quarta-feira, fevereiro 18, 2009

MÓNICA BÉRGAMO

COBRA E PAPAGAIO


Folha de S. Paulo - 18/02/2009
 

O Ibama de SP vai convocar uma reunião com todas as emissoras de televisão neste semestre. Pretende alertar sobre os limites do uso de animais silvestres em programas de TV. Segundo o órgão, as imagens podem deseducar o telespectador, pois sempre que são exibidas, chovem ligações de interessados em adquirir bichos não-domésticos. Como a compra legal envolve burocracias e preço alto, teme-se que o público procure o mercado negro.

FÊNIX
A Biblioteca Nacional acaba de conseguir a liberação de R$ 370 mil do BNDES para a restauração de 120 obras raras que estão fora de consulta pública. Entre os primeiros itens a serem tratados está o livro "Divina Proportione", que contém ilustrações feitas por Leonardo da Vinci e foi escrito em 1509 por Luca Pacioli. A segunda etapa do projeto inclui a digitalização das obras.

DEMO-COMUNISTA
O ministro do Esporte, Orlando Silva, e o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman (PSDB-SP), costuram uma aproximação entre o PC do B paulistano e o prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP). O trio almoçou na segunda-feira com os vereadores do partido, Netinho de Paula e Jamil Murad. "Vamos defender nossos ideais, mas sem fazer oposição irracional. Será uma experiência nova", diz Netinho.

MOBÍLIA
O presidente do Senado, José Sarney, decidiu que não ocupará a residência oficial a que teria direito. Ele tem uma casa no Lago Sul de Brasília e vai continuar morando lá.

PROCURA-SE 
E Sarney continua em busca de um porta-voz. O jornalista Carlos Marchi, convidado para o cargo, tinha decidido ontem recusar a proposta.

LADRÕES, CANALHAS, CORRUPTOS....


FERNANDO RODRIGUES

Simulacro de transparência


Folha de S. Paulo - 18/02/2009
 

Os deputados e os senadores ganham uma bolada extra por mês. Além dos salários, embolsam mais R$ 15 mil para gastar praticamente como bem entenderem. Apresentam notas fiscais mantidas em sigilo absoluto. 
Tudo ia bem até o deputado do castelo, Edmar Moreira, comunicar o consumo de R$ 140 mil em 2008 com segurança privada -logo ele, cuja fortuna deriva desse setor. 
Pressionado, o mundinho político adotou uma variável da máxima de Lampedusa: simulou mudanças para manter tudo como está. A Câmara decidiu e o Senado copiará a seguinte ideia: daqui a 45 dias, passarão a divulgar os valores das notas fiscais e os nomes dos fornecedores. CNPJs e fac-símiles dos recibos? Nem pensar. O simulacro de transparência não chega a tanto. 
O prazo de 45 dias é injustificável do ponto de vista gerencial. Se há desejo de divulgar os dados, nada impediria alguns dos 30 mil funcionários do Congresso de fazer o serviço em um ou dois dias. 
Trata-se de operação de baixa complexidade -digitar nomes e números. Deputados e senadores discordam. Analfabetos em informática, propagam a noção de que seria tudo complicadíssimo. 
Complicado é proteger atos espúrios, como foi a decisão de ontem, de estabelecer o esquecimento oficial de notas fiscais de anos anteriores. Nada do passado será divulgado. Irregularidades cometidas estão perdoadas. Essa autoanistia ainda vem com o bônus de 45 dias de prazo para todos terem tempo de encontrar recibos quentes. 
É uma decisão corajosa. Mas deputados e senadores nunca perdem viagem quando apostam na abulia popular. O Carnaval está aí para esfriar os ânimos. Assim, o arquivo morto do Congresso receberá, de uma só vez, as notas fiscais antigas e a capacidade dos políticos de sentirem vergonha por atos tão antirrepublicanos como esse.

