quinta-feira, setembro 03, 2009

AUGUSTO NUNES

SEÇÃO » Direto ao Ponto

O sósia de Patton e a reencarnação de Bolivar

3 de setembro de 2009

Sempre com a saúde debilitada, Nelson Rodrigues sentiu-se tão mal naquele dia que imaginou que iria morrer. Quais seriam suas últimas palavras?, quis saber um amigo na redação. “Você promete que publica?”, primeiro tratou de assegurar-se. Ao ouvir que sim, eternizou outra frase: “Que besta quadrada era o Karl Marx”.

Nelson Rodrigues se acharia pouco superlativo caso vivesse para ver o que virou a galharia sul-americana da árvore genealógica plantada por Marx. A árvore já foi muito frondosa. Depois da monumental implosão da União Soviética, as ramificações que se estendiam pelo mundo civilizado secaram. Os galhos da América do Sul continuam viçosos e dando frutos. O mais recente tem a cara do venezuelano Hugo Chávez.

Ninguém sabe direito o que é o socialismo revolucionário bolivariano. Nem Chávez. O que está claro é que o chefe da seita é um bisneto degenerado de Karl Marx. Saiu ao bisavô, diria o cronista genial se conhecesse a besta quadrada que, há 11 anos no poder, colocou em frangalhos a democracia venezuela e não para de armar confusões no subcontinente.

“É um farsante perigoso”, resume um general destacado para a Amazônia que conviveu dois anos com o coronel cucaracha. Ele acha apenas ridículas as recorrentes ameaças de invadir a Colômbia. “Mesmo com os acordos que celebrou com a Rússia e o Irã, a Venezuela não teria a menor chance num confronto armado com o vizinho”, explica. “Muito menos arriscado é financiar as FARC, como Chávez tem feito”.

O perigo mora do outro lado, sabe o Exército e fingem ignorar o Planalto e o Itamaraty. Com pouco barulho, mas inquietante frequência, Chávez vem reivindicando a posse da província de Essequibo, que representa dois terços da Guiana e roça a fronteira norte do Brasil. Em 13 de março de 2006, por ordem do aprendiz de tirano, a bandeira da Venezuela juntou mais uma estrela às sete já existentes. A oitava antecipa a incorporação de Essequibo.

No mapa oficial da Venezuela, a província aparece assinalada com traços diagonais, que identificam territórios contestados. Chávez prometeu mais de uma vez remover a bala esses traços ─ que há dois anos desapareceram dos mapas militares produzidos pelas Forças Armadas. Em tese, a Guiana é uma presa fácil: dispõe de 1600 homens, 3 lanchas de patrulha e nenhum avião de combate. Mas é improvável que o mundo inteiro encare a agressão absurda com a indulgência malandra dispensada pelo governo Lula ao companheiro delinquente.

Em 2 de abril de 1982, acuado pela crise política, o ditador argentino Leopoldo Galtieri exagerou no uísque e resolveu invadir as ilhas que chamava de Malvinas e os ingleses, donos do lugar, chamam de Falklands. Galtieri achava-se parecido com o general americano George Patton. Descobriu tarde demais que tinha alguma semelhança com o ator George C. Scott, que interpretou Patton no cinema mas não era parecido com o personagem.

Quase 30 anos depois, a Venezuela é governada por uma figura que se acha uma reencarnação de Simon Bolivar. Nem precisa de alguns tragos a mais para atacar a Guiana. Basta uma crise política. Se partir para a conquista de Essequibo, saberá que é mais prudente incorporar heróis de outros séculos num terreiro de macumba. Melhor detê-lo antes que venha a guerra.

VINÍCIUS TORRES FREIRE

Feliz aniversário, Wall Street


Folha de S. Paulo - 03/09/2009




Com subsídio estatal, mundo escapou da Segunda Grande Depressão; mas onde está o novo fator de crescimento?

O RENOVADO presidente do Banco Central americano, Ben Bernanke, quase declarou ter salvo o mundo da Segunda Grande Depressão, durante o encontro estival de BCs, ministros de Finanças e economistas em Jackson Hole (Wyoming, EUA), no final de agosto. Stephen Roach escreveu que Bernanke se comporta como o médico que salva miraculosamente o paciente, doente no entanto quase desenganado por ter sido vítima de barbeiragens do próprio médico -Bernanke. Tido como espírito de porco contumaz, embora bastante certeiro, Roach preside o Morgan Stanley na Ásia, após longa temporada como economista-chefe do banco, quando fez fama de urubu.
Mas o mundo de fato não derreteu na Segunda Grande Depressão. Em boa parte, o desastre final foi pontualmente evitado devido às ações de Bernanke. Entre os estertores de Bush e a chegada de Obama, ele tomou conta do barraco quase sozinho. O fato de as condições materiais de vida serem muito boas e de o Estado de bem-estar social não ter sido desmontado ajudaram a evitar a Depressão e eventuais tumultos políticos (sobre "condições de vida muito boas": lembre-se de que, nos anos 1930, muita gente passou fome e frio mortal no mundo rico).
É verdade também que o "plano Bernanke" basicamente foi (aliás é) um programa em que o Fed toma o lugar de largas partes do mercado financeiro (que faliu ou fugiu) e subsidia largamente a banca privada. Por fim, os governos torraram dinheiro das próximas gerações (fizeram grossa dívida) a fim de subsidiar o consumo e limpar a sujeira de Wall Street e cia. "Sujeira" é um termo leve e adequado a um jornal familiar.
A finança mais poderosa, rica e sofisticada do planeta promoveu a maior e a mais incompetente, trambiqueira, falaciosa e corrupta alocação de recursos desde o início dos tempos. Isto é, essa gente investiu onde não devia, destruiu poupança, malversou capital, ficou com os lucros e deixou a conta para os trouxas. Neste quase ano completo do estouro final da crise, trata-se de um feliz aniversário para a banca.
E para o resto? É difícil encontrar por aí um indicador econômico importante que continue a piorar. Ou melhor, alguns continuam a piorar, mas cada vez mais devagar, caso do desemprego americano. São agora mais raros os mercados, como o de imóveis comerciais nos EUA, ou de economias, como as do Leste Europeu e da Espanha, que ainda afundam. Parte importante da sensação de melhora, porém, se deve ao contraste com a "experiência de quase morte"; o doente continua ligado a muitos aparelhos para sobreviver.
O BC dos EUA, o Fed, sustenta ainda parte grossa do mercado de crédito nos EUA. O consumo privado se sustenta ainda com muito subsídio oficial. A produtividade e o lucro de empresas cresceu, como nos EUA, mas isso é corte de custos (demissões e queda de salários). Na recessão do início do século, bem mais benigna, os EUA saíram da crise com juros baixos e pendurados numa bolha, a imobiliária. Desta vez, quando e se acabar o subsídio público, de onde virá o dinheiro para impulsionar o consumo das ainda avariadas famílias dos EUA? Como o capital vai crescer -onde está a novidade do investimento privado?

