quinta-feira, novembro 18, 2010

DORA KRAMER

Operação casada 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 18/11/2010

Na realidade bem objetiva da divisão de poder no Congresso, PT e PMDB não querem confusão e sabem perfeitamente bem que nenhum dos dois presidirá as duas Casas.

Portanto, petistas ficam com a presidência da Câmara, onde têm a maior bancada, e pemedebistas pelo mesmo motivo ficam com o comando do Senado.

Isso é ponto pacífico, embora o já frustrado movimento do PMDB na montagem do chamado "blocão" junto com PP, PR, PTB e PSC pudesse indicar que a questão esteja em aberto e os pemedebistas pudessem querer brigar pela presidência da Câmara.

Essa possibilidade só existe na cenografia habitual desse período entre o fim da eleição presidencial e o anúncio das escolhas para os principais cargos da República: ministérios e setores estatais estratégicos.

É sempre assim porque a ninguém interessa sentar na sala de espera de mãos vazias. O PMDB faz cara de mau, exibe os músculos, mas sabe que quem tem a força de fato é a dona da cadeira: quando o governo quer desfazer alianças daquele tipo, desfaz literal e rapidamente a golpes de caneta presidencial.

O que uniu PMDB, PP, PTB, PSC e PR no "poderoso" bloco de 202 deputados não foi doutrina nem firmeza ideológica, mas o interesse fisiológico, pois não? Pois, então: com engenhosidade na arte de se dividir espaços essa questão fica resolvida a contento.

Requintado o gesto realmente não foi. Ainda mais partindo de um PMDB que outro dia mesmo assumia a vaga de Vice-Presidência na chapa de Dilma tecendo loas ao caráter programático de tal aliança.

Na ocasião, um dos próceres do partido chegou a invocar a ressurreição "do antigo MDB" - aquele que serviu de abrigo aos resistentes à ditadura pela via político-partidária - materializada na aliança com o PT.

Pois bem, embora peque de maneira mortal no quesito elegância ao partir para cima da presidente recém-eleita rasgando a fantasia antes do início do baile propriamente dito, o PMDB fez o que fazem os políticos quando querem alguma coisa e acumulam forças para conseguir.

Quando Aécio Neves quis romper o acerto existente entre PMDB e PFL no comando do Congresso, formou um bloco e conseguiu se eleger presidente da Câmara. Explodiu a aliança que sustentava o governo Fernando Henrique, mas é outra história que não interessa à conjuntura atual.

No momento o que importa para o PMDB e os integrantes menores da coalizão é assegurar os melhores lugares possíveis na equipe da presidente Dilma Rousseff.

Depois de desenhado e formado o ministério, o comportamento será outro. PT precisa se preocupar com a disputa interna para a presidência da Câmara e PMDB terá de ficar às voltas com a eterna falta de nomes imunes a escândalos e já considerando José Sarney em feitio de reeleição um mal menor.

Fase de crescimento. O PT no governo Dilma poderá muito menos do que supôs em princípio, quando imaginou assumir o lugar de protagonista que por oito anos foi de Lula.

E isso não por causa da presidente, mas por causa do parceiro PMDB, que, diferentemente do que foi o DEM em relação ao PSDB, não se conformará com o papel de agregado.

Quer sair da atual experiência maior do que está entrando para deixar de ser linha auxiliar.

Estilo. Não é sempre que o fisiologismo explícito do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, agrada à cúpula do PMDB - Michel Temer à frente -, cujo modelo de fisiologismo implícito é tido como padrão ideal de conduta.

Fila preferencial. Há no PT uma forte impressão de que a presidente eleita defina em primeiro lugar as áreas econômica - Fazenda, Planejamento e Banco Central - e de Comunicação.

Faria isso ainda dentro do mês de novembro a fim de emitir sinais de tranquilidade a dois setores: o mercado e o que os petistas chamam de "grande mídia".

MERVAL PEREIRA

Diferenças Emergentes 
Merval Pereira 

O Globo - 18/11/2010

Discutir a globalização e as diferenças emergentes no mundo multipolar que vem se impondo à antiga ordem estabelecida, especialmente após a crise financeira internacional de setembro de 2008 que ainda espalha suas consequências, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, é o objetivo central do XXII Conferência da Academia da Latinidade, que começou ontem no Rio.

Embora entre os participantes estejam também especialistas em América Latina, e as especificidades das experiências políticas no continente venham a ser objeto de debate, sobretudo as chamadas “novas democracias”, o que se destacou mesmo no primeiro dia foi a definição do cientista político Candido Mendes, secretário- geral da Academia da Latinidade, de que o Brasil está cada vez mais marc a d o c o m o p a r t e d o s Brics (Brasil, Rússia, Índia e China); dessa maneira, amplia sua importância geopolítica na percepção internacional.

Um dos especialistas em América Latina presentes ao seminário é o professor Javier Sanjinés, da Universidade de Michigan.

Ele desenvolve em seu trabalho a ideia de “descolonização”, em que defende a tese de que o tempo histórico do Ocidente “se rompe ao se chocar com a vida de nossos povos”.

Considera que, depois de dois longos períodos de projetos de desenvolvimento que eram baseados nos parâmetros predominantes no Ocidente, hoje as regras do jogo estão mudando, “abrindo caminho para que a não contemporaneidade das várias nações rompam com a noção de Estado nação tradicional”.

Como representantes dos Brics, participaram da conferência dois scholars chineses. Tong Shijun, vice- presidente da Academia Social de Ciências de Shangai, e Wang Ning, professor das Universidades de Shangai e de Tsinghua, d e s e n v o l v e r a m t e m a s complementares envolvendo as múltiplas modernidades e as múltiplas democracias chinesas.

O professor Wang Ning definiu a modernidade na China em três períodos: como um projeto iluminista de 1919 até 1949; como um discurso totalitário de Mao em busca da modernização do país de 1949 a 1976; e, hoje em dia, com a tentativa de ser global, mas agir local (glocal), em busca de uma modernidade com características chinesas.

Ele defende a tese de que a modernidade na China atual desconstruiu a ideia de que seja possível haver apenas uma definição de modernidade.

Na definição de Candido Mendes, o mundo hoje está em um segundo estágio da globalização. Rep r e s e n t a u m a r u p t u r a com a fase da globalização hegemônica dos Estad o s U n i d o s o u , c o m o compara, o surgimento dos Brics em contraposição ao “velho Salão Oval” da era Bush.

Segundo o secretário-geral da Academia, a globalização coloca em discussão hoje uma hegemonia ultrapassada pelo jogo de interações do mundo m u l t i p o l a r, o n d e o s Brics atuam em outra sintonia que não as confrontações “conhecidas e cansadas” dos antigos impérios do Ocidente.

Candido Mendes vê o Brasil como capaz de ser o mediador entre o velho discurso do império e as vozes de estados imensos como a China e a Índia.

Essa certeza não se abala nem mesmo diante do fato recente de que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apoiou recentemente uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU tanto para a Índia quanto para o Japão, deixando de lado o Brasil, que sempre tentou uma palavra oficial do governo dos Estados Unidos a favor de nossa pretensão.

A relação do governo brasileiro com a administração Obama, que já foi d e l u a d e m e l ( q u a n d o Obama disse que Lula era “o cara” e parecia encantado com o brasileiro), hoje é pelo menos fria, e a sensação é a de que a Casa Branca aguarda sinais de como serão as relações no futuro governo Dilma.

A especulação de que a embaixadora do Brasil na ONU poderia ser nomeada ministra das Relações Exteriores deve ter suscitado preocupações no governo americano.

