domingo, novembro 01, 2009

AUGUSTO NUNES

VEJA ON-LINE

A mentira como rotina tenta camuflar a grande fraude

1 de novembro de 2009

O perfil não autorizado de Dilma Rousseff, que será publicado no começo da semana, prova que entre a candidata à Presidência e as encarnações anteriores - a guerrilheira, a secretária municipal, a secretária estadual, a ministra de Minas e Energia e a chefe da Casa Civil - há uma única diferença relevante: as outras Dilmas não falavam. Depois que desandou na discurseira, o monumento à eficiência começou a escancarar perturbadoras rachaduras. E o Brasil que pensa vai descobrindo que a cria de Lula é um Pacheco de terninho que passou a vida conversando com o Conselheiro Acácio e mente compulsivamente para ocultar a grande fraude: a maior gerente-de-país desde o Descobrimento não existe. Nunca existiu.

Estava na primeira linha do perfil quando chegou este comentário do excelente jornalista Celso Arnaldo. Tudo a ver. Confiram. Volto no fim do texto.

Diante de uma fala gravada de Dilma, qualquer jornalista, mesmo completamente despreparado, se sente compelido a reescrevê-la, para não martirizar seu leitor com a tortura iletrada do pensamento da ministra.

Engano meu, pois há uma exceção: a tropa de choque do pessoal que cuida do site da Casa Civil… Já na primeira página, além do áudio da entrevista dela ao programa Bom dia Ministro, há a transcrição na íntegra da gravação. Eles não mudaram uma vírgula, uma respiração, erros de concordância e raciocínio que, enfileirados, iriam daqui a Brasília. Obrigado, Casa Civil! Vocês não sabem o que fazem.

Vejam o que ela responde a uma crítica sobre o Minha Casa, Minha Vida:
“Olha, não é isso que nós estamos vendo. Não é isso que a gente tá vendo e eu vou te falar a partir do que. Hoje, já tem mais de 400 projetos apresentados para a Caixa, “dominantemente” naquela distribuição em que zero a três é o pessoal que faz a moradia para renda de zero a três salários mínimos é a grande maioria. Lá dentro da Caixa já tem aprovado mais de 100 mil contratações. A gente não esperava que tivesse nenhuma casa pronta a não ser que essa casa tivesse começado a ser construída antes da gente lançar o programa, o que seria impossível porque, em média, você reduzindo o máximo que você puder toda burocracia que envolve a construção de casa, o nosso objetivo é chegar 11 meses, ou seja, dada a escolha do terreno até a hora que a chave foi entregue na mão da pessoa que vai morar, o mínimo é 11 meses. No Brasil nós estamos tentando reduzir isso porque era 22, nós estamos tentando chegar nessa meta de 11″.

Sobre um tal “anel de Belo Horizonte”:
“A boa notícia é o seguinte. O anel nós estamos agora com ele em fase final de aprovação. O Ministério dos Transportes já avaliou, nós consideramos que o projeto está bom, então ele entra no PAC, a gente considerando aquilo que ele vai ser licitado imediatamente, não vai ficar parado nem nada. Então, acho que essa é uma boa notícia”.

De novo sobre o Minha Casa:
“Porque nós não vamos ter de dar conta de resolver o problema de seis milhões de habitações. São seis milhões de lares, de moradias, de casas que falta no Brasil. Daqui para frente o que nós estamos fazendo é o seguinte: nós vamos provar para esse um milhão que é possível fazer. E vamos, eu acho, a partir do final desse programa, nós teremos de estar em perfeitas condições para iniciar já fazendo os outros seis milhões sem o que o déficit habitacional brasileiro não vai ser resolvido”.

Dispensa comentários, mas me permito um já pensou se, na hora de defender a tese que nunca defendeu para o doutorado que nunca fez, a Dilma falasse desse jeito para a banca examinadora?

Não seria pau direto até na Uniban?

Dilma é isso aí. Sempre foi. Prisioneiro da formação intelectual indigente, Lula não sabe se alguém está pronto para lecionar em Harvard ou naufragar no Enem. É compreensível que tenha resolvido transformar em sucessora a companheira de cabeça confusa. Deve achar bonito o que Dilma diz. Deve achar que só uma sumidade consegue pilotar um projetor enquanto fala do PAC. Mas muitos espertalhões da base alugada montam frases com começo, meio e fim, e distinguem um cérebro em bom estado de outro severamente avariado. Essa gente já suspeita de que está a bordo do barco errado.

Nenhuma outra espécie de rato sabe desembarcar com tanta ligeireza.

GAUDÊNCIO TORQUATO

A perereca é um detalhe


O ESTADO DE SÃO PAULO - 01/11/09


cultura do passado é sempre útil para melhor entender os costumes do presente. Pincemos uma velha e conhecida historinha. O que fariam o Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério Público (MP) e Luiz Inácio se lhes fosse dado o desafio de desatar o nó górdio? O prognóstico do oráculo dizia: "Quem conseguir desatar o nó que prende o jugo à lança do carro de Górdio, rei da Frígia, dominará a Ásia." Só Alexandre, o Grande, conseguiu. O nosso TCU avaliaria a maneira mais econômica, eficaz e efetiva de desatar o nó, observando se os patrocinadores do evento haviam estipulado preço justo e adequado para as torcidas. E só depois de fiscalizar as condições do evento, em atendimento às normas vigentes, decidiria enfrentar o problema. O MP, por sua vez, só aceitaria entrar no jogo caso o espetáculo não agredisse a ordem jurídica e social, em obediência às leis do País. E o presidente Luiz Inácio? Sem se preocupar com firulas legais e preços exorbitantes dos ingressos, adotaria o gesto de Alexandre Magno: pegaria a espada e com um golpe cortaria o nó. Levaria o troféu.

O conquistador da Ásia era intrépido. Seus rompantes o tornaram famoso. Como se achava inexpugnável, procurava fazer de sua ética uma bússola para os bárbaros de um tempo sem compromisso com atos politicamente corretos ou condizentes com a sustentabilidade. Feitas as devidas reduções históricas e sociológicas, podemos dizer que Lula é o nosso Alexandre. Ou, de outra forma, Alexandre foi o primeiro mandatário pragmático. A imagem é consoante às ferinas observações que o presidente da República tem feito a propósito do "travamento" de obras públicas, a cargo de uma "poderosa máquina de fiscalização que agora é superior à máquina de produção". Em sua vida de sindicalista, afirmação como essa seria inimaginável. As críticas ao TCU, ao MP e até ao Ibama, por conta dos óbices que esses órgãos fazem a processos nos campos da administração e da gestão orçamentária, abrem intensa polêmica sobre limites das entidades fiscalizadoras e, ainda, sobre a relação entre o poder do governante e a obediência aos arranjos institucionais.