BUNDÕES

DIRETO DA FONTE

Meio ambiente na planilha de custo


Sonia Racy

O ESTADO DE SÃO PAULO - 03/09/09



O empresariado brasileiro decidiu levar ao encontro sobre clima de Copenhague, em dezembro, opinião própria sobre aquecimento global. Um "position paper" está sendo preparado pela Fiesp, em colaboração com a CNI, a partir de análises setoriais das 200 páginas do documento-base da ONU.

Para isso, o conselheiro Marco Antonio Fujihara comanda há dois meses um grupo de áreas como agronegócio, energia e relações internacionais. Buscam o que ele chama de "massa crítica sobre o que pensam os empresários". No controle de tudo, João Sabino Ometto.

A missão incluiu pesquisa com 1.200 empresas.

Planilha de custo 2

Por que ouvir empresários? É que o mundo já percebeu, diz Fujihara, que "corrigir o clima"depois vai ficar muuuito mais caro. "A agenda ambiental se tornou agenda econômica", avalia.

Convicto

Paulo Skaf vai optar pelo PMDB. Mesmo que resolva não disputar as eleições.

tipo exportação

Marina Silva se animou.

Acaba de decidir que vai à Conferência do Clima, em Copenhague. Para depois receber homenagem do Parlamento Europeu, na Bélgica.

Festival Coringão

Escolhida como responsável pela festa dos 100 anos do Corinthians, a OgilvyAction resolveu: dia 28 será o "Dia em Preto e Branco". E haverá caminhada, com show.
Que ainda não tem data.

incra em paris

Grupo de artesãs da agricultura familiar vai para... Paris; Participam, dia 8, do Salão Prêt-à-Porter.

Quem leva? O Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Tudo nosso

Terça foi feriado nacional nos arraiais do MST.

Uma penca de oito decretos, saídos da Casa Civil , desapropriou, para fins de reforma agrária", cerca de dez fazendas de cinco Estados.

SucatAir

Em vias de ser aposentado, o Sucatinha presidencial continua dando sustos, enquanto o Embraer 190 não chega - coisa programada para outubro.

Na terça, o vidro do piloto estourou assim que ele aterrissou no aeroporto de Vitória. É que circuito de aquecimento entrou em curto.

Fórmula bike

O Autódromo de Interlagos vai ganhar ciclovia. Foi aprovada emenda de Floriano Pesaro liberando R$ 600 mil para a nova obra.

Do Bolinha?

O cerimonial da Presidência deixará dona Marisa Letícia de stand by no domingo.

Só será convocada se Carla Bruni vier com Sarkozy.

Piada pronta

Edemar Cid Ferereira, ex-dirigente da Bienal, não apareceu na festa da fundação. Mas foi lembrado ali por ter trocado de advogado.

Contratou agora o escritório Corvo, de Santos.

Desaquecendo

Ilhabela vai ter seu o primeiro conjunto habitacional com telhados inteiramente brancos. Que será inaugurado por hoje Lair Krahenbuhl. Capricho? Nada disto, é providência ambiental para reduzir a temperatura das casas.

No ato, o secretário assina adesão de SP ao movimento One Degree Less. Movimento internacional que prega "Um Grau a Menos".

Quem sabe fala

Walter Salles estará ao lado de cineastas como Gus Van Sant e Carlos Saura.

No documentário Crítico, que reúne depoimentos de realizadores brasileiros e de fora, sobre o cinema atual.

Irrevogável

Foi jogo de cena o mistério de Protógenes Queiroz para anunciar, ontem, sua filiação ao PC do B.

A decisão do delegado já estava tomada há tempos, como antecipou a coluna.

Bienal em tempos de transformação

A depender do apoio que a nova diretoria da Bienal teve no jantar de terça, no prédio da Bienal, a próxima exibição internacional não será a do vazio. Presente ao evento, Juca Ferreira anunciou R$ 4 milhões e prometeu ajudar na captação de recursos junto ao BNDES. Tudo para a reforma do prédio, orçada em R$ 15 milhões - R$ 10 milhões só para atender às normas internacionais de climatização. "Este evento não pertence apenas a São Paulo, é do Brasil'', disse o ministro à coluna, justificando-se diante da surpresa geral pelo apoio do Ministério da Cultura. Aliás, Estado e Prefeitura foram representados pelo segundo e terceiro escalões..

Ponto para Heitor Martins, novo presidente da Bienal. Que teve coragem de assumir depois que o cargo foi recusado por Rubens Barbosa e Andrea Matarazzo - ambos presentes - por causa das conhecidas dificuldades financeiras do evento. Hoje, as dívidas da exposição somam R$ 4 milhões. E os recursos dos 450 convites vendidos - R$ 2,5 mil, cada - serão utilizados para manter a organização da mostra.

Em noite bem organizada pela conselheira Suzana Steinbruch, o mote era um só: o evento vai reviver seus momentos de destaque. "A Bienal foi feita pela sociedade civil, que agora se deu conta de como a situação degringolou. A elite paulistana voltou a apoiar e, aí, o Estado vem junto", ponderou Ernesto Neto, um dos 40 artistas convidados pelo Banco Fibra - já que nem todos podiam arcar com o custo da noitada.