Ela fez um discurso recentemente na ONU afirmando que o Brasil estav a m u i t o p r e o c u p a d o com o aumento da pobreza nos Estados Unidos, e s u g e r i n d o q u e O b a m a adotasse algumas medidas que o governo Lula vem promovendo no combate à miséria no Brasil.

Um discurso provocativo que se esperaria de um representante do governo Chávez, e não do Brasil, comentou um diplomata americano, refletindo a p e rc e p ç ã o d o D e p a r t amento de Estado.

Mesmo com esses episódios mais recentes e a crise provocada pela tentativa brasileira de intermediar um acordo sobre o programa nuclear do Irã, que acabou deixando o Brasil isolado no Conselho de Segurança da ONU,

Candido Mendes considera que o Brasil tem um protagonismo emergente no cenário internacional e sua Realpolitik do Século XXI acabará se impondo. Candido Mendes considera que o país é um “parceiro natural” no Oriente Médio e um porta-voz da afirmação das nações africanas. Ele ressalta, no entanto, que os quatro países que formam os Brics têm em comum um forte mercado de consumo interno, mas também assimetrias, quando se verifica que o desenvolvimento sustentável tem que ter um equilíbrio nas suas facetas econômica, social, política e cultural.

O Brasil, dentro desse cenário, é o país mais equilibrado entre os Brics, pois tem uma democracia estável, não tem questões de fronteiras, nem de divisões internas da sociedade.

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Dilma na Granja da Torta!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 18/11/10

Vocês viram como a Dilma anda? É Hilário! Ela mais parece uma pata que botou um ovo em pé. Rarará!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta: "Advogado do goleiro Bruno admite ser viciado em CRACK". Tá explicado!
E esta: "Ladrões erram no português e acabam presos". Assaltaram a gramática! Roubaram um carro em São Bernardo e clonaram a placa: SÃO BERNADO! Os PMs viram a "praca cronada" e prenderam "os elemento anarfa". Essa eu vi no Datena. Aliás, como morreu gente ontem no Datena, viu. Morreu mais gente no Datena ontem que no terremoto do Haiti!
E começou a alta temporada do Datena: as enchentes em São Paulo! E outra que eu vi no Datena: "Homem tem a boca colada após denunciar usuário de droga".
E um leitor: "Eu quero colar a boca da minha sogra com superbonder, após denunciar que a mesma tem olho de peixe e calcanhar rachado!". Rarará!
E o "Preconceito Não Dorme", capítulo 3! O âncora Luis Carlos Prates na TV, em Santa Catarina, comentando acidentes no feriadão: "Por culpa desse governo espúrio, qualquer miserável, que nunca leu um livro, tem carro". Agora tem que parcelar carro por livro. E uma amiga minha que só lê "Elles" e "Vogues"? Vai pra banca de ônibus! Rarará!
"Eu li o "Kama Sutra", posso comprar um carro?" "Pode, um fusca. Quero ver fazer 69 em pé dentro dum fusca." "Eu li o "Pequeno Príncipe", posso ter carro?" "Pode, ganhar um Ford Fusion no concurso de Miss Brasil." Rarará!
E como disse o Adnet da MTV, ironizando os preconceituosos: "Pior, pobre agora voa". Rarará!
E o apocalipse do século? O Silvio Santos? Para provar que dinheiro não traz felicidade, olha o slogan: "SBT, A TV MAIS FELIZ DO BRASIL!" Rarará!
E a filha do Silvio Santos que era casada com o filho do Edemar Ferreira? Se separaram, mas continuam com algo em comum: os pais conseguiram quebrar um banco.
E a Dilma que tá morando na Granja do Torto? Então agora é a Granja da Torta! Vocês viram como ela anda? Hilário! Parece uma pata que botou um ovo em pé.
E um leitor me disse que a Dilma não usa óculos escuros. É olheira mesmo. E adorei a charge do Marco Aurélio. PMDB pra Dilma saindo do avião: "Nós queremos também o comandante e o copiloto do Airbus". Isso só pra começar! Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

DI GREGO

CELSO MING

É a volta da carestia? 
Celso Ming 

O Estado de S.Paulo - 18/11/2010

Vem aí uma escassez de alimentos no mercado internacional - adverte a FAO, que é a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. E se este informe (Perspectivas para os Alimentos), ontem divulgado, estiver correto, a alta de preços dos alimentos, que hoje é o principal fator de inflação no Brasil, não vai ser prontamente revertida, como vinha apostando o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para o período 2010-2011, a FAO prevê um consumo mundial de grãos de 2,25 bilhões de toneladas, 1,3% mais alto do que no período anterior, e uma produção de 2,22 bilhões de toneladas, 2,1% menor. Os estoques de cereais deverão diminuir 7%. As reservas de centeio cairão 35%; as de milho, 12%; e as de trigo, 10%. O único grão com aumento previsto de estoques é o arroz (mais 6%).

As razões da alta de preços são conhecidas: seca na Rússia e na Argentina, que derrubaram a colheita de trigo, o que fez o governo russo suspender as exportações do grão; pragas na Argélia, Afeganistão, Azerbaijão e Marrocos, que também prejudicaram a produção; maior consumo de outros cereais em substituição ao farelo de trigo, principalmente nas rações animais; e desvalorização do dólar, que puxou as cotações das commodities agrícolas.

Essa perspectiva é uma boa notícia para a agricultura brasileira, que pode contar com a tendência de alta dos preços para 2011. E a próxima safra brasileira, que continua sendo semeada, não promete reversão desse quadro. Tanto o IBGE como a Conab, que são os organismos encarregados dos levantamentos estatísticos, estão prevendo redução da produção de grãos no Brasil ao longo de 2011, de 2,8% e de 1,7%, respectivamente.

Em compensação, se as projeções da FAO estão corretas, o Brasil deverá enfrentar um renitente obstáculo à queda dos juros. Em princípio, um choque de oferta de alimentos não deve ser motivo para um ajuste da política monetária, uma vez que os preços dos alimentos não compõem o que os economistas chamam de núcleo de inflação. No entanto, o Banco Central tem de combater com juros os efeitos dessa alta sobre os demais preços da economia. Essa perspectiva pode contrariar a disposição da presidente eleita, Dilma Rousseff, que tem anunciado que vai trabalhar para uma rápida baixa dos juros.

Se essa escassez de grãos se confirmar, é provável que volte o mesmo tipo de pressão ocorrida em 2008 contra o uso de milho e soja na produção de biocombustíveis, especialmente, etanol e biodiesel.


CONFIRA

Não é bem assim

Enganou-se quem contava com a volta do ministro Guido Mantega da reunião do G-20 para retomar imediatamente medidas na área do câmbio a fim de desestimular a entrada de moeda estrangeira e, assim, a valorização do real diante do dólar.

Está bom assim

Ontem, Mantega disse um punhado de coisas surpreendentes. Disse que "não é bom mexer no câmbio toda hora". Disse, também, que as atuais cotações estão se mantendo "num patamar razoável". Patamar razoável, para o ministro, é, portanto, um dólar ao redor de R$ 1,70.

Não foi tão ruim

Para estranheza dos empresários, Mantega disse ainda que o real é uma das moedas que menos se valorizaram no mundo. Falta saber a que período se referiu.

