segunda-feira, agosto 31, 2009

AUGUSTO NUNES

VEJA ON-LINE
SEÇÃO » Direto ao Ponto

O pássaro da liberdade, o corvo cúmplice e o jaleco tarado

31 de agosto de 2009

Acusado por 39 mulheres de 56 estupros, o médico Roger Abdelmassih, que está em cana, pediu reforço ao ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. Quer que o criminalista reforce sua defesa. A informação publicada na edição de VEJA desta semana, na seção Panorama, assinada por Felipe Patury, poderia ser anexada sem retoques ao texto postado dia 29 no Direto ao Ponto. A escolha do advogado, constata o título, é tão reveladora quanto a confissão.

Abdelmassih nem precisou abrir a boca para admitir que se meteu em delinquências de bom tamanho. Fez isso no momento em que contratou o advogado José Luiz Oliveira Lima, cuja lista de clientes cinco estrelas impunes é encabeçada por José Dirceu. Com o pedido de socorro a Márcio Thomaz Bastos, que salvou o governo do naufrágio anunciado pelo escândalo do mensalão, o jaleco tarado está reconhecendo que a coisa foi ainda mais feia do que parece.

Há quatro anos, com muita ênfase e sem qualquer constrangimento, Oliveira Lima vem jurando que Dirceu não fez nada de errado e que o mensalão não existiu. Em meados de 2005, quando o grande escândalo explodiu, Thomaz Bastos licenciou-se informalmente do Ministério da Justiça para concentrar-se na tarefa de livrar da gaiola a quadrilha federal. Ele também afirma que o mensalão é fruto da imaginação dos eternos descontentes.

Foi ele quem rebatizou o velho caixa 2 de “recursos não contabilizados”. Foi ele quem aconselhou o presidente Lula a argumentar que a turma só fizera o que todo mundo faz. Vai formar uma dupla e tanto com Oliveira Lima. Já na entrevista de estreia, o doutor que garante a Dirceu o direito de ir e vir foi logo avisando que o estuprador não estuprou. Em parceria com o camisa 10, pode descobrir que Abdelmassy, além de não ter molestado ninguém, foi assediado por 39 mulheres. Resistiu a todas. E a vingança chegou.

Todo acusado tem direito à ampla defesa. Onde houver um réu, haverá um advogado. Mas uma coisa é oferecer justificativas para o crime, ou apresentar atenuantes que abrandem a punição. Outra é contar mentiras, ou promover acrobacias e trucagens destinadas a provar que o assassino não matou, que o ladrão não roubou, que o estuprador não estuprou ─ e, se possível, transferir a culpa para a vítima.

Um criminalista que jura ser inocente o freguês cujos delitos conhece em detalhes não é o pássaro da liberdade que os grandes juristas enxergam no advogado de defesa. É apenas o corvo cúmplice.

GUSTAVO LOYOLA

Contrarreformas ameaçam o País

O ESTADO DE SÃO PAULO - 31/08/09

A resiliência da economia brasileira à presente crise econômica internacional se deve, em ampla medida, aos avanços institucionais observados nos últimos 15 anos no Brasil. Em que pese a unanimidade desse diagnóstico, o segundo mandato do presidente Lula tem-se caracterizado por uma sucessão de contrarreformas que, pouco a pouco, minam as instituições econômicas laboriosamente construídas a partir do início dos anos 1990.

Quando Lula se tornou forte candidato à sucessão presidencial, em 2002, o medo dos agentes econômicos era o de ruptura com as políticas econômicas de FHC. Felizmente, o pânico do período eleitoral se mostrou injustificado, já que o novo presidente preferiu sabiamente ficar do lado certo, preservando a responsabilidade macroeconômica.

Ademais, no quadriênio inicial do governo Lula, alguns avanços institucionais importantes ocorreram no bojo das reformas microeconômicas patrocinadas pelo ministro Palocci e sua equipe. A expansão forte do crédito bancário nos anos subsequentes, por exemplo, deveu-se muito a tais esforços.

Porém, no segundo mandato, os avanços institucionais se tornaram parcos. Ao contrário, o que se tem verificado é que, pela ação ou omissão do governo, iniciativas cada vez mais numerosas vão corroendo o edifício institucional que permitiu à economia brasileira deixar para trás a década perdida da hiperinflação e do baixo crescimento.

Vivemos, hoje, a era das contrarreformas. Há a contrarreforma fiscal, a contrarreforma previdenciária, a contrarreforma do Estado, a contrarreforma trabalhista e até, para alguns, a contrarreforma ortográfica, que nos obriga a abusar da consoante dupla nesse parágrafo.

Com relação à Previdência Social, o recente acordo com os sindicalistas que enfraquece o chamado "fator previdenciário" e atrela o reajuste dos benefícios à variação do PIB é desastre de grandes proporções, pois agrava ainda mais o déficit previdenciário ao longo dos próximos anos. O desempenho um pouco melhor das receitas previdenciárias nos últimos anos parece ter ofuscado a realidade de que as contas da Previdência continuam no vermelho e que há uma tendência estrutural de aumento dos desequilíbrios, em razão principalmente da dinâmica demográfica.

Contudo, o risco de retrocesso não se restringe à Previdência. No campo trabalhista há iniciativas para aumentar ainda mais os custos de contratação formal de mão de obra. Com o beneplácito do governo, o Congresso se prepara para votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais, como se isso tivesse o condão de criar mais empregos. Despreza-se a experiência recente da França que indica que a diminuição da jornada de trabalho não contribuiu para a redução do desemprego.

Por sua vez, a expansão forte dos gastos de custeio do governo, notadamente com a folha de pagamento de servidores, indica agravamento da rigidez do orçamento público e perda de espaço para redução da carga tributária e/ou aumento do investimento público no País. Com isso, as condições para a atividade empresarial podem piorar, já que a competitividade da produção nacional estará crescentemente comprometida pelo trinômio: juros altos, tributação elevada e infraestrutura precária.

Não fossem suficientes os problemas acima, a tentativa de recriação da CPMF, disfarçada de contribuição para a área da saúde, demonstra que há muita gente que ainda acha a carga tributária pequena, o que é de uma absoluta falta de senso de medida. O mais estranho, porém, é que o governo tacitamente apoie a ideia de recriar um tributo de péssima qualidade que incide em cascata sobre as operações financeiras.

Tais retrocessos potenciais ou efetivos, infelizmente, não são o bastante. Percebe-se que está em marcha uma redefinição para pior do papel do Estado na economia, seja por meio da criação, disfarçada ou aberta, de novas empresas estatais, seja pelo aumento da intervenção regulatória nos mercados, ao mesmo tempo que a autonomia das agências reguladoras é flagrantemente reduzida, em nome de um pretenso "controle social". Tais iniciativas vão desde o modelo de exploração do petróleo no pré-sal - de viés notoriamente intervencionista - até a intenção de reativar a defunta Telebrás, como se a privatização da telefonia não tivesse trazido benefício nenhum ao País.

