terça-feira, junho 11, 2013

Periguete, meu amor - ARNALDO JABOR

O GLOBO - 11/06

Estou com inveja do erotismo do século XXI? Será que fui apenas barrado do baile?


Meus artigos mais amados não foram escritos por mim. A internet está cheia de textos com meu nome, que causam frisson entre mulheres mal amadas, homens que amam pouco e subliteratos. E pior, chegam encantados me elogiando e, quando digo, com maligno sorriso, que jamais escreveria aquelas bobagens, me olham com rancor e partem batendo os pés. Os meus “falsos” artigos são quase sempre sobre as mulheres e de como devem ser “bonitinhas, obedientes e gratas aos maridos”.

Pois aqui, serei apócrifo de mim mesmo. Vamos a isso.

É espantoso o exibicionismo sexual das brasileiras — desde as mais mocinhas, ingênuas crianças, até coroas ex-gostosas e atuais barangas. Todas de shortinho ou “saias abajur” (que só cobrem a “perseguida”), barriga nua, todas bundudas e sapatos plataforma de dez centímetros. O modelo da mulher de hoje são as mulheres mangabas, melancias e abóboras — bundas que as defendem como airbags.

As periguetes aumentaram a solidão dos pobres voyeurs brasileiros. Sem falar nas revistas que programam industrialmente nossa tesão.

Nunca as mulheres foram tão nuas no Brasil; já expuseram o corpo todo, seios, vagina, mucosas, ânus. O que falta? Os órgãos internos?

Muitas têm boquinhas tímidas, algumas sugerem um susto de virgens, outras fazem cara de zangadas, ferozes gatas, mas todas nos olham dentro dos olhos como se dissessem: “Venham... eu estou sempre pronta, sempre excitada, eu independo de carícias, de romance”! Sugerem uma mistura de menina com vampira, de doçura com loucura. Seu ideal é serem desejadas como bons produtos. Felicidade é ser consumido. Felizes como coisas: Uma salsicha é feliz? Um bela lata de caviar? Mas, como amar um eletrodoméstico?

Que querem essas mulheres? Querem acabar com nossos lares? Querem nos humilhar com sua beleza inconquistável? Elas têm de fingir que não são reais, pois ninguém mais quer ser “real” hoje em dia. Vi um anúncio de uma boneca inflável que sintetizava o desejo impossível do homem de mercado: ter mulheres digitais que não vivam... O anúncio tinha o slogan embaixo: “She needs no food nor stupid conversation” (Nem precisa levar para jantar nem ter conversa fiada). A liberdade de mercado produziu um estranho “mercado da liberdade”.

Eu não falo isso como crítica. Não. Eu tenho inveja, a verde, viscosa e sinistra inveja da ausência de angústia, da ignorância gargalhante que adivinho sob seios siliconados de mulheres gostosérrimas ou sob os peitos raspados de garotões “tanquinhos”.

Chego na banca de jornais e peço: me dá o “Estadão”, “O GLOBO”. Pelo canto do olho, vejo as revistas sexy. Pergunto ainda: Já chegou a “The Economist”, o “Foreign Affairs”? Ah... não?... Então... tudo bem... ah... me dá aquela revista ali... “Qual?”, pergunta a jornaleira. “Aquela ali...” , respondo com falsa displicência, apontando uma mulher-fruta na capa. A gorda senhora italiana me olha com desprezo irônico.

Vou para o escritório como um velho onanista com um crime nas mãos. Eu precisava entender as bundas das mulheres-fruta. Começo a rasgar o papel de celofane com mãos trêmulas. As “frutas” me olham de costas, como uma salada. Lendo a revista, começo a sofrer. Decepciono-me com o que vejo. Penso: “Estou velho ou as ‘uvas estão verdes’?” Folheio a revista em busca do desejo, mas nada acontece. “Por quê, meu Deus? Elas são feias?” Que nada. Ninguém mais é feio. Ali só há mulheres retocadas e lindas, para programar nossa libido. Essas mulheres perfeitas pelo photoshop não precisam de nós. Elas parecem ser as namoradas de si mesmas.

Olho as revistas povoadas de mulheres lindas e me sinto mais só, diante de tanta oferta impossível. Elas são muita areia para o caminhão dos proletários sexuais que jamais terão dinheiro ou charme para conhecê-las. Elas provocam uma “tesão de classe”.

E a grande moda do momento? Ah... são mulheres penduradas em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pelos pubianos nos salões de beleza. Ficam balançando em paus de arara e, depois, saem felizes com apenas um canteirinho de cabelos, como um jardinzinho estreito e não mais a floresta peluda onde mora a temível “vagina dentata”. Parecem uns bigodinhos verticais que me fazem pensar em Hitler ou Sarney. Elas não querem ser amadas; querem que a gente sofra. Querem ser coloridos objetos para nossa masturbação. Mas isso é injusto para com o punheteiro contemporâneo, que vira um pobre excluído.

Antigamente não tinha isso não. A doce “punhetinha” era pura narrativa literária. Punheta era dramaturgia. Tínhamos de imaginar complicados enredos, com tramas de suspense e estrutura de romance policial. O que mais acendia o desejo eram justamente as peripécias, os obstáculos até chegarmos ao orgasmo. Imaginávamos cenas excitantes:

“Na sala vazia, D. Abigail, professora de matemática, irritou-se comigo: ‘Raiz quadrada de b2 menos 4ac sobre 2A! Será que você não aprende?’ Coberto de vergonha, abaixo a cabeça e vejo a saia justa lascada do lado, a deliciosa nesga de perna branca com celulite.”

“D. Abigail grita comigo: ‘Levanta a cabeça! Repete a equação!’ ‘Não sei, professora...’, respondo debulhado em lágrimas. ‘Vem cá, filhinho, eu te ensino.’ E D. Abigail me aperta contra os seios, e suas mãos descem lentamente, enquanto suas coxas com celulite se roçam, produzindo o suave fru-fru das meias “nylon” recém-chegadas da América...”

Ou podia ser então a mãe “boa” de algum amigo: “Carlos Eduardo está em casa, dona Flora?” “Não, Arnaldinho... Mas, eu estou. Venha cá no quarto ver meu sapato altíssimo de verniz negro e ponta fina que faz ‘tic-tic’ no assoalho...”

Mãe de amigo era “tudo” e nos dava um acre sabor de culpa perversa.

É isso aí.

E, ao fechar este texto, me assalta a dúvida: estou sendo hipócrita e com inveja do erotismo do século XXI? Será que fui apenas barrado do baile?

Como lidar com bebês em aviões - Mr. MILLES

O Estado de S.Paulo - 11/06

Nosso surpreendente viajante escreve-nos, agora, da Ilha de Upolo, em Samoa, nas águas mornas do Pacífico Sul. Ele e sua fidelíssima mascote Trashie, a raposa das estepes siberianas, resolveram fazer essa longa viagem por três motivos principais. O primeiro deles foi o interesse de nosso correspondente britânico em rever Telefoni Tulafanu, seu afilhado, nascido em 2008, filho de Faoa Tulafanu, seu antigo professor de samoano na Inglaterra.

Telefoni, agora com 5 anos, já tem 1,60 metro e pesa 90 quilos, estatura comum nesse povo que é "tão fisicamente grande quanto generoso". Mr. Miles queria, também, revisitar em Vailima a propriedade da família Stevenson, que guarda os restos mortais de um de seus ídolos de infância: o escritor Robert Louis Stevenson, autor, entre outros, dos livros A Ilha do Tesouro e O Médico e o Monstro. Stevenson, britânico nascido na Escócia, morreu precocemente, aos 44 anos, vítima de um enfarte no coração no paradisíaco arquipélago. "And last, but not least, viemos até aqui para aproveitar a beleza das ilhas, suas praias, cachoeiras e montanhas."

A seguir, a correspondência da semana:

Querido mr. Miles: viajo no meio do ano para apresentar meu filho de 6 meses de idade para seus avós italianos. O irmão dele, de 2 anos e meio, vai junto. O que devo fazer para incomodar menos os passageiros ao nosso redor?

Regina B. Tagliani, por e-mail

"Well, dear Regina: sua preocupação é louvável mas, I'm afraid, não há nada que você possa fazer, exceto rezar para que as horas passem velozes como minutos e os minutos sejam rápidos como segundos. Pequenas crianças a bordo de aviões de carreira costumam, of course, perturbar seus vizinhos. Por mais solerte que você seja no uso de mamadeiras e na troca de fraldas, sempre haverá aqueles instantes de descontrole infantil, que provocam berros agudos e acordam até os passageiros com os ouvidos protegidos por fones potentes ou o rosto afundado em três ou quatro travesseiros.

Unfortunately, não sei o que lhe dizer. Meu amigo Jaime Ibañez Acuña, uma espécie de Herodes chileno, não hesitaria em sugerir que você oferecesse um sedativo aos pimpolhos. Talvez seu pediatra até aprove a medida. However, se fosse por decisão de Jaime, as doses seriam cavalares… Oh, my God!

Tenho uma amiga que, quando voa com seus infantes, ajuda-os a dormir com gotas de medicação antienjoo. Mas eu sinceramente espero que você não siga qualquer uma dessas indicações sem conversar com um profissional gabaritado. De minha parte, raramente sofro com o problema. Como sei que crianças pequenas e seus pais são, quase sempre, instalados na primeira fileira de cada cabine, busco refúgio dez ou doze assentos para trás.

