quarta-feira, julho 22, 2009

VALDO CRUZ

Criador e criatura


Folha de S. Paulo - 22/07/2009


BRASÍLIA - Parece até piada, mas o tema tem de fato circulado pelos gabinetes do governo Lula. Em uma e outra reunião, há quem se delicie dizendo que em 2010 o "risco eleitoral" que pode provocar turbulências na economia atende pelo nome de José Serra.
Motivo: Serra não esconde que faria uma política monetária diferente da atual, é crítico de Henrique Meirelles e, se liderar a campanha em 2010, pode repetir, em menor escala, o Lula de 2002.
Naquela eleição, a possível vitória do petista era relacionada pelos tucanos a um fator de instabilidade econômica, criando pressões negativas sobre o mercado. Na época, o dólar disparou.
A ironia dessa tese petista é que a candidata do governo em pouco, ou quase nada, difere do tucano. Dilma Rousseff também é crítica de Meirelles. Dependesse só dela, o presidente do Banco Central de Lula já teria sido trocado.
Aí entraria em cena o criador, dizem petistas, para doutrinar a criatura. Dilma será orientada por Lula a dizer na eleição que manterá sua política monetária e fiscal.
Política monetária que será, mais uma vez, testada nos próximos meses. Hoje o BC deve anunciar uma nova queda na taxa básica de juros. A dúvida é se o processo para por aí ou terá continuidade.
Lula não esconde seu desejo de que os cortes sigam por pelo menos mais duas reuniões. O presidente, contudo, talvez seja convencido de que é melhor ser mais parcimonioso daqui em diante, evitando alta de juros no ano da eleição.
Até aqui, por sinal, Lula deu repetidas mostras de que pode não gostar, mas, pragmático, se curva aos argumentos do BC. Quem sabe a cadeira presidencial não fará efeito idêntico em Serra e Dilma.
Detalhe: o novo presidente, seja quem for, terá de fazer ajustes na política atual. Pelo andar da carruagem, juros não serão o problema a enfrentar. Mas sim a questão fiscal, da gastança.

CELSO MING

Não para de cair


O Estado de S. Paulo - 22/07/2009
Os analistas e empresários preocupados com a inexorável tendência da valorização do real (queda do dólar) devem olhar para o que está acontecendo na Argentina.

Lá, o governo prepara medidas destinadas a evitar a saída de dólares, à proporção de US$ 10 bilhões por semestre, se estiverem corretas as estimativas.

Ora, há anos, analistas e exportadores debatem as razões da valorização do real. Até recentemente, concentravam seu diagnóstico nas operações de arbitragem com juros. Diziam eles: os especuladores tomam dólares lá fora a juros mais baixos para reaplicar o dinheiro a juros mais altos no Brasil. Como isso implica trazer mais dólares, o resultado é a baixa da cotação do dólar em relação ao real, por simples reação de oferta e procura.

O problema é que esse jogo não aparece nas estatísticas. É irrelevante a entrada de dólares destinados às aplicações financeiras de curto prazo.

Aparentemente mais importante é a baixa saída de dólares como operação de reserva de valor de empresas e pessoas físicas. Há alguns anos, não havia quem não tivesse uma reserva em dólares, aqui ou no exterior. As cotações do câmbio negro eram divulgadas até nos noticiários nobres da TV. Quando a economia brasileira ficou mais confiável, esse jogo mudou. Agora, o exportador é o primeiro a desfazer-se das posições em moeda estrangeira e convertê-las em reais, não necessariamente para tirar melhor proveito dos juros, mas porque não vale mais a pena segurar dólares.

E aí vamos repisando que os juros altos não são a maior razão da forte entrada de dólares. Os juros caíram 10,5 pontos nos últimos quatro anos. Esse afrouxamento monetário deveria mexer com a cotação do câmbio e, no entanto, o dólar segue perdendo força diante do real. As verdadeiras razões estão na clara melhora dos fundamentos da economia.

Ainda assim, muitos economistas insistem em que a principal causa da valorização do real diante do dólar é a especulação com juros. Por isso, querem uma derrubada mais intensa dos juros e maior agressividade do Banco Central na compra de dólares.

É defensável a derrubada mais acentuada dos juros, mas, no sistema de metas de inflação, o critério não é a obtenção da desvalorização cambial, mas a convergência da inflação para a meta. Por outro lado, é improvável que a redução consistente dos juros provoque a reversão do câmbio. Ao contrário, disseminaria a percepção de que a economia brasileira está saudável e isso atrairia mais capital estrangeiro.

E exigir que o Banco Central compre ainda mais dólares seria criar uma demanda artificial de moeda estrangeira que, de quebra, poderia aumentar a percepção de solidez da economia e, portanto, atrair mais dólares. E convém anotar: nenhum banco central consegue reverter uma tendência firme do câmbio só com intervenções táticas (compra e venda) no mercado de moedas.

O pior efeito colateral da valorização do real é a perda de competitividade do produto industrializado brasileiro no mercado interno (para as importações) e no mercado externo. Até recentemente, o governo a compensava com mais câmbio (desvalorização do real). Hoje, esse artifício já não serve. A competitividade terá de vir da redução do custo Brasil, ou seja, da queda da carga tributária, das reformas e dos investimentos em infraestrutura.