ANCELMO GOIS

No mais


O Globo - 18/02/2009
 

Será que Lula, que fala dia sim e outro também sobre qualquer assunto em qualquer palanque - de brasileira metida em confusão na Suíça a italiano metido em confusão no Brasil -, tem algo a dizer sobre as acusações de corrupção feitas por Jarbas Vasconcelos?

GOSTOSA



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DORA KRAMER

Degeneração progressiva

O Estado de São Paulo - 18/02/09

A despeito das disposições em contrário, ainda há gente – e muita – de bem fazendo política no Brasil. Inclusive no PMDB. É mesmo o que se depreende da afirmação do senador Jarbas Vasconcelos quando se refere na entrevista à revista Veja ao interesse de “boa parte do PMDB” em usar o partido para fazer corrupção e fisiologismo.

Isso quer dizer que outra “parte” está fora disso. Como é mais silenciosa, não está todo dia no noticiário reivindicando cargos, protagonizando escândalos, armando jogos de pressão, participando dos mais insidiosos conchavos, acaba integrando um todo de imagem nefasta.

A essa parcela muito provavelmente desconforta mais a reação anódina da Executiva à entrevista do senador do que propriamente as declarações dele.

Ao não esboçar defesa, a cúpula do PMDB deixa o que ainda lhe resta de saudável exposto ao sol e ao sereno. Confirma a impressão de que não responde porque não tem resposta.

A generalização da má fama não é invenção de Jarbas Vasconcelos, que nem de longe pode ser responsabilizado por tudo o que de mal se fala a respeito do PMDB. É produto de uma série de escolhas, do afrouxamento de padrões de qualidade no exercício da atividade pública.

O processo de degenerescência começou no primeiro governo civil pós-64 com a transformação da distribuição de poder entre os fundadores da Nova República, arquitetado por Tancredo Neves, em um acintoso “é dando que se recebe” no governo José Sarney e consolidado durante a Assembleia Nacional Constituinte (1987–1988) para assegurar cinco anos de mandato ao então presidente.

De lá para cá o PMDB foi se reconstruindo. Abandonou a feição de frente de resistência à ditadura, de gerador de movimentos como o das Diretas Já, para assumir o perfil de confederação de interesses regionais, agora uma grande organização com objetivo centralizado de se incrustar em definitivo nas estruturas de poder de todas as esferas, municipal, estadual e federal.

Por artimanha do destino, o MDB que serviu de abrigo aos opositores do regime militar se transformou na democracia no PMDB desenhado à imagem e semelhança da versão preferida do autoritarismo para sistemas democráticos e sua base de representação política.

Os ditadores menosprezam os políticos, os autoritários se regozijam desqualificando uma atividade cujo princípio é dos mais nobres: o equilíbrio das vontades. Sem ela, prevalece a força.

Lamentável sob todos os aspectos é que não só o PMDB, mas os outros partidos e uma ala considerável da sociedade informada e influente não se deem conta da importância do tema levantado pelo senador Jarbas Vasconcelos, preferindo ignorá-lo ou questionar suas motivações.

Sejam elas quais forem, não modificam a realidade: o descrédito crescente com a política motivado por um comportamento deformado, referido na obtenção de vantagens. Isso inclui partidos governistas e oposicionistas.

Não por acaso todos mantiveram um silêncio reverencial, buscando pelos cantos desvendar as razões do senador, agindo como se o conteúdo das declarações guardasse relação exclusiva com a economia doméstica do PMDB, quando o assunto é do interesse de todos (até de quem não sabe que é) e em algum momento terá de ser enfrentado com seriedade.

Ao bispo

A nota do PMDB de resposta a Jarbas Vasconcelos não saiu ao gosto dos senadores Renan Calheiros e José Sarney, os únicos políticos citados nominalmente na entrevista à Veja.

