terça-feira, fevereiro 17, 2009
O PT MUDANDO O BRASIL
PARA...HIHIHIHI
Fantasma
Tarde da noite, o sujeito ia passando perto de um cemitério quando ouve:
- Plác, plác, plác…
Acelera o passo, mas o barulho parece aumentar.
- Plác, plác, plác…
Curioso e assustado, estica o pescoço por sobre o muro e vê um homem com uma talhadeira e um martelo sentado em um dos túmulos, talhando a lápide.
- Puxa - murmura, aliviado. - O senhor me pregou um susto e tanto!
- Desculpe - responde o homem, e continua o trabalho.
- Afinal, o que o senhor está fazendo? - torna a perguntar o sujeito.
- Estou corrigindo o meu nome… escreveram errado na lápide!
CLÓVIS ROSSI
O messias do Caribe
Folha de S. Paulo - 17/02/2009 |
O que me incomoda em Hugo Chávez não é o seu "socialismo do século 21" nem o seu histrionismo. Incomoda o autoritarismo, sim, as manobras para fazer-se votar, o incontrolável apetite pelo poder. |
ARI CUNHA
1.100% de inflação
Correio Braziliense - 17/02/2009 | ||
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INFORME JB
Furnas e o bilionário curto-circuito
Leandro Mazzini |
Jornal do Brasil - 17/02/2009 |
Algo de estranho acontece em Furnas. Pela terceira vez certa manobra política tenta uma brecha para derrubar diretores que comandam o Real Grandeza, o fundo de pensão da estatal e da Eletronuclear. Em jogo, nada menos que R$ 6 bilhões só em negócios. Ontem, 500 funcionários de Furnas pararam por algumas horas na sede em Botafogo, no Rio (foto). Chegou a notícia de que a direção de Furnas – comandada pelo PMDB, claro – está insatisfeita com Sérgio Wilson (presidente do fundo) e Ricardo Nogueira (diretor de investimentos), ambos funcionários de carreira e eleitos até para outubro de 2009. Para tirá-los dali, o conselho deliberativo – são dois de Furnas, um da Eletronuclear e três empregados eleitos pelos aposentados e ativos – deverá aceitar. Como os cartolas não têm votos suficientes, tenta-se algo no tapetão. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, não foi localizado para comentar. LulafoliaO presidente Lula confirmou ao governador Sérgio Cabral que estará domingo, no camarote dele, na Sapucaí. Vai levar dona Marisa e uma penca de filhos e parentes. Sonho de família. E agora?Lula só impôs uma condição: não quer jornalistas no camarote. Uma pena. Sérgio Cabral, pai, e o filho, governador, não poderão entrar. Ambos são jornalistas. A volta Cesar Maia anunciou ontem por e-mail que seu ex-blog volta dia 2 de março. Boa tacada No calhamaço entregue ao Comitê Olímpico Internacional, sobre os projetos da cidade para 2016, a equipe do Rio incluiu no dossiê um trunfo. Mostrou contratos assinados com 150 hotéis do Rio, Belo Horizonte e São Paulo para atender futura demanda para os Jogos, se for escolhida. Lembrete Vale a jogada. Em abril, a equipe do COI faz visita ao Rio. Vai vistoriar cada detalhe prometido. Serra feliz O governador e presidenciável José Serra (SP) tem reclamado de ilações e inverdades na imprensa sobre o fato de ele não querer prévias no PSDB para a escolha do candidato. Líder absoluto, Serra está tranquilo e feliz, e assegura que o partido nunca esteve tão unido. Amigo é amigo O senador Marco Maciel (DEM-PE), conterrâneo de Jarbas Vasconcelos (PMDB), entrou na briga em favor do amigo e colocou mais lenha na fogueira