terça-feira, setembro 16, 2008

LAURO JARDIM
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ELEIÇÕES 2008


Jogando em casa
| 18:33
Lula vai desembarcar sexta-feira em Natal para tentar garantir a ida da candidata petista Fátima Bezerra ao segundo turno. Pelas últimas sondagens, Micarla Sousa, do PV, venceria ainda no primeiro turno, mas sua distância para a petista vêm se reduzindo. Para selar de vez a disputa do segundo-turno, a campanha de Fátima marcou o comício Lula numa das regiões mais pobres de Natal, a Zona Norte. O alvo são os quase 400 000 moradores em sua grande parte atendida pelo Bolsa-Família.
Petista de elite | 18:32
Ao contrário de Lula, a popularidade de Fátima Bezerra é pequena entre os mais pobres.
Todo mundo quer Lula | 18:31
Muito candidato vai ficar na mão no Rio Grande do Norte. Gente de todo o estado têm procurado lideranças da base aliada tentando aproveitar a visita de Lula para fazer fotos e gravações ao lado dele, mas os candidatos já têm sido avisados que em função da agenda apertada, não haverá tempo de atendê-los. Lula chega sexta de manhã, terá dois atos administrativos em Mossoró, o comício em Natal às 18h e em seguida embarca para São Paulo.
PROMESSAS, PROMESSAS E PROMESSAS


CRISE: COURO DE PICA


Bolsas no Brasil e nos EUA fecham em alta após Fed manter juros em 2%

Bovespa subiu 1,68% e ações da Petrobras, mais de 5%. Notícia de compra de parte do Lehman Brothers e injeção de recursos pelos BCs acalmaram mercados

NATAL
CHEGA LULA, CHEGA

IBOPE:

MICARLA  - 45%
 
FÁTIMA      - 28%


LEIA UM LIVRO

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS-CONT.

MACHADO DE ASSIS


CAPÍTULO 12

Um episódio de 1814

Mas eu não quero passar adiante, sem contar sumariamente um galante episódio de 1814; tinha nove anos.

Napoleão, quando eu nasci, estava já em todo o esplendor da glória e do poder; era imperador e granjeara inteiramente a admiração dos homens. Meu pai, que à força de persuadir os outros da nossa nobreza acabara persuadindo-se a si próprio, nutria contra ele um ódio puramente mental. Era isso motivo de renhidas contendas em nossa casa, porque meu tio João, não sei se por espírito de classe e simpatia de oficio, perdoava no déspota o que admirava no general, meu tio padre era inflexível contra o corso, os outros parentes dividiam-se; daí as controvérsias e as rusgas.

Chegando ao Rio de Janeiro a notícia da primeira queda de Napoleão, houve naturalmente grande abalo em nossa casa, mas nenhum chasco ou remoque. Os vencidos, testemunhas do regozijo público, julgaram mais decoroso o silêncio; alguns foram além e bateram palmas. A população, cordialmente alegre, não regateou demonstrações de afeto à real família; houve iluminações, salvas, Te Deum, cortejo e aclamações. Figurei nesses dias com um espadim novo, que meu padrinho me dera no dia de Santo Antônio; e, francamente, interessava-me mais o espadim do que a queda de Bonaparte. Nunca me esqueceu esse fenômeno. Nunca mais deixei de pensar comigo que o nosso espadim é sempre maior do que a espada de Napoleão. E notem que eu ouvi muito discurso, quando era vivo, li muita página rumorosa de grandes idéias e maiores palavras, mas não sei por que, no fundo dos aplausos que me arrancavam da boca, lá ecoava alguma vez este conceito de experimentado:

— Vai-te embora, tu só cuidas do espadim.

Não se contentou a minha família em ter um quinhão anônimo no regozijo público; entendeu oportuno e indispensável celebrar a destituição do imperador com um jantar, e tal jantar que o ruído das aclamações chegasse aos ouvidos de Sua Alteza, ou quando menos, de seus ministros. Dito e feito.Veio abaixo toda a velha prataria, herdada do meu avô Luís Cubas; vieram as toalhas de Flandres, as grandes jarras da Índia; matou-se um capado; encomendaram-se às madres da Ajuda as compotas e marmeladas; lavaram

se, arearam-se, poliram-se as salas, escadas, castiçais, arandelas, as vastas mangas de vidro, todos os aparelhos do luxo clássico.

Dada a hora, achou-se reunida uma sociedade seleta, o juiz de fora, três ou quatro oficiais militares, alguns comerciantes e letrados, vários funcionários da administração, uns com suas mulheres e filhas, outros sem elas, mas todos comungando no desejo de atolar a memória de Bonaparte no papo de um peru. Não era um jantar, mas um Te Deum, foi o que pouco mais ou menos disse um dos letrados presentes, o Doutor Vilaça, glosador insigne, que acrescentou aos pratos de casa o acepipe das musas. Lembra-me, como se fosse ontem, lembra-me de o ver erguer-se, com a sua longa cabeleira de rabicho, casaca de seda, uma esmeralda no dedo, pedir a meu tio padre que lhe repetisse o mote, e, repetido o mote, cravar os olhos na testa de uma senhora, depois tossir, alçar a mão direita, toda fechada, menos o dedo índice, que apontava para o teto; e, assim posto e composto, devolver o mote glosado. Não fez uma glosa, mas três; depois jurou aos seus deuses não acabar mais. Pedia um mote, davam-lho, ele glosava-o prontamente, e logo pedia outro e mais outro; a tal ponto que uma das senhoras presentes não pôde calar a sua grande admiração.

