depois em Brasília (com Buarque governador). Foi ampliado para nível nacional no governo FHC, em projeto liderado por Ruth Cardoso. Surgiram ainda por aqui programas paralelos, como vale-transporte e bolsa gás. Lula juntou tudo no Bolsa Família, que passou a ampliar.

Não se trata, pois, de dar dinheiro aos pobres. Se fosse apenas isso, seria mesmo caridade pública sem efeitos no combate duradouro à pobreza. Trata-se de colocar e manter as crianças na escola, ou seja, abrir a oportunidade para esses meninos e meninas escaparem da pobreza.

No México, aliás, o programa chama-se Oportunidades e o dinheiro entregue à família aumenta na medida em que a criança progride na escola. Vai até a universidade. Há também uma poupança depositada na conta de crianças, que podem sacar o dinheiro quando se formam no ensino médio.

Em muitos lugares, há limitação no número de bolsas por família, com dois objetivos: estimular o controle da natalidade (ou reduzir o número de filhos) e desestimular a acomodação dos pais. Também se introduziram outras condicionalidades, como a frequência das mães nos postos de saúde, especialmente para o acompanhamento pré-natal e parto, e das crianças, para as vacinas. Ao boletim escolar acrescenta-se a carteirinha do ambulatório.

Resumindo, o programa funciona no curto prazo - ao dar um alívio imediato às famílias mais pobres - e no médio e longo prazos, com a escola.

Mas há uma tentação perversa. Como o programa funciona imediatamente, assim que a família recebe o primeiro cartão eletrônico, há um estímulo para que os políticos se empenhem em distribuir cada vez mais bolsas. É voto na veia. Ao mesmo tempo, esse viés populista desestimula a cobrança da condicionalidade. Pela regra, se as crianças desaparecem da escola ou não progridem, a bolsa deve ser cancelada. Mas isso pode tirar votos, logo, é melhor afrouxar os controles.

Resumindo: há o risco, sim, de um belo programa social se transformar numa prática populista. Quando os governantes começam a se orgulhar do crescente número de bolsas distribuídas e nem se lembram de mostrar os resultados escolares e índices de saúde, a proposta já virou eleitoral.

E quer saber? Ter todos os pobres recebendo dinheiro do governo não significa que acabou a pobreza. É o contrário, é sinal de que a economia não consegue gerar educação, emprego e renda para essa gente. O fim da pobreza depende de dois outros indicadores: crianças e jovens nas escolas e qualidade do ensino.

Para que serve a tortura? - CONTARDO CALLIGARIS

FOLHA DE SP - 21/02

O saco plástico do capitão Nascimento funciona, e foi a tortura que revelou o paradeiro de Bin Laden


A TORTURA tem, no mínimo, três fins não excludentes: 1) tortura-se pelo prazer enjoativo de quem tortura ou de quem assiste à tortura; 2) tortura-se para que um acusado confesse seu crime; 3) tortura-se para que um acusado revele a existência de um complô, os nomes de seus cúmplices etc. Será que a tortura consegue tudo isso?

1) Para satisfazer o desejo doentio do torturador, a tortura funciona, sempre.

2) A Igreja Católica, por séculos, torturou pecadores para que admitissem seus pecados e, sobretudo, torturou heréticos para que confessassem suas teologias desviantes.

Essa tortura era tão violenta quanto a que fora praticada contra cristãos na época das perseguições, mas o desfecho era diferente. Os mártires cristãos eram torturados para eles renunciarem à religião, e, às vezes, se abjurassem, o suplício era suspenso. Os heréticos eram torturados pela Inquisição para confessarem sua heresia, mas, em geral, a "confissão" não evitava uma morte excruciante.

Será, então, que a tortura funciona para arrancar confissões?

Se você for pai, faça a experiência. Seu filho (ou filha) fez uma besteira comprovada, sem sombra de dúvida, mas você não se contenta em aplicar uma punição e quer que a criança confesse. Se ela reconhecer sua culpa, aliás, a confissão valerá como uma atenuante, enquanto que, se ela insistir em negar o que fez, a mentira será infinitamente mais repreensível do que a besteira inicial.

Sugestão diferente: se você soube que seu filho ou sua filha fez algo que não devia, diga no que foi que errou, deixe pouco espaço de discussão e dê a punição adequada. Depois disso, amigos como antes.

Quase sempre, quando uma confissão é exigida, as crianças mentem com obstinação diretamente proporcional à de seu acusador. Elas fogem assim de uma humilhação radical, em que renunciariam à sua própria subjetividade: desistiriam de ter segredos e aceitariam que a versão do acusador substituísse a versão que elas gostariam de contar como sendo a história delas.

Claro, se você insistir, ameaçando a criança com punições cada vez mais requintadas, a criança talvez "confesse", mas a confissão será apenas um ato de desistência, em que mesmo o inocente se dirá culpado do jeito que o acusador pede. Em suma, a tortura para obter confissões é um desastre.

Há uma certa beleza moral nesse fracasso: a tortura seria inútil, não ajudaria a chegar à verdade. Ou seja, existe um justificativa prática, "racional", para aboli-la, além do horror que ela inspira em qualquer um (salvo, obviamente, em torturadores, inquisidores ou deuses vingativos).

3) Infelizmente, esse argumento "racional" só se aplica à tortura que tenta extirpar a confissão do acusado. Quanto ao uso da tortura para obter informações sobre cúmplices, paradeiros escondidos, complôs etc., vamos ter que encontrar razões puramente morais para bani-la, pois, constatação desagradável, ela funciona.