acesa contra o PMDB. Fala, Perondi O deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) ligou e avisou que defendeu, sim, a Comissão de Seguridade Social para o PMDB. Mas disse que houve "um acordo" e ele está feliz. Todo-poderoso Pela prerrogativa de ser a maior bancada na Câmara, o PMDB pode escolher três comissões na Casa. Já pediu a de Constituição e Justiça, e a de Minas e Energia. Falta uma A Executiva do PMDB escolhe hoje a última comissão. Será Educação ou Saúde. Bem na fita A tucanada mineira está toda prosa com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio de Lacerda (PSB). "Ele tem sido muito brilhante e competente na escolha da equipe", deleita-se o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG) RH do Lacerda Explica-se: o prefeito de BH primeiro enviou o perfil do secretário que gostaria de ter. Depois, eles passaram por uma prova escrita com 300 questões. E, então, uma entrevista pessoal com o alcaide linha-dura. Lacerda agora faz seleção para o segundo escalão. Promovido O economista brasileiro Otaviano Canuto foi nomeado ontem vice-presidente do Banco Mundial. Toma posse no dia 4 de maio. Fogo no ninho O PSDB não quer mesmo perder o governo do Rio Grande do Sul. A direção prepara carta de apoio à governadora Yeda Crusius, atacada por sindicatos. E o presidente Sérgio Guerra já reserva o voo para Porto Alegre. |
JÂNIO DE FREITAS
A mãe eleitoral
Folha de S. Paulo - 17/02/2009 | |
O JOGO POLÍTICO que Lula faz com Dilma Rousseff é tão acintoso, com tantas viagens justificadas por nada e solenidades de razão nenhuma, que daí resulta um efeito já acintoso também, mas contrário. É uma reação de antipatia que está se projetando sobre a ministra, refletida com clareza na substituição do tratamento cerimonioso que lhe dava a imprensa, um reconhecimento a seus méritos, por uma vulgarização depreciativa de seus atos e de sua figura. Aparente reação também às atitudes desafiantes de Lula, a propósito da imposição desmedida da presença de Dilma Rousseff, a antipatia difusa lembra aquela que assolou José Serra em sua candidatura à Presidência, pelo tom sempre entre o ríspido e o agressivo, enquanto Lulinha paz e amor representava a sua peça. A mais recente explicação de Lula para as viagens quase diárias de Dilma Rousseff soa, diante dos meros comícios exibidos, mais como deboche do que como esclarecimento: "A Dilma tem que viajar mesmo para inspecionar as obras do PAC". Inspeção não se confunde nem com visita de propaganda, quanto mais com comícios, para os quais são deslocados moradores das redondezas, sindicalistas, militantes petistas a granel, políticos locais e farto material de propaganda política. Tudo depois de um "escalão avançado", pago por dinheiro público, estudar as condições locais e montar o formidável "esquema presidencial", pago também nas contas sempre generosas e jamais expostas da Presidência. A aritmética de Lula, seja qual for sua precisão, informa que há obra do PAC em 5.200 municípios, dos 5.563 existentes. Informação a que se segue o que tanto pode ser uma antecipação, como advertência ou ameaça: "Nós vamos a cada um dos 5.200 municípios". Vão, no caso, significa fazer comícios. Ou melhor, inspeção de obras. Daqui à eleição presidencial são cerca de 570 dias, o que indica a necessidade