terça-feira, março 03, 2009

PARA...HIHIHIHI

SINAL DE "MAIS"

Certa vez, Joãozinho começou a ir muito mal em matemática. Então, seus pais começaram a colocar ele em aulas particulares, compraram brinquedos educativos, de tudo foi tentado, sem resultado.

Até que certo dia, um amigo da família, informou que havia aberto uma escola de freiras, que era muito boa, por sinal. E lá, resolveram matricular Joãozinho.

Logo depois do primeiro dia de aula, Joãozinho volta para casa, se tranca no quarto, e mete a cara nos livros. O chamam para jantar, ele come com pressa e logo volta a estudar.

No final do bimestre, o inesperado aconteceu, 10 em matemática. Sua mãe, curiosíssima, começa a perguntar:

- Joãozinho, foram as freiras as responsáveis por tão maravilhosas notas?

- Não.

- Foram os coleguinhas, o método de ensino, o unifórme?

- Não.

- Então o que foi, meu filho?

- É que quando eu vi aquele cara dependurado daquele jeito no sinal de mais, eu vi que não estavam para brincadeiras!

GOSTOSA



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INFORME JB

DEM e PSDB brigam por minoria

Leandro Mazzini
Jornal do Brasil - 03/03/2009
 

Em tempos de bonança na aprovação do governo e do presidente Lula, enquanto o PMDB surfa na onda do poder e tudo dá certo para a base, a situação da oposição é tão delicada que até a disputa pela simples liderança de minorias na Câmara e Senado é capaz de provocar um racha entre DEM e PSDB. O imbróglio terá capítulo final hoje. Até ontem, ferviam as cabeças nas hostes de ambos os lados. Insaciável que é, o PMDB fez escola: o DEM quer para si o comando das minorias na Câmara (Roberto Magalhães, indicado por Caiado) e no Senado. Além disso, os democratas exigem para Efraim Morais (PB) a liderança da minoria no Congresso, cargo recém-criado. A vaga, pelo que se tratou, cabe à bancada tucana da Câmara, cujo nome cotado é Otávio Leite.

Aperitivo Cardápio

Sabe o que faz o ministro Márcio Fortes, das Cidades, largar um bom prato à mesa? Um futuro jogador do Fluminense. Foi o que aconteceu na Capricciosa, em Búzios, sexta à noite.

Tricolor que é, Fortes viu entrar no restaurante o craque Fred, do Lyon (prestes a assinar com o Flu) e correu para saudá-lo. Chegaram a ligar para o Horcades, chefe do clube, e confirmaram a vinda do jogador para breve.

Sobremesa

Na mesa ao lado, o secretário de Transportes do Rio, Júlio Lopes, flamenguista e ex-dirigente do clube da Gávea, assistiu à cena rubro de inveja. Fortes quase soltou um "cadê o Obina?".

Linha direta

O deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) vai propor lei que cria um disque-denúncia em todos os ministérios do governo.

Ressaca

Há testemunhas que dizem ter sido a cerveja belga Duvel, servida exclusivamente para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a causa da ausência dele na missa dos 444 anos do Rio, no Cristo.

Coisa ruim

O prefeito bebeu a cerveja, com seus incríveis 8,5% de teor alcoólico, nos quatro dias de desfiles. Em flamengo, Duvel significa diabo.

Bigodão = papelão

Um juiz em Brasília usa da prerrogativa do cargo, sem cerimônia, para não pagar o estacionamento de seu Honda no Pátio Brasil Shopping. Temido, é conhecido pelos funcionários lá como "velho do bigodão".

Feliz ano novo

Eleito prefeito de São João Batista, interior do Maranhão, o sobrinho do ex-governador José Reinaldo tomou posse em janeiro e só apareceu para trabalhar na Quarta-Feira de Cinzas.

Folia lusitana

O secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, e os diretores da Strawberry Dreams, empresa portuguesa de eventos, vão realizar o Carnaval da Bahia–Portimão no Algarve, entre os dias 24 e 26 de julho.

Folia lusitana 2

A festa contará com artistas baianos, blocos e afoxés, além de uma exposição da cultura e do turismo da Bahia.

