BONITINHA
...E GOSTOSINHA
domingo, agosto 31, 2008
FUTEBOL
CONFORMADOS E REALISTAS
Tostão
Fernando Calazans e poucos outros jornalistas esportivos têm sido críticos e realistas sobre a qualidade e o futuro do futebol brasileiro, da Seleção e dos clubes. Penso da mesma forma. Estamos preocupados. Já a numerosa turma do oba-oba, também chamada de otimista, acha que somos muito pessimistas.
Os conformados, os que têm pouco senso crítico e também os modernistas, que são muito bem preparados cientificamente, dizem que o futebol moderno é esse aí. Temos de engoli-lo. Tocar a bola e esperar o momento certo para tentar fazer o gol virou sinônimo de lentidão. Confundem modernidade com mediocridade.
Ninguém é tão ingênuo para achar que se deve jogar hoje no estilo dos anos 60. O que queremos é ver mais qualidade. Não podemos nos contentar com um futebol medíocre, quase só de jogadas aéreas e de muita falta e correria. O encanto do futebol é outro.
Os jogadores são produzidos em série, para exportação, como uma fábrica de parafusos. Os atletas de talento são colocados na mesma linha de produção dos medíocres. Há mercado para todos. Aumentou a quantidade e diminuiu a qualidade.
Nos últimos 14 anos, a Argentina ganhou cinco mundiais sub-20 (acontecem de dois em dois anos), além de duas medalhas de ouro nas Olimpíadas. O time que derrotou o Brasil tem sete jogadores da equipe campeã mundial sub-20 em 2005.
Muitos vão dizer, com um ótimo argumento, que nesse período, o Brasil ganhou duas copas do mundo e mais um vice, enquanto a Argentina não venceu nada. A razão disso é óbvia. A Argentina não teve um único fenômeno nesses 14 anos, até chegar Messi. Já o Brasil teve Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Kaká. Todos os cinco ganharam o título de melhor do mundo.
Os fenômenos, em todos os esportes, dependem muito menos das condições em que são treinados. Eles não têm explicação. Mas não se pode depender tanto deles. É preciso criar boas estruturas e estratégias para formar um número maior de excelentes atletas. Esses têm diminuído no futebol brasileiro.
Muitos treinadores brasileiros conhecem tudo de esquema tático, de estatísticas, dos adversários, porém conhecem pouco as sutilezas e subjetividades. Não são bons observadores. Quem não sabe ver não sabe nada. Eles se preocupam mais com seus esquemas táticos que com a qualidade do jogo e se os melhores jogadores estão nos lugares certos.
Há exceções. Enfim, apareceu um técnico brasileiro que colocou Carlos Alberto na posição certa, se movimentando na frente, por todos os lados, e mais perto do gol, onde pode e deve driblar. Assim ele jogou no Porto com José Mourinho. Carlos Alberto não é armador, organizador, como atuava.
Felipão estava louco para ver Robinho no Chelsea porque precisa de um atacante rápido, habilidoso, que joga melhor pelos lados e que é capaz de marcar no próprio campo e aparecer com facilidade no ataque. Robinho é um desses raros jogadores. Se Felipão fosse treinador da Seleção, certamente faria o mesmo.
A coluna voltará a ser publicada no dia 10, quarta-feira. Até lá.
CONFORMADOS E REALISTAS
Tostão
Fernando Calazans e poucos outros jornalistas esportivos têm sido críticos e realistas sobre a qualidade e o futuro do futebol brasileiro, da Seleção e dos clubes. Penso da mesma forma. Estamos preocupados. Já a numerosa turma do oba-oba, também chamada de otimista, acha que somos muito pessimistas.
Os conformados, os que têm pouco senso crítico e também os modernistas, que são muito bem preparados cientificamente, dizem que o futebol moderno é esse aí. Temos de engoli-lo. Tocar a bola e esperar o momento certo para tentar fazer o gol virou sinônimo de lentidão. Confundem modernidade com mediocridade.
Ninguém é tão ingênuo para achar que se deve jogar hoje no estilo dos anos 60. O que queremos é ver mais qualidade. Não podemos nos contentar com um futebol medíocre, quase só de jogadas aéreas e de muita falta e correria. O encanto do futebol é outro.
Os jogadores são produzidos em série, para exportação, como uma fábrica de parafusos. Os atletas de talento são colocados na mesma linha de produção dos medíocres. Há mercado para todos. Aumentou a quantidade e diminuiu a qualidade.
