sexta-feira, abril 17, 2009

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

O governo Lula no seu pior estado


Folha de S. Paulo - 17/04/2009
 


Um pouco de verdade nas justificativas oficiais para a redução do superávit primário não faria mal a ninguém

O PROCESSO de decisão sobre mudanças no superávit primário para 2009 mostra o que de pior tem o governo Luiz Inácio Lula da Silva: hesitação, confusão de conceitos e mistificação da opinião pública. Até as pedras sabem que a aproximação do ano eleitoral de 2010 está no centro dessa questão. O acaso, que tanto afeta a vida dos governantes nesta era da democracia de massas, tirou de Lula os benefícios de uma economia que crescia de forma exuberante. Em uma situação mais tensa, com a perspectiva de uma batalha eleitoral no mínimo equilibrada, o governo deixou de lado o discurso racional dos últimos anos. 
Assistimos agora a um debate dentro do governo entre os que colocam a disputa eleitoral como centro de suas ações e alguns membros da equipe econômica que procuram navegar na crise econômica com um mínimo de cuidado. Os sinais externos desse conflito são assustadores. Os agentes políticos já perceberam essa armadilha e passaram a exercer uma pressão sobre o governo que excede os limites do razoável. 
Tomemos o exemplo dos prefeitos. Seus Orçamentos foram feitos no pressuposto da manutenção da bonança dos últimos anos. Poucos foram os que, aos primeiros sinais da crise, definiram Orçamentos menos ambiciosos. Acreditaram piamente na imagem oficial da marolinha. Posteriormente, em um alegre encontro em Brasília, ouviram as doces palavras de um presidente à beira da euforia. Agora foram acordados desse sonho pela dura realidade da arrecadação fiscal nos primeiros meses do ano. Personagens-chave na campanha eleitoral do próximo ano, colocaram uma faca no pescoço de nosso presidente, e a chantagem triunfou. Também no governo federal a realidade de uma arrecadação em queda cobrou seu preço.
Os gastos com pessoal e benefícios da Previdência Social, contratados na época da euforia e a serem pagos neste ano de vacas mais magras, comprometerão o Orçamento federal. O espaço de redução de despesas -principalmente no item investimentos- é muito pequeno para compensar os erros cometidos. Além disso, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é uma das marcas da possível candidata oficial nas eleições de 2010 e não pode ser ainda mais desmoralizado. A única solução possível é a redução do superávit primário. 
Pressionado, o governo reagiu no estilo Lula: com mistificação da opinião pública por meio da manipulação de conceitos e dos números. Aproveitando-se da crise, carimbou a redução do superávit primário como medida anticíclica. Para defender-se, um gaguejante ministro da Fazenda apontou o aumento do déficit fiscal decidido em Brasília como um dos menores entre as maiores economias do mundo. Não diferenciou, entretanto, a qualidade do esforço fiscal em outros países -estes, sim, de natureza anticíclica- com o nosso. 
Aumentar os gastos com salários de funcionários públicos em 27% não é medida anticíclica nem no Brasil de Lula, nem na China de Mao e, muito menos, nem na nova China da dupla Hu-Wen. A mesma observação vale para as prefeituras que vão usar os recursos adicionais apenas para gastos correntes. 
Medidas anticíclicas de verdade abrangem controle estrito do custeio, redução de impostos -como o do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros- e aumento de investimentos produtivos. Um pouco de verdade nas justificativas oficiais para a redução do superávit primário não faria mal a ninguém. 

DIOGO MAINARDI

PODCAST
Diogo Mainardi

16 de abril de 2009
  

Texto integral
A PF e a Bósnia

A PF está balcanizada. Quem a definiu assim pela primeira vez foi Reinaldo Azevedo. Mais um acerto dele.

Duas semanas atrás, recebi um relatório produzido pela PF sobre Victor Martins e a ANP. Por que o relatório me foi encaminhado? Simples: em minha coluna, eu já citara Victor Martins e seu Big Brother - Franklin Martins. Eu já fora até processado por esse motivo. Os agentes da PF imaginaram que eu pudesse me interessar pelo assunto. E eu me interessei. Muito.

Se a PF está balcanizada, os agentes que me mandaram o relatório sobre Victor Martins e a ANP podem ser comparados aos bósnios de Mostar. Apesar de isolados, com suas pontes bombardeadas, eles ainda tentam resistir aos Karadzic do petismo. O que eu posso garantir é o seguinte: o relatório foi produzido por uma etnia da PF e foi engavetado por outra etnia da PF, que tenta aniquilar a primeira.

Nessa guerra de PF contra PF, Protógenes Queiroz desempenhou um papel marginal: o sargento ignorante e inescrupuloso que seguiu as ordens de seus superiores e cometeu uma série de abusos, uma série de ilegalidades. Seus superiores: Paulo Lacerda e, segundo o próprio Protógenes Queiroz, Lula.

