segunda-feira, junho 21, 2010

JOSÉ (MACACO) SIMÃO

A vuvuzela ficou rouca!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/06/10


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! Direto da Cópula do Mundo!
ERRRRRRRGUE OS BRAÇOS! UFA! Tô com a vuvuzela rouca! Ganhamos! Demos show! Chuuupa, Maradona. Ops, cheeeeira Maradona!
E pra jogar contra a Costa do Marfim tem que convocar o Maguila, o Mike Tyson, o Popó, o Pitbull Dilacerador de Vísceras e a Edinanci!
E o Luis Fabiano desobedece o Dunga e faz logo dois gols! E o Kaká não fez muitos passes porque quem dá passe é pai de santo. Rarará! Kaká! Boooota pra orar!
E o Brasil não precisa de técnico. O melhor técnico foi o Feola. Que dormia no banco!
E o Galvão, o Hexagerado? Uma leitora me disse que o Galvão consegue ser pior que o Louro José! O Galvão é o Louro José!
E sabe o que o Lula fez durante o jogo? Tocou a MARISELA! E o figurino do Dunga? O Dunga amarelou na sua caminhada fashion: trocou o Herchcovitch por um casaco da Zara. Saudade das camisas do Dunga. Daquela camisa xadrez, em que ele ficava parecendo sanfoneiro de puteiro! Rarará!
E o Falcão parece o Museu da Imagem e do Som. Só faz recordar! E eu já tô com a minha vuvuzela rouca. Afônica!
E Camarões fora! Na Copa do frango não tem camarão!
E diz que os jogos da Copa estão feios. Feio é o Tevez em câmera lenta. Rarará. O terror da Copa: Tevez em câmera leeeenta!
E o Brasil inteiro cai na gandaia. Olha a faixa na porta de uma sauna gay: "Venha torcer conosco! Curtir um churrasco saboroso e botar a vuvuzela na Jabulani".
E os marfinenses distribuíram soco em Soccer City! Soccer de Soco!
E o Eramos6 diz que a Fifa vai desclassificar o Paraguai. Tão vendendo zebra falsificada. Rarará! E a frase escrita no busão da seleção do Paraguai: "Copa do Mundo por 1,99".
BINGO DO CASÃO! Corre na internet o Bingo do Casagrande. Imprima a cartela e marque um X sempre que ele falar uma dessas frases manjadas: 1) Ééé... 2) Ãããhn... 3) Não sei. 4) Ééé... 5) Ãããhn. 6) Não sei. 7) Ééé... Ãããhn... Não sei. Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Força na vuvuzela!

ESPINHA

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Plano certo, hora errada? 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 21/06/2010

Nessa discussão sobre fazer ou não o carro elétrico no Brasil, há muita gente estranhando que tenha sido esquecida a iniciativa de João do Amaral Gurgel, que lançou este tipo de automóvel ainda no início da década de 80.

Os elétricos da Gurgel eram simples: usavam mecânica da VW - motor, câmbio, suspensão, etc. - e carroceria de fibra de vidro. Andavam a 80 km/h e tinham autonomia de cerca de 70 km. As baterias eram recarregadas em 4 horas, usando tomadas de 220 volts.

Pena que a empresa faliu e Gurgel não está mais vivo.
Ufa!
Circula em Washington que os lobistas brasileiros respiraram aliviados com a decisão do Brasil em adiar as retaliações aos Estados Unidos.

Temiam, por exemplo, que a manutenção das medidas pudesse interferir diretamente nas negociações para redução das tarifas do etanol.
Lenço e chuteira
Mesmo em tempo de Copa, o Itamaraty mantém o calendário da diplomacia do futebol. Estava prevista para desembarcar ontem, em Santos, a seleção feminina da Palestina.

As moças treinarão por 15 dias no CT Meninos da Vila.
Atenção, cinéfilos
A Secretaria da Cultura do Estado e a Fundação Memorial América Latina investiram R$ 800 mil no 5º Festival Latino Americano de Cinema.

A maratona de 120 filmes acontece em julho.
Atenção, cinéfilos 2
Entre eles, documentário feito na Penitenciária Feminina do Butantã, onde detentas ficam temporariamente para amamentar seus recém-nascidos, feito por Cláudia Priscilla, mulher de Kiko Goifman.
Fim do mundo
Julio Serson, do Grupo Serson, está com dificuldade para acelerar o ritmo da construção do Hotel Ibis, em Porto Velho.