Partamos do princípio de que reprimendas à burocracia massageiam a alma popular. Os disparos presidenciais, que tencionam atacar a "burrice" de burocratas, ganham loas, o que denota, mais uma vez, o senso de oportunidade de Sua Excelência no uso da linguagem. A referência a uma perereca que atrasou em sete meses a obra de um túnel ligando o Rio Grande do Sul à Argentina provocou reação de núcleos ambientalistas. Mas a demora em descobrir que o animalzinho não corria perigo de extinção acabou corroborando a impressão de que Luiz Inácio acertou na mosca, aliás, na pequena rã. O hábitat da perereca poderia ter sido mapeado em menos tempo. A ilação é a de que o presidente só não faz mais coisas porque a burocracia não deixa. O painel ganha, ainda, a imagem de Juscelino Kubitschek, o desbravador simpático que, eleito hoje, não conseguiria licença, segundo Lula, nem para construir a pista no Planalto Central onde desceria o avião com os pioneiros de Brasília. Sob essa onda crítica, a corrupção, que inexoravelmente se faz presente nos pareceres do TCU ou nos encaminhamentos feitos pelo MP, acaba sendo esmaecida, eis que o lado do Bem, o Brasil das hidrelétricas, das estradas, das pontes e dos túneis, se defronta com o Brasil do Mal, a terra da burocracia, da inércia e das visões retrógradas.

Os órgãos fiscalizadores vivem sob emboscada. Órgão auxiliar do Congresso Nacional, o TCU tem por função avaliar a gestão pública sob os aspectos da economicidade, eficiência e efetividade. Apura os desvios. Ao fazer o encontro de planilhas, com preços, prazos e condições, o tribunal se defronta com situações de superfaturamento, incorreta execução de atividades ou de recursos públicos. E pede providências. Lula parece esquecer que a máquina fiscalizadora é conquista dos Estados, antigos e modernos. Há registros de controle de contas no Eclesiastes, atribuído ao rei Salomão, no código indiano de Manu, na Grécia antiga e no Império Romano. Na França e na Inglaterra, são mecanismos muito antigos. Hoje se fazem cada vez mais necessários para monitorar interesses dentro do triângulo de forças que juntam poder político, administração e grupos de negócios.

Essa disposição precisa ser controlada. A burocracia a ser extirpada é a dos prazos dilatados de processos, montanha de papéis, bitributação e duplicidade de órgãos com as mesmas funções. O eixo da democracia é o respeito às leis. Sua Excelência não pode fechar os olhos à matéria legal. O TCU e o MP têm funções definidas pela Constituição de 1988. E não devem ser condenados pelo atraso dos programas. O dinheiro público não é um cheque em branco para se gastar a rodo e a bel-prazer. A dimensão material (fazer obras a toque de caixa em ciclos pré-eleitorais) não pode prevalecer sobre a dimensão institucional (respeito aos arranjos institucionais). Mas no Brasil pode. Até porque, para quem se acha um Alexandre Magno, as leis não passam de velhos pergaminhos.

GOSTOSA


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DIRETO DO FRONT

GUERRA CIVIL EM NATAL-RN


Assalto a grupo de evangélicos termina com pastor morto e três baleados em Felipe Camarão

Um pastor evangélico identificado até o momento apenas como Edmílson foi morto e mais três pessoas baleadas na madrugada deste domingo, durante uma tentativa de assalto enquanto o grupo fazia uma vigília em um morro em Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal, por trás da empresa Conceição.

Jovem é morto e namorada baleada ao sair de festa em clube na Zona Oeste

Um jovem de 21 anos identificado como José Maria da Costa e Silva foi morto na madrugada deste domingo, ao ser atingido por três disparos de arma de fogo quando saía de uma festa no clube Petiscão, na rua Antônio Carolino, em Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal. Na ação, a namorada dele identificada como Tércia Patrícia Oliveira de Sousa, de 20 anos, e uma terceira pessoa que nada tinha com a história foram baleados.

Jovem é preso ao estuprar criança de 11 anos em Felipe Camarão

O jovem João Paulo Sousa da Silva, de 18 anos, foi preso ontem à noite, ao estuprar uma criança de 11 anos, na rua Todos os Santos, em Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal. o acusado mora na mesma rua da vítima.

Dois são assassinados na Zona Norte num intervalo de 7h

A polícia registrou dois homicídios num intervalo de sete horas de ontem para hoje no Vale Dourado, Zona Norte de Natal. O primeiro deles ocorreu na noite de ontem, por volta das 22h30 e o segundo na manhã deste domingo, às 5h30.

GILBERTO DIMENSTEIN

Os furos de Lula

FOLHA DE S. PAULO - 01/11/09

Montou-se um monumental esquema de cooptação no país. O governo virou um cabide de emprego

NA QUINTA-FEIRA passada, Lula pediu aos repórteres que não interpretassem a notícia, apenas relatassem os fatos. Atacou os formadores de opinião -uma categoria que, segundo ele, perde importância. "O povo não quer mais intermediário". Já havia defendido, em entrevista à Folha, que o papel do jornalista não é fiscalizar e denunciar, só deve informar.Fico imaginando qual seria a reação dos petistas se tais frases fossem proferidas por algum presidente durante o regime militar, quando se fiscalizava o que ocorria nas cadeias e se denunciava a tortura. Ou todas as denúncias de corrupção que tanto beneficiaram, no passado, o prestígio do PT no geral e o de Lula, em particular.

Há sinais inquietantes por trás desse incômodo do presidente com a imprensa. Há um clima que podemos chamar de Estado Pós-Novo -uma dificuldade de lidar com os sistemas de intermediação do poder e um culto do poder estatal.

Como Lula é um dos mais importantes formadores de opinião -entre os mais pobres, é o mais importante-, temos um problema grave de educação para a cidadania.

Não há no Brasil, nem remotamente, um ambiente de Estado Novo, criado por Getulio Vargas. Mas o fato é que, na sua irritação crescente com a diversidade e sistemas que brecam o poder, destila-se um olhar de reservas aos mecanismos de controle do Estado -sem os quais não há democracia.

Na Venezuela, na quinta passada, Lula explicou por que o agridem: os poderosos não gostam de seus programas sociais, que priorizam os pobres. É a figura pós-nova do "pai dos pobres", de Vargas. Nessa lógica, ele não para de atacar o Tribunal de Contas da União, acusado de atrasar as obras e, portanto, impedir o crescimento do país. Note-se que, aqui, a única função do TCU é fiscalizar.

Desdenhou as advertências do Supremo Tribunal Federal sobre as viagens presidenciais, que, em essência, são eleitorais -a função do STF é zelar pelo respeito às leis.

Montou-se um monumental esquema de cooptação no país. O governo virou um cabide de emprego para sindicalistas e dirigentes de movimentos sociais, que passaram a ganhar polpudos salários. Muitos deles ganharam ainda mais vagas nos bilionários fundos de pensão.

Para satisfazer as bases partidárias e sindicais, inflou-se a folha de pagamento do governo. Os resultados desse inchaço apareceram, na semana passada, com a divulgação dos buracos nas contas públicas.

Um assunto que só interessa a meia dúzia de pessoas e não tem o menor apelo eleitoral. Quase ninguém ouve o argumento racional de que esses e outros gastos dificultam o aumento dos investimentos -esses, sim, capazes de assegurar o crescimento. Os críticos são, afinal, "insensíveis" aos pobres.

Para reduzir o poder dos "formadores de opinião", gastaram-se milhões num projeto (TV Brasil), cuja audiência é traço. Os inquietos artistas ganham o "vale-cultura", a crônica anunciada de mais um desperdício de recursos públicos.

O mensalão foi apenas uma tentativa de cooptação que deu errado, um acidente de trabalho.

Coerente, portanto, que o Palácio do Planalto indique para o Supremo Tribunal Federal não um jurista, mas um advogado do PT.