Nos últimos 14 anos, a Argentina ganhou cinco mundiais sub-20 (acontecem de dois em dois anos), além de duas medalhas de ouro nas Olimpíadas. O time que derrotou o Brasil tem sete jogadores da equipe campeã mundial sub-20 em 2005.
Muitos vão dizer, com um ótimo argumento, que nesse período, o Brasil ganhou duas copas do mundo e mais um vice, enquanto a Argentina não venceu nada. A razão disso é óbvia. A Argentina não teve um único fenômeno nesses 14 anos, até chegar Messi. Já o Brasil teve Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Kaká. Todos os cinco ganharam o título de melhor do mundo.
Os fenômenos, em todos os esportes, dependem muito menos das condições em que são treinados. Eles não têm explicação. Mas não se pode depender tanto deles. É preciso criar boas estruturas e estratégias para formar um número maior de excelentes atletas. Esses têm diminuído no futebol brasileiro.
Muitos treinadores brasileiros conhecem tudo de esquema tático, de estatísticas, dos adversários, porém conhecem pouco as sutilezas e subjetividades. Não são bons observadores. Quem não sabe ver não sabe nada. Eles se preocupam mais com seus esquemas táticos que com a qualidade do jogo e se os melhores jogadores estão nos lugares certos.
Há exceções. Enfim, apareceu um técnico brasileiro que colocou Carlos Alberto na posição certa, se movimentando na frente, por todos os lados, e mais perto do gol, onde pode e deve driblar. Assim ele jogou no Porto com José Mourinho. Carlos Alberto não é armador, organizador, como atuava.
Felipão estava louco para ver Robinho no Chelsea porque precisa de um atacante rápido, habilidoso, que joga melhor pelos lados e que é capaz de marcar no próprio campo e aparecer com facilidade no ataque. Robinho é um desses raros jogadores. Se Felipão fosse treinador da Seleção, certamente faria o mesmo.
A coluna voltará a ser publicada no dia 10, quarta-feira. Até lá.
Sete Dias
- A galharia cai com o tronco
Augusto Nunes
A Justiça decidiu que parentes próximos dos pais da pátria não poderiam continuar pendurados no cabideiro de empregos públicos. O governador Roberto Requião e o prefeito Cesar Maia mudaram o cabide de armário e preservaram a harmonia familiar. A esperteza da dupla sugere que, como tantas vacinas, também essa lei não vai pegar.
O STF engoliu a afronta em silêncio. Os eleitores do Paraná e do Rio podem vingar-se em em outubro. É só votar contra os candidatos dos troncos dessas árvores degeneradas pela praga da parentela pilantra.
Ministro merece pedido de vista
Há semanas, a sessão do Supremo Tribunal Federal sobre pesquisas com células embrionárias foi interrompida por um pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito. Ele queria examinar melhor um assunto em exame desde o início do século. Há dias, a sessão sobre o caso da reserva Raposa Serra do Sol foi suspensa por um pedido de vista do mesmo ministro. Ele quer examinar melhor uma questão em exame desde o século passado.
A coluna quer saber a quem deve encaminhar um pedido de vista para examinar melhor a cabeça do ministro Direito.
- A galharia cai com o tronco
Augusto Nunes
A Justiça decidiu que parentes próximos dos pais da pátria não poderiam continuar pendurados no cabideiro de empregos públicos. O governador Roberto Requião e o prefeito Cesar Maia mudaram o cabide de armário e preservaram a harmonia familiar. A esperteza da dupla sugere que, como tantas vacinas, também essa lei não vai pegar.
O STF engoliu a afronta em silêncio. Os eleitores do Paraná e do Rio podem vingar-se em em outubro. É só votar contra os candidatos dos troncos dessas árvores degeneradas pela praga da parentela pilantra.
Ministro merece pedido de vista
Há semanas, a sessão do Supremo Tribunal Federal sobre pesquisas com células embrionárias foi interrompida por um pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito. Ele queria examinar melhor um assunto em exame desde o início do século. Há dias, a sessão sobre o caso da reserva Raposa Serra do Sol foi suspensa por um pedido de vista do mesmo ministro. Ele quer examinar melhor uma questão em exame desde o século passado.
A coluna quer saber a quem deve encaminhar um pedido de vista para examinar melhor a cabeça do ministro Direito.
