segunda-feira, dezembro 22, 2008

VIVA A FRANÇA!


CARLA BRUNI CHEGA AO BRASIL

Vem também um tal de Sarkozi

MÓNICA BÉRGAMO

Voz alta


Folha de S. Paulo - 22/12/2008
 

A defesa da pichadora Caroline Pivetta quer convocar o ministro Juca Ferreira, da Cultura, para testemunhar no processo que ela responderá por dano ao patrimônio público. Ferreira foi uma das vozes mais sonoras em defesa da libertação da jovem.

CORDA 
Os advogados de Caroline vão indicar também o curador da Bienal, Ivo Mesquita. É dele a idéia do espaço vazio da mostra que, alega a defesa, era um convite para que pessoas como a pichadora fizessem suas intervenções. Mesquita criticou a "tática terrorista de arrastão" dos pichadores.

SEGUNDO ANDAR
O ex-presidente do Bamerindus, José Eduardo de Andrade Vieira, foi condenado, em segunda instância, a pagar R$ 400 mil ao advogado Marcos Malan, irmão do ex-ministro Pedro Malan, da Fazenda. Vieira afirmou, em entrevista concedida há dez anos, que Marcos Malan ofereceu a ele serviços de lobby para que o banco não fosse liqüidado no governo Fernando Henrique Cardoso.

PAPAI NOEL 
O presidente Lula finalmente ganhou a camisa do Corinthians autografada por Ronaldo, que o clube havia mandado para ele. O presente foi entregue pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, na festa de Natal do chefe, na quinta-feira da semana passada.

FAMÍLIA SILVA 

Gloria em busca de Lindu

Irmãos e sobrinhos do presidente Lula abriram as portas de um centro comunitário em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, para receber parte da equipe do filme "Lula, o Filho do Brasil". Além da produção, também foram ao encontro a atriz Gloria Pires, que viverá dona Lindu, mãe do presidente, e Milhem Cortaz, que será Aristides, pai de Lula. Conversaram com os familiares em busca de trejeitos e memórias da família de retirantes Silva.

Os irmãos Frei Chico, Vavá, Jaime, Sebastiana, Marinete e Maria levaram ao encontro álbuns de fotografia no churrascão com arroz e salada de maionese. "A família não queria que fôssemos embora", diz o diretor do longa, Fábio Barreto. "No começo estavam mais quietos, mas avisaram que era porque estavam tímidos com nossa presença. Dizem que são de gritar, pular. No fim, rolou tietagem, sim, com a Gloria. É um pessoal simples e animado," completa o diretor.

Lula perdeu a confraternização da família, mas recebeu Gloria Pires -a quem chamou de "mainha"- em Brasília. Ela quis saber dele como era o temperamento de dona Lindu. Lula disse que era "muito bem-humorada" e que "adorava contar piadas".

COLUNA PAINEL

Força bruta


Folha de S. Paulo - 22/12/2008
 

Resolução com a assinatura de 86 deputados e 26 senadores pede mais poderes para a já poderosa Comissão Mista de Orçamento do Congresso, palco no passado de um grande escândalo que, no entender de muita gente, cedo ou tarde irá se repetir.
Sob a liderança do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), o documento defende aumentar de 40 para 48 o número de integrantes, facilitar o remanejamento de verbas e multiplicar as emendas de bancada. Um ponto em especial preocupa o governo: o item 6 proíbe o Executivo de preservar de cortes áreas inteiras do Orçamento, como a social. "Cabe exclusivamente à comissão decidir isso", diz Padilha.

Hardcore
A versão inicial do documento era ainda mais radical: previa o fim do rodízio anual de todos os membros da comissão, medida adotada em 2006 para reduzir os vícios do processo. 

Os infiltrados

Os signatários pretendem votar a resolução logo na volta do recesso. O governo é contra, mas o abaixo-assinado está repleto de integrantes da base aliada. 

Secou
O relatório do Orçamento de 2009 deu um puxão de orelha no governo por ter descumprido o critério legal de distribuição dos recursos para irrigação. O Nordeste, que teria direito a 50% do total, ficou com 80,6%. O Centro-Oeste, que deveria ficar com 20%, recebeu 2,2%. 

Corpo fora 1
Diante da repercussão negativa da aprovação da emenda que cria mais de 7.000 novas vagas de vereadores e aumenta o gasto com as Câmaras Municipais, Garibaldi Alves (PMDB-RN) declara: "Eu não tenho esse interesse todo em ver implementada a medida, até porque vi o desgaste que ela trouxe..." 

Corpo fora 2
Garibaldi, que não votou porque presidia a sessão, diz que, ao enfrentar a Câmara por ter rejeitado a emenda, pretende apenas "reafirmar a prerrogativa do Senado" no debate sobre a promulgação. "Naquela madrugada, nós não visualizamos direito todos os aspectos dessa emenda", afirma. 