O advogado

Amigo de Cesare Battisti, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) tem visitado pessoalmente ministros do STF, de porta em porta, em defesa do italiano, cujo destino será em breve decidido pelo tribunal.

Novos rumos

Reviravolta política na Espanha. O Partido Popular derrotou os nacionalistas galegos e, no País Basco, pela primeira vez em 30 anos, os separatistas perderam as eleições regionais para partidários da Espanha unificada, ligados ao primeiro-ministro José Zapatero.

Sem resposta

Pergunta para Hillary Clinton, secretária de Estado americano que defende os interesses do conterrâneo que reivindica o filho brasileiro: e os pilotos do Legacy, envolvidos na morte de 154 no Brasil, virão depor aqui?

Juízo final

Rezadeiras do governador Jackson Lago (MA) já estão de plantão na porta do TSE.

ARNALDO JABOR

"Consciência social de brasileiro é medo da polícia"


O Globo - 03/03/2009
 

Nelson Rodrigues previu a onda atual de neocanalhas 

Uma das obsessões de Nelson Rodrigues era o canalha. Ele dizia: "Ninguém sai na rua e bate no peito berrando: "Eu sou um canalha"". O maior dos pulhas se achava um santo de vitral. Mas isso mudou muito. 

Hoje, o canalha se orgulha de sê-lo. Veste-se de canalha, bigode e gravata de canalha, cabelo pintado, carantonhas ferozes. Antes, o canalha se ocultava pelos cantos, escondido da própria sombra. Hoje, os sem-vergonhas ostentam orgulho pelo que chamam de "realismo político" ou necessidade de alianças. Roubar são ossos do ofício. A pornopolítica tomou conta de tudo, e Nelson é que tem fama de pornográfico - logo quem... um moralista que corava diante de um palavrão. Mas, hoje, Nelson, revisto como estilo e como visão de mundo, traz uma lição política. 

Filho do jornalismo policial com o fundo talento de Dostoievski caboclo, Nelson mostrava como um escritor deveria se posicionar diante do texto neste país. Uma vez ele me disse ao telefone que o "problema da literatura nacional era que nenhum escritor sabia bater escanteio". Ensolarada imagem esportiva para definir muito literato folgado. 

Formado nas delegacias sórdidas, vendo cadáveres de negros plásticos e ornamentais, metido no cotidiano marrom do jornal do pai, Nelson flagrou verdades imortais que estavam ali, no meio da rua, na nossa cara, e que ninguém via. 

Uma vez ele me disse: "Se Deus perguntar para mim se eu fiz alguma coisa que preste na vida para entrar no céu, eu responderei a Deus: "Sim, Senhor, eu inventei o óbvio!"" 

Sua literatura nos ensina o óbvio e isso é profundo numa literatura eivada de ambiciosos engajamentos "corretos" ou cheia de intenções formais desesperançadas que transformam o cinismo debochado numa visão de mundo. 

Como criar (querem uns), sem denunciar o "mal latino", a miséria, como o chatola García Márquez, ou como criar (querem outros) sem babar o ovo de Joyce, Kafka ou Beckett? 

Ele foi o primeiro a sacar o futuro dos marxistas de galinheiro do passado que hoje lutam por boquinhas e roubam no mensalão. 

Até hoje, muita gente não entendeu que sua grandeza está justamente na sincronia com os detritos do cotidiano. A faxina que Nelson fez na prosa é semelhante à que João Cabral fez na poesia. Nelson baniu as metáforas a pontapés "como ratazanas grávidas" e criou o que podemos chamar de antimetáforas feitas de banalidades condensadas. Suas comparações sempre nos remetem a um "mais concreto" que denota comicamente a impotência da literatura. Shakespeare tinha isso, Cervantes também. Suas frases famosas nunca aspiravam ao sublime. Exemplos: "O torcedor rubro-negro sangra como um César apunhalado", "A mulher dava gargalhadas de bruxa de disco infantil", "Seu ódio era tanto que ele dava arrancos de cachorro atropelado", "Seu peito se encheu de um ar heroico como anúncio de fortificante", "A bola seguia Didi com a fidelidade de uma cadelinha ao seu dono", "O juiz correu como um cavalinho de carrossel", "A virtude é bonita, mas exala um tédio homicida. Não acredito em honestidade sem acidez, sem dieta e sem úlcera", "O sujeito vive roendo a própria solidão como uma rapadura". 