Iole de Freitas, Zé Resende, Anna Maria Maiolino e Carlos Vergara circulavam pelas mesas, entre banqueiros-conselheiros como Alfredo Setubal e José Olympio Pereira, que devem estar convencendo seus pares e empresários a ajudarem. Presentes, André Esteves, Fernão e Candido Bracher, Fersen Lambranho, Walter Appel, Ivoncy Ioschpe, Carlo Lovatelli, Ivo Rosset, Patrick Larragoiti, Fabio Ermírio de Moraes, Arthur Vicintin, Roberto Teixeira da Costa, Carlos Jereissati Filho e muitos outros.

Houve um incidente. Após o discurso do ministro. o ex-presidente da Bienal Manuel Pires da Costa abordou Juca Ferreira com um visível aperto de braço.

Sem dúvida, a festa foi um divisor de águas. Com direito a slogan publicitário: "A Bienal é um olhar para o futuro e o futuro da Bienal está em nossas mãos."

JANIO DE FREITAS

A tarefa maior


Folha de S. Paulo - 03/09/2009



Nada mais produtivo para o país do que entregar à Petrobras parte especial do sistema do pré-sal



OS ATAQUES AO grau de participação da Petrobras no sistema pré-sal, tal como proposto pelo governo ao Congresso, há muito mais da irracional ojeriza à empresa -só superada para colher lucros com suas ações- do que um esforço de lucidez crítica. Ao menos duas considerações precisariam ser examinadas nos ataques, para dar-lhe sentido.
Os estudos geológicos para identificação das áreas potencialmente promissoras, as pesquisas, os testes, os equipamentos e a habilitação, para que o pré-sal seja a promessa de futuro que é, foram de iniciativa e de desenvolvimento pela Petrobras. Só isso já lhe garantiria direitos especiais na exploração e nos resultados que proporcione. Méritos aos quais, ainda neste capítulo, devem-se juntar os bilhões em investimentos gastos no trabalho até aqui, os quais, mais do que exigir pleno ressarcimento, justificam a retribuição em participação privilegiada no sistema e em possível rentabilidade especial.
A segunda consideração esquecida é a da competência da Petrobras. São reconhecidos os problemas a serem ainda vencidos para a exploração do petróleo em jazidas abaixo da camada de sal, a vários quilômetros de profundidade oceânica.
O pré-sal não pode ser aventura nem brincadeira: tudo em relação a ele custa fortunas e nele se espera que esteja, afinal, uma razão para a já desmaiada expressão "país do futuro". Não há no mundo maior capacidade tecnológica e empresarial que a da Petrobras em relação a petróleo oceânico. Logo, nada mais produtivo para o país do que entregar-lhe parte especial do sistema, o que significa, na prática, a tarefa maior no pré-sal.
A única razão para que não fosse assim seria a insuficiência financeira da União e da Petrobras para cumprirem as responsabilidades assumidas. Por ora, nada faz tal indicação. Há diversos meios para as respectivas provisões financeiras. E se algo falhar aí, ou se as possibilidades do pré-sal se provarem ainda maiores do que os recursos disponíveis, então, sim, é recorrer à ampliação dos investimentos sem compromisso com a nação, de fins apenas capitalistas.
Se o pré-sal corresponder às suposições que induz, não faltarão capitais para nele investir, com os prováveis benefícios e as sempre presentes desvantagens. Estas representadas, no caso, não só pela remessa de lucros que é transferência de riqueza mas pelos fatores geopolíticos e militares nunca ausentes e sempre terríveis na relação entre petróleo e interesses privados.
A ojeriza a tudo que se refira à Petrobras, exceto à lucrativa aplicação em suas ações, é um rescaldo da Guerra Fria, na qual os estrategistas dos Estados Unidos introduziram a inteligente gazua, entre outras, do antinacionalismo. Em sua fase de expansão mundial em seguida à Segunda Guerra, o capital norte-americano precisou afastar o competidor que eram as tendências ao nacionalismo (privado ou oficial) e as iniciativas do Estado. Enfraquecê-los era o mesmo que garantir oportunidades.
No caso do Brasil, é ilustrativo que a campanha contra o sentimento nacional e o Estado empreendedor só começou no segundo governo brasileiro do pós-guerra, o de Getúlio. Ou seja, quando, à diferença do anterior governo do passivo general Dutra, o petróleo (nasce a Petrobras) e outros empreendimentos mereceram interesse real do Estado. Com apoio, inclusive, de parte expressiva da classe alta e das Forças Armadas. Aos Rockfeller e cia. coube ligar sentimento nacional e ação do Estado a comunismo, e comunismo a tudo o que não fosse reverência ao capital estrangeiro, isto é, norte-americano. Uma história que toda a América Latina conhece bem. E a Petrobras e o pré-sal pegam a sua quota no legado.

GOSTOSA


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INFORME JB

Campos põe gás no pré-sal

Leandro Mazzini
Jornal do Brasil - 03/09/2009

Como fazer de um evento do PAC do Saneamento uma guerra política? Eduardo Campos, governador de Pernambuco, sabe bem. No discurso, passou do esgoto para pré-sal e esquentou mais ainda o clima entre os governadores do Sudeste e do Nordeste que discordam sobre a partilha dos royalties do petróleo. Campos disse que a luta (dos governadores) será no Congresso. Sérgio Cabral saiu soltando fumaça. Eduardo Paes, prefeito do Rio, diz que o xará foi indelicado. Jaques Wagner, da Bahia, soltou essa: "Pagamento de royalties é para dano ambiental. Qual o pepino ambiental que vai ficar para Rio, São Paulo e Espírito Santo na extração em plataforma a mais de mil quilômetros da costa?". Marcelo Déda, do Sergipe, que concorda, soltava marimbondos na porta do Itamaraty para um aliado. As bancadas já estão sendo mobilizadas.

De saída

O PTB vai desembarcar do governo Lula. Espera apenas a nomeação de José Múcio Monteiro para o TCU. O partido vai inteiro para o PSDD até dezembro.

Mistério

O federal Arnaldo Faria de Sá (PTB), amigo do governador paulista, deixa mistério no ar e prevê que José Serra não será o candidato ao Planalto. "Vai ser Aécio".

Vistoria

É séria a crise no Senado. Ex-governadora do Rio e prefeita de Campos, Rosinha Matheus teve de passar duas vezes no detector de metal para entrar na Casa.

