quinta-feira, maio 13, 2010

AUGUSTO NUNES

AUGUSTO NUNES

VEJA ON-LINE


  O silêncio da oposição poderá abençoar o pecador debochado

13 de maio de 2010
Pelo conjunto da obra, Romeu Tuma Junior conseguiu transformar-se num personagem espantoso no país que já não se espanta com nada. Delegado de polícia, confessou-se incapaz de distinguir um mafioso de um coroinha. Para virar secretário nacional de Justiça, bastou-lhe a certidão de nascimento. Incumbido de combater a pirataria e a evasão de divisas, comprou produtos contrabandeados e tentou liberar o embarque de uma deputada com 160 mil dólares escondidos na bagagem.
Alojado no alto escalão do Ministério da Justiça, reduziu o gabinete a território fora-da-lei. Em setembro, ao saber da prisão do bandido de estimação Paulinho Li, apareceu sem convite na Polícia Federal para explicar que só conhece o Paulinho Li, não o mafioso Paulinho Li. Contou o que ocorrera ao ministro Tarso Genro. “Toca o pau”, animou-o o chefe solidário. Tocou o pau com tanta animação que, há menos de um mês, o novo ministro  Luiz Paulo Barreto promoveu o subordinado a presidente do Conselho de Combate à Pirataria.
Apadrinhado por Lula, afagado por Tarso Genro, promovido por Barreto, é compreensível que tenha reagido às denúncias publicadas pelo Estadão com o cinismo agressivo que identificam os condenados à impunidade. “É um problema político”, disse quando confrontado com as provas colhidas pela Polícia Geral. As declarações seguintes comprovaram que, no faroeste tropical produzido pela Era Lula, xerifes podem virar bandidos, dispensar disfarces e debochar dos homens de bem sem o risco de perder a estrela no peito.
“Tirem o cavalo da chuva: não vou sair”, sugeriu aos interessados em confirmar se o governo pedira que se afastasse do cargo. O ministro Barreto recomendou educadamente que se licenciasse por um mês, para costurar algum álibi consistente. O subordinado aceitou entrar em férias e voltar em 10 dias, por que precisava “descansar um pouco”. Enfim convencido a prorrogar o descanso, zombou outra vez do ministro:  “Vou pegar um sol e voltar moreninho”.
Se não há limites para a arrogância do meliante sem medo, tampouco existem fronteiras para a tolerância do presidente sem pudores. Há uma semana, com cara de pregador sem fé e voz de mãe de preso, o Pregador dos Pecadores Companheiros aconselhou o país a esperar o fim das investigações. Informado de que as investigações sobre Tuma Junior nem começaram, explicou que não tem autoridade para abrir inquéritos. Informado de que lhe sobra autoridade para afastá-lo do cargo, louvou a “folha de serviços prestados ao país por um delegado muito respeitado”.
Lula deve ter incluído nessa folha de serviços a viagem do secretário nacional de Justiça a Pequim, onde baixou em fevereiro de 2009 para discutir com autoridades chinesas um “acordo de cooperação no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro”.  A viagem acaba de ser incorporada ao prontuário do servidor da pátria por outra descoberta divulgada pelo Estadão desta quinta-feira: o segundo representante brasileiro na incursão pelo Extremo Oriente foi Paulinho Li. Ele mesmo. Com diárias doadas pelo Ministério da Justiça.
Para o governo em avançado estágio de decomposição moral,  Tuma Junior é só mais um na multidão. Se o Brasil ficasse repentinamente civilizado, e alguém gritasse “olha o rapa” no meio da plateia de um grande comício de Dilma Rousseff, todos no palanque sairiam em desabalada carreira. Por acreditar que princípios éticos não influenciam a decisão do eleitorado, Lula vive desempenhando o papel de comparsa com convicção e entusiasmo. Vê-lo associado a Tuma Junior não tem nada de espantoso. O que espanta é a mudez dos oposicionistas.
Em 31 de março, ao deixar o governo paulista para disputar a presidência, o candidato José Serra disse o que o Brasil que presta esperava ouvir há muito tempo: “Estou convencido de que o governo, assim como as pessoas, tem que ter honra. E assim falo não só porque aqui não se cultiva escândalos, malfeitos, roubalheira, mas também porque nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o malfeito”.
O caso protagonizado por Tuma Junior é um escândalo que envolve malfeitos e roubalheiras. O que espera Serra para mostrar-se fiel ao discurso e garantir que, se for o vitorioso,  tais afrontas não serão toleradas? Ou a oposição condena sem rodeios o malfeitor ou terá optado pelo silêncio cúmplice. Pouco importa que o senador Romeu Tuma e o PTB inteiro repliquem com a adesão à candidatura de Dilma Rousseff. A opção correta vale qualquer custo. A honestidade não tem preço.

QUÁ, QUÁ, QUÁ...

ex...sempre ex........já dizia um amigo meu que ex-mulher é para sempre............rssssssssssss
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O último cheque
 
Pense numa mulher vingativa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A filha faz 21 anos e o pai está todo feliz por emitir o último cheque da pensão que é paga à ex-mulher, há 20 anos e 11 meses.
 Pede para a filha levar o cheque e retornar rapidinho, para contar-lhe como ficou a cara da BABACA da mãe dela, ao dizer-lhe que este é o último cheque que ela verá da parte dele.
 A filha entrega o cheque à mãe, ouve o que ela diz e volta para a casa do pai, para dar-lhe a tão esperada resposta.
 - Diga-me, filha, qual foi a reação da BABACA da sua mãe!
 - Ela mandou lhe dizer que você não é o meu pai!


ENVIADA POR APOLO

DEMÉTRIO MAGNOLI

Ensinando o ódio
DEMÉTRIO MAGNOLI 
O Estado de S.Paulo - 13/05/10

"Uma certa miopia social pode ser mais produtiva politicamente do que um olho perfeitamente são." A frase, do ex-diretor da Capes Renato Janine Ribeiro, conclui uma comunicação acadêmica consagrada às políticas de identidades - ou seja, no caso do Brasil, especialmente às políticas de preferências raciais. O cerne do texto encontra-se na ideia de que "uma estratégia política das diferenças (...) pode sustentar uma tática política da desigualdade, num sentido fortemente compensatório - isto é, de que para chegarmos à igualdade será preciso passarmos pela desigualdade".

Renato Janine é um pensador íntegro, não um panfletário rancoroso. Seu texto, pontilhado de dúvidas e perplexidade, é algo como uma renúncia à utopia marxista organizada em torno da luta de classes. No lugar do fracassado programa revolucionário, seria a hora de aceitar a "miopia" mais "produtiva" das políticas diferencialistas, que descortina o cenário de uma sociedade constituída por segmentos identitários: afro-brasileiros, europeus étnicos, indígenas, quilombolas...