Às vezes, ele dá lições de arte e literatura: "Enquanto o Fluminense foi perfeito, não fez gol nenhum. E vem a grande verdade: a obra-prima no futebol e na arte tem de ser imperfeita. A partir do momento em que o Fluminense deixou de ser tão elitista, tão Flaubert, os gols começaram a jorrar aos borbotões". 

Gilberto Freyre sacou sua "superficialidade profunda", assim como André Maurois entendeu que a genialidade de Proust era "a épica das irrelevâncias...". E isso é muito saudável, num país onde ninguém escreve um bilhete sem buscar a eternidade. 

Em meio a esta crise, dominados pela mídia, sem projeto político claro, "somos uns Narcisos às avessas que cuspimos na própria imagem", "vivemos amarrados no pé da mesa bebendo água numa cuia de queijo Palmira", "hoje o brasileiro é inibido até para chupar um Chicabon". E uma das razões para estarmos "mergulhados em negra e cava depressão" é a visão épica, generalista, ideológica ou ambiciosa demais nos projetos e programas e utopias para o Brasil. Se bem que ele mesmo dizia: "Sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo". 

A lição política de Nelson é de que talvez as coisas sejam muito mais simples. Não adianta nem nos "atolarmos em brutais euforias" nem vivermos com "complexo de vira-latas", atravessando a "aridez de três desertos". 

O Brasil não se salvará com planos messiânicos ou ideias gerais de "epopeias de Cecil B. de Mille", sejam elas epopeias operárias ou epopeias neoliberais. O "óbvio ululante" é limpar a casa e cuidar do detalhe, do enxugamento do Estado, "chupando a carótida dos chefes das estatais como tangerinas" quando se mostrarem obviamente ladrões ou favorecendo correligionários, como vemos todo dia. 

Salvar o Brasil é óbvio, tão simples e puro como a prosa do NR - é só pensar no presente e não sonhar com um futuro impossível. O PMDB, por exemplo, é um partido que extirpou o canalha e instituiu o pragmatismo dos delitos permitidos, de modo a nos anestesiar com a impossibilidade de solução ou de punições. A extraordinária entrevista de Jarbas Vasconcelos, fundamental para o país, teve até o sabor de algo arcaico, nostálgico dos parlamentos do Império. Seus colegas velhacos até riram da "inatualidade" de seu gesto - que coisa "antiga", denunciar ladrões... 

O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-lata e protestar, como fez agora com sucesso na tentativa de assalto à mão armada do PMDB ao fundo Real Grandeza de Furnas. 

Não conseguiram. Porque, como Nelson dizia: "Consciência social de brasileiro é medo da polícia." E, agora sabemos, da opinião pública também.

PAINEL

Fundo perdido


Folha de S. Paulo - 03/03/2009
 

Enquanto o PMDB ameaça o Planalto propondo uma CPI dos fundos de pensão, os tucanos estudam pedir intervenção no Real Grandeza, pivô de disputa na base aliada de Lula. "Se o ministro peemedebista diz que há "bandidagem" na diretoria do fundo de pensão de Furnas, e o outro lado acusa o ministro de querer botar a mão nos recursos, não dá para o governo deixar por isso mesmo", diz o presidente do PSDB, Sérgio Guerra. A tecla a ser martelada é a de que um lado, o outro ou ambos podem estar com a razão.
Há debate sobre como e a quem apresentar o pedido. A intervenção seria feita pela Secretaria de Previdência Complementar, encarregada dos fundos.

Sutil
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) defende usar a base de dados da CPI dos Correios como ponto de partida da nova comissão que propõe para investigar os fundos de pensão. "Vamos ampliar a partir do que a CPI levantou", diz. Controlados pelo PT e por sindicalistas, os fundos foram apontados à época como possíveis fontes de dinheiro do mensalão. 

Eu juro
Cunha, que nega cem vezes ter sido o padrinho da tentativa de mudança na diretoria do Real Grandeza, diz que a nova CPI não será contra o governo, e sim "para tirar a limpo todas as suspeitas". O PMDB começa hoje a recolher as assinaturas. 