de que Lula e Dilma visitem, até lá, nove municípios por dia, e às vezes mais um de quebra. Ainda que se reduza o total do plano Lula a 10% das viagens anunciadas, não se atenua esta curiosidade: com tanta viagem de Dilma Rousseff, como poderia ela estar conduzindo, já agora, as inúmeras tarefas e responsabilidades do Gabinete Civil? E qual é a sua função primordial, senão a eficiente e competente condução do Gabinete Civil? O PAC não é um programa bem-sucedido, a rigor não é nem sequer um programa. E uma de suas falhas está no ato preliminar da entrega de sua coordenação a Dilma Rousseff. A quantidade de dinheiro à disposição de tantas e tão dispersas obras, com o envolvimento de vários ministérios e uma multidão de prefeituras, para ser sério precisaria de um núcleo complexo de coordenação, fiscalização e constantes correções técnicas e administrativas. Nada a ver com acumulação funcional de chefia do Gabinete Civil da Presidência, que não é adequado para cuidar nem de obra no banheiro. Mas Lula queria uma jogada de propaganda. Para isso, não precisaria, mesmo, de mais do que uma "mãe do PAC". E vários bilhões girando por aí, para afinal pousarem em destinos incertos e não sabidos. Enquanto Lula e Dilma Rousseff voam, voam, voam. |
PAINEL
Pais da criança
Folha de S. Paulo - 17/02/2009 |
O PT reúne sua Executiva em 9 de março para tomar providências em relação à campanha presidencial de Dilma Rousseff. O partido vai criar uma estrutura para triar as dezenas de pedidos de visitas da ministra aos Estados. Já decidiu também contratar uma pesquisa nacional de opinião para avaliar o grau de conhecimento sobre Dilma nas várias regiões do país. Roadshow Geraldo Alckmin compareceu em estilo casual a seu primeiro compromisso público como secretário estadual de Desenvolvimento, a inauguração, na semana passada, de uma escola técnica na zona leste de São Paulo. Posando para fotos ao lado de José Serra, o ex-governador tratou de se explicar com o "chefe": |
DORA KRAMER
Verdade inconveniente
O Estado de S. Paulo - 17/02/2009 |
entrevista do senador Jarbas Vasconcelos à revista Veja é um registro de esgotamento.Daqueles momentos em que o ser humano perde a paciência, por algum motivo resolve pagar para ver sem medir de imediato as consequências, diz verdades da mais alta inconveniência e cria situações que podem levar a rupturas benéficas ou ao reforço de pactos maléficos. |
PARA...HIHIHIHI
FANTASIA
O careca, usando uma muleta, chega numa loja de fantasias e diz ao atendente:
- Estou querendo ir à um baile de carnaval e preciso de uma fantasia.
- Pois não! Tenho uma aqui de pirata que é lindíssima, inclusive vai disfarçar a sua muleta e a sua careca!
- Legal! Quanto custa?
- 380 Reais!
- Caramba! Não tem uma mais baratinha?
- O senhor pode ir fantasiado de monge. Esse hábito franciscano lhe cairá perfeitamente.
- Quanto custa?
- 120 Reais!
- Caramba! Não tem uma mais baratinha?
- Que tal essa fantasia de surfista? Um bermudão, uma camiseta, óculos escuros…
- Quanto custa?
- 40 Reais!
- Caramba! Não tem uma mais baratinha?
Aí o atendente se encheu, foi lá pra dentro e voltou com um pote na mão.
- Toma, são três Reais!
- O que é isso?
- É calda de caramelo. Você despeja na cabeça, enfia a muleta naquele lugar e sai fantasiado de maça do amor!