O marxismo, a ditadura do proletariado e o totalitarismo stalinista, que não são idênticos uns aos outros, certamente formam galhos da vasta árvore iluminista nascida à sombra do estandarte da igualdade. Mas, ao contrário do que parece sugerir Renato Janine, a árvore tem muitos galhos saudáveis. Fora da esfera soviética, as lutas sociais romperam o círculo de ferro do liberalismo elitista. O voto feminino, a educação e a saúde públicas, os sistemas de previdência social atestam a "produtividade" de um credo assentado sobre o princípio da igualdade política dos cidadãos. Por que motivo deve ser abandonada a obra infinita, ainda tão precária entre nós? Como se justifica a sua substituição por uma estratégia que fragmenta o povo em segmentos circundados pelas muralhas das "identidades"?

De acordo com Renato Janine, a luta de classes tenderia à guerra de extermínio, enquanto a "política das diferenças" se orienta pela meta do "reconhecimento do outro". A primeira assertiva é desmentida por cem anos de lutas trabalhistas nas democracias "burguesas". A segunda, por genocídios colossais ou pequenos massacres cotidianos que, da Alemanha nazista à Ruanda hutu e da Índia das castas à Nigéria das etnias oficiais, formam um plantel de experiências históricas sobre a dinâmica das políticas identitárias. As pessoas mudam de ideia, de partido, de estrato de renda e de classe social, mas não podem mudar de "raça" ou "etnia". Eis o motivo pelo qual as Constituições democráticas rejeitam a classificação oficial dos cidadãos segundo o critério do sangue.

"Nós tivemos de ensinar o povo a odiar os sulistas, a enxergá-los como pessoas que expropriavam os seus direitos", explicou um líder dos hauçás da Nigéria setentrional, referindo-se ao sistema de preferências étnicas inscrito nas leis do país. A "estratégia política das diferenças" é uma pedagogia do ódio destinada a construir comunidades identitárias coesas. No Brasil, percorremos a etapa inicial dessa trajetória pedagógica. Como em tantos outros lugares, tenta-se ensinar o ódio primordialmente na escola. A missão, conduzida pelo MEC, tem como alvos as crianças e os jovens das escolas públicas.

A palavra "revanche" encontrou sentido positivo na resolução do MEC, de junho de 2004, que regulamenta as Diretrizes para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Nela o Brasil é descrito como um país binacional no qual "convivem (...) de maneira tensa, a cultura e o padrão estético negro e africano e um padrão estético e cultural branco europeu". Neste país partido em dois, "não é fácil ser descendente de seres humanos escravizados", mas também é difícil "descobrir-se descendente dos escravizadores" e "temer, embora veladamente, a revanche dos que, por cinco séculos, têm sido desprezados e massacrados". Qual será a opinião de Renato Janine sobre tais passagens, convertidas em ato legal por Tarso Genro e referendadas por Fernando Haddad?

A pedagogia do ódio é também a da falsificação da História. A resolução, que manda celebrar o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, não traz palavra alguma sobre o movimento popular abolicionista, definindo o 13 de maio como "o dia de denúncia das repercussões das políticas de eliminação física e simbólica da população afro-brasileira no pós-abolição". No dia de hoje, se os professores seguirem as diretrizes do MEC, nenhum estudante ouvirá os nomes de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Antônio Bento e Luís Gama ou conhecerá os feitos de incontáveis anônimos, de todas as cores e classes sociais, que derrotaram a escravidão e derrubaram os pilares do Império. Por outro lado, serão apresentados a nada menos que um genocídio racial, evento que clamaria pela "revanche".

As palavras da resolução têm consequências cotidianas. Nas escolas públicas, o MEC distribui livros didáticos dedicados a dividir os jovens estudantes em "brancos" ("descendentes dos escravizadores") e "negros" ("os que, por cinco séculos, têm sido desprezados e massacrados"), enquanto suas comissões de seleção aplicam as diretivas oficiais para excluir as obras que não retratam o Brasil como o país binacional inventado por "uma certa miopia social". Uma gosma de doutrinação racial escorre para dentro das salas de aula, emporcalhando todo o sistema de ensino.

As pessoas aprendem a odiar. O ódio racial é um substituto míope, mas fácil, para a complexa, nuançada reflexão política sobre nossas ruínas sociais. Renato Janine não deixaria de comparecer ao simpósio promovido pela Capes e pela British Academy no qual fez o elogio da miopia. Estará ele presente quando jovens colegas de escolas públicas atirarem pedras uns nos outros porque os tons da pele separam seus destinos no umbral da universidade?

SOCIÓLOGO E DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP.

JOSÉ SIMÃO

Uau! Dunga gonga Fátima Bernardes!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/05/10

Ele não sabe nem escolher a cor da camisa, vai saber escolher os jogadores?


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Nem Pato nem Ganso. Deu burro! O Dunga não sabe nem escolher a cor da camisa, vai saber escolher os jogadores da seleção? E o site Comentando revela a lista do Dunga e a lista do torcedor. Lista do Dunga: Doni, Elano, Gilberto Silva, Josué, Felipe Melo, Kleberson e Julio Batista. Todos reservas. Então RESERVA a passagem de volta! E a lista do torcedor: Lexotan, Rivotril, Apraz, Lorax, Valium, Diazepan e Maracujina. Rarará!
O Dunga tomou Activia e fez uma cagada na seleção! Eu acho que o Dunga aderiu à campanha antidrogas: "CRACK NEM PENSAR". É o lema do Dunga! E corre no Twitter que o Adriano foi convocado sim. Pros Vigilantes do Peso! E se o Wagner Love e o Ronalducho fossem convocados? Aí seria a Cópula do Mundo É Nossa. Não ia sobrar uma zebra em pé! Rarará!
Com essa escalação é melhor começar a treinar a bateção de pênaltis! Ele devia ter convocado o Carlinhos Mecânico do time de solteiros de Bento Ribeiro! Devia ter convocado a zaga do time de Guanhães: Nem, Cu de Frango, Zóio, Bafo e Três Peidim. Hexa garantido!
E essa: "Dunga prega privacidade na Copa e pretende combater oba-oba da mídia". Promete endurecer com a mídia esportiva. Gongou a Fátima Bernardes?! Dunga gonga Fátima Bernardes. E humoristas também! O que ele tem contra a Fátima Bernardes e a Sabrina Sato?! Muito emBURRADO! Rarará!
E o Dunga esqueceu de escalar a seleção titular, só escalou a seleção reserva. Doni: reserva no Roma. Thiago Silva, reserva no Milan. Felipe Melo, reserva no Juventus. Gilberto Silva reserva no Panathinaikos. Josué, reserva no Wolfsburg.
Kleberson, reserva no Flamengo. E Julio Batista, reserva no Roma. RESERVA a passagem de volta. Rarará!
É mole? É mole, mas sobe. Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece.
Antitucanês Reloaded, a Missão.
Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Uruçui, no Piauí, tem um inferninho chamado Mercado da Piriquita. Ueba! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "OMO": o Deus da limpeza. Esse vai salvar a Grécia! Rarará! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.