Raízes
Ligado à CUT, Roberto Panisset, diretor de seguridade do Real Grandeza, tem também no currículo militância no PDT do Rio. 

Tudo a ver 1
A Secretaria Especial de Mulheres da Presidência realizará um seminário nos próximos dias 10 e 11 com o título "Mais Mulheres do Poder". A principal palestrante convidada para o evento, a ser realizado no Palácio do Planalto, é a ministra, "mãe do PAC" e pré-candidata Dilma Rousseff. 

Tudo a ver 2
A programação do seminário escalou Dilma para falar sobre "Mulher, Poder e Democracia: uma articulação necessária". A ministra da Casa Civil ainda não confirmou sua presença. 

Outro lado
Organizadora do questionado encontro de prefeitos em Brasília, a Dialog Comunicação diz não ter sido notificada oficialmente das investigações do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União sobre suspeita de serviços cobrados e não-executados em evento do governo federal sobre trânsito.

Tormenta
Ministério do Planejamento, de Paulo Bernardo, encomendou 200 exemplares de "Billy Budd", romance do século 19 sobre um marinheiro acusado de assassinato que tenta provar sua inocência. O autor é Herman Melville ("Moby Dick"). A leitura faz parte do curso "Liderança: reflexão e ação". 

Plano B
Sob sério risco de perder a Comissão de Infraestrutura para Fernando Collor (PTB-AL), o PT trabalha num plano B para Ideli Salvatti (SC): o comando da Comissão de Fiscalização do Senado, bem menos poderosa. 

Geográfico
Dois petistas disputam a nova diretoria do Ministério do Desenvolvimento Agrário para regularização fundiária na Amazônia. O ministro Guilherme Cassel tenta emplacar o gaúcho Carlos Guedes de Guedes. A bancada amazônica quer o ex-senador Sibá Machado (AC). 

Turnê
A bancada do PT na Câmara pretende realizar seminários regionais, no Norte e no Nordeste, para discutir o projeto do partido para 2010. Mais um pretexto para levar Dilma Rousseff a tiracolo. 

Visita à Folha
Yeda Crusius (PSDB), governadora do Rio Grande do Sul, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Fernando Guedes, secretário-executivo do governo em Brasília, e de Ana Jung, assessora.

Tiroteio

"Não pretendo assinar a CPI dos fundos de pensão, proposta pelo PMDB, porque CPI é um instrumento da oposição." 
Do líder do PT na Câmara, 
CANDIDO VACCAREZZA (SP), sobre a ideia lançada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Contraponto

Sessão da tarde

Cristovam Buarque (PDT-DF) comandava, no final do ano passado, uma sessão da Comissão de Educação do Senado para debater mudanças no sistema de meia-entrada. Os participantes assistiam a um vídeo com depoimentos de personalidades sobre o tema. Durante a fala do cantor Herbert Viana, o áudio desapareceu.
-Vamos colocar outro DVD. Dá para colocar?-, pediu Cristovam a assessores seguidas vezes.
-Olha, tem de ver se o DVD não é pirata...-, brincou Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Diante da dificuldade, Cristovam jogou a toalha:
-Nem meia-entrada vale para assistir esta sessão!

