sexta-feira, abril 17, 2009

BRASÍLIA - DF

Alguns bilhões a mais


Correio Braziliense - 17/04/2009
 

Além da exclusão da Petrobras do cálculo do superávit primário, movimento que liberará cerca de R$ 20 bilhões para investimentos da estatal, o governo inseriu na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) um dispositivo que deve colocar alguns bilhões à disposição do Poder Executivo para obras em 2010. O pulo do gato está na possibilidade de a área econômica jogar nos investimentos o que exceder a meta de superávit deste ano. Hoje, esse dinheiro só pode ser destinado ao pagamento de juros. E, se a nova regra for aprovada na LDO — e tudo indica que será — haverá mais um dindim para mostrar serviço no ano eleitoral. A turma da política está vibrando.


Fechou o tempo 

O deputado Dudu da Fonte (PP-PE) perdeu as estribeiras na reunião conjunta de duas comissões técnicas da Câmara para discutir as tarifas de energia elétrica. “Essa Aneel é uma roubalheira”, disse em alto e bom som na frente do diretor-geral da Agência de Energia Elétrica, Nelson Hubner, técnico gabaritado que foi ministro de Minas e Energia. A deputada Ana Arraes (PSB-PE), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, ainda tentou pedir desculpas em nome dela e do pepista, mas o deputado reagiu: “Peça em seu nome, não no meu”. Agora, os congressistas esperam que Dudu mostre a fonte de suas acusações. 

Novo front 

Comentava-se ontem nos corredores do Congresso que, depois dos ministros, o próximo alvo das reportagens de uso da verba indenizatória e quota de passagens serão os lideres partidários. A conferir. 


Cadê? 

A área trabalhista está meio cabreira porque o Tribunal Superior do Trabalho não indicou seus suplentes para o conselho Nacional de Justiça (CNJ). O prazo terminou ontem. 


Dinheiro no cofre 

O governo enviará ao Congresso nos próximos dias a proposta que recompõe R$ 380 milhões dos R$ 900 milhões congelados no orçamento do Ministério da Educação. O projeto também destinará mais recursos às pastas de Ciência e Tecnologia e de Transportes. Só que para esse grupo os valores ainda não foram definidos. 


Na espreita 

O grupo ligado ao deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) pressiona para que ele se movimente em busca de um cargo majoritário em São Paulo. Por enquanto, Chinaglia está mais para mineiro do que para paulista: apenas observa os passos de seus colegas de partido em busca das vagas para concorrer ao governo e ao Senado. 


Oxigênio 

O governo anunciará na próxima semana uma linha de financiamento em torno de R$ 1 bilhão para socorrer os produtores de café, afetados pela baixa cotação do produto no mercado internacional. O dinheiro será repassado via Funcafé. No início do ano, o Congresso incluiu 
R$ 100 milhões para os cafeicultores na MP 431, mas nenhum centavo foi liberado. 

No cafezinho

 
 

Refresco/ Seis meses depois de demitir o então-advogado-geral do Senado Alberto Cascais, o ex-presidente Garibaldi Alves Filho (foto) pediu para remover dos registros da Casa as duras palavras que dirigiu ao subordinado. Assim, na justificativa da exoneração, não consta mais a frase “por entender que sua senhoria não se mostrou à altura do desafio posto à Mesa relativamente ao chamado nepotismo”. 

Em público…/…eles pareciam os melhores amigos. O ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) brindaram pela paz na festa de Mato Grosso do Sul promovida ontem no Centro de Tradições Gaúchas em Brasília. Bem… Pelo menos até a próxima briga! 

Plugado/ O depoimento de Daniel Dantas na CPI das Escutas Telefônicas foi tão enfadonho que o advogado dele, Andrey Schmidt, ficou por um bom tempo se distraindo com o celular. 

Esperançoso/ O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, saiu feliz e contente da reunião ontem com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Ela ficou sensibilizada com o drama dos trabalhadores da cana-de-açúcar. Agora, é encontrar uma saída jurídica para não deixar que eles fiquem sem receber seus salários”, comentou ele à coluna, torcendo por uma solução. 

Revés francês/ O governo da Índia excluiu a francesa Dassault da concorrência por um contrato de US$ 10 bilhões para fornecer 126 caças à força aérea do país. O Ministério da Defesa indiano justificou que a empresa não atendeu as exigências, como a transferência de tecnologia. A Dassault disputa com a sueca Saab e a americana Lockheed Martin um contrato de US$ 2 bilhões com a Aeronáutica, que lista entre as exigências a transferência de tecnologia. 

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