Uma novidade atrás da outra
ponto de vista
João Ubaldo Ribeiro
Não que eu goste tanto atualmente, embora seja viciado, mas todo dia me vejo na obrigação de ler uma porção de jornais, catando assunto sobre o qual lançar a luz do meu entendimento, ou - hélas! - no ver de muitos, as trevas de minha burrice. Mas hoje não. Hoje tem uma pilha de jornais virgens aqui na mesinha atrás de mim. Como metaforizaria um mestre qualquer da nossa prosa cotidiana, não é que me falte o Viagra da curiosidade e do interesse pelo que se passa no mundo, mas me sobeja vasto harém de fatos notáveis, momentosos, assombrosos e semelhantemente adjetiváveis, de maneira que se requer grande virilidade cívico-jornalística de minha parte e, já no avançado de minha idade, sou forçado a obedecer a naturais limitações.
Nariz-de-cera mais cretino, hão de comentar os leitores, não pode ser perpetrado, e concordo. É cacoete velho, no tempo em que enganchava o telex na Bahia e a gente tinha que encher uma bela lingüiça. No caso, porém, é mero cacoete pelo qual peço desculpas. Porque a verdade é que há muito a comentar e me vejo na condição de fazer escolhas dolorosas, palavra, aliás, indicada na primeira notícia (como ainda estou no começo do texto, não sei se acabará por ser a única, sou um escritor desrespeitado a todo instante por textos que insistem e conseguem impor-me sua vontade) que vou mencionar.
Valdemir, genro de Toinho Sabacu, festejado e premiado mestre de boa parte da juventude itaparicana, me falou pelo Skype (isso mesmo, Itaparica tem Skype - como sempre não devemos nada a São Paulo e ainda temos praia) que houve um dia momentoso na ilha, o Dia Oficial da Dedada, o respeitado e temido DOD. O pessoal, como, aliás, em toda parte, não aprecia muito esse negócio de exame de próstata, mas o itaparicano é muito prático. Então, me contou Michelzinho, sobrinho de Zecamunista (que, aliás, parece estar metido numa alta jogada de pôquer internacional e anda sumido), que o comparecimento foi maciço. Acho que a Secretaria ou o Ministério da Saúde (viva! olhem o governo mostrando serviço - bem verdade que, como sempre, é enfiar o dedo no subilatório do contribuinte, mas ninguém pode negar que é serviço) mandou um equipe de urologistas ou digitadores de fiofó, conforme o ânimo de quem os qualifica, e realizou o grande dia.
Houve diversos que botaram paletó e gravata e passaram antes na igreja. Outros chegaram a levar terço ou Bíblia, conforme a profissão religiosa. Alguns tiveram que ser amparados pelas suas santas esposas no caminho, outros passaram a noite anterior em jejum, ainda outros tiveram que tomar doses industriais de Maracugina e chá de camomila e assim mesmo tremiam. Enfim, casos individuais marcantes há diversos e tenho certeza de que não me contaram tudo. Dizem que Magno, do Bar e Restaurante Pandélis, sito no Largo da Quitanda e antes de propriedade de meu finado amigo Zé de Honorina, chegou pálido ao Mercado, com uma lata de cerveja na mão.
- O negócio foi feio! - disse ele. - Dessa vez eu peguei um desgraçado que não tinha pena do toba de ninguém! Desnaturado, filho de uma égua! Foi chegando e carcando, não quis nem saber se eu já tinha feito minhas orações! E o dedo dele era mais ou menos do tope desse salame pendurado aí. Ganhei uma licença-prêmio no Purgatório, meu irmão, vou passar o dia de resguardo, não vou nem abrir o bar.
Posso imaginar o desconforto de meu amigo Magno, bem como o de vários outros concidadãos. A transação de fato era meio heterodoxa, pois, afinal, se qualquer cidadão brasileiro pode obter o mesmíssimo tratamento que o presidente da República, como disse ele, há uma certa dificuldade no deslocamento para o Incor ou o Albert Einstein, nada neste mundo é perfeito, só chega perto da perfeição, como disse também ele. Aí, por falta de infra-estrutura adequada para atender à sempre crescente demanda, o exame era feito em pé. Se é mentira, não é minha, foi o que me contaram. Mas acredito que sim, porque o Homem, um dia destes, precisa fazer outro discurso sobre a saúde no Brasil e afirmar que nunca antes um presidente mandou enfiar o dedo em tantos brasileiros, em tão pouco tempo
.Todo mundo ali empezinho, quase perfilado e dizem que, apesar da tradição de educação sempre zelada pelo itaparicano, nunca se viu tanta gentileza, era só "por favor, pode passar na minha frente", "que é isso, o seu primeiro", "você é mais velho, tem mais direito" e assim por diante. Em pé, mas sem perder a dignidade. E ninguém podia sair de cara alegre. Me falaram que Luiz Olegarino, dono do famoso jegue Suspiro, foi dar uma risada e levou vaia, até conseguir explicar que era de alívio, mesmo porque tinha pegado o dedista mais miudinho, um careca que todo mundo disputava para ver se caía nele.
