quinta-feira, maio 07, 2009

É MUITA CARA DE PAU

LULA O CANALHA CARA DE PAU

BRASÍLIA - Num discurso de improviso durante a solenidade de formatura de 100 novos diplomatas, no Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez mea culpa por ter utilizado o cargo de embaixador para acomodar políticos derrotados em eleições durante seu primeiro mandato. Lula, que entre 2003-2006 colocou em locais cobiçados por diplomatas políticos como Itamar Franco (PMDB-MG), em Roma, Paes de Andrade (PMDB-CE), em Lisboa, e Tilden Santiago (PT-MG), em Cuba, disse que é importante levar em conta o tempo de carreira do diplomata e promovê-lo.

" Não é possível que a gente não leve em conta o tempo de carreira do embaixador, às vezes para chegar a um cargo máximo leva-se 40 anos, 38 anos. As pessoas ficaram esperando a vida inteira para ter um cargo importante e quando entra um governo coloca um político derrotado no lugar de um embaixador".

O CANALHA entupiu o govêrno com sua gentalha, petistas e aliados. Quem perdia uma eleição era bem acomodado na orgia da corrupção, no que é realmente, do seu govêrno.

A GRIPE SUÍNA CHEGOU!


VIVA!  VIVA!  VIVA!

ELA CHEGOU! ELA CHEGOU!

Esqueçamos o Congresso, a crise, o idiota Presidente, passagens para o caralho a quatro. Esqueçamos tudo.

Que Dengue porra nenhuma! Enchentes no Norte e Nordeste? Morram afogados, magotes de felas.

Quem vai ser o primeiro, cof, cof,cof, a morrer?. cof,cof. 

Estou, cof, cof, tranquilo, o Ministro disse que, cof, cof, nossos hospitais estão preparados, cof,cof.

Agora, o chique é sair de máscara, cof, cof.

oinc, oinc, oinc.



AUGUSTO NUNES

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Muita milhagem e pouco serviço

7 de maio de 2009

Santa Catarina foi devastada por enchentes tão previsíveis quanto a mudança das estações.  O Nordeste é supliciado por chuvas que desde sempre, não importa a duração da seca, um dia acabam caindo, frequentemente em forma de dilúvio. Os pais da pátria brasileira fazem de conta que não sabem disso. Nunca previnem. Preferem remediar ─ com a demora exasperante que acentua a incompetência.  Isso é mais antigo que a descoberta do Brasil, dirá o presidente Lula. Com uma diferença: a primeira-dama sumiu.

É crueldade comparar Marisa Letícia a Ruth Cardoso. Única primeira-dama da República com profissão definida e idéias próprias, a mulher de Fernando Henrique Cardoso foi uma dessas singularidades que aparecem de vez em quando nos trêfegos trópicos para lembrar, por contraste, o que poderíamos ter sido e não fomos. Confrontada com as demais, Marisa Letícia figura no fim da fila graças ao fiasco no quesito “desempenho em momentos de comoção nacional”.

Qualquer companheira de destino ─  até para justificar as pompas e fitas que ornamentam o emprego oficioso, até para tornar menos incômodo  o tamanho da milhagem aérea ou o brilho das jóias prodigalizadas por emires  perdulários ─ já teria dado o ar da graça na zona conflagrada, ou pelo menos murmurado palavras de conforto. É pouco, mas é sempre alguma coisa para quem não tem nada. Pois nem isso fez a primeira-dama.

A Marisa Letícia retraída, a paulista de origem modesta que não tem nada a dizer porque o marido tudo disse, diz ou dirá, a descendente de imigrantes italianos concentrada nas atividades de esposa, mãe e avó, essa Marisa Letícia é tão verdadeira quanto prestação de contas de deputado. Quem a viu em ação conheceu a mulher voluntariosa, loquaz, opiniática, ciumenta, sempre em guarda com repórteres desinibidas e granfinas insinuantes, capaz de interromper uma audiência no gabinete presidencial ou uma reunião política porque “já é muito tarde, hora de voltar para casa”, capaz também emitir em voz opiniões mais que audaciosas sobre companheiros ou desafetos de Lula ou, sobretudo, da Primeira Família. O voto de silêncio que vigora aos olhos da multidão é suspenso quando lhe convém.

Talvez ache que para cuidar de inundações e gente sem comida é que existem ministros. Nesse caso, deve desocupar o gabinete em que passa o tempo no 4° andar do Palácio do Planalto desde o primeiro mês do primeiro governo. Quando não está viajando com o marido ─ e como gosta de voar de graça nossa campeã de milhagem ─ nunca deixa de aparecer por lá.

 Para quê? Para nada.

AUGUSTO NUNES

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O presidente do Paraguai terá de criar os filhos do bispo garanhão

6 de maio de 2009
O pastor afastou do rebanho Viviana, Benigna e Damiana

O pastor do rebanho desencaminhou Viviana, Benigna e Damiana

Que padre Amaro, que nada:  em matéria de sacerdote mulherengo, Fernando Lugo é o cara. O personagem do livro de Eça de Queiroz reencarna com frequência em paróquias da vida real. O presidente que vivia despindo a batina  nos tempos de bispo parece coisa de ficcionista fantasioso demais. Moço, bonito e recém-ordenado, o cônego português cai em tentação e tem um filho com Amélia, 23 anos. O similar paraguaio era quase cinquentão e ganhara fama como  “bispo dos pobres” quando seduziu a adolescente Viviana Carrillo.

Viviana se preparava para ser crismada no dia em que conheceu pessoalmente, na casa da madrinha carola, o homem a serviço de Deus na diocese de San Pedro. Tinha 16 anos ao conhecê-lo biblicamente. Tinha 26 ao ficar grávida de Guillermo, que  Lugo reconheceu oficialmente neste abril.  Se parasse em Viviana, empataria com Amaro, que não foi além de Amélia.  Mas o pastor continuou a desencaminhar ovelhas do rebanho.