— A senhora diz isso, retorquia modestamente o Vilaça, porque nunca ouviu o Bocage, como eu ouvi, no fim do século, em Lisboa. Aquilo sim! que facilidade! e que versos! Tivemos lutas de uma e duas horas, no botequim do Nicola, a glosarmos, no meio de palmas e bravos. Imenso talento o do Bocage! Era o que me dizia, há dias, a Senhora duquesa de Cadaval...

E estas três palavras últimas, expressas com muita ênfase, produziram em toda a assembléia um frêmito de admiração e pasmo. Pois esse homem tão dado, tão simples, além de pleitear com poetas, discreteava com duquesas! Um Bocage e uma Cadaval! Ao contato de tal homem, as damas sentiam-se superfinas; os varões olhavam-no com respeito, alguns com inveja, não raros com incredulidade. Ele, entretanto, ia caminho, a acumular adjetivo sobre adjetivo, advérbio sobre advérbio, a desfiar todas as rimas de tirano e de usurpador. Era à sobremesa; ninguém já pensava em comer. No intervalo das glosas, corria um burburinho alegre, um palavrear de estômagos satisfeitos; os olhos moles e úmidos, ou vivos e cálidos, espreguiçavam-se ou saltitavam de uma ponta à outra da mesa, atulhada de doces e frutas, aqui o ananás em fatias, ali o melão em talhadas, as compoteiras de cristal deixando ver o doce de coco, finamente ralado, amarelo como uma gema, — ou então o melado escuro e grosso, não longe do queijo e do cará. De quando em quando um riso jovial, amplo, desabotoado, um riso de família, vinha quebrar a gravidade política do banquete. No meio do interesse grande e comum, agitavam-se também os pequenos e particulares. As moças falavam das modinhas que haviam de cantar ao cravo, e do minuete e do solo inglês; nem faltava matrona que prometesse bailar um oitavado de compasso, só para mostrar como folgara nos seus bons tempos de criança. Um sujeito, ao pé de mim, dava a outro notícia recente dos negros novos, que estavam a vir, segundo cartas que recebera de Luanda, uma carta em que o sobrinho lhe dizia ter já negociado cerca de quarenta cabeças, e outra carta em que...Trazia-as justamente na algibeira, mas não as podia ler naquela ocasião. O que afiançava é que podíamos contar, só nessa viagem, uns cento e vinte negros, pelo menos.

— Trás... trás... trás... fazia o Vilaça batendo com as mãos uma na outra. O rumor cessava de súbito, como um estacado de orquestra, e todos os olhos se voltavam para o glosador. Quem ficava longe aconcheava a mão atrás da orelha para não perder palavra; a mor parte, antes mesmo da glosa, tinha já um meio riso de aplauso, trivial e cândido.

Quanto a mim, lá estava, solitário e deslembrado, a namorar uma certa compota da minha paixão. No fim de cada glosa ficava muito contente, esperando que fosse a última, mas não era, e a sobremesa continuava intacta. Ninguém se lembrava de dar a primeira voz. Meu pai, à cabeceira, saboreava a goles extensos a alegria dos convivas, mirava-se todo nos carões alegres, nos pratos, nas flores, deliciava-se com a familiaridade travada entre os mais distantes espíritos, influxo de um bom jantar. Eu via isso, porque arrastava os olhos da compota para ele e dele para a compota, como a pedir-lhe que ma servisse; mas fazia-o em vão. Ele não via nada; via-se a si mesmo. E as glosas sucediam-se, como bátegas d'água, obrigando-me a recolher o desejo e o pedido. Pacientei quanto pude; e não pude muito. Pedi em voz baixa o doce; enfim, bradei, berrei, bati com os pés. Meu pai, que seria capaz de me dar o sol, se eu lho exigisse, chamou um escravo para me servir o doce; mas era tarde. A tia Emerenciana arrancara-me da cadeira e entregara-me a uma escrava, não obstante os meus gritos e repelões.

Não foi outro o delito do glosador: retardara a compota e dera causa à minha exclusão. Tanto bastou para que eu cogitasse uma vingança, qualquer que fosse, mas grande e exemplar, coisa que de alguma maneira o tornasse ridículo. Que ele era um homem grave o Doutor Vilaça, medido e lento, quarenta e sete anos, casado e pai. Não me contentava o rabo de papel nem o rabicho da cabeleira; havia de ser coisa pior. Entrei a espreitá-lo, durante o resto da tarde, a segui-lo, na chácara aonde todos desceram a passear. Vio-o conversando com Dona Eusébia, irmã do sargento-mor Domingues, uma robusta donzelona, que se não era bonita, também não era feia.