O presidente do Senado e o líder do partido na Casa queriam que a Executiva fosse mais assertiva na defesa da honra de ambos. Sarney foi chamado de “retrógrado” e Calheiros acusado de não ter moral para ser senador.

Ainda assim, a cúpula preferiu dizer que as acusações eram “genéricas”. Por um motivo: não comprometer ainda mais a já tão comprometida legenda com duas figuras tão estigmatizadas na opinião pública.

Sem contar a rasteira que Sarney e Calheiros tentaram dar na candidatura do presidente do partido, Michel Temer, à presidência da Câmara, para tirá-lo do comando do PMDB.

Depois da reunião de segunda-feira durante o dia, uma nova tentativa de pressão em prol da tomada de dores foi feita à noite na casa da senadora Roseana Sarney. Inútil, porém.

Duas vidas

O deputado Eduardo Cunha foi dos primeiros a defender a saída de Jarbas Vasconcelos do PMDB por causa da análise feita pelo senador sobre a situação em que se encontra o partido que ajudou a fundar no regime militar.

Cunha entrou mais recentemente na agremiação. Pelas mãos do ex-governador Anthony Garotinho, que o herdou do PRN, legenda que levou Fernando Collor à presidência da República em 1989 e entronizou Eduardo Cunha na vida pública, à época com a credencial de representante de Paulo César Farias (o tesoureiro) no Rio de Janeiro.

ARI CUNHA

Antecipar sem cumprir


Correio Braziliense - 18/02/2009
 

Há um vesgo nos anúncios de novas obras ou instituições do governo brasileiro. Até hoje o presidente Lula tem anunciando verbas e obras para o futuro. E nem sempre são cumpridas as previsões. Quando fala ao povo, anuncia belezas e progressos. No correr dos dias, o assunto vai ao esquecimento. Ninguém cobra. A secretária de um amigo catalogou várias dessas promessas e poucas viu cumpridas. Com a Petrobras, o presidente anunciou que vai fazer prospecção na zona do pré-sal. Ora, pelo que fomos informados, a Petrobras é especialista em prospecção de petróleo em grande profundidade. Há necessidade de encomendar plataformas próprias, navios-tanque de maior capacidade. As brocas para vencer o pré-sal têm especificações não usadas no mundo. No Atlântico Sul, a idéia é latente e não passada do computador. A crise econômica reduziu em muito os orçamenvos. 

Há outros exemplos de anúncio presidencial que entram no esquecimento. Lula se vale de sua popularidade. Jamais foi alcançada por qualquer chefe de governo. Ainda bem que o presidente vive preparado para novas surpresas, inclusive no auxílio em dinheiro para o trabalhador.


A frase que não foi pronunciada

“É contra? Fora do meu país!”
Reizinho mandão, de Ruth Rocha, encarnando no presidente Hugo Chávez.


Escambo 
Café com café se paga. Aconteceu na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A dívida de R$ 2 bilhões com o Funcafé poderá ser paga com 5% da produção anual. A proposta inicial é que aconteça durante 20 anos até quitar a dívida. A ideia foi apresentada por José Ximenes, do Conselho Nacional do Café. 

Acerto 
Cogita-se no governo criar um instituto que tenha a competência de tratar da legalização fundiária de escolas, prédios, hospitais. Sem sede regulamentada, nenhum projeto recebe recursos do Orçamento. 

Ruído 
Foi uma confusão a conversa sobre as reivindicações dos pequenos produtores de Castelo dos Sonhos. Depois que os prefeitos foram entender a conversa. Era outro castelo. Não o do deputado Edmar Moreira. Castelo dos Sonhos fica em Altamira, entre Santarém e Cuiabá. 

Eficiência 
Continua na Mesa do Senado Mônica Freitas. O trabalho de toda a equipe do cerimonial para a inclusão de pessoas portadoras de deficiências foi reconhecido. 