Fico imaginando, também, que as sempre pouco criativas companhias aéreas poderiam criar pequenas cabines exclusivas para passageiros como você e seus filhos, com divisões acústicas. Essa providência evitaria constrangimentos como o seu e preservaria a paz a bordo as well.

O ideal, dear Regina, é evitar submeter crianças pequenas e passageiros cansados a esse tipo de dissabor. No seu caso, as I see, parece-me inevitável. A não ser, claro, que você pague as passagens para seus sogros voarem até aqui. Isn't this a good idea?"

O teleférico da Rocinha - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 11/06

Na quinta, Dilma vai à Rocinha anunciar o PAC II das favelas.
Só lá, serão gastos R$ 900 milhões em saneamento, urbanização e na construção de um teleférico nas mesmas dimensões do Alemão.

Segue...
A ideia de fazer um teleférico na Rocinha tem o apoio de 88% dos moradores ouvidos numa pesquisa do Instituto Mapear.

Para casa, Padilha
Quatro prostitutas que participaram de campanha do Ministério da Saúde, aquela que foi retirada de circulação por causa da frase “Eu sou feliz sendo prostituta”, enviam amanhã uma notificação extrajudicial para o ministro Alexandre Padilha. Desautorizam o eventual uso de suas imagens em outras campanhas, segundo a Rede Brasileira de Prostitutas.

Tem mais...
Movimentos de travestis, soropositivos e homossexuais criaram nas redes sociais o slogan “Volta para casa, Padilha”.

UPP é cultura
Oito escritores estrangeiros que participam em julho da Flip, em Paraty, estarão também na Flupp — a Festa Literária das UPPs.
Entre eles, John Banville e Geoff Dyer. A Flupp será na Arena Dicró, na Penha, dias 8 e 9 de julho.

Isto é Renan
Renan Calheiros mostrou suas credenciais em Lisboa. Furou a fila para se servir de feijoada no almoço na casa do embaixador brasileiro em Lisboa, no sábado.
A festa era pelo encerramento do Ano do Brasil em Portugal. Estavam lá Marta Suplicy e o ex-presidente português Mário Soares.

Rumo à Ásia
A Marfrig, que vendeu a marca Seara com 30 fábricas para a JBS, pretende agora concentrar esforços no mercado asiático.

Para isso, vai reforçar os investimentos na sua subsidiária americana Keystone Foods, que tem unidades na China, na Tailândia, na Malásia e na Coreia do Sul.

Aliás...
Deve chegar a uns 100 milhões de dólares até 2022 este contrato da CBF com a Sadia, do grupo BRF.

Ela substitui a Seara, que, por atraso de pagamento, antes de ser vendida para a JBS, perdeu a vaga na camisa da seleção brasileira.

De volta para casa
O embaixador de Cuba em Brasília, Carlos Zamora, está de malas prontas.

A sua situação ficou insustentável desde que promoveu desastrada articulação contra a blogueira cubana Yoani Sánchez, em sua visita ao Brasil em fevereiro.

Imagina a festa
A Brahma está lançando uma edição especial e limitada de garrafas em alumínio para celebrar os grandes eventos esportivos do país.

Inspirada na taça da Copa do Mundo, a nova embalagem, veja só, reforça o slogan da cervejaria

“Imagina a festa”.

Frankie & Amaury
Acabou o prazo do estilista Frankie Mackey para apresentar recurso em sua defesa contra a sentença do processo em que é acusado do homicídio do sócio e companheiro Amaury Veras, ocorrido em setembro de 2004.

O que se diz é que o réu teria se refugiado na casa dos pais, em Rosário, na Argentina.

Deve ser terrível
Thaís Gulin, a jovem cantora, que namora Chico Buarque, está em turnê pela Europa. Dia destes, depois de fazer um show na casa Beba do Samba, em Roma, foi jantar com a turma da banda.

De repente, deram pela falta do violão e de um microfone, que estavam apoiados no balcão.

No mais
A Copa das Confederações será em seis estados brasileiros. Mas o foco da imprensa estrangeira é, como sempre, o meu, o seu, o nosso Rio de Janeiro.

O jornal esportivo francês “L’Équipe” anuncia uma reportagem de capa que, veja só, detona o Rio, abordando a questão da violência e da miséria.

Já...
O jornalão inglês “The Guardian” destaca que a cidade está mais segura, embora desaconselhe visitas a favelas, “salvo se você tiver amigos no Comando Vermelho”.

É. Pode ser.

GIULIA EM PELE DE BÁRBARA
Giulia Gam, a talentosa atriz, encarna sua personagem, a histérica e performática Bárbara Ellen, em “Sangue bom”, para fotos nos bastidores das gravações da novela, no Projac 

ZÉ ESTÁ VIVINHO DA SILVA
Zé Ramalho posa com sua mulher, Roberta, depois de ler notícia sobre sua própria morte, cruzes!, na internet. Ele está em turnê pelo Nordeste. Calma, gente! 

O colunista apodrece - JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 11/06

Nos últimos meses, sucessão de minicatástrofes mostra que a idade física está a aproximar-se da mental


Pedra no rim não é para qualquer um. Eu sei porque dei à luz uma. "Dar à luz": nunca uma expressão foi tão apropriada. Passei dois dias no hospital em maio e, de regresso à casa, não houve familiar ou amigo que não tivesse disparado o clichê: "Isso só é comparável à dor de parto".

Errado, irmãos. Com uma boa epidural, eu poderia dar à luz uma pedra do rim todas as semanas. A minha admiração sincera só está com as antigas mulheres que despachavam o serviço sem anestesia. Como foi possível, meu Deus? Como foi possível que incontáveis mulheres se tenham submetido a uma dor lancinante só para que a nossa espécie crescesse e se multiplicasse?

De bom grado entregaria a minha pedra, hoje em frasco de vidro, para que sobre ela se edificasse um monumento às parideiras desconhecidas. Se dar à luz dependesse dos homens, a história da civilização não teria passado do Paleolítico.

Estou curado. Do rim. Não estou curado do resto. Acabo de fazer 37 anos e, nos últimos meses, uma sucessão de minicatástrofes mostra que a idade física está a aproximar-se da mental. Biologicamente, são 37; mas é preciso inverter a ordem dos números para ter um retrato do artista quando "jovem".

Tudo começou com um almoço de domingo e um dente que não deveria estar no prato. De quem era aquele dente, perguntei, pronto para fazer piada com a cozinheira desdentada.

Os restantes comensais olharam para mim horrorizados e uma das crianças, chorando de medo, apontou para um buraco na minha boca.

Mas não são apenas os dentes que quebram e me abandonam. O cabelo também está a fazer as malas. Se fosse um dramaturgo, já teria escrito uma peça a respeito. Imagino a cena: o cabelo, deitado na cama e ligado a uma máquina, murmurando para mim. "Por favor, João, eu sei que sou importante na tua vida. Mas tens que me deixar ir."

E eu, agarrando na mão do meu amigo, implorando para que ele fique mais um pouco. "Só até os 40, rapaz, só até os 40!"

Não há 40 para ninguém. Pelo menos, sem alterar hábitos de vida. Entreguei os testes médicos ao especialista. Ele olhou para os testes. Depois para mim. Depois para os testes. Depois para mim. "Tem a certeza de que esses testes são seus?", perguntou o desgraçado.

Sentença: anos de excessos, anos de inatividade ""e a fatura chegou. É preciso comer melhor e, sobretudo, fazer exercício físico diário.

Obedeci. A partir de agora, usarei duas gotas de uísque Laphroaig apenas como perfume. E, sobre o exercício, perguntei na academia se existia um desporto leve, só para início de conversa. "Hidroginástica", disse-me a moça, com um inconfundível esgar de piedade.

Experimentei. Gostei. Tenho uma piscina enorme e mais de 30 mulheres só para mim. Todas elas poderiam ser minhas avós, mas isso nunca foi um problema para quem sempre apreciou mulheres maduras.

O ambiente é descontraído e graças a elas já conheço as melhores lojas ortopédicas de Lisboa, que me salvaram recentemente depois de mais um lamentável acidente doméstico.

Aconteceu minutos depois de despertar, quando me entreguei a tarefas radicais que não tenciono repetir tão cedo ""no caso, subir a persiana do quarto. Um estalido nas costas transformou-me de imediato em estátua e foram precisas doses equinas de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares para que voltasse a caminhar sem colete cervical.

Sou um homem novo, disposto a cuidar melhor da minha carcaça. E, hipocondríaco confesso, tentei saber tudo sobre a história da família para fazer exames preventivos. Foi assim que a palavra "colonoscopia" passou a fazer parte do meu dicionário.

Avancei para ela sem medo, embora gostasse de lavrar aqui o meu protesto: por que motivo as batas hospitalares para doentes continuam a tapar tudo na frente e a deixar generosas frestas na retaguarda?

Não que isso seja motivo para embaraços, claro, exceto se formos reconhecidos por alguns pacientes que também esperam a sua vez em traje igual. "Gosto muito de o ler", disse-me um. "É mais magro ao vivo que na TV", disse-me outra.

Agradeci, encostando-me ainda mais à parede. E quando finalmente chamaram pelo meu nome, fiz uma vênia de maestro e depois fui recuando, recuando, recuando, até desaparecer pela porta do bloco.

Nunca devemos virar as costas aos nossos fãs.

Justiça cara - LUIZ GARCIA

O GLOBO - 11/06
A vida vai ficar mais difícil - ou menos confortável - para juízes e desembargadores, tanto em atividade quanto aposentados, em oito estados do País.