 Dois dias depois do desfecho da batalha judicial movida por Viviana, que garantiu a Guillermo o uso do sobrenome Lugo e a promoção a Primeiro Filho, entrou em cena a vendedora ambulante Benigna Leguizamón, 27 anos, com um filho de seis a tiracolo. Vinda de Ciudad del Leste, chegou à capital com uma narrativa picante na memória e uma idéia na cabeça: obrigar o presidente a submeter-se ao exame de DNA.  Até os coroinhas do Paraguai acreditam que o resultado aumentará a prole de Lugo. Abalroado pelo direito de primogenitura, Guillermo talvez tenha de entregar o cargo ao meio-irmão.  “Lucas precisa saber quem é o pai e melhorar de vida”, acha Benigna.

A jovem mãe solteira rendeu-se a pregações nada religiosas em 2003. À procura de consolo espiritual e amparo financeiro, foi queixar-se ao bispo. Conseguiu mais um filho, concebido na cama que continuava a acolher Viviana, e uma ajuda financeira equivalente a R$ 10 por mês. É muita sovinice, queixou-se agora do bispo.

Antes que os paraguaios se recuperassem do segundo susto, a coleção de espantos foi ampliado por Damiana Morán, 37 anos, que engrossou com um bebê no colo a fila das primeiras-damas oficiosas. Dona de uma creche perto de San Pedro, ressalvou que, embora sobraçasse outra cria do reprodutor de batina, não pretendia exigir de Lugo mais um exame de DNA, nem que assumisse a paternidade da criança nascida há um ano e quatro meses.  Decidida a socorrer o ex-amante em apuros, baixara na capital para  melhorar as coisas.

Piorou-as espetacularmente ao revelar detalhes do que qualificou de ”belíssima história de amor”, iniciada quando a militante esquerdista se juntou à campanha do “bispo dos pobres” em busca da presidência da República. A certidão de batismo de Juan Pablo, sorriu Damiana, atesta o apreço do pai pelo xará famoso, o Papa João Paulo II.  Outras mulheres estavam a caminho, preveniu. Antes que mais uma sobressaltasse Assunção, o presidente convocou uma entrevista coletiva. Vem aí um programa para estender a todas as mães paraguaias a mão amiga do governo, anunciou. Não especificou o número de frutos proibidos. Só garantiu que será um pai exemplar.  Para abortar o  que lhe parecia “uma conspiração em marcha”, cancelou a viagem aos Estados Unidos. Manteve na agenda a visita ao Brasil: está chegando nesta quinta-feira o presidente que terá de criar os filhos do bispo.

Se tivesse devolvido a batina depois da primeira rendição ao império dos sentidos, seria apenas mais um ns multidão. Ao optar pela vida dupla, transformou-se num caso perturbador de esquizofrenia. Por mais de 10 anos, absolveu durante o dia fiéis atormentados por pecados que o confessor cometeria à noite.  Pregava na missa de domingo o respeito a Deus que ignorava nos dias úteis. Pela naturalidade com que espancou o Direito Canônico, não teme o Juízo Final. É improvável que perca o sono com a justiça dos homens.

A retirada da batina foi tão tardia quanto intrigante. Até descer do púlpito para subir num palanque, ele nunca pareceu preocupar-se com a ira do Vaticano ou da Divina Providência. O que o levou a deixar claro que agora não tem vínculos com a Igreja? Talvez a suspeita de que o político Fernando Lugo pode fazer coisas ainda mais espantosas do que as que andou fazendo o bispo Fernando Lugo .

ALVO ERRADO

A prova de que um homem
não pode fazer duas coisas ao mesmo tempo... 
(sacanagem da mulherada). 
 
 
 
 
 ENVIADO POR APOLO

PANORAMA POLÍTICA

Na berlinda

Ilimar Franco
O Globo - 07/05/2009
 

A Usina de Belo Monte, uma das obras do PAC, esbarrou no Ibama. Os analistas da Diretoria de Licenciamento Ambiental concluíram que é deficiente o Relatório de Impacto Ambiental apresentado pela Eletrobras e por um consórcio de empresas.

O relatório, de 4 de maio, conclui que os dados fornecidos são insuficientes e não detalha o impacto nas terras e nas comunidades indígenas.

O Ibama recomenda que o EIA-RIMA seja refeito.

 

A reação dos ambientalistas

 

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) decidiu reagir à ofensiva da Confederação Nacional da Agric ultura , que pretende abrandar a legislação ambiental via aprovação de leis estaduais. Ele está convocando para a próxima semana uma grande reunião com ONGs, acadêmicos, entidades e as associações de secretários municipais e estaduais do meio ambiente para traçar uma proposta de ação conjunta. “Querem passar um rodo na legislação que protege os nossos biomas”, adverte Minc. O ministro acredita que é preciso modernizar, mas sem destruir as leis de proteção existentes e que são elogiadas no exterior.

 

Eles confundiram o partido com os interesses particulares deles” — Nelson Jobim, ministro da Defesa, sobre a reação do PMDB às demissões na Infraero

 

O PETRÓLEO É NOSSO. Os tucanos, que são contrários à criação de uma nova estatal para explorar o pré-sal, decidiram ir para cima da Petrobras. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) recebeu sinal verde e ontem começou a coletar assinaturas para criar a CPI da Petrobras. A comissão vai investigar patrocínios, contratos e pagamento de royalties. Na largada, coletou 20 das 27 assinaturas necessárias. Entre elas, as dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

 

Lobby

 

A caravana para Israel foi rearticulada ontem na Comissão de Segurança Pública.