São Tomé 
Heráclito Fortes e Mão Santa têm compromisso em dezembro. Vão à inauguração do porto de Luiz Correia, no Piaui. Mão Santa liberou o recurso para a construção do porto. Heráclito até agora não viu nenhum saco de cimento. Qual São Tomé, só acredita no que vê e pega. 

Sem remediar 
Anac, DER e Marinha que tracem estratégia para diminuir os acidentes fora dos grandes centros. Helicópteros, embarcações de travessia, ônibus interestaduais irregulares aumentam a insegurança dos transportados. Só consternação pelos acidentes não adianta. Melhor prevenir. 

Cuidados 
O ministro Fernando Haddad, da Educação, entregou nas mãos do presidente Lula projeto que obriga a presença nas escolas de alunos desde os 4 anos de idade até os 17. O que parece um sonho pode vir a ser pesadelo. Falta pensar em nova estrutura.

História de Brasília

O comandante do Durango, com toda sua fleuma inglesa, perdeu, por alguns instantes, seu fair play quando viu o navio cercado pela esquadra brasileira saudando o presidente Jânio Quadros. É que o comandante, informado sobre a América do Sul, pensava que se tratasse de atentado contra o sr. Jânio Quadros, seu passageiro mais importante.(Publicado em 22/1/1961)

FERNANDA KRAKOVICS

Contra-ataque

Panorama Político 

O Globo - 18/02/2009
 

Partindo do diagnóstico de que está sem foco e perdendo a batalha de comunicação contra o presidente Lula, o PSDB montou um núcleo para acompanhar as ações do governo e apontar suas contradições. Serão fiscalizados o andamento das obras do PAC, as ações da Petrobras e o perfil do gasto público. E serão feitas pesquisas de opinião para medir como a crise está afetando o país. 

O debate sobre a crise 

Na primeira reunião do Conselho Político neste ano, os novos líderes da base aliada no Congresso serão municiados hoje com dados para defender o governo no debate sobre a crise. O ministro Guido Mantega (Fazenda) fará uma análise da conjuntura, destacando a reação de setores como automobilístico, construção civil e alimentos. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve ser cobrado por um aumento maior no ritmo de redução da taxa básica de juros. E o presidente Lula deve dizer que o país passa pela fase mais intensa da crise neste momento e que o quadro deve melhorar a partir de setembro. 

Ninguém precisa forçar a porta. Ela está aberta. Vai ter prévias" - Sérgio Guerra, presidente do PSDB, depois que José Serra aceitou disputar com Aécio Neves 

CANDIDATÍSSIMA. A faixa acima, defendendo a candidatura de Dilma Rousseff, estava pendurada na cerca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília, inaugurado ontem pelo presidente Lula. Já vestindo o modelito de candidata, Dilma se dispôs a falar ontem com a imprensa, após solenidade no Palácio do Planalto. Ela mudou de tom ao ser perguntada sobre a acusação de que o PMDB se especializou em corrupção, feita por Jarbas Vasconcelos: "Ah, não, gente. Tem dó". 

Desemprego 

A expectativa das centrais sindicais é que o Caged de janeiro, que será divulgado amanhã, ainda será negativo. Em dezembro foram fechados 654 mil postos de trabalho. Já em janeiro de 2008, foram criadas mais de 142 mil vagas.

Metralhadora 

A avaliação de governistas e da oposição é que Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) cometeu dois erros para a campanha de José Serra: bater no Bolsa Família e, ao generalizar os ataques, dificultar uma aliança mais ampla com o PMDB. 

Blindagem 

O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), não vai permitir ao Tribunal de Contas da União o acesso às notas fiscais da verba indenizatória dos deputados. O procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico, requisitou os comprovantes de 2007 e 2008 do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG). Esse trabalho será feito apenas pela Corregedoria da Câmara. 