O saco plástico do capitão Nascimento funciona. Os "interrogatórios" brutais do agente Jack Bauer, na série "24 Horas", funcionam. E, de fato, como lembra "A Hora Mais Escura", de Kathryn Bigelow, que acaba de estrear, o afogamento forçado e repetido de suspeitos detidos em Guantánamo forneceu as informações que permitiram localizar e executar Osama bin Laden.

Nos EUA, na estreia do filme, alguns se indignaram, acusando-o de fazer apologia da tortura. Na verdade, o filme interroga e incomoda porque nos obriga a uma reflexão moral difícil e incerta: a tortura, nos interrogatórios, não é infrutuosa -se quisermos condená-la, teremos que produzir razões diferentes de sua inutilidade.

Para se declarar contra o uso da tortura no caso deste filme, alguém talvez invoque a moral kantiana e o dever de tratar os homens como fins e não como meios. A esse alguém, proponho um exemplo politicamente mais neutro, parecido com aqueles dilemas morais cuja prática (como descobriu um grande psicólogo, Lawrence Kohlberg) talvez seja a melhor forma de educação moral.

Uma criança foi sequestrada e está encarcerada em um lugar onde ela tem ar para respirar por um tempo limitado. Você prendeu o sequestrador, o qual não diz onde está a criança sequestrada. Infelizmente, não existe (ainda) soro da verdade que funcione. A tortura poderia levá-lo a falar. Você faz o que?

Uau! Naddad lança Bilhete Úmido! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 21/02

Jogo de xadrez para crianças devia vir com um aviso: "Cuidado com o Bispo!"


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamento do dia: eleição no Vaticano é conclave, eleição no congresso é conchavo! E na Venezuela, conchávez! E no condomínio, confusão! E prometo ficar um ano sem fazer trocadilho! Rarará!

E socuerro! Todos Para o Abrigo! Ontem rolou um datena de novo. Temporal! Em São Paulo não tá mais chovendo granizo, tá chovendo granito! E aquela oficina que aproveitou a oportunidade e estendeu a faixa: "Chuva de granizo? Disk Martelinho". Rarará!

E os dois "não pode" das enchentes: 1) Não pode sair de carro, senão a capota aparece boiando no Datena. 2) Não pode chapinha. Isso! Devido a temporada das chuvas, as chapinhas estão suspensas! Uma amiga saiu de chapinha e voltou com o cabelo macarrão parafuso!

E o Haddad? Ops, o Naddad. O Naddad vai lançar o Bilhete Úmido! E rodízio de alagamentos! Não é justo castigar uma região só! E o Alckmin vai lançar Vela Para Todos! Para todos ficarem queimando vela subindo escada de edifício!

E em vez do Rodoanel, um Fluvioanel. Pra DESAFOGAR o trânsito literalmente! E capacete pra queda de árvores! E essas enchentes já estão enchendo!

E os papáveis? O papável africano conseguiu uma façanha: ser mais homofóbico que todos os papas juntos! E eu já disse que padre que transa com menor de idade não é pedofilia, é padrefolia!

Jogo de xadrez para crianças devia vir com um aviso: "Cuidado com o Bispo!". E sabe o que o padre

falou? "Coroinha não quero, prefiro os mais novinhos!" Rarará! Sacranagem!

E se o papa for brasileiro, o motorista do papamóvel vai ser o Rubinho! E se o papa for brasileiro, eu quero as baianas lavando as escadas da basílica de São Pedro! Lavagem de São Pedro! Com Carlinhos Brown e Olodum!

O papa tem que ser brasileiro! E eu não posso ser papa porque não tenho papas na língua! É mole? É mole, mas sobe!

O Brasil é Lúdico! Cartaz num banheiro em Curitiba: "WC de funcionários! OCULPADO!". Rarará! E cartaz na academia do Círculo Militar: "Quem não guardar os pesos é corno". Oba! Vou colocar uma dessas na academia do prédio! E adorei esta na porta duma casa em Minas: "FRANGRO ASSADO!". Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Bilhar - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

O GLOBO - 21/02

Da série Poesia numa hora dessas?

“E essa agora?

Se o que explodiu sobre a Russia mostrou alguma coisa foi que meteoro não tem hora.”

O mais assustador do meteoro que cruzou o céu da Sibéria e explodiu no ar como várias bombas atômicas é que ele chegou sem ser anunciado. Com todas as atenções voltadas para o outro asteroide, o que passou de raspão, o asteroide da Sibéria entrou pela porta dos fundos sem ser detectado. A desculpa é que era pequeno demais para chamar a atenção e por isso os alarmes não funcionaram. Nossa ilusão, até agora, era que qualquer detrito espacial que se aproximasse de nós seria identificado e rotulado, e sua trajetória calculada até o último milímetro com grande antecedência, o que nos daria tempo para preparar o espirito - ou usar nossos cartões de crédito até o limite - no caso da colisão com a Terra ser inevitável. Agora sabemos que qualquer coisa menor do que meio campo de futebol pode chegar de surpresa e explodir sobre nossas cabeças. Só nos faltava essa.