Tudo isso é aceito quase placidamente porque, além da cooptação, Lula tem uma extraordinária popularidade e prestígio internacional -há um pressuposto de que a verdade tem a ver com o número de pessoas que seguem uma personalidade ou ideia. No caso brasileiro, há um fascínio servil com o que vem de fora. É, aliás, uma visão de Lula, para quem a eleição de alguém já significa um perdão -é assim que ele apresentou, no palanque, Fernando Collor. Coloca-se na posição de Jesus, obrigado a fazer acordo com Judas.

Não acho, obviamente, que as liberdades estejam ameaçadas. Dá até para dizer que, em sua gestão, houve um notável avanço da educação -tanto quanto o que se verificou no tempo do professor Fernando Henrique Cardoso.

Deve-se à gestão Lula a obrigatoriedade de ensino, aprovada no Senado, na semana passada, dos quatro aos 17 anos. Aumentaram-se os recursos para o ensino médio e infantil. Investiu-se na ampliação da jornada escolar. A força dada ao Enem, em seu mandato, é um importante estímulo para que as escolas valorizem a reflexão. Fala-se agora que, com mais dinheiro no Orçamento do MEC, decidido também na semana passada, no Congresso, haverá bilhões apenas para formar professor.

Mas os ataques de Lula fazem muita gente acreditar que se pode fazer uma democracia forte sem a intermediação do poder -e o que garante a democracia é o controle.

PS - Apesar dos ataques de Ciro Gomes a São Paulo, Lula insiste que o ex-governador do Ceará seja candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Não há um único indivíduo sério capaz de acreditar que Ciro tenha qualquer laço afetivo com São Paulo -e nada tem a ver com o fato de ele ter sua vida política do Nordeste. É só um projeto de interventor do Estado Pós-Novo

JAPA GOSTOSA


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PARA....HIHIHIHI

Advogados não são fáceis, mas médicos, as vezes são piores....

Certa vez um advogado, andando pela rua, viu uma placa que dizia: Clínica Médica: tratamos qualquer doença; resultado garantido ou seu dinheiro de volta em DOBRO.'

E pensou: 'Esses caras tão se achando espertos, vou enganá-los e ainda tirar uma grana.
Entrou na clínica, pagou a consulta e o médico o recebeu sorridente:
- Pois não, o que o traz até aqui?
- Doutor, estou aqui com um grande problema, perdi meu paladar, não consigo mais sentir o gosto de nada; água, café, feijão, arroz.

E o médico: - Ah, pois não. Enfermeira, por favor, traga o pote número 13.

E veio o pote cheio de merda; o médico encheu uma colher e enfiou na boca do
advogado.

- O que é isso? O senhor me deu merda?!! Tá maluco ???

E o médico imediatamente: - Pronto, recuperou seu paladar, está curado!

O advogado saiu puto da vida pensando: 'O filho da puta me pegou dessa vez, mas agora tenho que recuperar minha grana. Dessa vez vou meter uma infalível.'

Dias depois entrou na clínica, pagou novamente a consulta e...
- Ora, ora, o senhor aqui de novo?!
E o advogado:
- Como assim, de novo? Quem é o senhor, quem sou eu? Perdi minha memória. O que estou fazendo aqui?

O médico sem pestanejar: - Ah, pois não, enfermeira, o pote número 13.

- O pote 13 de novo não, porra!

- Maravilha, recuperou a memória, está curado!

E o advogado, puto da vida.... Levou meu dinheiro de novo. Não é possível!
Dessa vez não vou dar chance.' Uma semana depois lá estava o advogado novamente e...

- Mas vejam só, o senhor novamente! Em que posso ajudá-lo dessa vez?

- Pois é doutor, estou acabado dessa vez, perdi o tesão! Não tenho mais vontade de comer ninguém. Vejo a Juliana Paes, a Flávia Alessandra, a Ana Paula Arósio e nada. Não tenho mais vontade nenhuma...

O médico pensou um pouco e solicitou: - Enfermeira, o pote número...

- Se vier com essa porra de pote número 13 mais uma vez vou foder com o senhor, vou foder com essa sua enfermeira filha-da-puta... vou foder com todo mundo!...

- Pronto, já recuperou seu tesão! Está curado novamente !!!

COLABORAÇÃO ENVIADA POR APOLO

JANIO DE FREITAS

A liderança em questão

FOLHA DE SÃO PAULO - 01/11/09


A concessão colombiana aos EUA implica derrota de Lula e dos que veem o Brasil lulista como líder na América do Sul

A NEGAÇÃO DAS preocupações brasileiras, feita em entrevista internacional pelo ministro Nelson Jobim, com a presença militar norte-americana na Colômbia e com a recriação da esquadra dos Estados Unidos para o Atlântico Sul, é, além de inverdadeira, desatualizada como exame primário de diplomacia.
Nos últimos dias, as justificadas preocupações dos militares com o "problema Colômbia" até aumentaram: a assinatura da cessão de bases aos EUA, a meio da semana, foi uma demonstração de descaso para com a inquietação sul-americana a respeito. E, por consequência, tem o significado de distanciamento colombiano das metas políticas declaradas na região. Por ocorrerem na Amazônia, esses fatos sensibilizam mais: afinal, começa-se a compreender que a Amazônia brasileira não é caso de preocupação como território de guerrilha, mas por questões muito maiores que se tornam mais claras e mais próximas no novo século.
Na visão militar, o risco de curto prazo está na possível explosão de provocações entre Colômbia e Venezuela, a partir de ou acirradas pela presença ativa dos norte-americanos. É certo que Lula levou, para o seu final de semana venezuelano, um roteiro de argumentos destinados a obter de Hugo Chávez o compromisso de contenção na impulsividade verbal e de troca de ideias antes de atitudes exacerbadas. A pressa de Lula em ver aprovada, pelo Senado, a entrada da Venezuela no Mercosul -como ocorreu- teve a ver com seu objetivo venezuelano.
Do ponto de vista político, a concessão colombiana implica uma derrota de Lula e dos que passaram a ver uma liderança do Brasil lulista na América do Sul, senão em toda a América Latina. O presidente Álvaro Uribe não recuou nem sequer um passo, para atender às pressões brasileiras. Nem a pretensão manifestada por Lula, de "exigir explicações de Obama", mereceu alguma atenção.
Antes de encerrar-se a semana, deu-se ainda um fato espetacular nas relações sul-americanas e cujo componente de precaução quanto ao Brasil é forte e inteligente, por mais que aqui e fora se venha a negá-lo. O Tratado de Maipú de Integração e Cooperação, assinado na sexta-feira pelas presidentes Michelle Bachelet e Cristina Kirchner, é muito mais do que um surpreendente e grande passo além do Tratado de Paz e Amizade firmado por Chile e Argentina em 1984, quando deram fim à disputa em torno do canal de Beagle.
A amplitude do novo tratado tem o nítido caráter de formação de um bloco político e econômico. Logo, de uma iniciativa em duas frentes voltadas para o Brasil. Em uma, cria-se à margem do Mercosul, no qual a vocação de preponderância do Brasil está bem demonstrada. Em outra frente, Chile e Argentina agem de modo mais direto, ao unir suas menores potencialidades individuais em comparação com o Brasil e, assim, contrapor ao gigante rico um corpo mais apto a resistências e enfrentamentos.
O grande passo de Chile e Argentina é outra contestação à imaginada "liderança natural do Brasil" que o governo Lula teria efetivado, enquanto discursa sobre a comunidade sul-americana.