Eles foram vítimas de uma decisão liminar do conselheiro Bruno Dantas, do Conselho Nacional de Justiça, que mandou suspender um auxílio- alimentação que beneficiava magistrados - juízes e desembargadores -, tanto os da ativa como a turma da cadeira de balanço na varanda (dos Tribunais de Justiça de Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Pernambuco, Roraima, Sergipe e São Paulo).

O benefício existia no papel, desde 2004, e não atingia todos os estados. A decisão do Conselho equivaleria a uma facada de R$ 101 milhões no Tesouro, que já pagou R$ 249,3 milhões em almoço, jantar e cafezinho para os felizes magistrados de 12 estados. O campeão foi o Estado do Rio, que desembolsou R$ 56,1 milhões em atrasados. Pelo menos em tese, o conselheiro Dantas concorda com o auxílio para os juízes na ativa.

A situação é, para dizer o menos, muito confusa.

Em primeiro lugar, juízes são funcionários públicos, e não dá para entender por que outros servidores civis do Estado não merecem a mesma colher de sopa. Em sua decisão, Dantas considera mais irregular o auxílio-alimentação para os aposentados. A questão acabará sendo decidida pelo Supremo Tribunal Federal, que vai julgar uma ação proposta pela Ordem dos Advogados contra esse auxílio.

Ao que parece, a comunidade jurídica concorda com o auxilio financeiro para os juízes na ativa, mas protesta contra a extensão do benefício aos aposentados. Recentemente, o Tribunal de Contas da União suspendeu uma proibição do pagamento de auxílio-alimentação a juízes federais e do Trabalho - o que custará à União algo perto de R$ 312 milhões. No Estado do Rio, o pagamento retroativo do auxílio-alimentação foi o mais alto: R$ 56,1 milhões. Um magistrado fluminense foi o campeão: levou para casa R$ 68.116,27. Outros estados ganharam menos.

Cidadãos ingênuos não entenderão por que o preço da justiça varia de um estado para outro.

A decisão liminar do conselheiro Bruno Dantas com certeza será contestada. Vamos ver quem vai sair ganhando, pelo menos no STF: eles ou nós. Em geral, são eles.

Ueba! Fifa é a sogra do Felipão! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 11/06

E um amigo meu disse que padrão Fifa é Faturamos Imensamente Fabricando Arenas


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!

E chato é aquele que, quando está com tosse, em vez de ir pro médico, vai pro teatro!

E esta: "Corintianos soltos chegam a São Paulo". Indulto do Dia dos Namorados!

E fim de semana bombado em São Paulo: Marcha da Maconha, Fórmula 1 e Brasil x França na TV!

E a Selecinha do Felipanta? Vence, mas não convence. Como diz um amigo: "A Seleção parece minha mulher de biquíni: não empolga".

E o Neymar tava marrudinho: "Não empurra que agora eu sou do Barcelona". Rarará!

Os baguetes viraram brochetes! E o tuiteiro Fabio Sinegaglia postou: "se o Felipão tá montando uma família, eu pergunto: quem é a sogra?". A Fifa! Rarará! A Fifa é a sogra da Seleção!

E como francês não toma banho, a única coisa que não podia vencer era o desodorante! França, venceu o desodorante! Rarará!

Levaram uma baguete! Os baguetes viraram brochetes! E o Oscar é um fiapo de manga!

E a F1? A F1 foi Galvão Free! Fórmula 1 sem o Galvão parece outro esporte. E sabe o que é galvanização? Galvanização: processo de corrosão do ouvido humano quando exposto aos comentários do Galvão Bueno.

E o Felipe Amassa? Amassou outra Ferrari. O Exterminador de Ferraris! Parece playboy, detona uma Ferrari por fim de semana. E, por causa do Massa, o Sindicato dos Funileiros determina que domingo passa a ser dia útil. Rarará!

E a Marcha da Maconha. EU FUI? Camiseta da Marcha da Maconha: "EU FUI?". Fui mas me lembro vagamente. Não é fui, é fumo!

Outra camiseta pra Marcha da Maconha: "EU FUMO?". Maconheiro indo pra Marcha: "Mãe, pra onde eu ia mesmo?". E a mãe: "Marcha da Maconha".

E eu já disse que o único efeito colateral da maconha é quando a polícia chega. Aliás, outro: larica. Assalto à geladeira. O cara fuma um, fica sem noção e traça aquele feijão gelado com a calda do pêssego em calda! Rarará!

E um amigo disse que transporte público em São Paulo é tão bom que o ônibus pega ele em casa: o ponto é na porta do prédio! Rarará!

E um amigo meu disse que padrão Fifa é Faturamos Imensamente Fabricando Arenas. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

AGORA EU TE PEGO - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 11/06

Sharon Acioly, uma das autoras de "Ai se Eu Te Pego", maior sucesso nacional dos últimos tempos, vai notificar a editora Panttanal, da família de Michel Teló, para exigir prestação de contas sobre os contratos que envolvem a música. Seus advogados dizem que, desde o estouro da canção, ela recebeu apenas cerca de R$ 100 mil.

MENOS É MAIS
O escritório Teixeira Martins Advogados, contratado por Sharon, vai também fazer a defesa dela em outra causa: há alguns meses, três jovens bloquearam a arrecadação obtida com a música alegando, na Justiça, que também eram autoras da canção. Elas querem ter o mesmo direito dado a outras três estudantes, em 2012. Dizem que todas juntas criaram o refrão "Ai se eu te pego" numa viagem à Disney, em 2006. Ele depois foi apresentado a Sharon por uma parte delas numa viagem à Bahia.

QUANDO QUISER
A advogada Caroline Mendes Dias, da editora Panttanal, diz que Sharon Acioly tem "um bom relacionamento" com a empresa e que basta pedir que qualquer documento sobre a música será fornecido. "A editora está fazendo o que tem que fazer", diz. A advogada alega que Sharon está recebendo pouco porque as ações judiciais obrigam a Panttanal a depositar o dinheiro em juízo.

SAUDADE DE LULA
Alberto Cantalice, vice-presidente nacional do PT, critica a "falta de diálogo" de Dilma Rousseff com a população e movimentos sociais. Para ele, houve retrocesso em relação à gestão Lula. "A Presidência fica muito na defensiva, não é proativa", diz.

FALA, DILMA
Em outras manifestações, no Twitter, Cantalice atribui a queda de popularidade da petista à "péssima comunicação do governo". Para ele, a Secom (Secretaria de Comunicação) de Dilma "sofre de falta de foco". E mais: "Em matéria de Comunicação e Comunicações, estamos muito mal!".

NO GANCHO
A ida de Adriane Galisteu para Record ou SBT esbarra no destino do reality show "Quem Quer Casar com Meu Filho?", que ela gravou e continua inédito na Band. Nenhum canal contrataria a apresentadora correndo o risco de tê-la no ar na concorrência. Galisteu e a Band discutem a possibilidade de engavetar de vez o projeto caso ela não renove o contrato com a empresa.

TUDO VALE A PENA
A primeira mesa da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) que teve os ingressos esgotados, ontem de manhã, foi a que reunirá a cantora Maria Bethânia com a professora Cleonice Berardinelli, 96, para falar de Fernando Pessoa. As cerca de 900 entradas foram vendidas em menos de duas horas.

SUBO NESSE PALCO
O ator Cássio Scapin já está ensaiando seu novo espetáculo teatral. O monólogo "Eu Não Dava Praquilo", escrito por ele e por Cássio Junqueira, tem direção de Elias Andreato e foi concebido a partir da biografia da atriz e diretora paulista Myriam Muniz. A estreia será em julho no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo.

Scapin foi convidado para dirigir a peça "Jonas e a Baleia", de Walcyr Carrasco, sobre a relação homoafetiva entre um executivo e um jovem rapaz.

DESARTICULEI
A atriz Regina Braga volta aos palcos de SP no dia 26 de julho com a peça "Desarticulações", no MIS (Museu da Imagem e do Som). A direção é de Isabel Teixeira.

ESTEIRA DE OURO
A academia Bodytech que será inaugurada hoje no shopping Iguatemi de São Paulo terá 1.200 alunos. A mensalidade para a malhação chega a R$ 900.

TODO ESSE JAZZ
Os músicos americanos Esperanza Spalding e Joshua Redman se apresentaram no segundo dia do BMW Jazz Festival em São Paulo, na sexta-feira. O cantor Milton Nascimento, a apresentadora Luisa Micheletti, o crítico de música Zuza Homem de Mello e o economista Caio Finotti, com a namorada, Veruska Zanetti, assistiram aos shows no HSBC Brasil.

NA CAUDA DE UM COMETA
Em parceria com companhia Dos à Deux, o ator Luis Melo estreou a peça "Ausência", no Sesc Ipiranga. O escritor Milton Hatoum, o diretor Antunes Filho, a cineasta Lygia Barbosa da Silva e as atrizes Carla Candiotto e Natalia Gonsales estiveram na plateia da sessão para convidados no sábado.

COMO NOSSOS PAIS
Ao lado de Laura Castro, a atriz portuguesa Maria de Medeiros iniciou temporada do espetáculo "Aos Nossos Filhos", na sexta. O diretor da montagem, João das Neves, o cenógrafo o Rodrigo Cohen, o diretor Luiz Villaça e a atriz Débora Duboc compareceram ao Sesc Santana.

CURTO-CIRCUITO
O cantor Billy Paul faz show hoje, às 22h, no Bourbon Street, em Moema. 18 anos.

O 9º Prêmio Fiesp/Sesi-SP de Cinema será entregue hoje, às 20h.