Em resumo, o rol de contrarreformas iniciadas, incentivadas ou toleradas pelo governo Lula é extenso. Se nada for feito, o Brasil encontrará mais à frente uma nova "década perdida" em termos de crescimento e de estabilidade econômica. A experiência brasileira e de outros países, inclusive da vizinha Argentina, revela claramente os riscos da excessiva intervenção estatal e dos desequilíbrios fiscais, duas pragas crônicas dos países da América Latina. Por isso, é urgentemente necessário interromper essa marcha acelerada rumo ao passado que tem caracterizado as últimas ações e omissões da administração Lula.

GOSTOSA


CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

GEORGE VIDOR

Má escolha

Panorama Econômico

O Globo - 31/08/2009

É difícil encontrar argumentos favoráveis ao modelo de partilha de produção que o governo pretende adotar na exploração de futuros blocos de petróleo na chamada camada de pré-sal. Entre os negativos há muitos e um definitivo: geralmente optaram pela partilha países com regimes políticos autoritários, de renda por habitante baixa e incluídos na lista dos mais expostos à corrupção.


Na América Latina, por exemplo, usando-se índices da organização Transparência Internacional, as nações que instituíram a partilha e/ou contratação de serviços apresentam médias de 2,5 a 3,3 (quanto mais perto de zero, pior), com renda per capita entre US$8 mil e US$10.800. Os que adotaram a concessão, com cobrança de royalties e participações especiais, entre os quais Brasil, Argentina e Colômbia, têm um índice de 3,7 e renda média de US$12.370. No Extremo Oriente e Oceania, o contraste é gritante: as nações com modelo de partilha apresentam um índice de percepção de corrupção de 2,6, e, fora dele, de 4,7.

A Europa (inclusive a Noruega que, equivocadamente, é citada como exemplo do modelo que o Brasil estaria por adotar), os Estados Unidos e o Canadá usam modelos de concessões, com pagamento de royalties, semelhante ao que está em vigor por aqui. Apenas para efeito de comparação, o índice médio de percepção de corrupção na Europa é de 6 (nações do Leste, ex-socialistas, puxam esses números um pouco para baixo) e na América do Norte de 7,9! Na África, a opção da maioria é a partilha, assim como nas antigas repúblicas soviéticas, com exceção da própria Rússia que tem os dois modelos simultaneamente. No Oriente Médio, a partilha prevalece, ainda que Arábia Saudita prefira o modelo de concessões; Irã, Iraque e Kuwait contratam serviços.

O modelo de partilha existe, fundamentalmente, em países que não contam com boas estruturas de arrecadação tributária (daí também ser maior a percepção de corrupção). Não é o que acontece com o Brasil.

Com a mudança de modelo que o governo quer fazer para exploração de futuros blocos do pré-sal, vamos deixar de figurar somente na lista dos melhores; nos juntaremos também aos piores.

Usinas térmicas que queimam óleo combustível para gerar energia elétrica são as mais poluidoras e por isso não deveriam nem constar do planejamento do governo? Depende de como essas usinas são usadas, responde Jorge Boueri, presidente da Multiner, empresa que já detém uma grande térmica em Manaus e se propõe a ter um total de 27 geradoras de energia no Brasil, com capacidade para 5,7 mil megawatts (MW), até 2014, transformando-se em um dos maiores grupos do setor no país.

Boueri trabalhou por 35 anos na Eletrobrás e com essa experiência se associou a investidores estratégicos, que fizeram os primeiros aportes de capital. A térmica de Manaus - batizada com o nome de Cristiano Rocha, filho dele falecido prematuramente, aos 29 anos - tem potência para 85,4 megawatts e será convertida no ano que vem para a queima de gás natural procedente dos poços da Bacia de Urucu. A usina, que fica a dez quilômetros de Manaus, na estrada para Boavista, aumentará sua potência em 50 MW.

A Multiner está construindo duas usinas de energia eólica no Rio Grande do Norte (com 92 torres), mas a maior parte da energia que vendeu em leilões oficiais será proveniente de térmicas a óleo na Bahia, Pernambuco e Paraíba (cerca de 1.250 MW). Com tamanha capacidade de geração, é natural que qualquer pessoa se arrepie diante da possibilidade de emissão de gases poluentes, com a queima do óleo. No entanto, diz ele, essas usinas não terão turbinas, mas sim motores modernos, que serão ligados apenas em alguns momentos, para suprir piques de demanda ou para complementar a oferta das usinas hidrelétricas. Nesse caso, segundo ele, elas poluiriam muito menos que uma usina térmica convencional, com turbinas, que precisem funcionar o tempo todo, mesmo com baixa capacidade. E como ficam disponíveis para qualquer situação, permitem que as hidrelétricas não precisem economizar tanta água nos reservatórios, e assim ajudariam a equilibrar os preços da energia no mercado.

A tese é polêmica, mas não deixa de fazer sentido. A empresa quer se candidatar também a construir uma grande hidrelétrica (330 MW) no rio Uruguai, na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de térmicas que aproveitarão biomassa (bagaço de cana).

Embora esteja em negociação uma aliança com seu grande concorrente (Braskem), a Quattor conclui agora em setembro a ampliação de seu polo petroquímico em Mauá (no ABC paulista), que a levará a produzir mais 250 mil toneladas de etileno (ou eteno) e a mesma quantidade em polietileno. Nessa nova etapa, usará também como matéria-prima gases de refinaria, fornecidos pela Petrobras. O investimento total, que incluiu também aumento na capacidade de produção de polipropilenos e insumos químicos, chegou a R$2,3 bilhões, o maior da indústria petroquímica nos últimos anos. Como o mercado já se recuperou, aqui e no exterior, a Quattor registrou um crescimento de 20% da sua receita líquida no segundo trimestre. A empresa é uma associação da Unipar (60%) com a Petrobras (40%).

COISAS DA POLÍTICA

Aos profetas do mau caminho

Rodrigo de Almeida
Jornal do Brasil - 31/08/2009

O debate público sobre a política e a economia brasileira, costuma exibir nuances de uma discussão de futebol - por aqui, ou é pau, ou pedra, ou o fim do caminho. Não raros observadores (públicos ou não) professam o equívoco de associar problemas políticos e econômicos a crises institucionais. Os "escândalos" no Congresso, as "denúncias" contra o governo e o pessimismo sobre a contaminação da crise internacional, movimentos especialmente ocorridos há quase um ano (mas não só nesse período), reforçam as evidências de que tem crescido o desfiladeiro que separa a "vida real" da paisagem de terra arrasada descrita por parcela da impressa. A realidade, porém, costuma arrefecer as ideias pregadas por quem ignora os matizes e opta pelos extremos.

Na política, o efeito imediato é a criação de um clima de escândalo elevado à temperatura máxima, alimentado por fatos que viram o centro das atenções por semana, até que sumam no ar feito fumaça. Esse tipo de equívoco termina por tão-somente tumultuar o ambiente, resumir-se a uma queda de braço de linhagem udenista e favorecer os pelintras reais.Na economia, além do óbvio descolamento da realidade, geram-se falsas expectativas negativas, o que provocam efeitos desastrosos na vida do cidadão comum - vide a convicção, hoje cristalizada, de que os empresários exageraram nas demissões durante a crise, movidas por previsões sombrias de um cenário que acabou não se concretizando.