O IDIOTA E SUA TRUPE


ELIANE CANTANHÊDE

Assim caminha a humanidade


Folha de S. Paulo - 03/03/2009
 

Ih! Depois da Paula Oliveira, o Guinga. Cochicha daqui, cochicha dali, nem o Itamaraty nem a Embaixada da Espanha confirmam que o músico brasileiro levou um soco de policiais e perdeu dois dentes no aeroporto de Barajas. Como não registrou queixa oficial, não há inquérito nem confirmação, só dúvidas. Até segunda ordem, fica o dito pelo não dito.
Enquanto isso, sucedem-se os episódios de violência contra estrangeiros no verão brasileiro. Um sueco morre depois de baleado na praia de Pipa (RN). Jovens norte-americanos e europeus são assaltados às dúzias em dois albergues (albergues!) no Rio. Toda hora um ladrão ataca um, uma bala mata outro, com fotos de turistas antecipando a volta, tristes e abatidos.
Pensando friamente: se você fosse estrangeiro, viria passar férias, ou o Carnaval, nas nossas grandes cidades? Em São Paulo? Recife? Salvador? Ou no Rio, onde o músico Marcelo Yuka acaba de ser agredido num assalto quase no mesmo lugar onde foi baleado por ladrões em 2000 e ficou paraplégico?
Eu morreria de medo, tanto quanto moças e moços brasileiros ficam com um pé atrás quando pensam em ir à Europa desembarcando em Madri ou Londres, por exemplo.
Na capital da Espanha, os casos de constrangimento melhoraram, mas é impossível se esquecer das pessoas que pagaram caro pelas passagens e acabaram sem comida e sem banho até serem devolvidas sem ressarcimento. Em Londres, o caso Jean Charles, sabidamente assassinado por policiais -que estão impunes-, dá um frio na espinha.
O mundo está cada vez mais perigoso. Os pobres não podem mais ir para o países ricos porque o bicho pega. E os ricos não podem fazer turismo nos países pobres e emergentes porque o bicho mata. Assim caminham a humanidade, a globalização e a crise. E sem chances de melhorar. Ao contrário, com a recessão e o desemprego em ricos e pobres, tudo só pode piorar.

ILIMAR FRANCO

Luz amarela

Panorama Político 
O Globo - 03/03/2009
 

A eventual absolvição de Antonio Palocci no STF não o credenciará automaticamente para disputar o governo de São Paulo. Integrantes da direção nacional do PT estão cautelosos. Afirmam que é preciso fazer pesquisas para avaliar o desgaste de sua imagem. Quanto ao ministro Fernando Haddad (Educação), outro nome cotado, dizem que, sem experiência eleitoral, já basta Dilma Rousseff. 

O xadrez do PT em São Paulo 

Já as opções da ex-ministra Marta Suplicy seriam tentar o Senado - o que causaria um curto-circuito com o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que pretende disputar a reeleição - ou ser a puxadora de votos do PT para a Câmara dos Deputados. O partido está preocupado com o risco de isolamento em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. O PSB, aliado histórico, tem conversado com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que poderia se filiar ao partido e disputar o governo do estado. Os socialistas também não descartam apoiar Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). E o PMDB já está perdido, em aliança fechada com os tucanos.

 

"Temos um buracão lá em São Paulo" - Márcio França, deputado federal (PSB-SP), sobre a ausência de candidatos naturais nos principais partidos 

 

RACHA. Apesar da movimentação mais ostensiva do ministro Geddel Vieira Lima para uma candidatura ao governo do estado, o governador Jaques Wagner tentou ontem minimizar o fato. "Eu escolho parceiros para projetos políticos. Não vou fazer pressão nem coação para mantê-los como parceiros", disse ele ao deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA). O comitê estadual do PCdoB decidiu sábado pleitear uma vaga de senador na chapa de Wagner e indicou o presidente da ANP, Haroldo Lima. 

Eleitoreiro? 

O PSDB fará encontro de prefeitos em Brasília com Aécio Neves e José Serra. Mas diz não temer a acusação de campanha antecipada. "Não tem dinheiro público e vai ser um encontro político", diz o secretário-geral, Rodrigo de Castro. 

Desta vez, sem a tutela do governo 

Os prefeitos voltam a Brasília no dia 11. Questionarão o endividamento dos municípios junto ao INSS. Para a Confederação Nacional dos Municípios, a MP que flexibilizou o pagamento dessas dívidas é um "paliativo". "Se, depois de aprovada a medida provisória, tiver prefeito que, ainda assim, não pode pagar, vamos ter que ver os municípios mais pobres e fazer uma anistia", disse o presidente Lula, quando a MP foi editada, em entrevista à Associação dos Diários do Interior do Brasil. 

Acordo na CNI 

Há um acordo na Confederação Nacional da Indústria (CNI) para que o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga de Andrade, suceda ao deputado Armando Monteiro (PTB-PE) na presidência da entidade. Empresário da área de telecomunicações, Andrade é um dos vices da CNI. Monteiro, que cumpre o segundo mandato de presidente da confederação, quer disputar o Senado. A eleição na CNI será em julho de 2010. 

SEM LULA, a ministra Dilma Rousseff irá à Bahia na sexta vistoriar obras do PAC. Fica por lá e, no sábado, participa de solenidade no Tribunal de Justiça. 