Três deputados vão conhecer inovações tecnológicas bélicas. Só falta pedir ao presidente, Michel Temer (PMDB-SP), que a Câmara banque a viagem.

 

A mira

 

Um dirigente nacional do PT avalia que a candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, ao governo do Rio, não é para valer. Sua verdadeira meta seria disputar o Senado. Para isso, precisa ter força para desbancar Benedita da Silva.

 

Desespero no Senado

 

A sucessão de escândalos no Senado não poderia vir em pior hora. Os mais experientes dizem que a tendência de vários senadores é adotar uma postura agressiva nas cobranças ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Este comportamento está sendo chamado de “Síndrome de 2010”. Vários senadores, em situação eleitoral difícil, apostam no discurso moralista, na tentativa de melhorar suas chances de reeleição.

 

O caso Infraero deixou uma ferida

 

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) discursou ontem em defesa do ministro Nelson Jobim (Defesa). Afirm ou que a direção do PMDB devia estar discutindo o lançamento de uma candidatura própria nas eleições presidenciais de 2010, e não cargos no governo Lula. Enquanto isso, assessores do ministério percorriam os corredores do Congresso com a lista das indicações feitas pelo PMDB. Dela constavam as ligações dos nomeados e os salários que recebiam.

 

SOBRE a reforma eleitoral, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) diz: “O voto em lista é um golpe dos políticos que controlam os partidos e não têm votos, contra os que têm voto”.

 

O PROCURADOR do Ministério Público do Trabalho, Otavio Brito, sugeriu ao ministro Carlos Lupi (Trabalho) ampliar o tempo de concessão do segurodesemprego para os resgatados do trabalho escravo.

 

APROVADO em tempo recorde na Câmara, 51 dias, o Estatuto do Torcedor. O ministro Orlando Silva (Esporte) quer agora votar no Senado até junho.

GOSTOSA


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MERVAL PEREIRA

Virtudes do capitalismo


O Globo - 07/05/2009
 

O Prêmio Nobel de Economia Edmund Phelps está se preparando para uma cruzada que promete ser pelo menos polêmica: ele tem conversado com colegas, mas ninguém do governo ainda, sobre um modelo de incentivo governamental para que os bancos financiem os empreendedores, empresários que estejam dispostos a, mesmo neste momento de crise, lançar seus produtos, testar nichos, apostar nas inovações.

Phelps, no Brasil participando do II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, está convencido de que as iniciativas do governo americano de investir em desenvolvimento de setores como energia, saúde, preservação do meio ambiente em órgãos governamentais, mesmo que tenham êxito, não terão a mesma abrangência do que se fossem investidos no setor privado da economia.

 

Para Phelps, a chave da recuperação econômica do mundo está no estímulo à inovação, que deve ser incentivado com subsídios governamentais à iniciativa privada.

A ideia de que a crise do capitalismo abriu uma nova era em que os governos ganharão mais importância no controle da economia parece a Edmund Phelps um equívoco, mas ele não defende a manutenção do sistema financeiro que provocou toda essa confusão no mundo.

Ao contrário, embora prefira não culpar apenas um setor pelos problemas acontecidos, ele acredita que os bancos perderam seu foco quando, em vez de se dedicarem ao financiamento dos negócios, passaram a se dedicar à especulação pura e simples.

Um sistema bancário sólido e forte, como o brasileiro, por exemplo, mas que não financia o setor privado, está desvirtuado, diz Phelps.

O economista americano baseia seu pensamento em valores antigos, como a solidariedade e o humanismo.

Mas é cético o suficiente para fazer graça com o próprio humanismo.

Perguntado por mim se considerava que a crise econômica havia sido detonada devido a uma quebra da “regra de ouro”, com países como os Estados Unidos consumindo excessivamente e outros, como a China, poupando além do limite, situação que Phelps chama de “ineficiência dinâmica”, ele sorriu e disse que provavelmente essa combinação terá contribuído. Frisou, porém, que diversos outros fatores podem ser apontados, como a imprudência dos mercados financeiros.

Ele acha que temos que usar nossos valores humanísticos para reestruturar as disfuncionalidades do capitalismo, que provocaram o afastamento do setor financeiro da produção, mas não culpa apenas a ganância por essas distorções: “Mesmo o mais humanista dos cidadãos é capaz de se aproveitar do sistema para comprar uma casa maior”, comenta, referindose ao sistema de hipotecas dos Estados Unidos que se transformou em uma verdadeira pirâmide financeira causadora inicial da crise.

Para ele, que é considerado um economista liberal, o sistema capitalista funciona melhor com a proteção do governo aos investidores, contra as fraudes, e quando as inovações tecnológicas estão voltadas para a vida real, o bem-estar do cidadão, e não para artifícios financeiros.

Ele se declarou preocupado com a insistência em que no Brasil se fala sobre nossas “reservas naturais”, como se elas fossem a salvação do país.

Lembrou a “maldição” que cerca os países que têm muito petróleo ou outros recursos naturais, e se contentam com isso, perdendo produtividade e capacidade de inovação. “O preço das commodities sobe e desce, e as economias que dependem delas melhoram ou pioram. Mas isso não é suficiente para um país se desenvolver”, ressaltou em determinado momento.

Phelps sempre lembra que a produtividade da economia só fez crescer a partir do século XIX, trazendo consigo uma melhora no padrão de salários em todo o mundo.

Ele diz que a questão da inclusão social sempre foi bem resolvida pelo capitalismo, e dá o exemplo dos Estados Unidos, que receberam imigrantes de várias partes do mundo e os integrou na sociedade.

Se existem regiões em que essa integração é falha, para Phelps é mais culpa dos governos, que não exercem seu poder para integrar as minorias, do que do sistema capitalista ou da globalização.