Antes que as gralhas comecem a gritar, é preciso sublinhar o óbvio: há, sim, graves problemas políticos e econômicos. O erro é associá-los a crises institucionais, como se o país vivesse uma paralisia decisória, as instituições tivessem deixado de funcionar e as mudanças cessassem. Os partidos, é fato, estão desgastados, o Congresso foi à rabeira da confiança nacional e o mandato parlamentar parece enxovalhado. Mas as instituições com poder fiscalizatório mantêm a simpatia do distinto público, a economia vai bem, obrigado, e antigas práticas das elites, como a transferência do controle institucional aos militares no caso de crises mais agudas, ficaram guardadas onde devem - nas gavetas da história.

À exceção das eleições presidenciais de 2002, quando a disputa pesou negativamente sobre os ombros da então frágil realidade macroeconômica do país, as crises originárias do Congresso e dos partidos permaneceram restritas ao mundo político. Se considerado o período pós-redemocratização, essa tendência é válida para os governos de José Sarney, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso , e Luiz Inácio Lula da Silva. Neles, imbricadas crises políticas provocaram baixa contaminação na economia e baixíssimo freio tanto no poder decisório dos governos quanto nos avanços institucionais. (Mesmo o ruidoso mandato de Fernando Collor demarcou o início da principal mudança da economia das últimas décadas, a abertura financeiro-comercial, que permitiu, mesmo de maneira imperfeita, a inserção do país no jogo internacional).

Crises econômicas mais contaminaram a política do que o inverso - a hiperinflação nos anos 80, por exemplo, corroeu tanto os salários quanto a popularidade de Sarney; o turbulento segundo mandato de FHC o impediu de fazer o sucessor e pavimentou o caminho para a ascensão do PT e de Lula ao poder. Isso é tão verdadeiro quanto é falso ignorar as mudanças ocorridas no período. No Iuperj/Candido Mendes, um grupo de pesquisadores, conduzidos pelo cientista político Renato Boschi, tem produzido, entre outras coisas, estudos sobre os padrões de continuidade e mudança no Brasil e na América Latina. Há quem enxergue a mudança apenas como resultado de momentos de crise. Há quem a veja como mecanismo inerente ao tempo e à história: ações incrementais se associam a legados institucionais, permitindo ao país enfrentar melhor as próprias crises.

Se aceita a segunda tese, a um conjunto de legados, como estabilidade macroeconômica, lei de responsabilidade fiscal e bancos públicos federais fortes, somam-se incrementos relevantes, como programas sociais robustos, maior intervenção estatal e aperfeiçoamentos de mecanismos e práticas fiscalizatórias no âmbito do Ministério Público, das polícias e da Receita Federal. Isso não foi obra do acaso, mas das instituições e seus personagens - muitos dos quais escarnecidos pelos habituais profetas do mau caminho. É o Brasil.

GOSTOSA


CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR

CARLOS ALBERTO SARDENBERG

Gastando por conta

O ESTADO DE SÃO PAULO - 31/08/09

Em 2 de setembro de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a um campo da Petrobrás no Estado do Espírito Santo para molhar as mãos no petróleo da primeira extração do pré-sal. A retirada era apenas experimental, mas serviu perfeitamente para mais um palanque. Ali, ao seu estilo, o presidente garantiu que em um ano a Petrobrás estaria explorando o óleo do pré-sal em larga escala.

Não está. Nem sequer está pronto o novo marco regulatório, prometido para um ano atrás.

Assim tem sido: muita disputa por uma riqueza ainda enterrada e pouca eficiência na construção dos modelos de exploração. Há quase dois anos, em novembro de 2007, o governo anunciou a primeira descoberta do pré-sal, o poço de Tupi. Seguiram-se outros anúncios - referentes aos poços Carioca, Iara e Júpiter -, enquanto a administração desenvolvia duas linhas de trabalho: na primeira, uma constante propaganda (ainda agora a Petrobrás está no ar com mais uma celebração); e pela segunda linha de trabalho, o governo federal trata de garantir para si a maior parte da riqueza a ser ali obtida.

O governo quer ter o controle e os frutos do pré-sal, razão pela qual pretende estabelecer um novo marco regulatório para o setor. Só que isso tudo exigirá mobilizar bilhões de dólares de capital, um arsenal de plataformas, sondas, navios, etc., e desenvolver tecnologia nova para, primeiro, confirmar que todo esse petróleo está lá mesmo e, segundo, retirá-lo de lá em quantidades industriais, e vendê-lo a preço bom.

O modelo de exploração deveria partir deste ponto: qual o melhor sistema para levantar capital, equipamentos, pessoal e tecnologia? Em vez disso, o governo se perguntou: Como faço para ficar com tudo? Não se trata apenas de estatizar, mas de estatizar com absoluto controle pelo governo federal.

Daí vêm os problemas com os Estados e as dúvidas das companhias privadas - nacionais e estrangeiras - que estarão envolvidas no esforço de exploração. Elas terão de colocar capital e serviços, mas em quais condições? O governo gostaria de concentrar tudo na Petrobrás, mas onde arranjar tanto dinheiro, numa administração que já gasta muito em todos os setores? Ou seja, a coisa vai atrasar mais ainda.

Oportunidade ou custo Brasil? - O presidente Lula também determinou ao seu pessoal que quer o desenvolvimento de uma completa indústria petrolífera no Brasil. Isso significa que companhias brasileiras deverão construir aqui a maior parte dos equipamentos necessários - de navios a sondas, de plataformas a oleodutos. Não se pode perder a oportunidade criada pela imensa demanda a ser gerada pelo pré-sal.

Certamente, há uma boa chance, mas antes disso está o custo Brasil.

Eis um bom exemplo: aquelas companhias precisarão de imensos contingentes de trabalhadores. Mas para contratar pessoas no Brasil, com carteira assinada, a empresa paga uma absurda quantidade de impostos. Veja o exemplo do gráfico abaixo: para cada R$ 100 de salário, a empresa paga nada menos que R$ 27,80 (considerando valores médios) em impostos diretos ao governo.

De seu lado, o trabalhador, antes de receber o salário, já deixa para o governo outros R$ 26.

Assim, para cada R$ 100 de salário formal, a empresa desembolsa R$ 127,80, o trabalhador leva para casa R$ 74 e o governo recolhe espantosos R$ 53,80 - ou um imposto direto sobre a folha de pagamento de 53,8%.

É uma das maiores cargas tributárias sobre o salário no mundo. Na Coreia do Sul, por exemplo, que é uma grande produtora de navios e equipamentos para exploração de petróleo, os impostos sobre o salário são inferiores a 10%. Idem para a China e para outros países asiáticos.

Acrescente aí que as empresas brasileiras ainda pagam muitos outros impostos - além de serem submetidas a um sistema tributário complicado, difícil e custoso -, e se verifica o tamanho da falta de competitividade.

Vai daí que é preciso reduzir a carga tributária, especialmente sobre os salários. Não faz sentido encarecer tanto a contratação num país que precisa gerar empregos.