Está faltando mão de obra até em Rondônia.
Nas nuvens
E Isabel Allende, que participa da Flip, trará a tiracolo o marido William Gordon. A dupla segue de helicóptero até Paraty. Não deve conhecer o mau tempo por lá.
Na frente
Juca Ferreira comemora. Recebeu uma carta de apoio do Instituto Gerdau a favor da nova proposta da Lei Rouanet.

Carolina Herrera e sua filha voltam ao Brasil, em outubro. Para ver de perto a loja do Shopping Cidade Jardim.

Nova escultura de Tomie Ohtake sua ganha espaço no Porto de Tomarim, de onde partiram inúmeros imigrantes japoneses para o Brasil. Doação da Petrobrás para o governo de Okinawa.

David Fincher quer rodar outra aventura. Está interessadíssimo no remake de 20 Mil Léguas Submarinas, da Disney.

Brasileiros terão espaço no leilão que a Sotheby''s promove amanhã em Milão. As fotos de Eduardo Muylaert, Ricardo van Steen, Dimitri Lee, entre outros, disputarão lances em prol da ONG Pyari Onlus.

Registrado: os americanos não entendem mesmo de futebol. Durante as partidas da seleção dos EUA, aplaudem até ... lateral. Seja de direita ou esquerda.

DENIS LERRER ROSENFIELD

Código Florestal
Denis Lerrer Rosenfield 
O Estado de S.Paulo - 21/06/10

Se você não leu, recomendo a leitura da apresentação do parecer do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ao Projeto de Lei n.º 1.876/99, relativo ao Código Florestal. Além de um texto muito bem escrito, você poderá ficar vacinado contra as hipocrisias que têm sido ditas a propósito dele. O deputado insere-se na melhor tradição brasileira de defesa da soberania nacional.

O parecer não é favorável ao "desmatamento", como tem sido veiculado, mas a favor do desenvolvimento sustentável baseado numa agricultura pujante, seja ela de assentados, agricultores familiares, pequenos, médios e grandes. Hoje, é como se as palavras agricultura e pecuária estivessem ganhando sentido pejorativo. Faltaria somente explicar como os brasileiros ? e os habitantes do planeta ? vão comer, salvo se a opção for destinar à miséria os cidadãos do País.

O Código Florestal de 1965, elaborado durante o regime militar, obedeceu a um ritual próprio da democracia, por meio de um projeto de lei e de discussões no Congresso Nacional. Desde então, no entanto, ele foi objeto, no dizer do deputado, de "absurdas alterações" que o desfiguraram completamente: "É paradoxal que em plena democracia ele tenha sido completamente alterado por decretos, portarias, resoluções, instruções normativas e até por uma medida provisória que virou lei sem nunca ter sido votada."

Em regime autoritário, procedimentos democráticos, legislativos, foram observados, enquanto em regime democrático se aprofundou a tendência, de cunho autoritário, de impor regulamentações por atos administrativos emanados do Poder Executivo. A pauta ambientalista avançou por atos administrativos graças a uma legislação infralegal que deformou a lei existente. Nesta perspectiva, os modernos ambientalistas preferem não seguir os ritos democráticos, advogando por legislar via atos administrativos, à revelia do Poder Legislativo.

Por causa dessas medidas, a "legislação põe na ilegalidade mais de 90% do universo de 5,2 milhões de propriedades rurais no país". A situação é tanto mais grave do ponto de vista constitucional em razão de esses atos administrativos terem efeito retroativo. Nunca é demais lembrar que só no nazismo as leis tiveram efeito retroativo. Quem plantou, no passado, de acordo com legislação vigente, legalmente, portanto, torna-se, por um ato administrativo, ilegal! Potencialmente, se não efetivamente, um "criminoso". "Homens do campo, cumpridores da lei, que nunca haviam frequentado os tribunais ou as delegacias de polícia, viram-se, de repente, arrastados em processos, acusações e delitos que não sabiam ter praticado. Houve casos de suicídio, de abandono das propriedades por aqueles que não suportaram a situação em que foram colhidos."

O País tem sido objeto de espetáculos midiáticos globais, protagonizados por diretores de cinema, atores e atrizes, que tornam a natureza brasileira, em especial a Amazônia, objeto de seu maior apreço. Cabe aqui a pergunta, suscitada pelo deputado, citando o padre Antônio Vieira: "Estão aqui em busca do nosso bem ou dos nossos bens?"

Se fossem minimamente coerentes, deveriam lutar pela recomposição das florestas nativas em seus respectivos países. O diagnóstico do parecer é preciso. Os EUA destruíram "quase completamente" as suas florestas nativas, enquanto na Europa a destruição foi completa. O Brasil, por sua vez, responde por quase 30% do que restou de toda a cobertura vegetal original do planeta. Logo, os ambientalistas deveriam lutar pela recomposição das florestas nativas nos EUA, no Reino Unido, na Holanda, na França, na Alemanha, na Itália. Por que não o fazem? Será porque os interesses da agricultura desses países seriam contrariados?