É preciso piorar

Quer dizer, é preciso que a cotação do dólar caia mais para que o governo institua a quarentena e outras barreiras na entrada de capitais.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Importador de papel reage a antidumping contra a China 
 Maria Cristina Frias 

Folha de S.Paulo - 18/11/2010

A possibilidade de a indústria papeleira brasileira entrar com pedido de ações antidumping contra a China preocupa os importadores.
"A medida não tem base, não tem sustentação", diz Geraldo Ferreira, diretor-geral da APP (Asia Pulp & Paper) no Brasil. Segundo ele, a capacidade de produção do país não atende as necessidades do mercado.
Recentemente, a União Europeia abriu investigação de dumping contra o papel cuchê chinês. Os EUA anunciaram medidas compensatórias, que incluem tarifa antidumping e antissubsídio.
Para Ferreira, não há similaridade entre esses mercados e o brasileiro. Nos EUA, o consumo de papel cuchê é de 4,5 milhões de toneladas ao ano, enquanto a produção é de 4 milhões de toneladas.
No Brasil, o consumo desse tipo de papel deve fechar o ano em 560 mil toneladas, com produção de 280 mil. "O país só tem um produtor."
"As gráficas e as editoras precisam de uma alternativa", diz ele. A participação da China nas importações brasileiras é de 16%, segundo Ferreira.
A Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel) informou, por meio da assessoria de imprensa, que "o setor de celulose e papel está avaliando os impactos da medida antidumping dos Estados Unidos contra as importações de papéis da China e da Indonésia".
A associação informa que avalia os riscos para o mercado doméstico com o maior direcionamento do excedente de produção desses exportadores para o Brasil.

Matec vê demanda "assustadora" na área industrial

A Matec Engenharia vai focar na área industrial no ano que vem. "Há uma demanda assustadora", diz o engenheiro Luiz Augusto Milano, presidente da empresa.
"Já temos contratados R$ 350 milhões para o segmento em 2011." As empresas investem em seus próprios negócios e não querem acumular ativos, afirma.
O empresário vê em Alphaville uma retomada da procura por prédios corporativos. A Matec Investimentos, braço de incorporação do grupo, vai construir na região quatro torres, com, em média, 30 andares, em um terreno de 50 mil m2.
O valor de vendas está estimado em R$ 1 bilhão. O investimento será de R$ 650 milhões. A Matec entra com o terreno e 30% dos recursos.
"Teremos uma ou duas empresas em cada torre, com vários serviços voltados para o próprio uso das companhias, como hotelaria, academia, centro de compra, áreas de alimentação e de cuidados pessoais", explica. A primeira torre deve ficar pronta em três anos.
"Esses serviços agregam valor ao empreendimento. As empresas olham de maneira diferente", diz.
O empresário tem o olhar para os negócios, mas é a filha Marcela Milano, diretora, quem controla os números.
"Quando alguém vem com projetos, ele me indica: "Procure a Margareth Thatcher'".
A empresa deve anunciar em 2011 a construção de um shopping em São Paulo voltado para as classes C e D. "Existe uma tendência de construir próximo a metrôs e terminais de ônibus."

PASSAGEM AÉREA

Os passageiros brasileiros estão entre os mais receptivos ao uso do autosserviço em aeroportos, segundo pesquisa da Sita, empresa de TI especializada em aviação.
Entre os brasileiros, 90% usariam um quiosque para reclamar de extravio, perda ou roubo de bagagem. No mundo, o número é de 66%.
Foram entrevistadas 2.490 pessoas, voando por 106 companhias aéreas, nos aeroportos de Guarulhos, Beijing Internacional (China), Frankfurt (Alemanha), Mumbai Internacional (Índia) e outros.
No Brasil, os passageiros demonstraram muito (80%) interesse no uso dos quiosques de autosserviço para agendar e mudar voos e comprar serviços adicionais, como refeições, e outros.

Dilma terá dilema na inflação como em 2003, diz consultoria

Dilma enfrentará dilemas semelhantes de quando o presidente Lula estreou em 2003 em termos de política monetária. A análise é de Sérgio Vale, da MB Associados.
O economista reconhece que há uma "diferença óbvia em relação à magnitude da inflação", mas afirma que há incertezas sobre como o Banco Central vai se comportar a partir de 2011.
Grande parte da discordância do mercado em relação a subir ou não a taxa Selic no ano que vem decorre de dúvidas que rondam a condução da política monetária, segundo a consultoria.
Entre os riscos para a inflação, Vale ressalta, em primeiro lugar, os preços da alimentação. Até o começo de 2011, haverá pressão relevante no segmento, diz ele.
Em segundo lugar, para a consultoria, a credibilidade do Banco Central começa a ser afetada pelo que a MB Associados considera demora em retomar a elevação da taxa básica de juros, a Selic.
Em terceiro lugar, ele lista o núcleo de inflação, que sinaliza, segundo Vale, "um risco inflacionário pior que em 2008."
"A alimentação pode ser um componente transitório. Mas o mais relevante é perceber que o núcleo da inflação não está tendo a devida resposta do BC", diz.

QUEM NÃO SE COMUNICA...

O empresário Eike Batista, do grupo EBX, lança na tarde de hoje um site no endereço www.eikebatista.com.br, que, atualmente é apenas um blog.
O novo site vai mostrar o histórico de realizações da sua holding EBX, as últimas informações sobre os projetos do grupo, além de conteúdo sobre empreendedorismo e cultura empresarial.
O objetivo do empresário é aumentar a comunicação com os internautas, que atualmente está concentrada no Twitter, onde Eike possui mais de 226 mil seguidores, com os quais troca mensagens diariamente.
Entre as empresas de Eike estão: MMX (mineração), MPX (energia), OGX (petróleo), LLX (logística) e OSX (indústria offshore).

Patente 1 O número de patentes desenvolvidas no Brasil ainda é baixo, segundo o advogado do Daniel Advogados, Rana Gosain. A maior parte dos depósitos feitos no Inpi é de empresa estrangeira.

Patente 2 Para Gosain, isso ocorre pois ainda não há interação permanente entre empresas e acadêmicos. "Os outros Brics, conseguiram criar canal entre as necessidades de empresas e a Academia."

Combustível 1 O Comitê de Combate à Sonegação Fiscal na Comercialização de Etanol Combustível se reúne pela primeira vez neste mês. Formado por ANP, Ministério da Agricultura, Receita Federal e Conselho Nacional de Política Fazendária, o comitê pretende combater irregularidades no mercado de etanol.

Combustível 2 De acordo com estimativas da ANP, desde 2008, o volume de etanol, anidro e hidratado, comercializado supera o de gasolina. Em 2010, o consumo interno vai ultrapassar os 20 bilhões de litros, produzidos por mais de 400 usinas, comercializados por cerca de 200 companhias distribuidoras e revendidos em mais de 35 mil postos.

Piloto A gaúcha Uniair, empresa de transporte aeromédico da Unimed, conclui o processo de aquisição de uma aeronave King Air C90GTI, da fabricante Hawker Beechcraft Corporation. O investimento é de US$ 2,9 milhões. A empresa possui 1,2 milhão de usuários e acaba de fechar parceria para atendimento aos clientes nas Unimeds do Paraná.

Sala de aula Com investimentos de cerca de R$ 6 milhões, a YES!, rede de cursos de idiomas, vai expandir atuação nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Serão inauguradas 36 unidades em 2011.