A calhar
Líderes governistas avaliam que, com o provável naufrágio das reformas tributária e política em 2009, crescerá o apelo por uma Constituinte sobre os temas em 2011. Para isso, uma proposta do deputado Flavio Dino (PC do B-MA) está pronta para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça.

Gold
A Secretaria de Comunicação da Presidência terá um diretor só para cuidar da conta de R$ 15 milhões da assessoria de imprensa do Brasil no exterior. Será o diplomata Rodrigo Baena, que já foi porta-voz-adjunto de Lula e está voltando de Buenos Aires. Pela CDN, empresa contratada, o titular será Alexandre Pinheiro, atual chefe da comunicação do presidente do BC, Henrique Meirelles. 

Charme
Tem o dedo do marqueteiro de Lula, João Santana, a preferência pelo vermelho detectada no guarda-roupa da ministra e presidenciável Dilma Rousseff. 

Sincronicidade
De um deputado que acompanhou o "depoimento" de Tarso Genro à CPI dos Grampos, tomado no Ministério da Justiça: "Por que será que a PF marcou para o mesmo dia a divulgou do seu balanço de 2008?". 

Ouvidor
No encontro, Tarso admitiu acatar recomendação da CPI para reexaminar a permissão da Polícia Rodoviária Federal de fazer escutas. Sobre as turbulências da Operação Satiagraha, disse: "Há um conflito de gerações dentro da Polícia Federal". 

Feliz 2009
Em conversas internas, o diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, disse esperar para o ano que vem mais operações, mas regionalizadas. Grandes ações como a Satiagraha devem escassear.

Tiroteio

"Ciro Gomes tenta se passar por Donatela, mas, na verdade, ele está mais para Flora."

Do deputado EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre as críticas feitas a seu partido por Ciro -cuja mulher, Patrícia Pillar, faz a vilã em "A Favorita".

Contraponto

Assim não vale

Em recente discurso, o líder do PTB na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (GO), afirmou que seu partido, "fundado por Getúlio Vargas nos anos 40", era o mais antigo do Brasil. Professor de história, seu colega Chico Alencar (PSOL-RJ) protestou:
-Não! O mais antigo é o Partido Comunista, de 1922, cuja herança é reivindicada tanto pelo PCB quanto pelo PC do B. O PTB nasceu 23 anos depois!
Jovair coçou a cabeça, pensou por um instante e, diante do plenário silencioso, emendou:
-Bem, eles ficaram anos na clandestinidade, com registro cassado. Aí, para mim, não conta...

PARA....HIHIHIHI


LOIRA


Uma loira chegou com seu carro novinho numa loja de acessórios e disse pro
vendedor:
Quero instalar um pára-raios no meu carro.
E o vendedor explicou:
Olha, eu nunca ouvi falar nesse equipamento pra veículo. Por que é que você
quer instalar um pára-raios no seu carro?
E a loura:
- Heloooooooooouuuuuuuu! Nunca ouviu falar de seqüestro relâmpago não,
ô desinformado?

O IDIOTA


CARLOS ALBERTO SARDENBERG

E Lula não liderou


O Estado de S. Paulo - 22/12/2008
 

 Saiu na mesma página no noticiário de sexta-feira: o presidente Lula dizendo que nenhum empresário tem motivo para demitir neste momento e informações sobre demissões em diversos setores.

O presidente disse, ainda, que eventuais negociações para a flexibilização de contratos de trabalho devem ficar por conta de empresas e trabalhadores - governo de fora. Logo em seguida, desprezando a contradição, como costuma fazer, disse que governo e empresários devem buscar soluções para a crise.

Tempos atrás, no início de sua primeira administração, o presidente dizia coisa ainda mais diferente. Sustentava que sua história como líder sindical não-pelego lhe dava todas as condições para tratar das reformas trabalhista, sindical e previdenciária. Do mesmo modo dizia, aliás, que o MST simplesmente desapareceria em seu governo, porque ele concluiria a reforma agrária.

Muita gente foi nessa onda, incluindo analistas econômicos e políticos, representantes dos empresários e jornalistas. Como se entedia que a reforma deveria flexibilizar a legislação, retirando direitos trabalhistas da Constituição e permitindo que empresas e sindicatos negociassem um maior número de itens do contrato de trabalho, concluía-se que apenas Lula seria capaz de levar os sindicatos a recuar da posição de defesa intransigente da CLT. E como isso foi encaminhado? Com a formação de comissões, reunindo representantes dos trabalhadores, dos empresários e... do governo.