— Estou muito zangada com o senhor, dizia ela.

— Por quê?

— Porque... não sei por quê... porque é a minha sina...creio às vezes que é melhor morrer...

Tinham penetrado numa pequena moita; era lusco-fusco; eu segui-os. O Vilaça levava nos olhos umas chispas de vinho e de volúpia.

— Deixe-me, disse ela.

— Ninguém nos vê. Morrer, meu anjo? Que idéias são essas! Você sabe que eu morrerei também... que digo?... morro todos os dias, de paixão, de saudades...

Dona Eusébia levou o lenço aos olhos. O glosador vasculhava na memória algum pedaço literário e achou este, que mais tarde verifiquei ser de uma das óperas do Judeu:

— Não chores, meu bem; não queiras que o dia amanheça com duas auroras.

Disse isto; puxou-a para si; ela resistiu um pouco, mas deixou-se ir; uniram os rostos, e eu ouvi estalar, muito ao de leve, um beijo, o mais medroso dos beijos.

— O Doutor Vilaça deu um beijo em Dona Eusébia! bradei eu correndo pela chácara.

Foi um estouro esta minha palavra; a estupefação imobilizou a todos; os olhos espraiavam-se a uma e outra banda; trocavam-se sorrisos, segredos, à socapa, as mães arrastavam as filhas, pretextando o sereno. Meu pai puxou-me as orelhas, disfarçadamente, irritado deveras com a indiscrição; mas, no dia seguinte, ao almoço, lembrando o caso, sacudiu-me o nariz, a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro!

CONT. AMANHÃ

ÁGUA NA BOCA


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SAÚDE
Dor na perna é sintoma de embolia

Campanha nos EUA vai alertar para doença que, no Brasil, aparece em 5% das necropsias
Cecilia Minner

Médicos começaram uma campanha nos Estados Unidos para alertar a população que dores nas pernas não são bobas: podem indicar um coágulo, que pode levar a uma embolia pulmonar. O diagnóstico da doença é difícil, pois os sintomas muitas vezes são confundidos com outros males. De acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde) em 2004 houve no Brasil 6.700 mil casos de internação por embolia pulmonar – 75% deles não detectados de início. Pessoas que passam muito tempo de cama devem ficar atentas. Em pacientes obesos e fumantes, o risco é ainda maior.
– A falta de ar ocorre em 82% dos casos de embolia pulmonar. É o sintoma mais freqüente, porém aparece também em uma gripe, resfriado e pneumonia – explica o cardiologista João Mansur Filho.
O mal é causado por uma trombose venosa – formação de um trombo (coágulo de sangue) nas veias, geralmente das pernas, coxas ou quadris. Esse trombo pode se desprender e ser levado, pela circulação até o pulmão obstruindo a passagem de sangue pela artéria, causando a morte.
As pessoas que fumam, são obesas, fazem uso de pílula anticoncepcional ou que têm predisposição genética (trombofilia hereditária) apresentam grande risco de desenvolver embolia pulmonar, além dos pacientes com câncer ou com fratura óssea imobilizados por um período. Até gente saudável que faz uma longa viagem de avião – mais de 5 mil quilômetros – estão sujeitas ao mal.
– As pessoas com risco de ter uma embolia pulmonar e irão fazer uma longa viagem de avião devem consultar o médico para fazer uso de um anticoagulante. Devem também andar pela aeronave, movimentar-se de alguma maneira – recomenda a cardiologista Rita Villela.
Os principais sintomas da doença são a falta de ar, dor torácica, tosse seca ou com sangue, ansiedade, febre baixa e batimentos rápidos do coração. No entanto, nem sempre a doença é diagnosticada pelo médico. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 3% a 5% das necropsias indicam uma embolia pulmonar que não havia sido identificada.
No Brasil, em cerca de 10% dos casos de embolia pulmonar o paciente morre antes de chegar ao hospital. Nos EUA, 350 a 600 mil americanos sofrem do mal, por anos, e ao menos 100 mil deles morrem.
Atualmente, o método mais moderno de descobrir a doença é o D-Dímero, exame de sangue muito usado nas emergências dos hospitais.
Detectado o mal, o tratamento indicado é com heparina, um anticoagulante administrado por via subcutânea. Quando não há remissão, o médico opta pelo trombolítico, que dissolve o trombo. Em casos mais sérios, é usado um cateter que vai até o local do trombo e o aspira – embolectomia pulmonar.
BAR DO ESPETÃO


TERÇA NOS JORNAIS

- Folha: Maior quebra da história causa pior dia nas bolsas desde 11/9

- Globo: O novo 11 de Setembro do mercado

- Estadão: Quebra de banco nos EUA faz mercado global desabar

- JB: O mundo em pânico

- Correio: A pior crise desde 11/9

- Valor: Crise já atinge o crédito no Brasil

- Gazeta Mercantil: Derrocada do Lehman arrasta bolsas ao redor do mundo

- Estado de Minas: Como a crise pode afetar o Brasil

- Jornal do Commercio: Acordo à Vista