Barrados

Aliás, José Sarney suspendeu por tempo indeterminado as visitas guiadas ao Senado. Até nos fins de semana.

Amém

Lula sanciona hoje lei que cria o Dia Nacional da Marcha para Jesus, autoria de Marcelo Crivella. Será no primeiro sábado subsequente aos 60 dias após a Páscoa. Ano que vem, dia 5 de junho.

Outro lado

O deputado Marcos Vinicius, da Alerj, diz que não há debandada no PTB no Rio. Os que saíram com Carlos Dias para o PTdoB eram os que haviam entrado com ele, diz o parlamentar.

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A última

José Guilherme Villela ocupou pela última vez a tribuna do STJ dia 25, três dias antes de ser assassinado a facadas junto com a esposa e a empregada. Fez sustentação no julgamento de um recurso especial na 3ª Turma.

Utilidade pública

Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu, avisa que não tem nada a ver com as recentes vaias a Sérgio Cabral no Rio. Diz que é coisa da oposição. Querem melar o acordo da chapa PT-PMDB.

Recuo

Foi adiada votação do projeto que tira do sistema S o dinheiro pata tratamento de saúde de empregados, na Comissão de Assuntos Sociais. O relator Sérgio Guerra (PSDB-PE) pediu duas semanas para pensar melhor.

Memória

O jornalista Luiz Cláudio Cunha lança amanhã, na Travessa de Ipanema, Operação Condor: o seqüestro dos uruguaios, às 19h.

“O Congresso Nacional é quem vai decidir (sobre o pré-sal). Até lá, vai ser luta”

Eduardo Campos, governador de Pernambuco, numa clara provocação aos estados do Rio, SP e ES sobre a fatia da distribuição de royalties da extração

FRANCISCO DAUDT

Espírito de porco


Folha de S. Paulo - 03/09/2009


Nunca imaginei que ser chamado de "espírito de porco" fosse algo de que, como você, leitor não lulista, eu iria me orgulhar

"Espírito de porco. Bras. 1. Pessoa que interfere em qualquer negócio ou assunto, criando embaraços ou agravando os já existentes"
(Do dicionário "Aurélio")

PREZADO SR . ministro da Saúde, É como médico e como psicanalista que venho alertá-lo de uma epidemia que pode ser tão grave para seu governo quanto a gripe suína -só que não atinge o corpo, atinge a alma (psique, em grego, ou seja, é da minha alçada)- e que está se alastrando: a do espírito de porco.
Minha observação epidemiológica começou quando Nosso Guia disse que aqueles que criticam o bolsa-esmola são imbecis. Entrei em contato com uma quantidade enorme de pessoas que pensam como eu, que acham o bolsa-esmola um curral eleitoral, que a popularidade do presidente se sustenta no assistencialismo, e este, na manutenção da pobreza, um dinheiro sem contrapartida eficiente, que não contribui para a independência financeira das pessoas por meio da educação.
Percebi que não éramos propriamente imbecis. Estávamos, sim, contaminados pelo vírus da doença. Nós éramos os espíritos de porco. Pelo "Aurélio", nós queríamos interferir, criando embaraços em assunto já existente.
Qual assunto? É uma outra doença psicológica, de alto contágio, só que extremamente favorável ao governo.
Trata-se do legado que Lula deixará: cinismo; palavras de ontem que não valem hoje; apatia; impotência do cidadão comum; tributos escorchantes que sustentam sua máquina aparelhada de governo, seu assistencialismo, sua vaidade e sua inapetência para governar; esbulho de valores éticos; impunidade aos aloprados, mensalistas e companheiros dos "movimentos sociais"; acusações sobre quem divulga seus erros (a mídia); ensaios de controle autoritário sobre ela; desqualificação do Legislativo; subjugação de seu próprio (suposto) partido; divisão do país entre pobres e a "zelite"; entre negros e brancos; apropriação das benfeitorias de outros governos; varrer seus erros sob o vasto tapete da herança maldita; aparelhamento do Estado; clímax do patrimonialismo (apropriação do que é público pelo indivíduo que detém poderes, também chamado furto); desencadeamento da mais deslavada campanha presidencial fora de prazo legal feita com nosso dinheiro (vai ter direito a "O filho da D. Lindu" antes das eleições?); alegação de um desconhecimento de malfeitorias, tão hipócrita quanto impossível; mais impunidade, "porque todos fazem o mesmo", com uma única finalidade: manter-se no poder a qualquer custo. (Ministro, isso não se parece com a doença venezuelana?)
Devo dizer que aqui estou contaminado pelo vírus, em pleno exercício do espírito de porco, querendo atrapalhar o legado de Nosso Guia. Porque ele é moralmente nocivo ao país.
Pedro Aleixo, vice de Costa e Silva, foi o único a recusar-se a assinar o AI-5. "O sr. teme que o presidente faça mal uso desse instrumento?" Respondeu: "Não. Eu temo o guarda da esquina. Quando a moral se deteriora a partir do presidente, ela contamina até o guarda. E este eu temo".
Procurei detectar o público-alvo dessa epidemia: são cidadãos trabalhadores; honestos; pagadores de impostos (e que impostos!); respeitadores da lei; construtores da prosperidade do país; cultivadores de coisas tais como honra, probidade e decência; empreendedores; democratas; defensores dos direitos das minorias, da propriedade privada e dos contratos honrados; respeitadores de plantações de eucalipto (apesar de não comestível, ele é ecológico e bom gerador de empregos); pais que querem seus filhos bem educados, sem catequeses ideológicas financiadas com nosso dinheiro.
Enfim, sr. ministro, somos nós, que o seu governo considera secretamente a escumalha da terra, mas que tolera enquanto sustentamos vocês. Descobri que temos companhias ilustres. A mais notória delas hoje é a ex-secretária da Receita, Lina Vieira, exemplar espírito de porco que arrancou a máscara cirúrgica que disfarçava as feições autoritárias da ministra (retornaram, apesar da plástica), sem esquecer seus 12 demissionários.
Também Marina Silva e o senador Arns, grandes espíritos de porco. E até no PT o vírus deu o ar de sua graça, no cartão vermelho do senador Eduardo Suplicy, e por pouco não pega o pobre Mercadante.
Pois até o reverso pinado da TAM (que tanta alegria deu ao assessor "top, top, top") revelou-se um espírito de porco, derrubando o ministro da Defesa, a diretoria da Anac, reformando aeroportos etc.
Pois é, sr. ministro, apesar de velho, nunca imaginei que ser chamado de "espírito de porco" fosse algo de que, como você, leitor não lulista, eu iria me orgulhar.