Não deu em nada, por uma combinação de dois fatores. Primeiro, a economia foi-se ajustando, voltou a crescer e a urgência desapareceu. Mas o segundo motivo foi mais importante: os sindicalistas pensaram exatamente o contrário, que a presença de Lula no Planalto e de diversos líderes sindicais no Ministério e nas estatais abriria espaço para impedir qualquer flexibilização na legislação. E, mais do que isso, era o momento de incluir mais direitos na lei, como a redução da jornada de trabalho sem redução de salários - tema posto na pauta pouco antes da eclosão da crise, com apoio explícito de ministros e ao menos a concordância indireta de Lula.

Tudo considerado, naquelas comissões tripartites se formou uma aliança tácita entre representantes do governo e das centrais sindicais, que não quiseram sequer discutir a reforma da legislação trabalhista. Para essa aliança, era preciso acertar a reforma sindical de modo a preparar sindicatos para a fase de negociação.

Também esse era um tema do Lula sindicalista. Lembram-se? O pessoal combativo do ABC era contra o Imposto Sindical e toda uma estrutura que favorecia o peleguismo. Se ao menos essa reforma saísse, já seria um avanço. Mas também não deu em nada. No poder, os sindicalistas pensaram diferente e conseguiram até ampliar a distribuição do dinheiro do Imposto Sindical para as diversas centrais.

Resumo geral: não saiu reforma nenhuma. Lula, em vez de liderar pelas mudanças, usar sua autoridade moral de líder sindical e sua autoridade efetiva como presidente, simplesmente recuou e aceitou as pressões dos companheiros.

E assim chegamos à crise da desaceleração da economia brasileira, com espaço reduzido para negociação entre empresas e trabalhadores com carteira. E nenhuma proteção para a maioria dos trabalhadores sem carteira.

No caso dos trabalhadores formais, há ainda outra diferença: entre aqueles que contam com bons sindicatos, como os metalúrgicos do ABC, e os outros, a maioria, com sindicatos pelegos. No primeiro caso, há até boas negociações. No segundo, não tem conversa: ou é o pleno emprego garantido ou a demissão. Mesmo no primeiro caso, há limitações legais às negociações, de modo que não adianta o presidente Lula dizer que é um problema de empresas e sindicatos. O governo não está de fora, porque, se for para fazer algo sério, será preciso alterar legislações. Além disso, em diversas medidas anticrise está implícito um aumento do gasto público. E isso nos remete a outra coisa que não foi feita.

Os diversos programas de estímulo à economia exigem uma combinação de redução de impostos e aumento de investimentos públicos. Dito de outro modo, exigem a redução de gastos não-investimento, exatamente o contrário do que fez o governo nos anos de bonança. E também perdeu a reforma tributária. Agora...

Agora vai - Se o juro é o preço do dinheiro e se o Fed, o banco central dos EUA, colocou a taxa básica de juros em zero, isso quer dizer que o dinheiro vai sair de graça para os bancos. Esses bancos estavam sem confiança para emprestar a empresas, pessoas e a outros bancos. Recuavam diante do risco de calote. 

Agora o pessoal se pergunta: “Tendo dinheiro de graça, será que não vão emprestar?” 

Por via das dúvidas, o Fed não apenas colocou a taxa perto de zero. Disse que vai ficar ali por um bom tempo e anunciou vários programas de compra de títulos de bancos, agências hipotecárias, companhias de cartão de crédito, empresas que fazem empréstimos estudantis, além das compras de papéis das grandes empresas (notas promissórias). Disse ainda que, no início de 2009, vai estender facilidades de crédito a famílias e a pequenas empresas. Só falta comprar carro usado.

Quando toda essa história começou, o Fed só podia emprestar para bancos comerciais. Agora dá crédito para todo mundo. São medidas ortodoxas, heterodoxas, novas, velhas, deste e do outro mundo. Ou seja, é um enorme esforço para restabelecer o funcionamento do sistema de crédito.

Acrescente aí o programa de gastos de Obama em infra-estrutura e novas tecnologias, que, dizem, pode chegar a US$ 800 bilhões, 6% do PIB! Uma bomba atômica contra a recessão.

Demora algum tempo para pôr os programas em operação, mas não é possível que não funcione.

SEGUNDA NOS JORNAIS

Globo: Polícia ataca finanças do tráfico na Cidade de Deus

Folha: Obama amplia pacote para salvar emprego

Estadão: Crise vai brecar crescimento da classe média

JB: Rio recebe hoje Lula e Sarkozy

Correio: Caixa reduz juros de 21 tipos de empréstimos

Valor: Lula e Sarkozy dão início hoje a ação estratégica

Gazeta Mercantil: Commodities lideram queda de preço dos produtos exportados