Governante
Os juros do comércio a prazo também são monstruosos, com os de cheque especial e os de cartão de crédito, todos tomando do cliente, já no primeiro mês, mais do que a inflação de um ano. Mas Lula dirigiu seu ataque só aos dois últimos, que definiu como "quase um assalto". E é tudo o que ele tem a dizer como presidente do país onde esse "quase assalto" está instituído?
É.

GOSTOSA


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TOSTÃO

O tempo, a vida e o futebol

JORNAL DO BRASIL - 01/11/09


Como diz uma das belas músicas do filme Fado, dirigido por Carlos Sau ra, não é o tempo que passa. Nós é que passamos.

Um dos motivos da angústia existencial e de vários distúrbios emocionais de homens e mulheres é a consciência de nossa finitude, de nossa passagem pela vida.

Como somos narcisistas e achamos que temos mais importância do que temos, tentamos negar e/ou fugir da realidade. Criamos ainda a ilusão de que temos uma grande missão na vida. Cada um constrói a sua, por mais banal que seja. Queremos ser eternos e heróis.

Alguns veteranos, que brilham no Brasileirão, ainda não terminaram suas passagens pelo futebol. Estão muito vivos. Eles se destacam porque estão em forma, às vezes, ainda melhores, ou é por causa da pouca qualidade técnica das equipes? Devem ser as duas coisas.

Petkovic, em uma fração de segundos, mapeia tudo que está em sua volta e coloca a bola entre os zagueiros, em pequenos espaços. Isso é cada dia mais raro.

Se tivesse entrado no time mais cedo, Ricardinho poderia ter sido mais importante para o Atlético-MG. Ricardinho nunca foi um meia-ofensivo, que chega com frequência ao ataque. Ele sempre foi um meia-armador, organizador. Esse tipo de meia desapareceu do futebol. Nos últimos tempos, ele tem sido substituído, ainda bem, por um volante mais habilidoso e que tem um bom passe.

O meia Paulo Baier é o grande destaque do Atlético-PR. No Pal meiras, quando não foi bem, ele jogava de ala ou de lateral. Outro veterano, Marcelinho Paraíba, é o principal jogador do Coritiba.

Gilberto deu o toque de criatividade que faltava ao Cruzeiro. Como só podem ficar sete jogadores no banco de reservas na Copa do Mundo, Gilberto, por atuar bem na lateral e no meio de campo, tem ainda uma pe quena chance de ir ao Mundial. Talvez seja por isso que Dunga tenha convocado o meia Alex. No segundo tempo, contra a Venezuela, ele jogou de lateral esquerdo. Gilberto atua melhor nessa posição que Alex e possui mais experiência.

Zé Roberto, outro veterano, que continua brilhando na Alemanha, seria ainda melhor opção que Gilberto e Alex, para ser reserva na lateral e no meio de campo. No meu time, seria titular. Falta à seleção um armador canhoto. Se Gilberto Silva é hoje titular, por que Zé Roberto, que foi eleito para a seleção do mundo da Copa de 2006 e que está em sua melhor forma, não está na equipe brasileira?

Qual é o segredo desses veteranos para continuar brilhando? Será que fizeram um tratamento físico revolucionário e/ou treinaram muito durante um longo tempo? Não parece. Dizem que Petkovic, antes de acertar com o Flamengo, passou meses curtindo a vida e cuidando de seus negócios.

Tenho uma opinião estranha sobre isso, já dita por outros poucos colegas, de que o grande segredo desses veteranos é que eles sabem jogar futebol. Devem me achar um romântico, um saudosista, e alguém que fala de um futebol que não existe mais, a não ser em poucos momentos e em poucos lugares. Seria outro esporte. Será que já passei pelo tempo, que estou perdido no tempo e no espaço?

FERNANDO CALAZANS

Quase um milagre

O GLOBO - 01/11/09

Causa perplexidade, pelo menos a mim, a possibilidade de que Cuca fosse demitido se o Fluminense tivesse perdido para o Atlético Mineiro. Isso depois de ficar quatro jogos sem derrota. E que agora, depois da vitória sobre o Atlético, são cinco. Só pode ser que a diretoria e parte da imprensa ainda não saibam que ficar cinco jogos sem perder, com esse time do Flu, é quase um milagre.
Outro motivo de perplexidade é saber que o afastamento de quatro ou cinco jogadores experientes e veteranos tenha causado um mal-estar para o técnico dentro do clube.
E quais seriam esses jogadores do Fluminense “experientes e veteranos” afastados pelo Cuca, barrados do time titular? Vejamos quais seriam. Rivellino? Paulo César Caju? Carlos Alberto Torres? Marinho Chagas? Ricardo Gomes?
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Não, não, esses aí em cima nunca jogaram nada. As vítimas da inominável injustiça cometida pelo Cuca foram Ruy, Luiz Alberto, Fabinho e Wellington Monteiro. Só cracaço.
Como é que pode um técnico de futebol substituir jogadores no auge da forma técnica deles, não é mesmo? Jogando aquele bolão que eles jogaram durante todo este Campeonato Brasileiro, não é? Pois é.
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Olha aqui, minha gente: o Fluminense, sua diretoria, seu patrocinador — sobretudo o seu comando do futebol — fizeram tudo certinho, certinho, para o time chegar a essa situação, a dois passos do rebaixamento. Não seriam o Renato Gaúcho, o Carlos Alberto Parreira, o René Simões, o Cuca ou até mesmo o Vinicius Eutrópio que iriam deter o
temporal que há quase dois anos avança sobre as Laranjeiras.
Em vez de ficar criando ou aceitando mal-estar por causa de jogadores contrariados no clube, a diretoria, a começar pela do futebol, deve sustentar a posição do técnico — seja ele quem for — ao menos numa hora como essa.
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A torcida tricolor deu uma verdadeira aula de comportamento a dirigentes, técnicos, jogadores e todos mais na vitória sobre o Atlético. Pelo menos nas arquibancadas do Maracanã, debaixo de chuva, parecia que o Fluminense tinha conquistado o título de campeão dos campeões mundiais.
E foi isso mesmo que representou aquela vitória — um título mundial —, como será isso mesmo que representará uma eventual vitória hoje, contra o Cruzeiro, no Mineirão. É quase um milagre.
E, se o Fluminense, por ventura, escapar do rebaixamento, será mesmo um milagre.
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Obina teve a chamada noite de gala, quinta-feira, fez golaços, deu passes, e o Palmeiras sapecou uma goleada no Goiás.
Sem nenhum demérito à vitória do Palmeiras, o que tem ficado claro é que, na reta final, o time do Goiás mostrou seu verdadeiro padrão técnico, que é precário, à exceção do goleiro Harlei e do atacante Iarley (Fernandão não é o mesmo Fernandão de outrora). A defesa, então, nem se fala.
E assim Obina virou craque outra vez, a julgar pela mensagem que recebi de um torcedor neófito em futebol. O que suas palavras queriam dizer era aquele jargão que a
própria imprensa, não raro, utiliza: “Obina calou os críticos”.
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O problema é que Obina cala os críticos uma ou duas vezes por ano, nos mais de 60 jogos que faz, e aquele torcedor iniciante acredita nessa história.
Por sua vez, contagiado pelos elogios, Obina disse: “Não quero ser herói sozinho”. Ainda bem. Souza e Diego Souza, por exemplo, também jogaram muito na contundente reabilitação do time.
Hoje, o Palmeiras enfrenta uma incógnita chamada Corinthians, que não se sabe ainda o que pensa da vida nesta temporada. De qualquer forma, é um clássico — e clássico é clássico.