GOSTOSA

DORA KRAMER

Um tonel de água fria

DORA KRAMER


O ESTADO DE SÃO PAULO - 13/05/10
Aprovado na Câmara de forma definitiva em clima de euforia na noite de terça-feira, o projeto que proíbe candidaturas de políticos condenados por crimes dolosos em colegiados judiciais com recurso julgado em tribunal superior foi recebido pelo Senado na quarta-feira com um tonel de água fria.
A história de que havia uma grande articulação entre deputados e senadores para que o projeto Ficha Limpa tramitasse rapidamente no Senado sem modificações a fim de seguir o mais breve possível à sanção presidencial e, assim, talvez entrar em vigor ainda a tempo de valer para as eleições de outubro, revelou-se apenas uma versão otimista dos fatos quando confrontada com a realidade.
O primeiro sinal veio logo no início da tarde quando o presidente do Senado, José Sarney, fez-se aparentemente porta-voz de uma boa notícia. Anunciou que iria propor aos líderes dos partidos um acordo para que o projeto fosse votado em regime de urgência.
Assinalou, no entanto, a necessidade de votar medidas provisórias que trancam a pauta de votações. Mas, como a pauta está obstruída pela oposição por causa da urgência imposta pelo governo aos projetos do pré-sal, há que se observar a existência de um nó difícil de desatar.
Vinte minutos depois, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, foi mais explícito. Avisou logo que não há acordo algum para urgência no projeto Ficha Limpa e mais: não há acerto para tramitação rápida.
“O Senado tem que se debruçar sobre a matéria, discutir, emendar o que tiver que emendar. Isso é um assunto de muita responsabilidade, mexe com a vida das pessoas e com o futuro de cada parlamentar. Eventualmente, todos nós poderemos estar com o futuro inserido em qualquer uma dessas situações. É importante que fiquem claros os mecanismos e os instrumentos de defesa, a legalidade e a constitucionalidade da matéria.”
Não é necessário ser bom entendedor para compreender o que quer dizer o senador. Até porque ele não usou de meias palavras. Pronunciou-as inteiras.
O projeto mexe “com o futuro de cada parlamentar. Eventual mente, todos nós poderemos estar inseridos em cada uma dessas situações”; aquelas que impedem o registro de candidaturas, bem entendido.
Deixemos de lado o fato de o senador figurar no rol dos parlamentares processados a fim de não “fulanizar” a questão e passemos à motivação que sugere sua argumentação: a tentativa de fazer no Senado o que os autores de emendas ao projeto na Câmara não conseguiram, desfigurar o projeto.
Como consequência, haverá atraso na tramitação, pois, uma vez alterado, o projeto voltará à Câmara e depois irá de novo ao Senado. Concluído o processo, o presidente da República tem 30 dias para sancionar a lei.
Como as convenções partidárias que escolhem os candidatos começam a partir de 10 de junho, daqui a menos de um mês, não é preciso grande argúcia para perceber o nome do jogo.
Parece um pouco pior do que a encomenda. Se não mudar o ritmo do andar da carruagem, não é absurdo pensar que exista uma urdidura para que o projeto nem seja aprovado e se perca pelo meio do caminho de obstruções de pauta, medidas provisórias, urgência de pré-sal, requerimentos para discussões em comissões, férias de meio de ano, recesso para campanha eleitoral e daí para o buraco negro é um passo.
Romero Jucá é líder do governo. Como tal fala em nome do Palácio do Planalto. Da base governista. Desautorizou o acordo aventado pelo presidente do Senado e não foi desautorizado por ninguém em sua inflamada posição.
De onde se conclui que esteja politicamente guarnecido e devidamente credenciado para pôr a bancada governista no Senado em confronto com a opinião pública para uma batalha que se avizinha dura.
A pressão de fora levou a Câmara a aprovar um projeto que, se dependesse só dos partidos, não seria aprovado. No Senado, a marcação é mais fácil. São apenas 81 senadores, dois terços com os mandatos em jogo, todos dependentes de voto majoritário, ne nhum disposto a ficar mal com o público nem com vocação ao suicídio eleitoral.

ELIANE CANTANHÊDE

Nem emoção, nem razão
ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/05/10

BRASÍLIA - Há duas curiosidades, ou indicações, na informação de Mônica Bergamo de que os artistas, ou pelo menos os do elenco da nova novela global, estão em cima do muro na eleição. O único que pulou do muro foi Marcello Antony -para dizer que tende a votar nulo.
Afoitos por natureza, os artistas costumam ser os primeiros a declarar preferência e a articular festas e badalações para candidatos, puxando, talvez, o voto de uma multidão de fãs com gosto a mais por estrelas e a menos pela política.
Cláudia Raia e Marília Pera aderiram a Collor, Raul Cortez era pró-FHC, Regina Duarte se celebrizou pelo "medo" do PT, Paulo Betti e Letícia Sabatella fizeram campanha para Lula. Mas, neste ano, a turma anda meio desanimada. Até um festa para Dilma no Rio acabou sendo fiasco de público e de crítica.
O curioso é que o desânimo não é exclusivo dos artistas, mas reflete um sentimento fácil de detectar. E não se trata da indefinição dos menos informados, normal a esta altura, e sim dos mais bem informados.
A indicação foi dada por Antony: "Tô bem sem esperança (...). A corrupção vai continuar existindo. Lá dentro, o time é o mesmo", disse. Quanta gente você tem encontrado no bar, no escritório, na escola dizendo a mesma coisa? Sem contar os que vão protestar de outro jeito: optando por Marina Silva, do PV.
"Em quem você vai votar?", vivo perguntando por aí. Afora os eternos petistas ou tucanos, as respostas são: "Não sei", "em ninguém" e "talvez acabe votando na Marina".
Esse é o retrato de um momento da campanha, quando a propaganda na TV nem começou. Mais do que um retrato do momento, porém, pode ser um retrato da própria eleição: sem um "caçador de marajás", um Plano Real ou um Lula atingindo o ponto ideal de candidatura; e com os dois favoritos, seus partidos, seus programas e suas práticas muito semelhantes.
Isso esfria a emoção e esmaece a razão. Pelo menos até começar o verdadeiro clima de Fla-Flu.

GOSTOSA

ALOÍSIO DE TOLEDO CÉSAR

A seleção a serviço da cerveja
ALOÍSIO DE TOLEDO CÉSAR 
O Estado de S.Paulo - - 13/05/10

É desanimador, profundamente desanimador, assistir na televisão, várias vezes ao dia, às propagandas que mostram craques da seleção brasileira de futebol induzindo a população a ingerir bebida alcoólica. Realmente, o técnico Dunga e jogadores que integram ou já integraram a seleção ali estão, presumivelmente por dinheiro, a estimular aqueles que os admiram a esse vício, que representa drama dos mais sérios para milhões de pessoas neste país: o alcoolismo.