Ninguém entende direito o envolvimento de Lula nessa história. Eu tenho uma ou duas suspeitas. A Satiagraha foi montada depois que Veja publicou uma reportagem revelando que Daniel Dantas tinha uma lista de contas em paraísos fiscais que pertenceriam às maiores autoridades do governo. Entre elas, Paulo Lacerda e Lula. Qual poderia ser a meta da PF e da Abin? Descobrir que dados Daniel Dantas realmente possuía. E se esses dados se referiam a contas verdadeiras ou falsas. Quando Daniel Dantas concordou em vender a Brasil Telecom para a Andrade Gutierrez, Lula decidiu encerrar a Satiagraha. Mas a máquina da PF e da Abin, como o computador Hal, de "2001", já fugira do controle, voltando-se contra os seus criadores.

Na CPI do Grampo, Protógenes Queiroz sugeriu que os documentos da Kroll, a empresa que Daniel Dantas contratou para espionar a Telecom Italia, fossem abertos. Ninguém fará isso, porque a Kroll flagrou um monte de gente ligada ao petismo. Por esse mesmo motivo, ninguém investigou a contraespionagem da Telecom Italia, que rendeu um processo na Itália contra seus dirigentes. Nesse processo eram citados - sempre eles - Paulo Lacerda e Lula. A denúncia dos procuradores milaneses contra a Telecom Italia é também uma das maiores provas da espionagem encomendada por Daniel Dantas. Os hackers italianos introduziram um cavalo-de-tróia no computador de um agente da Kroll. Depois disso, passaram a receber automaticamente todos os seus relatórios secretos. É o que consta do processo italiano: Daniel Dantas espionou, a Telecom Italia contraespionou.

O resultado da PF balcanizada é esse: o caso da ANP foi engavetado, o caso da Kroll foi engavetado, o caso da Telecom Italia foi engavetado. Quase sempre contando com a sabotagem de picaretas remunerados para abafá-los. O caso da Telecom Italia tem até um blogueiro que, para fazer seu trabalhinho sujo, assinou um contrato de 180 mil reais por ano com a TIM, que pertence à própria Telecom Italia. Quando a guerra acabar, será preciso reconstruir a ponte de Mostar.

PARA...HIHIHI

PORTUGA

DOIS BASTAM
- Você sabe quantos portugueses são necessários para afundar um submarino?
- Dois. Um bate na porta, o outro abre!

SELF-SERVICE
- Como é restaurante por quilo de português?
- O cliente é pesado, na entrada e na saída.

NO SUPERMERCADO
- Por que o português, cada vez que compra uma caixa de leite, abre-a, ali mesmo, no supermercado?
- Porque na caixa está escrito : 'Abra aqui.'

MARIA
Maria, a mulher do Manuel, foi fazer exame de fezes e colocou a latinha com o conteúdo do exame em cima do balcão.
A recepcionista solicitou:
- Dá prá senhora colocar o nome, por favor?
A lusitana não hesitou e escreveu: MERDA.

AINDA MARIA
Maria vai ao ginecologista reclamando que não consegue engravidar.
*Por favor, tire a roupa e deite-se naquela maca
- diz o médico, preparando-se para examiná-la.
E ela indecisa:
- Mas, doutor! Eu queria tanto que o filho fosse do meu Manuel!

CELULAR
- Você sabe por que o português sempre deixa o celular em cima da máquina de lavar?
- Para não ficar fora da área de serviço!

ÓCULOS MÁGICO

O Português foi pro Japão e comprou um par de óculos cheio de tecnologia que mostrava todas as mulheres peladas. Manuel coloca os óculos e começa a ver todas as mulheres peladas, ele se encanta. Poe os óculos, peladas! Tira os óculos, vestidas! Que maravilha! Ai Jesus! E assim foi Manoel para Portugal, louco para mostrar a novidade para a mulher (Maria). No avião, se sente o máximo vendo as aeromoças todas peladas. Quando chega em casa, já coloca os óculos para pegar Maria pelada. Abre a porta e vê Maria e o Compadre no sofá pelados. Tira o óculos, pelados! Poe os óculos, pelados! Tira, pelados! Poe, pelados! E Manuel diz: - 'Puta que pariu! essa merda já quebrou!'

PANORAMA POLÍTICO

Prévias em 2010

Ilimar Franco
O Globo - 17/04/2009
 

O comando do PSDB bateu o martelo. Vai realizar as prévias para escolher o candidato do partido à Presidência da República, como quer o governador Aécio Neves (MG). Mas a consulta será feita em fevereiro ou março do ano que vem, como quer o governador José Serra (SP). Na próxima semana, a Executiva vai analisar as propostas de formato e decidir quais os tucanos que poderão votar.

O socorro para os estados será diferente

O governo Lula não pretende dar aos estados o mesmo tratamento que deu aos municípios. Estes receberam auxílio financeiro direto e não vão precisar devolver recursos à União. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) explica que o pacote para os estados prevê “a antecipação de receitas, a concessão de empréstimos e a diminuição da contrapartida nas obras do PAC”. Quanto à questão das dívidas dos municípios com o INSS, alvo de cobranças do presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, Bernardo adverte: “Calote não; o que podemos fazer é aprovar no Congresso um parcelamento do débito”.