A atriz Kiara Sasso fará participação no show de Daniel Boaventura, hoje, no Credicard Hall. 14 anos.

O secretário de Estado da Habitação de SP, Silvio Torres, viaja à Espanha e aos EUA para apresentar projetos urbanísticos e buscar parceiros e investidores.

O Prêmio Marcantonio Vilaça será entregue amanhã, no Museu Histórico Nacional do Rio.

A marcha dos oprimidos - RODRIGO CONSTANTINO

O GLOBO - 11/06

Vamos pleitear mais privilégios de grupo, pois essa coisa de igualdade perante as leis que os liberais defendem é muito chata


Represento a ONG Minorias Unidas na Luta Ativista (Mula). Somos uma entidade que defende as pobres vítimas do “sistema”, ou seja, os gays, as lésbicas, os transexuais, os negros, as mulheres, os índios, os muçulmanos e todos os demais grupos excluídos que são explorados pelos brancos capitalistas.

Nossa visão de mundo não engloba o indivíduo, essa figura de carne e osso criada pelos ocidentais para fins espúrios. Nós só enxergamos grupos, que formam nossas identidades: classe, raça, gênero, inclinação sexual, religião. Somente essas abstrações nos interessam. Falar em indivíduo é cair na estratégia pérfida dos liberais. Não aceitamos isso!

Dividir para conquistar, eis nossa meta. Separamos o mundo entre aqueles que estão conosco, e nossos inimigos mortais. Estes são representados pela ONG Brancos Ricos Ocidentais Capitalistas Heterossexuais e Associados (Brocha). São nossos arquiinimigos na retórica, e ao mesmo tempo nossos melhores amigos na prática. É que precisamos deles para que paguem a conta de nossos privilégios.

Conseguimos isso por meio de chantagem emocional, incutindo culpa nas “elites”. A bilionária Fundação Ford é ótimo exemplo, sempre do nosso lado. É verdade que o mundo teve escravidão desde sempre, que até Zumbi tinha escravos, que os próprios africanos escravizaram outros africanos, e que foi o Ocidente que colocou um fim nessa prática nefasta. Não importa! Vamos dizer que todo negro é vítima e que os brancos precisam pagar.

Alguns negros, como Thomas Sowell, condenam isso? Simples: chamamos eles de traidores da raça. Funcionava com Lênin e os demais comunistas. Lembrem-se: existem apenas dois grupos. Por isso podemos fazer como o ex-presidente Lula e culpar os “brancos de olhos azuis” pela crise de 2008, mesmo que o CEO de um dos maiores bancos envolvidos na confusão fosse negro.

Por falar em Lula, eis outra grande vítima: nordestino e metalúrgico. Não importa que ele não trabalhe em um chão de fábrica há décadas, ou que receba duzentos mil por palestra, ou que só ande em jatinho particular, ou que seja aliado de todos os velhos caciques da política. Lula sempre será um ícone das minorias oprimidas!

O mais importante é vender a idéia de que somos vítimas, e que os brancos são responsáveis por todos os males do mundo. Sabemos que os negros e “chicanos” americanos gozam de muito mais liberdade e prosperidade do que seus pares africanos e latino-americanos. Não importa! Eles são vítimas, mesmo que o homem mais poderoso do mundo seja negro. Eternas vítimas.

Somos herdeiros de Foucault, o sadomasoquista que falava da forma mais cruel de tirania: a “hegemonia” oculta. Esqueça Coréia do Norte, Irã ou Cuba. A verdadeira ditadura está nos Estados Unidos! Sabemos que os gays correm risco de vida nos regimes comunistas ou islâmicos, mas o que importa isso? São os gays em São Francisco e Ipanema as verdadeiras vítimas. É que tem de ser muito macho para ser ativista em Cuba ou no Irã.

Somos filhos de Paulo Freire, e também acreditamos na “pedagogia dos oprimidos”. As escolas e faculdades não podem ser máquinas de formação de engenheiros e cientistas para ajudar na hegemonia capitalista. Precisamos de ainda mais professores marxistas, engajados nas causas das minorias, doutrinando nas áreas humanas. Viva Gramsci!

Vamos criar várias nações dentro do Brasil. A nação negra, a nação gay, a nação indígena, e por aí vai. Nada de ver todos apenas como brasileiros. Cada um desses grupos vai receber sua legítima cota, e vai direto para ótimos cargos públicos ou dar aulas nas faculdades. Merecemos essa vantagem, nada mais do que uma reparação pelo domínio dos brancos ao longo dos séculos.

E podemos ficar tranquilos: o povo da Brocha costuma aceitar calado nossas demandas. Nada como uma “elite” culpada, mesmo que de classe média. Basta acusarmos eles de “homofóbicos”, “racistas”, “reacionários”, ou “preconceituosos” que eles logo se intimidam e recuam. Sempre funciona acusar alguém que não é nada disso dessas coisas feias. O verdadeiro homofóbico ou racista não liga, mas a turma da Brocha entra em pânico.

Eis nosso grito revolucionário: minorias do mundo todo, uni-vos! Vamos pleitear mais privilégios de grupo, pois essa coisa de igualdade perante as leis que os liberais defendem é muito chata. Alguns podem estranhar eu ser homem e branco. Mas Chico Buarque é branco, com olhos claros, rico e heterossexual, e é aclamado pela Mula. Somos nós contra eles. Só há identidade no grupo. Abaixo o indivíduo! Socialismo ou morte! A morte dos que discordam, claro.

Não deixem o BC sozinho - CELSO MING

O Estado de S.Paulo - 11/06

Em entrevista publicada no Estadão de sábado, o ex-ministro Delfim Netto advertiu para a inadiável necessidade de arrumar as contas públicas. Sem ajuda da política fiscal, disse ele, o Banco Central será obrigado a puxar os juros básicos para dois dígitos.

A condução da política fiscal (receitas e despesas do governo) está em deterioração. É o que o Banco Central vem denunciando há meses quando escreve em seus documentos que "a política fiscal é expansionista".

No final de 2012, a Fazenda recorreu a truques contábeis para fingir que cumpriu suas metas e, neste ano, além de aumentar as despesas mais do que o avanço do PIB, vai antecipando artificialmente as receitas e adiando o que pode as despesas. Além disso, o Tesouro assume compromissos de impacto pouco transparentes sobre as contas públicas, como a derrubada dos juros cobrados nas generosas e pouco explicadas transferências ao BNDES.

Por declarações do secretário do Tesouro, Arno Augustin, já sabemos que o governo não se sente obrigado a cumprir à risca a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Está determinado a operar o fole do Tesouro supostamente como instrumento de políticas anticíclicas, que nunca vão nas duas direções, mas sempre na de maiores despesas.

A combinação de políticas econômicas do governo Dilma fracassou. Produziu um crescimento econômico pífio, uma inflação que agora vai perfurando o teto dos 6,5% em doze meses, um rombo crescente nas contas externas e uma indústria cada vez mais atacada pela osteoporose econômica.

Para uma decisiva correção de rumos, não basta a reconversão do Banco Central a sua função original de guardião da moeda, da qual estava afastado. Seus dirigentes acreditaram nas juras das autoridades do Ministério da Fazenda de que praticariam uma política fiscal responsável capaz de garantir um superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) de 3,1% do PIB, ou de R$ 155,9 bilhões neste ano. Vai ser preciso que o Tesouro faça a sua parte.

Quanto mais austeridade obtiver na condução de sua política fiscal, mais autonomia o governo reconquistará para cumprir seus objetivos. Terá mais fôlego para conduzir sua política social; terá mais espaço para reduzir os juros (ou não aumentá-los); mais recursos sobrarão para o investimento público; e mais folga terá para conduzir uma política cambial mais adequada para os interesses do sistema produtivo.

Uma das razões pelas quais a agência de classificação de risco Standard & Poor's avisou que o Brasil está para perder o grau de investimento para seus títulos é essa deterioração da administração fiscal. E a perda do grau de investimento implica alta dos juros cobrados não só pelos títulos públicos, mas também pelas dívidas do setor privado.

O voluntarista governo Dilma não está levando a sério os princípios republicanos que pedem austeridade e, sobretudo, transparência na condução dos recursos que são de toda a Nação e não instrumento de experimentação dos governantes da hora. A forte perda de apoio político que a presidente Dilma vai amargando tem a ver com tudo isso.

Inovar para não morrer? - ANTONIO MÁRCIO BUAINAIN

O Estado de S.Paulo - 11/06

"Inovar para competir" foi o tema do Fórum Estadão Investimentos, que no dia 4 reuniu lideranças empresariais e políticas para refletir sobre o assunto. Os participantes concordam que a inovação é essencial para o desenvolvimento em geral e para assegurar a competitividade das empresas brasileiras. O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, resumiu o desafio ao alertar que sem inovação e tecnologia não é possível elevar a produtividade, estagnada desde os anos 80. Os participantes ainda reconhecem notável progresso nas políticas públicas, mas apontam que os mecanismos de apoio à inovação não têm sido eficazes: "As empresas que se beneficiam da Lei do Bem não chegam a mil", afirma Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra, referindo-se aos incentivos fiscais.