Com relação ao meio ambiente, Edmund Phelps acredita que é possível manter um padrão de conforto e bem-estar no mundo moderno reduzindo os riscos de contaminação, mas ele insiste em que o modelo solidário de sociedade tem que ser exercitado.

Durante o debate foi lembrado que o padrão de consumo que dominava a sociedade dos Estados Unidos até a crise ficar explícita tornouse insustentável, e terá que ser alterado no novo modelo que será montado a partir de seus escombros.

Lembrei então de um trabalho do geógrafo Jared Diamond, autor de livros como “Colapso”, em que ele propunha um exercício: imaginar que a China consiga atingir o nível de consumo dos países desenvolvidos.

O resultado seria dobrar a média de consumo mundial.

E se, além disso, todos os países em desenvolvimento conseguissem atingir os índices de consumo do Primeiro Mundo, seria como se o mundo passasse a ter 72 bilhões de habitantes. Diamond diz que, em vez de pensar que esse aumento de consumo seria um problema, teríamos que pensar que a solução seria reduzir esse nível para que todos pudessem ter um consumo razoável, evitando os desperdícios.

O economista Edmund Phelps, que ganhou o Prêmio Nobel devido a um trabalho sobre como a expectativa da inflação futura influencia a economia e a taxa de desemprego, acha que o Banco Central brasileiro é um dos mais eficientes em atividade, e acredita que a inflação no mundo, no momento, é um problema sob controle.

Mas adverte que o Fed (Banco Central dos Estados Unidos) tem que estar preparado para aumentar a taxa de juros, assim que a economia se estabilizar e as pressões inflacionárias aparecerem.

PAINEL

MP ao mar


RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 07/05/09

Fracassou a reunião da equipe econômica com próceres do PMDB para tentar retirar as benesses adicionais introduzidas pelo Congresso na medida provisória 449, que estabelece o parcelamento de dívidas para quem aderiu a algum dos Refis. Os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) deixaram claro que Lula vai vetar a correção das dívidas pela camarada TJLP. Os deputados não arredaram pé de manter a taxa tanto nessa MP quanto na que trata da dívida dos municípios com o INSS.
Isso posto, o governo já admite a possibilidade de deixar a MP do Refis caducar por falta de nova votação na Câmara. Ela expira na próxima quarta-feira.

Homus - Lula recebeu ontem a visita do dono do restaurante Beirute, de Brasília. Ganhou de presente um livro de receitas árabes.

O céu... - Apontado pelo ex-diretor João Carlos Zoghbi como foco de corrupção, o Prodasen (serviço de processamento de dados do Senado) ignorou ordem da nova Mesa para revisar despesas e contratos. O órgão gasta R$ 2,5 milhões ao ano com ‘limpeza e conservação’. A Gráfica, por exemplo, gasta R$ 350 mil.

... é o limite - Pregões do Prodasen seguem padrão diferente do adotado na Casa: quase nenhum edital estipula valor-base, e sim “”menor valor global’’. Um deles, de fevereiro, fixa em R$ 500 mil o teto para compra e manutenção de programas de computador.

Logo aí - O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), diz que não pode romper os contratos com as terceirizadas antes que eles vençam. Não falta tanto tempo assim: todos expiram em julho. Como até agora não há sinal de licitação, o risco é que sejam prorrogados em caráter de urgência.

Fã - De Geddel Vieira Lima (Integração), na contramão de colegas peemedebistas interessados em derrubar o coordenador político do governo: ‘Sou um admirador do ministro Múcio. Se o PMDB entrar nessa, vai se dar mal’.

Não passarão - Renan Calheiros (PMDB-AL) ergueu barreira contra as articulações petistas para emplacar Osmar Dias (PDT-PR) ou Ideli Salvatti (PT-SC) na liderança do governo no Congresso. Afirma que o cargo é do PMDB e ninguém tasca.

Tônico - Tião Viana (PT-AC) desfila desde o início da semana com uma ‘muda’ de cabelo. Submeteu-se a implante com o médico João Carlos Pereira, de São José do Rio Preto (SP). Agora é esperar quatro semanas para ver se ‘pega’.

Homenagem - Será entronizado hoje, às 13h, o busto de Octavio Frias de Oliveira no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, que leva o nome do publisher da Folha morto em 2007. O governador José Serra (PSDB) aproveitará a cerimônia, que oficializará a entrada em funcionamento do hospital-dia do Icesp, para sancionar a lei antifumo.

Creche - A piada no cerimonial encarregado de organizar a visita de Fernando Lugo ao Brasil é que seria necessário montar um vagão-creche no Trem do Pantanal, a ser inaugurado amanhã por ele e Lula, apenas para abrigar os filhos atribuídos ao paraguaio.

Atalho - Para assumir a presidência do TSE na eleição de 2010, Joaquim Barbosa terá de ser reconduzido ao tribunal em abril por seus colegas de Supremo. Com receio do ministro, alguns políticos, em especial da oposição, passaram a ventilar a ideia de um lobby para evitar a recondução. Isso jamais aconteceu.

Tiroteio

Eles indicam quem querem, usando o nome do partido. Depois fazem chantagem dizendo que ou eles mantêm os cargos ou o PMDB vai romper com o governo e apoiar o Serra.
Do senador PEDRO SIMON (PMDB-RS), sobre ameaça feita por expoentes de seu partido diante da perda de cargos na Infraero.