GOSTOSA

MÍRIAM LEITÃO

Papel do BC 
 Miriam Leitão 

O Globo - 18/11/2010 

Em entrevista, ontem, ao “Estado de S.Paulo”, Meirelles falou pela primeira vez sobre o rombo do banco do grupo Silvio Santos. Defendeu a tese de que seria “operacionalmente inviável substituir os controles internos e a auditoria externa.” Mas ninguém pede que o BC seja a Delloite ou a KPMG. Quer que ele seja o Banco Central. E as auditorias externas que sejam cobradas pelo seu mau trabalho de análise das contas.

Meirelles entende que, se o BC for minucioso em sua análise, “os gestores, auditores, e investidores passam a não fazer seu trabalho, baseado no preceito de que o governo fará por eles.” Essa defesa de que a fiscalização do BC seja perfunctória para que os outros se esforcem é de difícil compreensão. Melhor é fazer a mais eficiente fiscalização possível e exigir do mercado os mais rigorosos controles através da regulação imposta às instituições privadas. O trabalho da fiscalização bancária tem que aprender a cada evento, aperfeiçoar-se a cada erro, duvidar de si mesmo, sempre.

Segundo Meirelles, o “único prejudicado foi o acionista controlador, que assumiu o prejuízo de acordo com a lei.” Há pelo menos mais um: os contribuintes, que são, através do Tesouro, donos da Caixa Econômica, que agora tem 49% do capital votante de um banco que perdeu 45% de seu valor em pouco mais de um mês e está perdendo investidores. A Caixa, na prática, assumiu a instituição. Tem cinco diretorias e a presidente da CEF será a presidente do Conselho de Administração. Se novos rombos forem encontrados, como é comum em episódios assim, de quem será o prejuízo? A questão permanece em aberto até porque o banco já perdeu R$ 200 milhões de resgate de CDBs e fundos desde que a crise aconteceu e sofre crise de imagem. Segundo disse o diretor Celso Antunes da Costa, ao “Valor Econômico”, “o PanAmericano ainda tem em carteira 90% dos investidores institucionais do país.” Isso quer dizer que lá estão os grandes fundos de pensão.

Desde o início do episódio, a autoridade monetária tenta se desvencilhar do problema. Quem comunicou o fato foi o próprio Banco PanAmericano à Comissão de Valores Mobiliários, como se fosse apenas uma questão do mercado acionário. O BC demorou 24 horas para falar e insistiu que o assunto estava resolvido sem recursos públicos.

É mais complicado. O BC estava dentro do banco havia várias semanas dimensionando o tamanho do sinistro; nenhum assunto que envolve solvência de instituição financeira pode ser estranho ao Banco Central; uma instituição estatal recebeu o sinal verde para comprar o ativo, por isso mais diligente ainda tinha que ser o BC; a entrada da Caixa torna parte do custo inegavelmente público

Foi o Proer que estabeleceu que o maior responsável em casos de desequilíbrio patrimonial ou liquidação de bancos passasse a ser o acionista controlador. Antes, o dono do banco escapava do sinistro com seus bens preservados. O que o programa protegeu foi o dinheiro dos depositantes. Apesar disso, o programa de recuperação financeira foi execrado pelo partido que hoje está no poder, como sendo benesse aos banqueiros. O PT entrou na Justiça contra seus formuladores e executores. Algumas ex-autoridades ainda respondem a processos. Imagina o escândalo que o PT faria se um daqueles bancos — o Econômico, Nacional ou Bamerindus, entre outros — tivesse tido parte de suas ações compradas pela Caixa Econômica, no meio do processo de descoberta das tais “inconsistências contábeis”.

Meirelles disse aos jornalistas que a atual regulação das auditorias externas “não se revelou inadequada.” Óbvio que se revelou. Do contrário, não aconteceria o que aconteceu. É preciso a cada caso como este rever a regulação evitando os furos pelos quais as auditorias deixaram escapar o que deveriam ter visto. O BC deve agora apertar a fiscalização e fazer teste de estresse em outras instituições.

O Fundo Garantidor de Crédito, felizmente criado em 1995 pelo Conselho Monetário Nacional, também na esteira do Proer, funcionou, emprestou recursos para manter o banco aberto. Ele é formado por uma fração de cada depósito de cada cliente de banco. Os bancos recolhem e administram o fundo, mas o custo é repassado aos correntistas. Somos nós, os clientes, que capitalizamos o fundo que agora socorreu o PanAmericano. E o empréstimo foi dado nas seguintes condições: três anos de carência, dez anos para pagar, sem juros, com apenas a correção pelo IGPM. Na verdade, o que os gestores do FGC querem é vender o banco e liquidar as garantias o mais rapidamente possível para reaver o dinheiro.

O episódio mostra que o Proer continua sendo útil por ter criado instrumentos que ainda são usadas como o FGC e a ideia da responsabilidade do controlador. Mostra também que a fiscalização bancária tem que ser aperfeiçoada sempre; aqui, como em qualquer país do mundo.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Luz e sombra 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 18/11/2010 

Bruno, irmão de Celso Daniel - prefeito de Santo André assassinado em 2002 - finalmente conseguiu. Ganhou, sexta-feira, seu passaporte italiano. Isto é, conquistou cidadania europeia e não depende mais da França, onde se exilou com a família desde o crime. O país de Sarkozy lhe garantiu "visto" de permanência e proteção durante oito anos. Mas sem que ele pudesse pisar no Brasil.

Livre para voltar e reconquistado o seu direito de ir e vir, Bruno não retorna tão já. Acompanha hoje o primeiro julgamento do réu do caso, o Sombra, via internet, do outro lado do mundo.


Olho na Copa

A sul-africana Paragon Architects foi escolhida para fazer o estádio para a Copa, em Belo Horizonte. Trata-se do mesmo escritório que projetou o Green Point Stadium, na Cidade do Cabo. A Aveng, também da África do Sul, responsável pela reforma do Soccer City de Johanesburgo, está cotada para outro estádio.

Maiores informações amanhã, durante assinatura de acordo bilateral entre Brasil e África do Sul.


Nada se perde


Olavo Monteiro de Carvalho entra no ramo limpeza. Inaugura em dezembro a Geociclo - empresa que transforma resíduos em fertilizantes orgânicos. A previsão de faturamento é de R$ 160 milhões por ano.

Datado

Luiz Gonzaga Belluzzo reassume, dia 25, a presidência do Palmeiras. Volta disposto a entregar o cargo, após eleição, em janeiro de 2011. Mesmo com dois candidatos naturais, Hugo Palaia e Paulo Nobre, alguns conselheiros tentam convencer Belluzzo a disputar sua reeleição.

Princesa reloaded

Costanza Pascolato, consultora de moda, aprova o estilo de Kate Middleton, a eleita do Príncipe William. "Lady Di se casou com uma ilusão. Kate, por outro lado, já sabe o que representa ser "royal". Será sempre discreta, mas com graça. Sabe se vestir e será uma pessoa clássica. E, olhando para eles, pode-se ver uma cumplicidade que a Diana não tinha com o Charles", conclui.

Sola glamourosa

Geraldo Alckmin está quebrando a cabeça para escolher o modelo. A exemplo do que fez em 2003, usará no dia da posse sapatos fabricados em Franca. Depois, o acessório será exposto no Museu do Calçado da cidade.


Voo diferente

O GNT mergulha de cabeça no cinema. Pela primeira vez, o canal pago assina uma coprodução cinematográfica. O longa? Amor, de João Jardim, sobre relações amorosas.


Tipo exportação

Fabio Barbosa será homenageado hoje, em NY, durante o Global Conference for Social Change - conferência mundial organizada pela Foundation for Social Change em associação a um braço da ONU. Reconhecido por ações ambientais - primeiro no Real e depois no Santander-, Barbosa entra para o rol dos "Leaders for Change".