Imagino que tenha gente pensando em como evitar a catástrofe, no caso de um asteroide gigante vir em nossa direção. O cinema já previu algumas soluções em superproduções, como a de mandar um foguete com ogiva nuclear desintegrar o bólido antes que ele nos atinja. O problema é o asteroide grande se desintegrar em vários asteroides pequenos, como o que assustou a Sibéria na semana passada, o que não seria vantagem. Outra dúvida é como nos comportaríamos se nenhum plano de defesa se mostrasse viável e nosso destino fosse, fatalmente, o dos dinossauros, que desapareceram depois que o choque de um asteroide mudou o clima da Terra. Como a perspectiva de uma morte coletiva, que não distinguisse classes, ricos e pobres, virtuosos e pecadores afetaria as relações humanas, nos nossos últimos dias de existência? Não tenho nenhuma vontade de descobrir isso. Se bem que a situação até daria uma boa crônica.

Corpos celestes se chocando no espaço lembram o que disse o Albert Einstein sobre a aparente desorganização do Universo. Ele negou que fosse tudo aleatório e não seguisse nenhum plano. Deus, afirmou Einstein numa frase que ficou famosa, não joga dados com o Universo. Tinha razão. Ele não joga dados, Deus joga bilhar.

Cenário de estagnação - EDITORIAL O ESTADÃO

O ESTADO DE S. PAULO - 21/02
A economia brasileira continuará travada em 2013, crescerá pouco mais que 3% no ano e menos que 7% no primeiro triênio da presidente Dilma Rousseff, segundo projeções captadas na semana passada pela pesquisa Focus, do Banco Central (BC). Se as estimativas estiverem certas, o Brasil se manterá como o menos dinâmico dos Brics e um dos menos ágeis entre os países em desenvolvimento.

As previsões talvez melhorem nos próximos meses, mas os dados conhecidos até agora confirmam o desempenho muito fraco em 2012 e são pouco animadores em relação às perspectivas de curto prazo.

A informação mais recente é o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-BR), publicado mensalmente. Para os analistas, esse dado serve como antecipação, embora imperfeita, do PIB calculado a cada trimestre pelo IBGE. Aquele indicador cresceu 0,26% de novembro para dezembro, descontados os fatores sazonais, e acumulou no ano uma expansão de 1,35%.

Este número é maior que as estimativas de aumento do PIB, quase todas em torno de 1%, mas, apesar disso, também é muito ruim. Informações mais detalhadas e mais completas sobre a economia brasileira só serão publicadas dentro de algum tempo pelo IBGE, mas dificilmente surgirá um quadro muito diferente daquele conhecido até agora e confirmado, de modo geral, pelo índice mais recente do BC. O IBGE divulga todo mês levantamentos nacionais da produção industrial e das vendas do comércio varejista, além de informações sobre o emprego.

Os últimos dados, referentes a dezembro, confirmaram, de modo geral, o cenário observado ao longo do ano. O emprego se manteve elevado e a massa de rendimentos à disposição das famílias continuou maior que a de um ano antes. Essa condição, somada à expansão do crédito e aos estímulos fiscais ao consumo, permitiu a expansão do comércio. O volume das vendas do varejo restrito (sem veículos, peças e materiais de construção) diminuiu 0,5% de novembro para dezembro, mas acumulou no ano um crescimento de 8,4%. No caso do varejo ampliado, as vendas de 2012 foram 8% maiores que as do ano anterior. Os resultados do emprego e do consumo privado contrastaram fortemente, no entanto, com os da produção industrial.

Segundo o IBGE, a indústria ficou estável de novembro para dezembro e acumulou em 12 meses uma redução de 2,7% em relação ao período anterior. No resultado global de 2012 houve queda em todas as grandes categorias de bens industriais, até porque uma parte relevante do consumo foi suprida por mercadorias importadas. Mas o dado mais preocupante quando se tenta avaliar a perspectiva de expansão econômica é o recuo da fabricação de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos destinados à reposição e à ampliação da capacidade produtiva e, em geral, à modernização tecnológica. Em dezembro, a produção desses bens foi 0,8% menor que no mês anterior e 14,7% inferior à de igual mês de 2011. A redução acumulada no ano chegou a 11,8%. A importação de máquinas e equipamentos foi obviamente insuficiente para compensar a retração das compras de bens de capital nacionais.

A queda do investimento limita fortemente a capacidade de crescimento do País. A expansão do PIB poderá ser um pouco maior a curto prazo, mas o impulso logo se esgotará, por falta de capacidade produtiva. Se o consumo privado e o custeio do governo continuarem aumentando, haverá um aumento das pressões inflacionárias, combinado, provavelmente, com uma piora das contas externas.

Uma sondagem do clima econômico da América Latina, realizada em janeiro, mostrou melhora na avaliação das condições imediatas em 5 dos 11 países cobertos. Em relação às perspectivas, a avaliação melhorou em 7. Nas duas listas, o Brasil aparece do lado da piora.

Apesar disso, o índice de expectativas dos especialistas brasileiros entrevistados ficou em 7,2, acima da média de 10 anos (6). Esse otimismo pode ajudar. Difícil mesmo é explicá-lo, diante dos dados - especialmente dos investimentos - conhecidos até agora.