Apesar dos avanços da política pública e de inúmeros exemplos de empresas brasileiras que cresceram e conquistaram mercados pois ousaram inovar, a inovação não alcançou o ritmo nem a amplitude necessários para modificar a estrutura produtiva rumo ao uso intensivo de conhecimento, cada vez mais necessário, até mesmo nas atividades intensivas em recursos naturais. A revista Pesquisa Fapesp deste mês apresenta dados sobre a evolução do dispêndio feito pelas empresas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de 2000 a 2012, como a porcentagem do PIB regional, que confirmam que a inovação não decolou e que as políticas de inovação e industrial têm sido ineficazes para elevar o gasto em P&D, base da inovação tecnológica. Para o Brasil, como um todo, o porcentual de gastos privados caiu de 0,5% para 0,45% do PIB de 2000 a 2012. Para o País, sem São Paulo, o porcentual caiu de 0,34% para 0,22% do PIB, e para São Paulo passou de 0,78% do PIB estadual para 0,92%, com um pico de 0,99% em 2010. Os números estimados pela pesquisa da Fapesp mostram que há muito mais mistério entre as políticas de incentivo do governo e a capacidade da indústria de fazer P&D do que temos sido capazes de explicar.

É inevitável pensar na importância do macroambiente em que as empresas competem, formulam e executam suas estratégias de sobrevivência e crescimento. Pedro Passos, da Natura, pôs o dedo próximo a uma das feridas ao ser "um pouco provocativo" e dizer que "a inovação no País é baixa porque a competição é pequena". Poucas empresas, em torno de 2 mil, inovam regularmente pois não sobreviveriam sem inovar e são mais impelidas pela concorrência que pelos incentivos públicos. Mas, ainda que todos concordemos com a importância estratégica da inovação para o futuro do País, é preciso perguntar se, no contexto da economia brasileira, a inovação é mesmo tão vital para a maioria das empresa e, se é, por que não inovam. O fato é que a maioria não tem condições materiais e financeiras, e talvez o investimento em inovação não resolva os problemas que enfrentam para sobreviver hoje nem assegure a competitividade, fortemente comprometida pelos altos custos sistêmicos, pelo câmbio sobrevalorizado e a própria instabilidade do quadro econômico geral, que ora empurra para maior internacionalização, ora indica vantagens para substituição de importações. Assim, para a maioria, a melhor postura seria mesmo a defensiva, ajustar na margem, buscar novos benefícios pontuais para compensar os altos custos, pressionar por mais proteção contra as importações e negociar novos pacotes de incentivo e apoio, mesmo quando o conjunto do empresariado sabe que este caminho é paliativo e que o bom mesmo seria inovar, conquistar novos mercados e ser competitivo por eficiência e qualidade.

Um amigo ilustrou a situação da inovação no Brasil com a figura de um barco com um enorme rombo na proa, que não afunda porque os passageiros drenam parte da água usando canecas de café. A política de inovação está distribuindo xícaras de café sem consertar o rombo. Isso é vital para o barco não afundar, mas não vai mudar de forma substantiva o quadro atual. Para isso, a inovação precisa compensar!

Zero por cento de segurança - VLADIMIR SAFATLE

FOLHA DE SP - 11/06

"Não é possível ter, ao mesmo tempo, 100% de segurança e 100% de privacidade com inconveniência zero."

Com essa frase, digna do cinismo mais patético, o presidente Barack Obama tentou justificar o fato de seu país ter se transformado em um verdadeiro ciber-Estado policial.

Graças à imprensa, descobrimos que o governo norte-americano usa o dinheiro dos contribuintes para espionar suas próprias vidas, por meio do monitoramento contínuo de ligações telefônicas e atividades na internet. Mas eles podem ficar tranquilo, pois, como disse Barack, "não vemos o conteúdo das ligações, só a duração e os números". Esta é a sua maneira de glosar o slogan preferido de Bill Clinton: "Fumei, mas não traguei".

Julian Assange, o mais conhecido preso político das ditas democracias liberais, já havia advertido: "A internet, nossa maior ferramenta de emancipação, está sendo transformada no mais perigoso facilitador do totalitaris- mo que já vimos".

Com a invenção do fantasma da ameaça terrorista permanente, os Estados democráticos encontraram, enfim, uma justificativa para agirem, de fato, como Estados totalitários, fazendo a Stasi [polícia secreta da antiga Alemanha Oriental], com suas técnicas grosseiras de vigilância, parecer uma brincadeira de criança.

Ninguém precisa grampear seu telefone ou colocar um espião na sua cola quando tudo o que você escreve alegremente no Facebook acaba, necessariamente, nas mãos de um iluminado da Agência de Segurança Nacional (NSA).

Eu mesmo tenho uma ideia: por que não colocar câmeras de observação nas televisões, em vez de só se focar nos telefones e na internet? George Orwell já demonstrou como essa técnica pode ser eficaz.

Mas a boa questão levantada pela frase de Obama é a seguinte: afinal, de onde veio a ideia demente de que precisamos de 100% de segurança?

Nunca nos livraremos de jovens desajustados que montam bombas caseiras ou fanáticos empunhando machadinha. Não há absolutamente nada que possamos fazer para evitar isso. Podemos minorar a letalidade dessas pessoas controlando a circulação de armas, e só.

O verdadeiro problema é termos chegado à situação de todo um país entrar em pânico quando se associa um crime comum à palavra "terrorismo". Pois, ao tentar realizar o sonho dos 100% de segurança, como se nossa utopia social fosse um paraíso de condomínio fechado, acabamos por acordar no pesadelo de um Estado que vira, ele sim, a fonte da pior das inseguranças.

A insegurança da submissão voluntária ao controle contínuo de alguém que reforça sua autoridade alimentando-se de nossos medos. A insegurança do fim da vida privada.

Você pode ter sido espionado - CLÓVIS ROSSI

FOLHA DE SP - 11/06

Mesmo assustado com o terror, o americano ainda preza a privacidade, o que levou a espionar os outros


É de fato correta a equação do presidente Barack Obama pela qual é impossível conciliar 100% de segurança com 100% de privacidade?

Foi esse o argumento usado para justificar o gigantesco esquema de espionagem legal adotado nos Estados Unidos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Minha sensação é a de que, de fato, trata-se de uma combinação impossível. Ou se cede um pouco de segurança em nome do máximo de privacidade ou se cede algo de privacidade em nome da segurança (segurança, bem entendida, contra o terrorismo, já que a criminalidade comum não está no radar do esquema de espionagem).

O problema passa a ser, portanto, o quanto de privacidade é razoável ceder. Suspeito que a legislação norte-americana pós-11 de Setembro foi muito além do razoável.

Primeiro, há excesso de opacidade na supervisão dos supervisores. O editorial de ontem do "Financial Times" toca na tecla certa: "Esses poderes legais podem ser necessários para lidar com as contínuas ameaças terroristas que os Estados Unidos enfrentam --fato sublinhado pelos ataques a bomba em Boston [à maratona de Boston]. Mas, para reter a confiança do público, [os poderes] deveriam sempre ser exercidos de forma proporcional [à ameaça terrorista] e sujeitos a algumas checagens efetivas".

Mesmo nos EUA, traumatizados pela ameaça terrorista, há quem não veja a menor proporção entre ela e o arsenal legal de espionagem. É o caso de Stephen M. Walt, professor de Relações Internacionais na Universidade Harvard, em seu blog na "Economist":

"Terrorismo convencional --mesmo do tipo sofrido no 11 de Setembro-- não é uma ameaça séria à economia norte-americana, ao modo americano de vida ou mesmo à segurança pessoal da esmagadora maioria dos americanos, porque a Al Qaeda e seus parentes não são nem poderosos ou preparados o suficiente para causar tanto dano quanto poderiam desejar".

Walt vai ao extremo de acrescentar que os norte-americanos correm muito mais riscos com acidentes de automóvel ou mesmo na banheira do que com o terrorismo.

Se é assim, não se justifica o aparato de espionagem irrestrita agora revelado. Até porque o caso de Boston mostra a ineficácia do mecanismo: Tamerlan Tsarnaev, o mais velho dos irmãos acusados pelo crime, entrou e saiu do radar do FBI, o que demonstra que não houve a checagem de dados levantados pela espionagem.

Suspeito que o trauma do 11 de Setembro deixou os norte-americanos menos obsessivos com a privacidade, a ponto de aceitarem, rangendo os dentes, alguma violação a ela em troca de uma sensação superior de segurança.

Se é assim, explica-se uma reação relativamente moderada à invasão agora exposta. Talvez porque o esquema de espionagem de dados estava voltado para fora dos EUA, ao menos na versão do governo.

Significa que você, brasileiro distraído, pode ter tido suas comunicações vasculhadas e, pior, nem tem em quem se vingar porque não vota nos Estados Unidos.

Manobras inúteis - JOSÉ PAULO KUPFER

O Estado de S.Paulo - 11/06

Já não são mais apenas os "suspeitos" ortodoxos de sempre que agora defendem, para a economia brasileira, a adoção de uma política fiscal mais austera. Economistas não alinhados com as receitas ditas neoliberais, como o ex-ministro Delfim Netto, também passaram a pregar, ainda que por razões diferentes, a reversão da atual tendência expansionista nas contas públicas. A ideia é levar a política fiscal a dividir os esforços de contenção das pressões inflacionárias com a política monetária, na tentativa de reverter os índices de inflação e evitar o agravamento dos déficits externos.

Essa divisão de tarefas se tornou indispensável com a constatação de que o crescimento da economia encontrou, na atual combinação dos fatores de produção, um teto físico. Tal limitação pode ser resumidamente representada pela escassez de oferta de mão de obra, que, aliás, está na base da manutenção de uma baixa taxa de desemprego em ambiente de baixo crescimento. Uma expansão fiscal, nessas circunstâncias, produzirá impactos mais negativos aos investimentos e ao setor externo do que benefícios ao crescimento.