Subliminarmente, tal propaganda enganosa procura associar o êxito e a vitalidade física ao hábito de tomar uma determinada marca de cerveja. Esse comportamento reprovável já contagiou, irremediavelmente, o jogador Ronaldo e depois, isoladamente, o técnico Dunga. Ambos se prestam docilmente a apontar à juventude que é bom e saudável beber cerveja.

Mas, agora, o que aparece nos filmes é muito pior - é a imagem da própria seleção brasileira de futebol, com vários de seus integrantes, a pedir aos brasileiros que bebam a referida cerveja. A seleção é assunto nacional e por isso mesmo revolta.

Não se pode imaginar que isso seja feito de graça, e sim por dinheiro, aquilo que o conselheiro Acácio chamava com ironia de vil metal. Enfim, excelentes exemplos de atletas de nosso país, que deveriam servir de modelo para a juventude, corrompem-se dessa forma, projetando uma imagem da qual talvez um dia se arrependam.

Os profissionais da área publicitária sempre dizem que a filosofia por trás da propaganda está baseada na velha observação de que todo homem é, na realidade, dois homens: o homem que ele é e o homem que gostaria de ser. Isso parece estar evidente no caso referido, porque é incalculável o número de jovens brasileiros que gostariam de ser iguais a Dunga e aos jogadores da seleção.

Mas para isso será que é necessário beber cerveja? Sobretudo para os adolescentes, essa propaganda infeliz se mostra danosa, porque associa vitalidade e sucesso ao gesto nada recomendável de beber cerveja, em vez de simplesmente praticar esporte e tornar-se saudável.

No momento em que esse engodo se processa pelas televisões brasileiras, é curioso observar que o mais expressivo jogador de futebol de todos os tempos - o incomparável Pelé - nunca apareceu em anúncios associando sua imagem a bebida. Essa conduta, sem nenhuma dúvida, serviu para que Pelé sempre seja visto com respeito.

Também nunca se viu o cantor Roberto Carlos, tão em voga nestes dias, prestar-se a esse comportamento abominável. Décadas atrás, quando uma frase de sua autoria era repetida por todo o Brasil - "É uma brasa, mora?" -, conta-se que lhe ofereceram uma fortuna para que dissesse: "É uma (marca de cerveja), mora?" Mas ele se recusou e, assim, o seu exemplo se manteve íntegro.

Os criadores de propaganda não se incomodam com os efeitos danosos de algum veneno embutido nos produtos que conseguem enfiar goela abaixo dos consumidores. Para eles, o essencial é vender, o que se compreende, porque são pagos para isso.

Mas é evidente que, ao ver o filho adolescente bebendo cerveja, porque, afinal, o Ronaldo toma, o Dunga toma, talvez eles se perguntem, ao olhar no espelho, se estarão fazendo a coisa certa.

Do ângulo dos produtores de cerveja, emerge um gesto de hipocrisia ainda pior, porque, ao final de cada propaganda veiculada, acrescentam o pedido de que se beba como moderação, como se isso os absolvesse de qualquer censura.

Os romanos, ao longo do domínio secular que exerceram sobre a Europa, a África e a Ásia, sempre repetiram uma frase de extraordinário significado: "Corruptio optimi pessima", que significa a corrupção do melhor é a pior.

Pessoas que se destacam e se tornam públicas, como é o caso de atletas, jogadores e artistas, estão permanentemente sob a luz dos holofotes e deveriam ter um mínimo de respeito ético em relação ao país que lhes permitiu a consagração. Enfim, deveriam devotar amor ao Brasil e aos brasileiros, e não ao dinheiro.

Mas, infelizmente, vê-se que o amor ao dinheiro cresce tanto quanto o próprio dinheiro. Isso é especialmente grave quando os beneficiários dessa conduta usam o próprio País, ou seja, se prevalecem de estar na seleção brasileira de futebol, sonho tão grandioso, para fazer propaganda de cerveja. Como se a seleção brasileira fosse deles.

É difícil acreditar que exista algum patriotismo nesse comportamento, além da avidez por uma gorda conta bancária. Não se pode dizer que haja crime nessa conduta, mas, sem dúvida alguma, trata-se de comportamento reprovável que alcança, por omissão e cumplicidade, as autoridades responsáveis pela seleção brasileira.

Não se haverá de exigir que jogadores de futebol não se deixem levar, uma vez ou outra, pelo prazer de tomar um gole de cerveja. Será natural que isso ocorra. Mas não é natural, nem desejável, que assumam uma conduta pública que atua em desfavor deles próprios.

É possível que a questão divida as opiniões e sem nenhuma dúvida haverá os que considerem natural um craque da seleção brasileira induzir os jovens ao hábito da bebida. Mas sempre haverá também alguns, como eu, que jamais aceitarão esse comportamento e estarão na expectativa de que a omissão dos superiores desses atletas não seja tão vergonhosa como a conduta deles.

A propaganda individual, feita apenas por um dos integrantes da seleção, sem o uniforme oficial, por si só, já se mostra chocante.

Mas quando ocorre coletivamente, associando a luta da esquadra canarinho ao consumo de bebidas, no mínimo, contribui para virar o estômago.

DESEMBARGADOR APOSENTADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO.

MÔNICA BERGAMO

Ou vai ou racha 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 13/05/2010

A viagem do presidente Lula ao Irã deve ser o último movimento do governo brasileiro na tentativa de uma negociação em torno do programa nuclear daquele país. No caso de um acordo "não se materializar" ou de Lula perceber "enrolação" por parte dos iranianos, "vamos estudar outras medidas", diz Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais.
Leitura Labial
Garcia, que acompanhará Lula ao Irã, diz que "não queremos continuar [a negociação] sem nenhum avanço". Ele afirma que as expectativas são positivas, já que a viagem de Lula foi precedida de negociações feitas pelo chanceler Celso Amorim. "Temos sinais bons, mas quero ser prudente."