Mas não dá para reduzir impostos sem reduzir o gasto público. Mas o governo aumenta gastos e conta com o aumento da arrecadação para pagá-los. Ainda agora, por exemplo, o governo acertou com as centrais sindicais um programa de benefícios previdenciários cujos custos avançam para os próximos 12 anos. E que dependem dos impostos sobre a folha de pagamento.

CLÁUDIO HUMBERTO

CGU investiga Ministério dos Transportes


Jornal de Brasília - 31/08/2009



A Controladoria-Geral da União investiga "várias denúncias", segundo o próprio órgão, apresentadas contra o Ministério dos Transportes. São acusações de ingerência, nepotismo e beneficiamento indevido de servidores, envolvendo empresas privadas, no Grupo Executivo da Pasta. O GE supervisiona a conclusão do inventário do extinto DNER, o atual DNIT. A CGU confirmou a investigação, mas não deu detalhes.

Triste memória
Sucessor do DNER, de triste memória, o DNIT herdou a prática de irregularidades: são investigados ao menos oito casos de nepotismo.

Silêncio
Procurados, o Ministério dos Transportes e o ministro Alfredo Nascimento se recusaram a se pronunciar sobre a investigação.

Blue chip
Sem risco e com lucro garantido, a Letra do Tesouro Nacional (LTN) é a nova vedete do mercado de capitais. Superou até a poupança.

Juca em Cuba
O ministro Juca Ferreira (Cultura) viaja à Cuba dia 14. Não se sabe ao certo o que pretende trazer de lá para a cultura brasileira.

Mineiro tenta denunciar maracutaia há 15 anos
Um engenheiro contratado na obra do "Residencial Parque do Mirante", em Uberaba (MG), financiada pela Caixa Econômica Federal, tenta há mais de 15 anos denunciar as falcatruas na construção. Segundo Pedro Coelho, foi encaminhada à CEF documentação que comprova ter havido fraude para esconder os vícios lesivos ao Erário. A denúncia foi até encaminhada à Procuradoria-Geral da República e à OAB-MG.


Ilegal
A principal acusação de Coelho é que a CEF liberou o pagamento às empreiteiras, apesar de as obras ainda não terem sido concluídas.

Providências
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, pediu "providências" da OAB-MG. Há um ano Coelho aguarda resposta.

Eles por eles
Lula pediu "moderação" ao "democrata" Hugo Chávez. É tão inútil quanto ele pedir a Lula que se lembre de tudo.

A próxima vítima
Responsável pela indicação de Lina Vieira, pelo aparelhamento da Receita Federal e pela rebelião no órgão, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nélson Machado, subiu voluntariamente no telhado.

Vínculo incômodo
Respaldados em pesquisas, os marqueteiros do governador José Serra procuram evitar a vinculação dele a FHC. Pegaria mal, tanto na hipótese da reeleição quanto (principalmente) rumo ao Planalto.

Estilo dos coronéis
Trava-se uma briga de vida ou morte entre o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (foto) e o ex-prefeito do Recife, João Paulo, pelo controle do PT pernambucano. Vale tudo, de dedo no olho à compra de voto.

Herança cobiçada
O espólio eleitoral de José Múcio Monteiro, que deve ser aclamado como próximo ministro do Tribunal de Contas da União, e não disputa o próximo pleito, virou objeto de cobiça dos políticos pernambucanos.

Polícia protegida
Em Brasília, os policiais da Delegacia do Paranoá trabalham protegidos contra gripe suína: todos usam máscaras e luvas, durante a abordagem (ou "baculejo") de suspeitos e depois, claro, álcool gel.

Escuridão para todos
Os 17 mil moradores de Epitaciolândia (AC) esperam desde 2004 a conclusão do programa "Luz para todos", do Governo Federal, prometidos pelo então governador Jorge Viana com a ministra Dilma.

A jornada e a urna
O presidente da Câmara, Michel Temer, deve adiar até quando puder a votação do projeto que reduz de 44 para 40 horas a jornada semanal de trabalho. Se for ao plenário antes da eleição, será aprovado.

Excesso de zombaria
Faz o maior barulho na Assembleia catarinense o adicional de insalubridade de R$ 162 mil mensais "por ruído excessivo" de máquinas inexistentes a 111 servidores. Se a insalubridade pega no Senado...

Pensando bem...
...o Brasil, até agora, só deu furo no pré-sal.

Poder sem pudor
Pegando no pé?
Após receber uma comenda do Tribunal Superior do Trabalho, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) surpreendeu o então presidente do TST:
– Ministro Francisco Fausto, pegue no meu pé e vamos à luta!
Ele respondeu com um trocadilho:
– Ao pegar no seu pé, daremos muitos passos para a garantia dos direitos dos trabalhadores, que hoje estão a pé, em termos de emprego...

GOSTOSAS


CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR

TODA MÍDIA

Nova era asiática

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 31/08/09

Na manchete global, nos sites do "Asahi Shimbun" ao "Financial Times", do "China Daily" ao "New York Times", a vitória por "avalanche" da oposição no Japão, abrindo uma "nova era".
O Partido Democrático, de "centro-esquerda" segundo "FT" e "CD", "coalizão de socialistas e dissidentes" segundo o "NYT", promete independência dos EUA e proximidade dos vizinhos asiáticos. "Inclusive China", notou o jornal chinês.
Entre outras mudanças, avisa o "NYT", pode levar à realocação da base dos EUA em Okinawa e ao fim do abastecimento japonês dos navios americanos no Oriente Médio. Para Daniel Sneider, da Universidade Stanford, "é o que acontece quando se tem um governo que precisa responder à opinião pública".
O "Asahi Shimbun" diz que o futuro primeiro-ministro já deve comparecer ao G20 no fim de setembro.

ASCENSÃO E QUEDA DO DÓLAR
Paul Kennedy, professor de Yale e autor de "Ascensão e Queda das Grandes Potências", escreveu no "NYT" sobre "O destino do dólar" e o "debate tão interessante" que foi detonado pelo G20 e pelo encontro dos Brics, "uma coalizão de Estados em ascensão".
Cita argumentos favoráveis e contrários às alternativas cambiais, para fechar citando o italiano Antonio Mosconi, que avalia a crise como "o último espasmo do papel internacional do dólar". Com ironia, Kennedy anuncia a diversificação de seu portfólio de investimentos, por segurança.

BRIC ACELERADO
A estatal alemã Deutsche Welle deu longa reportagem, destacada no UOL, dizendo que a "Crise acelera a predominância dos Brics".
Em suma, "Brasil, Rússia, Índia e China, os emergentes reunidos sob a sigla Bric, podem se tornar a locomotiva de novos impulsos para a economia mundial" e, segundo economistas de corporações alemãs, "a crise parece acelerar ainda mais o processo".

CRISE EXAGERADA
Armínio Fraga, hoje na Bovespa, diz à Dow Jones que "o Brasil pode ficar orgulhoso do modo como conduziu a saída do aperto no crédito".
Por outro lado, reportagem especial, no alto do UOL, destacou que a "Indústria ganha fôlego e pode ter exagerado nas demissões", cortando 580 mil de novembro a março. Pior, "Após demissões, Embraer e Vale têm lucro, mas ainda não contratam".