O SENADOR Francisco Dornelles (PP-RJ) contesta os que afirmam que a redução de IPI para material de construção vai gerar perda de arrecadação. "Sem isso, não haverá construção de moradias e IPI nenhum será arrecadado", diz ele. 

PRIMEIRO, a mudança do presidente Lula para o CCBB seria no Ano Novo; depois, no carnaval. Agora ficou para este mês, quando ele estará em Nova York. 

Vingança 

O PMDB tirou o senador Jarbas Vasconcelos (PE) da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do Senado. O líder Renan Calheiros (AL) negou que seja retaliação: "Designamos a partir dos pedidos de cada um".

NAS ENTRELINHAS

Relações perigosas


Correio Braziliense - 03/03/2009
 


A princípio, é natural que os movimentos apoiem o governo que ajudaram a construir. Mas, quando entra dinheiro na equação, as coisas se complicam

Há algum tempo, acompanhei uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um encontro da União da Juventude Socialista, movimento ligado ao PCdoB. Fiquei meio chocado ao ver o ministro da Educação ser aplaudido em pé pelos militantes, cena impensável nos meus tempos de estudante. Também soaram esquisitas as palavras de ordem em favor de programas do governo, como o ProUni. Lembrei-me disso ao ler a matéria do repórter Leandro Colon, do Correio, registrando o aumento no repasse de verbas federais para a União Nacional dos Estudantes (UNE). Foram R$ 10 milhões nos últimos cinco anos e o ritmo dos repasses vem aumentando a cada ano. A UNE é dirigida pelo PCdoB e conta com forte presença do PT. 

Honestamente, tenho resistências à ideia de que os movimentos sociais estariam sendo comprados pelo governo por intermédio de distribuição de verbas. Acho que é meio simplista e ignora relações históricas e bandeiras importantes. A UNE não defende o ProUni só porque recebeu verbas do governo Lula. Defende porque esse tipo de programa faz parte de sua pauta de reivindicações. O movimento estudantil, assim como outras organizações sociais, ajudou a eleger Lula em 2002 e 2006. Isso vale para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Sem-Terra (MST) e dezenas de outras entidades. A princípio, é natural que os movimentos apoiem o governo que ajudaram a construir. Mas, quando entra dinheiro na equação, as coisas se complicam. 

É inegável que os movimentos sociais estão mais mansos no governo Lula. Dá para imaginar o que a CUT estaria fazendo contra a onda de demissões geradas pela crise econômica internacional se no poder estivesse o PSDB. O MST, apesar de invasões periódicas de sedes regionais do Incra e de episódios de violência, como a morte de quatro homens numa fazenda em Pernambuco há poucos dias, é uma dor de cabeça bem mais leve para Lula do que foi para os presidentes anteriores. As duas entidades tiveram o aporte de verbas federais turbinado desde a posse de Lula. 

Até que ponto essa postura é resultado de identificação política com o governo ou da relação com o caixa federal? É uma resposta que se torna cada vez mais difícil. Ao subvencionar os movimentos sociais que o apoiam, o governo tem uma dupla vantagem. De um lado, aumenta sua força política e a interlocução com a sociedade. De outro, faz com que essas forças se tornem dependentes dele. A relação é ótima para Lula, mas perigosa para os movimentos sociais. 

Corrupção 
O Palácio do Planalto acompanha com preocupação os movimentos do senador pernambucano Jarbas Vasconcelos. Ele promete para hoje novo discurso com acusações de corrupção contra seu partido, o PMDB e o governo Lula. A ansiedade não é propriamente com o conteúdo das acusações, mas com sua repercussão. O governo considera os ataques do senador genéricos demais, mas percebeu que o caso tem condições de ganhar corpo na mídia. Especialmente com a intenção anunciada por ele de, junto com outros políticos, criar uma “Frente anticorrupção”. Tudo que o governo não quer é se ver envolvido numa guerra com Jarbas Vasconcelos, especialmente se ele estiver do lado popular. É uma daquelas brigas em que não dá para ganhar. 