Contraponto

O meu, o seu, o nosso

Presidente da Comissão do Orçamento, Almeida Lima (PMDB-SE) participava de programa ao vivo na rádio Ilha FM, de Aracaju, quando um ouvinte entrou no ar e perguntou como entrar em contato com o senador:
-Ligue para o meu celular-, instruiu Almeidinha, também conhecido no Senado pelo apelido de ‘Microfone’.
Não contente em dar o número, ainda recomendou:
-E pode ligar a cobrar porque é o senhor mesmo quem está pagando. Meu celular é pago com dinheiro público.
Senadores, como se soube na recente temporada de escândalos, não têm limite para despesas telefônicas. Em média, os gastos chegam a R$ 6 mil por mês.


GOSTOSA

HOMENAGEM AS MÃES

SEMANA DA MÃE GOSTOSA
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NAS ENTRELINHAS

A dança das dúvidas


Correio Braziliense - 07/05/2009
 

O sacrifício dos projetos regionais é pedido aos petistas num cenário em que a permanência no poder central não é algo líquido e certo

O PT tem diante de si um cálculo complicado na montagem da estratégia de 2010. De um lado, precisa desesperadamente das alianças políticas, para garantir musculatura ao nome do partido na sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. De outro, deve cuidar para que essa operação não desidrate as forças próprias da legenda em níveis perigosos. O drama pode ser resumido numa pergunta: se o PMDB e demais aliados fazem o que fazem sob a batuta de alguém como Lula, o que serão capazes de aprontar num governo sem Lula, num governo sem alguém com a popularidade, a liderança e a força própria do atual presidente? E isso no cenário otimista para o PT, de vitória. 

Quando a direção nacional do PT, idiossincrasias e pendengas internas à parte, dá um tranco no ministro Tarso Genro e cria constrangimentos para a pré-candidatura do titular da Justiça ao governo do Rio Grande do Sul, está teoricamente zelando pelo sucesso do projeto nacional, pela presença hegemônica no poder central. Para isso, o PT depende em boa medida do PMDB. Então, que se entregue o anel (o estado) para garantir o dedo (o Brasil). Em graus diferentes, o mesmo problema aparece em outras unidades decisivas, como o Rio de Janeiro e as Minas Gerais. 

Mas o PT, historicamente, tem dificuldade para lidar com essas situações. Em 1998, a direção nacional interveio na seção fluminense e liquidou a candidatura própria. Impôs a aliança com o então pedetista Anthony Garotinho. Em troca, o PDT colocou Leonel Brizola na vice de Lula para tentar impedir a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Garotinho e FHC ganharam, Lula perdeu e o PT do Rio procura até hoje o seu rumo. Deixou, na prática, de existir como força política protagonista. 

Um sacrifício assim imposto aos ramos estaduais é sabidamente complicado numa agremiação como o PT, criada de baixo para cima, alicerçada não na ambição de meia dúzia de caciques, como é da tradição brasileira, mas na soma vetorial de dezenas, centenas, milhares de ambições individuais, cuja ferocidade fez o PT armar para si o perfil de sigla avessa a alianças e concessões. Mal ou bem, Lula ganhou duas eleições por causa disso e apesar disso. Porque era Lula. 

Sem Lula é outra história, e o PT está diante do desafio de se reinventar. É como consertar um avião em pleno voo. Com alguns riscos. As bancadas de deputados federais são alavancadas bem mais pelos candidatos a governador do que pelo candidato a presidente. Nomes fortes ao governo estadual induzem o eleitor que não tem candidato ao Legislativo a simplesmente replicar o número da legenda. Sem bons governadores puxadores de voto no estado, os petistas que disputam vagas na Câmara dos Deputados (e nas assembleias legislativas) vão ficar em desvantagem. 

E o sacrifício é pedido aos quadros locais do petismo num cenário nacional em que continuar no poder não é algo líquido e certo. E se o PT perder a eleição presidencial? De que jeito vai sobreviver como força política relevante sem a caneta presidencial, sem as principais canetas estaduais e sem qualquer uma das maiores canetas municipais? Daí que abrir mão de projetos regionais seja bem complicado para os petistas nesta altura. 

São detalhes assim que fazem da atual dança entre PMDB e PT um movimento complexo e contraditório. 

A bem da verdade, nas internas, o PT e o governo trabalham com a possibilidade real de não ter o PMDB na chapa. Os mais otimistas acreditam que a força de Lula é suficiente para eleger Dilma Rousseff, e que um vice do PMDB seria um incômodo desnecessário. Também porque o vice é um nome natural para a sucessão. 

Já os mais realistas no petismo olham para São Paulo e Minas e notam os sinais de que talvez o PSDB caminhe para uma chapa de conciliação entre seus nomes mais poderosos. E temem que uma aliança do PT com o PSB e o PCdoB não seja suficiente. 

Essas angústias seriam automaticamente neutralizadas se houvesse a possibilidade de Lula concorrer a um novo mandato. A tese, por enquanto, habita apenas as franjas do governismo.

BRASÍLIA - DF

Operação desembarque


Correio Braziliense - 07/05/2009
 

Primeiro, foi um estremecimento entre o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Agora, foi a vez do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) começar discretamente a se afastar do governo de Ana Júlia Carepa no Pará. No PT, há uma suspeita de que o PMDB ensaia aos poucos um afastamento programado do governo Lula. E, daqui para frente, se os interessados em uma aliança com os petistas para 2010 não se mexerem, vão perder. O PMDB se prepara para ficar cada vez mais distante do PT nos estados e, mais à frente, na hora de discutir a campanha presidencial, mostrar um quadro de incompatibilidades que impeça o casamento. Para alegria dos tucanos, que estão com a rede pronta esperando para receber outros peemedebistas.


Vem por aí...

...Uma nova operação da Polícia Federal, daquelas interestaduais de peso, que envolve os chamados “alvos sensíveis”, ou seja, gente ameaçada de sequestro. Já está inclusive autorizada pelo Ministério da Justiça. 