Confira



Tem muito chão - O presidente do banco central americano (Fed), Ben Bernanke, avisou que as pressões inflacionárias são fracas e que levará muito tempo para que os juros básicos, hoje perto do zero, voltem a subir nos Estados Unidos.

Escalpo - Ontem, o Calpers, Sistema de Pensão dos Funcionários Públicos da Califórnia, maior fundo de pensão público dos Estados Unidos, revelou que em um ano a crise transformou em pó US$ 56 bilhões do seu patrimônio original de US$ 237 bilhões. Por aí pode-se ter uma boa ideia do estrago que a crise infligiu à indústria dos fundos de pensão nos Estados Unidos.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO


AUGUSTO NUNES

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O derrotado no momento do nocaute

21 de julho de 2009

Ninguém cai como Maguila, constatou o jornalista David Coimbra. Perfeito. O sergipano Adilson Rodrigues fez bonito num punhado de lutas não tão perigosas, infiltrou-se num dos rankings dos 10 melhores da categoria peso-pesado, até pareceu flertar com o cinturão de campeão do mundo. Ainda que tivesse chegado lá, não seria lembrado pelos nocautes que impôs, mas pelas quedas que sofreu.Todas magníficas, nenhuma igualou o desabamento que colocou um tremendo ponto final no combate contra Evander Holyfield.

Quando o soco do grandalhão americano explodiu no queixo frágil, Maguila foi arrancado da superfície e flutuou, durante os dois mais longos segundos, a 15 centímetros de altitude. E então o corpanzil calculado em arrobas começou a tombar de costas até a colisão estrondosa contra a lona. “Madeira!”, gritariam todos os lenhadores canadenses se a medonha agitação do tronco não desmentisse a imobilidade da copa.

De olhos fechados, Maguila conseguiu materializar num ringue a imagem de Nelson Rodrigues: espanou a lona com arrancos de cachorro atropelado. David Coimbra tem razão: ninguém jamais caiu como Maguila. Nem pugilistas nem políticos brasileiros. No momento do despejo desonroso, Fernando Collor até ficou parecido com o lutador nordestino. Engano. Maguila nunca mais apareceu no cenário da tragédia. O ex-presidente está de volta à Praça dos Três Poderes. Com boa saúde, aparentemente.

Consumado o nocaute, nossos pais da pátria lembram um dos melhores momentos do livro Fama & Anonimato (Editora Companhia das Letras), do jornalista Gay Talese. Conciso e contundente como um hook no fígado, o americano Floyd Patterson, que perdera meses antes o título mundial dos pesados para Sonny Liston, narra as contraditórias sensações que viveu ao ser atirado à lona, no primeiro assalto, por uma violenta sequência de golpes do novo campeão:

“Quando você é nocauteado, a sensação não é ruim, é até boa. Você não sente dor. Só se sente fortemente inebriado, como se flutuasse. Não vê anjos nem estrelas, apenas é envolvido por uma névoa agradável. Depois daquele soco de Liston, imaginei que toda a plateia havia subido ao ringue e me rodeava carinhosamente, como uma grande família”.

Nas fímbrias do coma, Patterson conta que lhe bateu a vontade de acenar para o público. “Disseram que cheguei a sorrir”, diz. “É bem possível”. Mas aos poucos o derrotado vai recobrando a consciência ─ até compreender o que aconteceu. E então o assaltam, simultaneamente, a vergonha imensa e o desejo incontrolável de cavar um buraco no meio do ringue e escapar do adversário, da plateia, do estado, do mundo.

Revejo as imagens do curtíssimo combate, releio o parágrafo que abre o relato de Patterson e penso em José Sarney. Fulminado pela devastadora sucessão de fatos criminosos descobertos nos últimos meses, o presidente do Senado está no primeiro estágio do nocaute. Como Patterson, parece envolto numa névoa agradável. Sorri, acena para os jornalistas, recita discursos, como se nada de terrível tivesse ocorrido. Patterson foi confrontado com miragens. Sarney está efetivamente rodeado por parentes carinhosos, amigos solícitos e áulicos otimistas, circunstância que retarda o entendimento das coisas. O velho campeão ainda não compreendeu que a queda é irreversível, que não conseguirá reerguer-se. Logo enxergará a extensão da derrota.

Mas jamais lhe ocorrerá a ideia de enfiar-se em algum buraco e sumir. Só pensa nisso gente capaz de sentir vergonha.