Como disse Delfim, em entrevista ao Estado e descreveu em recente artigo no jornal Valor, "os efeitos produzidos pela ampliação das despesas do governo (PIB constante) serão: 1.º) um aumento da taxa de juros real para cortar o investimento e/ou 2.º) uma valorização do câmbio real para aumentar o déficit em conta corrente". Pode-se acrescentar que, com a perspectiva do início da reversão do regime de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, a política fiscal, ao operar em sentido contrário, não só tira potência da política monetária como também ajuda a promover trepidações adicionais nas taxas de câmbio.

O governo, no entanto, parece insensível aos movimentos acima descritos. Na semana passada, por meio da Medida Provisória 618, por exemplo, valeu-se, mais uma vez, da sua já conhecida "contabilidade criativa" para expandir despesas sem produzir impacto visível no superávit primário e na relação entre a dívida líquida pública e o PIB. De acordo com a MP, o Tesouro destinará mais R$ 30 bilhões, metade ao BNDES e outra metade à Valec, estatal do setor ferroviário, sob a forma de empréstimos sem prazo de vencimento.

Além disso, subsídios do Tesouro em financiamentos do BNDES ao setor privado, que entravam como despesas no cálculo das contas fiscais primárias, serão "reduzidos" e, em parte, postergados. Com base numa "renegociação" para menos dos juros cobrados nos contratos de empréstimo do Tesouro ao banco e também pela ampliação dos prazos de cobertura pelo Tesouro, gastos efetivos não aparecerão nas contas do superávit primário e na dívida pública líquida.

A alegação oficial é de que essas manobras, além de legais, são necessárias para acelerar os investimentos e não afetam o controle das contas públicas. É fato que a dívida bruta pública - na qual esses contorcionismos fiscais são contabilizados -, hoje nas vizinhanças de 60% do PIB, vem mantendo relativa estabilidade e não está tão longe da registrada por outras economias emergentes, quando se verifica que, descontada a parcela referente às reservas internacionais, roda pouco acima de 40% do PIB. Também é fato que o déficit fiscal nominal ainda não passa de 3% do PIB, índice globalmente aceito para contas públicas controladas.

Ocorre que, além de produzirem, no quadro atual, impulsos inadequados ao crescimento da economia, as manobras do Tesouro, agora tão habituais, afetam, fortemente, a credibilidade da condução da política fiscal. Pior do que isso, elas são inúteis para esconder a real trajetória das contas públicas. O rebaixamento da perspectiva dos títulos brasileiros de "estável" para "negativa", pela agência de classificação de riscos Standard & Poor's, anunciado na semana passada, é um sinal de alerta para riscos da economia brasileira que não deveria ser desprezado.

Semelhanças e coincidências - RUBENS BARBOSA

O GLOBO - 11/06

O país vive um momento de perplexidade. O crescimento diminui, o déficit público cresce e a inflação sobe. Os planos para construir uma nação mais inclusiva estão sendo postergados.

Na ausência de liderança política, decisões imperativas estão suspensas ou adiadas. A economia tem sofrido e a propaganda dos sucessos dos últimos anos disfarça as fraquezas reais.

A mudança da percepção externa e o pessimismo que se amplia sobre o país não levam em conta algumas de suas reais forças. A expansão de mercado interno, o vigor das empresas privadas, o fato de o Governo ainda ter muita margem de manobra e o otimismo e a confiança existente entre os que compõe a crescente classe media seriam pontos positivos.

O país tem todas as condições de entrar para o grupo dos pesos pesados da economia mundial. As projeções de crescimento de 5%, contudo, não se materializaram.

Em meados dos anos 90, o país se modernizou e uma série de medidas foram adotadas para reduzir os controles sobre a iniciativa privada e para gradualmente integrar o país na economia global, racionalizar sua estrutura tributária e oferecer um marco regulatório transparente.

O compromisso do governo no tocante ao crescimento que poderia beneficiar em muito a população tem sido inconsistente. A crescente presença do Estado começou a erodir o frágil consenso sobre o capitalismo e fez reaparecer a antiga associação entre capitalismo e corrupção.

Os gastos públicos aumentaram, mas devido a ineficiência e a corrupção, a maior parte dos recursos nunca chegaram aos setores que dele deveriam se beneficiar.

O sistema político está profundamente fragmentado, o que tornou o consenso difícil de ser alcançado. Por exemplo, a reforma tributária está paralisada há muitos anos. Além disso, uma série de escândalos está pondo a prova a integridade das instituições, como a Justiça e o Congresso.

A principal causa que explica essa disfunção é a política de coalizão. O maior partido abdicou de sua obrigação de tentar superar as dificuldades da politica doméstica e deixou de exercer o papel de liderança que dele se esperava.

Qualquer semelhança com um pais que conhecemos é mera coincidência. Se o leitor pensou que a descrição feita diz respeito ao Brasil, está sendo muito pessimista... A situação econômica descrita se refere a Índia, e resume em larga medida de forma literal artigo publicado na Foreign Affairs por Pratap Mehta.

Tanto na India quanto no Brasil, o grande desafio é superar o imobilismo e aprovar mudanças econômicas. Trata-se da superação das dificuldades politicas internas para aumentar a competitividade e a produtividade do pais.

Talvez se possa dizer dos indianos o que dizia Nelson Rodrigues: “O que atrapalha o brasileiro é o próprio brasileiro”.

Dólar volta para casa - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 11/06

A tendência de valorização do dólar é mundial, mas há causas específicas da economia brasileira que intensificam a perda da nossa moeda: PIB fraco, inflação alta, menor saldo comercial. Lá fora, a economia americana tem sido melhor avaliada e isso pode levar à redução de estímulos e alta dos juros. Expectativa de rentabilidade maior dos papéis do governo leva de volta para os EUA dólares espalhados pelo mundo.

Para o Brasil, essa virada mundial no câmbio acontece em um momento ruim, quando a inflação está alta e o déficit em conta corrente, elevado, em 3% do PIB. Dólar mais caro pressiona a inflação e, para entender melhor isso, basta olhar para um produto muito vendido no país: o pão francês. Metade do trigo consumido no Brasil é importado. Se o dólar sobe, o preço do trigo, em algum momento, também aumenta. Nos últimos 12 meses, o pão francês já subiu 16,18%, até maio; e o macarrão, 12,73%.

É esse tipo de repasse que explica as intervenções no câmbio feitas pelo Banco Central. Se o real se desvalorizar muito, a inflação, que já está no limite da meta, em 6,5%, pode subir ainda mais. No cálculo do INPC, o índice que mede a inflação das pessoas com menor renda, o peso dos alimentos é maior. Em 12 meses, o INPC já está acima da meta, em 6,95%. Ou seja, dólar mais forte não é bom para os preços.

O economista-chefe do Santander Asset Management, Hugo Penteado, explicou que, no mundo, o dólar se fortalece quando há aumento de aversão ao risco, por alguma crise, e quando se acredita que a economia americana está passando por uma recuperação. Esse é o caso atual. Ele cita uma série de indicadores que vieram mais fortes nos últimos meses:
— A confiança do consumidor americano está no nível mais alto em seis anos, a criação de empregos tem melhorado, o setor de imóveis está em recuperação há 12 meses, com demanda elevada e oferta fraca. O crédito a empresas e consumidores acelerou e este ano há um dado importante: não haverá férias coletivas na indústria automobilística — disse.

Apesar da melhora no ânimo, é sempre bom lembrar que desde 2008 a economia mundial tem mudado de humor com frequência e que o motor americano já decepcionou em outras ocasiões. 

Calote sobe no mês, cai no ano
A inadimplência voltou a subir em maio, 1,8%, depois de quatro meses de queda, de acordo com indicador do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) antecipado pela coluna. Segundo o economista Flávio Calife, da Boa Vista Serviços, empresa que administra o SCPC, apesar do aumento no mês, a tendência ainda é de redução no ano, embora em ritmo lento.

— Em 12 meses, já chegou a subir 23% e agora cai 0,9%. Achamos que termina 2013 com essa queda. O ano será de leve melhora em relação a 2012, mas o ritmo está mais lento do que prevíamos — afirmou.

O PIB desacelerou, os juros estão em alta, a inflação continua elevada. Isso não estava no radar no início do ano. Calife explica que o mercado de crédito ainda recebe cerca de 300 mil a 400 mil novas pessoas por mês. São clientes que nunca fizeram empréstimos e não estão acostumados a gerenciar dívidas.

No varejo, o quadro ainda é de piora, tanto no mês quanto no ano. A inadimplência do setor subiu 6,8% em maio, em relação a abril, com alta de 3% de janeiro a maio. Ao lado da inflação, esse é um dos motivos da desaceleração do comércio

É a propaganda, estúpido - NIZAN GUANAES

FOLHA DE SP - 11/06

A propaganda passa por transformações profundas. Mas ela nunca foi tão demandada e relevante


A propaganda, como o jornalismo, passa por transformações profundas. Disruptivo é pouco para descrever o momento.

Mas a propaganda, como o jornalismo, nunca foi tão demandada. E seu futuro nunca foi tão relevante, ainda que diferente do que é hoje.

Nesta era da comunicação, que é por consequência a era da informação, compra desinformada é um hábito em extinção. O consumo é uma operação cada vez mais sofisticada, inteligente, informada. Clientes que no ato da compra têm acesso ao preço do produto comprado em vários concorrentes são só o começo das transformações em curso.

Para competir nesse mundo informado, será preciso informar e trocar informações. Será preciso ter voz, cabeça e coração. Uma marca será mais que uma marca.