Enquanto isso, no Senado

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) retomou a coleta de assinaturas para criar a CPI da Petrobras. Dois do PMDB já assinaram, Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). Se o governo não agir, outros vão engrossar a lista. 

Lula está chamando 

O presidente fará uma reunião com a bancada do PT. Quer colocar os pingos nos is no que se refere ao relacionamento com o PMDB, as votações na Casa e, de quebra, pedir calma no que tange aos cargos que o partido entregou aos demais aliados. Leia-se o Ministério de Relações Institucionais. 

Promessa de Sarney 

Em audiência com o ex-deputado Chico Vigilante e diversos representantes dos sindicados dos vigilantes do país, o presidente do Senado, José Sarney, prometeu colocar todo o empenho pela aprovação do projeto da deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) que cria um adicional de risco de vida para os profissionais da área. “É muito justo”, disse o presidente. Hoje, são 1,6 milhão de vigilantes cadastrados na Polícia Federal. 

Termômetro 

Um grupo de deputados começou ontem a colher assinaturas para a criação de uma frente parlamentar contra a lista fechada, aquela em que o eleitor escolhe o partido e a legenda escolhe a ordem de eleição de seus candidatos. A intenção das excelências com essa nova frente é medir o número de votos contra a proposta, um dos poucos itens da reforma política com chances de prosperar na Câmara. 

No cafezinho...

 
 

Sem casamento, por favor 
Os deputados receberam assim a notícia de que não será mais possível demorar meses para que as excelências entreguem os relatórios sobre projetos legislativos. “Não pode namorar. No máximo, ficar”, brincou o deputado Eduardo Gomes (foto), que já havia adotado essa medida na Comissão de Ciência e Tecnologia. 

Timing 
Em plena ressaca do escândalo das passagens, funcionários da WebJet distribuíam brindes ontem pelos gabinetes do Senado. O regalo tinha alvo certo: as secretárias dos senadores, encarregadas de escolher a companhia aérea que transportará a excelência com o dinheiro da cota de passagens. Como brinde, os servidores ganhavam uma sacolinha de pano, um mousepad, um bloco de anotações e um aviãozinho de brinquedo. 

Façam suas apostas 
A maioria dos petistas acha que o pedido de reintegração do ex-tesoureiro Delúbio Soares não será aceito na reunião desta sexta-feira, em Brasília. A conferir. 

Sondagem 
O Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário e do Ministério Público da União (Sindjus) publicou em seu site uma pesquisa sobre a sucessão de Antonio Fernando de Souza na Procuradoria-Geral da República. Em primeiro lugar aparecia ontem à noite a subprocuradora Ela Wiecko, com 2.323 votos. Ela é seguida do procurador-geral do DF, Leonardo Bandarra, que nem candidato é, com 2.094.

CAIU O SISTEMA NA INFRAERO


EDITORIAL

O ESTADO DE S. PAULO - 7/5/2009

O PMDB não esperneia porque o irmão e a cunhada do líder do governo no Senado, Romero Jucá, e a ex-mulher do líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, perderam seus empregos na Infraero, como deve acontecer com a imensa maioria da centena de funcionários comissionados da estatal, cujos salários variam de R$ 4 mil a R$ 14 mil. Deles, nada menos de 81 chegaram lá por serem correligionários, amigos ou parentes de políticos de vários partidos. O PMDB decerto protesta porque as demissões privam os padrinhos de algo mais substancioso do que a paga mensal perdida pelos apadrinhados. Numa palavra, oportunidades. 

A empresa, que administra 67 aeroportos com um orçamento anual de cerca de R$ 1,3 bilhão, é um manancial de contratos de obras e de cessão de espaços nos terminais para publicidade. Empregos como aqueles, portanto, credenciam os seus ocupantes a participar de decisões que envolvem grandes interesses. Quando as coisas saem a seu gosto, a sua comprovada influência acrescenta poder e prestígio aos que os indicaram. Desse mecanismo dependem o patrimônio político dos caciques partidários e o financiamento de suas campanhas eleitorais. É assim que o sistema funciona, mesmo quando os diretamente envolvidos são insuspeitos de ilicitudes no manuseio dos recursos públicos.

Eis por que faz sentido a demanda peemedebista por um lugar no grupo da coordenação política do presidente Lula, integrado pelos chamados "ministros da casa", todos eles petistas (salvo o titular da Secretaria de Comunicação do governo, sem filiação partidária). Com acesso assegurado a esse grupo especial de interlocutores do presidente, que com ele se reúne no mínimo uma vez por semana, a legenda poderia, se não impedir que se concretizem decisões lesivas às suas mais caras aspirações, a exemplo do que aconteceu com os cargos na Infraero, ao menos ser indenizada com nomeações também proveitosas em outras áreas da administração.

A carta na manga, ou melhor, na mão do PMDB, é evidentemente o seu decantado - quem sabe inflado - cacife para a sucessão de 2010. Diferentemente da maioria dos observadores, que apostam na divisão da sigla entre os candidatos do governo e da oposição, o presidente Lula parece acreditar que os recursos de poder ao seu alcance poderão arrebanhá-la para fazer par com a sua escolhida Dilma Rousseff ou, conforme a evolução do seu estado de saúde, para respaldar um ainda nebuloso "plano B". E disso se valem os cortejados para demandar, sem a menor preocupação de disfarçar os seus apetites, parceria "na construção e elaboração" desse ano e meio de governo que Lula tem pela frente.