Um plebiscito atende mais ao interesse da oposição que ao do governo” — Eduardo Campos, governador de Pernambuco (PSB), ao defender que sejam lançadas duas candidaturas governistas à Presidência

RESISTÊNCIA. Os líderes dos partidos na Câmara e no Senado fecharam um acordo secreto. Eles não vão colocar em votação as Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) dos Vereadores e dos Delegados. O governo federal e os governadores dos estados não querem nem ouvir falar dessas PECs. Aprovadas, elas representariam um rombo nas finanças públicas. Na foto, vereadores cercam o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Menos impostos

O empresário Jorge Gerdau, da Ação Empresarial, acertou com o presidente da Comissão da Crise, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que em maio apresentará proposta de desoneração tributária de exportações, investimentos e folha salarial.

A volta

Foi criada na internet, pelo deputado Geraldo Pudim (PMDB-RJ), apágina www.voltagaroti-nho.com.br. Anthony Garotinho quer anunciar sua candidatura ao governo em setembro. Até lá, busca apoio no interior do Rio.

O que mais afeta os brasileiros

Levantamento prévio da campanha Brasil Ponto a Ponto, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, mostra que a educação é o tema que mais afeta a vida dos brasileiros. Foram ouvidas até agora 360 mil pessoas. Um quinto das respostas foi analisado, e a educação corresponde a 20%. O resultado será usado para a escolha do tema do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil.

O cochilo da oposição no Senado

O diretor da ANP Victor Martins enviou ofício à Comissão de Infraestrutura do Senado oferecendo-se para dar explicações sobre as denúncias de fraude na distribuição de royalties do petróleo para os municípios.

O documento foi lido ontem pelo presidente da comissão, Fernando Collor (PTB-AL), e os oposicionistas presentes não se manifestaram.

O ofício foi engavetado por falta de apoio.

Victor vai falar na Comissão de Minas e Energia da Câmara, na próxima semana.

O PARECER do advogado José Afonso da Silva, adotado pela OAB, diz que, se o STF aprovar a extradição do italiano Cesare Battisti, o Executivo não é obrigado a fazê-lo por já ter concedido refúgio.

O PRESIDENTE do PTB, Roberto Jefferson, se refere a uma chapa presidencial Dilma Rousseff-Sérgio Cabral como uma “dupla para subir no pódio”.

O PETISTA Chico D´ Angelo (RJ) critica a mudança na direção do Hospital Ipanema: “É lamentável a volta do critério não técnico na nomeação dos diretores dos hospitais federais no Rio”.

INFORME JB

O intensivão de Ciro nos EUA


Jornal do Brasil - 17/04/2009
 

O PSB está animado com a candidatura, praticamente acertada, do deputado Ciro Gomes (CE) à Presidência da República ano que vem, queira o Palácio do Planalto ou não. O partido chegou à conclusão de que Ciro não só pode ser uma opção do presidente Lula contra o PSDB como tem grandes chances de ir para o segundo turno e forçar o aliado PT a entrar na coalizão. Para tanto, como já noticiou a coluna, Ciro, um economista e ex-ministro, vai passar três semanas na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ele tratou com a cúpula do partido que se dedicará a estudar a crise, que lá começou, e trazer um bom diagnóstico que o ajudará a debater o assunto aqui, entre colegas, e na campanha do ano que vem.

Casa vazia

A posse do prefeito de Vitória, João Coser (PT), como presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, ontem, em Brasília, deixou o Senado assim: vazio, como mostra a foto, tirada às 17h. A Frente é tida como governista.

Oi, gente

Na tribuna, Sérgio Zambiasi (PTB-RS) se esforçava para chamar a atenção de Mão Santa (PMDB-PI), Marina Silva (PT-AC), e os democratas Maciel (PE) e Heráclito Fortes (PI).

Enamorado

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, é um romântico. Cancelou a agenda que o prenderia noite adentro no gabinete para namorar a mulher Carolina, aniversariante, com que foi jantar.

Zeca reloaded

Zeca do PT, que surge com cavanhaque, diz que uma pesquisa encomendada pelo partido o coloca 5% na frente dos adversários no Mato Grosso do Sul. O ex-governador quer voltar ao cargo, e enfrentará Andre Puccinelli.

Rio rural

Termina amanhã o I Congresso Rio Eco Rural em Nova Friburgo (RJ), promovido pela Comissão de Agricultura da Alerj, que tem como entusiasta o deputado Rogério Cabral.

Mercato aperto

Quem deve passar pelo evento na serra fluminense é o italiano Paolo Franchetti, dono da Energia Nuova, empresa que está em entendimento com a Embrapa para fabricar biodiesel a partir do pinhão manso.

Garotinho light

Anthony Garotinho passa por uma dieta forte de emagrecimento. Tudo para a campanha do ano que vem. Seu refúgio, depois do Carnaval, foi um spa no balenário de Guarapari (ES).

Ex-ministro

Garotinho continua a cuspir fogo contra o presidente Lula. "Acho que ele nunca me perdoou por não ter aceito ser seu ministro", confidenciou a um amigo.

Apagão oculto

Na quarta, passageiros em conexão no aeroporto de Curitiba passaram um sufoco à tarde e início da noite porque, segundo foi informado, um "radar" estava quebrada e prejudicou o sequenciamento de aviões.