Fita Isolante
E têm sido fortes as pressões dos EUA sobre a Argentina para que assine o Protocolo Adicional do TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear), isolando o Brasil. Em almoço com empresários brasileiros, Fabian Calle, do Instituto de Segurança Argentino, revelou que o próprio Garcia contou a ele que o presidente americano Barack Obama, numa conversa ríspida com Lula, citou a Argentina como exemplo de flexibilidade.
União
Garcia diz que não foi bem assim. Na verdade, o governo brasileiro "notou" que o país vizinho se aproximou dos EUA, o que "é positivo". Mas a Argentina assegura que não assinará o protocolo adicional do TNP.
Terno da Posse
O presidente Lula doou o terno azul-marinho que usou em sua primeira posse, em 2003, para o leilão em prol de um projeto de alfabetização na favela de Paraisópolis, em São Paulo. O evento, em junho, será organizado por Wanderley Nunes, cabeleireiro do presidente e de dona Marisa. O lance mínimo é de R$ 100 mil.
Tesoura na Cozinha 
E Wanderley inaugura ainda neste ano um restaurante, o Café Barbeiro, na rua Amauri.
Dose Dupla 
O ministro Orlando Silva, do Esporte, poderá acumular o cargo que hoje ocupa com o de Autoridade Olímpica, para o qual deve ser indicado por Lula ainda neste ano. A definição abre caminho para que Silva continue na pasta numa eventual vitória de Dilma Rousseff (PT-RS) para a Presidência. Ele só não poderá acumular salários -deve continuar recebendo como ministro.
PET VIP
O Pet Shop Boys vem ao Brasil na próxima semana. Mas não será desta vez que se apresentará novamente ao grande público. Neil Francis e Christopher Sean Lowe farão show único, e exclusivo, para a Sky, que comemora no dia 20 um ano do lançamento de serviço de HD no país. Eles vêm com 13 músicos e dois bailarinos.
Alvo
Ana Paula Arósio está lendo o Código Penal e livros de direito para viver uma promotora de Justiça no seriado "Na Forma da Lei", que estreia em junho, na TV Globo. Assim como Luana Piovani, que interpretará uma delegada no programa, a atriz também está fazendo aulas de tiro. As gravações começaram na semana passada.
Empresária
Após lançar uma marca de roupas, Geisy Arruda, a estudante que foi hostilizada na Uniban no ano passado, negocia lançar uma linha de cosméticos com "uma empresa popular". "Vai ter esmalte, xampu, creme... Tudo rosa", diz.
Disputa
Não serão vendidos ingressos para a primeira fileira do espetáculo "Sideman", que estreia no dia 10 de junho, no teatro Sérgio Cardoso, com Sandra Corveloni e Alexandre Slaviero no elenco. Minutos antes das apresentações, será realizado um sorteio dos lugares privilegiados entre as pessoas que já têm ingresso. O modelo é semelhante ao de alguns espetáculos da Broadway, nos EUA.
Pra ficar Fortinha 
A mãe da atriz Thalma de Freitas preparou 200 sanduichinhos de carne-louca e ponche para servir no aniversário da filha hoje, no camarim do show que ela faz com sua banda no Studio SP.
Jagger na Tela 
O documentário "Rolling Stones - Exile on Main Street" será exibido pela primeira vez no Brasil no dia 4 de junho. O filme mostra a produção do disco de mesmo nome da banda de Mick Jagger e conta com depoimentos de Martin Scorsese e Bill Clinton, entre outros. O canal a cabo Multishow exibirá o documentário com exclusividade na América Latina.
Não ganha o Pão 
Britney Spears anunciou que rompeu com seu namorado e empresário, Jason Trawick, mas só no campo dos negócios. "Eles decidiram encerrar seu relacionamento profissional e focar na relação pessoal", disse um assessor dela à revista americana "US Magazine". O namoro continua, e o casal passou o fim de semana na Disney.
Curto-circuito
O LIVRO "Célia Helena - Uma Atriz Visceral", de Nydia Licia, e a revista "Olhares", da Escola Superior de Artes Célia Helena, serão lançados hoje, a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista.

RADI MACRUZ autografa o livro "Matemática da Arquitetura Humana", hoje, às 18h30, na Saraiva do shopping Paulista.

O LEILÃO Colecionando Chic, comandando por João Pedrosa, acontece hoje, às 21h, na al. Gabriel Monteiro da Silva, 470.

A GRIFE Versace recebe hoje na loja dos Jardins a coleção de verão inspirada em "Alice no País das Maravilhas".

FÁBIO ARRUDA comemora aniversário hoje, às 20h, com coquetel no restaurante Shintori, nos Jardins.

A FESTA Rockfellas comemora quatro anos hoje, às 23h30, com discotecagem de Chucrobillyman. Classificação: 18 anos.

OS EMPRESÁRIOS Bruno e Thiago Tchalian inauguram hoje a loja Ludique et Badin, de sapatos infantis, na alameda Tietê.

O ILUSTRADOR Filipe Jardim criou uma coleção para a Converse que será lançada hoje, às 20h, na Vila Nova Conceição.

GOSTOSA COM COLESTEROL

MERVAL PEREIRA

A luta continua 
Merval Pereira 

O Globo - 13/05/2010

O projeto Ficha Limpa, iniciativa popular de lei que chegou à Câmara no fim de setembro do ano passado, afinal aprovado, sete meses e 12 dias depois, é um avanço ou apenas uma ilusão que pode se tornar um retrocesso?

Da proposta original, com 1,5 milhão de assinaturas — às quais se agregou mais outro milhão, diretas ou virtuais —, foram alterados dois pontos principais: o que tirava a possibilidade de candidatura para condenados por crimes graves em primeira instância, por um juiz, e a impossibilidade de recurso para obter a candidatura, ainda que sub judice.

Essas duas alterações restringiram o alcance e a eficácia da nova lei, pois é evidente que todos os condenados por órgão colegiado vão recorrer.

O deputado Chico Alencar, do Rio, lembra que o PSOL votou pela supressão dessa parte do texto, contra a possibilidade de recursos.

Ele considera que é muito mais visível para o eleitorado um candidato que está nessa condição por mandado de segurança, por exemplo, que sempre pode ser obtido, do que com base em comando da própria Lei das Inelegibilidades.

“Apenas nós e o PV encaminhamos a favor da supressão desse adendo ao projeto inicial. Somente 44 deputados votaram pela vedação do recurso — além de nós, alguns do PV, do PDT e do PSDB”.

Mesmo assim, o Movimento pelo Voto Consciente, uma das diversas ONGs que fazem parte do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), considera um avanço importante a aprovação da nova lei na Câmara.

Rosangela Giembinski, da direção da ONG, lembra que “nos municípios, nos estados, tem muita gente que vai ser afetada por esse projeto”.

O Voto Consciente tem um trabalho em mais de 200 municípios, e essa amostragem indica que o projeto vai ter um efeito muito grande nas câmaras municipais.

“É grande o número de políticos que já exerceram cargos públicos que ficam impedidos de se candidatar”, afirma Rosangela Giembinsky.

Uma maneira de amenizar os efeitos da mudança que permite o recurso foi incluir na lei que, mesmo obtido o efeito suspensivo, o julgamento do caso terá prioridade.

Essa era uma reivindicação do Voto Consciente, que entrou com uma representação na Justiça de São Paulo pedindo prioridade para o julgamento de crimes de políticos.