Não por acaso, ontem o Planalto fazia a propaganda do discurso que o deputado Silvio Costa (PMN-PE) ameaça fazer hoje com ataques contra Jarbas. Tudo que o governo é mudar o ângulo da encrenca. Em vez de brigar para cima, mirando Lula, o senador teria de ser ver com um adversário regional, abrigado na Câmara dos Deputados. 

Em 2005, Lula se viu obrigado a enfrentar a pauta da corrupção por meses. Foi o pior período do seu governo. Se a oposição conseguir recolocar o assunto na ordem do dia, terá conseguido uma vitória política importante. Jarbas se presta bem ao papel. Se dá bem com a mídia e consolidou uma imagem de independência. O desafio do governo é desconstruí-lo, mas sem entrar abertamente na arena. Uma tarefa complicada.

JÂNIO DE FREITAS

Dificuldades à frente
Folha de São Paulo - 03/03/09

A Frente Contra a Corrupção, a que deputados pretendem dar início, depende vitalmente do apoio da classe média


A FRENTE Contra a Corrupção, a que 30 deputados pretendem dar início logo mais, surge em ocasião muito oportuna, mas é uma dessas boas iniciativas que tendem a esfumar-se pouco além dos primeiros degraus. Sua sobrevida depende de um fator cada vez mais rarefeito.
Em seguida à promissora mobilização de cidadania nos sucessivos episódios das Diretas-Já, da morte de Tancredo, do Plano Cruzado e do afastamento de PC Farias-Collor, a reversão se impôs e a despolitização faz dos brasileiros, hoje, um oceano de indiferença e omissão. E, no entanto, uma iniciativa como a Frente Contra a Corrupção depende vitalmente do apoio que receba de fora da Câmara (e do Senado, se nele interessar alguém).
Esse apoio só pode ser da classe média, mais ciente do tema, e até porque o movimento sindical foi extinto pelo governo Lula, depois de oito anos de estado de coma no governo Fernando Henrique. A classe média, por sua vez, só pode despertar um pouco, em alguns dos seus segmentos, se muito sacudida pela imprensa. O que depende de fatores variados segundo a área na imprensa/TV, e também da capacidade dos integrantes da Frente de espicaçar o interesse jornalístico.
Material não falta. Que o diga o senador Jarbas Vasconcelos. Diga mesmo, espera-se, no discurso prometido também para logo mais, com a resposta às críticas à sua aplaudida acusação de que ao PMDB, seu partido, o que interessa são oportunidades de corrupção. PMDB que já oferece, na pessoa de Edison Lobão, um ponto de partida interessante para a Frente.
Se, como ministro (sic) de Minas e Energia, Lobão denunciou a ocorrência de "bandidagem, safadeza" na diretoria do fundo de pensão Real Grandeza, dos funcionários e pensionistas de Furnas Centrais Elétricas, tem o dever (não se diga que dever moral) de expor os fundamentos da acusação. E explicar por que, a despeito da acusação, agora comunica que os "bandidos e safados" não mais serão incomodados até o fim do seu mandato, em outubro.
Se não tem como sustentar a acusação, justifica o interesse da Frente e de um processo criminal por usar governo e falsidade como armas no golpe que pretendeu derrubar dois diretores do fundo, para entregar o movimento desse caixa de R$ 6,5 bilhões a testas-de-ferro do PMDB de Lobão e outros.
Material não falta. Para a Frente e para o senador Jarbas Vasconcelos. Será ótimo se não lhes faltarem também outras coisas necessárias.

DORA KRAMER

Dito e feito

O Estado de São Paulo - 03/03/09

Se o encontro de prefeitos com o presidente Luiz Inácio da Silva e a ministra Dilma Rousseff nos dias 10 e 11 de fevereiro, em Brasília, foi ou não um ato de caráter eleitoral passível de punição legal cabe ao Tribunal Superior Eleitoral decidir.

Agora, que a campanha para a troca de presidente da República em 2010 já começou há muito tempo isso é uma evidência que a Advocacia-Geral da União não poderá negar sem desmentir a chefia.

Não foi uma nem foram duas as vezes em que Lula deixou patente o curso da disputa. Orgulha-se disso. Há dois anos não perde a oportunidade de avisar “a eles” – os adversários da oposição, subentende-se – que vai ganhar a eleição de 2010.