CABO-DE-GUERRA
Ontem à tarde na manchete do G1, "Medida provisória está descartada para pré-sal". E da estatal Agência Brasil, "Marco regulatório do pré-sal terá pedido de urgência". Eram informações protocolares do ministro de Energia, com detalhes sobre o anúncio de hoje.
Já noite adentro, na manchete da Folha Online, "Lula discute os royalties do pré-sal com os governadores do Sudeste". E no mesmo G1, "Lula e governadores iniciam reunião sobre royalties do pré-sal". Até o fechamento, nada de novo, por sites, blogs, Twitter.
Antes do jantar, José Serra, segundo Kennedy Alencar na Folha Online, afirmava poder mudar a lei novamente -e por medida provisória- se eleito presidente.

Na agência Associated Press, no topo das buscas de notícias do Brasil, "O presidente brasileiro deve propor uma nova legislação para dar à estatal de petróleo maior controle sobre as novas descobertas, mas as medidas já têm a oposição de três governadores-chave".

"CRAZY"
Da Unasul, no "Washington Post", "Líderes sul-americanos atacam acesso a bases colombianas", com foto de protesto. No "NYT", "Líderes criticam Colômbia sobre pacto militar". No espanhol "El País", único com enviado à Argentina, "Brasil freia o choque entre Caracas e Bogotá" e "teve que ser o presidente Lula, inspirador da Unasul, a dar um soco na mesa". A "Foreign Policy" se perguntou depois, em blog, "Por que as cúpulas latinas são tão malucas?"

"CHILD"
Em perfil no sábado, o "NYT" saudou como a "Filha da Amazônia balança a política de um país". Ouviu ONGs americanas e destacou que "sua história pode servir de inspiração aos brasileiros em busca de um presidente para o lugar de Lula"

O PRÓXIMO
O "WSJ" destacou que Steve Jobs desenvolve "tablet" para reunir celular e laptop -com vistas também a livros e jornais. Imagens já se espalham por blogs tipo Gizmodo, citando protótipos na China

FERNANDO RODRIGUES

A novidade

Folha de S. Paulo - 31/08/2009

Marina Silva discursou ontem por 34 minutos. Filiou-se ao Partido Verde. Firme, culta, falou para a classe média bem informada. Citou Gandhi, Mandela, Luther King, Leonardo Boff, Santo Agostinho e Guimarães Rosa.
A cerimônia foi transmitida ao vivo pela internet. A senadora pelo Acre deixou o PT disposta, como disse, a "construir uma nova casa". Ela é uma novidade, mas se soma a outra ainda maior que é o uso da web na política. O PV e sua cúpula parecem estar dispostos a pisar firme nessa estrada irreversível.
Se for candidata a presidente, o maior obstáculo de Marina é o tamanho de seu novo minúsculo partido e o tempo mínimo que terá na TV durante a campanha. Aí entrará um pouco, como ontem, a força realmente nova da eleição de 2010: o uso amplo da internet.
Mas é necessário relativizar antes de classificar Marina como um "Obama de saia". Nos EUA, foi transposta no ano 2000 a barreira de mais de 50% dos domicílios conectados à rede mundial. Aqui, numa conta otimista, haverá cerca de 60 milhões de internautas em 2010 -num universo próximo de 200 milhões de brasileiros.
É claro que 60 milhões formam um contingente nada desprezível. Mas esse é também o número mínimo de votos para vencer a eleição presidencial de 2010 -Lula, em 2006, foi reeleito no segundo turno com 58,3 milhões de votos.
Marina Silva certamente terá como se beneficiar do novo meio. Sobretudo arrecadando fundos e oferecendo uma forma de participação eficaz aos seus eleitores nestes tempos de praças vazias.
Ainda assim, no Brasil, é sobretudo pela TV o contato com os eleitores. Até porque está prestes a ser votada uma lei no Congresso restringindo o uso da web na política. Tudo somado, sem alianças para turbinar seu horário eleitoral, a senadora acriana arrisca-se a entrar na disputa sem chances reais.

NEGATIVO


INFORME JB

Óleo e sal, um cardápio amargo

Leandro Mazzini

JORNAL DO BRASIL - 31/08/09


NO ÚLTIMO ESFORÇO para convencer os estados maiores produtores de petróleo a aceitarem o marco regulatório do pré-sal, que vai ser lançado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou ontem para jantar, no Palácio da Alvorada, os governadores José Serra, de São Paulo, Sérgio Cabral, do Rio, e Paulo Hartung, do Espírito Santo. À mesa, o cardápio amargo da falta de acordo sobre a distribuição dos royalties da exploração da nova camada. Ontem à tarde, cada um embarcou para Brasília, com assessores e pastas recheadas de dados detalhados em defesa dos estados. Cabral, Serra e Hartung não aceitam a distribuição dos royalties para todos os municípios do Brasil. Lula tentaria convencê-los.

E fará apelo para que, mesmo não tendo ainda o consenso, participem da cerimônia de lançamento.

Calma, Lula Presidente de maior popularidade da história do país, Luiz Inácio Lula da Silva mandou blindar vidros e paredes do gabinete do Palácio do Planalto contra tiros de fuzil.

Calma, gente Antonio Palocci sentiu na pele, sábado passado, que até agora só foi absolvido pelo STF. Na concorrida festa do peão de Barretos, o locutor anunciou a presença do deputado federal. Levou uma vaia de metade da plateia.

Boiadeiro A festa, aliás, foi ponto de encontro do poder. Passaram por lá, lado a lado, o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, e o ministro do Trabalho, Carlos Luppi. O primeiro, social. O segundo, vestido de boiadeiro.

Tropeiros Um assessor especial do presidente Lula reuniu em Barretos, no fim de semana, 70 prefeitos, de vários partidos. Visitaram o hospital do câncer.

Mas o fim foi a festa.

Do bigode Pergunta de um assíduo leitor: Qual o bigode que tem mais credibilidade, o do José Sarney, o do Aloizio Mercadante ou o do Belchior, que está sumido?

Toma lá...

A corrida para a sucessão estadual é tão acirrada que o governador Sérgio Cabral fez uma baixa na campanha de Anthony Garotinho. Tirou do PR o vicepresidente no Rio e o levou para o PMDB.

... dá cá Trata se de Aleksander Santos, político em Maricá e executivo da Associação de Dirigentes de Venda e Marketing do Brasil (ADVB), que reúne empresários e governadores em almoços na capital.

2010 na rede O PSDB começou campanha por e-mail para “recrutar” colaboradores contra a “máquina do governo” para a campanha presidencial de 2010. Pede corrente de mensagens.

Memória O ministro aposentado do STF Sepúlveda Pertence, presidente da OAB nacional há 29 anos, quando da explosão da cartabomba que matou a secretária Lyda, lembra que o episódio foi a prova de que os militares já haviam perdido o controle.

Memória 2 “Não apenas na repressão violenta aos opositores armados mas também em relação à sociedade civil”, diz Pertence.