GOSTOSA


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CELSO MING

A desmoralização do Mercosul

O ESTADO DE SÃO PAULO - 01/11/09


Mercosul já era uma instituição desmoralizada. A entrada da Venezuela no bloco, nas condições em que ocorreu, tende a desmoralizá-la ainda mais.

Nas duas últimas semanas acirrou-se o conflito comercial com a Argentina. O governo Lula finalmente parece ter perdido a paciência e decidiu mostrar que está disposto a dispensar aos produtos argentinos o mesmo tratamento que o governo de lá tem dado aos produtos brasileiros. Ou seja, passou a exigir licença prévia à entrada de uma lista de mercadorias escolhidas a dedo.

A consequência imediata foi a detenção dos carregamentos dos dois lados da fronteira, para desespero dos exportadores. Para caracterizar o comportamento do governo brasileiro, as autoridades argentinas voltaram a tirar do bolso velha expressão que só pode ser entendida pelo seu viés cínico: assimetria. Depois explicaram que ela se deve ao fato de que seu governo nem sequer foi avisado da operação de retenção de suas exportações para o Brasil. Parece que não se dão conta de que o jogo assimétrico foi definido unilateralmente pela Argentina, e a equivalência de tratamento determinada pela outra parte é, ao contrário do que dizem, o restabelecimento de um mínimo de simetria.

Tudo isso é um despropósito, uma vez que, por força dos tratados, o que deveria prevalecer entre Argentina e Brasil (mais Paraguai e Uruguai) é a livre circulação de mercadorias. Um dos mais graves fatores de desmoralização do Mercosul é o fato de que ele deveria ser uma união aduaneira, segundo estágio de integração comercial que prevê não só livre circulação de mercadorias, mas também tratamento comercial equivalente aos países que não fazem parte do bloco. No entanto, o Mercosul não consegue ser nem sequer uma área de livre-comércio. Basta um despacho burocrático para paralisar o fluxo.

A principal razão dessa impossibilidade de integração comercial é a divergência de políticas macroeconômicas. Fiquemos com três: a Argentina opera com câmbio relativamente fixo; o Brasil, com câmbio flutuante. A Argentina não tem política monetária consistente; no Brasil vigora o sistema de metas de inflação. A Argentina impôs o confisco sobre exportações; o Brasil não tem coisas assim. Essas desigualdades explicam boa parte das distorções comerciais. Se nem o câmbio caminha na mesma direção, como poderia haver equivalência de preços?

O empenho do presidente Lula e a decisão de permitir a entrada da Venezuela no bloco agravam o quadro de distorções. Ela foi admitida sem nenhum prazo de equalização dos fundamentos macroeconômicos. Como observou o ex-ministro da Fazenda e ex-embaixador do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) Rubens Ricupero, a China só entrou na OMC depois de 12 anos de negociação e a Rússia está na fila há 19 anos. No entanto, a Venezuela não fez nenhuma concessão importante aos quatro sócios do Mercosul nem fez previsão de quando iniciará a unificação das tarifas comerciais.

Como todos sabemos, na Venezuela estão em vigor fortes restrições à democracia. E, no entanto, o Tratado de Assunção, que criou o Mercosul, prevê cláusula democrática para a admissão ou a permanência de qualquer um de seus membros. Mas essa é apenas mais uma grave distorção que desmoraliza o bloco.

MERVAL PEREIRA

O gato verde

O GLOBO - 01/11/09


O economista Hu Angang, professor na Escola de Políticas Públicas e Administração na Universidade de Tsinghua e diretor do Centro de Estudos da China na Academia de Ciências Chinesas é o autor de uma metáfora econômica que colocou a questão ecológica dentro da linha pragmática de desenvolvimento econômico implantada pelo “capitalismo de Estado” chinês.

Assim como Den Xao Ping definiu que não importava a cor do gato, desde que ele comesse os ratos, Hu Angang defende agora que para a continuidade do desenvolvimento econômico é preciso que o gato seja verde.

Essa metáfora foi lembrada durante os debates da Academia da Latinidade no Cairo, esta semana, quando foi discutida a ecologia como parte da agenda política dos governos de esquerda da América Latina.

Tema que está em evidência no Brasil enquanto se discute a posição do país na reunião de Copenhage em dezembro, foi considerado pelo sociólogo Cândido Mendes como um “escape” da esquerda na tentativa de modernizar sua ação política, sem levar em conta a necessidade de desenvolvimento dos países emergentes.

O venezuelano radicado nos Estados Unidos Fernando Coromil, professor de antropologia, presidente do Centro de Graduação da City University de Nova York, pegou o exemplo da Venezuela e do Brasil para falar dos perigos que os governos de esquerda correm ao não usar o dinheiro do petróleo para desenvolver alternativas de energia limpas para o futuro.

Ele é o autor do livro “O Estado mágico”, que, embora tenha sido escrito sobre a experiência venezuelana antes da chegada ao poder de Hugo Chávez, analisa equívocos da economia petrolífera que se repe tem hoje em dia: “Muita gente pensava que a Venezuela era excepcional na América Latina por que era uma economia petrolífera.

Mostro no livro a tendência de todas as economias latino-americanas.

São sociedades que exportam matérias-primas, com poucos graus de transformação”.

O Brasil é um exemplo recente, ressalta Coronil, país “que falava muito em etanol e biocombustíveis, e, quando surge o petróleo do pré-sal, as coisas mudaram”.

Na Venezuela, diz ele, Chávez fala contra o “Império”, “mas continua baseando a economia em meios tradicionais, não busca alternativas de modernização”.

Para Fernando Coronil, “os países da América Latina deveriam ter políticas conjuntas de energia, mas todos pensam em políticas de curto prazo”.

A própria política de Chávez de ajudar países vizinhos com o petróleo faz com que a economia repita “mais do mesmo” e tenha como objetivo o automóvel, meio de transporte individual, em vez de incentivar políticas públicas de transporte coletivo, ou combustíveis alternativos, menos poluentes.

A metáfora do “gato verde” foi levantada pelo presidente do Instituto de Pluralismo Cultural da Universidade Cândido Mendes, Enrique Larreta, que tem passado períodos na China realizando pesquisas sobre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).

Ele relata que em Shangai, a segunda cidade mais poluída do mundo, ao lado da Cidade do México , “construíram um prédio interessantíssimo de cinco andares na Praça do Povo. mostrando qual vai ser a Shangai do futuro. A fórmula é ‘melhor cidade, melhor vida’”.

Os grandes conjuntos habitacionais utilizarão materiais recicláveis, e a volta do uso de bicicletas, um antigo hábito chinês que foi abandonado nas grandes cidades pelo uso cada vez mais intensivo dos automóveis, será incentivado pelo governo.