MÓNICA BÉRGAMO
Multidão
Folha de S. Paulo - 17/02/2009 |
A Comissão de Anistia está criando uma "turma especial" para julgar com exclusividade os processos de militares que se dizem perseguidos pela ditadura e que pedem indenização. Serão julgados 5.200 casos só neste ano -até o ano passado, foram apreciados 8.000. Além de indenização, os militares querem ser incorporados à reserva das Forças Armadas. Assim, os vencimentos que receberem podem se converter em pensão para filhas solteiras depois de sua morte. O caso dele, que estava passando despercebido, será julgado junto com o de outros "intelectuais e artistas" como os do educador Paulo Freire, do dramaturgo José Celso Martinez e da atriz Norma Bengell. TOALHA FALA, SALGADO! |
ELIANE CANTANHÊDE
Acabou a brincadeira
Folha de S. Paulo - 17/02/2009 |
O nosso querido Hugo Chávez não tem mais George W. Bush para chamar o presidente dos EUA de "el diablo", esgotou seu estoque anual de palanques, plebiscitos e referendos e ganhou o jogo, conquistando finalmente o direito a re-re-re-reeleições. |
CARLOS HEITOR CONY
Canivete suíço
Folha de S. Paulo - 17/02/2009 |
De uns tempos para cá, a mídia decidiu adotar o politicamente correto e, além disso, evitar problemas na Justiça: jornais, revistas, rádios e TVs não classificam ninguém de traficante, ladrão, estuprador ou assassino. Na obrigação de informar crimes, sequestros, tiroteios e assaltos sexuais, o máximo a que chegam é à suposição. A polícia invade um morro e mata tantos supostos traficantes, que supostamente escondiam um arsenal supostamente de última geração. |
LUIZ GARCIA
No fim, fritos
O Globo - 17/02/2009 |
Parece que quase ninguém gostou da decisão do Supremo Tribunal Federal que garante a liberdade de réus condenados até que se esgotem todas as possibilidades de recurso. |
EDITORIAL-O ESTADO DE S. PAULO
O ESTADO DE S. PAULO - 17/2/2009
Há dois meses, o caudilho Hugo Chávez colocou em funcionamento o rolo compressor do governo e, no domingo, obteve o resultado pelo qual tanto ansiava: criou a possibilidade de se tornar ditador vitalício de seu país, utilizando-se de um dos principais instrumentos da democracia - as eleições. O resultado do referendo sobre a emenda constitucional da reeleição indefinida foi duplamente indiscutível. Em primeiro lugar, Chávez saiu vitorioso de uma disputa que era vital para o seu projeto político. Em segundo lugar, consolidou a divisão da nação, pois, se é verdade que 54% dos eleitores aprovaram o esbulho democrático, não é menos verdade que 46% dos cidadãos repudiaram o retrocesso institucional do país a condição só igualada durante o ciclo de ditaduras terminado em 1954.
Agora, mais que nunca, a "revolução bolivariana" é Chávez. Desde muito tempo antes de reunir os partidos e movimentos que o apoiavam no Partido Unido Socialista da Venezuela, ele vem repetindo que a revolução é ele, o governo é ele. Ao seu redor, pululam áulicos, que premia ou dispensa em desgraça segundo assomos de sua vontade. Por onde passa não vicejam líderes nem projetos de liderança que possam se constituir em alternativas ao Jefe Supremo. Não foi à toa que, depois de votar, no domingo, declarou que, nas urnas, estava se decidindo "meu destino político" - o dele, não o da Venezuela.
Disse mais. Segundo ele, com o referendo, a Venezuela está "assumindo a vanguarda da América Latina", ao criar "uma nova doutrina constitucional". Trocando em miúdos, ele pretende redobrar esforços para exportar a "revolução bolivariana", já adotada na Bolívia, no Equador e na Nicarágua, para toda a região - uma forma de obter, de fora, o apoio que sabe que, mais cedo ou mais tarde, lhe faltará no plano interno.
Hugo Chávez precisava desta vitória eleitoral também para sustentar o mito da invencibilidade, abalado pela derrota do referendo realizado há 14 meses, quando os venezuelanos rejeitaram a sua constituição liberticida, e pelas recentes eleições regionais, quando a oposição conquistou os governos dos Estados e cidades mais importantes do país.
Fez tudo a toque de caixa. Entre lançar a ideia do referendo e ganhá-lo nas urnas passaram-se três meses. Precisava evitar que as condições críticas da economia venezuelana - resultado de dez anos de desgoverno e agravadas com a queda abrupta dos preços do petróleo, a maior riqueza nacional - se traduzissem em perda de popularidade capaz de comprometer seu projeto político.
De fato, até um mês antes do referendo, todas as pesquisas de opinião indicavam que a reeleição indefinida seria rejeitada no referendo - como já havia acontecido em 2007. Hugo Chávez reverteu essa tendência, usando os meios à sua disposição.