RUY CASTRO

Dúvidas no éter

FOLHA DE SÃO PAULO - 22/07/09

RIO DE JANEIRO - Entreouvido no rádio do táxi. No auge do noticiário sobre o acidente com o Airbus da Air France, o locutor lia uma nota sobre as buscas em alto-mar, e tudo na frase indicava que a palavra seguinte seria "destroços". Mas, por longos cinco segundos, ele empacou no "destr". Certamente ficou na dúvida sobre se o "o" seria aberto ou fechado -"destróços" ou "destrôços"? Seguro morreu de velho, e o rapaz preferiu dar a volta na palavra, completando a frase com "restos".
O mesmo aconteceu outro dia quando o senador José Sarney citou o romano Lúcio Aneu Sêneca, que recomendava "silêncio, paciência e tempo" às vítimas das grandes injustiças -longe de ser o seu caso. Ao reproduzir a citação, o locutor foi bem em Lúcio Aneu, mas embatucou em Sêneca, talvez sem chapeuzinho no papel que ele estava lendo. O silêncio no famoso éter dava uma ideia da sua agonia. Incapaz de decidir entre Sêneca, Senéca e Soneca, ele recuou e ficou apenas em Lúcio Aneu -nome pelo qual ninguém conhece o filósofo.
E não é incomum que o trágico grego Ésquilo, inventor da catarse e autor de "Prometeu Acorrentado" e da trilogia "Oréstia", se transforme em Esquilo nas raras vezes em que é encenado por uma de nossas companhias e seu nome tenha de ser dito ao microfone.
Mas nada supera o drama de um antigo locutor ao ler ao vivo um comercial que ele não conhecia, o do azeite Beira-Alta. O texto dizia: "Azeite?" -e instruía o locutor a dar três muchochos, tipo tsk, tsk, tsk, para então responder: "Só Beira-Alta!". Pois, no ar, ele atacou: "Azeite? Três muchochos!".
Do outro lado do vidro, o sonoplasta começou a fazer-lhe sinais desesperados de "Não! Não! Não!". O locutor, sem entender o erro, mas querendo se salvar, emendou: "Ou seriam três muchachos?".

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TOSTÃO

O buraco é mais embaixo

JORNAL DO BRASIL - 22/07/09

O futebol é o paraíso dos lu gares-comuns. Um dos mais citados é o de que uma equipe precisa ter três zagueiros, sendo um na sobra, se o adversário tiver dois atacantes.

Se os zagueiros marcam muito atrás, como é regra no Brasil, não há espaços entre os defensores e o goleiro para o atacante receber um passe. Por isso, não se justifica ter um terceiro zagueiro e perder um armador ou um atacante. Se acontecer um passe nas costas dos zagueiros, o goleiro tem que sair do gol e chegar primeiro que o atacante.

Antes das partidas, os técnicos fazem um grande mistério se o ti me vai jogar com dois ou três za gueiros. Isso passa a ser a chave do jo go e o principal assunto das dis cus sões. É muita conversa jogada fora.

Muito mais importante que o desenho tático, seja qual for, é saber com quantos jogadores um time ataca e defende, se uma equipe sabe o momento de manter a posse de bola e o de acelerar em direção ao gol, onde se inicia a marcação, se o adversário tem pouca ou muita liberdade, se a equipe sabe contra-atacar bem, se é capaz de se defender bem de um contra-ataque, e tantas outras situações de jogo.

Há no futebol muitas contradições. Muricy era bastante elogiado por mudar a maneira de jogar da equipe. Já Luxemburgo foi muito criticado por mudar demais o esquema tático do Pal meiras. O auxiliar Jorginho é elogiado por manter a mesma formação tática. Todos têm e não têm razão. Vai depender de outros fatores.

Muitos auxiliares ou treinadores das equipes de base ou pessoas que nunca tinham sido técnicos se dão bem logo no comando de grandes equipes. Dunga está bem na seleção. No primeiro ano, Guardiola foi campeão da Espanha e das copas do Rei e da Europa. Alejandro Sabella, campeão da Libertadores, iniciou sua carreira dois meses atrás, no Estudiantes. Há muitos outros exemplos.

Outros auxiliares, por vários motivos, não vão para frente. En tre as razões, há um preconceito, um rótulo de que eles são sempre auxiliares. Basta o Palmeiras perder duas partidas, o que aconteceria com qualquer técnico, para di zerem que Jorginho não tem condições de dirigir um grande clube.

Outros preferem ser sempre auxiliares. É mais fácil e seguro. Para ser um bom escudeiro, como Murtosa com Felipão, é necessário, antes de tudo, não cobiçar o lugar do técnico, nem em pensamento.

Os auxiliares que desejam ser treinadores e que se preparam bem para o cargo deveriam ter mais chances. São também mais baratos.

Enfim, apareceu um dirigente lúcido e responsável, Luiz Gonzaga Beluzzo, para não pagar a Luxemburgo e Muricy um altíssimo salário, incompatível com a receita de um clube brasileiro. Não tenho certeza, mas acho que esse foi o motivo principal da saída de Luxemburgo.

Mas, há sempre alguém para pagar. O futebol não é lugar para pessoas lúcidas. A justificativa é o preço de mercado. E o buraco fi nan ceiro do clube nunca termina. Alguém precisa dizer também para o presidente do Santos e para Luxemburgo que o preço do trabalho do técnico caiu no mercado por suas últimas atuações.