CENSURA

BRASÍLIA - DF

Um passo à frente, dois atrás


Correio Braziliense - 03/09/2009


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decide hoje se mantém ou não o pedido de urgência para votação dos projetos do pré-sal, que enfrentam o primeiro revés na Câmara dos Deputados, onde o PT foi isolado. Os demais partidos da base governista querem que o governo recue da decisão. Lula deve comunicar a decisão ainda hoje aos líderes do governo, Henrique Fontana (PT-RS), e do PT, Cândido Vaccarezza (SP). Ambos haviam feito restrições à tramitação em regime de urgência, proposta do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, mas não foram ouvidos. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), atalhou a discussão e propôs a Lula que mantivesse a urgência na reunião ministerial.

Puro voluntarismo. Aliás, essa é a palavra-chave para avaliar a forma como a proposta do novo marco regulatório foi lançada. No afã de encurralar a oposição com um discurso nacionalista e estatizante, o governo atropelou os aliados do PMDB mais interessados na questão, os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do Espírito Santo, Paulo Hartung, e abriu um perigoso flanco nas articulações eleitorais para 2010. O primeiro passo atrás foi em relação à participação especial dos estados, que não constava do projeto original e acabou mantida. Era uma exigência constitucional, como demonstrou o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O segundo pode ser a retirada do pedido de urgência, para reagrupar as forças governistas, que estão desorientadas e divididas.

Copa // O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Sandro Torres Avelar, convidou Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a participar do congresso da categoria para falar sobre a segurança na Copa do Mundo de 2014.

Bolada


Entre janeiro e julho, a exploração de petróleo rendeu R$ 1,2 bilhão de royalties aos estados, dos quais R$ 856,9 milhões foram para os cofres fluminenses. Do R$ 1,3 bilhão distribuído referente à participação especial,
R$ 1,2 bilhão foi pago pelas petrolíferas ao Rio de Janeiro.

Soviético


A mudança do regime de exploração do petróleo do sistema de concessão para o regime misto, com a adoção do sistema de partilha de produção no pré-sal, cria um arranjo institucional que só tem equivalentes na Rússia e no Cazaquistão. O sistema de partilha é adotado pela Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Venezuela, Emirados Árabes, Líbia, Nigéria, Catar, China, Angola, México, Azerbaijão, Índia, Omã e Egito. Ou seja, fortalece o Estado, mas não é sinônimo de mais democracia, nem de melhor distribuição de renda.

Mérito



O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (foto), desafiou a oposição a discutir o mérito do novo marco regulatório do pré-sal. O senador paulista argumenta que o propósito do governo não é a apropriação da receita, mas preservar o controle estratégico das reservas. O atual regime de concessão garante às empresas que descobrem o petróleo a inclusão das reservas nos seus ativos. Segundo o petista, as Sete Irmãs — as maiores empresas petrolíferas do mundo — estão supercapitalizadas e controlam a distribuição, mas não têm reservas. “Possuem apenas 7% delas em todo o mundo”, argumenta.

Réplica



Mercadante foi contestado por um senador governista: o líder do PP, Francisco Dornelles (foto), representante do Rio de Janeiro, para quem o governo deveria preservar o atual regime de concessão das áreas de exploração. Segundo ele, seria suficiente definir novas regras para as receitas oriundas do pré-sal. Dornelles avalia que a invasão dos Estados Unidos ao Iraque se deu porque Saddam Hussein estatizou as companhias petrolíferas.


Desgaste/ A base governista, com o PMDB à frente, mandou recado para o Palácio do Planalto: só aprovará a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) se for selado um acordo que garanta os votos favoráveis no Senado. Os deputados não querem a reedição do episódio da CPMF, quando ratificaram a prorrogação do tributo para, em seguida, os senadores sepultarem a proposta, ficando bem na foto diante do contribuinte.

Fisco/ O presidente do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), Paulo Antenor de Oliveira, detonou a Lei Orgânica do Fisco (LOF). “O discurso que a crise na Receita Federal demonstrou a necessidade de uma blindagem e que somente uma lei orgânica do Fisco poderia protegê-la é oportunista. O projeto em tramitação no Congresso sequer foi debatido com os analistas-tributários, sendo produto dos mesmos administradores-sindicalistas que estão deixando os cargos de chefia.”

Barraco// A oposição patrocinou ontem uma rebelião contra o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Almeida Lima (PMDB-SE), que decretara seu relógio de pulso como referência oficial de horário do colegiado. Contrariado, o senador Efraim Morais (DEM-PB) levantou a voz e derrubou a sessão. Dizendo-se ameaçado, Lima mandou chamar a segurança da Casa. “Quero ver a segurança me tirar daqui!”, bradou o paraibano.

Baiano/ O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), recebe, hoje, em Salvador, o título de cidadão honorário da Bahia, concedido pela Assembleia Legislativa do estado. Depois, almoça com o governador da Bahia, Jaques Wagner, no Centro Administrativo do Governo da Bahia. À noite, janta com aliados do PSDB, DEM e PPS na casa do deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM).

ROLF KUNTZ

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Camisas vermelhas, camisas negras

FOLHA DE SÃO PAULO - 03/09/09



Quem é o povo no discurso do presidente Lula? Essa questão é o ponto-chave para se decifrar sua fala no comício do pré-sal. "Estou seguro de que o povo brasileiro entrará de corpo e alma neste debate, porque esse não é um assunto apenas para os iniciados e os especialistas. Nem tampouco um tema que deve ficar restrito ao Parlamento", disse o presidente. Noutra passagem, evocou a campanha de criação da Petrobrás, há mais de meio século. Segundo ele, "é a mão invisível do povo, bem mais sábia e permanente, e não a mão do mercado, que tece o destino do País". A quem se dirigia o presidente, a quem lançava sua convocação?