Poderiam retirar os subsídios agrícolas da pecuária europeia e americana e, portanto, diminuir a produção de gases produzidos pelos rebanhos. Por que se imiscuem na pecuária brasileira, deixando a europeia e a americana intactas? Poderiam não produzir mais tanta uva, com incentivos para a produção de vinhos. Diminuiriam o problema das encostas e poderiam ver florescer florestas nativas, com sua flora e sua fauna originárias. Não deveria valer a criação de "florestas" que são verdadeiros bosques e parques para os cidadãos fazerem piqueniques nos fins de semana! Vamos tomar a sério a reconstituição das florestas nativas! O resto é mero exercício de hipocrisia.

Ademais, no Brasil, vieram a ser de uso corrente conceitos como os de "reserva legal" ? (áreas que deveriam ser preservadas, nas propriedades, para a conservação da natureza, de 20% no Sul e Sudeste, 35% no Centro-Oeste e 80% na Amazônia ? e áreas de preservação permanente (APPs), como encostas de morros e margens de rios. A norma da "reserva legal" não existe em nenhum outro país, muito menos nos desenvolvidos, que financiam, "paradoxalmente", as ONGs internacionais. A legislação das APPs deles é muito menos rigorosa do que a nossa. Cabe novamente a pergunta: por que essas ONGs que tanto dizem prezar a natureza não fazem os mesmos movimentos nos EUA e nos países europeus, lutando pela criação da reserva legal e por uma aplicação muito mais ampla e rigorosa das APPs? Vale aqui e não vale lá? A que interesses respondem?

No Brasil, se toda a legislação atual for aplicada, como querem essas ONGs nacionais e internacionais, várias áreas de cultivo, como as de banana e café no Sudeste, arroz, uva e tabaco no Sul, a pecuária no Pantanal e na Amazônia Legal, soja no cerrado, as florestas plantadas e a cana-de-açúcar, entre outras, ficarão inviabilizadas. Áreas já consolidadas há décadas, se não séculos, deverão ser desativadas, com reflexos evidentes na mesa dos brasileiros e na economia nacional. A comida ficará mais cara e o País, de exportador, tornar-se-á importador de alimentos e produtos agrícolas. Os países patrocinadores dessas ONGs ficarão muito agradecidos. E os "ambientalistas" gritarão vitória. Vitória de quem?

PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS

GOSTOSA

PAINEL DA FOLHA

Na prorrogação
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/06/10

Mesmo com o acordo entre Osmar Dias (PDT) e o PSDB praticamente fechado no Paraná, o PT e o PMDB estão oferecendo tudo na tentativa de convencer o senador a disputar o governo estadual e dar palanque a Dilma Rousseff, em vez de concorrer à reeleição apoiando os tucanos Beto Richa e José Serra. 
Apesar das idas e vindas de Osmar, o PSDB está confiante. Avalia que, se a direção nacional do PDT der amanhã resposta negativa à consulta do senador, que pediu permissão para se juntar aos adversários de Dilma, ele poderá concorrer ao Senado como candidato avulso, em aliança “branca” com Richa. 

Deixa disso Foi na undécima hora e à base de muito verbo que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o secretário-geral, Campos Machado, convenceram o líder na Câmara, Jovair Arantes, a não estragar a festa da convenção que aprovou a aliança nacional do partido com o PSDB de José Serra, no sábado. Jovair, assim como boa parte da bancada, é Dilma.

Na real - Em “on”, Jefferson e outros petebistas insistirão em oferecer o ex-deputado Benito Gama como opção de vice para a chapa de Serra. Mas a) eles sabem que a ideia não vingará; e b) não pretendem criar nenhum estresse por causa disso. 

Quase lá - A passagem de Serra pela Bahia, para a convenção nacional do PSDB, acelerou a articulação para convencer ACM Júnior (DEM), que estava inclinado a deixar o Senado, a disputar novo mandato na chapa que terá Paulo Souto (DEM) como candidato a governador. 

Fumaça branca - Negociadores da chapa lulista em Minas Gerais iniciaram a semana convencidos de que Patrus Ananias (PT), a despeito das resistências iniciais que exibiu, aceitará ser vice na chapa encabeçada por Hélio Costa (PMDB). 
No time - Recém-saído da presidência da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Sérgio Rosa começou a colaborar com a campanha de Dilma. 