ELIO GASPARI

O Chevalier Temer e seus 7 Mosqueteiros

FOLHA DE SÃO PAULO - 22/07/09


O PRESIDENTE da Câmara, deputado Michel Temer, acompanhado de sete mosqueteiros, usufruiu uma boca-livre de cinco dias em Paris. Havia um feriado por lá mas, por cá, a Casa onde trabalham tinha serviço e votava a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Os doutores foram comemorar o aniversário da Revolução Francesa e hospedaram-se no hotel Lutetia, uma boa casa, equidistante de dois marcos da cidade: a Conciergerie e a Praça da Concórdia. Numa ficava a cana dos condenados. Na outra, a lâmina de Sanson. A namorada de Luís 15, Madame Du Barry passou de uma à outra. Ela fugira para Londres depois da queda da Bastilha, mas decidiu retornar à França. Degolaram-na em 1793.
O mistério que levou a Du Barry a regressar é da mesma família da compulsão que levou Temer e seus sete mosqueteiros a entrarem na boca-livre. Pediram discrição à embaixada e disseram que viajavam a convite de um Instituto de Alto Estudos de Defesa Nacional. Verdade, mas o repórter Antonio Ribeiro revelou que, segundo esse mesmo instituto, o paganini ficou por conta da indústria aeronáutica francesa, pois a fábrica Dassault quer vender 36 caças Rafale à FAB, numa conta de R$ 4 bilhões. (Convite para ir a Paris é fácil arrumar. O que falta é patrocinador.) A Câmara absolvera o deputado-castelão e o Senado tornou-se um apêndice da delegacia de roubos e furtos, mas os oito doutores, como a Du Barry, acharam que dava.
Há um problema de percepção na cúpula do Parlamento nacional. Eles são incapazes de entender que certas coisas não podem ser feitas. Eis o que disse Michel Temer à repórter Lúcia Jardim:
"Não vejo isso como uma tentativa de sedução, até porque, se fosse, seria muito fraca".
(Conta a lenda que o professor Henry Kissinger disse a uma senhora que toda mulher tem um preço e ela respondeu: "Isso é um insulto. Eu, nem por 1 milhão de dólares". "Pois veja que já estamos discutindo preço", respondeu Kissinger.)
"Se fosse a Câmara que tivesse pagado nossa viagem, aí sim, eu tenho certeza de que fariam um escândalo em cima disso."
(Resta saber por que os franceses pagaram. Se os deputados pudessem justificar o motivo da viagem, a Câmara, ou o governo francês, deveriam pagá-la. Do contrário, não deviam aceitá-la.)
"Acho que só não haveria questionamento se nós tivéssemos vindo a pé."
(Para continuar no tom de Temer, há uma enorme torcida para que os oito resolvam ir a pé até Paris. Deveriam anunciar o ponto do litoral de onde partiria a comitiva, para que a galera pudesse se despedir deles.)
Viajaram com o deputado Michel Temer:
Cândido Vaccarezza (SP), líder do PT na Câmara.
Carlos Zarattini (PT-SP), vice-líder do PT na Câmara.
Ibsen Pinheiro (PMDB-RS).
José Aníbal (SP), líder do PSDB na Câmara.
Maria Lucia Cardoso (PSDB-MG), vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional.
Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM na Câmara.
Nessa comitiva há deputados que não gostariam de ser confundidos com a nobreza decadente e degolada. Também ficou na Conciergerie, e foi para a lâmina, o companheiro Danton, que tinha um fraco por seduções.

ROMÁRIO


FERNANDO CALAZANS

Notícia ou bordão?

O GLOBO - 22/07/09

E Ronaldo como se saiu na vitória do Corinthians sobre o Cruzeiro? Ele se saiu exatamente como o técnico Mano Menezes quer que ele se saia – ou seja, resolvendo a
parada.
O que significa isso? Que Ronaldo não precisa jogar tão bem assim, não precisa ser ativo e participante o jogo todo – mas que será muito útil, mesmo assim, se criar lances, jogadas e gols decisivos. Está certo, muito bem.
E o que fez Ronaldo no jogo? Deu o passe para o primeiro gol e fez ele mesmo o segundo. Resultado final: vitória do Corinthians por 2 a 1.
Segundo a minha análise pessoal, Ronaldo jogou mal durante a maior parte do tempo. Participou pouco do jogo. E entre o 27 e o 28 minutos, perdeu dois gols. Isso mesmo: dois gols perdidos em um minuto.
Aos 27, com o gol escancarado à sua frente, chutou em cima do zagueiro Leonardo Silva, que defendeu com a mão, fez pênalti e foi expulso. Ronaldo não conseguiu colocar num dos dois cantos abertos.
Aos 28, bateu o pênalti, atrapalhou-se todo na paradinha e chutou quase em cima de Fábio, que defendeu.
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Foi o seu pior momento. Mas aí está o que diferencia o craque do jogador comum. Em suas melhores jogadas, ele deu um passe precioso para Jorge Henrique, aos 22 minutos do primeiro tempo. Jorge Henrique soube aproveitar e marcou o primeiro gol do Corinthians.
Aos 31 minutos do segundo tempo, foi a vez de Ronaldo receber um passe adocicado de Jucilei que ele emendou para a rede: 2 a 0. Depois, o Cruzeiro fez um gol, mas não fez dois, e o Corinthians venceu.
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Eis por que o Mano Menezes está certo, quando diz que Ronaldo não precisa jogar bem o tempo todo. Pode se dar ao luxo de errar – como errou no jogo – desde, é claro, que em dois ou três lances ele seja o... Ronaldo.
Pode até, por incrível que pareça, dar-se ao luxo também de manter (quem sabe para sempre) a barriguinha proeminente que adorna sua cintura.
Só não pode deixar de decidir as partidas, ou, pelo menos, uma partida sim, outra não. Aí ele derruba a tese respeitável do Mano Menezes.
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Informei que o Corinthians cometera 11 faltas no jogo. Eu errei. O Corinthians cometeu 12 faltas no jogo todo. E não informei que o Cruzeiro fizera menos faltas ainda: 9.
Parece até um jogo estranho ao futebol incivilizado que se disputa aqui no país do futebol. Cruzeiro e Corinthians são, não por acaso, os times que menos fazem faltas neste momento do Campeonato Brasileiro. Cruzeiro: 170. Corinthians: 184.
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Quem cometeu mais faltas até aqui foi o Palmeiras: 280. Portanto, em 12 rodadas, o Palmeiras fez nada menos do que 110 faltas a mais do que o Cruzeiro.
Que diferença, hein!
Troca de técnico no Fluminense não é novidade. O clube tem o hábito (e a média) de trocar de técnico a cada 23 jogos.
E é muito menos novidade ainda quando o técnico que chega (ou parte) é Renato Gaúcho. Aí a notícia vira bordão.
Pois aí está Renato Gaúcho chegando pela quinta vez ao Fluminense, o que deixa no ar a pergunta definitiva: por que diabos mandam embora o Renato se sabem (os mesmos dirigentes) que vão recontratá-lo meses depois? Que perda de tempo, não é?
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Pelo perfil de Renato, a recontratação se explica: ele é considerado um ótimo motivador, e é exatamente de uma alta dose de motivação que o time precisa neste momento.