Desafinados 

Enquanto a direção do PSDB se esforça para pôr o partido nos trilhos, deputados tucanos colocaram em prática ontem sua dissidência votando contra a orientação do líder José Aníbal (SP). Ele anunciou que a bancada estava em obstrução, mas 12 votaram a favor da retirada de pauta de uma medida provisória, entre eles os paulistas Paulo Renato, Arnaldo Madeira e Antonio Carlos Pannunzio. O grupo também mudou de lugar no plenário: agora senta no fundo. 

NOSSA HILLARY. Os tucanos estão chamando o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que será presidente da Comissão de Relações Exteriores, de "a nossa Hillary". 

A DIRETORA da Anvisa Maria Cecília Brito deve ser reconduzida ao cargo. Ela foi indicada pelo então senador Maguito Vilela (PMDB-GO). 

DISPUTAM a presidência da Comissão de Educação da Câmara as petistas Maria do Rosário (RS) e Fátima Bezerra (RN).

BRASÍLIA - DF

Pauta preventiva


Correio Braziliense - 18/02/2009
 

Kleber sales/CB/D.A Press
 
 
Na reunião que terá hoje com o conselho político, o governo pretende começar a definir uma série de projetos para votação e, com isso, evitar que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), termine por colocar em pauta propostas que não gostaria de ver aprovadas, caso do fator previdenciário e da vinculação do reajuste das aposentadorias ao do salário mínimo. E, para atrair os parlamentares a essa empreitada, o Poder Executivo incluiu no pacote iniciativas dos deputados, caso do cadastro positivo, proposto por William Woo (PSDB-SP). No rol, está ainda a nova lei das agências reguladoras, o papel de estados, municípios e União na gestão previdenciária e a licença médica por parte do INSS. A ordem é deixar os deputados tão ocupados que não haverá espaço para análise de algo fora da agenda governamental. Se vai colar, o tempo dirá.


De olho

Para evitar dúvidas no parecer do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre a MP 450, aquela que permite ao Poder Executivo atuar como fundo garantidor para empreendimentos de geração de energia elétrica, o Ministério de Minas e Energia chamou o relator para um encontro hoje cedo. Sabe como é, onde o PMDB do Senado comanda, caso do MME, eles não querem os deputados do partido atuando em carreira solo. 

Assim não

Entidades e conselhos ligados às áreas de saúde e de seguridade social se mobilizam para se opor à aprovação da reforma tributária. Argumentam que o texto do relator Sandro Mabel (PR-GO) deixa descoberta a rede de proteção social, hoje financiada pelas contribuições que seriam extintas com a aprovação da matéria. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), agendou encontro em 4 de março para ouvir as ponderações do setor. 

Só pra contrariar

A ala dissidente tucana na Câmara exerceu ontem pela primeira vez sua autonomia desde a reeleição de José Aníbal (SP) ao posto de líder do PSDB. Em três oportunidades,18 votaram contra a orientação oficial da bancada. Quando era para obstruir, votaram sim e por aí foi. 

Duas versões

A prévia entre Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) começa a dividir ainda mais o PSDB: “Não dá para, neste ano de 2009, com a crise que está aí, tirar os governadores de seus estados para percorrer o país em campanha. A eleição é só no ano que vem. Falo isso como eleitor de José Serra, que está na frente nas pesquisas”, diz o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). “Isso não é problema para quem tem equipe. O vice-governador não vai assumir no ano que vem? Então, já começa a tomar pé desde já enquanto os dois governadores percorrem o país. Eles devem isso ao partido”, afirma o deputado Nárcio Rodrigues (MG). 

Vai sobrar...

O mesmo PTB que há dois dias brigava com o PSDB pela Comissão de Relações Exteriores do Senado voltou suas bateiras contra o aliado PT, que deseja a Comissão de Infraestrutura. Já tem gente no PT correndo para ver se o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, resolve essa parada. O Senado, realmente, ainda não engatou nesse período pré-carnaval. 