Depois da chuva...

O governo de Santa Catarina, depois da tragédia com as chuvas do fim do ano, agora tem outra preocupação. Ordenou um levantamento de todas as cidades prejudicadas pela seca no estado. E são dezenas.

CELSO MING

Cobranças a Obama


O Estado de S. Paulo - 17/04/2009
 
O presidente Barack Obama tem hoje seu primeiro encontro com os chefes de Estado das Américas na reunião de cúpula que será realizada em Trinidad e Tobago.

Não há consequências econômicas imediatas a esperar desse evento. Mas não dá para negar sua importância estratégica num momento de grande transformação.

Desta vez, o presidente dos Estados Unidos não pode culpar nenhum país do continente pela crise que aí está, a não ser o dele próprio. A todo momento terá de enfrentar declarações, insinuações ou mesmo subentendidos de que esta crise é coisa dos gringos, como o presidente Lula já chegou a dizer: "Foi provocada por brancos de olhos azuis."

A maior transformação talvez não tenha ainda sido integralmente percebida pela maioria dos observadores. Tem a ver com o crescimento da importância das potências asiáticas.

Para entender esse ângulo é preciso voltar ao final do século 19 e início do 20, quando a grande potência emergente foram os Estados Unidos. Eram em quase tudo autossuficientes. Tinham em abundância energia (petróleo), alimentos, matérias-primas, capitais e recursos humanos. Por isso, seu crescimento pôde ocorrer sem o concurso de praticamente toda a América Latina. Foram relativamente poucos os produtos que o quintalzão cucaracho forneceu à potência em ascensão. Talvez um pouco de cobre do Chile, estanho da Bolívia e uma sobremesa do Brasil, o café.

Esta foi a principal razão pela qual a América Latina foi quase totalmente ignorada por tantos anos e por que foi tão difícil financiar a industrialização por aqui.

O final do século 20 e começo do 21 está sendo escrito com letras de outro alfabeto. Ao contrário do que ocorreu com os Estados Unidos, as potências emergentes da Ásia, especialmente China e Índia, não dispõem de energia, alimentos e matérias-primas em quantidade suficiente para garantir seu salto econômico. Dependem de fornecimento externo. A nova equação altera a importância estratégica da América Latina na economia global, num quadro de perda de hegemonia dos Estados Unidos e ascensão de novos emergentes. É o centro da gravidade do planeta sendo deslocado para a Ásia.

O presidente Obama enfrentará em Trinidad e Tobago três cobranças. A primeira corresponde às consequências do que o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, anunciou no fim da reunião de cúpula do Grupo dos 20, realizada dia 2, em Londres: "Acabou o consenso de Washington." Se isso é assim e se as antigas exigências baseadas na rigorosa disciplina fiscal, na privatização e no livre-comércio já não servem como antes para modelar o crescimento, o que significa do ponto de vista americano a prática do novo ordenamento econômico do Hemisfério?

A segunda cobrança tem a ver com a única grande ausência desta Cúpula das Américas: o tratamento a ser dado a Cuba. Obama vai ser instado a revogar o último grande entulho da guerra fria, o boicote que isola a economia cubana desde 1962.

A terceira cobrança será o pedido de uma espécie de compensação a ser proporcionada pelo governo americano pelos prejuízos sobre a economia latino-americana causados pela atual crise, que estrangulou o crédito, derrubou o comércio e aprofundou o desemprego na região.

A bola está com o presidente Obama. A ver como ele chuta.

Confira

Devagar, mas forte - No período de 12 meses terminado em fevereiro, as vendas do varejo cresceram 3,8%. Nas circunstâncias, não é pouco. Além disso, as estatísticas dos supermercados mostram que em março esses números serão ainda melhores.

REUNIÃO DO PT


BRASIL S.A

Razões ocultas


Correio Braziliense - 17/04/2009
 

Receita tributária dispara, mas governo destaca a queda, sugerindo um pessimismo de ocasião


Estranho, muito estranho. A arrecadação de impostos federais e de contribuições previdenciárias cresceu em março admiráveis 18,08% a preços correntes em relação a fevereiro ou 17,84% em termos reais, abatida a inflação pelo IPCA, mas todo o foco foi desviado para a comparação com 2008, quando não havia crise e, portanto, a receita tributária batia recordes e bombava. Qual a jogada, se há alguma? 

O resultado foi atípico? Não parece. Ele poderia expressar muitas coisas, tipo recolhimento excepcional de um ou outro tributo, mas o destaque em março é que não houve grandes destaques. O aumento da receita expressa recuperação da economia, o que, se supõe, seja desejo não só do governo Lula, mas dos governos de todos os países afundados na primeira megarrecessão sincronizada em escala global. 

Quer dizer que, com poucas medidas anticrise, já se pode estar no caminho de volta, uma meta ainda distante em quase todo o mundo, e dispensar ações mais agressivas — sobretudo fiscais, que não saem de graça à sociedade, têm custo e serão cobradas adiante, com mais carga tributária ou mais dívida e juros ou tudo isso de uma vez. 