Mostrar a mistificação do discurso não basta para revelar o seu significado político. A evocação da campanha dos anos 50 é parte de uma evidente falsificação. O petróleo, o gás e toda a riqueza do subsolo já pertencem ao Estado e, portanto, ao povo brasileiro. Todos sabem disso, menos a massa manobrável. Não tem sentido atribuir à Petrobrás, hoje, a função estratégica imaginada há mais de 50 anos por seus idealizadores.

Que ele tenha falsificado os fatos ao atribuir aos adversários a intenção de privatizar ou desmantelar a empresa é também evidente. Não foi esse o propósito da Lei do Petróleo de 1997, nem havia sido essa a intenção do governo Geisel, ao instituir em 1975 os contratos de risco para prospecção e exploração de hidrocarbonetos. Lula torceu os fatos também ao mencionar a imagem do dinossauro, da companhia jurássica. A palavra "petrossauro" foi criação de Roberto Campos, não dos oposicionistas de hoje. O PP, atual versão do partido de Campos, integra a base aliada.

Lula não pode ter discursado para convencer quem conhece esses fatos, isto é, quem tem uma noção razoável da história do Brasil e especialmente de sua evolução econômica no pós-guerra. Quem tem esse conhecimento e apoia seu projeto político deve ser movido não por sua retórica, mas por afinidade ideológica ou pela expectativa de alguma recompensa. Alguns podem sinceramente acreditar num "fortalecimento" do Estado como caminho da redenção. Para outros, muito mais importante será a criação de boquinhas com mais uma estatal e com o enorme poder de intervenção embutido nos projetos de lei do pré-sal. Se esse e outros projetos semelhantes prosperarem, o aparelhamento e o empreguismo dos últimos anos terão sido apenas um aperitivo. Mas esses dados ainda não esclarecem toda a questão.

O "povo" convocado pelo presidente Lula, no comício de segunda-feira, só pode ser, portanto, a massa mobilizável por um projeto populista e de vocação autoritária. Ao negar a política do pré-sal como "um assunto apenas para os iniciados e os especialistas" e como um "tema restrito ao Parlamento", Lula chama o "povo" não para um debate efetivo, mas para o exercício da pressão. Quem evitou o debate público do projeto do pré-sal, até o começo desta semana, foi o governo, não os especialistas nem os parlamentares. Agora a discussão está aberta e ninguém é proibido de participar. Mas a participação "de corpo e alma", pregada por Lula, será um civilizado exercício de esclarecimento?

A resposta é obviamente negativa. Os grupos mais passíveis de mobilização pelo governo são bem conhecidos. São, em primeiro lugar, os parceiros sustentados com dinheiro do Tesouro, como os companheiros do MST, os estudantes profissionais e os líderes do neopeleguismo sindical. Na proposta de lei orçamentária de 2010 estão previstas despesas discricionárias de R$ 2,58 bilhões para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (um dos financiadores do MST) e de R$ 1,43 bilhão para o Ministério da Agricultura. Quanto aos estudantes profissionais, já nem têm vergonha de se declarar financiados pelo governo. Ao contrário: defendem publicamente a entrega de recursos públicos a entidades estudantis domesticadas e convertidas em massa de manobra do "progressismo". Em relação aos sindicatos, a posição de Lula é tranquilíssima. Qual a diferença, hoje, entre a CUT e a Força Sindical?

O presidente Lula não terá dificuldade para levar o "povo" a entrar "de corpo e alma" no "debate" sobre a construção de mais esse formidável instrumento de poder econômico e político, o esquema do pré-sal. Parte do "povo" provavelmente irá à rua usando camisetas e bonés vermelhos. Poderia usar camisas pretas. Para a democracia, não faz diferença a cor do uniforme usado pelos grupos a serviço de projetos autoritários. Só os otimistas viram no comício do pré-sal um mero episódio das eleições de 2010. O projeto é mais amplo e isso se torna cada vez mais claro.

GOSTOSA


TODA MÍDIA

Petrobras e a Federação

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 03/09/09



Meio-dia, manchete do UOL, "Petrobras é segunda mais lucrativa das Américas". Pelos sites, a alternativa "Petrobras tem maior lucro produtivo da América Latina", de acordo com a Economática.



Meio da tarde e, manchete do UOL, "Achado poço em área da Petrobras no Golfo do México". Foi o destaque da Reuters Brasil da manhã até a noite, "BP anuncia descoberta gigante com Petrobras no Golfo do México", nos Estados Unidos.
Surgiu em reportagem do "New York Times", no alto da home, "giant". Na submanchete do "Financial Times", "giant". E no "Wall Street Journal", mais cuidadoso, creditando o "giant" à BP.
Depois postou, do Rio, que a Petrobras "confirmou" e avalia que a descoberta "consolida sua posição no Golfo, beneficiando-se da experiência e do domínio tecnológico das operações no Brasil".



Mas veio a noite e, manchete no UOL, "Lula deve decidir amanhã sobre urgência do pré-sal". O PMDB da Câmara pede tempo, em meio à pressão para os royalties não se limitarem a Rio-SP.

CHINA & BRASIL
A Xinhua ouviu o presidente da Petrobras e destacou que "companhias estrangeiras ainda podem investir nas reservas pré-sal do Brasil". As estatais chinesas de petróleo priorizam a região e fizeram proposta pela argentina YPF, semanas atrás.
Por outro lado, em texto sobre a Bolsa de Xangai, o "WSJ" ressaltou a dependência do mercado brasileiro dos humores chineses.

PONTE DE COMIDA
O "China Daily" publicou crítica à importação de frango dos EUA, o maior produtor "seguido por Brasil e China". O próprio texto relacionou a crítica às ameaças de aumento na tarifa americana sobre os pneus chineses.
O "CD" ainda deu texto de Marcos Fava Neves, da USP, "A ponte de alimento China-Brasil", sobre seus "problemas de suprimento" e a opção de comprar do Brasil.