Capilaridade - Integrantes do QG de Dilma reuniram na semana passada um grupo de deputados federais aliados para discutir formas de engajá-los na campanha. 

Doril - O empresário Benedito de Oliveira Neto, que circulava com desenvoltura no QG dilmista e esteve na reunião em que teria sido discutido o dossiê contra Serra, trocou os números de seus celulares e sumiu de Brasília. 

Setorial - Num afago ao DEM, Geraldo Alckmin escolheu seu vice, Guilherme Afif, para coordenar a campanha na capital paulista. 

Caneta - O governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), nomeou Francisco Toledo diretor a Companhia Energética de Brasília (CEB). Ele é irmão de Marcelo Toledo, que é citado no inquérito da operação Caixa de Pandora. A indicação teve o aval do gravador-geral Durval Barbosa. 

Paredão - Depois da exoneração de Marco Antonio Oliveira, diretor de operações dos Correios, o próximo da fila é Pedro Magalhães, de gestão de pessoas. O diretor de administração, Roberto dos Santos Souza, tem chance de permanecer no cargo. 

Entendeu? - O escritório de advocacia Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga fez uma consulta à Comissão de Ética Pública sobre convites para almoço ou jantar feitos a servidores federais. Resposta: o convite é aceitável, desde que a refeição seja registrada na agenda de trabalho do convidado, que deve comparecer sempre acompanhado de um funcionário encarregado de tomar notas que registrem quem participou, qual foi o assunto tratado e o que foi resolvido. Mais: as notas devem ficar disponíveis para consulta pública. Ressalva: menos nos casos que exijam sigilo.
Tiroteio
A equipe de Dilma lembra a Argentina de 1986. Se o juiz não vê, vale gol com a mão. 

DO PRESIDENTE DO PSDB, SÉRGIO GUERRA, acusando a campanha adversária de desrespeitar a legislação eleitoral sem medo de ser feliz.
Malhando na Esplanada 

Diálogo registrado em encontro recente do ex-ministro da Justiça Tarso Genro com o atual ocupante da pasta, Luiz Paulo Barreto:
 
- Luiz Paulo, como você emagreceu! Está fazendo regime? Tudo isso é para caber melhor na cadeira? 

- Não, Tarso. É a própria cadeira ministerial, quase elétrica, que acaba por emagrecer a gente...

JOSEMAR DANTAS

Neopeleguismo e pelegos
Josemar Dantas
CORREIO BRAZILIENSE - 21/06/10

Deu-se com a legitimação legal das centrais sindicais, por meio de legislação específica patrocinada pelo ex-sindicalista Luiz Lula da Silva (Lei nº 11.648/2008), a reintrodução do peleguismo no Brasil. O atrelamento das organizações de grau sindical dos trabalhadores ao Estado despontou no regime de exceção — o Estado Novo — presidido por Getúlio Vargas de 1930 a 1945. No momento, o neopeleguismo cumpre os desejos do presidente da República de obter o favor eleitoral dos obreiros — vá lá a linguagem fascista de Vargas — em proveito da candidata que tirou do bolso do colete.

Não está em causa discutir qual a melhor alternativa para a escolha do futuro presidente da República. Para dizer o óbvio, cabe ao povo, titular da soberania política, elegê-lo pelo exercício do voto secreto, direto e universal. Mas está em causa, sim, sustentar a lisura do processo eleitoral conforme os ditames da lei. As centrais CUT e Força Sindical, sob pretexto de discutir temas classistas, realizam, em afronta às regras legais, verdadeiros showmícios de propaganda em favor da candidata in pectore do Palácio do Planalto.

A burla aos dispositivos em vigor vai além. A lei nº 9.504/97, que disciplina as condutas eleitorais, estabelece no art. 24, inciso VI, o seguinte: “É vedado a partido e candidato receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie procedente de (…) entidade de classe ou sindical”. São os casos de eventos com o objetivo visível de aliciar eleitores para a tutelada de Lula, embora convocados pelas centrais para discussão de supostas agendas reivindicatórias. Os gastos realizados em tais iniciativas configuram doações indiretas, com a forma de dinheiro empregado no patrocínio de publicidade eleitoral em favor da candidata à Presidência da República.

Em 2009, as cinco centrais sindicais arrecadaram com a receita do Imposto Sindical R$ 80,9 milhões, contra R$ 65,7 milhões no ano anterior (aumento de 23%). A CUT, braço sindical do PT, pôs a mão em R$ 26,7 milhões (37,8% da arrecadação geral). Estima-se que este ano a coleta total alcance R$ 100 milhões. Nos primeiros cinco meses do exercício corrente a cúpula do sindicalismo já foi premiada com R$ 70 milhões. Como se vê, as somas que lhe têm sido transferidas representam colossal pote de ouro posto à disposição de seus dirigentes.