Ok. E o que foi estranho? A Receita Federal ter dado mais ênfase à comparação da arrecadação com março de 2008 — quando não havia crise —, magnificando que a retração foi a quinta consecutiva, e não o promissor salto sobre o mês anterior. Na exposição à mídia, com 13 slides, nenhuma tabela destaca a comparação encadeada. O foco é que em março sobre igual mês de 2008 houve queda nominal de 4,43% e real de 1,11%. No acumulado do trimestre, recuou 6,6%. 

Mais significativa para a formação de expectativa e sugerir o que pode estar vindo à frente seria destacar que o ritmo de queda da arrecadação total, que foi de R$ 53,2 bilhões em março, recuou de 11,5% em fevereiro sobre igual mês de 2008 para apenas 1,1% sobre março do ano passado, sempre descontando a inflação do período. 

Cauteloso, o coordenador de estudos da Receita, Marcelo Lettieri, escalado para expor os resultados, afirmou que “não dá para dizer ainda que há uma tendência de melhora”. Certo. Mas, segundo ele, a retração da receita tributária se deve a recuos da lucratividade das empresas, da produção industrial e das vendas no varejo, além de redução de impostos, como do IPI sobre carros, para estimular a economia. Ora! O incentivo fiscal é temporário. E, no que concerne à produção e ao comércio, não se vê agravamento, mas recuperação. 

Comércio sem crise 
Tome-se a pesquisa mensal do comércio do IBGE. O volume de vendas em fevereiro foi 3,8% maior que no mesmo mês de 2008 e acima do verificado em janeiro, quando cresceu 1,8% sobre dezembro. Estima-se aumento de 1,6% em março sobre fevereiro, o que, na avaliação da consultoria LCA, compensará toda a queda no quarto trimestre de 2008, de 0,5%. A economia está lenta. Mas é como se ela tivesse caído da escada e voltasse degrau a degrau. No mundo, nem isso. 

Em março, segundo a planilha do Caged, foram criados mais de 30 mil empregos líquidos, mas se destacou que o dado trimestral foi o pior da série. O presidente Lula culpa a imprensa pelo pessimismo. Será? No caso dos impostos, a fonte foi o próprio governo. 

Recuperação por si 
A situação da economia, nas análises seletivas do governo, parece ter algo com a máxima de um ex-ministro da Fazenda, flagrado dando a sua receita de transparência: “O que é bom a gente conta e o que é ruim a gente esconde”. Aumento da receita de impostos, indicador de carga tributária, governo algum gosta de realçar. Mas ela pode também falar sobre o pulso da economia, mantidas as alíquotas e a base de tributação, que, quando mudaram, foi para aliviar, caso do IPI. A evolução da receita, lida em conjunto com os indicadores de produção, consumo e emprego, mostra retomada da economia sem maior protagonismo das políticas anticrise anunciadas pelo governo. Esse é um primeiro patamar de reflexão: a economia se movimenta por si. 

Álibi para gastar 
Outra reflexão é que, se se volta à normalidade mais cedo do que se cogitava, não precisaria o governo, por exemplo, cortar a meta de superávit primário formado para pagar a dívida pública. É o que fez, liberando mais R$ 40 bilhões para gastos este ano, que podem chegar a R$ 70 bilhões. Para quê, se a economia se recupera? Para bancar os gastos de custeio? No primeiro trimestre eles cresceram 27% com pessoal, 22,3% com outros custeios, mas com investimentos avançaram apenas 11,7%. Essa seria a única justificativa válida. 

Crise vira desculpa 
Retomadas da economia durante crises longas podem ser voláteis e disfarçar agravamentos. Foi assim nos EUA, na depressão dos anos 1930. Mas aqui, com pouco ativismo fiscal e monetário, com a Selic ainda obesa, a economia parece sair da lama, o real se valoriza, o risco país está em queda, o grande desemprego não aconteceu. Mas o governo se enfiou na arapuca de conceder lautos aumentos salariais ao funcionalismo em 2008 antes da crise e o orçamento, de repente, ficou menor. Ao mesmo tempo surgiu a chance de o governo se exibir protagonista da retomada, reduzindo imposto, tirando do armário o programa de moradia popular. A crise deu centralidade ao governo.

ANCELMO GOIS

Gaiato no navio


O Globo - 17/04/2009
 

A procura é grande. Mas só uns 30 felizardos vão no Navio Polar Almirante Maximiano, que levará Lula para bater bumbo pelo início das operações no Campo de Tupi, dia 1ode maio.

É que são 53 militares na tripulação, imprescindíveis, e a capacidade total do barcão não passa muito de 80 pessoas.

Segue...

Alguns lugares já têm dono. Com Lula, irão os governadores Cabral, Serra e Hartung, os ministros Jobim, Sérgio Rezende e, claro, Dilma, e o comandante da Marinha, almirante Moura Neto.

O navio, com academia e cybercafé, tem 13 camarotes (quatro de quatro lugares e nove de dois). Lula ocupará o do comandante, maior e fora desta conta.

O problema é que...

Se dona Marisa for, como é esperado, haverá um problema a resolver: a cama do camarote de Lula é... de solteiro.