PAINEL DA FOLHA

Choradeira, parte 2

FOLHA DE SÃO PAULO - 22/07/09

O segundo repasse de julho do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), depositado anteontem, voltou a alarmar prefeitos de diferentes regiões do país, que já ensaiam uma nova romaria a Brasília em busca de socorro. De acordo com dados da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), se a estimativa do Tesouro para a terceira e última remessa se concretizar nos próximos dias, a queda será de 13% em julho em relação ao ano passado. Uma das razões é o início da restituição do Imposto de Renda.
A agravante é que restam pouco mais de R$ 25 milhões na reserva de R$ 1 bilhão que vem sendo usada pelo governo para compensar o caixa das prefeituras.

Pires na mão - ‘Há um acerto político de manter a arrecadação. Mas talvez seja preciso um novo projeto do governo para compensar a queda’, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Barrados - O presidente Lula cancelou o jantar marcado para hoje com dirigentes do PT de São Paulo para tratar da sucessão. Um dos motivos é a ausência da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que está nos Estados Unidos.

Preferencial - A GDK, que ganhou notoriedade na época do mensalão por presentear o então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, com um Land Rover, continua fechando contratos milionários com a Petrobras. O último, celebrado em junho por R$ 8,5 milhões, foi feito por ‘convite’.

Alvo - O PSDB preparou requerimento à CPI sobre os negócios da empresa baiana com a Petrobras pós-mensalão. Desde o escândalo, a GDK fechou contratos de quase R$ 600 milhões com a estatal.

Patente - A pedido do grupo folclórico Boizinho Barrica, do Maranhão, a 6ª Vara Federal de São Luís determinou à Polícia Federal que não use o nome para designar a operação que investiga, entre outros, Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Esfregão 1 - O Senado concluiu edital para contratar empresa terceirizada na área de limpeza, um dos focos de denúncias recentes. O resultado sai dia 4 de agosto e o valor-base do contrato, de um ano, é de R$ 9 milhões.

Esfregão 2 - Os serviços previstos no edital incluem ainda faxina nos apartamentos funcionais e na residência oficial da presidência.

Muita calma... - O Ministério da Saúde já desembolsou R$ 25 milhões desde abril em campanhas de esclarecimento sobre a gripe suína. Tudo para tentar evitar que o pânico em relação à doença se dissemine e provoque uma corrida aos hospitais.

...nessa hora - Com objetivo semelhante, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) tem dado em média três entrevistas por dia. Ontem, gravou uma mensagem de rádio enviada a 3.000 emissoras.

Costura 1 - O governador Jaques Wagner (PT-BA) tenta driblar a resistência do ministro Pedro Britto (Portos) e garantir a nomeação de José Rebouças, secretário de Finanças do município de Simões Filho, para presidir a companhia de Docas baiana.

Costura 2 - Rebouças é uma indicação do ex-vice-governador Otto Alencar, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Município. Ele é irmão do prefeito de Simões Filho e cortejado por Wagner para integrar sua chapa à reeleição, como candidato ao Senado.

Tiroteio

A manobra mostra que a CPI foi montada para ser chapa branca. Puseram lá os fiéis escudeiros para fazer só o que a direção da empresa quiser.
Do senador ALVARO DIAS (PSDB-PR), autor do pedido de criação da CPI da Petrobras e membro da comissão, sobre o monitoramento, pela cúpula da estatal, dos requerimentos apresentados pela oposição.

Sem fundos - O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), em viagem a Madri, enfrentou o constrangimento de ter recusados em lojas e restaurantes traveller checks emitidos no Brasil, em euros. ‘Vou denunciar o golpe ao Banco Central. Isso é um calote, um abuso’, esbraveja.

Contraponto

Quem avisa amigo é

Na semana anterior ao recesso do Congresso, um respiro para governistas que tentam esvaziar a CPI da Petrobras, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, voava de Brasília para o Rio. O voo transcorria tranquilo, até que o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) notou a presença do petista, que deverá ser um dos primeiros a prestar depoimento em agosto. O deputado não se conteve:
- Guarda bem o bilhete! Talvez você precise justificar cada passagem que utiliza na CPI!
Gabrielli, que até então passava sem ser notado no avião, rebateu constrangido:
- É mesmo... Boa lembrança!