O ano passado dedicou inteiro à propaganda da ministra da Casa Civil. Em fevereiro de 2008, lançou a “mãe do PAC” para facilitar a captação do espírito da coisa e, de lá para cá, tem se empenhado pessoalmente na explicitação da candidatura e da potencial supremacia do governo sobre as forças de oposição.

O presidente prega abertamente a continuidade, seu partido fala explicitamente na candidatura, solenidades oficiais servem de palco a manifestações de apoio a Dilma Rousseff, ministros tratam do assunto sem nenhuma cerimônia, a eleição é o centro. O governo não tem a menor preocupação em desmentir o significado desses gestos.

Ao contrário: sempre que possível, acentua o clima de certame eleitoral no ambiente. É a maneira de competir com o favoritismo dos dois pré-candidatos oposicionistas (José Serra e Aécio Neves) nas pesquisas e tentar tirar a diferença.

Método eficaz do ponto de vista dos índices: em um ano, Dilma conseguiu acrescentar 10 pontos porcentuais à sua performance, vista, falada e tratada no âmbito dos preparativos eleitorais como, de resto, qualquer coisa que a ministra da Casa Civil diga ou faça. Incluídos plástica, renovação de corte de cabelo e maquiagem.

Até então, não havia reclamações formais. Todos os movimentos eram considerados legítimos, nenhum reparo se impunha ao governo tirar vantagem da sua natural exposição privilegiada criando, assim, uma situação eleitoral de fato contra um impedimento de direito válido só para os adversários.

Um quadro inequívoco de desigualdade contra o qual ninguém se indispôs a não ser em manifestações isoladas de integrantes do Judiciário. É natural que os alvos da ação se defendam como possam. Mas seu poder de convencimento é reduzido diante das evidências produzidas, alimentadas e robustecidas pelo governo e mais ninguém.

O modelo de governança eleitoral foi escolhido por Lula. Ele o favorece, mas abre espaço para a contestação judicial. Risco, aliás, previsto, pois o advogado-geral da União, José Toffoli, sabe onde pisa. Tanto que, em sua defesa, já adiantou um pedido de penalidade reduzida. Sabedor, muito provavelmente, de que o esquema político governamental faz um teste com a Justiça e com a oposição.

Desta, espera timidez. Deixa isso claro quando espalha a versão de que a ação judicial só contribui para divulgar ainda mais a candidatura Dilma, seja ela fato ou factoide. Da Justiça, conta com a tradição de tolerância para com governantes de escalão superior. Mantida, o “se colar” terá colado.

Flagrante

“Nós cumprimos a lei. Para que alguma coisa se caracterize como legalidade ou ilegalidade, ou há uma prova real ou há uma manifestação do Judiciário”, disse a ministra Dilma Rousseff em defesa dos repasses de recursos feitos ao MST e denunciados como ilegais pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

O governo não cumpre a lei e a ministra sofisma.

A “prova” exigida por ela está na indiferença à legislação que veda verbas e acesso ao programa de reforma agrária para invasores de terras. Acima disso, há ainda a Constituição que assegura a inviolabilidade da propriedade privada.

Cascata de efeito

A proposta de incorporação de parte da verba extra de R$ 15 mil aos salários dos senadores e deputados é apresentada ao público em invólucro moralizante. É chamada de “extinção” da verba, mas não extingue coisa alguma. Se aprovada, os parlamentares passam a ganhar os R$ 24,5 mil equivalentes à tão desejada equiparação aos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Isso por ato da Mesa, sem a necessária, e politicamente complicada, aprovação de lei. Uma vez parcialmente incorporada aos salários, a verba em tese destinada às despesas das estruturas regionais dos parlamentares cairá para cerca de R$ 7 mil. O que ensejará – senão de imediato, certamente em breve tempo – a reivindicação de reajuste no valor dos recursos “extras” para os gastos nos estados.

Ademais, a incorporação aos salários contorna a obrigatoriedade de divulgação das notas fiscais das despesas feitas com aquele dinheiro.

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TERÇA NOS JORNAIS

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Gazeta Mercantil: Resultados da AIG e do HSBC fazem os mercados desabar

 

Estado de Minas: Prefeituras em crise cortam até cafezinho