Eleições unificadas - BETO ALBUQUERQUE

O GLOBO - 21/02

Quase todo líder político tem em mente sua reforma política ideal. O mesmo vale para a imprensa, a academia, os partidos e as organizações representativas. Em cada pauta dentro desse tema, um emaranhado de sugestões se soma. Muitas polêmicas se abrem. Há teses para todos os lados - em grande parte, plausíveis. Porém, essa vastidão de ideias e meandros que o assunto desperta é um dos muitos motivos pelos quais a dita reforma não avança.
Trata-se de um jogo de interesses e opiniões que, de tanto ir e vir, acaba gerando imobilismo. Há unanimidade nas intenções globais, mas uma completa divergência no plano das ações. Muito se fala, pouco se faz. Muito se diagnostica, pouco se cura ou remedia. Cada um puxa para um lado. E tudo fica como está.
A experiência no cotidiano do Congresso Nacional mostra que, ao menos no curto prazo, não há sinal para que esse quadro mude. Não é perceptível uma mobilização consistente para mexer estruturalmente nas regras do jogo político, o que é lamentável. Todavia, em vez de esmorecer, precisamos ser realistas e fazer tudo o que é possível diante das condições postas.
Do relatório apresentado pelo deputado Henrique Fontana, uma proposta tem margem para acolhimento praticamente unânime: a unificação das eleições. Claro que essa mudança não vai transformar a realidade política brasileira por inteiro, mas ela tende a impulsionar um ciclo de outras boas transformações - especialmente em relação ao quadro partidário.
Quem viveu as eleições municipais sabe do que estou falando. Todas as siglas, sem exceção, precisaram adaptar seus discursos para cada quilômetro percorrido. As coligações foram as mais variadas possíveis ao longo do território nacional. A configuração atual respeita a autonomia local para decidir, o que é compreensível, mas não ajuda a criar uma identidade nacional para os nossos partidos.
Essa tendência conduz à redução do papel das agremiações partidárias, que ficam submetidos tão-somente à abordagem de assuntos de pequeno alcance, localistas. Claro que nossos partidos precisam e devem ter essa organicidade municipal, mas também precisam ter identidade e potência nacional. Precisam ser um organismo em que pessoas se unem em torno de ideias e programas.
A eleição unificada num só dia - de vereador a presidente da República - tende a exigir esse aprimoramento da coerência partidária, indo ao encontro de um dos anseios da sociedade em relação aos políticos e às agremiações. Reduz os gastos fantasticamente e permite continuidade e sintonia administrativa por um prazo maior. Não creio que vá desmerecer o pleito municipal. Pelo contrário: o debate tende a elevar as pautas municipalistas, bem como ampliar a importância dos gestores e parlamentares locais. Tudo isso se agrega a um conjunto de partidos mais fortes e com maior participação da sociedade.
É, portanto, uma mudança plausível, possível e viável. Para agora.

Vigiar é preciso - PAULA CESARINO COSTA

FOLHA DE SP - 21/02

RIO DE JANEIRO - Quando, em 2010, foi questionado sobre o excesso de viagens nos primeiros anos de governo (tinha viajado mais do que o presidente Lula!), Sérgio Cabral disse que suas idas ao exterior eram positivas para o Estado e que não deixaria de fazê-las. "Viajo muito e vou continuar a viajar. Cada viagem é uma Copa [do Mundo], uma Olimpíada, é um projeto que a gente traz. A gente trabalha muito quando viaja", argumentou o governador.

Em Paris, assessores foram fotografados ao lado de empresários com guardanapos na cabeça. A assessoria só admitiu que a viagem havia durado cinco dias, e não dois, como informara anteriormente, após ser questionada pela Folha. "Essa viagem serviu para melhorar a imagem do Rio lá fora. Internacionalmente, a cidade tinha uma imagem de decadência, e nós revertemos isso", justificou.

Revelada a mentira, Cabral foi evasivo: "Nosso governo é de transparência e eficiência. Está tudo claramente divulgado na transparência fiscal".

Onde fica a transparência de um governo que omite 35 dias no exterior ao prestar esclarecimentos sobre as viagens internacionais? Compromissos internacionais, por si sós, não são bons nem ruins. O saldo que produzem é que deve ser analisado.

A Folha revelou que, em seu primeiro mandato, Cabral ficou pelo menos 134 dias no exterior, apesar de, em maio de 2012, sua assessoria ter informado que passara 99 dias ausente do país. No segundo, trocou as diárias que podiam ser fiscalizadas pelo uso de cartões de crédito corporativos. Seguindo padrão do governo federal, o Rio classificou os documentos que detalham as despesas com cartões como "reservados" e poderá mantê-los em sigilo por cinco anos. Não vai divulgar nem o quanto foi gasto, como faz a Presidência.

Em tempos de WikiLeaks, Cabral deveria refletir o que significa omitir ou dificultar o acesso a informações.

Vigiar é preciso. Viajar, nem tanto.

Foi dada a largada - MERVAL PEREIRA

O GLOBO - 21/02

A campanha presidencial começou efetivamente com o lançamento do programa de combate à miséria extrema lançado pela presidente Dilma um dia antes da grande festa com que o PT comemorou ontem seus 33 anos de vida e os dez de exercício do poder federal. Ao mesmo tempo, os principais possíveis adversários de sua reeleição atuaram no campo político de maneiras diversas nos últimos dias, mas todos deixando claros seus objetivos.

A ex-senadora Marina Silva, que lançara dias antes seu partido-rede, insinuou que seu movimento pode aderir a um partido já existente se não conseguir cumprir a tempo as exigências da legislação eleitoral. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deu mais um sinal de que está mesmo "costeando o alambrado", metáfora oriunda das fazendas com a qual o ex-governador Leonel Brizola identificava o político que estava pensando em sair de seu grupo político, assim como o gado que "costeia o alambrado" está pensando em fugir.