Como a viagem será de umas cinco, seis horas, pode ser que o casal queira... descansar.

Donna é ‘o cara’

Donna Hrinak, ex-embaixadora dos EUA no Brasil, foi homenageada ontem no Fórum Econômico da América Latina, no Rio, por Aloizio Mercadante.

O senador petista lembrou que foi Donna, em 2002, quem aproximou Bush de Lula.

Na época...

Não eram poucos os falcões no Departamento de Estado americano que desconfiavam de Lula, por achá-lo “esquerdista”.

Donna, então, convenceu Bush de que o Brasil não mudaria de rumo.

Obama & Lula...

Aliás, o Itamaraty deve criar um departamento só para se encarregar dos EUA (normalmente, é por regiões).

MERVAL PEREIRA

Mudança de tom

O Globo - 17/04/2009
 

Ao assumir a corresponsabilidade dos Estados Unidos pelo problema das drogas no México, não apenas no tráfico, mas também no consumo, o presidente Barack Obama deu ontem um passo adiante no que poderá vir a ser uma nova política antidroga que, embora mantenha a linha tradicional de combate militar a este crime, pode incluir a flexibilização do tratamento do usuário. Embora em entrevista pela internet Obama já tenha se declarado contrário a uma política nacional de descriminalização do uso de drogas, tudo indica que não faria oposição a iniciativas de estados e cidades que já têm leis e políticas mais flexíveis, o que vai ao encontro do documento da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia que esteve em debate na versão latino-americana do Fórum Econômico Mundial.

 

Em Viena, na reunião do Comitê de Entorpecentes da ONU mês passado que manteve as principais diretrizes da política internacional de combate às drogas, embora ainda liderando a coalizão pró-proibicionismo (EUA, Rússia, Japão, Cuba, Vaticano e Colômbia), a delegação americana se bateu pela inclusão na declaração política da troca de seringas para evitar a contaminação, o que a administração Bush não aceitava.

 

É provável que, a longo prazo, a política mude seu foco, passando a ações mais construtivas para reforçar os aspectos institucionais, sem abandonar o “combate implacável” aos traficantes.

 

Há uma expectativa de que uma eventual nova política dos Estados Unidos de repressão às drogas tome mais em conta a questão dos direitos humanos.

 

O presidente Barack Obama levantou muitas dúvidas com relação à violação dos direitos humanos no combate aos cartéis de drogas e ao terrorismo na Colômbia.

 

A política de “guerra às drogas” tem na Colômbia um exemplo paradoxal de ineficiência, com o investimento de milhões de dólares num programa que não teve efeito na redução do tráfico, mas que está tendo êxito na segurança interna e no combate à guerrilha.

 

Ambos os presidentes, Obama e Calderon, falaram ontem sempre em objetivos de curto e médio prazos, pois estão em meio a uma guerra que tem muitos temas delicados para superar, como por exemplo o banimento de armas de assalto e a proibição de venda de armamentos na fronteira entre México e Estados Unidos.

 

Nada menos que dez mil lojas de armas ficam na fronteira com o México, e mais de 90% da que são apreendidas no país têm origem nos Estados Unidos.

 

Embora Obama esteja procedendo de forma cautelosa, para não abrir uma controvérsia em tempo de crise, os sinais de uma mudança de política se avolumam.

 

Em sua viagem ao México, a secretária de Estado, Hillary Clinton, enfatizou a corresponsabilidade dos EUA pelo problema, e preocupação comum pelo contrabando de armas, o que foi ratificado ontem pelo presidente Obama.

 

No plano do discurso oficial, as autoridades do novo governo americano ainda não falam em “redução de danos”, mas já se fala em maior atenção ao “tratamento” e “recurso a cortes especiais de drogas”, em vez de enfatizar a criminalização e encarceramento.

 

A nomeação do ex-chefe de polícia de Seattle, Gil Kerlikowske, conhecido por uma postura aberta e inovadora, em substituição ao duro John Walter no posto chave de czar antidrogas seria um indicador importante de mudança de política.

 

Os mais expressivos veículos de mídia dos Estados Unidos reiteram o fracasso da guerra às drogas e a necessidade de uma mudança de paradigma, muitos fazendo referência direta ao Relatório da Comissão presidida pelos ex-presidentes Fernando Henrique, do Brasil, César Gaviria, da Colômbia e Ernesto Zedillo do México.

 

Dois processos convergentes no plano do Legislativo reforçam a pressão por mudanças: o senador Jim Webb, do estado de Virgínia, ex-Marine e secretário da Marinha de Bill Clinton, propôs a abertura de uma audiência pública sobre os efeitos desastrosos da política de encarceramento de usuários, cujo resultado é a prisão de 500 mil a milhão de pessoas por crimes relacionados a drogas.

 

Há também uma pressão dos comandantes militares, que têm dito privadamente não haver solução para situações do México, Afeganistão e Colômbia sem uma revisão drástica da estratégia de guerra às drogas.

