quinta-feira, maio 07, 2009

PAINEL

MP ao mar


RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 07/05/09

Fracassou a reunião da equipe econômica com próceres do PMDB para tentar retirar as benesses adicionais introduzidas pelo Congresso na medida provisória 449, que estabelece o parcelamento de dívidas para quem aderiu a algum dos Refis. Os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) deixaram claro que Lula vai vetar a correção das dívidas pela camarada TJLP. Os deputados não arredaram pé de manter a taxa tanto nessa MP quanto na que trata da dívida dos municípios com o INSS.
Isso posto, o governo já admite a possibilidade de deixar a MP do Refis caducar por falta de nova votação na Câmara. Ela expira na próxima quarta-feira.

Homus - Lula recebeu ontem a visita do dono do restaurante Beirute, de Brasília. Ganhou de presente um livro de receitas árabes.

O céu... - Apontado pelo ex-diretor João Carlos Zoghbi como foco de corrupção, o Prodasen (serviço de processamento de dados do Senado) ignorou ordem da nova Mesa para revisar despesas e contratos. O órgão gasta R$ 2,5 milhões ao ano com ‘limpeza e conservação’. A Gráfica, por exemplo, gasta R$ 350 mil.

... é o limite - Pregões do Prodasen seguem padrão diferente do adotado na Casa: quase nenhum edital estipula valor-base, e sim “”menor valor global’’. Um deles, de fevereiro, fixa em R$ 500 mil o teto para compra e manutenção de programas de computador.

Logo aí - O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), diz que não pode romper os contratos com as terceirizadas antes que eles vençam. Não falta tanto tempo assim: todos expiram em julho. Como até agora não há sinal de licitação, o risco é que sejam prorrogados em caráter de urgência.

Fã - De Geddel Vieira Lima (Integração), na contramão de colegas peemedebistas interessados em derrubar o coordenador político do governo: ‘Sou um admirador do ministro Múcio. Se o PMDB entrar nessa, vai se dar mal’.

Não passarão - Renan Calheiros (PMDB-AL) ergueu barreira contra as articulações petistas para emplacar Osmar Dias (PDT-PR) ou Ideli Salvatti (PT-SC) na liderança do governo no Congresso. Afirma que o cargo é do PMDB e ninguém tasca.

Tônico - Tião Viana (PT-AC) desfila desde o início da semana com uma ‘muda’ de cabelo. Submeteu-se a implante com o médico João Carlos Pereira, de São José do Rio Preto (SP). Agora é esperar quatro semanas para ver se ‘pega’.

Homenagem - Será entronizado hoje, às 13h, o busto de Octavio Frias de Oliveira no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, que leva o nome do publisher da Folha morto em 2007. O governador José Serra (PSDB) aproveitará a cerimônia, que oficializará a entrada em funcionamento do hospital-dia do Icesp, para sancionar a lei antifumo.

Creche - A piada no cerimonial encarregado de organizar a visita de Fernando Lugo ao Brasil é que seria necessário montar um vagão-creche no Trem do Pantanal, a ser inaugurado amanhã por ele e Lula, apenas para abrigar os filhos atribuídos ao paraguaio.

Atalho - Para assumir a presidência do TSE na eleição de 2010, Joaquim Barbosa terá de ser reconduzido ao tribunal em abril por seus colegas de Supremo. Com receio do ministro, alguns políticos, em especial da oposição, passaram a ventilar a ideia de um lobby para evitar a recondução. Isso jamais aconteceu.

Tiroteio

Eles indicam quem querem, usando o nome do partido. Depois fazem chantagem dizendo que ou eles mantêm os cargos ou o PMDB vai romper com o governo e apoiar o Serra.
Do senador PEDRO SIMON (PMDB-RS), sobre ameaça feita por expoentes de seu partido diante da perda de cargos na Infraero.

Contraponto

O meu, o seu, o nosso

Presidente da Comissão do Orçamento, Almeida Lima (PMDB-SE) participava de programa ao vivo na rádio Ilha FM, de Aracaju, quando um ouvinte entrou no ar e perguntou como entrar em contato com o senador:
-Ligue para o meu celular-, instruiu Almeidinha, também conhecido no Senado pelo apelido de ‘Microfone’.
Não contente em dar o número, ainda recomendou:
-E pode ligar a cobrar porque é o senhor mesmo quem está pagando. Meu celular é pago com dinheiro público.
Senadores, como se soube na recente temporada de escândalos, não têm limite para despesas telefônicas. Em média, os gastos chegam a R$ 6 mil por mês.


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