Ele não compareceu à festa de aniversário do PT, onde o grande líder da coalizão que apoia a presidente Dilma, o ex-presidente Lula, pretendia reunir os aliados para dar início à campanha para a eleição de 2014. Por fim, o PSDB afinal saiu ontem de sua letargia e deu passos importantes na direção de um combate mais forte contra o governo.

Numa ação política rápida e bem planejada, ofereceu abrigo à blogueira cubana Yoani Sánchez, que vem sendo hostilizada em sua passagem pelo Brasil por extremistas ligados ao PT e ao PCdoB, em ações orquestradas a partir da embaixada cubana em Brasília. E o seu candidato potencial, o senador Aécio Neves, partiu para o ataque enumerando, num discurso até bem-humorado, contrapondo-se ao tom raivoso com que o PT faz política, os erros básicos destes dez anos de poder petista.

Dizendo-se convidado à festa pelo PT, que distribuiu uma cartilha com louvações aos governos Lula e Dilma e críticas aos governos de Fernando Henrique Cardoso, Aécio chamou a atenção para o fato de que o PT está esgotando os efeitos benéficos vindos dos governos do PSDB, que ele chamou ironicamente de "herança bendita" deixada pelos tucanos.

A passagem de Yoani pelo Brasil, coincidindo com os festejos do PT, serviu para ressaltar a face mais escura da coalizão de esquerda que governa o país há dez anos. A truculência dos manifestantes, as acusações distribuídas pela blogosfera com as digitais de uma manipulação oficial, o espírito autoritário que tenta a todo custo impedir que o adversário se expresse, todos esses ingredientes típicos de regimes onde o pensamento único é imposto pela força do Estado estiveram presentes nas manifestações de extremistas contra a dissidente cubana.

Até mesmo no Congresso, onde as diversas linhas de pensamento devem estar representadas, houve tentativas, por parte de deputados e senadores esquerdistas, de impedir a circulação de Yoani, numa demonstração de que havia mesmo uma orquestração disposta a impedir que ela se manifestasse livremente no país.

O PSDB percebeu, num movimento rápido que tem sido raro nos últimos tempos, o nicho oposicionista e assumiu a defesa da liberdade de expressão, dando um tom político adequado aos seus interesses, sinalizando enfim que está se preparando para mais uma vez representar a oposição aos governos petistas.

O PT, como sempre, trabalhou muito bem na defesa de seus governos, no que dá lições de luta e unidade política aos demais partidos. Convenhamos que 33 anos não é uma data a ser comemorada, a não ser, como agora, quando se tem o objetivo de iniciar em grande estilo uma campanha presidencial num momento que exige muito mais empenho e unidade, pois os sinais da economia não parecem guardar boas notícias para tão cedo, dando armas que os adversários não tiveram nas últimas eleições.

Não é à toa que um líder importante no esquema político governista até agora como Eduardo Campos vê oportunidades de voo solo em direção a novas práticas políticas e de gestão.


Strike do governo no setor de energia brasileiro - ADRIANO PIRES

BRASIL ECONÔMICO - 21/02

O governo federal promoveu nos últimos dez anos um verdadeiro strike no setor de energia no Brasil.


Para aqueles que não costumam jogar boliche o strike e aquela jogada na qual com um único arremesso você derruba todas as peças. E o governo com uma única política baseada no populismo dos preços e na utilização política do setor conseguiu derrubar a segurança jurídica e a estabilidade regulatória do setor e consequentemente deixar o país vivendo o cenário do desabastecimento.

O primeiro a ser derrubado e hoje o mais visível para todos foi o do petróleo, tendo como a principal vítima a Petrobras. A derrubada teve inicio quando foi anunciada a descoberta do pré-sal, fato que levou ao fechamento do mercado de petróleo no país.

De lá para cá não ocorreram mais leilões, o governo aprovou um novo marco regulatório intervencionista, os investimentos privados tomaram a direção de outros países, deixaram de ser gerados aqui uma enorme quantidade de empregos e a produção de petróleo estagnou, e a velocidade do pré-sal tem sido a de um carro mil. Nos combustíveis a derrubada também foi geral.

O governo congelou os preços da gasolina e do diesel, estimulou o consumo e com isso o Brasil passou a importar cada vez mais todos os derivados de petróleo.

O pior é que com esse aumento do consumo e das importações os prejuízos da Petrobras têm crescido de forma espetacular, da mesma forma que a dívida da empresa.

Nunca na história deste país a Petrobras esteve numa situação tão ruim. Não satisfeito em derrubar a peça Petrobras, o governo também fez o mesmo com o etanol e o biodiesel.

Com os preços congelados da gasolina, o etanol perdeu competitividade, a produção cresceu pouco e o país passou a importar o produto dos Estados Unidos. E, o que é pior, passamos a exportar etanol de cana, ambientalmente melhor, e a importar o de milho.

Ou seja, passamos a limpar o ar que os americanos respiram. No caso do biodiesel, o setor está sem marco regulatório, sem previsibilidade de aumento da mistura no diesel e com isso as empresas, a cada dia que passa, encontram mais dificuldades para sobreviver.

No setor elétrico, o governo também promoveu a derrubada total. Ao só se preocupar com a modicidade tarifaria e ao abandonar a segurança de abastecimento, bem como a preocupação com o uso eficiente da energia, o governo quebrou o caixa da Eletrobras, gerou insegurança jurídica e regulatória e incentivou o consumo de energia elétrica num contexto de escassez.

Não entendeu que o aumento da oferta de forma estruturada só ocorre num contexto de concorrência e que não e através de decretos presidenciais que se abaixa os preços.