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CLÓVIS ROSSI


Cassino volta, sob velha direção

FOLHA DE SÃO PAULO - 22/07/09

SÃO PAULO - Informa o "Financial Times" de ontem que os "hedge funds" tiveram enorme aumento em investimentos, no segundo trimestre do ano, dado que "os investidores correram para capitalizar o ressurgimento dessa indústria".
Na verdade, "hedge funds" não são propriamente uma indústria, mas um baita cassino em que investidores apostam em diferentes tipos de ativos, para se protegerem (fazer "hedge") de investimentos em outros ativos, em uma bola de neve que é considerada, unanimemente, uma das grandes culpadas pela crise.
Sempre de acordo com o "FT", mais de US$ 142,5 bilhões foram alocadas para tais fundos, nos três meses encerrados em junho, "um dos maiores fluxos de dinheiro de clientes até hoje".
Some-se a essa informação o lucro fabuloso de alguns dos bancos que o governo norte-americano teve que socorrer para evitar que quebrassem e tem-se a volta do cassino financeiro. Pior: sob a velha direção. Como se sabe, o governo pôs uma formidável pilha de dinheiro, mas não assumiu o controle dos negócios -ou seja, estatizou o risco e manteve os lucros privados.
Desse jeito, até eu daria certo como capitalista.
Bem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem insistido em que há o risco de que todo mundo ache que a crise se resolveu por si só e deixe tudo como está. Parece ser o que está ocorrendo: os projetos de aperto na regulação/supervisão do sistema financeiro foram até anunciados, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, mas não entraram em vigor.
O G20, que fez todas as recomendações devidas para corrigir a farra financeira, só volta a se reunir em setembro. Até lá, é bem capaz de aumentarem os sinais de que o pior da crise passou e, por extensão, cresça o coro do deixa-como-está, temido por Lula, no que seria a vitória definitiva do cassino.

ANCELMO GÓIS

‘E O SARNEY? TAÍ?’

O GLOBO - 22/07/09

Domingo, um guia que acompanhava turistas no Senado passou sufoco. Um grupo esperava na galeria, quando um gaiato gritou: “E o Sarney? Taí?”.
O guia sorriu e fingiu não ter escutado a graçola. Mas dois ou três outros visitantes insistiram. Até que o pobre se desculpou e disse não ter nada com isso. Que ele seja feliz.
BOLSA MIAMI
Quem entende de câmbio avisa: é melhor se preparar para viver num mundo em que o dólar vai estar perto de R$ 1,80.
Bom para a classe média ir a Miami, mas ruim para as exportações.
BRIGA NUMA BOATE
Dia 24 de agosto, às 13h30m, Bruno Gagliasso, o galã da TV Globo, terá de ir ao 9º Juizado Especial Criminal, no Rio, por causa de processo em que é acusado de “lesão corporal” numa briga em boate da Barra.
A suposta vítima é Michel Alberto Ferreira de Melo.
A OUTRA MARIA
Michel Assef, advogado de Marcelo Lomba, que teria agredido a ex-namorada, não se conforma com a decisão da polícia de enquadrar o goleiro reserva do Flamengo na Lei Maria da Penha.
– A Lei Maria da Penha é um avanço. Mas há casos, como este, que mereciam uma lei chamada... Maria Chuteira.
Há controvérsias.
PAÍS AMIGO
O Brasil participará, pela primeira vez, do Festival de Cinema Infantil, em agosto, no Irã, com um assento no júri.
Vai como “país amigo”.
BETHÂNIA E O BISPO
Maria Bethânia vai cantar na missa pelos 100 anos de dom Helder Câmara, na Igreja dos Santos Anjos, construída pelo “bispo dos pobres”, no Leblon, no Rio, dia 31 agora.
O celebrante será o arcebispo do Rio, dom Orany Tempesta.
NOVAS ROTAS
Solange Vieira, diretora da Anac, estuda novas rotas para pousos e decolagens no Santos Dumont, de modo a reduzir o impacto do ruído sobre os moradores de Santa Teresa, Laranjeiras e bairros vizinhos.
As queixas dessas comunidades cariocas não são poucas.
HISTÓRIA DO BRASIL
A exemplo do que já ocorre com a matemática, a Unicamp, com apoio da “Revista de História da Biblioteca Nacional” e patrocínio do CNPq, vai promover uma olimpíada nacional de História do Brasil entre alunos das redes pública e privada.
As inscrições serão abertas em agosto. A competição começa dia 7 de setembro.
VOO INTERNACIONAL
MV Bill, o cantor de rap carioca nascido na Cidade de Deus, foi aceito como o mais novo integrante da Sociedad General de Autores de España.
MÚSICA SEM TETO
O Teatro Municipal em obras e o congelamento da inauguração da Cidade da Música dificultam a vida cultural carioca para certos espetáculos.
A agenda cheia da Sala Cecília Meireles levou a apresentação da Filarmônica de Israel, regida pelo maestro Zubin Metha, para o Oi Casa Grande, no Leblon.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO


DORA KRAMER

Teúdos e manteúdos

O ESTADO DE SÃO PAULO - 22/07/09

O novo presidente da União Nacional dos Estudantes, Augusto Chagas, acha “legítimo” o governo federal patrocinar o “movimento estudantil” e não vê, portanto, fundamento nas críticas ao fato de a UNE receber milhares de reais dos cofres públicos para realizar o seu congresso nacional e muitos milhões para reconstruir sua sede.
É uma maneira de ver a vida. Bem como é uma opção da entidade apoiar o grupo político que bem entender. Se o “movimento estudantil” se sente representado, confortável, ou não, nessa posição, é uma questão a ser resolvida entre os estudantes, a direção da UNE e os saudosos do velho espírito combativo retratado no lema “a UNE somos nós, nossa força, nossa voz”.
Há algum tempo, a voz passou a ter um dono só. E, por isso mesmo, o público - ou parte dele - tem todo o direito de reclamar o destino do dinheiro coletivo. Bem como não tem mais condições de vislumbrar a mais tênue diferença entre um político que recebe favores do Estado para integrar a maioria do governo no Congresso e uma entidade que se curva a qualquer descalabro em troca de dinheiro em espécie.
O novo presidente da UNE, um estudante profissional de 27 anos de idade, eleito por pouco mais de 2 mil estudantes em pleito indireto e há anos devidamente manipulado pelo aparelho do PC do B, acha que protestar contra a CPI da Petrobrás sob o gentil patrocínio do acionista majoritário da empresa é exercer o sagrado direito à liberdade de expressão.
“Não vejo problema no fato de a UNE ter opinião”, diz, aproveitando o ensejo para se associar a quem lhe paga (com o dinheiro alheio) no repúdio aos reparos - gerais, não só da oposição como quer fazer crer em seu sofisma - à presença na presidência do Senado e conduta moral e legal do senador José Sarney.
“A mera saída de Sarney não resolve nada”, afirma como quem adere à campanha “eu também me lixo para a opinião pública”. Realmente, “a mera saída” não resolve e pode até mesmo servir como lenitivo para aplacar consciências.
Por isso mesmo, o que se defende não é a “mera saída” por conta das irregularidades gerais cometidas na Casa, mas o afastamento por causa das denúncias de malversação do poder político que pesam contra o senador e a escolha de um presidente que possa conduzir o Senado para fora do mar de lama.
Mas tal providência não mobiliza a UNE, assim como aos estudantes do Brasil não parece causar desconforto esse tipo de posição por parte de alguém que diz representá-los. Há duas possibilidades de explicação para a indiferença, uma ruim e outra péssima.
A ruim, a ausência de legitimidade real da entidade. A péssima, o desinteresse da estudantada em tratar as questões nacionais com mais seriedade que protestos carnavalescos movidos ao horroroso simbolismo da “pizza”.
O novo presidente da UNE não estabelece relação de causa e efeito entre a dinheirama ganha do governo federal e o protesto contra a CPI da Petrobrás. “Não acreditamos que a CPI tenha o objetivo de apurar irregularidades.”
Não seria, então, o caso de esperar o início dos trabalhos e, uma vez configurada como verdadeira essa desconfiança, protestar contra a falta de empenho na investigação? Talvez o novo presidente da UNE não tenha se dado conta, mas defende a mesma posição da tropa de choque comandada por Renan Calheiros, certamente alvo de zombaria e indignação nas rodas de sua convivência social, política e familiar.
O novo presidente da UNE ficaria chocado se comparado ao suplente Wellington Salgado? Pois não deveria. Ter opinião é uma coisa. Isso o novo presidente da UNE faz quando revela sua preferência pela candidatura da ministra Dilma Rousseff. Quanto a isso, é como ele diz, não há nenhum problema.
A história muda de figura quando essa opinião é vendida como mercadoria. Repetindo: ter opinião é uma coisa.
Vendê-la é outra bem diferente. Implica uma decisão consciente, no mínimo, de abrir mão da moral para criticar o fisiologismo reinante na casa do vizinho. Isso vale para a UNE, mas vale também para sindicatos e entidades ditas representativas de movimentos sociais, cuja função não é atacar ou defender governos, mas lutar pelas demandas de seus representados e, quando acham que devem, se engajar nas melhores causas. Sem prejuízo da opinião, mas também sem benefícios financeiros.

COMO DOIS E DOIS
Tão certo quanto o espetáculo à parte que o presidente do Conselho de Ética do Senado, o suplente Paulo Duque, continuará estrelando até ser derrubado do posto, é o arranca-rabo que se avizinha no comando da CPI da Petrobrás.
Entre o presidente, o suplente petista João Pedro, e o relator, o pemedebista Romero Jucá. Guardadas as proporções, reproduzirá o embate PT-PMDB no esquema de defesa do presidente da Casa, José Sarney.
É de se conferir se aí também o presidente Lula fará o mesmo tipo de arbitragem.

CLÁUDIO HUMBERTO

“(Avigdor) Lieberman é um racista e fascista”
SECRETÁRIO DO PT VALTER POMAR ‘SAUDANDO’ A VISITA DO CHANCELER DE ISRAEL AO BRASIL.