Ao mesmo tempo, lembra Larreta, na reconstrução de Shangai levou-se em conta o conceito de “ cidade cosmopolita ” , que havia antes mesmo da revolução chinesa.

Mistura de tradições inglesa e francesa, Shangai é uma cidade contemporânea de Nova York, onde há prédios art déco desta época que estão sendo restaurados.

A posição dos empresários chineses sobre o clima tem sido conhecida nos diversos encontros internacionais que preparam a reunião de dezembro de Copenhage.

O reconhecimento por diversos líderes empresariais de que o crescimento econômico da China tem que se compatibilizar com a proteção ambiental, vendo o desenvolvimento sustentável como uma “responsabilidade corporativa”, reflete em boa medida uma mudança da posição oficial, que está apresentando metas arrojadas de redução dos gases de efeito estufa.

O governo chinês tem uma agenda agressiva para que 15% de toda a energia seja oriunda de fontes renováveis dentro de 12 anos, e aumentar a eficiência energética em 20% em dois anos. A China hoje já é líder em energia solar e eólica.

A decisão da União Europeia de abrir um fundo para ajudar os países emergentes a atingirem metas de controle da poluição, com a redução de emissões de CO2 na atmosfera, ajuda a tese do Ministro do Meio Ambiente.

Carlos Minc sugere reduzir em cerca de 80% o desmatamento até 2020 e limitar as emissões de CO2 a níveis de 2005. Para tanto, Minc disse que seriam precisos US$ 10 bilhões de financiamento externo anuais.

A União Europeia, embora não tenha revelado oficialmente o valor, deverá abrir um fundo com cerca de U$ 70 bilhões até 2020, desde que os Estados Unidos e outras nações industrializadas também o façam.

GOSTOSAS


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ANCELMO GÓIS

A natimorta

O GLOBO - 01/11/09


Terça, dia 10, a CPI da Petrobras vai finalmente ouvir Sérgio Gabrielli, presidente da estatal.
Uma semana depois, o senador chapa-branca Romero Jucá apresentará seu relatório.
Tudo leva a crer que, antes do Natal, a “CPI Viúva Porcina”, aquela que foi sem nunca ter sido, será inumada.

Aliás...
Depois das cerimônias fúnebres da CPI da Petrobras, o Senado vai apreciar os projetos de exploração do pré-sal, em fase final de votação na Câmara. Senadores da oposição sonham com mudanças que, na Câmara, onde a maioria do governo é maior, foram impossíveis de se fazer.
Mas se o PP (Partido da Petrobras) usar no Senado o mesmo rolo compressor que tem usado no caso da CPI, nada muda.

Ficou só na festa
Em março, Lula bateu bumbo para sancionar a Lei do Gás.
Como até hoje não foi regulamentada, na prática, não entrou em vigor.

Fla até no xadrez
O chefe da Polícia do Rio, Alan Turnowski, rubro-negro roxo, orienta os auxiliares a nunca apresentarem bandidos com camisa do Flamengo, seu time.
A Rádio Xilindró diz que ele já tem guardada uma coleção de camisas do Fla. Maldade.

Morte da gata
Vera Fischer deu uma gata persa a seu cabeleireiro, Glecciano Luz, que levou a peluda, batizada de Lia, ao American Pet, no Leblon, para um banho.
Quando foi pegá-la, Lia havia morrido. O caso está na 14aDP.

O DOMINGO É DE Deborah Secco, a bonita atriz que faz 30 anos dia 26 agora cheia de motivos para festejar.

A bela estará na segunda temporada de “Ó paí, ó”, que estreia dia 13. Vai interpretar duas personagens — a baiana Keila, sua sósia na história, e ela própria. Deborah também será a protagonista do longa “O doce veneno do escorpião”, dirigido por Marcus Baldin, que deve chegar aos cinemas em julho de 2010. Para suportar a rotina de gravações, Deborah não dispensa as sessões diárias de pilates

Circuito E. Arden
Para registro histórico. Dos 31 países visitados nos 81 dias de viagens de Lula este ano, só um fica na África (Líbia).
Para EUA e Europa, foram 15 viagens.

Muro
O PP vai cozinhar o apoio à candidatura de Dilma até o PSDB resolver seus problemas.
Se o candidato for Aécio Neves, o partido pula para o barco tucano.

No mais
Além da “Hora do Brasil” e do programa “Café com o presidente”, a imprensa oficial agora produz também o “Bom dia, ministro”.
Neste ritmo, em breve, teremos o “Boa tarde, secretárioexecutivo”, “Boa tarde, chefe de departamento” e, por fim, “Durma bem, DAS”.

ZONA FRANCA

O boa gente Edney Silvestre lança terça “Se eu fechar os olhos agora”, às 19h, na Travessa do Leblon.

O Jardim da Saudade promove o Finados com Arte, espetáculo de balé, música e artes plásticas, amanhã.

A revista “S/N”, de Bob Wolfenson e Helio Hara, vai representar o Brasil na 100 Tokyo Design.

Morar Mais por Menos foi convidado pelo Sebrae para assinar a Casa Carioca na Construir Rio.

A peça “Contos de Fada”, de Danielle Fritzen, está no Teatro Abel.

No “Primeiramente boa noite” de terça, no Conversa Afinada, Barbara Mendes canta Rodrigo Lessa.

Abre dia 8 o III Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Américas, homenageando o documentarista Saint Claire Bourne.

As obras de Van Gogh inspiraram o verão de Patricia Barreto.

O Mago e Tio Sam
A editora americana Harpercollins lança na terra de Obama a biografia de Paulo Coelho escrita por Fernando Morais (veja a capa).

Lá, o livro vai se chamar “A warrior’s life”. Sai dia 17 em versão de capa dura, a US$ 26, e em versão eletrônica, a US$ 20.

Deu água
Azedou a relação do nosso supercampeão olímpico dos 50m livres, Cesar Cielo, com Coaracy Nunes, presidente da Confederação de Desportos Aquáticos

Cabelos lisos
Uma mulata candidata à vendedora da loja Levi’s do BarraShopping, no Rio, diz ter ouvido na entrevista a pergunta: — Você se incomodaria de fazer chapinha todo dia? É que as moças da rede não trabalham de cabelos presos, e preferimos as de cabelos lisos.

Segue...

A Levi’s diz que houve má interpretação: nas entrevistas, como vendedor lida com o público, é dito que “cabelos tratados e outros cuidados estéticos são importantes”.
A empresa foi uma das primeiras no mundo a adotar políticas de inclusão de mulheres, gays etc.

Todo mundo nu Tem gente do suingue deixando a Praia do Abricó. Alega que o local “é muito gay”.
O point agora é a Praia da Reserva à noite.

Dom João VI e o pré-sal

Evaldo Cabral de Mello, nosso grande historiador, voltou a praticar um de seus esportes preferidos — o de cutucar os cariocas.
Enxerga incoerência na luta do Rio para não repartir os royalties do petróleo do pré-sal com estados não produtores: — Logo uma cidade que parasitou o Brasil de 1808 a 1889...
Evaldo se refere ao fato de que recursos de todos os cantos do país foram drenados para o Rio como forma de custear as despesas após a chegada da família real.
O pernambucano Cabral é um sábio. Como diplomata, conheceu o mundo inteiro e, aposentado, optou por um bom lugar para morar: o Rio. Mas aí é outra história

Pesquisa com 3.205 estudantes adolescentes mostra que as agressões entre casais não ocorrem somente entre adultos.
Começam ainda na fase do namoro.