Na realidade, o governo sempre confunde ou quer nos confundir entre o conceito de preços baratos e preços competitivos. A energia, tanto no Brasil como no mundo, tende a ser cada vez mais cara, portanto, o que precisamos e estabelecer uma política tributária que ajude a energia a ser competitiva.

Ao vender a ideia de energia barata o governo engana o consumidor e penaliza o contribuinte e o pior, no médio prazo promove o desabastecimento.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 21/02

GOVERNO DO RIO CASSA INCENTIVO DE EMPRESAS
Três fabricantes de Campos e Três Rios perderam o direito ao ICMS reduzido por irregularidades. Há mais dez na mira

Pela primeira vez, empresas enquadradas em leis estaduais de incentivo fiscal foram descredenciadas pelo governo fluminense. Em reunião ontem, a Comissão para o Desenvolvimento Econômico do Rio retirou três empreendimentos da lista de beneficiários das leis 5366/2010 (Lei Cabral) e 4533/2004 (Lei Rosinha), que reduziam a 2% o ICMS de unidades de produção de algumas cidades do interior do estado. Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, disse à coluna que outras dez empresas estão em vias de exclusão. A Secretaria estadual de Fazenda deflagrou a fiscalização que identificou fraudes. Nos três casos, teriam praticado o chamado “passeio de notas”. Significa que declaravam produzir numa unidade de município incentivado mercadorias fabricadas em outros lugares. “Não faziam jus à redução do imposto, portanto”, resume Bueno. Jeová Industrial (fabricante de fraldas descartáveis), de Campos; Kowarik Têxtil, malharia, e Tempermix Comercial, do setor de especiarias, molhos e temperos, ambas de Três Rios, foram descredenciadas. O governo diz que elas terão de pagar o ICMS retroativo. Ao todo, 232 empresas serão fiscalizadas.

ÁSIA
A grife Rudge lança catálogo da coleção de inverno dia 1º de março.

É inspirada na Ásia. A modelo Annelyse Schoenberger foi fotografada por André Batista.

As imagens vão circular
também no site e nas mídias sociais da marca. Com 14 lojas, espera aumento de 15% nas vendas.

COM BORDADOS
A modelo Adriana Caye estrela a campanha de outono-inverno da grife Tempo4. A coleção Nuit, com fotos de Daniel Mattar, contará somente com 30 peças. Serão atemporais e com bordados. A marca quer atender clientes que gostem de itens exclusivos. Chega amanhã às lojas. Prevê faturar 15% mais nesta temporada.

Energia
O comitê de governos que trata dos Jogos 2016 deu sinal verde a dois projetos da Light. Um é a subestação do do Parque Olímpico (Barra); outro, um sistema de fornecimento às instalações de canoagem (Deodoro). Custarão R$ 140 milhões. Os projetos, agora, precisam da aprovação de Aneel e MME.

Nível máximo
Será em 2013 o pico de investimentos da Secretaria municipal de Obras na construção de BRTs. Há R$ 1,6 bilhão empenhado para Transoeste, Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil. Dá quase a soma dos quatro últimos anos, R$ 1,693 bi.

Telefonia
A GVT, de telefonia, TV por assinatura e internet, chegou ao Jardim Oceânico este mês. É o primeiro passo da expansão da empresa para a Zona Oeste. Até o fim do ano, poderá oferecer dez mil linhas na Barra.

Basquete
A Loterj vai patrocinar o basquete profissional do Flamengo. Investimento de R$ 300 mil. Uniformes do time terão a marca “Raspadinha do Rio”, a partir de hoje. O acordo vai até maio, fim do campeonato.

Vôlei
A Olympikus renovou o patrocínio a Jaqueline e Murilo, casal 20 do vôlei nacional. A dupla vai usar material esportivo da marca até os Jogos 2016.

YouTube 1
O YouTube quer investir no modelo de original channels (ou, simplesmente, canais) no Brasil. Em 2012, foram criados cem nos EUA e 60 na Europa, ao custo de US$ 100 milhões. “Queremos fomentar uma nova indústria. A intenção é adiantar verba aos produtores e recuperá-la via publicidade”, diz Álvaro Paes de Barros, diretor de Parcerias do YouTube para o Mercosul.

YouTube 2
O projeto, diz Barros, é mais uma ação do Google para se firmar como plataforma de entretenimento. E, também, manter usuários no site. Hoje, ele vai ao Rio Content Market.

Superou
O vídeo da Oral-B Complete com Rodrigo Faro atingiu em um mês quase 23 milhões de views no YouTube. Já supera o filme da Gillette com Vitor Belfort, de 2012, que bateu 20 milhões em seis meses. Os dois foram criados pela Africa.

Quem chega
A Cia de Ideias contratou o diretor de arte Carlos Negreiros e os redatores Franco Paulino e Marcos Silveira. A agência carioca faturou R$ 15 milhões em 2012. Prevê o dobro este ano.

Foi carnaval
Em cinco dias de desfiles, 60 catadores recolheram 67 toneladas de lixo reciclável na Sapucaí. Do total, 90% foram de latinhas de bebida. A coleta seletiva no Sambódromo foi parceria de Comlurb, Coca-Cola, Liesa e Riotur.

‘BIG APPLE’
A RJCP Equity, de investimento em capital de risco, lança campanha em 1º de março. Mostra Nova York à noite e convida o espectador a visitar o site. A ideia é promover a Building Energy, americana que está no portfólio da empresa. Sai em TV, web e impressos. A 11:21 assina.