Enfim, só lamento ter estado ausente em ocasião tão rica porque, na minha condição de itaparicano, eu provavelmente teria de mostrar fibra e participar, mas, aqui para nós, que isto não passe daqui, exame como os que tenho feito aqui, tudo bem, vamos dizer. Mas em pé requer um condicionamento que temo não ostentar. Se bem que, embora eu saiba que ele vai desmentir, também me disseram que Toinho Sabacu fez questão de passar por cinco médicos, porque adorava ouvir elogios à sua próstata, para depois botar banca no Mercado de que a melhor próstata da ilha, na categoria quase setentinha, é a dele.
Pronto, acabou o espaço. E eu que ainda queria falar na idéia turística que tiveram, de promover anualmente o concurso Mister Próstata e Miss Colo do Útero. Mas, pensando bem, isso já está me cheirando a descaração, deve ser bolação de Beto Atlântico e Gugu Galo Ruço. Não, daqui a pouco inventam o Bolsa Dedada, há um limite para tudo.
ponto de vista
João Ubaldo Ribeiro
Não que eu goste tanto atualmente, embora seja viciado, mas todo dia me vejo na obrigação de ler uma porção de jornais, catando assunto sobre o qual lançar a luz do meu entendimento, ou - hélas! - no ver de muitos, as trevas de minha burrice. Mas hoje não. Hoje tem uma pilha de jornais virgens aqui na mesinha atrás de mim. Como metaforizaria um mestre qualquer da nossa prosa cotidiana, não é que me falte o Viagra da curiosidade e do interesse pelo que se passa no mundo, mas me sobeja vasto harém de fatos notáveis, momentosos, assombrosos e semelhantemente adjetiváveis, de maneira que se requer grande virilidade cívico-jornalística de minha parte e, já no avançado de minha idade, sou forçado a obedecer a naturais limitações.
Nariz-de-cera mais cretino, hão de comentar os leitores, não pode ser perpetrado, e concordo. É cacoete velho, no tempo em que enganchava o telex na Bahia e a gente tinha que encher uma bela lingüiça. No caso, porém, é mero cacoete pelo qual peço desculpas. Porque a verdade é que há muito a comentar e me vejo na condição de fazer escolhas dolorosas, palavra, aliás, indicada na primeira notícia (como ainda estou no começo do texto, não sei se acabará por ser a única, sou um escritor desrespeitado a todo instante por textos que insistem e conseguem impor-me sua vontade) que vou mencionar.
Valdemir, genro de Toinho Sabacu, festejado e premiado mestre de boa parte da juventude itaparicana, me falou pelo Skype (isso mesmo, Itaparica tem Skype - como sempre não devemos nada a São Paulo e ainda temos praia) que houve um dia momentoso na ilha, o Dia Oficial da Dedada, o respeitado e temido DOD. O pessoal, como, aliás, em toda parte, não aprecia muito esse negócio de exame de próstata, mas o itaparicano é muito prático. Então, me contou Michelzinho, sobrinho de Zecamunista (que, aliás, parece estar metido numa alta jogada de pôquer internacional e anda sumido), que o comparecimento foi maciço. Acho que a Secretaria ou o Ministério da Saúde (viva! olhem o governo mostrando serviço - bem verdade que, como sempre, é enfiar o dedo no subilatório do contribuinte, mas ninguém pode negar que é serviço) mandou um equipe de urologistas ou digitadores de fiofó, conforme o ânimo de quem os qualifica, e realizou o grande dia.
Houve diversos que botaram paletó e gravata e passaram antes na igreja. Outros chegaram a levar terço ou Bíblia, conforme a profissão religiosa. Alguns tiveram que ser amparados pelas suas santas esposas no caminho, outros passaram a noite anterior em jejum, ainda outros tiveram que tomar doses industriais de Maracugina e chá de camomila e assim mesmo tremiam. Enfim, casos individuais marcantes há diversos e tenho certeza de que não me contaram tudo. Dizem que Magno, do Bar e Restaurante Pandélis, sito no Largo da Quitanda e antes de propriedade de meu finado amigo Zé de Honorina, chegou pálido ao Mercado, com uma lata de cerveja na mão.