DENIS LERRER ROSENFIELD

Índices de produtividade


O Estado de S. Paulo - 31/08/2009
O governo engajou-se num projeto ousado, se não temerário, de mudar os índices de produtividade do campo brasileiro. E trata-se bem do campo, pois nenhuma atividade empresarial está submetida a tal exigência, como se os produtores rurais e o agronegócio devessem sofrer uma espécie de punição por investirem e produzirem. São pecadores desde sempre! Tal temeridade é ainda mais perigosa por criar um clima de instabilidade num ano que já se apresenta como pré-eleitoral. Literalmente, o governo está brincando com fogo.

Essa iniciativa depende apenas de uma portaria interministerial, a ser assinada pelos ministros da Agricultura e da Reforma Agrária. O primeiro, numa situação de constrangimento, não teria estado presente à reunião em que foi decidido esse anúncio. Depois, procurou equilibrar-se. Contudo, se assinar essa portaria, perde condições de continuar no cargo, ficando completamente desprestigiado. Ressalte-se que o ex-ministro Roberto Rodrigues, quando titular da Pasta da Agricultura, recusou-se a assinar tal portaria, embora já estivesse pronta - atitude que teria sido a razão de sua renúncia ao cargo.

O MST obteve essa decisão presidencial ao cabo de várias manifestações, culminando com uma marcha em Brasília. Observe-se que o presidente já havia anunciado medida do mesmo tipo quando de sua eleição em 2006, como forma de retribuição pelo apoio recebido. O anúncio, no entanto, terminou não se concretizando numa portaria, provavelmente pelo risco de instabilidade institucional que a medida acarretaria. Se isso agora ocorrer, poderemos ter a certeza de que os próximos anos testemunharão uma recrudescência de invasões, com o MST aumentando a sua ingerência no campo brasileiro, com expansão possível de suas atividades às cidades.

Embora essa organização política tenha sido fortalecida financeiramente pelo atual governo, via concessão de recursos por intermédio de entidades de fachada, ela vinha perdendo fôlego perante a opinião pública. Financeiramente, nunca esse movimento gozou de tantos recursos, repassados por diferentes Ministérios, como os da Reforma Agrária, da Educação e do Desenvolvimento Social. Politicamente, porém, suas ações expuseram, cada vez mais, seu caráter arbitrário, com atos explícitos de violência em suas invasões e na ausência de objetivos concretos em suas demandas. Uma das razões disso consiste em que, sob os atuais índices de produtividade, não existem mais "latifúndios improdutivos" no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil senão marginalmente. Ora, são essas regiões o foco das ações do MST. No Norte a questão é de regularização fundiária e no Nordeste há ainda algumas regiões que se situam abaixo dos índices atuais de produtividade.

Trata-se, portanto, de uma criação artificial de latifúndios improdutivos. Segundo estimativas do ministro Guilherme Cassel, da Reforma Agrária, o governo teria a criação "artificial" de 33 milhões de hectares de propriedades "improdutivas". Para se ter uma ideia da enormidade anunciada, o Brasil já conta com 80,6 milhões de hectares de assentamentos, segundo dados de dezembro de 2008. Chegaríamos a algo em torno de 113,6 milhões de hectares de assentamentos. Ora, o conjunto de lavouras permanentes (55 milhões), temporárias (17 milhões) e de florestas plantadas (6,5 milhões) é de 78,5 milhões de hectares - dados de dezembro de 2008. Tem-se, assim, uma ideia mais precisa do dano que está para ser causado.

O que não se diz, também, é que nos "novos" desapropriados "latifúndios improdutivos" não teremos mais produção de nada, dada a falência do processo de reforma agrária no País. Ou seja, terras produtivas serão repassadas para quem não produz, com a queda do ritmo de expansão da agricultura, que, além de atender com alimentos baratos a todo o mercado interno, tornou-se um grande polo exportador, colocando o País dentre os primeiros do mundo. Poderíamos, então, colocar a seguinte questão: quais são os índices de produtividade dos assentamentos brasileiros? Por que não vêm eles a público? Uma medida prática, de enorme repercussão, consistiria em aplicar os atuais índices de produtividade aos assentamentos, de modo que se pudesse verificar a contribuição que dão ao País. Seria não apenas uma questão de equidade, mas de transparência necessária, pois o cidadão brasileiro tem o direito de saber para onde vão os recursos destinados à dita "reforma agrária".

Observe-se, ainda, que tal iniciativa governamental se inscreve num contexto de crise mundial, com alguns produtos agrícolas sendo vendidos abaixo de seu custo de produção. Ora, de acordo com uma economia de mercado, o que deveriam fazer tais produtores e empresas? Diminuir a sua área plantada, para reduzir, nessa situação, a sua produção e os seus prejuízos. O que está, no entanto, obrigado a fazer? A produzir mais, pois se não o fizer pode perder a sua terra! O produtor rural e o agronegócio ficam expostos à seguinte situação: de um lado, a crise mundial exigindo medidas específicas de controle da produção; de outro, o MST ameaçando invadir segundo novos índices de produtividade.

O empreendedor rural e o agronegócio são punidos pelo aumento de sua produtividade. Um banco, uma siderúrgica ou uma fábrica de eletrodomésticos ganham com seus investimentos, suas inovações e os riscos assumidos. O que acontece com um empreendedor e uma empresa rurais? Os seus ganhos não revertem para si, mas estão sob a ameaça de ser transferidos para o MST se não alcançarem um determinado patamar. A que visa, na verdade, uma revisão dos índices de produtividade? A uma transferência de bens, a uma transferência de propriedade. E para quem? Para uma organização política de cunho leninista que procura inviabilizar a economia de mercado, destruir o direito de propriedade e implantar um regime socialista autoritário/totalitário.

CABEÇA A PRÊMIO


RICARDO NOBLAT

A Justiça é cega

O GLOBO - 31/08/09

“É questão de status: 99% dos brasileiros na situação de Palocci seriam réus a essa altura.” (Luiz Flávio Gomes, jurista)

O que é o que é? Tem tromba de elefante, corpo de elefante, pata de elefante, mas não é um elefante, segundo o
Supremo Tribunal Federal? É o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci depois de se livrar da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra os suspeitos pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

“Decisão judicial não se discute, cumpre-se”, repetem os que consideram errada uma sentença, mas preferem calar a respeito. Decisão judicial se discute, sim.

Juiz não é infalível. A infalibilidade do Papa só se tornou dogma em 1817. Mesmo assim se restringe às questões e verdades relativas à fé e à moral. Acata-se decisão judicial. Mas, quando possível, se contesta junto à própria Justiça.

Francenildo foi caseiro de uma mansão em Brasília frequentada por prostitutas de luxo, Palocci e ex-assessores da época em que ele foi prefeito de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Desconfiase que ali rolavam negócios sujos. Em depoimento na CPI dos Bingos do Senado, um motorista havia dito ter visto Palocci na mansão várias vezes. Palocci jurou jamais ter ido lá.

Descoberto pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Francenildo contou que flagrara Palocci na mansão de 10 a 20 vezes. A entrevista foi publicada no dia 14 de março de 2006. No dia 16, Francenildo renovou a acusação na CPI. Só pôde fazê-lo porque chegou com atraso ao Senado liminar concedida pelo ministro Cezar Peluso em ação impetrada pelo PT, proibindo Francenildo de depor.