Fez, por exemplo, amplo uso dos recursos do Tesouro nacional, tanto distribuindo benesses para as populações mais necessitadas como financiando uma campanha publicitária sem precedentes. As emissoras oficiais de rádio e televisão - e restaram poucas fora da área de influência do governo - fizeram propaganda maciça do "sim", sem dar espaço para a oposição. Esta, com seus recursos financeiros exauridos pela campanha eleitoral de novembro, não teve como enfrentar a máquina de propaganda do governo. As manifestações populares convocadas pelo governo em apoio à reeleição indefinida contavam com abundantes recursos materiais e com a aprovação incondicional das autoridades. Já a oposição não obteve autorização para muitos de seus comícios e várias passeatas organizadas pelos estudantes foram dissolvidas violentamente pela polícia. Para completar o quadro de abuso, o governo pressionou, com ameaças e chantagens, os funcionários públicos e trabalhadores das empresas estatais, bem como os beneficiários das "missiones" - os programas de assistência social custeados pelo Estado.
Tudo isso terá, evidentemente, um custo para Hugo Chávez. O referendo provou, mais uma vez, que sua permanência no poder se deve a uma combinação do uso da força e de medidas populistas. Sem o acesso ilimitado aos recursos financeiros do Estado, ele não é invencível nas urnas. A crise econômica e fiscal por que passa a Venezuela, com o crescimento da inflação e do desemprego, e o desaparecimento de produtos essenciais à população podem abreviar a aventura bolivariana.
FERNANDA KRAKOVICS
Agora vai?
Panorama Político |
O Globo - 17/02/2009 |
A Mesa Diretora da Câmara analisa proposta de alteração do ato que regulamenta o funcionamento da Corregedoria. O objetivo é dar mais poder ao órgão e evitar manobras protelatórias. Hoje, há cerca de 20 processos parados. A intenção é acabar com brechas na notificação de deputados, fixar um prazo para a conclusão das investigações e dar poderes à Corregedoria para ter acesso a documentos que estejam com outras instituições. Prévias |
ARNALDO JABOUR
De dentro de casa, Jarbas berrou: “O PMDB é corrupto!” e mostrou como este partido nos manipula, sob o guarda-chuva do marketing populista de Lula. O que Jarbas Vasconcelos atacou já era voz corrente entre jornalistas, inclusive o pobre diabo que vos fala.
Mas sua explosão é legítima e incontestável, vinda de um dos fundadores do MDB, depois transformado nesta anomalia comandada pelo Sarney, que é o líder sereno e hábil da manutenção do atraso em nossas vidas. Duvidam? Vão a São Luís para entender o que fez esse homem com seu jaquetão impecável há quarenta anos no poder daquele Estado. Jarbas aponta: “a moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador Sarney, (...) que vai transformar o País em um grande Maranhão”.
Mais que um partido, o PMDB atual é o sintoma alarmante de nossa doença secular. Era preciso que um homem de estatura política abrisse a boca finalmente, neste País com a oposição acovardada diante do ibope de Lula.
Estamos aceitando a paralisia mental que se instalou no País, sob a demagogia oportunista deste governo. O gesto de Jarbas é importante justamente por ser intempestivo, romanticamente bruto, direto, sem interesses e vaselinas. É mais que uma entrevista – é um manifesto do “eu-sozinho”, um ato histórico (se é que ainda sobra algo “histórico” na política morna de hoje). E não se trata de um artigo de denúncia “moral” ou de clamor por “pureza”, é um retrato de como alianças espúrias e a corrupção “revolucionária” deformaram a própria cara da política brasileira. Com suas alianças e negaças, o Governo do PT desmoralizou o escândalo!