Agora, sabe-se que grande parte dos abissais recursos serve para financiar a propaganda eleitoral da candidata. Afinal, o custo político para encher as burras dos entes hegemônicos do sindicalismo deveria ser resgatado — atestam agora os fatos — mediante apoio ao projeto continuísta do governo. Quanto aos assalariados, restou consumirem os salários dos cinco primeiros meses do ano no pagamento de impostos, inclusive o devido às centrais sindicais. Os neopeleguistas nenhuma resistência opõem à extorsão tributária contra os trabalhadores. Vassalos do poder, não podem fazê-lo. Tal como no Estado Novo.
JOSEMAR DANTAS É EDITOR DO SUPLEMENTO DIREITO & JUSTIÇA e MEMBRO DO INSTITUTO DOS ADVOGADOS BRASILEIROS

BONECA DE TRAPO

JOSÉ GOLDEMBERG

O Brasil, o Irã e o Protocolo Adicional
José Goldemberg 
O Estado de S.Paulo - 21/06/10

Nas últimas semanas a atenção da imprensa foi dominada pela votação das sanções contra o Irã, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Essa nova rodada de sanções (a quarta) tem por objetivo forçar o Irã a abandonar o enriquecimento de urânio em níveis que lhe permitam, com facilidade, construir armas nucleares. O Brasil votou contra as sanções após ter tentado, com a Turquia, negociações com o Irã, que foram consideradas uma tática iraniana de continuar a ganhar tempo. A atuação brasileira foi considerada bem-intencionada por alguns, ingênua por outros, mas deu ao presidente Lula a oportunidade de tentar se projetar no cenário internacional. O episódio acabou de forma um pouco humilhante, com o isolamento do Brasil e da Turquia no Conselho de Segurança e com declarações paternalísticas da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, consolando o Itamaraty pela derrota sofrida.

Enquanto isso ocorria, teve lugar em Nova York a conferência dos membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), que se reúne a cada cinco anos e cuja agenda era tentar acelerar o desarmamento nuclear, objetivo central do TNP. Nessa reunião ficaram mais claras as razões por que o Brasil se aproximou do Irã, o que é incompreensível para a maioria dos observadores, exceto por razões ideológicas: ambos os países se opuseram à adoção compulsória do Protocolo Adicional da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O que é o Protocolo Adicional?

O TNP foi o resultado de uma barganha diplomática, que ocorreu há mais de 40 anos, pela qual os países que não tinham armas nucleares, em 1967, renunciaram à sua posse. Em retorno, receberam o "direito inalienável" de usar energia nuclear para fins pacíficos (artigo IV do TNP), para o que poderiam receber tecnologia dos países que, na época, tinham armas nucleares (Estados Unidos, União Soviética, Inglaterra, França e China). Por sua vez, as potências nucleares comprometeram-se a "negociar em boa-fé" (artigo VI do TNP) medidas que levassem ao desarmamento nuclear. A transferência de tecnologias e materiais nucleares para os países não-nucleares, contudo, deveria estar em conformidade com as regras de salvaguardas estabelecidas (artigos I e II do TNP) pela AIEA. É aqui que se origina o problema: as regras adotadas originalmente pela AIEA não se mostraram suficientes para impedir que vários países não-nucleares, como Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte, tivessem acesso às tecnologias necessárias para fins militares e desenvolvessem armas nucleares.

Por essa razão, mais recentemente, a AIEA propôs novas regras, contidas no Protocolo Adicional. De acordo com as velhas regras, a agência poderia inspecionar apenas atividades nas "instalações declaradas" pelo país, de modo que instalações secretas não poderiam ser fiscalizadas. O Irã usou e abusou dessas regras durante anos, como se sabe, e por essa razão existem sérias suspeitas de que deseje efetivamente construir armas nucleares. Pelo Protocolo Adicional, podem ser inspecionadas quaisquer instalações, não só as declaradas, mas também as que fornecem equipamentos e outros produtos (como minas de urânio e equipamentos para usinas de enriquecimento) às instalações nucleares propriamente ditas.

Apesar da pressão crescente, Brasil e Irã não aceitaram o Protocolo Adicional, que foi objeto de uma das decisões unânimes da reunião das partes do TNP, em Nova York, em maio.