Descontados os presumíveis interesses que o levaram a se manifestar - ele novamente quer ser "uma alternativa" ao Planalto -, o deputado Ciro Gomes desta vez disse a coisa certa, ao advertir para o risco que correria o presidente se as concessões que fizer ao PMDB incluírem um recuo na decisão de apoiar o afastamento dos protegidos políticos dos quadros da Infraero. "Uma volta aí seria a desmoralização", adverte. De fato, o que está acontecendo na estatal dos aeroportos é algo literalmente excepcional na era Lula. Com o aval do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o sinal verde do Planalto, o presidente da empresa, brigadeiro Cleonilson Nicácio, implantou na sua estrutura um processo de profissionalização que é a antítese dos padrões dominantes na administração federal.

Os 109 cargos em comissão da Infraero (chegaram a ser 240!) serão reduzidos a 12. Isso atinge em cheio o esquema de loteamento que ali prevalecia: dos 109, 81 estavam ocupados por membros de patotas políticas (28 deles já demitidos). E, dos 5 diretores, 4 terão de ser necessariamente funcionários de carreira. A reestruturação, que há pouco menos de um mês se tornou norma estatutária, deixará a estatal em condições de atender aos padrões requeridos das empresas de capital aberto - no que ela poderá se transformar. As pressões por um retrocesso são o cúmulo do descaramento, mas não deixam de ser comensuráveis com o alcance da mudança em curso. Mas não se vê como o presidente possa dar o dito pelo não dito. Se o fizesse, afrontaria o seu ministro da Defesa, o dirigente da empresa - e ainda a corporação dos seus empregados. 

ANCELMO GÓIS


FEIRA DO LIVRO 

O GLOBO - 07/05/09

O grupo Leya, o maior do setor editorial português (oito editoras), está, finalmente, perto de fincar sua bandeira no Brasil. Deve assumir 50% da Nova Fronteira, fundada por Carlos Lacerda e hoje da Ediouro.
SEGUE... 
A Leya, dirigida por Miguel Paes do Amaral, que fez fortuna no setor de mídia, tentou sem sucesso, em 2008, comprar uma grande editora aqui, como a Record e a Companhia das Letras. Pascoal Soto, que teve uma carreira de sucesso na espanhola Planeta, integra o time da Leya brasileira.
SAMBA DE UMA NOTA
O embaixador Ruy Casaes, nosso novo representante na OEA, fez ontem seu discurso de estreia na entidade com o que parece ser o novo mantra da política externa de Lula: a volta de Cuba aos órgãos internacionais:
– O Brasil espera que, num futuro não muito distante, todos os países possam se sentar à mesa do Conselho Permanente da OEA, sem exceções.
TAMBÉM NÃO EXAGERA
Ontem, na reunião no Senado em que se discutia a proibição às farmácias de venderem tudo que não for remédio, o senador Eduardo Azeredo reclamou: 
– Sejamos justos. Não adianta generalizar, uma ou outra farmácia pode até vender produto irregular, mas não a maioria. É como dizer que o Congresso é picareta. Aqui, uns 10% são picaretas, mas o resto é gente boa.
Só 10%?
REUNIÃO QUE SEGUE... 
Dirceu Raposo, diretor da Anvisa, mostrou fotos de farmácias que vendem carne, pinga e até lâmpadas.
– Deve ser para, se queimar uma lâmpada, o doente poder enxergar o medicamento.
ALIÁS.... 
O saudoso professor Mário Henrique Simonsen costumava dizer que o Brasil é o País com mais farmácias e agências bancárias.
DIÁRIO DE JUSTIÇA 
O engenheiro Rubens de Faria, aquele médium que receberia o espírito do Doutor Fritz – médico alemão que teria ajudado vítimas da 1ª Guerra Mundial – foi condenado pelo TJ-RJ a indenizar em R$ 25 mil o serralheiro Guilherme Moreira.
Moreira, que sentia dores nas costas, sofreu uma lesão na coluna, depois de uma cirurgia espiritual malsucedida, em 1996.
ALIÁS... 
Rubens teve, entre seus pacientes, o ex-presidente Figueiredo e o técnico Telê Santana.
AAAAIIII!!! 
Um famoso ex-jogador de futebol, que foi a uma Copa do Mundo, sofreu uma fratura de pênis no fim de semana e teve de ser socorrido numa clínica urológica de Niterói, no Rio.
A fratura teria ocorrido durante... você sabe.

EQUILÍBRIO NO PAU


CLÁUDIO HUMBERTO


“Vocês [jornalistas] batem, mas a gente sempre se reelege”