Rosangela Giembinsky relembra, ainda abismada, a resposta que receberam: “Isso seria conceder um privilégio aos políticos”.

O autor da emenda que concede prioridade, o deputado José Eduardo Martins Cardozo, tão desiludido com a atividade política que não pretende voltar a se candidatar, alega que os “em evidente conflito com a lei e com a moralidade pública” ficarão constrangidos com a situação, e o costume de protelar as decisões da Justiça perderá força.

Houve outras emendas, classificadas pelo deputado Chico Alencar de “estertores da resistência” ao projeto, e que foram destruídas pela forte pressão do MCCE e da cidadania internauta: queriam tirar crimes graves e dolosos contra meio ambiente e saúde pública, crimes eleitorais e outros.

Do jeito que a lei foi aprovada, todos os que renunciaram ao mandato para fugir de cassação não poderão se candidatar: Joaquim Roriz (PSC), Paulo Rocha (PT), Valdemar Costa Neto (PR), Severino Cavalcanti (PP) e José Borba (PMDB) são alguns mais notórios.

Há vários deputados com condenação em colegiado estadual, preocupadíssimos.

O deputado Paulo Maluf (PP-SP), por exemplo, foi condenado pela 7aCâmara de Direito Público do TJ-SP por improbidade administrativa.

A brecha do recurso e do efeito suspensivo serviu, justamente, para que eles não opusessem barreiras totais à aprovação da matéria.

Foi um acordo do relator, deputado José Eduardo Cardozo, com o próprio PT, que resistia muito, e sobretudo com o PMDB.

Outros, não deputados também ficam inelegíveis por oito anos, como os exgovernadores Jackson Lago (PDT-MA) e Marcelo Miranda (PMDB-TO).

Por tudo isso, outra batalha dos “contra” será, além de protelar ao máximo no Senado, questionar no Supremo Tribunal Federal a validade da lei complementar já para estas eleições.

A vereadora do Rio Andrea Gouvêa Vieira, do PSDB, teme que as limitações impostas ao projeto acabem gerando um retrocesso na luta contra a corrupção, dando a impressão de que tudo foi resolvido.

Ela teme sobretudo que os partidos políticos, com base na legislação, se sintam cobertos para dar legenda a candidatos “ficha suja”, que, não sendo atingidos pela legislação aprovada, posarão de “ficha limpa”.

O deputado Chico Alencar concorda: “Não podemos vender ilusões e dizer, como ouvi ontem aqui na Câmara, que ‘acabou a corrupção, e que agora o Brasil só terá eleições limpas’ e candidaturas cândidas, puras, maravilhosas.

Muitos ‘fichas escondidas’, sujíssimas, seguirão sendo candidatos”.

Também Rosangela Giembinsky, do Movimento Voto Consciente, é da mesma opinião: “Não acho que este projeto resolve todas as questões. Sabemos que precisamos de uma Justiça mais ágil, existem outras medidas que vão contribuir para que avancemos ainda mais. Mas que a nova lei é um avanço, isso é indiscutível”, diz ela.

Agora, o projeto e as dificuldades estão no Senado, que não tem o mecanismo da Câmara de votar em sessões extraordinárias outros projetos que não medidas provisórias.

O líder do governo, senador Romero Jucá, já sinalizou que, por ele, o projeto não terá encaminhamento de urgência.

Tudo indica que ele será o líder da protelação da análise do projeto no Senado, se não tentar simplesmente derrubá-lo.

PAINEL DA FOLHA

Caminho de volta
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/05/10

Embora dirigentes do PT digam que resistirão à pressão do clã Sarney para reverter à força a decisão da seção maranhense de apoiar Flávio Dino (PC do B) ao governo, há complacência com a movimentação de petistas locais alinhados com Roseana (PMDB).
O PT maranhense havia marcado para o dia 22 uma reunião na qual, em tese, seria definido o restante da chapa encabeçada por Dino. Mas está em curso uma articulação para que nesse encontro ocorra nova votação sobre a questão do apoio, sob o argumento de que a vitória anterior se deu por dois votos. Aliados de Dino acusam Roseana de ter oferecido tudo e mais um pouco em seu governo ao PT para virar o placar.


Beija mão. Roseana Sarney esteve ontem com o pai, José Sarney, no Planalto para uma conversa com Lula.
Sinergia. Esclarecimento para quem estranhou o fato de o crack ser o tema de um dos novos comerciais do PT estrelados por Dilma Rousseff: em conversa com integrantes da CNBB, Lula afirmou que, em breve, o governo lançará uma ampla proposta de combate ao uso da droga.
I'll be back. Também ontem, em encontro com representantes da Contag, Lula avisou: "Não se assustem se, quando eu sair do governo, vocês me virem em nova caravana". Em seguida, porém, disse que não será um ex-presidente cheio de palpites sobre o governo do sucessor.
Lost. Para ilustrar o problema da falta de policiamento das fronteiras durante entrevista ontem com José Serra (PSDB), Ratinho utilizou um grande mapa em que o Brasil parecia ao telespectador uma ilha, todo cercado de azul. Para completar, o apresentador do SBT mostrava o ponto em que Mato Grosso do Sul faz divisa com o Paraguai e dizia: "Olha aqui a nossa costa".
Em resumo. Do ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), explicando em seu "ex-blog" a decisão do TSE sobre coligações: "A + B + C + D estão coligados para governador. Pode haver a criação de duas coligações A + B e C + D ou A + B + C e D sozinho, de modo que cada uma dessas configurações possa lançar dois candidatos ao Senado? Resposta: NÃO".
Sujou... Nos bastidores, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, demonstrou profunda contrariedade com a "irreverência" do secretário Nacional da Justiça, Romeu Tuma Jr., ao anunciar suas "férias" (que de férias não têm nada, pois é sabido que ele não voltará). A frase de Tuminha - "vou pegar um sol e volto quando estiver moreninho"- pegou mal até no Planalto.
...mas não tanto. De início em dúvida sobre a necessidade de ejetar o secretário, acusado de ligação com a máfia chinesa, o Planalto, uma vez convencido da inevitabilidade da medida, orientou a Justiça a encontrar um desfecho "leve" para o impasse.
Irrevogável. Romeu Tuma (PTB-SP) diz que a decisão do TSE selando o caráter "solteiro" de sua candidatura não o fará desistir da reeleição ao Senado: "É irreversível". Sobre o filho encrencado, afirma: "É um rapaz sério".
Calendário. O PTB bateu o martelo: a convenção nacional será em 19 de junho. A da seção paulista, que lançará Tuma, em 26 de junho.
Sem opção. O entendimento do TSE de que a coligação estadual deve se repetir em todos os cargos majoritários praticamente sepulta a possibilidade de Soninha (PPS-SP) concorrer ao Senado. Ela descarta tentar vaga na Câmara: "Depois de minha experiência como vereadora, perdi a vontade de ser parlamentar. A exceção era o Senado, uma Casa diferenciada".
Outra história. Na tentativa de lançar Aspásia Camargo ao Senado, o PV do Rio apresentará nova consulta ao TSE. Alega que, com candidato próprio à Presidência, ela poderia sair de forma avulsa.

com LETÍCIA SANDER e GABRIELA GUERREIRO
Tiroteio
É lamentável que, devido a más companhias ou desinformação, Hélio Costa inicie a campanha falando asneiras, na tentativa de desqualificar a administração exitosa de Aécio Neves. 