Veja só. Nove em cada dez jovens que namoram praticam ou sofrem variadas formas de violência, como constatou a enquete do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde, da Fiocruz.

Aos números: 85,3% disseram já ter dito coisas ruins em tom hostil, xingamentos ou feito depreciações, e 85% relataram ser vítimas destes três tipos de agressão.
As garotas são, ao mesmo tempo, mais agressoras e mais vítimas de provocações.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Para onde vamos?

O GLOBO - 01/11/09


A enxurrada de decisões governamentais es drú xulas, frases presidenciais aparentemente sem sentido e muita propaganda talvez levem as pessoas de bom-senso a se perguntarem: afinal, para onde vamos? Coloco o advérbio “talvez” porque alguns estão de tal modo inebriados com “o maior espetáculo da terra”, de riqueza fácil que beneficia a poucos, que tenho dúvidas. Parece mais confortável fazer de conta que tudo vai bem e esquecer as transgressões cotidianas, o discricionarismo das decisões, o atropelo, se não da lei, dos bons costumes. Tornou-se habitual dizer que o governo Lula deu continuidade ao que de bom foi feito pelo governo anterior e ainda por cima melhorou muita coisa. Então por que e para que questionar os pequenos desvios de conduta ou pequenos arranhões na lei?

Só que cada pequena transgressão, cada desvio vai se acumulando até desfigurar o original. Como dizia o famoso príncipe tresloucado, nesta loucura há método. Método que provavelmente não advenha do nosso Príncipe, apenas vítima, quem sabe, de apoteose verbal. Mas tudo o que o cerca possui um DNA que, mesmo sem conspiração alguma, pode levar o país, devagarzinho, quase sem que se perceba, a moldar-se a um estilo de política e a uma forma de relacionamento entre Estado, economia e sociedade, que pouco têm a ver com nossos ideais democráticos.

É possível escolher ao acaso os exemplos de “pequenos assassinatos”. Por que fazer o Congresso engolir, sem tempo para respirar, uma mudança na legislação do petróleo mal-explicada, mal-ajambrada? Mudança que nem sequer pode ser apresentada como uma bandeira “nacionalista”, pois se o sistema atual, de concessões, fosse “entreguista” deveria ter sido banido, e não foi. Apenas se juntou a ele o sistema de partilha, sujeito a três ou quatro instâncias político-burocráticas para dificultar a vida dos empresários e cevar os facilitadores de negócios na máquina pública. Por que anunciar quem venceu a concorrência para a compra de aviões militares se o processo de seleção não terminou? Por que tanto ruído e tanta ingerência governamental em uma companhia (a Vale) que, se não é totalmente privada, possui capital misto regido pelo estatuto das empresas privadas? Por que antecipar a campanha eleitoral e, sem qualquer pudor, passear pelo Brasil às custas do Tesouro (tirando dinheiro do seu, do meu, do nosso bolso...) exibindo uma candidata claudicante? Por que, na política externa, esquecer-se de que no Irã há forças democráticas, muçulmanas inclusive, que lutam contra Ahmadinejad e fazer mesuras a quem não se preocupa com a paz ou os direitos humanos?

Pouco a pouco, por trás do que podem parecer gestos isolados e nem tão graves assim, o DNA do “autoritarismo popular” vai minando o espírito da democracia constitucional. Essa supõe regras, informação, participação, representação e deliberação consciente. Na contramão disso tudo, vamos regressando a formas políticas do tempo do autoritarismo militar, quando os “projetos de impacto” (alguns dos quais viraram “esqueletos”, quer dizer obras que deixaram penduradas no Tesouro dívidas impagáveis) animavam as empreiteiras e inflavam os corações dos ilusos: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Em pauta temos a Transnordestina, o Trem-Bala, a Norte-Sul, a Transposição do São Francisco e as centenas de pequenas obras do PAC que, boas algumas, outras nem tanto, jorram aos borbotões no orçamento e minguam pela falta de competência operacional ou por desvios barrados pelo TCU. Não importa: no alarido da publicidade, é como se o povo já fruísse os benefícios: “minha casa, minha vida”; biodiesel de mamona, redenção da agricultura familiar; etanol para o mundo e, na voragem de novos slogans, pré-sal para todos.

Diferentemente do que ocorria com o autoritarismo militar, o atual não põe ninguém na cadeia. Mas da própria boca presidencial saem impropérios para matar moralmente empresários, políticos, jornalistas ou quem quer que seja que ouse discordar do estilo “Brasil potência”. Até mesmo a apologia da bomba atômica como instrumento para que cheguemos ao Conselho de Segurança da ONU – contra a letra expressa da Constituição – vez por outra é defendida por altos funcionários, sem que se pergunte à cidadania qual o melhor rumo para o Brasil. Até porque o presidente já declarou que em matéria de objetivos estratégicos (como a compra dos caças) ele resolve sozinho. Pena que tivesse se esquecido de acrescentar “l’État c’est moi”. Mas não esqueceu de dar as razões que o levaram a tal decisão estratégica: viu que havia piratas na Somália e, portanto, precisamos de aviões de caça para defender “nosso pré-sal”. Está bem, tudo muito lógico.

Pode ser grave, mas, dirão os realistas, o tempo passa e o que fica são os resultados. Entre estes, contudo, há alguns preocupantes. Se há lógica nos despautérios, ela é uma só: a do poder sem limites. Poder presidencial com aplausos do povo, como em toda boa situação autoritária, e poder burocrático-corporativo, sem graça alguma para o povo. Este último tem método. Estado e sindicatos, Estado e movimentos sociais estão cada vez mais fundidos nos alto-fornos do Tesouro. Os partidos estão desmoralizados. Foi no “dedaço” que Lula escolheu a candidata do PT à sucessão, como faziam os presidentes mexicanos nos tempos do predomínio do PRI. Devastados os partidos, se Dilma ganhar as eleições sobrará um sub peronismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão. Estes são “estrelas novas”. Surgiram no firmamento, mudaram de trajetória e nossos vorazes mas ingênuos capitalistas recebem deles o abraço da morte. Com uma ajudinha do BNDES, então, tudo fica perfeito: temos a aliança entre o Estado, os sindicatos, os fundos de pensão e os felizardos de grandes empresas que a eles se associam.

Ora dirão (já que falei de estrelas), os fundos de pensão constituem a mola da economia moderna. É certo. Só que os nossos pertencem a funcionários de empresas públicas. Ora, nessas, o PT que já dominava a representação dos empregados, domina agora a dos empregadores (governo). Com isso, os fundos se tornaram instrumentos de poder político, não propriamente de um partido, mas do segmento sindical-corporativo que o domina. No Brasil os fundos de pensão não são apenas acionistas – com a liberdade de vender e comprar em bolsas – mas gestores: participam dos blocos de controle ou dos conselhos de empresas privadas ou “privatizadas”. Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido no governo e para eles atraindo sócios privados privilegiados, eis o bloco sobre o qual o sub peronismo lulista se sustentará no futuro, se ganhar as eleições. Comecei com para onde vamos? Termino dizendo que é mais do que tempo de dar um basta ao continuísmo antes que seja tarde.