Mas essa nova conversação surgiu antes dos serviços para atendê-la. Estamos aprendendo no caminho. E, se o novo fascina, ele também engana.

Não se deve confundir permanência com velhice. Muitas coisas serão sempre relevantes justamente por serem antigas, testadas, verdadeiras.

A nova propaganda tem em sua essência o DNA da velha propaganda. A arte, a inteligência e o conhecimento são atemporais. Os profissionais da propaganda e do marketing acumulam há décadas gigabytes de conhecimento empírico sobre a arte de vender e de informar o mercado sobre o que está sendo ofertado.

O marketing e a propaganda sempre foram e seguirão fundamentais para a inovação mercadológica. São disciplinas necessárias para entender as demandas do mercado e transformá-las em novos produtos para atendê-lo. Sua importância na economia não deve nem pode ser subestimada.

Não é coincidência que novas grandes empresas inovadoras como Facebook e Google tenham como maior receita justamente a publicidade em suas redes.

Esta Folha noticiou na semana passada que a Amazon faturou US$ 610 milhões com publicidade em 2012, um crescimento de 45% em relação ao ano anterior. E pode chegar a US$ 800 milhões neste ano, crescimento de 30%. E a Amazon é um varejista eletrônico, não é mídia.

Ou é? A loja virtual é também uma coletora de informações preciosas sobre seus clientes expressas na navegação que fazem ali. Com essas informações ela é capaz de oferecer anúncios muito mais focados no gosto do consumidor.

Entendeu a força da publicidade no novo mundo em que nos comunicamos? Ela pode ter mudado, mas sua importância é vital.

O Twitter acaba de fechar uma parceria com a WPP, o maior grupo de serviços de marketing do mundo, comandado pelo mestre sir Martin Sorell, para explorar novas formas de anunciar na rede, sempre balizadas pelas informações fornecidas pelos seus usuários, neste caso, sobre o que tuítam ou seguem, para oferecer propaganda focada.

No Facebook, que atingiu no ano passado a fabulosa marca de 1 bilhão de usuários no mundo, 85% do faturamento vem da publicidade, e a empresa não para de inventar novas formas de anunciar. A última reformulação foi apresentada na semana passada.

O mercado prevê crescimento mais do que chinês de 30% na receita do Facebook com publicidade neste ano, para US$ 5,6 bilhões.

O crescimento previsto no segmento "mobile" da rede social é ainda mais vigoroso: de US$ 500 milhões em 2012 pra US$ 1,5 bilhão neste ano. Isso apesar da crise econômica global. Crise?

Mas é olhando para o Google que a força da publicidade no novo mapa da comunicação fica mais clara. A empresa americana faturou nada menos que US$ 40 bilhões com publicidade em 2012, crescimento de mais de 20% em relação ao ano anterior.

É preciso, diante desses números acachapantes, olhar a relação das novas formas de comunicação com a propaganda do jeito que ela é.

Não como uma ameaça, mas uma parceira e um condutor importante para que os publicitários sigam fazendo aquilo que sabemos fazer melhor do que ninguém: entender o produto, o mercado, as mídias e a relação entre eles para proporcionar as melhores oportunidades de negócios para as empresas prosperarem.

O controle de capitais e o IOF - ANTÔNIO DELFIM NETTO

VALOR ECONÔMICO - 11/06

A crítica ao "ativismo" do ilustre ministro Guido Mantega parece ter se transformado no esporte predileto dos analistas nacionais e internacionais do sistema financeiro. A recente decisão de reduzir de 6% para zero a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras, incidente sobre o fluxo de moeda estrangeira para aplicações em renda fixa, foi mais uma oportunidade para observações mordazes.

A crítica padece de fundamento mesmo para aqueles que ideologicamente (porque não há "teoria" que a sustente) preferem a plena liberdade dos movimentos de capitais. O ministro não pode ter errado duas vezes quando instituiu o IOF e quando o eliminou. Mereceria, portanto, elogios pelo menos uma vez!

A conveniência ou não da plena liberdade do movimento de capitais depende das circunstâncias. A história e a literatura econômicas a respeito do assunto revelam isso com a maior clareza. O Acordo de Bretton Woods, de 1944, que criou o FMI, estabeleceu um sistema de câmbio fixo referido ao dólar americano (que, por sua vez, referenciava-se ao ouro) ajustável sob a vigilância do próprio fundo.

Explicitamente, ele diz, no artigo IV, Seção 3 - Controle de transferência de capitais: "Os países-membros podem exercer tal controle, à medida que forem necessários para regular os movimentos dos capitais internacionais, mas nenhum deles pode exercê-lo para restringir o pagamento das transações correntes..."

Reconhecia, assim, que o controle de capitais poderia ser um instrumento de política econômica. Os EUA, depois de terem se desembaraçado da ligação dólar/ouro em 1973, foram removendo os seus mecanismos de controle de movimento de capitais. Nisso foram seguidos por outros países desenvolvidos. A partir dos anos 90 do século passado, a liberalização do movimento de capitais foi se impondo também aos países subdesenvolvidos.

Os argumentos teóricos para sustentar esse processo têm certa lógica. No fundo, uma generalização da teoria das vantagens comparativas que justifica a liberdade de comércio. Países com oportunidades de investimento diferentes, com taxas de poupança desiguais e com estruturas demográficas em estágios diferentes, poderiam beneficiar-se da liberdade de movimento de capitais, que produziria complementaridade entre eles. Os países com excedentes de poupança sem perspectiva de investimento poderiam transacionar com os deficientes em poupança com boas perspectivas de investimento. A troca beneficiaria os dois: os primeiros garantiriam seu consumo futuro, e os segundos acelerariam o seu crescimento. Essa troca intertemporal poderia também reduzir os efeitos das flutuações cíclicas da economia sobre o consumo e o investimento.

Não há estudos sólidos que revelem que tais benefícios são invariantes com relação à situação econômico-financeira do país receptor dos capitais. Os movimentos de capitais podem exercer influência deletéria sobre a formação da taxa de câmbio real, que é uma variável crítica no processo de desenvolvimento dos países. A plena liberdade do movimento de capitais não é, portanto, uma questão que possa ser resolvida teoricamente. É uma questão de conveniência, que deve ser apreciada diante de circunstâncias concretas. O controle do movimento dos capitais, como já dissemos, é apenas um instrumento de política econômica já reconhecido em Bretton Woods, por insistência de John Maynard Keynes. Ele está longe de envolver uma questão de princípio ou de ser uma recomendação prática de um abstrato modelo de equilíbrio econômico.

Quando o mercado é controlado por um sistema de câmbio flexível, e a taxa de juros real interna é superior a externa, a taxa de câmbio real deixa de ser o preço relativo que equilibra o valor do fluxo de entrada da moeda estrangeira (exportação) com o fluxo de sua saída (importação). A moeda nacional transforma-se num ativo financeiro, que é comprado e vendido a cada instante num mercado de mais de 10 mil operadores, que transacionam mais de US$ 2 trilhões a cada 24 horas, em operações de um milésimo de segundo, à procura de diferenças na terceira casa decimal das taxas de câmbio cruzadas de quase 150 países. Está longe, consequentemente, de poder ser controlado por qualquer autoridade nacional.

Dependendo das circunstâncias e da confiança dos operadores, o diferencial de juros pode tornar-se muito atrativo. O excesso de entrada de capitais, em busca de legítima remuneração, pode valorizar exageradamente, e por muito tempo, a taxa de câmbio real, produzindo desequilíbrios, cujos custos superam os benefícios que podem proporcionar ao país receptor. Do ponto de vista da teoria econômica, não há nada de pecaminoso, em tais circunstâncias, na introdução de um controle de capitais para preservar a estrutura produtiva do país.

Aqui talvez valha uma observação. A medida de eliminação do IOF foi interpretada como sendo feita para facilitar a entrada de capitais e amenizar a depreciação do real. Mas são suas circunstâncias que determinarão o efeito final. Aplicadores em papéis do Tesouro não se retiraram diante da onda de pessimismo criada no mercado financeiro, por receio de perder a oportunidade de aproveitar nossas altas taxas de retorno. Agora estão livres para fazê-lo, diante da mudança da situação internacional, o que poderá aumentar a pressão para a desvalorização do real.

Os economistas têm que introjetar o fato que não existe política econômica que seja invariante às circunstâncias, principalmente às expectativas. É por isso que o controle de capitais, ainda que necessário é, com tempo suficiente, elidível pelo mercado!

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 11/06

Usina entra em operação com três anos de atraso
A hidrelétrica de Simplício, localizada na divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, entrou em operação comercial quase três anos depois do previsto no contrato de concessão e após responder a indícios de sobrepreço.

Ao custo de R$ 2 bilhões e com 333,7 MW de potência instalada, a obra representa um terço da usina de Belo Monte, em construção no Pará, e tem capacidade para gerar energia a 800 mil pessoas.

É parte dos cerca de 6.000 MW que Furnas, responsável pela hidrelétrica, prevê disponibilizar até 2016, com a conclusão de outros 20 empreendimentos.

Em fevereiro, no sexto balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a usina construída no rio Paraíba do Sul recebeu o carimbo de atenção.

O novo balanço, divulgado ontem pelo governo federal, aponta que as três unidades geradoras já estão em funcionamento, desde a semana passada.

Entre os principais motivos para a alteração no cronograma da obra estão, segundo Furnas, o acréscimo de serviços não contemplados no projeto inicial e o atraso na emissão de licenças ambientais e de autorizações para a retirada de vegetação.