Em relação ao Brasil, suspeitas quanto à intenção de produzir armamentos nucleares não existiam até recentemente, sobretudo porque foi feito, em 1992, um acordo com a Argentina para inspeções mútuas que é considerado exemplar e deu aos dois países grande credibilidade internacional. Apesar disso, o Brasil recusa-se a aderir ao Protocolo Adicional, levantando a bandeira da soberania nacional e argumentando que inspeções intrusivas poderiam levar à violação de segredos industriais. Esse argumento só é empregado por grupos mal informados sobre a natureza real das inspeções, que podem perfeitamente proteger tais segredos (se existirem).

O verdadeiro significado do TNP não é dividir o mundo entre "os que têm armas nucleares" e os "que não têm". Ambos os grupos têm responsabilidades na busca de um futuro sem armas nucleares.

Por mais distante que esse objetivo possa parecer, não há dúvidas de que progressos estão ocorrendo: o número de ogivas nucleares dos Estados Unidos e da Rússia, que chegou a ser superior a 40 mil em cada um desses países, é hoje menor do que 2 mil em cada, e novas reduções são previstas nos próximos anos.

É por esses motivos que associar-se ao Irã não atende, a nosso ver, aos interesses permanentes do Brasil.

As declarações recentes do vice-presidente da República e do secretário de Assuntos Estratégicos, a decisão do ministro Nelson Jobim de introduzir na Estratégia Nacional de Defesa a proibição de aderir ao Protocolo Adicional e o silêncio do presidente da República sobre o tema encorajam as desconfianças de que o Brasil tem intenções de desenvolver armas nucleares como forma de exercer a soberania nacional. No fundo, essas declarações e a posição do Itamaraty no Conselho de Segurança estão nos conduzindo à situação de que o "Irã de hoje é o Brasil de amanhã".

Só um nacionalismo estreito e retrógrado poderia levar-nos a pensar que o TNP viola a soberania nacional, pois o seu conteúdo é análogo ao artigo 21 da Constituição federal, que determina que "toda a atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos". Assegurar nossa soberania não vai decorrer da posse de armas nucleares, mas de um desenvolvimento nacional, científico e tecnológico autêntico.

ANCELMO GÓIS

Morumbi de volta 
Ancelmo Góis 

O Globo - 21/06/2010

Há uma ar ticulação em marcha para fazer o Morumbi retornar à Copa de 2014.

A conferir.
A sogra não foi
Cid Gomes, o governador do Ceará, que no passado levou a sogra numa viagem oficial à Europa, circulava ontem, por volta das 16h30m (ou 11h30m de Brasília), pelo centro de imprensa do Soccer City, em Johannesburgo, onde o Brasil jogou com a Costa do Marfim.

Atrás dele seguia o numeroso cordão dos... amigos e assessores que o acompanham pela África do Sul.
Aliás... 
Dias atrás, na Casa Brasil, Cid Gomes exclamou, ao ver o painel de fotos das Copas conquistadas pelo Brasil: - Ué, está faltando uma! Cadê a foto de 1966?
Só que... 
Como se sabe, em 1966, o Brasil não ganhou nem experiência.

Foi desclassificado por Portugal ainda na primeira fase.
Lula no Oriente Médio 
O Itamaraty organiza a vinda da seleção palestina de futebol feminino para uma temporada de treinamentos no país do Kaká.

É Lula mostrando serviço para aquela banda quente do mundo.
No mais Brasil...
Presente de grego Lula estreou ontem no jogo contra a Costa do Marfim uma vuvuzela sul-africana que ganhou de presente do ministro Orlando Silva, recém-chegado de Johannesburgo.

Fez a alegria dos netos e a surdez dos adultos
Marceu na Copa 
Ontem, no fim do jogo do Brasil contra a Costa do Marfim, no Soccer City - como depois de todos os outros, ultimamente -, o cheiro no vestiário da seleção lembrava o de... um salão de beleza, acredite.

É que virou mania entre os jogadores usar, após o banho, cremes da grife americana Victoria’s Secret - aquela, originalmente, de lingerie.
A razão... 
A turma descobriu nos cremes da marca de bacanas a solução para a pele não ficar ruça neste frio da África do Sul.
Aliás... 
Kaká pode ter perdido as estribeiras, ao ser expulso, mas não perdeu a pose.

O camisa 10 saiu do vestiário cheiroso como penteadeira de moça e só usa, da cueca à bolsa, Giorgio Armani, grife da qual é garoto-propaganda
Porto maravilha 
Lula, que esteve no Rio semana passada, confirmou com Eduardo Paes que vai editar estes dias uma medida provisória transferindo para a prefeitura do Rio terrenos das Docas e da Rede Ferroviária, que representam 60% de toda a área do Porto.