No cafezinho
Hiram Vargas/Esp. CB/D.A Press - 9/9/08
 
 

Ferino/ O deputado Ciro Gomes (foto) decidiu entrar na polêmica da entrevista de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e do seu jeito: “Não sei por que a cúpula do PMDB está aborrecida com Jarbas. Afinal, se eles juntarem 20 políticos decentes e honestos, basta fazer um manifesto protestando contra o que disse o senador, não entendo qual é a dificuldade”, diz com um sorriso pra lá de maroto. 

Gente forte/ Das três comissões que ficaram para os deputados do PMDB, duas têm as bênçãos da bancada do partido no Rio de Janeiro: a de Minas e Energia ficará com Bernardo Ariston ou Edson Ezequiel, a ser decidido pelo grupo. A de Constituição e Justiça (CCJ) ficou para Tadeu Fillippeli (DF), com o apoio da turma do Rio. A terceira, de Seguridade Social, ficará com a deputada Elcione Barbalho (PA), recompensada por ter desistido de concorrer a um cargo na Mesa Diretora, o que ajudou a eleger Michel Temer. 

Ai, que saudade!/ Chegaram a tal ponto de ebulição as disputas em torno das comissões do Senado que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), tem se embananado ao comentar o assunto. “Eu, como presidente da República, não posso ser o coordenador desse processo”, confundiu-se ontem a velha raposa, enquanto falava aos colegas no plenário. 

Tudo em família/ O Democratas da Câmara ofereceu ao deputado Fábio Souto (BA) a presidência da Comissão de Agricultura da Casa. Mais do que atender a um pedido da vitaminada bancada baiana, o gesto tem como destinatário o ex-governador Paulo Souto, há meses alvo de flertes dos tucanos da boa terra que sonham em lançá-lo ao Palácio de Ondina em 2010. 

RUY CASTRO

O ovo na legalidade

Folha de São Paulo - 18/02/09


RIO DE JANEIRO - É a mais completa reabilitação de um suposto criminoso na história da humanidade. O ovo -o querido ovo, o fruto da galinha (às vezes, com participação do galo como astro convidado), objeto cujo design é uma maravilha de projeto e acabamento-, volta ao círculo social depois de décadas como inimigo público nº 1.
Durante quase toda a segunda metade do século 20, médicos e cientistas dedicaram-se a acusar o ovo dos piores crimes contra o coração e a responsabilizá-lo pela elevação dos níveis de colesterol a placares de basquete americano. Quem fosse cardíaco, não chegasse perto; quem não fosse, idem, para prevenir. Às galinhas só restava submeter-se ao holocausto reservado à sua espécie e ao opróbrio para o seu produto.
Pois, desde algum tempo, depois de pesquisas mais sérias e profundas, esses mesmos médicos e cientistas começaram a emitir sinais de que talvez tivessem sido injustos com o ovo. E, na semana passada, saiu o relatório definitivo da Universidade de Surrey, na Inglaterra: o ovo não faz o menor mal à saúde -ao contrário, é riquíssimo em nutrientes- e pode ser comido na legalidade e em qualquer quantidade. Só faltam dar-lhe a medalha de alimento do ano.
Ótimo, ótimo. Mas cabe a pergunta: E nós, que sempre fomos loucos por ovos -fritos, na manteiga, com ou sem bacon- e tivemos de nos privar deles por décadas, como ficamos? Eu, por exemplo: a uma média de três por semana, quantos ovos não deixei de comer nos últimos 30 anos? Se medido em graus de deleite, prazer ou orgasmos do paladar, a quanto não montará esse prejuízo?
Assim como certos países e regimes pediram desculpas póstumas às populações que dizimaram, a comunidade científica também nos deve um pedido de perdão -que não sei se concederei.