Consciência

Paul McCartney não quer nenhum móvel de couro nos camarins de seus shows. Ganha portanto, na antessala, móveis reciclados. Serão duas cadeiras laranjas, uma luminária de plástico reciclável e tapete de lona.


Aparente calmaria

Cercada por quatro seguranças, Íris Abravanel autografou, tranquilamente, seu livro Recados Disfarçados, anteontem, na Fnac. É que uma pequena multidão queria saber sobre o caso Panamericano. Precavido, o empresário Silvio Santos não deu o ar da graça. "É que ele dorme cedo", justificou um assessor do SBT, em seu esforço para passar um clima de normalidade. E mesmo com o turbilhão que assola a emissora, Íris foi prestigiada. Boa parte do elenco de atores e apresentadores do SBT estava lá.

Silvio deixou perguntas sem resposta. A emissora será vendida? Ratinho acredita que não. "Essa possibilidade é zero. O SBT é a vida dele", enfatizou, fazendo questão de dizer que não tem só conta no Panamericano. Tem também ações do banco. "Só não compro mais porque não tenho dinheiro."
O também apresentador Roberto Cabrini tentou reforçar a aparente calmaria na emissora. "Nem penso nisso. No jornalismo nada mudou".

Isabella Fiorentino, à frente do programa Esquadrão da Moda, realçou o caráter do patrão. "Ele teve uma atitude nobre, tranquilizadora. Encontrei com o Silvio quatro vezes. Ele é intimidador, passo mal, fico com dor de barriga."

Na frente

Thiago Lacerda recebe plateia para lá de especial, hoje, na peça Calígula, no Teatro Vivo. Trinta e cinco jovens artistas, de três aldeias guaranis, assistem ao espetáculo.
Cristina Oldemburg lança Terra Brasileira - Cores, Formas e Texturas, hoje, na Livraria Argumento, Rio.

A Noite Beneficente Cruz de Malta acontece no Jockey. Hoje.

José Eduardo Agualusa lança seu Milagrário Pessoal. Hoje, na Vila da Fradique.
Correção 1: é só no dia 1º de dezembro que Roberto Klabin recebe a Medalha Mérito Legislativo pela Câmara dos Deputados, em Brasília.

Correção 2: não foi Ana Diniz quem se associou ao Instituto Singularidades e, sim, seu Instituto Península.

Knut, urso polar alemão, que emocionou o mundo ao ser rejeitado pela mãe, em 2007, não está livre do seu carma. Agora, sofre bullying no Zoológico em Berlim.

O PAGODEIRO E O JOGADOR

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Prova de resistência 
 Renata Lo Prete 

Folha de S.Paulo - 18/11/2010

Ninguém assumirá agora de público, mas lideranças do PT já dizem que o partido deverá atender ao pleito do PMDB e assinar, até o fim de dezembro, um acordo que garanta rodízio entre as duas legendas na presidência da Câmara até 2015.
O cabo de guerra resultou no conturbado anúncio de um bloco partidário encabeçado pelo PMDB, mas, reservadamente, petistas admitem que abandonarão no tempo certo a exigência de estender a alternância ao Senado, onde o PMDB tem a maior bancada. O PT sabe que, se esticar a corda, Dilma Rousseff começará sua gestão sob clima de instabilidade no Congresso.

Cartas na mesa Na conversa de ontem com Michel Temer (PMDB), Dilma encontrou uma maneira sutil para avisar que não engolirá a tese segundo a qual cada partido deveria ficar com o mesmo tamanho na Esplanada. A petista disse que escolherá na sua cota pessoal os nomes para ocupar as pastas que ela chamou "de Estado". Só as outras áreas seriam repartidas entre as siglas aliadas.
Eu voltarei Ao dizer na reunião de ontem que não sairá da vida pública, Lula dirigiu a seguinte frase ao presidente do PT, José Eduardo Dutra: "Não me chame para reunião de fim de semana. Mas de segunda a sexta eu vou fazer política".

Pastilha Depois de Michel Temer, que há alguns dias deixou claro aos peemedebistas que só ele deveria falar em nome do partido, o líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), recebeu ontem outro conselho para ficar calado, desta vez de seu médico, preocupado com a voz do deputado.

Ponte Paulo Frateschi, secretário nacional de Organização do PT, foi escalado para montar o diagnóstico de cargos federais pleiteados pelas diferentes correntes e bancadas estaduais do partido. O assunto será colocado à mesa na reunião de hoje da Executiva, em Brasília.

Caneta A exoneração do diretor de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Deusdith Júnior, foi vista por deputados do PP como retaliação do ministro Márcio Fortes ao líder do partido, João Pizzolatti (SC), a quem o diretor era ligado. Parte da bancada pepista trabalha para apear Fortes da lista de ministeriáveis para 2011.

Mais-valia Sem o apoio da CUT, centrais sindicais incorporaram órgãos patronais à campanha pela permanência de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. Assinarão documento em favor do pedetista as confederações de serviços, saúde e turismo.

Fim do recreio Beto Richa (PSDB-PR) retoma hoje, após viagem aos EUA, o desenho de seu secretariado. O governador eleito só confirmou Flávio Arns (Educação), mas seu irmão Pepe é cotado para Transportes e Durval Amaral, para a Casa Civil. O deputado Gustavo Fruet, derrotado para o Senado, deve participar do governo.

Preliminar A cúpula tucana já admite a realização de prévias para a escolha do candidato do partido à presidência da Assembleia paulista. A ideia, defendida no QG de Geraldo Alckmin, é que Barros Munhoz, Bruno Covas e Celino Cardoso disputem a indicação até março.

Visita à Folha Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marcos Afonso de Oliveira, secretário de Comunicação da UGT, e de Mauro Ramos e Antenor Braido, assessores de imprensa.


tiroteio

"O bloco montado para resolver o problema do PMDB no Legislativo criou outro no Executivo. Nasceu e morreu em 24 horas."
DO DEPUTADO JÚLIO DELGADO (PSB-MG), criticando o anúncio da união legislativa entre PMDB e outros partidos com o objetivo, entre outros, de pressionar o PT na disputa pela presidência da Câmara.

contraponto

Inspeção de qualidade


O líder da bancada do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO), chegou à reunião do conselho político do governo ontem, no Planalto, com duas sacolas na mão. Assim que Lula entrou na sala, o deputado o presenteou com um dos embrulhos.
Na frente de todos, o presidente resolveu abrir o pacote na mesma hora. Quando viu que se tratava de biscoitos produzidos pela empresa do parlamentar goiano, o petista brincou:
- Tô abrindo aqui para checar o prazo de validade!