Do deputado RODRIGO DE CASTRO (PSDB-MG), em resposta ao peemedebista, segundo quem houve "maquiagem" no "choque de gestão" do tucano, que teria ainda "investido pouco na área social".
Contraponto
Genérico Durante reunião realizada na tarde de terça-feira passada entre líderes das bancadas na Câmara e o novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), recebeu elogio do colega Fernando Coruja (PPS-SC):
-O senhor é um democrata!- bradou Coruja.
O líder do DEM, Paulo Bornhausen (SC), brincou:
-Que bom! Mais um filiado ao nosso partido!
Temer ficou vermelho, como costuma acontecer quando se vê em alguma saia justa, e tentou sair de fininho:
-Veja, democrata é uma expressão universal...

MÍRIAM LEITÃO

Ritmo acelerado 
Miriam Leitão 

O Globo - 13/05/2010 

O PIB do Brasil pode crescer 7,5% este ano. O Itaú Unibanco divulgou essa previsão, dias depois de o Bradesco ter revisto a projeção para 7%. Quem não está perto desse número avisa que está revendo os cálculos. Setores empresariais estão elevando suas apostas de altas de vendas. O economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, disse que o Brasil cresceu a uma taxa anualizada de 12% no primeiro trimestre.

— Nossos cálculos indicam que o país deve ter crescido 3% no primeiro trimestre deste ano, o que é uma taxa chinesa. Mesmo se incluirmos uma queda para um crescimento de 1,1% nos outros trimestres, o crescimento vai para 7%.

O número é absolutamente realista. Pode ser um pouco mais baixo, da mesma forma como pode chegar a 8% — diz Goldfajn.

O Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco também reviu a projeção para o PIB de 6,4% para 7%. A mudança foi provocada por números mais fortes da produção industrial, das vendas do varejo e da taxa de desemprego, que vieram melhores do que o esperado.

Ontem, o IBGE divulgou que as vendas do comércio cresceram 12,8% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em março, o volume de vendas cresceu 1,6% em relação a fevereiro.

A MB Associados também acabou de rever seu número de 6% para 6,6%. O Credit Suisse prevê crescimento de 6,5%, mas avisou que o número está em revisão. A Tendências Consultoria também revisou sua estimativa, de 5,2% para 6%. O Boletim Focus sobe há oito semanas seguidas a previsão do PIB, que já está em 6,26%.

Como era de se supor, as expectativas de inflação também têm se elevado. Há 16 semanas seguidas a projeção para o IPCA sobe na pesquisa realizada pelo Banco Central e agora já está em 5,5%.

Na conversa com setores e empresas, os números impressionam.

A Coca-Cola soma 24 trimestres ininterruptos de crescimento no Brasil.

O aumento das vendas no primeiro trimestre deste ano, de 12%, é três vezes maior que no mesmo período de 2009. O desempenho da empresa no país contrasta com os números no resto do mundo.

No mesmo período, houve crescimento de 3% das vendas globais e de 4% na América Latina.

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) disse que no primeiro trimestre deste ano foram abertos 9.160 postos de trabalho, um aumento de 5,73% em relação a dezembro.

A Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) informou que as vendas no primeiro trimestre tiveram aumento de 8,61% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) a alta no faturamento foi de 20,2% nos três primeiros meses do ano. O setor de shopping centers registrou alta de 14% nas vendas do primeiro trimestre, e o presidente da Abrasce, Luiz Fernando Veiga, disse que elas podem fechar o ano em 15%.

O Bradesco argumenta que as melhores condições de emprego e renda permitiram que o consumo continuasse forte mesmo após a retirada de uma parte dos benefícios fiscais dados pelo governo. O banco projeta que a indústria crescerá 12,7%; o comércio, 10,8%; e o desemprego médio atingirá o mínimo histórico de 7,1% em 2010.

Os dados do mês de abril e do início de maio “mostram que a desaceleração da atividade tem sido pequena, resultando em sustentação de um crescimento acima do potencial também no segundo trimestre”, diz o Bradesco.

O problema desse ritmo é que ele está sendo acompanhado por inflação. A projeção do Bradesco para o IPCA deste ano subiu para 6%, mas o banco alerta que há risco de superar o teto da meta, que é 6,5%. Para o IGPM, a previsão é de 8,7%: “O crescimento acima do potencial tem se dado com pressões inflacionárias que se revelam incompatíveis com o centro da meta e, hoje, ameaçam em algum grau o cumprimento da meta dentro da banda de tolerância do Banco Central. O solo para propagação da inflação e de recomposição de margens das empresas vem justamente do baixo desemprego e da elevada utilização da capacidade instalada.” Ilan Goldfajn não tem esse mesmo grau de preocupação.

Ele projeta a inflação em 5,5% este ano e os mesmos 5,5% no ano que vem. Um pouco acima dos 5,26% do acumulado em 12 meses até abril.

— Nós achamos que o Banco Central vai subir juros para 11,75% este ano (está em 9,5%) e para 13% no ano que vem. Esse é um aumento forte de juros, que conterá as pressões inflacionárias.

Além do aperto monetário, acreditamos que haverá também queda dos estímulos fiscais e creditícios para desacelerar o ritmo de crescimento — diz Goldfajn.

O Bradesco também acredita que o Banco Central vai subir os juros até 13% nos primeiros meses do ano que vem, para que a economia desacelere para 4,5% em 2011. O banco diz que a crise externa não o leva alterar o cenário base.

Ilan acha que o mundo também acelerou o ritmo de recuperação. A previsão do Itaú Unibanco é que o mundo vai crescer 4,5%: — Os Estados Unidos vão crescer mais do que o calculado, a China também vai crescer mais, o Japão está se recuperando. Só a Europa é que terá um grande período de baixo crescimento. O pacote do fim de semana na Europa conseguiu resolver um problema de curto prazo, mas por décadas o continente pode ter queda do ritmo de crescimento.

No seu relatório, o Itaú Unibanco diz que, “apesar das instabilidades globais”, o banco está “reforçando o cenário base para o crescimento brasileiro.” O país está de fato em ritmo de recuperação forte, depois do recessivo ano de 2009. Os bancos acham que o Banco Central vai subir juros durante todo este ano e no ano que vem. Não entra na equação aparentemente que este é um ano eleitoral e juros é um tema polêmico.