As obras também perderam a janela hidrológica, período de menos chuvas, além de enfrentarem decisões contrárias na Justiça.

No ano passado, por exemplo, a Justiça Federal chegou a suspender o enchimento do reservatório, etapa fundamental para o início da operação.

Ao Tribunal de Contas da União, que apontou em 2011 indícios de sobrepreço, Furnas disse que não houve irregularidades, mas adequações.

A estatal ainda é responsável pela hidrelétrica de Batalha, entre Minas e Goiás.

Para menores
O seguro para pequenas e médias empresas cresceu quase 22% no primeiro quadrimestre do ano, ante o mesmo período de 2012, segundo a FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).

Chamada de compreensivo empresarial, a modalidade superou o ramo de seguros patrimoniais, que registrou crescimento de 14% no período, e dos seguros em geral, que tiveram alta de 18%.

"O aumento da renda do trabalhador alimenta o consumo, o que permite um crescimento sustentável das médias e pequenas empresas", diz o diretor-executivo da FenSeg, Neival Freitas.

"Isso faz com que elas tenham condições de procurar proteção para seus patrimônios, o que representa um círculo virtuoso."

Chá morno na Inglaterra
A confiança do consumidor na Inglaterra subiu cinco pontos em maio, ante o mês anterior, segundo índice da GfK que varia de -100 a 100 --valores negativos indicam que a avaliação está abaixo da média no longo prazo.

O indicador, porém, permanece negativo, em -22.

O subíndice que mensura as considerações dos ingleses em relação ao desempenho econômico dos últimos 12 meses foi o que alavancou a alta --subiu nove pontos.

Foram entrevistadas cerca de 2.000 pessoas. A margem de erro é de 2%.

CONTRATADOS E DEMITIDOS
A expectativa líquida de emprego para o próximo trimestre no país diminuiu dois pontos percentuais, na comparação com os três meses anteriores, e ficou em 28%.

O indicador é um cálculo feito com a porcentagem das empresas que pretendem contratar menos o percentual das que preveem demissões.

Apesar da queda, o Brasil é o segundo país com maior índice, atrás apenas de Taiwan, com 40%, segundo pesquisa do ManpowerGroup.

"O Brasil está sofrendo impactos da crise internacional, mas [as empresas] ainda veem possibilidades aqui" afirma Marcia Almström, diretora da companhia.

O mercado de trabalho de São Paulo, porém, deve se aquecer no trimestre que se inicia em julho. A expectativa no Estado aumentou cinco pontos percentuais ante os três meses anteriores e ficou em 32%.

Paraná e Minas Gerais registraram retração no índice.

Na análise por setor, o de construção civil foi o que teve a maior queda: 16 pontos percentuais, alcançando 25%. Na indústria, a diminuição foi discreta, mas o mercado já se encontrava em patamar mais baixo e o índice foi de 22%.

Foram entrevistados 66 mil empregadores em 42 países. A margem de erro é de 3,4%.

Publicidade sobre rodas
Uma audiência pública será realizada hoje de tarde na Câmara dos Deputados para discutir um projeto de lei que coloca restrições às propagandas de carros.

A ideia é proibir peças publicitárias que demonstram infrações de trânsito e que induzam a atividades violentas ou ilegais no trânsito, de acordo com o texto.

O projeto, se aprovado, deverá introduzir a alteração no Código de Trânsito Brasileiro.

Foram convidados representantes do Ministério da Justiça, do Ministério das Comunicações, do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 11/06

GASÔMETRO JÁ ESTÁ LIBERADO PARA PORTO MARAVILHA
Cdurp repassou terreno de 116 mil metros quadrados à Caixa. Área será loteada para projetos residenciais e comerciais

O terreno do Gasômetro foi transferido pela Prefeitura do Rio ao fundo imobiliário da Região do Porto (FIIRP), administrado pela Caixa. A operação, concluída no fim da semana passada, abre espaço para implantação de um conjunto de empreendimentos, que pode passar de R$ 6 bilhões em valor de vendas, estima Alberto Silva, presidente da Cdurp, empresa municipal responsável pelo Porto Maravilha. Os 116 mil metros quadrados do Gasômetro, que passam pelas avenidas Rio de Janeiro, Francisco Bicalho e Pedro II, formam a área de maior potencial de construção da Zona Portuária revitalizada. Ali, será possível construir edifícios de até 150 metros de altura, equivalentes a 50 andares. O terreno, de uso misto, será loteado e poderá abrigar projetos comerciais (60%) e residenciais (40%). "Estamos falando de um novo bairro", sublinha Silva. Uma dezena de construtoras e incorporadoras já manifestou interesse pela área. A negociação de loteamentos e projetos cabe à Caixa. A CEG manterá o arrendamento de 13 mil metros quadrados, para instalações administrativas. Sozinho, o Gasômetro engloba 1.747.200 Cepacs (27,5% do total), títulos que permitem adição de gabarito.

R$226 MILHÕES
É o valor do terreno repassado à Caixa. O Gasômetro tornou-se a área mais valiosa da carteira do fundo Porto Maravilha. A Cdurp já transferiu Usina de Asfalto, Pátio da Marítima e Praia Formosa.

ENCONTRO DE CAMPEÕES
Pelé e Anderson Silva estarão juntos, pela 1ª vez, numa ação publicitária. Estreia amanhã, na web, ofilme “Não deu”, no qual o campeão do UFC sonha com carreira dej ogador de futebol. Quem o desperta da fantasia é o Rei. O vídeo é o maior investimento de marca da Vivo este ano. O argentino Armando Bo, de “O último Elvis”, dirigiu. A DM9DDB assina.

‘ARRAIK
A C&A estreou campanha de festas juninas no Nordeste. Está em TV, rádio e mídia impressa. Criação da DM9DDB. A rede de lojas patrocina o São João de Caruaru (PE), onde promove correio do amorcom envio de recados por tablets.

No forno
Fica pronta ainda este mês a resolução da ANP com as regras do primeiro leilão do pré-sal no regime de partilha, diz uma fonte do governo. O bônus terá valor fixo. Assim, será vencedora a empresa (ou o consórcio) que oferecer a maior quantidade de óleo à União.

Em tempo
Hoje, é a audiência pública da ANP sobre as regras de licitação de Libra. A área, na Bacia de Santos, é o alvo do leilão, em outubro.

Coloração
A Niely Cosméticos vai dobrar a produção de coloração para cabelos, para 11 milhões de unidades por mês. Investiu R$ 10 milhões em novos equipamentos. Estima bater R$ 600 milhões em receita este ano, ante R$ 520 milhões em 2012, diz o presidente Daniel de Jesus.

‘Data center’
A Alog, de serviços de infraestrutura de TI, está atualizando o data center do Rio. Vai ampliar capacidade em 12%. É aporte de R$ 12 milhões, de olho na demanda para Copa 2014 e Jogos 2016.

Farmacêutica
A Torrent espera elevar as vendas do Slenfig no país, depois da decisão da Anvisa de manter a sibutramina no mercado. Em 2008, quando lançou o similar da substância para combate à obesidade, queria ter 10% do segmento. Chegou a 13% em 2012. Prevê ter 15% até 2014.

Namorados 1
Menos de um terço (28%) dos brasileiros planeja gastar com presente ou comemoração no Dia dos Namorados, segundo pesquisa Fecomércio-RJ/Ipsos. “Pode ser reflexo da inflação e do endividamento das famílias”, conta o economista Christian Travassos.

Namorados 2
O gasto médio previsto é de R$ 175, sobretudo com roupa (28%) e perfumaria (21%).

Patrocínio
A Petrobras vai patrocinar o judô brasileiro. Fecha hoje com a CBJ. Ao todo, destinará R$ 20 milhões para o esporte nos próximos quatro anos.

SEM INFÂNCIA
A Nazca assina a campanha quea ActionAid lança amanhã, Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. O ursinho abandonado num lixão remete ao Dia dos Namorados, data coincidente, eao sacrifício da infância. São crianças 20% dos catadores do país.

MERGULHO
A C&C Technologies, de serviços de pesquisa de campo, bateu 100.000km de dados geofísicos coletados para a Petrobras com veículo submersível. A estatal representa 30% dos negócios da americana. A receita no Brasil, em 2012, foi de R$ 70 milhões, de um total global de R$ 240 milhões. A campanha começa a circularamanhã. AAroldo Araújo assina.

Visual 
A rede de salões Walter’s Coiffeur ganha nova logomarca este mês, depois de 28 anos. A X-Tudo Comunicação Completa assina. Espera aumento de 30% na clientela.

Festa junina
Os supermercados Extra e Pão de Açúcar esperam vender 900 mil espigas de milho este mês. É alta de 18% na comparação com junho de 2012. No total de produtos para festas juninas, preveem vender 10% mais.

CRONOMETRO

Vai começar a contagem regressiva para a Copa 2014. A suíça Hublot inaugura amanhã os relógios no Rio e em São Paulo. Custaram R$ 700 mil. Projeto de Oscar Niemeyer; obra da Lock.

Livre Mercado
A Via Verde, de produtos naturais, deve chegar a 45 franquias este ano. São 26 no país. É aporte de cerca de R$ 190 mil em cada.

A Seletti, de culinária saudável, chegará a 50 filiais este ano, com 15 inaugurações. Esta semana, participa da ABF 

Franchising
Expo. Prevê faturar 50% mais.A Lupalupa investirá R$ 200 mil na feira. A marca negocia franquias em Europa, Estados Unidos eAngola. A YES! Idiomas quer dobrar o número de franquias em São Paulo duranteo evento. Tem 20.