DOHA SEM FIM
"NYT" e "WSJ" destacaram reportagens sobre o novo encontro da Rodada Doha, hoje, para tentar "dar um sinal ao G20", que se reúne em Pittsburgh este mês. O primeiro é esperançoso com o "novo elenco" e a saída do representante anterior da Índia, dado por "brusco, impaciente". O segundo questiona o novo representante dos EUA, "reticente com a agenda de livre comércio".

MAIS CAMPANHA
O UOL noticiou que o Comitê Olímpico Internacional "destaca Rio por garantias de segurança", na disputa por 2016. No "El País", "Tóquio e Rio são favoritas" no COI, que "criticou Madri". O "WSJ" deu que Lula se engajou e cobrou o mesmo de Obama, por Chicago.

"OFENSIVO"
msnbc.msn.com

A agência foi parar no célebre quadro "Piores Pessoas do Mundo" de Keith Olbermann, da MSBC, que deu o nome de todos os "criativos"

Saiu anteontem no Ad Age, em blog do "NYT" e chegou ao Blue Bus, à noite. O WWF "condena veementemente o anúncio ofensivo e de mau gosto" criado pela DM9DDB, recusado pela ONG ambiental, mas vazado on-line. Com imagem de aviões cercando Manhattan, diz que o tsunami "matou cem vezes mais que o 11/9". Ontem, via Blue Bus, a nota dizendo que "este anúncio nunca deveria ter sido feito e não retrata a filosofia desta agência".

CELEB
huffingtonpost.com

Alto da home no "NYT" e no "WSJ" e manchete no Huffington Post, a jornalista Diane Sawyer foi escolhida pela rede ABC para ancorar o telejornal "World News" a partir de janeiro

GOOGLE VAI COBRAR
Noite adentro, na manchete on-line do "WSJ", "YouTube, do Google, negocia com estúdios de Hollywood para alugar filmes" on-line. Se chegar a acordo, "marca sua primeira ação para cobrar por conteúdo". Entre outras produtoras, participam das conversas as gigantes Lions Gate, Sony e Warner Bros. Serviço semelhante já é oferecido pela Apple, via iTunes, por US$ 3,99 o lançamento, preço a ser seguido pelo YouTube.


ELIANE CANTANHÊDE


Empilhando

FOLHA DE SÃO PAULO - 03/09/09


BRASÍLIA - Com o pré-sal, o governo Lula continua empilhando e abandonando, uma a uma, suas principais bandeiras políticas. Agora, só vai se falar no pré-sal, no seu fundo social, na sua importância geopolítica para o Brasil e na sua imensa potencialidade para os palanques da ministra Dilma. Combinando com o "Minha Casa, Minha Vida", para equilibrar o abstrato e o concreto.
Antes do pré-sal, a grande bandeira era o PAC, que reúne bilhões de reais para obras por todo o canto e serve de pretexto para Lula carregar seus 80% de popularidade e sua candidata debaixo do braço para inaugurar pedra fundamental, depois a primeira pedra, depois o primeiro tijolo. Só que, segundo os entendidos em marketing, o tal PAC não tem muita graça e, para os entendidos em obras, está cheio de buracos e de atrasos.
Antes do pré-sal e do PAC, o governo bem tentou o biocombustível, que é simpático, moderno e bem aceito no país e no mundo. Foi até o centro da conversa de Lula com George W. Bush em São Paulo, mas submergiu enquanto o pré-sal emergia das profundezas do mar.
Antes do pré-sal, do PAC e do biocombustível, tentou-se muito embalar o Primeiro Emprego, mas ele, coitado, nunca vingou. A ideia parecia até bonita, mas entre ser bonita e factível vai uma diferença enorme.
E antes do pré-sal, do PAC, do biocombustível e do Primeiro Emprego, houve o Fome Zero. Aliás, você aí lembra do Fome Zero, lançado, na primeira entrevista de Lula depois da vitória, como o grande projeto do seu mandato? Sumiu.
Do outro lado, chega a ser patética a tentativa de reação de Serra, dizendo-se "amigo dos pobres" ao anunciar uma redução de juros "de mãe para filho". Pobres de nós.
E ainda falta mais de um ano para a eleição...
PS - Jobim responde: "Isso de que eu vou sair [da Defesa] é intriga, pura fofoca". A conferir.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO


JOSÉ SIMÃO

Ueba! Vanusa é "o vírus do Ipiranga"!

FOLHA DE SÃO PAULO - 03/09/09


E adoro jogo do Open de Tênis, parece trilha de filme pornô: uhn, aaaaahn, uhhhhhn!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Festival da Piada Pronta. Igreja pega fogo no Rio Grande do Sul. Como é o nome da igreja? CHAMA MISSIONÁRIA! E consórcio parcela casamento em 48 vezes. Como se chama o consórcio? RODABENS. Tá certo, a primeira coisa que roda no casamento são os bens. Rarará!
E eu quero ver o casamento durar mais que as parcelas. Deviam parcelar divórcio. E essa outra: vereador de Londrina fica ferido ao cair do telhado. Como se chama o vereador? Roberto FÚ!
E o novo site do Bush: Bush Presidential Library. Onde eles afirmam que o Bush foi o líder mais honesto, inteligente e pacífico da terra. Rarará! E adoro o nome das tenistas do Open de Tênis: Bundareko e Pirokova. E jogo de tênis parece trilha de filme pornô: uhn, aaaaahn, uhhhhhn! E oferta em supermercado: sabonete Senador. Leve 3 e pague 2. Em vez de limpar, suja! Pior, eu fui lavar as mãos com o sabonete Senador e o meu relógio SUMIU!
E o Collor entrou para a Academia Alagoana de Letras. Não seria de tretas? Collor entra para Academia Alagoana de Tretas! E imortal é todo brasileiro: não tem onde cair morto!
E o novo apelido da Vanusa: vírus do Ipiranga!
E o presidente da Colômbia, que pegou gripe suína? Agora ele vai atacar o Chávez espirrando. Vai lá pra fronteira da Chavezuela e fica atchim, atchim, atchiiiiim! BUM!
A...atchim...bum! E o Lula não pega gripe suína porque ele lava as mãos com álcool no bafo. Ele dá uma baforada nas mãos e pronto. Lula mata a gripe no bafo! Rarará!
E o problema de a Colômbia e a Venezuela entrarem em guerra é que as bandeiras são idênticas. As mesmas cores. Aí quando levantam a bandeira ninguém sabe se ataca ou canta o hino nacional. A não ser que o Uribe use a bandeira americana.
Rarará! É mole? É mole, mas sobe!
Ou como diz aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão.
Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Palmas, no Tocantins, tem um inferninho chamado Carinho das Índias. Deve ser da Locória Perez.
Rarará! Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Rinite": companheiro que tem alergia no rim. Rarará! O lulês é mais fácil que o ingrêis.
Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MERVAL PEREIRA