 

O Afeganistão voltou a ser o maior produtor de ópio do mundo, mesmo depois da invasão americana. Esta também seria a posição do vicepresidente Joe Biden, que coordenou no Senado um relatório apontando os limites do Plano Colômbia, e do assessor para segurança nacional, Jim Jones, ex-marine, que acompanhou Obama na sua viagem ao México.

 

A sucessão no PT está provocando uma guerra de posições dentro do partido, com vistas às eleições de 2010. O presidente Lula, que a princípio queria colocar Gilberto Carvalho, seu secretário particular e dos mais próximos colaboradores, na presidência do partido, está mudando de ideia.

 

Muito porque não quer abrir mão de Carvalho, mas principalmente pela impossibilidade de enfrentar e vencer a máquina partidária, que teria vida administrativa autônoma, embora não tenha força política no momento para resistir à sua pressão pela candidatura de Dilma Rousseff, por exemplo.

 

Há, porém, um movimento dentro do partido para se comprometer com a eleição de uma chapa renovada. O que não se sabe é se esse grupo, que insiste na indicação de Gilberto Carvalho, é majoritário no partido.

GOSTOSA


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PAINEL

Escorregou

RENATA LO PRETE
Folha de S. Paulo - 17/04/2009
 

O cuidadoso Daniel Dantas caiu em pelo menos uma contradição em seu depoimento à CPI dos Grampos. Contrariando a estratégia de se dissociar totalmente de Hugo Chicaroni, flagrado em tentativa de suborno de um delegado da PF, o banqueiro acabou corroborando duas afirmações atribuídas a seu ex-colaborador no inquérito da Operação Satiagraha.
Dantas admitiu ter pedido a um então advogado seu, Wilson Mirza, que obtivesse informações sobre Protógenes Queiroz, as quais teriam sido buscadas justamente com Chicaroni. Além disso, confirmou que tinha medo de ser julgado em primeira instância, afirmação feita por Chicaroni num dos grampos.

Como assim?

A CPI dos Grampos havia marcado uma "visita" a Fausto De Sanctis na próxima segunda em São Paulo. Ontem, o presidente da comissão, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), disse que na ocasião será colhido um "depoimento" do juiz da Satiagraha. De Sanctis rebate: não haverá depoimento e, se essa conversa prosseguir, nem visita. 

Passa a régua
Prestes a virar secretário da Justiça na Bahia, o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) quer antecipar a conclusão do relatório final da CPI dos Grampos. 

DNA 1
Cesira Maccarinelli Ferreira, suplente do Conselho Fiscal da Aanor, ONG utilizada pela Petrobras como intermediária no repasse de recursos para festas de São João na Bahia, exerce desde o início do mês a função de secretária particular do governador Jaques Wagner (PT). 

DNA 2
Antes de ser comandada pela número dois do PT baiano, Aldenira Conceição Sena, a Aanor teve como dirigente Maria das Dores Loiola Bruni -na cédula eleitoral, Dorinha da CUT. Filiada ao PT, ela é ligada ao ex-deputado federal Josias Gomes, que no escândalo do mensalão figurou na lista dos sacadores de dinheiro na boca do caixa do Banco Rural. 

DNA 3
Dorinha deixou a direção da ONG quando foi nomeada secretária de Desenvolvimento Social do prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB). Mais tarde, saiu do cargo para disputar vaga de vereadora. Não se elegeu. 

Bandeira
Rosemberg Pinto, assessor da presidência da Petrobras apontado por prefeitos como negociador dos patrocínios para o São João, atua também no ramo de postos de gasolina na Bahia.

Para ontem
Diante dos sucessivos adiamentos do grupo de estudos criado para estabelecer um modelo de exploração das jazidas de petróleo da camada pré-sal, Lula mandou dizer aos ministros que quer a proposta fechada em maio, impreterivelmente. 

Atentai!
O loquaz Mão Santa (PMDB-PI) fará hoje seu milésimo discurso na tribuna do Senado. O "feito histórico", segundo a assessoria do peemedebista, "não contabiliza os apartes em relação à fala de seus pares". Para a data especial, ele preparou uma homenagem ao colega Pedro Simon (PMDB-RS), a ser proferida em forma de decálogo. 

Liberou geral
Depois de ampliar o número de CNEs (Cargos de Natureza Especial), que havia sido reduzido na gestão de Aldo Rebelo (PC do B-SP), a Mesa da Câmara prepara projeto para permitir que esses assessores, contratados sem concurso, trabalhem em qualquer gabinete. 

Paiol
Dominada pelos ruralistas, a comissão da Câmara que trata da intermediação de conflitos agrários enviou ao ministro Tarso Genro (Justiça) ofício no qual alerta para a iminência de choque com sem-terra, hoje, na região de Eldorado dos Carajás (PA). Os dois lados estariam fortemente armados. É de supor que haverá atos de violência explícita", afirma o texto.

Tiroteio 

"Agora está claro que Petrobras e ONGs formaram a parceria mais lucrativa do país."

 

 

Do senador TASSO JEREISSATI (PSDB-CE), sobre a revelação de que a empresa usou uma ONG petista como intermediária no repasse de recursos para festas de São João em municípios da Bahia.