A prefeitura terá 14 anos para pagar à União.
Segue... 
É este latifúndio que será leiloado em pedaços para interessados em se assentar na região portuária.
Record na Gávea
Um grupo de executivos da TV Record visitou, sexta, o terreno da Marquês de São Vicente, no Rio, onde funcionou o Laboratório Moura Brasil.

A prefeitura não tinha autorizado a construção de um Supermercado Mundial no local.
Palácio esquecido 
Os elevadores do belo Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio, há décadas precisam ser substituídos.

Diante das panes frequentes, a direção do Ministério da Cultura, que tem uma representação lá, como quebra-galho, diminuiu o limite de passageiros de 16 para dez.

Meu Deus!
A voz da América 
Será que os americanos, finalmente, estão descobrindo a Copa do Mundo? Os jogos transmitidos pela ABC e pela ESPN tiveram um aumento de audiência de 60% em relação aos índices da Copa de 2006.

GOSTOSA

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS

A encruzilhada do presidente
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/06/10

É de se lembrar que o presidente não reconheceu as eleições livres em Honduras, mas anda de braços dados com ditadores


O presidente Lula encontra-se em uma encruzilhada real, em que o fantasma da inflação, as multas que vem recebendo por desrespeitar à Constituição que jurou cumprir e a desfiguração de seu perfil de protagonista internacional podem empanar o que de positivo fizera no seu primeiro mandato.
O certo é que o sucesso do primeiro governo em assegurar respeitabilidade no exterior, tendo obtido justa e merecida exposição, com reconhecimento internacional, desde o episódio de Honduras -em que foi armadilhado por Chávez e protagonizou melancólico papel-, principiou a se desfazer, e a imagem exitosa ainda é mantida no país à custa de uma fantástica propaganda oficial.
É de se lembrar que não reconheceu as eleições livres realizadas em Honduras, mas anda de braços dados com notórios ditadores, como Fidel Castro, Raúl Castro e Ahmadinejad, nada obstante pisotearem, esses senhores, os direitos humanos em seus países.
Em clara seletividade, aceita tais violações, por conta de sua amizade com ditadores ou seus aprendizes (Chávez e Morales), mas é cruel em relação aos governantes democraticamente eleitos em Honduras, pelo fato de seu presidente não ser acólito do histriônico e verborreico presidente venezuelano.
O pior, todavia, reside na instalação de uma República sindical no país, com legislação por ele aprovada, que possibilitou a transferência de polpudas somas dos contribuintes para as centrais sindicais, as quais se utilizam de dinheiro do povo para fazer, aberta e ilegalmente, a campanha de sua candidata.
Mais do que isso, o presidente da República, transformado em cabo eleitoral, festeja a alta carga tributária brasileira para sustentar um Estado hoje tomado por expressivo número de sindicalistas não concursados.
Compara-a, de forma canhestra, com a carga dos EUA, ignorando que lá a carga é bem menor que no Brasil, como o é no Japão, na China e em outros países que prestam serviços públicos dignos a seus cidadãos, ao invés de ser destinada, quase exclusivamente, a assegurar benesses aos detentores do poder.
Nunca votei em Lula, muito embora tenha reconhecido, desde o primeiro ano de seu governo, seu talento e habilidade, que permitiram a aceitação internacional e os elogios do presidente Obama.
O certo é que essa imagem começa a se desfigurar, nada obstante a manutenção de sua popularidade à custa de maciça propaganda.
Quando a poeira da história se assentar e o historiador examinar o período de seu governo, sem as manipulações da propaganda oficial, certamente tais violações marcarão sua gestão e será contada a "verdade verdadeira" da era Lula.
Poder-se-á dizer que dirigiu bem a economia, o que é verdade, pois teve o bom senso de seguir rigorosamente a política de Fernando Henrique quanto a moeda e fundamentos, montando equipe de valor, que não se curvou aos apelos de gastança de todos os amigos do rei, malgrado o fantástico inchaço da máquina burocrática.
O certo, todavia, é que, mesmo na área econômica, o excesso de benesses aos servidores da máquina oficial (quase R$ 200 bilhões para pagar a mão de obra de menos de 1 milhão de brasileiros) projeta bomba de efeito retardado para o futuro governo, seja ele qual for.
É pena que Lula tenha se despido das vestes de estadista -que chegou a envergar, no primeiro mandato - para mostrar a face de exclusiva ambição pelo poder a qualquer preço, transformando-se em cabo eleitoral cuja especialidade maior é tisnar a lei e a verdade.
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 75, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio.