No mesmo dia, pelo menos seis órgãos do Estado, entre eles a
Polícia Federal e a Receita, se ocuparam em devassar a vida de Francenildo.

Um empregado da jornalista Helena Chagas confidenciara a ela que Francenil do procurava uma casa para comprar.

Como poderia ter tanto dinheiro para isso? A informação bateu nos ouvidos do senador Tião Viana (PTAC), que a repassou a Palocci, que convidou Helena para um encontro.

Palocci perguntou a Helena se o empregado dela toparia depor contra Francenildo.

Helena respondeu que não. Às 19h, no Palácio do Planalto, Palocci reuniu-se com Jorge Mattoso, presidente da Caixa Econômica.

Em seguida, foi para casa e Mattoso voltou ao prédio da Caixa. Às 20h, Mattoso entregou a um assessor o CPF e o nome completo de Francenildo. Saiu para jantar em um restaurante.

Dali a uma hora, Mattoso recebeu do assessor um envelope pardo com os extratos bancários de Francenildo, dono de uma conta na Caixa e de depósitos que somavam R$ 38.860,00. Estava consumado o crime de quebra do sigilo bancário.

Ainda no restaurante, Mattoso atendeu a um telefonema de Palocci. Foi ao encontro dele. Palocci examinou os extratos. Que, no dia seguinte, foram parar na sucursal da revista “Época”.

Pouco depois das 19h do dia 17, a revista postou os dados em seu site junto com a explicação de Francenildo sobre a origem do dinheiro — uma doação do empresário Eurípedes Soares da Silva, seu pai. Eurípedes confirmou a doação, mas negou que fosse pai de Francenildo. A tentativa de desacreditar o caseiro, sugerindo que ele fora subornado para mentir, acabou desmontada até as 22h. A mãe de Francenildo admitiu que ele era filho bastardo do empresário.

O próprio Eurípedes confessou que dera dinheiro a Francenildo para não ter que reconhecê-lo como filho.

“Por que fizeram isso comigo?” — queixou-se Francenildo. Porque “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”, conferiu o ministro Marco Aurélio de Melo, um dos quatro votos vencidos na sessão do Supremo da semana passada.

Cinco colegas dele rejeitaram a denúncia contra Palocci.

Não viram indícios suficientes de sua participação na quebra do sigilo.

Sobrou para Mattoso, que será processado pela quebra do sigilo bancário do caseiro. Para a Justiça, o elefante da história é ele.

Quanto a Palocci, poderia ter denunciado Mattoso ao receber dele os extratos de Francenildo. Ignora-se por que não o fez.

PAINEL DA FOLHA

Best-seller

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 31/08/09

Quem conhece os livros de Augusto Cury identificou imediatamente a presença do autor no discurso feito por Marina Silva para marcar seu ingresso no PV e, de maneira subentendida, o lançamento da candidatura à Presidência. Passagens como ‘não é um novo caminho, mas uma nova maneira de caminhar’ remetem ao conteúdo de títulos como ‘O Vendedor de Sonhos’ e ‘O Código da Inteligência’, que já venderam mais de 12 milhões de exemplares em todo o mundo.
O psiquiatra Cury, que se filiou na mesma cerimônia de Marina, conversa regularmente com a senadora. Não apenas ajudou a prepará-la para o evento de ontem como, segundo o próprio partido, vai colaborar na elaboração do programa de governo.

Sarcasmo - No governo e no PT, muita gente só se refere a Marina como ‘a santa’.

Reserva - Um dos nomes cotados para vice na chapa de Marina, Roberto Klabin, do movimento SOS Mata Atlântica, pertence a um grupo empresarial com tradição em doações eleitorais. Em 2006, a Klabin injetou R$ 4 milhões em campanhas de candidatos de vários partidos.

Resposta - O PT de Alagoas quer lançar ao Senado o ex-superintendente da PF José Pinto de Luna, que se tornou um símbolo do combate à corrupção no Estado. Seria um contraponto à eventual candidatura de Heloisa Helena (PSOL). A filiação está marcada para 11 de setembro.

Memória 1 - O ministro Joaquim Barbosa, agora relator no STF do mandado de segurança de senadores contra o arquivamento dos processos de José Sarney, em fevereiro declarou-se impedido de participar, no TSE, do julgamento da cassação de Jackson Lago, decisão que reconduziu Roseana Sarney ao governo do Maranhão.

Memória 2 - Na época, circulou que Barbosa teria recebido em seu gabinete a desembargadora Nelma Sarney, cunhada do presidente do Senado e presidente do TRE do Maranhão. Antes, o TRE condecorou-o com a medalha ‘Ministro Arthur Quadros Collares Moreira’, criada para homenagear personalidades da Justiça Eleitoral.

Longo prazo - A volta do ministro Carlos Menezes Direito ao Supremo não é esperada para breve. Os processos dos quais é relator começam a ser redistribuídos. O caso de Salvatore Cacciola passou para Cármem Lúcia. Direito está em licença médica.

No sal 1 - Um aliado explica a radicalização de Sérgio Cabral (PMDB) na questão do pré-sal: o governador sempre vendeu como ‘vantagem comparativa’ sua proximidade com Lula. Se perder o primeiro embate relevante para o Estado, ficará em maus lençóis na reeleição.

No sal 2 - Para efeito de comparação, na era dos ‘briguentos’ Garotinhos o Rio de Janeiro conseguiu arrancar do governo federal uma antecipação de receita de royalties que permitiu ao Estado sair do sufoco financeiro.

Expresso - A Mesa da Câmara vai ditar o ritmo da tramitação dos projetos do pré-sal. Se considerar que o assunto diz respeito a pelo menos quatro comissões, cria-se uma Comissão Especial, o que resulta num só relator por matéria.

Andar com fé - Tempos atrás, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) presenteou José Genoino (PT-SP) com três terços muçulmanos, peça para proteção e mentalização positiva. O petista passou a usá-la em todos os momentos.

Já foi - José Sarney (PMDB-AP) telefonou para o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para combinar a apresentação de um plano de carreira dos servidores das duas Casas. No final da semana, Temer anunciou como será o da Câmara. E Sarney teve de suspender o do Senado

Tiroteio

A justificativa de divergências com o partido não impediu que milhares de vereadores tivessem os mandatos cassados. Resta saber se Marina Silva e Flávio Arns perderão seus mandatos.
De José Jairo Gomes, Procurador Eleitoral em
Minas Gerais, sobre infidelidade partidária.

Contraponto

Irrevogável e inadiável

Primeiro petista a bater de frente com José Sarney, Tião Viana passou a evitar atritos nos capítulos mais recentes da crise no Senado. No dia em que a bancada do partido rachou no Conselho de Ética, sua ausência foi notada. Já no final da reunião, apareceu rapidamente na sala e cumprimentou o tucano Athur Virgílio, mas nada disse. Na saída, viu-se cercado de jornalistas.
- Estou atrasado para um compromisso e não gostaria de me manifestar sobre essa polêmica_ esquivou-se.
- Mas senador, a gente queria falar com o senhor sobre a saída da Marina Silva do PT...
- Ih, agora é que eu fiquei realmente atrasado..._ disse Tião, ensaiando uma corridinha para sair da área.