Roupa nova
Chega ao varejo no fim do mês a nova embalagem (à direita) do suco de uva integral da Casa Madeira. A antiga garrafa (à esquerda) estava sendo usada por concorrentes. A troca custou R$ 450 mil. A empresa quer faturar 40% mais este ano.

Bacalhau
A importadora Casa Flora venderá dez toneladas de Bacalhau Dias nesta Páscoa, no Rio. Em 2012, foram seis.

Tomate
Parceria de Olearys com Pesagro-Rio e Emater-Rio reduziu em 42% o uso de agrotóxicos em lavouras de tomate em Nova Friburgo (RJ). A empresa cria sistemas para previsão de doenças em plantas e deu acesso a dados de estações meteorológicas.

LivreMercado
É de R$100 mil o patrocínio do Access Club, de serviços premium, à festa de abertura da Paris Fashion Week, dia 26. É a 1ª vez que uma empresa brasileira participa.

Os Werner Coiffeur começa a usar a coloração Illumina hoje. É parceria com a Wella. Com 40 lojas, a rede prevê alta de 30% no faturamento.

Sony Mobile e Claro fecharam parceria no lançamento do Xperia J no Brasil. O aparelho, na cor preta, chegará às lojas da operadora na primeira semana de março.

Blender e X -Tudo consquistaram a conta das ações on-line da Duloren.

A Saraiva bateu, este mês, um milhão de livros vendidos nos projetos em parceria com outras editoras. Até mês que vem, lança a coleção Pegue & Leve.

A consultoria Mercer se mudou para o Centro do Rio. É efeito da expansão dos negócios na cidade. Em 2012, cresceu 20% no país.

A Italínea do Jardim Botânico se credenciou às linhas de crédito CEF Construcard e CEF Móveiscard. Prevê faturar 20% mais.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 21/02

MP dos Portos deve ser mais específica, dizem entidades
A MP dos Portos, além de ser criticada pelos portuários, está longe de ser uma unanimidade entre as entidades ligadas ao setor.

A medida muda o marco regulatório dos portos e tem como um de seus principais problemas, segundo associações, o fato de ser muito ampla.

O diretor-presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários), Wilen Manteli, por exemplo, diz estar preocupado por o texto não fazer nenhuma referência aos terminais de indústrias.

"Como a MP está, pode dar a entender que uma empresa precisará ter seu projeto submetido à audiência pública [para verificar se há mais interessados em operar um porto no local] se quiser instalar uma unidade com terminal próximo a um rio navegável. Isso não faz sentido", diz.

Manteli afirma que a ABTP apoia a medida, mas que há pontos que precisam ser alterados. "Entendemos que ela é um avanço."

Para o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), o problema é o mesmo: não há nenhuma menção aos terminais de combustíveis no texto.

"Esses terminais fazem parte da cadeia de abastecimento. Qualquer disfunção pode afetar a movimentação da economia", diz Alísio Vaz, presidente-executivo da entidade.

Sem uma especificação, os portos que tiverem seu contrato vencido poderão ser licitados e deixar de atuar no segmento de combustível.

O diretor-superintendente administrativo da Portonave -que controla o terminal portuário de Navegantes (SC)-, Osmari de Castilho Ribas, afirma ser favorável à medida e defende que as questões que não estão definidas sejam esclarecidas na comissão mista do Congresso.

MODELO DE COLCHÃO
A Ortobom, companhia que fabrica e comercializa colchões, irá alterar seu modelo de negócios na cidade de São Paulo transformando todas as suas lojas próprias em franquias.

Atualmente, a empresa trabalha com unidades próprias apenas em São Paulo, onde tem 61 lojas. No restante do país, opera com franquias.

"A mudança ocorre para que a empresa possa se expandir", afirma o diretor da Ortobom Rodrigo Rasina.

As modificações começam a ser feitas em março, de acordo com Rasina. Cerca de 25 unidades já estão em processo de franqueamento.

Hoje a rede tem 1.762 lojas comandadas por terceiros em todos os Estados do país.

A expectativa da companhia é abrir mais 240 unidades neste ano. Desse total, cem devem ser na cidade de São Paulo.

"O projeto de mudança prevê, no total, a inauguração de mais de 300 franquias aqui [na capital paulista]", acrescenta Rasina.

NOVOS CLIENTES
Algumas operadoras de saúde aumentaram suas carteiras de clientes no ano passado aproveitando o crescimento de 3% do setor (até setembro de 2012, de acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar.

A Unimed encerrou o ano passado com um total de 18,86 milhões de planos de saúde em todo o Brasil e 595 mil novos clientes.

O crescimento foi de 3,2% sobre o desempenho do ano anterior (18,27 milhões de planos), segundo a empresa.

A concorrente Bradesco Saúde informou que teve um crescimento de 15,7% ante 2011, o correspondente a 537 mil novos clientes. Com esse aporte, a seguradora atingiu cerca de quatro milhões de clientes em todo o país.

Outra operadora, a Golden Cross, adquiriu 420 mil novos clientes e chegou a um total de 820 mil em sua carteira de associados.

A Marítima Seguros informou acréscimo de aproximadamente 170 mil novos planos em sua carteira.

DIÁRIA EM ALTA
A taxa de ocupação nos hotéis do país caiu em 2012 enquanto o valor das diárias registrou alta, de acordo com levantamento do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil).