JAPA GOSTOSA

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Caixa passa Santander em ranking de ativos 
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 13/05/2010

A Caixa Econômica Federal passa o banco Santander e volta ao quarto lugar no ranking dos bancos brasileiros por ativos.

No balanço que será divulgado hoje, o banco público registra R$ 364 bilhões em ativos e supera os R$ 342 bilhões que constam dos resultados do Santander divulgados em abril.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a Caixa cresceu 16,6% em ativos, muito mais que as demais instituições financeiras que já publicaram seus balanços.

À frente dos principais bancos em ativos, e a sinalizar maior expansão do crédito, o Bradesco teve alta de 10,5%. O Santander teve aumento de 3,8%, enquanto o Itaú Unibanco, 1,6%. O Banco do Brasil ainda não divulgou os resultados.

Na Caixa, a modalidade de crédito que mais cresceu neste ano foi habitação, com alta de 10,3%. Na pessoa física, que é basicamente crédito consignado, o aumento foi de 7,1%. O financiamento à pessoa jurídica avançou 3,8%.

A inadimplência, acima de 90 dias, continuou a cair no trimestre. No crédito comercial, que exclui habitação recuou de 3,8% para 3,2%. Na habitação, a inadimplência ficou estável. A expectativa no banco é crescer ainda mais com o Banco PanAmericano, que vai entrar no financiamento imobiliário.

O PanAmericano, em que a CEF tem 49% do capital votante, atuará como correspondente bancário da Caixa, e oferecerá as mesmas condições de financiamento que o banco federal. Até setembro, o crédito imobiliário estará disponível apenas no Feirão da Caixa na Grande São Paulo.
Decolagem
A Helibras, fabricante brasileira de helicópteros, superou no primeiro trimestre deste ano as vendas de todo o ano passado. A empresa comercializou 15 aeronaves em 2009, enquanto, nos três primeiros meses deste ano, esse número chegou a 18. "A expansão se deve à recuperação do mercado, que foi abalado pela crise, e pela linha de crédito especial do BNDES", diz Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras. Essa linha de financiamento, que faz parte do Programa de Sustentação do Investimento criado para financiar a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais, iria terminar em junho, mas foi prorrogada em março pelo governo para vigorar até dezembro. Os juros são de 4,5% ao ano, até junho, e de 5,5% ao ano a partir de 1º de julho, com prazo de pagamento de dez anos.
Refresco
A General Brands, dona dos sucos Camp, que exporta para Cuba há cerca de cinco anos sem inserir sua marca no produto, passará a incluir seu nome no rótulo da bebida enviada à ilha. "O pré-mix do suco sempre foi mandado para Cuba em sacos de 50 quilos. Quando chega a Havana, uma fábrica coloca em embalagem própria", diz Isael Pinto, fundador da General Brands do Brasil. A empresa exportava 20 toneladas do pré-mix por mês e agora passa a enviar também outras 15 toneladas mensais do produto acabado com a marca Camp. "É difícil comercializar em Cuba com marca estrangeira. Para nós, a aceitação pelo governo talvez tenha ocorrido devido à relação preexistente", diz o empresário, que planeja levar outros produtos para mostrar aos cubanos: o chocolate Di Sapore, a gelatina Camp e o chiclete Gang.
Troca
O Banco do Brasil substituiu 2.100 dos 3.800 terminais de autoatendimento da Nossa Caixa. O objetivo da instituição é efetuar a troca de todas as máquinas até o final de junho. Com a substituição, os clientes do banco paulista terão quase 300 transações automatizadas, de acordo com a instituição. Desde o início de março do ano passado, os clientes da Nossa Caixa podem realizar saques e consultas gratuitamente nos quase 50 mil terminais do Banco do Brasil em todo o país.
Municipal
Com organização da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), foi criado ontem o Fórum de Prefeitos das Capitais do Nordeste. De acordo com a entidade, o Nordeste ainda possui a menor taxa de investimento em realizações de obras, desapropriações e aquisições de equipamentos. Em 2008, os municípios da região investiram 10,8% das despesas totais das cidades, o que corresponde a R$ 5,8 bilhões, segundo o anuário Multi Cidades. O Sudeste investiu o equivalente a 13,7% das despesas.
Airbag
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) traz ao Brasil um equipamento para teste de permeabilidade ao ar em airbags. De acordo com o instituto, o investimento abre a possibilidade de montadoras testá-los no país. O teste do IPT verifica a impermeabilidade do tecido ao ar e sua resistência. A partir de 2014 será obrigatória a instalação de airbags na frota nacional de carros.
Árabes
As exportações brasileiras para os países árabes devem bater recorde neste ano, ultrapassando os US$ 10 bilhões, segundo Salim Schahin, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. "Há grande expectativa para as exportações de minério de ferro e de aviões", diz. Neste ano, até abril, as vendas externas para a região somam US$ 2,9 bilhões, com alta de 15% sobre 2009.

CLÓVIS ROSSI

É a democracia, estúpidos
CLÓVIS ROSSI
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/05/10


MADRI - A discussão em torno da autonomia absoluta do Banco Central, levantada por José Serra, é na verdade a propósito da democracia.
Democracia pressupõe que o eleitor escolha alguém (no Brasil chamado presidente da República), que tomará as decisões que julgar convenientes, entre elas o nível dos juros, o câmbio, o deficit ou superavit fiscal adequado.
Democracia não pressupõe que um funcionário subalterno tome tais decisões à revelia do presidente. É simples assim.
O raciocínio subjacente à tese de que o Banco Central pode fazer o que quiser e o presidente da República não tem que se meter é radicalmente antidemocrático.
Pressupõe que o tal de povo pode, de repente, eleger um maluco para a Presidência (maluco do ponto de vista dos mercados, aos quais o Banco Central presta a maior reverência). Para contrabalançar esse risco, é preciso ter alguém sensato (sensato do ponto de vista dos mercados) para evitar maluquices.
Levado ao limite, tal raciocínio acabará por dispensar o voto popular, transferindo a escolha de uma boa vez para os sábios do mercado -os mesmos que estão na raiz da brutal crise ainda em curso.
A primazia da política sobre os mercados apareceu ontem em artigo para "El País" de Felipe González, que pode ser acusado de muita coisa, menos de antimercado. Foi ele quem, como líder do Partido Socialista Operário Espanhol, limou o marxismo ainda existente no programa partidário.
Como presidente do governo, levou a Espanha à Comunidade Europeia, o segundo maior centro capitalista do mundo, após os EUA.
González cobrou a regulação do sistema financeiro com este argumento: "Se não os regularmos [os mercados], eles acabam por regular-nos [aos governos e à sociedade], a seu capricho especulativo e com custos insuportáveis".
Serra já tem com quem falar.

GOSTOSA