ROBERTO MACEDO

De novo xô, CPMF!
Roberto Macedo 


O Estado de S.Paulo - 18/11/10
Na perspectiva da ameaça de sua ressurreição, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) tem um quê de gato, de gatunagem, de falsidade, de encenação e de vendeta.
De gato, lembra a crença de que esse animal tem sete vidas. Ou mesmo nove no mundo que fala inglês, e Shakespeare referiu-se a isso na peça Romeu e Julieta. Ora, a CPMF já teve duas vidas. Agora há quem queira dar-lhe uma terceira, retirando-a do túmulo a que em boa hora foi levada em 2007. A primeira vida durou apenas um ano, 1994, quando veio com o nome de imposto (IPMF) e alíquota de 0,25%. A segunda começou em 1997. Então, com o alegado propósito de arrecadar recursos para a saúde, veio como CPMF, à taxa de 0,2%, e foi sucessivamente estendida até 2007, com o valor de 0,38%, desde meados de 1999, salvo um breve interregno, no início de 2001, quando caiu para 0,3%.
Outro pretexto foi o de melhorar as contas da Previdência Social. Mas quem ainda se ilude com essa conversa de mais recursos para a saúde deveria aprender que, com esses e outros pretextos, o que em geral o governo quer é reforçar o caixa e ter mais condições de fazer transfusões de dinheiro de um gasto para outro.
A gatunagem aparece porque o retorno da CPMF configuraria um, ou pior, mais um assalto aos contribuintes indefesos, e que estão nessa condição porque muitos entre os eleitos para defendê-los não exercem esse mandato, deixam todos desamparados e os traem descaradamente nesse simulacro de democracia representativa que é o nosso país.
A falsidade evidencia-se de várias formas. Primeiro, no argumento de falta de recursos e, segundo, no pretexto de que se destinarão à saúde. Ora, no Brasil a carga tributária já é enorme, a maior do mundo para nosso estágio de desenvolvimento. Ademais, entre outras razões, ela tende a subir com o crescimento do PIB, pois sua incidência é maior em serviços em que as alíquotas são mais elevadas, como nas telecomunicações, que se expandem mais rapidamente que a economia como um todo. E, também, porque o contribuinte pessoa física vai avançando na tabela progressiva do Imposto de Renda à medida que sua renda aumenta e a tabela do tributo não anda no mesmo ritmo.
Ao gastar, o que se vê é o governo federal esbanjando recursos, como ao subsidiar enormes empréstimos para empresas gigantescas, ampliando também, inclusive por motivações políticas e de forma distorcida, benefícios previdenciários, empregos e salários no setor público, ao lado de financiar projetos de custos elevados e benefícios muito duvidosos, como esse trem-bala, que ameaça danificar as finanças governamentais. Há mais dinheiro, milhões e milhões, até para financiar festas juninas e movimentos antissociais que desrespeitam a ordem e são contra o progresso, como o MST.
Em síntese, o governo federal arrecada muito, em larga medida gasta mal e não se credencia, assim, a aumentos de impostos. Se de fato quisesse, poderia ter destinado mais recursos à saúde, mas ela ficou por baixo na sua escala de prioridades, num processo que ele não dá demonstrações de interromper. A lição é antiga: cavalo comedor, cabresto curto. E não alongado com o retorno da CPMF.
A encenação está no fato de que nem o presidente Lula nem a presidente eleita assumem esse retorno, mas não desestimulam movimentos de governadores e parlamentares para dar nova vida ao tributo. Mas ele não voltaria sem o empenho de um dos dois, e tampouco se tivessem uma noção clara dos efeitos deletérios do excesso de impostos e da gestão inadequada dos gastos públicos.
Deve ser lembrado que a criação da CPMF ocorreu num período em que as circunstâncias econômicas e das finanças públicas federais eram bem diferentes das atuais. Hoje o crescimento e a arrecadação são maiores, esta continuou aumentando com vigor mesmo sem a CPMF, e os recursos à disposição do governo federal devem ser entendidos como mais que suficientes. Também vale recordar que logo em seguida à queda do imposto no final de 2007, em 2/1/2008 o governo federal editou o Decreto n.º 6.339, que instituiu várias alíquotas novas e adicionais, também de 0,38%, do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sobre várias dessas operações, claramente com o propósito de compensar pelo menos em parte a perda da CPMF.
Recentemente, com o objetivo de conter o ingresso de moeda estrangeira, aumentou sucessivamente algumas dessas alíquotas até para 6%. Especialistas em saúde financeira deveriam submeter a do governo federal a um exame clínico para saber o que é feito com esse dinheiro, em particular o que vai ou não vai para a saúde.
Um quê de vendeta existe porque desde o naufrágio na CPMF, na madrugada de 13/12/2007, o presidente Lula sempre demonstrou inconformismo com essa que foi a sua maior derrota no Congresso. Nas recentes eleições, Lula deu demonstrações de particular empenho em derrotar candidatos oposicionistas ao Senado, sobretudo os que se empenharam nessa derrota.
Nesse contexto, é importante que a oposição se mobilize contra a proposta, o mesmo ocorrendo com organizações da sociedade civil, que certamente perceberão toda essa farsa em torno das ideias de ressuscitar a CPMF e as suas inconveniências.
No caso dos partidos, até aqui só o DEM deu demonstrações inequívocas de se opor à ideia. Do maior partido oposicionista, o PSDB, ainda não soube de uma posição claramente contrária, e há até alguns de seus membros se mostrando favoráveis. Será que ainda não aprenderam que com a CPMF e suas distorções também estarão dando mais fôlego financeiro ao governo para ganhar futuras eleições?
Que a CPMF, portanto, descanse em paz. Mas se houver insistência na sua ressurreição, que venha a guerra justa contra ela e seu exército de bárbaros defensores.
ECONOMISTA (UFMG, USP E HARVARD), PROFESSOR ASSOCIADO À FAAP, É VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO 