A queda na ocupação foi de 2,9% ante 2011.

"Essa redução deve-se à maior oferta de quartos em relação ao ano anterior", afirma Roberto Rotter, presidente da entidade.

O valor médio das diárias passou dos R$ 204,90, registrados em 2011, para R$ 234,75 em 2012 -o que representa uma alta de 14,6%.

Os preços estão recuperando o achatamento dos últimos dez anos.

O levantamento apontou também uma melhor equiparação na procura por quartos no Norte e no Nordeste em relação ao Sul e ao Sudeste.

"Hoje a taxa está praticamente nivelada. O Sul e o Sudeste representam 51% das ocupações. Centro-Oeste, Norte e Nordeste correspondem a 49%. Essa relação já foi de 55% a 45%", diz.

A receita por apartamento disponível (RevPar) foi de R$ 157,02 -expansão de 11,5% ante 2011.

"A expectativa para 2013 é que fechemos o ano com mais 10 mil quartos em todo o país", afirma Rotter.

R$ 6 bilhões foi o faturamento dos hotéis filiados a entidade no ano passado

R$ 234,75 foi o valor médio da diária registrado em 2012

10 mil é a expectativa de disponibilidade de novos quartos em 2013

Presente... A Netshoes, empresa do ramo esportivo e uma das maiores varejistas on-line, fechou contrato com a Vale Presente. Esta companhia, criada há menos de um ano com investimento de R$ 30 milhões, criou uma plataforma virtual para gerir vale-presentes dos varejistas.

...on-line Agora, os vales da Netshoes estão disponibilizados na plataforma da Vale Presente, chamada de Shopping de Marcas. Mais de 50 empresas já operam no modelo, como Kopenhagen, Yázigi e perfumes Ferrari. A meta é chegar a 200 marcas até final do ano.

Nova máquina A ArcelorMittal vai investir US$ 10 milhões em um novo equipamento em sua linha de galvanização para o mercado automotivo. O sistema diminui o atrito entre a chapa de aço e a prensa. Esta permite produzir peças de carro, como portas e tetos.

Intercâmbio A consultoria Deloitte e a Iaaer, organização internacional de ensino de contabilidade, fecharam parceria para um programa de pesquisa. O projeto vai durar três anos, e o Brasil foi selecionado para a fase inaugural ao lado de Indonésia, Polônia, Romênia e África do Sul.

É devagar, devagarinho - CELSO MING

O ESTADO DE S. PAULO - 21/02
O primeiro indicador do desempenho do setor produtivo do último trimestre não entusiasma. O índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou ontem um avanço de apenas 0,26% em dezembro sobre novembro (como mostra o gráfico), o que perfaz um total de 1,35% em 12 meses.

Construído em 2010 pelo Banco Central para anteciparem algumas semanas o comportamento do PIB, o IBC-Br, ainda em fase de ajuste, não tem conseguido a precisão desejada. Em todo o caso, serve como indicador de tendência.

O que já dá para dizer é que aquele projeto do governo de obter boa recuperação no último trimestre de 2012 para garantir tração para este ano, não foi bem-sucedido. Não dá para afirmar que a atividade econômica tenha engatado a quarta marcha de maneira a proporcionar crescimento do PIB em 2013 de 4,0% a 4,5% - como pretendia o governo Dilma. A retomada, embora inegável, não passa firmeza. Ficou mais difícil assegurar um aumento do PIB de pelo menos 3% neste ano.

Quando as coisas não se comportam como esperado, o brasileiro ainda prefere procurar um culpado em vez de uma solução. O exercício do descarrego começou há alguns meses, quando a presidente Dilma se queixou da desestabilização provocada no câmbio interno pelos "tsunamis monetários" gerados pelos grandes bancos centrais. Outras autoridades do governo são mais genéricas. Preferem culpar "a crise global" e, eventualmente, certas práticas predatórias da concorrência.

Se esses fatores tivessem sido decisivos no emperramento do setor produtivo, outros países emergentes também estariam mostrando pibinhos mixurucas. Não é assim. Para não falar da China, que é mesmo fora de padrão, em 2012 a Austrália e a Rússia apresentaram crescimento de 34%; o PIB do México avançou 4,0%; o do Chile, 5,0%; o da índia, 54%; o da Tailândia, 5,8%; e o da Indonésia, 6,3% - veja o Confira.

Por que, então, para esses e outros países a crise global não foi tão madrasta como foi para o Brasil? Ora, porque os problemas estão aqui dentro, não lá fora.

E são conhecidos. Além do velho e nunca resolvido alto custo Brasil, há os estrangulamentos. Um deles é o descuido com os investimentos, uma vez que o governo entendeu que deveria dar prioridade ao consumo. Para crescer os tais 4% que estão na mira, seria necessário investir ao menos 22% do PIB. Mas o investimento mal ultrapassa os 17% do PIB. (Só para comparar, o padrão asiático é de 33% do PIB.)

O investimento é essa mediocridade não somente porque o governo optou por estimular o consumo, mas também porque o Brasil poupa pouco - também em torno desses 17% do PIB.

Afora esses estrangulamentos velhos de guerra, há mais dois, relativamente mais recentes: (1) a disparada do custo da mão de obra, em conseqüência da situação de escassez de mão de obra (desocupação de só 4,6% da força de trabalho, registrada em dezembro); e (2) essa inflação em alta, que queima patrimônio e poder aquisitivo e destrói a confiança.

Desempenho econômico requer capitais e muito empenho.