SÉRGIO MORAES (PTB-RS), RELATOR DA AÇÃO CONTRA (?) O DEPUTADO DO CASTELO, EDMAR MOREIRA

AHMADINEJAD PODERIA TER SIDO PRESO NO BRASIL
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, poderia ter sido preso por crime de racismo durante sua visita ao Brasil, hoje, caso reiterasse a negação do holocausto que matou seis milhões de judeus. A senha para a prisão foi a advertência do ministro Flavio Bierrenbach, no Superior Tribunal Militar, recomendando prender em flagrante “qualquer marginal que cometa no Brasil crimes de racismo e de incitação ao genocídio.”
VOZ DE PRISÃO
Com apoio da tropa, um oficial do Exército, cuja identidade é preservada, de alta patente, decidira fazer História, dando voz de prisão ao maluco.
INCIDENTE DIPLOMÁTICO
Para prender Ahmadinejad seria alegada – diante do flagrante de crime – a inexistência de imunidade diplomática e de “extraterritorialidade”.
TRISTE COINCIDÊNCIA
Em seu discurso indignado no STM, Flávio Bierrenbach lamentou que a visita do iraniano coincidisse com o aniversário do fim da 2ª Guerra, amanhã.
MÁRTIRES BRASILEIROS
Durante a 2ª Guerra Mundial, lembrou o ministro do STM, cerca de dois mil brasileiros perderam a vida na luta contra nazistas e fascistas.
577 POLÍTICOS RECEBEM BOLSA FAMÍLIA
Dos 40 mil candidatos que recebiam a “ajuda” do Bolsa Família nas eleições de 2006 e 2008, 577 foram eleitos. O levantamento é do ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, que analisou o registro do Cadastro Único, onde ficam identificadas e caracterizadas as famílias, segundo sua situação socioeconômica. O relatório do TCU apontou ainda 312.021 famílias que recebem o benefício irregularmente.
ECONOMIA
Caso o governo siga as determinações do TCU, haverá uma economia de R$ 26,5 milhões por mês; 3,11% dos gastos com o Bolsa Família.
TERCEIRO A CAMINHO
Figura obrigatória nas tratativas de terceiro mandato, o deputado Michel Temer se recusou a confirmar a consulta feita a Lula sobre o tema.
ENERGIA ABUNDANTE
O presidente do Paraguai e ex-bispo Fernando Lugo tem motivos para se preocupar com a usina de Itaipu: é mais uma que dá a luz.
O SEU A SEU DONO
Não foi por mérito próprio que o governo criou o colegiado com membros dos Ministérios da Previdência e do Desenvolvimento Social para aprimorar o controle sobre o Bolsa Família. Foi exigência do TCU.
‘LE JOUR DE GLOIRE’
A farra das passagens aéreas do Congresso chegou às páginas do jornalão francês Le Monde, que assinalou os 5 mil euros de salário para dois dias e meio de trabalho ou 532 salários mínimos e, “mais surpreendente” a “complacência do presidente Lula com o crime”. 
TETO PARA CADERNETA
O governo estuda limitar a correção plena da poupança ao teto de R$ 20 mil. A partir daí, seria igual à dos fundos de investimentos. Bem menor que a das cadernetas, e com cobrança de imposto sobre os rendimentos. 
NÃO É COM ELES
Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Maurício Delgado, defendeu na Câmara a redução da jornada de 40 horas “para combater a crise”. Falava de corda em casa de enforcado às quintas, sextas, sábados...
‘FURO’ IRRITA CHÁVEZ 
Fustigada pelo governo Chávez, a rede de TV venezuelana Globovisión deve enfrentar processo da Anatel local pelo “furo” de antecipar o último terremoto. Para o coronel golpista, “desqualificou os órgãos públicos”. 
A GRANDE FAMÍLIA
O prefeito de Tuparetama (PR), Sávio Torres (PTB), sofre ação de improbidade com a mulher, três filhos, duas noras, dois cunhados, e os donos de um banco e duas empresas, por suposta fraude em empréstimo consignado. O “emprestado” seria “dado” ao prefeito. 
NO BRASIL, BANCO É BOM
Os bancos brasileiros estão entre os mais rentáveis do mundo. Dos 20 listados como de maior valorização pela consultora Econométrica, 15 são brasileiros. Alguns superam os mais rentáveis dos Estados Unidos.
HAY GOBIERNO?
A tese do terceiro mandato para Lula ganha a simpatia do presidente do PTB, Roberto Jefferson. Ele está disposto a submeter o assunto “com serenidade” ao exame do partido. Acha o pleito “legítimo”.
‘INFLUENZA’ AQUÁTICA
Morreu mais brasileiro de chuva que de “gripe suína” até agora: 30, pelos últimos dados. É a porcaria da desigualdade que contamina o País. 

PODER SEM PUDOR
CONTROLE EXTERNO
Certa vez, depois de discursar na posse do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, quando defendeu o controle externo do Judiciário, o então presidente nacional da OAB, Rubens Approbato Machado, foi abordado pelo ministro Carlos Mário Velloso, do STF, que é contra a ideia e o provocou:
– Que tal controle também da OAB?
– Fique à vontade, não temos nada a esconder – respondeu, na bucha.

ELIANE CANTANHÊDE

O certo e o errado

FOLHA DE SÃO PAULO - 07/05/09

BRASÍLIA - Lula já recebeu, abraçou e mimou Fernando Collor, dizendo que aquelas histórias todas eram só politiquices e que ele faria um "mandato extraordinário" no Senado. Collor virou presidente da Comissão de Infraestrutura.
Lula defendeu Renan Calheiros, a quem chegou a prometer um "cheque em branco" na época em que os sigilos bancários, políticos e até pessoais do senador voaram pelos ares. Renan perdeu a presidência do Senado, mas manteve importante capacidade de articulação no Congresso e no PMDB.
Lula deu de ombros aos processos, denúncias e suspeitas contra Jader Barbalho, outro que também despencou da presidência do Senado. Jader saiu da ribalta para os bastidores e se tornou respeitado conselheiro político do presidente.
Lula criticou os críticos do governador Cid Gomes (CE), que contratou um jatinho com dinheiro público para uma farra na Europa com a mulher, a sogra e um grupo de amigos-assessores, em pleno Carnaval. Nunca mais se falou nisso.
Agora, Lula declara em bom e alto som que não passa de "hipocrisia" a condenação pública às passagens que voam na Câmara e no Senado, defendendo que voo é assim mesmo, é para ser voado. Por sindicalistas amigos, por exemplo.
Só falta Lula se sujeitar à pressão do PMDB hoje -e quem sabe do PT amanhã- para reverter o processo de moralização da Infraero, estatal responsável pela administração de aeroportos e cabide de empregos dos aliados dos aliados.
O plano do governo para a Infraero começa com concessões de pistas à iniciativa privada, passa pela abertura de ações em Bolsas e pode chegar à privatização. Nada disso é possível sem sanear cargos, finanças e operações. Ao contrário de governos, empresário sério não põe o seu rico dinheirinho em empresa bagunçada e suspeita.
Lula está entre manter o bico de irmãos, ex-mulheres e amigos de aliados e sanear a estatal. Ele decide. E a gente fica de olho.