CLÁUDIO HUMBERTO


Anatel define leilão da 'banda H'
 
Lobistas a serviço de algumas das mais importantes empresas de telefonia celular do mundo trabalham ativamente nos bastidores, de olho no leilão da chamada "banda H", cuja data - em julho - finalmente será definida pela Agencia Nacional de Telecomunicações nos próximos dias. A Anatel pode arrecadar até R$ 5 bilhões com a venda de frequências para que essas empresas possam operar celulares 3G.


Concorrência

Gigantes do setor não poderão se habilitar à aquisição de frequências nas aéreas onde já atuam, no Brasil. É para estimular a concorrência.


Novas empresas

Aguarda-se a disputa bilionária, no leilão da "banda H" de celulares, entre a americana Nextel, a francesa Vivendi e a japonesa Docomo.


Cercadinho

Com a reforma, o Palácio do Planalto terá um alambrado de 397 m2. Os arapongas da Abin alegaram "segurança", ao custo de R$ 93,9 mil.


Tranca-rua

O Partido Social Cristão adotou normas diferentes: o candidato tem que deixar a legenda se renunciar, e indenizar os gastos com sua eleição.


Crise na
ECT

A causa da deterioração da qualidade dos serviços postais está diagnosticada: faltam carteiros. E para não aumentar custos com funcionários, a diretoria da estatal se recusa a promover o concurso para o qual há mais de 1 milhão de inscritos. Em documento a Lula, revelado nesta coluna, todos os 29 diretores regionais atribuem a decadência dos Correios à incompetência da direção nacional da ECT.


Sentença da morte

O documento dos diretores regionais da ECT só livra a cara do diretor de Operações, por isso Marco Antonio Oliveira virou alvo e foi demitido.

Droga de vida

A Polícia Federal terá um adido na Venezuela. Se for para domar a língua da "droga" do presidente Hugo Chávez, a iniciativa é bem-vinda.


Linha cruzada

O Ministério da Cultura descredenciou a TIM Celular de licitações pelos próximos dois anos por "ações culposas num pregão eletrônico".


Ave, memória

Está para a Advocacia-Geral da União e Tribunal de Contas da União o processo de dois advogados gaúchos pedindo na Justiça Federal o ressarcimento ao erário de R$ 6,2 milhões em horas-extras que 3,8 mil servidores do Senado receberam no recesso de janeiro de 2009.


Conto de Natal

Alvo de estripulias variadas em CPIs, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro ganhou em 2004 a medalha Tiradentes, a maior condecoração do Rio. Sugestão do falecido deputado Albano Reis, o Papai-Noel de Quintino.


Põe na conta

Os servidores de estatais demitidos no Governo Collor terão seis meses e não mais um ano para pedir reintegração. O projeto foi aprovado na Comissão de Finanças da Câmara presidida pelo petista André Vargas.


Festa no Memorial

O Conselho Nacional do Ministério Público celebra cinco anos nesta segunda (21), no Memorial JK, em Brasília. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai apresentar um balanço do período e o futuro planejamento estratégico. Julgaram 80% dos 5.435 processos.


FRASE DO DIA


"Um dos mais irresponsáveis episódios de molecagem suicida"
Vereador Alfredo Sirkis, sobre a decisão do PSDB de adiar o apoio à Gabeira, no Rio

PODER SEM PUDOR

Todos calçam 40
Servidor aposentado, Dalvo é figura conhecida em Piranhas (AL). Como ator, até fez o papel de pai do Fábio Júnior no filme "Bye, bye Brasil" - a cidade foi cenário do filme de Cacá Diegues. Ele se desiludiu com os políticos e não perde a oportunidade de demonstrar sua revolta com as promessas não cumpridas; quando alguém lhe pede o voto, ele responde que ninguém o merece: "todo político calça 40!"
- Eu calço 39 - consertou o deputado estadual Gervásio Raimundo.
- Você calça 39 antes da eleição. Se for eleito, pode trocar de sapato...

FALANDO RUSSO

SEGUNDA NOS JORNAIS

Globo: BB começa hoje a vender ações para se capitalizar

Folha: Faculdades estão mais baratas

Estadão: Brasileiro troca dívida em cheque especial por cartão

JB: Presidente do TSE faz crítica a 'lei casuística'

Correio: Brasília sem ônibus

Valor: Falha da BP afeta aprovação da compra de ativos no país

Estado de Minas: Gols fabulosos, vaga mais cedo

Jornal do Commercio: Uma vaga é nossa

Zero Hora: Estado prevê tornozeleiras para 200 presos em 90 dias