Urgência descabida

O GLOBO - 03/09/09


A questão da “urgência urgentíssima” para a análise, pelo Congresso, dos projetos sobre a exploração do petróleo na camada pré-sal poderia ter sido resolvida na noite mesmo de domingo, naquela reunião no Palácio da Alvorada em que o presidente Lula aceitou manter a divisão atual dos royalties para os estados produtores. O presidente aceitou também a sugestão do governador de São Paulo, José Serra, para que não limitasse no tempo a discussão dos parlamentares, contra a vontade do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, que se mostrou contrariado com a decisão. “Não vão aprovar nunca”, comentou alto, ao ouvir Lula abrindo mão do expediente

Atribui-se a Franklin Martins a retomada do tema no dia seguinte, desta vez com o apoio enfático do senador Renan Calheiros, do PMDB, que comandou a reivindicação de que o presidente voltasse atrás do que combinara com os governadores e enviasse os projetos com a chancela de “urgência urgentíssima”.

Vê-se agora que nem mesmo a maioria da base do governo está convencida de que essa é a melhor solução, e o presidente Lula encontra-se diante de uma inédita rebelião de seus próprios aliados, que estão considerando um descaso com o Congresso dar tão curto espaço de tempo (90 dias) para a análise de tema tão complexo, que custou ao governo mais de um ano de debates internos para chegar a uma proposta.

O comentário do líder petista Henrique Fontana, de que quanto mais rapidamente o Congresso decidir, mais rapidamente o país usufruirá dos benefícios do petróleo do pré-sal, revela ignorância do assunto e mistificação, pois é de conhecimento de todos que os resultados da exploração na camada pré-sal só serão reais dentro de dez a 15 anos. O que o PT quer é um tema para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff à Presidência da República.

O ministro da Comunicação Social, aliás, teve papel preponderante na reunião do Palácio da Alvorada, chegando a ser ríspido com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em pelo menos duas oportunidades.

Logo no início da reunião, reclamou em termos duros do governador por este ter dito que o governo estava fazendo “bravata nacionalista” com o tema do pré-sal.

Depois, quando tentava defender a mudança do marco regulatório de concessão para o sistema de partilha, o ministro arrancou um sorriso do governador Sérgio Cabral quando citou a Líbia como exemplo. “Está rindo de quê?”, perguntou Franklin Martins, irritado.

Ora, há estudos suficientes para demonstrar que os países que adotam esse tipo de partilha são, em sua grande maioria, ditaduras como a Líbia, onde o nível de corrupção é bastante elevado.

O governador Sérgio Cabral, aliás, teve que ser acalmado em diversas ocasiões, inclusive pelo próprio presidente Lula, que lhe enviou bilhetinhos recomendando tranquilidade.

Houve um momento em que ele discutiu de dedo em riste com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, que afirmara que havia conversado com ele sobre a questão dos royalties do pré-sal.

“Não é verdade”, reagiu Cabral, sendo contestado por Lobão, que lhe disse: “Isso não é maneira de um governador se dirigir a um ministro de Estado. Nós conversamos sobre o assunto em uma reunião da Petrobras no Rio”. Cabral retrucou: “E eu lhe disse que não aceitava a mudança da repartição dos royalties dos estados produtores”.

Os três governadores tinham como objetivo central garantir que a divisão dos royalties se mantivesse inalterada, o que conseguiram, pelo menos inicialmente.

Na verdade, o que prevaleceu na reunião foram os argumentos apresentados pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Julio Bueno, que já exercera papel idêntico no governo de Paulo Hartung (ES). Ele demostrou que o Rio de Janeiro produz 85% do petróleo brasileiro e fica com 45% do total das participações governamentais, que envolvem os royalties e as participações especiais.

Pelos dados oficiais da Agência Nacional do Petróleo (ANP), essa participação do Rio é de 80%, mas trata-se de um truque contábil. A participação do governo federal de 39% fica de fora nessa conta.

Se o sistema de divisão fosse alterado, os estados produtores teriam um grave prejuízo. O Rio de Janeiro perderia R$ 16,5 bilhões por ano; São Paulo, R$ 12,4 bilhões; e o Espírito Santo, R$ 4,1 bilhões.

O secretário Julio Bueno levou também um estudo que demonstra que o Rio de Janeiro perde anualmente R$ 8,6 bilhões porque o Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) é cobrado no local de consumo, prejudicando os estados produtores de petróleo.

O governador José Serra carrega a fama de ser o mentor da lei, na Constituinte de 1988. Mas a verdade é que não foi possível cobrar o ICMS na origem, como era a proposta da comissão presidida por ele e da qual fazia parte o hoje senador pelo Rio Francisco Dornelles, porque a maioria dos estados, importadores de petróleo e derivados e de energia elétrica, perderia, por ter de pagar o ICMS que não pagava antes.

Já há setores do governo espalhando que o presidente Lula se incomodou com a reação de Sérgio Cabral, outros dizendo que o apoio do ministro da Defesa, Nelson Jobim, à reivindicação dos estados produtores seria uma indicação de sua proximidade com o governador José Serra, esquecendo-se de que Jobim é do PMDB, partido dos governadores do Rio e do Espírito Santo.

O artigo 49, redigido por Jobim com a assessoria do secretário da Fazenda do Rio, Joaquim Levy, garante essa divisão inalterada, mas nada impede que no Congresso esse artigo seja retirado do projeto, ação que já está sendo estimulada por setores do governo.

Os governadores do Rio, de São Paulo e do Espírito Santo irritaram áreas do governo com sua reação, e já há várias retaliações em marcha, que eles terão que superar com acordos políticos