ÉLIO GASPARI

Alto lá, Jarbas não é Roberto Jefferson
Folha de São Paulo - 18/02/09

O PMDB ofendeu a Lei de Serpico: "É o policial corrupto quem deve ter medo do honesto e não o contrário"


O PMDB OFENDEU-SE com a entrevista que o senador Jarbas Vasconcelos deu ao repórter Otávio Cabral. Um dos seus caciques, o deputado Eduardo Cunha (RJ) indignou-se: "Ele generalizou e não deve se sentir confortável no PMDB depois das críticas. Deve sair".
A reação de Cunha ofendeu a Lei de Serpico, o detetive americano (Al Pacino no filme) que levou um tiro na cara durante uma diligência contra traficantes acumpliciados com seus colegas: "É o policial corrupto quem deve ter medo do honesto e não o contrário".
O que disse Jarbas?
"O PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos."
O que se pode dizer do deputado Eduardo Cunha?
O doutor tem 40 anos, está no seu segundo mandato federal e o PMDB é seu terceiro domicílio partidário. Cunha começou sua carreira pública presidindo a falecida Telerj (1991-1993), durante o governo de Fernando Collor, e a Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro (1999-2000), durante o mandarinato de Anthony Garotinho. Sua contribuição republicana para o governo Lula foi a indicação do arquiteto Luiz Paulo Conde para a presidência das Centrais Elétricas de Furnas. Nas suas cercanias fica o fundo de pensão dos funcionários, o Real Grandeza, com ativos de R$ 5,8 bilhões ao final de 2007.
No collorato, Cunha era respeitado pelo acesso que tinha ao empresário-tesoureiro Paulo César Farias. Na virada petista, era visto por Rosinha Garotinho como intermediário fiel em algumas negociações com o PT. Em 2005, numa transação que poderia sepultar a criação da CPI dos Correios, foi desatendido pelo Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.
Cunha lidera com descortínio parte da bancada de deputados federais do PMDB. Quando necessário, atua em sintonia com o governador Sérgio Cabral, outro crítico das generalizações de Jarbas. Recentemente, Ronaldo Monteiro Francisco, irmão caçula de Roberto Jefferson, foi nomeado por Cabral para a presidência de uma empresa estatal. O ex-deputado, nacionalmente conhecido desde que implodiu as caixas do mensalão, lavou as mãos e atribuiu a escolha às "qualidades intelectuais e relações políticas de meu irmão" bem como "à amizade de Sérgio e Eduardo Cunha".
O deputado foi inquilino do doleiro Lúcio Funaro, um dos coadjuvantes da crise do mensalão. Explicando-se, disse que se tratava de um aluguel inocente. Quando lhe atribuem nomeações em diretorias de Furnas, da Caixa ou da Petrobras, responde: "Estão exagerando. Eu só indiquei o Luiz Paulo Conde para Furnas. Os outros foram indicados pelas bancadas e eu apenas apoiei".
As críticas de Jarbas Vasconcelos às práticas de uma banda (e que banda) do PMDB diferem das denúncias de Roberto Jefferson porque vêm de fora para dentro das caixas amigas. Todos os seus críticos sabem do que ele está falando e não querem saber de falar nisso. Michel Temer, presidente do partido e da Câmara dos Deputados, diz que elas não têm "especificidade". Se a generalização foi infame, Temer pegou leve. Se não se quer especificar, daqui a pouco começa o Carnaval e, quem sabe, muda-se de assunto.

O IDIOTA


QUARTA NOS JORNAIS

Globo: Montadoras pedem mais US$ 21 bilhões a Obama

 

Folha: Montadoras dos EUA preveem maos 50 mil demissões

 

Estadão: Montadoras dos EUA pedem mais US$ 21,6 bi

 

JB: Governador caça quem protege o meio ambiente

 

Correio: Câmara abre caixa-preta. Mas não muito...

 

Valor: Capital externo volta, mas bolsa tem queda de 4,77%

 

Gazeta Mercantil: Cinco mil advogados se unem contra Madoff

 

Estado de Minas: Cerco ao novo cangaço

 

Jornal do Commercio: Vai com tudo, Leão!