DUAS MERDAS

ELIO GASPARI

Lula acha que chega à eleição em triunfo

FOLHA DE SÃO PAULO - 01/11/09



Com a economia rodando a 7%, desemprego em queda e consumo em alta, basta que Dilma não tropece


NA SEMANA PASSADA Lula teve uma conversa com empresários e parlamentares no Palácio da Alvorada e desenhou um cenário triunfante para a eleição de 2010.
Nosso Guia acredita que no segundo semestre a economia estará crescendo a 7%, com aumento da renda dos trabalhadores e expansão do consumo. Será um cenário de sonho para quem quer preservar seu patrimônio eleitoral no andar de baixo.
No campo político Nosso Guia convenceu-se de que a oposição será obrigada a aceitar uma eleição plebiscitária, cuja expressão mais simples será a comparação com os oito anos tucanos de Fernando Henrique Cardoso.
Lula pretende eleger Dilma Rousseff colando no candidato da oposição o rótulo de continuador da experiência tucana e apresentando-a como continuadora de seu governo.
Falta combinar com os russos, mas, olhando-se para o estado de paralisia física e cerebral em que caiu o PSDB, Lula conseguiu o melhor dos mundos. Falta um ano para a eleição e só há um jogador em campo: ele.
1989 E O MURO
Vem aí o 20º aniversário da queda do Muro de Berlim (dia 9, segunda feira da próxima semana). Na realidade, o que vem aí é muito mais que isso, é o 20º aniversário do ano glorioso de 1989.
Em pouco mais de um ano acabaram-se um império (o soviético), uma modalidade de organização política (a ditadura do partido comunista) e um modo de produção (o socialista). Extinguiu-se também a chama dos projetos revolucionários como instrumento de transformação das sociedades.
A "queda do Muro" foi o desfecho de um processo que começou seis meses antes, quando a Hungria abriu sua fronteira com a Áustria, drenando a população da Alemanha Oriental. Ao final de maio pedaços de arame farpado da fronteira austro-húngara já eram vendidos como souvenirs.
Aprende-se isso, e muito mais, no livro "1989 - O ano que Mudou o Mundo", do jornalista americano Michael Meyer. Ele testemunhou a mudança e presenciou a revolução tcheca, ao som do chacoalhar dos chaveiros. Quem tiver curiosidade pela grandeza de 1989 e pela ousadia da reunificação da Alemanha, pode dispor de 236 páginas de inteligente narrativa.
Quem quiser fechar o foco na revolução alemã estará bem servido com "O Muro de Berlim - Um Mundo Dividido, 1961-1989". Nele aprende-se o nome da pessoa que furou a barreira. Foi Harald Jaeger e comandava o posto policial da cancela da Bornholmer Strasse. Jaeger ergueu a barreira e deixou a multidão passar. Em 1997 comprou uma banca de jornais e trabalha nela, com a mulher.

BOA NOTÍCIA
Uma grande operadora de telefonia quer oferecer aos consumidores ligações gratuitas em troca de mensagens publicitárias que seriam ouvidas antes do início da ligação. Quem quiser adere ao plano. Quem não quiser fica como está.

MÁ EMENDA
A turma do mensalão acredita que se for aprovado o projeto que acaba com o foro privilegiado, os 39 companheiros se livram da lâmina do ministro Joaquim Barbosa. Podem estar cometendo um grave erro. Se os processos dos mensaleiros que não têm mandato parlamentar caírem nas mãos de um juiz malvado na 1ª instância, os doutores poderão ter a prisão preventiva decretada. Terão saudade de Joaquim Barbosa.

NOSSO GUIA
Alguém precisa avisar a Lula que catador de lixo não é profissão. No limite, poderia ser um ofício, mas é apenas ocupação.

TERMÔMETRO
Vai a leilão no dia 17 de novembro, na casa Christie's de Nova York, um desenho de Hélio Oiticica da série concretista dos Metaesquemas. Está avaliado entre US$ 60 mil e US$ 80 mil. Em maio um guache parecido tinha a mesma estimativa e foi arrematado por US$ 186 mil. (Oiticica exigia que essas obras não fossem chamadas de "desenho".) O desempenho da peça será um bom termômetro para que se avalie o efeito do incêndio de uma parte do acervo de Oiticica sobre a cotação de sua obra no mercado.

BASTA PUXAR O FIO
Se o ministro Tarso Genro quiser, estoura as malfeitorias de uma rede de fornecedores de equipamentos de segurança. Houve uma época em que ela se cevou na Infraero.

PSDB, O EXTERMINADOR DA OPOSIÇÃO

Quem não gosta de Nosso Guia precisa se mobilizar para impedir que o PSDB destrua a oposição brasileira. O tucanato tornou-se um ingrediente tóxico tanto no atacado como no varejo.
No atacado, o governador José Serra quer paralisar o partido, jogando para março o anúncio do nome do candidato à Presidência da República. Se o problema fosse apenas de prazo, Serra teria argumentos para justificar sua posição. Lamentavelmente, a questão é outra: ainda não se sabe se Serra quer trocar uma reeleição certa para governador por uma candidatura a presidente que a cada dia parece mais pedregosa. Talvez nem ele mesmo saiba.
Recordar é viver: durante todo o ano de 2005 a popularidade de Lula sofreu uma forte erosão. Entre agosto e dezembro as pesquisas do Datafolha indicavam que ele perderia a eleição do ano seguinte para Serra. Em janeiro de 2006 o quadro começou a virar e no final de fevereiro Nosso Guia botou oito pontos de frente. Em março Serra tirou o time de campo.
Serra quer esperar até março sem que haja qualquer garantia de que irá para a briga. Já o governador Aécio Neves quer uma decisão rápida, caso contrário disputará uma cadeira de senador. Não se poderia esperar que o neto de Tancredo Neves fosse a uma disputa de mato-ou-morro, mas o ultimato de Aécio indica que ele já achou a saída de emergência.
O PSDB tornou-se um tóxico também no varejo. Em vez de fazer oposição, sua bancada no Congresso associa-se às piores iniciativas da bancada governista e da banda esperta do PMDB.
O tucanato denuncia as maracutaias petistas, mas é incapaz de levantar a voz diante das malfeitorias dos seus hierarcas. Noves fora o mensalão mineiro, em cujo processo está denunciado pelo Ministério Público o ex-presidente do partido, senador Eduardo Azeredo, o tucanato teve um governador e um senador cassados pelo Supremo Tribunal Federal (Cássio Cunha Lima e Expedito Júnior). Isso deixando-se de lado a ruína de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul.
O PSDB deu os votos necessários para que o Senado e a Câmara aprovassem a Bolsa IPI que borrifaria os exportadores com créditos de R$ 34 bilhões, pelo menos. Fez isso mesmo depois do Supremo Tribunal Federal ter derrubado a pretensão dos empresários. Vexame final: Lula vetou o mimo.
Na semana passada, iniciativas de três tucanos (Flexa Ribeiro, Marcos Monte e Roberto Rocha) puxaram os interesses do ruralismo das trevas para aprovar um projeto de anistia para desmatadores. A moralidade foi defendida por militantes do movimento Greenpeace que, acorrentados a poltronas do plenário da Câmara, fizeram um escarcéu e transferiram a votação do projeto.