GOSTOSA


CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR

RUY CASTRO

Tiros no peito


DE SÃO PAULO - 31/08/09

Parece folclore ou coisa de filme, mas às vezes acontece, e sempre sai nos jornais. Há dias, em Ocauçu, cidade do interior paulista a 425 km da capital, um homem de 53 anos levou três tiros. Um deles, no peito, poderia ter sido fatal se ele não levasse no bolso da camisa uma carteira e, dentro desta, uma rica medalha chinesa, que reduziu o impacto da bala.

A primeira vez que fiquei sabendo de caso parecido foi em Portugal, em 1974, onde eu morava, no apogeu da Revolução dos Cravos. Uma briga entre duas sólidas vendedoras de peixe por causa de um homem, na feira de Lisboa, fez com que uma desse um tiro na outra, à queima-roupa. O impacto jogou a mulher quase um metro para trás, mas ela não morreu. Um jornal deu: “A trabalhadora da indústria piscatória foi salva pelas barbatanas do seu sutiã, as quais lhe serviram de couraça”.

Quando digo que parece coisa de filme é porque, no cinema mudo, os faroestes americanos usaram muito essa ideia. No começo, era o xerife que se salvava de morte certa porque a bala que lhe era destinada pelo bandido ricocheteava na estrela que ele trazia pregada na camisa.

Depois, Hollywood radicalizou e criou a sequência em que o pastor da cidade, amigo do mocinho, também era atingido no coração por uma bala durante o tiroteio final. Mas não morria, porque era salvo pela Bíblia que trazia no bolso interno do paletó. A ideia era boa, mas o cinema abusou dela de tal jeito que teve de abandoná-la – ninguém mais a levava a sério.

Woody Allen propôs uma alternativa original num dos seus textos para a “New Yorker”. Ele se imagina parado numa esquina quando passa um pastor e lhe atira uma Bíblia. Esta o atinge em cheio no peito. Mas Woody não morre, porque é salvo por uma bala que trazia no bolso da jaqueta.

ANCELMO GÓIS

Antes do Pré-sal

O GLOBO - 31/08/09


Ao contrário do senso comum, a arrecadação federal com o petróleo não é bem uma brastemp.

A indústria de petróleo pagou para o Leão 0 ,97% do PIB, no primeiro semestre deste ano. Há seis anos a mesma receita tinha sido de 1,68% do Produto.

Isto num período em que a produção e o consumo de petróleo cresceram muito.

Segue...

Para se ter uma ideia, se a carga atual fosse igual à do primeiro semestre de 2003, o setor deveria ter pago R$ 10,3 bilhões a mais para a Receita.

As conclusões são de um estudo do economista José Roberto Afonso.

A lista da Petrobras

A Petrobras encaminhou para a CPI a lista de quem foi patrocinado por ela desde o ano 2000 mdash; ou seja, incluiu dois anos de FH.

São 316 páginas, que citam os nomes dos projetos, valores de patrocínio e situação atual dos convênios.

Segue...

O dossiê inclui a prestação de contas dos projetos beneficiados e indicações de eventuais irregularidades descobertas pela própria estatal.

Visita de negócios

O bilionário americano Sam Zell, de 66 anos, visita o Brasil esta semana.

Ele é sócio da rede de shoppings BR Malls mdash; um deles é o São Conrado Fashion Mall — e dono dos jornais “Chicago Tribune” e “Los Angeles Times”.

No mais

É como disse o mestre Veríssimo, aplicando à política a velha questão sobre quem veio primeiro, o ovo ou a galinha: — Lula deve sua existência política ao PT ou o PT deve seu poder político a Lula?

Torneiro mecânico

Do economista Paulo Guedes, no 4oCongresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão, São Paulo: — É preciso investir mais em educação. Está faltando mão de obra qualificada. Aliás, falta torneiro mecânico, até porque um foi ser Presidente.

Copa da África

A TV Globo já decidiu o tema do primeiro “Globo Repórter” de 2010. Será sobre a Copa da África do Sul, dia 1 de janeiro.

Aliás...

O “Jornal Nacional” já começou a gravar os perfis dos jogadores que devem ir à Copa.

Os 23 convocados só serão anunciados em maio de 2010, mas o pessoal da Globo não aposta em surpresas.

O coleguinha Tino Marcos já foi até a Volta Redonda gravar com a família do meia Felipe Melo, por exemplo

Justiça no Rio

O ministro e poeta Carlos Ayres Britto, do STF, foi um dos sofredores vascaínos que foram ao Maracanã, sexta, na derrota do clube por 2 a 0 para o Ceará

Edith Piaf

Ainda na sexta, a ministra Carmen Lúcia, outra do STF, na plateia do Teatro João Caetano, no Rio, aplaudiu de pé Bibi Ferreira em “Bibi canta e conta Piaf”.

Concerto de piano

Dia seguinte, sábado, foi a vez de o ministro Joaquim Barbosa, outro do STF, assistir ao concerto de pianos do projeto Música no Museu, no Forte de Copacabana.

A pátria gay

Veja só: a festa GLS JukeBox, marcada para dia 6 agora, nesse novo Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, no Rio, prepara uma homenagem para a data nacional da Independência, no dia seguinte.

À meia-noite, a turma gay será conclamada a dar “um grito pela independência do Brasil”.

Vagas em Ipanema

O prefeito Eduardo Paes vai autorizar a construção de uma garagem subterrânea na praça N. S. da Paz, em Ipanema, no Rio.

Xuxa e Zeca

Zeca Pagodinho convidou Xuxa para passar um dia em Xerém, onde mantém seu sítio.

— Ele já sabe que eu não bebo, não fumo e não como churrasco. Mas fico com as crianças, tipo babá.

ZONA FRANCA

José Luiz Runco festeja 15 anos da Clínica Barra Trauma e passa a atender no Centro Médico de Ipanema.

O ministro Gilmar Mendes faz palestra hoje na Firjan.

Bruno Barata Magalhães foi eleito o Jovem Advogado do Ano pela International Bar Association.

Estão abertas as inscrições gratuitas para o 9 Congresso Amil de Medicina, dia 18, no Windsor Barra.

A Cosac Naify lança “Matisse: imaginação, erotismo e visão decorativa”, na Casa de Rui Barbosa, nesta quinta.

Abre hoje o 19 Encontro Nacional dos Órgãos do Meio Ambiente, no Rio.

Bruno Gagliasso estará hoje no estande da Nouvelle, na Beauty Fair.

DESATIVADO HÁ 13 anos, o antigo Cine Olaria será transformado em centro cultural. Lojas, bares, restaurantes e novas salas de cinema vão ocupar os três mil metros quadrados de área, numa reforma orçada em R$ 9 milhões e comandada pela Secretaria estadual de Obras, de Luiz Fernando Pezão. O projeto (veja a ilustração) contempla, ainda, a urbanização dos acessos, criando uma via de pedestres e promovendo, até que enfim, a tão esperada revitalização da Rua Uranos, uma das principais da Leopoldina e casa do famoso Cacique de Ramos. Ponto para a cultura!