- O negócio foi feio! - disse ele. - Dessa vez eu peguei um desgraçado que não tinha pena do toba de ninguém! Desnaturado, filho de uma égua! Foi chegando e carcando, não quis nem saber se eu já tinha feito minhas orações! E o dedo dele era mais ou menos do tope desse salame pendurado aí. Ganhei uma licença-prêmio no Purgatório, meu irmão, vou passar o dia de resguardo, não vou nem abrir o bar.
Posso imaginar o desconforto de meu amigo Magno, bem como o de vários outros concidadãos. A transação de fato era meio heterodoxa, pois, afinal, se qualquer cidadão brasileiro pode obter o mesmíssimo tratamento que o presidente da República, como disse ele, há uma certa dificuldade no deslocamento para o Incor ou o Albert Einstein, nada neste mundo é perfeito, só chega perto da perfeição, como disse também ele. Aí, por falta de infra-estrutura adequada para atender à sempre crescente demanda, o exame era feito em pé. Se é mentira, não é minha, foi o que me contaram. Mas acredito que sim, porque o Homem, um dia destes, precisa fazer outro discurso sobre a saúde no Brasil e afirmar que nunca antes um presidente mandou enfiar o dedo em tantos brasileiros, em tão pouco tempo
.Todo mundo ali empezinho, quase perfilado e dizem que, apesar da tradição de educação sempre zelada pelo itaparicano, nunca se viu tanta gentileza, era só "por favor, pode passar na minha frente", "que é isso, o seu primeiro", "você é mais velho, tem mais direito" e assim por diante. Em pé, mas sem perder a dignidade. E ninguém podia sair de cara alegre. Me falaram que Luiz Olegarino, dono do famoso jegue Suspiro, foi dar uma risada e levou vaia, até conseguir explicar que era de alívio, mesmo porque tinha pegado o dedista mais miudinho, um careca que todo mundo disputava para ver se caía nele.
Enfim, só lamento ter estado ausente em ocasião tão rica porque, na minha condição de itaparicano, eu provavelmente teria de mostrar fibra e participar, mas, aqui para nós, que isto não passe daqui, exame como os que tenho feito aqui, tudo bem, vamos dizer. Mas em pé requer um condicionamento que temo não ostentar. Se bem que, embora eu saiba que ele vai desmentir, também me disseram que Toinho Sabacu fez questão de passar por cinco médicos, porque adorava ouvir elogios à sua próstata, para depois botar banca no Mercado de que a melhor próstata da ilha, na categoria quase setentinha, é a dele.
Pronto, acabou o espaço. E eu que ainda queria falar na idéia turística que tiveram, de promover anualmente o concurso Mister Próstata e Miss Colo do Útero. Mas, pensando bem, isso já está me cheirando a descaração, deve ser bolação de Beto Atlântico e Gugu Galo Ruço. Não, daqui a pouco inventam o Bolsa Dedada, há um limite para tudo.
DOMINGO NOS JORNAIS
Folha de S.Paulo -Investigação apura se Abin fez grampo dentro do Supremo
O Estado de S.Paulo - Espionado pela Abin, Mendes cobra Lula e convoca o STF
Jornal do Brasil - A nova onda clientelista
O Globo - Gilmar exige que Lula apure se Abin grampeou Supremo
Gazeta Mercantil - Governos estudam captação com royalties
Valor Econômico - Meta de superávit fiscal terá banda de flutuação
Correio Braziliense - Seqüestro relâmpago bate à porta
Estado de Minas - Hora de largar o cabide
Jornal do Commercio - PIB americano surpreende e anima bolsas
Folha de S.Paulo -Investigação apura se Abin fez grampo dentro do Supremo
O Estado de S.Paulo - Espionado pela Abin, Mendes cobra Lula e convoca o STF
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O Globo - Gilmar exige que Lula apure se Abin grampeou Supremo
Gazeta Mercantil - Governos estudam captação com royalties
Valor Econômico - Meta de superávit fiscal terá banda de flutuação
Correio Braziliense - Seqüestro relâmpago bate à porta
Estado de Minas - Hora de largar o cabide
Jornal do Commercio - PIB americano surpreende e anima bolsas
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