ONDE ANDA A CHEFE DO PUTEIRO, QUE VIROU O GOVÊRNO DO RIO
GRANDE DO NORTE?
RESPOSTA- FUDENDO O POVO
Médica não acredita em melhoria na saúde e pede exoneração
Aliviada. É assim que está a médica anestesiologista Aissa de França e Santana dois dias depois de entregar o pedido de exoneração imediata do cargo que ocupava há 12 anos no Hospital Santa Catarina. Em carta ela reclama dos ‘‘salários indignos’’ e das ‘‘condições insalubres’’ de trabalho. ‘‘Eu não tinha cama para dormir nos plantões. Nem lençol, travesseiros, papel higiênico, água para beber nem tomar banho’’, disse.
A médica reclama ainda das condições técnicas de segurança para a realização do seu trabalho. ‘‘Temos uma porção de regras a cumprir de segurança. Se a gente não cumpre essas regras, determinadas por decreto, a vida dos pacientes é colocada em risco’’, disse.
Depois que se exonerou do cargo, a médica disse que está se sentindo ‘‘aliviadíssima e digna’’. ‘‘A gente sempre acha que as coisas vão melhorar. Por issdo demora para tomar coragem, afinal emprego é emprego ainda mais quando do faz concurso’’, finalizou.
CARTA
Aos meus amigos guerreiros de todas as especialidades
Eu, Aissa de França e Santana, médica concursada há 12 anos no estado do RN, entreguei hoje meu pedido de exoneração imediata do cargo de anestesista do Hospital Santa Catarina. Apesar da excelente e brava equipe que compõe o quadro daquele hospital, eu cheguei a conclusão nas últimas semanas que não valia a pena tanto suor.
Trabalhamos com salários indignos, condições insalubres de trabalho, sem perspectivas de crescimento na carreira, e não conseguimos implantar as medidas e recomendações normatizadas pelo Conselho Federal de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia, com relação as condições técnicas mínimas pra realização de procedimentos, sejam ambulatoriais, eletivos ou de urgência.
Deixo meus amigos de trabalho com muito pesar, e sei que esperam que esta situação humilhante a que somos submetidos diariamente no desempenho de nossas jornadas diárias, um dia mude . E foi pensando assim que a Dra. Oscalina Cavalcante, médica ginecologista recém aposentada pelo municipio, esperou a vida inteira! Mas os bons ventos não sopraram... e Dra Oscalina vai receber de soldo de sua aposentadoria, por tempo de serviço, a fortuna de R$ 700,00 (setecentos reais)!!
Sem querer ser injusta com as outras profissões... mas nós estudamos e lutamos tanto pra isso? Que tipo de exemplo profissional eu estou dando para os meus filhos e os meus colegas idealistas que estão chegando ao mercado de trabalho agora, se eu me permito ser explorada e humilhada como estamos sendo agora pela imprensa, pelo Ministério Público, pelos gestores da saúde pública, e pelos oportunistas da hora?
Eu, dignamente, e na propriedade de minha consciência, inteligência e sanidade, pedi minha demissão e escrevi minhas razões ao pedido, totalmente pessoal, e sem nenhum vínculo a movimento de classe; pois meus colegas com certeza, levarão uma eternidade investidos de muita esperança que a categoria um dia seja olhada com respeito!
Eu? Eu cansei: “solicito exoneração do cargo de médica anestesiologista do Hospital Santa Catarina a partir de hoje, 26 de janeiro de 2009, devidos aos seguintes motivos: não há perspectivas de crescimento na carreira; condições insalubres de trabalho; salário indigno; condições técnicas em desacordo com as determinações do CFM e SBA”.
Aos meus amigos guerreiros de todas as especialidades, boa sorte!
Aissa de França e Santana,
médica anestesiologista