100 PALAVRAS

EUGÊNIO BUCCI

Conselhos

Eugênio Bucci 


O Estado de S.Paulo - 18/11/10
No epílogo do governo Lula, o Executivo trabalha para rascunhar um marco regulatório para a comunicação social. A despeito da expressão um tanto afetada - "marco regulatório" parece nome de imperador romano, mas designa simplesmente um conjunto de regras para disciplinar o funcionamento de uma dada atividade -, estamos falando de uma necessidade real da democracia e do mercado brasileiros. A radiodifusão requer um marco regulatório eficaz. O exemplo vem das democracias que nos servem de referência: só com regulamentação e regulação é possível preservar a concorrência comercial saudável - inibindo monopólios e oligopólios - e estimular a diversidade, num modelo que, como preconiza a Constituição federal, combine os sistemas privado, público e estatal.
Portanto, ainda que tardia, não é despropositada a intenção do governo de elaborar um projeto de lei para regulamentar a matéria. Já é tempo. Uma lei adequada e moderna impediria que igrejas assumissem o comando de emissoras (ou redes de emissoras), o que contraria o princípio do Estado laico: sendo um serviço público, a radiodifusão pode, sim, transmitir eventos de caráter religioso, mas não deve ser presidida por dogmas, seitas ou fundamentalismos. Ao mesmo tempo, bloquearia as brechas legais que hoje permitem a parlamentares e governantes administrar estações de rádio e TV - e lucrar com elas - e, finalmente, definiria o lugar e o caráter das emissoras públicas e estatais, que hoje se prestam às práticas mais disparatadas. A sociedade brasileira está atrasada nessa área, muito atrasada, e essas providências não podem mais ser proteladas.
Por isso mesmo, elas podem esperar pela posse da nova presidente da República. Um país que já esperou mais de 40 anos por isso - a legislação que hoje está aí remonta aos anos 60 -, por inércia interesseira do Congresso Nacional ou por subserviência explícita dos governos, pode aguardar mais 43 dias. O governo - atual - que faça uma proposta (ela até pode ajudar), mas agirá melhor se souber pegar leve.
Este epílogo de governo não é uma hora propícia para pressões e ultimatos. O ambiente ficou tumultuado demais. Estamos saindo de um processo eleitoral em que a imprensa foi atacada em mais de uma, mais de duas, mais de meia dúzia de ocasiões por ninguém menos que o chefe de Estado. Puxemos pela memória ainda quente. No dia 18 de setembro, um sábado, num comício em Campinas, Lula disse o seguinte: "Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública."
Estávamos às vésperas do primeiro turno e o clima não era dos mais amistosos. Agora, passado o segundo turno, o clima segue tenso. Se o presidente proclamava querer derrotar "alguns jornais e revistas", é natural que se pergunte: o projeto para regular o setor é parte da estratégia belicosa do Planalto? Ou mira o bem do País? Levemos em conta que a pregação presidencial não ficou apenas em palavras. Logo após a sucessão de discursos inflamados, começaram a pipocar em Estados diferentes os Conselhos Estaduais de Comunicação. Estimulados pelo governo federal, eles só têm servido para complicar o cenário.
A razão é simples. Conselhos Estaduais de Comunicação fazem parte de reivindicações históricas de entidades de jornalistas e de movimentos sociais. Em princípio, não há nada de errado com a ideia. É sempre positivo que a sociedade discuta e fiscalize as condutas da imprensa. É sempre bom. Quanto mais cobrada pela sociedade, melhor é a imprensa. O problema aparece quando o Poder Executivo atropela o costume democrático e quer assumir o lugar da sociedade na crítica à imprensa. Quando isso acontece, configura-se uma investida do poder contra a autonomia dos cidadãos. Pois foi isso, exatamente isso, o que aconteceu quando surgiu o primeiro desses conselhos de comunicação social, criado pela Assembleia Legislativa do Ceará. Ele é menos uma iniciativa da sociedade do que um avanço indevido do Executivo.
Para começar, ele é definido, no ato de sua própria criação, como um "órgão integrante da Secretaria da Casa Civil do Estado": faz parte do Poder Executivo. Entre os seus 27 objetivos, alguns o incumbem de vigiar a imprensa, por mais que digam que não. A ele cabe "exercer permanente vigilância quanto ao cumprimento da legislação e das normas que regulamentam a radiodifusão e as telecomunicações e sempre que necessário pedir esclarecimentos às Delegacias Regionais do Ministério das Comunicações (Minicom) e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a situação das emissoras locais e os processos de outorga, renovação de concessão e autorização de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, ao mesmo tempo formalizar denúncia junto a esses órgãos quando alguma emissora de rádio e/ou televisão desrespeitar a legislação pertinente".
Se o palavrório acima tivesse vindo ao mundo para ser levado a sério, a Casa Civil do Ceará passaria a solicitar diuturnamente a instauração de processos contra o que considerasse desvios nos órgãos jornalísticos - em matérias que não são da competência de governos estaduais. Para bem de todos nós, contudo, como apontou Alberto Dines no Observatório da Imprensa, os conselhos "não são para valer". São apenas uma ameaça a mais. Dines, do alto de sua indiscutível independência, qualificou a criação dos conselhos como uma medida "inoportuna, extemporânea, irresponsável, contrária aos interesses que pretende defender, ilegal, ilegítima e aloprada".
O problema desses foguetórios aloprados é que eles atrapalham a discussão mais séria e mais urgente. Atrapalham um bocado.
JORNALISTA, É PROFESSOR DA ECA-USP E DA ESPM 

ANCELMO GÓIS

A carta de Paraty 
Ancelmo Góis 

O Globo - 18/11/2010

A escolha do futuro ministro da Cultura faz a terra tremer no mundo das artes.

Um grupo de intelectuais organiza um seminário, talvez em Paraty, meio caminho entre Rio e São Paulo, para defender que a cultura tenha papel relevante com Dilma. “O nome do ministro é secundário”, argumenta Luiz Carlos Barreto. “Queremos discutir ideias.”

Golpe político
Do deputado Paulo Delgado sobre esse superbloco criado pelo PMDB do vice Michel Temer para impor seu mando de campo:
— O partido parece desejar implantar o “vice-presidencialismo” no Brasil.

Como eu ia dizendo...
O PMDB é outro que confirma a máxima do Barão de Itararé: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo.”

Oi, é a Dani?
Daniele Suzuki, a atriz, ganhou R$ 10 mil num processo por danos morais contra a Oi
Acusou a companhia telefônica de pôr, indevidamente, o nome dela no SPC. O processo é o 31279-42.2009.8.19.0209.

Fator InfraeroSeria uma desonra. Mas há no mundo esportivo quem ache que, se a Inglaterra for escolhida sede da Copa de 2018, dia 2 agora, não seria ruim uma troca. Por causa dos atrasos das obras aqui, os ingleses ficariam com o Mundial de 2014, e o Brasil, com o de 2018, ganhando quatro anos.
Parece estapafurdice. E é.

Bono no EngenhãoA banda U2, que vem ao Brasil em abril de 2011, deve se apresentar no Engenhão, no Rio. Os irlandeses só cantaram na cidade uma vez, em 1998.
Quem articula o novo show é o empresário Célio Pinto de Almeida.

Prêt-à-porter
Bastou Kate Middleton, futura mulher do príncipe William, aparecer no anúncio de noivado com um vestido azul da marca Issa para todos os modelos da grife na mesma cor serem vendidos em menos de 24 horas na loja Alberta, no Leblon, no Rio.
Nenhum custa menos de R$ 2 mil. E já há até lista de espera.

Segue...
As joalheiras Léa e Esther Nigri e a Sara Joias também receberam pedidos por causa do anel dado a Kate pelo príncipe.
Tem madame querendo igual. Dependendo da pedra e dos brilhantes, pode custar R$ 350 mil.

Aliás...Prêt-à-porter é o cacete!

Mais um
Gilberto Mendonça Telles, 80 anos, poeta, ensaísta e professor, é candidato à vaga do padre Fernando Bastos de Ávila na ABL.

Boletim médico
Regina Duarte, 63 anos, a atriz que é a eterna namoradinha do Brasil, teve alta terça de manhã do Hospital São Lucas, em Copacabana, onde estava internada desde domingo à noite para retirada de um cálculo renal.
A cirurgia foi um sucesso.

Motim a bordo
Um grupo de passageiros promove quase um motim a bordo do luxuoso Musica, o navio de cruzeiros de 1.275 cabines, que chega hoje ao Rio.
É que, veja só, muitos souberam só às vésperas de embarcar que seria cobrada taxa de serviço de 6 euros por dia de viagem. Cerca de 180 brasileiros aderiram a um abaixoassinado que desautoriza o débito em seus cartões.

Kelly na TijucaJoão Roberto Kelly, o rei das marchinhas de carnaval, será o enredo do desfile da Banda do Tijuca, no Rio, em 2011. Merece.

UPA portenhaDia 2 agora, Sérgio Cabral vai a Buenos Aires inaugurar, com Cristina Kirchner, a primeira UPA 24h da Argentina.

Gays argentinos
Búzios, que é quase uma cidade argentina, está de olho nos US$ 4 bilhões que o pessoal LGBT da terra de Messi gasta por ano em turismo.
O balneário recebe hoje a visita do canadense Roy Heale, que mora na Argentina e é considerado um grande especialista no segmento.
Na verdade... deixa pra lá.