Lula revalidou os velhos vícios do País, abrindo as portas para corruptos e clientelistas, em nome de uma “governabilidade” que nada governa, impedido pela conveniência e interesses de seus “aliados”. É como ser apoiado por uma máfia para combater o mal das máfias.
Jarbas não tem medo de ser chamado de reacionário pelo povão ou pelos intelectuais que ainda vivem com o conceito de “esquerda” entranhado em seus cérebros, como um tumor inoperável. Essa palavra “esquerda” ainda é o ópio dos intelectuais e “santifica” qualquer discurso oportunista. Na mitologia brasileira, Lula continua o símbolo do “povo” que chegou ao poder. A origem quase “cristã” desse mito de “operário salvador”, de um Getúlio do ABC, lhe dá uma aura intocável. Poucos têm coragem de desmentir esse dogma, como a virgindade de Nossa Senhora.
A última vez que vimos verdades nuas foi quando Roberto Jefferson, legitimado por sua carteirinha de espertalhão, botou os bolchevistas malucos para correr. Depois disso, chegou o lulo-sindicalismo, ou o peleguismo desconstrutivo, que empregou mais de 100 mil e aumentou os gastos federais de custeio em 128 por cento. O lulismo esvazia nossa indignação, nossa vontade de crítica, de oposição. Para ser contra o quê, se ele é “a favor” de tudo, dependendo de com quem esta falando – banqueiros ou desvalidos? Ele põe qualquer chapéu – é ecumênico, todas as religiões podem adorá-lo.
Ele ostenta uma arrogância “simpática” e carismática que nos anestesia e que, na mídia, cria uma sensação de “normalidade” sinistra, mas que, para quem tem olhos, parece a calmaria de uma tempestade que virá para o próximo governante.
Herdeiro da sensata organização macroeconômica de FHC que, graças a Deus, o Palocci manteve (apesar dos ataques bolchevistas dos Dirceus da vida), Lula surfou seis anos na bolha bendita da economia internacional, mas não aproveitou para fazer coisa alguma nova ou reformista. Lula tem a espantosa destreza de nos dar a impressão de que “tudo vai bem”, de que qualquer crítica é contra ele ou o Brasil.
Como disse Jarbas em sua entrevista, o governo do PT “deixou a ética de lado e não fez reformas essenciais, nem nada para a infraestrutura e o PAC não passa de um amontoado de projetos velhos reunidos em pacote eleitoreiro” (...) e o Bolsa Família, que é o maior programa oficial de compra de votos do mundo, não tem compromisso algum com a educação ou com a formação de quadros para o trabalho”.
A única revolução que deveria ser feita no Brasil seria o enxugamento de um Estado que come a nação, com gastos crescentes, inchado de privilégios, um Estado que só tem para investir 0,9% do PIB. A tentativa de modernização que FHC tentou foi renegada pelo governo do PT. Lula fortaleceu o patrimonialismo das velhas oligarquias e o PAC é uma reforma cosmética, como a plástica da Dilma, que ele quer eleger para voltar depois, em 2014. O único projeto do governo é o próprio Lula. Em cima dos 84% de aprovação popular, nada o comove. Só se comove consigo mesmo.
Lula se apropriou de nossa tradicional “cordialidade” corrupta para esvaziar resistências. Assim, ele revitalizou o PMDB – o partido que vai decidir nosso futuro! Hoje, não temos nem governo nem oposição – apenas um teatro em que protagonistas e figurantes são o PMDB.
E no meio disso tudo: o Lula ,um messias sem programa, messias de si mesmo. 84% do povo apoia um governo que acha progressista e renovador, quando na verdade é ultra-conservador e regressista. Nem o PT ele poupou para “conservar” a si mesmo. O PMDB é sua tropa de choque, seu “talibã” molenga e malandro. Agora... tentem explicar este quadro que Jarbas sintetiza com a clara luz de sua entrevista para um pobre homem analfabeto que descola 150 reais por mês do Bolsa Família... Vivemos um grande auto-engano.