Contraponto 

Oi e tchau

 

O deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA) promoveu uma pequena festa para instalar sua foto na galeria de ocupantes da procuradoria parlamentar da Câmara.
Curioso diante da movimentação na vizinhança de seu gabinete, Inocêncio Oliveira (PR-PE), atual segundo-secretário e ex-ocupante de quase todos os cargos da Casa, foi investigar de que se tratava. Carneiro recepcionou o colega com um comentário à queima-roupa:
-Inocêncio, acho que esta é uma das poucas salas da Câmara em que não se vê o seu retrato!
Constrangido, o decano cumprimentou o novo procurador e os demais presentes e saiu de fininho.

BRASÍLIA - DF

Alguns bilhões a mais


Correio Braziliense - 17/04/2009
 

Além da exclusão da Petrobras do cálculo do superávit primário, movimento que liberará cerca de R$ 20 bilhões para investimentos da estatal, o governo inseriu na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) um dispositivo que deve colocar alguns bilhões à disposição do Poder Executivo para obras em 2010. O pulo do gato está na possibilidade de a área econômica jogar nos investimentos o que exceder a meta de superávit deste ano. Hoje, esse dinheiro só pode ser destinado ao pagamento de juros. E, se a nova regra for aprovada na LDO — e tudo indica que será — haverá mais um dindim para mostrar serviço no ano eleitoral. A turma da política está vibrando.


Fechou o tempo 

O deputado Dudu da Fonte (PP-PE) perdeu as estribeiras na reunião conjunta de duas comissões técnicas da Câmara para discutir as tarifas de energia elétrica. “Essa Aneel é uma roubalheira”, disse em alto e bom som na frente do diretor-geral da Agência de Energia Elétrica, Nelson Hubner, técnico gabaritado que foi ministro de Minas e Energia. A deputada Ana Arraes (PSB-PE), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, ainda tentou pedir desculpas em nome dela e do pepista, mas o deputado reagiu: “Peça em seu nome, não no meu”. Agora, os congressistas esperam que Dudu mostre a fonte de suas acusações. 

Novo front 

Comentava-se ontem nos corredores do Congresso que, depois dos ministros, o próximo alvo das reportagens de uso da verba indenizatória e quota de passagens serão os lideres partidários. A conferir. 


Cadê? 

A área trabalhista está meio cabreira porque o Tribunal Superior do Trabalho não indicou seus suplentes para o conselho Nacional de Justiça (CNJ). O prazo terminou ontem. 


Dinheiro no cofre 

O governo enviará ao Congresso nos próximos dias a proposta que recompõe R$ 380 milhões dos R$ 900 milhões congelados no orçamento do Ministério da Educação. O projeto também destinará mais recursos às pastas de Ciência e Tecnologia e de Transportes. Só que para esse grupo os valores ainda não foram definidos. 


Na espreita 

O grupo ligado ao deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) pressiona para que ele se movimente em busca de um cargo majoritário em São Paulo. Por enquanto, Chinaglia está mais para mineiro do que para paulista: apenas observa os passos de seus colegas de partido em busca das vagas para concorrer ao governo e ao Senado. 


Oxigênio 

O governo anunciará na próxima semana uma linha de financiamento em torno de R$ 1 bilhão para socorrer os produtores de café, afetados pela baixa cotação do produto no mercado internacional. O dinheiro será repassado via Funcafé. No início do ano, o Congresso incluiu 
R$ 100 milhões para os cafeicultores na MP 431, mas nenhum centavo foi liberado. 

No cafezinho

 
 

Refresco/ Seis meses depois de demitir o então-advogado-geral do Senado Alberto Cascais, o ex-presidente Garibaldi Alves Filho (foto) pediu para remover dos registros da Casa as duras palavras que dirigiu ao subordinado. Assim, na justificativa da exoneração, não consta mais a frase “por entender que sua senhoria não se mostrou à altura do desafio posto à Mesa relativamente ao chamado nepotismo”. 

Em público…/…eles pareciam os melhores amigos. O ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) brindaram pela paz na festa de Mato Grosso do Sul promovida ontem no Centro de Tradições Gaúchas em Brasília. Bem… Pelo menos até a próxima briga! 

Plugado/ O depoimento de Daniel Dantas na CPI das Escutas Telefônicas foi tão enfadonho que o advogado dele, Andrey Schmidt, ficou por um bom tempo se distraindo com o celular. 

Esperançoso/ O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, saiu feliz e contente da reunião ontem com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Ela ficou sensibilizada com o drama dos trabalhadores da cana-de-açúcar. Agora, é encontrar uma saída jurídica para não deixar que eles fiquem sem receber seus salários”, comentou ele à coluna, torcendo por uma solução. 

Revés francês/ O governo da Índia excluiu a francesa Dassault da concorrência por um contrato de US$ 10 bilhões para fornecer 126 caças à força aérea do país. O Ministério da Defesa indiano justificou que a empresa não atendeu as exigências, como a transferência de tecnologia. A Dassault disputa com a sueca Saab e a americana Lockheed Martin um contrato de US$ 2 bilhões com a Aeronáutica, que lista entre as exigências a transferência de tecnologia.