GOSTOSA

VERÍSSIMO

Procurando a tônica
VERÍSSIMO
O GLOBO - 18/11/10

Sabe bem quem faz música que, principalmente no improviso, não se pode perder de vista a nota tônica. Ela é uma espécie de farol para quem navega na invenção musical. Sabendo onde ela está nem o navegador mais intrépido se perde. Mas quem não sabe qual é a tônica de saída pode ter alguma dificuldade em encontrá-la. E só a identificar tarde demais, quando seu improviso desorientado já tiver se destroçado contra os corais.
Não é fácil descobrir a tônica de uma era, ou de um governo. Ela geralmente só se revela no futuro, a historiadores ou arqueólogos, e mesmo assim nem sempre com clareza. Qual foi a tônica da sucessão de governos que tivemos no Brasil depois do regime militar? O Fernando Henrique pulou todas as administrações anteriores e posteriores às dos militares e o próprio regime militar e declarou que seu governo representava o fim da Era Vargas. Quem poderia, com mais justiça, reivindicar ser o fim de tudo que Vargas simbolizava seria o breve governo Collor, com seu choque de neo-liberalismo, mas o Fernando Henrique tem direito à sua auto-avaliação. A tônica de todo o período seria então a transformação do estado brasileiro de acordo com a visão liberal, que o Fernando Henrique continuou e o PT de Lula combateu mas não interrompeu? Só uma prolongada reverberação do choque do Collor?
Na música, só para complicar, existem a tônica e a subtônica. Talvez a subtônica da era tenha sido esse lento e acidentado distanciamento do velho regime e seus velhos hábitos. E a tônica as reincidentes manobras do patriciado nacional para protelar uma real democratização do país, que vem desde a segunda queda de Vargas, passa pela reação às “reformas de base” no governo Jango e pelo golpe de 64 e a demonização do PT e inclui até – se você quiser ser detalhista – a adesão do PT à política econômica do governo anterior para poder se eleger. A “classe perigosa”, como era chamado o povão antes da Revolução Francesa, chegou ao poder prometendo não ser muito perigosa. Mas conseguiu distribuir renda, aumentar a classe consumista e seu poder aquisitivo e criar engarrafamentos de trânsito nunca antes vistos. No futuro os historiadores nos dirão se a tônica do governo Lula foi, afinal, a ascensão social inédita ou apenas outra protelação.

CLÁUDIO HUMBERTO

“Matamos por desespero e medo. O plano era não matar ninguém”
LEONARDO ALVES, ASSASSINO CONFESSO DO EX-MINISTRO DO TSE JOSÉ GUILHERME VILLELA

PMDB JÁ SE CONTENTA COM 4 OU 5 MINISTÉRIOS
O PMDB tenta manter seis ministérios no futuro governo Dilma, como no governo Lula, mas a própria cúpula do partido admite, em conversas reservadas, que pode pretender no máximo quatro ministérios: dois indicados pelos senadores do partido e outros dois escolhidos pelos seus deputados federais. Um quinto ministério será possível na quota pessoal do vice-presidente eleito Michel Temer. Mais que isso, nada.

BARRIGA DE ALUGUEL 
Dois ministros de Lula, filiados ao PMDB, não foram indicados pelo partido: Nelson Jobim (Defesa) e José Gomes Temporão (Saúde).

JOGADA PETISTA 
O PT celebrou o pedido de Dilma para o PMDB indicar mulheres ao ministério: quase sem opções, o partido conteve a ânsia por cargos.

SURPRESA 
O pedido de Dilma desnorteou Michel Temer e a direção do PMDB. Mas o vice-presidente eleito engoliu seco, sorriu e prometeu uma lista.

SOB CONTROLE 
Dilma tem revelado cintura política nas negociações com partidos. Até pediu que Temer segurasse “seus radicais”, e prometeu conter os dela.

BUARQUE MANOBRA PARA EVITAR CONSELHO DE ÉTICA 
Numa manobra para tentar inibir denúncia contra ele no Conselho de Ética Senado, por suposta quebra de decoro, Cristovam Buarque fez carta ao procurador-geral da República pedindo “auditoria rigorosa” nas contas de sua campanha presidencial de 2006. É uma “resposta” à revelação do presidente do PDT-DF, Ezequiel Nascimento, de que sua campanha presidencial foi secretamente financiada pelo PSDB.

TESTEMUNHA 
Além da credibilidade de presidente do PDT-DF, Ezequiel Nascimento participou ativamente da campanha de Cristovam para presidente.

PARA BOI DORMIR 
A “auditoria rigorosa” verificará se a prestação de contas de Cristovam ao TSE, em 2006, está regular. Exclui o que não foi contabilizado.

BATOM NA CUECA 
O PSDB declarou ao TSE haver feito pagamentos de R$ 200 mil à F2 Filmes, produtora da campanha de Cristovam Buarque (PDT) na TV.

AJOELHOU, TEM DE REZAR 
Na campanha, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, acalmou a igreja na “crise do aborto” insinuando que sairá da TV Canção Nova o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações.

LULA NUNCA MAIS 
A proibição de um terceiro mandato para presidente inviabilizaria a pretensão de Lula de retornar ao cargo em 2014, por já ter cumprido dois mandatos. A tese é do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que defendeu na OAB na OAB emenda à Constituição nesse sentido.

NOTÍCIA VELHA 
Lula sinalizou sua opção pelos caças franceses Rafale, que nenhum outro País comprou. Lula garantiu isso a Nicolas Sarkozy em 7 de setembro de 2008, no Brasil, e reiterou um ano depois em Paris.

MOREIRA MINISTRO 
O ex-governador Moreira Franco é um dos candidatos do PMDB para o cargo de ministro das Comunicações, na cota do vice-presidente eleito, Michel Temer. O cargo diminuiu muito de importância no atual governo.

MUDANDO DE LADO 
O marqueteiro Antonio Lavareda pode deixar por um tempo as pesquisas. O DEM pretende indicá-lo para ser membro do Parla-sul, o parlamento do Mercosul que funciona em Buenos Aires.

RARA SENSIBILIDADE... 
Merece estudo a sequência de desencontros da Polícia Federal com ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Jr. Primeiro, intimou-o para depor no exato dia da morte do pai dele, senador Romeu Tuma.

...E RARA COINCIDÊNCIA 
A PF vai ouvir hoje o delegado Romeu Tuma Jr (sobre o vazamento de sua conversa com o substituto Pedro Abramovay, na revista Veja) no dia do início do julgamento do caso Celso Daniel, que ele desvendou.

POÇO DE VAIDADES 
Com sua campanha parcialmente financiada por escolas privadas, o deputado federal eleito Gabriel Chalita (PSB-SP) faz pose de futuro ministro da Educação. Até já tem equipe pronta para assumir.

PENSANDO BEM...
...a presença de algumas futuras ministras no horário nobre vai precisar de classificação do Ministério da Justiça, para não assombrar as criancinhas. 

PODER SEM PUDOR
BOIA GARANTIDA 
À saída do 10º andar da Câmara, onde fica o restaurante dos deputados, uma família de Goiás certa vez esmolava ajuda para voltar ao Estado. O deputado Marcelo Ortiz (PV-SP) se livrou dos pedintes apontando para um colega:
– As passagens eu não garanto, mas chegou o homem da boia...
Referia-se à aproximação do deputado Jurandir Boia (PSB-AL). 

MESMICE

QUINTA NOS JORNAIS

Globo: Governo quer parcelar as perdas do Rio com pré-sal em 10 anos

Folha: Dilma convida Mantega a ficar

Estadão: Lula intervém para barrar a criação de 'blocão'

JB: Lula veta aumentos do Judiciário e da polícia

Correio: “O plano era não matar ninguém”

Valor: JBS enfrenta o desafio de 'domar' o mercado

Estado de Minas: Minas declara guerra ao mosquito da dengue

Jornal do Commercio: Todos os prejudicados podem pedir novo Enem

Zero Hora: Mobilização na Câmara pode dobrar salário dos parlamentares