GRIPE A: SAÚDE NÃO TEM CONTROLE DO TAMIFLU
Chegou a vinte, ontem, o número de mortos no Brasil pela chamada “gripe suína”, mas o ministério da Saúde não informa a quantidade do antiviral Tamiflu aplicada nos últimos dois meses e meio, quando a gripe começou. Atribui a falta de números à recente “mudança de estratégia”, que indicou o medicamento apenas aos “casos graves ou especiais, como recomendou a Organização Mundial de Saúde”.
DE CASO COM OS NÚMEROS
O ministério também não respondeu quantos desses casos foram tratados com o antiviral, que estaria disponível em todo o País.
O MELHOR REMÉDIO
Sem vacina “porque a OMS não forneceu a cepa”, admite que só resta “prevenir” e, se for o caso, encapsular nove milhões de remédios.
CONTRA O TEMPO
A Fiocruz prometeu entregar cem mil cápsulas até o fim do mês e o laboratório Roche outras cinquenta mil “nas próximas semanas”.
MAIS UM SUPLENTE
A senadora Patrícia Sabóia (PDT-CE) está em tratamento das cordas vocais. Flávio Torres, do mesmo partido, assume em pleno recesso.
TUCANO ‘BICA’ CAMPANHA COM BAIÃO
Depois de um improvável dueto há dias com cantor Dominguinhos, o governador de São Paulo, José Serra, visita dia 2 de agosto em Exu (PE), o Parque Asa Branca, museu na fazenda onde nasceu Luiz Gonzaga, “o rei do baião”. Terá a visibilidade que o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) desprezou: nunca foi ao museu, sustentado pelos fãs, e sequer falou nos 20 anos da morte de Gonzagão.
SEM FEZINHA
O Ministério Público do Ceará ingressará com ação para impedir a jogatina do prefeito petista Manoel Santana na terra de Padre Cícero.
ANTIPATIA É QUASE HORROR
A primeira-patroa, dona Mariza, não suporta o governador tucano de São Paulo, José Serra. Sem motivo algum. É que o “santo” não bate, mesmo.
CABRAS MACHOS
A Paraíba, cantada em prosa e verso pela “mulher macho”, sai na frente, implantando a primeira delegacia especial contra crimes homofóbicos.
NOSOTROS
Repercutiu na newsletter do respeitado jornalista paraguaio Chiqui Avalos notícia desta coluna sobre o tresloucado embaixador indicado pelo presidente-bispo-papai-amigo-de-Lula Fernando Lugo.
CONVERSA NO FOGÃO
O governador tucano de Minas Aécio Neves e o ministro Hélio Costa (Comunicações) almoçam hoje em Belo Horizonte. Hélio é candidatíssimo ao Palácio da Liberdade. E Aécio, até palavra em contrário, está comprometido com o apoio ao vice, Antônio Anastasia.
VALE UMA NOTA
Lula e o ministro Juca Ferreira lançam amanhã (23), em São Paulo, o vale-cultura.
Empresas deduzirão no IR os R$ 50 para funcionários irem ao teatro, cinema etc. O mercado paralelo de tíquetes comemora.
GOLPE ANUNCIADO
A base aliada aproveitou a senha de Lula se queixando da morte da CPMF, o imposto do cheque. Mesmo em recesso, prepara novo bote ao bolso do cidadão, ressuscitando a Contribuição Social para a Saúde.
UMA LEMBRANÇA
Soldados e o co-piloto sobrevivente remontaram num quartel em Fortaleza (CE) o avião em que morreu, há 42 anos, o marechal Castelo Branco, primeiro presidente da ditatura. O mausoléu está abandonado.
PAÍS DO FUTURO
Um estudo da ONU e do governo federal calcula que pelo menos 33 mil adolescentes serão assassinados até 2012. Não se aposentarão como “vagabundos” do governo FH ou mortos de fome com Lula.
QUERO SER MINISTRO
O diretor dos Correios, Pedro Magalhães, irmão do deputado sanguessuga João Magalhães, trabalha dia e noite para ser nomeado secretário-executivo do Ministério das Comunicações e virar ministro.
SEM PERDÃO
O americano Michael Sigala, 31, deverá morrer em breve na cadeira elétrica no Texas: condenado pela morte e roubo dos brasileiros Kleber e Lilian Santos, em 2000, perdeu a apelação, diz a agência AP.
PENSANDO BEM...
para a UNE, “coração de estudante” fica no bolso.

PODER SEM PUDOR
DÉFICIT DA PONTA DA LÍNGUA
Na maior pindaíba, o prefeito de Teófilo Otoni (MG) pediu audiência ao governador de Minas. Precisava de verbas para obras e programas importantes do município. Ao receber o prefeito, Aécio Neves quase não o deixou falar. Enquanto um garçon os servia, Aécio ia dizendo:
– Tá vendo? O cafezinho é déficit, a água é déficit, a luz acesa é déficit...
Mais um pouco e o prefeito pagava a conta do cafezinho que tomou.

NO BAR ZIL

QUARTA NOS JORNAIS

- Globo: Pagamento de CPMF por estados será investigado


- Folha: Gripe suína mata 6 em SP; país já soma 22 mortos


- Estadão: Gravações ligam Sarney a Agaciel e a atos secretos


- JB: Comandante admite despreparo da PM


- Correio: Golpe com a casa própria


- Valor: Estados perto do limite nos gastos com pessoal


- Jornal do Commercio: Reforma vai deixar 29 bairros sem água