sexta-feira, abril 24, 2009

UM CONTO DE FADA

SENSACIONAL. VEJA O VÍDEO

Enviado por APOLO
 VALEU!!!

AUGUSTO NUNES

Apertem o cinto, ilustres passageiros

VEJA ONLINE 

A ira da patroa é muito pior que a indignação de milhões de brasileiros, informam, conjugados, o silêncio de deputados ou senadores pendurados na bandeira da ética e o berreiro de meliantes notórios.  Todos esconderam da matriz viagens em companhia da filial, sob o gentil patrocínio do Congresso. Como explicar-se em casa depois da divulgação da lista com os nomes das acompanhantes? Como livrar-se da tempestade doméstica desencadeada pela identificação da passageira na p;oltrona ao lado?

É bom que a turma toda encontre desculpas, pretextos e álibis até domingo. A partir de segunda-feira, uma picante sequência de revelações fortalecerá a suspeita de que o mandato parlamentar é afrodisíaco. Alguns viajantes foram fotografados no momento do embarque. Muitos casais oficiosos aparecem sorrindo longe do Brasil e supostamente do perigo, emoldurados por paisagens de cartão postal, felizes com a lua-de-mel internacional. 

O site Congresso em Foco constatou que, entre janeiro de 2007 e outubro de 2008,  a Câmara dos Deputados bancou 1881 viagens ao Exterior. O ranking das cidades preferidas é encabeçado por Miami (315 passagens aéreas),  Paris (172)  e Buenos Aires (148). Não são poucas as mulheres de deputados que nunca fizeram escalas nesse circuito romântico.  Caso não se convençam de que é tudo invenção da imprensa, sempre maquinando o  fechamento do Congresso,  vem aí a Grande Guerra Conjugal.

Os pecadores a serviço da pátria só saberão na próxima eleição se perderam votos com a farra aérea. Mas já na próxima semana vão perder o sono. E o sossego.

Aí cambada, na próxima semana teremos emoções fortes. Saberemos quem tá comendo quem. Aqui em Natal, A DePUTAda Fátima Bezerra PT, sapatão não assumida, viajou no circuito Buenos Aires - Chile com sua amante e assessora, Brasília Ferreira, para uma nova lua de mel. Fátima, que não assume o seu sapateado, além da BOLSA-BOMBRIL, deveria ser processada por nepotismo, já que sua companheira/esposa trabalha em seu gabinete. É MUITA PUTARIA.

DEPOIS CONTO MAIS

INFORME JB

O clã Maranhão quer mais poder

Leandro Mazzini

JORNAL DO BRASIL - 24/04/09

O poder do clã Maranhão na Paraíba foi duplicado. Mal tomou posse como governador, há dois meses, o ex-senador José Maranhão viu a mulher, Fátima Bezerra Maranhão, desembargadora no Tribunal de Justiça, virar vice-presidente do TJ na semana passada. Até aí, algo já conhecido como bajulação corporativa entre poderes, independentemente do mérito da senhora. O que vem de carona é surpresa. Nasceu nos gabinetes da cúpula a ideia de criar mais seis vagas de desembargadores. Isso elevará em R$ 1,2 milhão os gastos – cada desembargador custará R$ 200 mil, com estrutura, salário, servidores. A proposta, ainda em redação, será enviada em breve para a Assembleia Legislativa para apreciação. O problema do TJ é que, ali, Maranhão ainda não tem maioria.

TV Justiça é... No bastidor

Parece piada. Mas o slogan da TV Justiça, que transmitiu ao vivo na quarta o histórico bate-boca entre dois ministros, é 53 é cultura, como mostra o flagrante acima no carro da reportagem, em Brasília, ontem pela manhã.

Com exceção do lamentável episódio, o canal virou referência por suas produções próprias e pela equipe envolvida. Já os personagens da novela da vida real...

Crise geral

Do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), sobre novos tempos, com a briga no STF: "Vivemos uma crise das instituições".

Mais briga

O PT vai acionar o PPS no Tribunal Superior Eleitoral pelo que considera terrorismo na TV, sobre a propaganda partidária na qual o deputado federal Raul Jungmann (PE) aparece dizendo que o governo vai mexer na poupança.

Olheiros

Pouca gente percebeu: saiu no Diário Oficial o novo estatuto da Infraero. A arapongagem da estatal ganhou status oficial, será a Inteligência Empresarial. Os militares, aliás, ganharam força.

Olheiros 2

A Infraero tem agentes da Abin, em seus quadros, concentrados em Brasília e, outro grupo, espalhado pelos principais aeroportos. Em tempos de terrorismo global, é para prevenção.

Ah, Sabrina

Sabrina Sato, do Pânico na TV, visitou o Congresso quarta e deixou muito deputado de saia justa. Implicou com a barriga grande de um deles. "Com esse barrigão o senhor não vê o seu pingolim".

Aero-Senado

Senadores mandaram limpar as gavetas. Ali, os nobres foram mais gentis que os deputados sobre distribuição de passagens.

Boxeador

O senador Magno Malta (PR-ES), cantor gospel nos fins de semana, foi elogiado ontem por uma mulher em plenário. Disse que emagreceu, sim, porque pratica "duas horas de boxe".

Piedad aqui

A Senadora Piedad Cordoba, do Partido Liberal da Colômbia, passa pelo Brasil semana que vem. Vai divulgar a Luta pela Paz na Colômbia e o resgate dos prisioneiros das Farc.

Tour

Principal interlocutora entre o governo colombiano e as Farc, Piedad vai estar com o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff. E na terça visita a Comissão de Relações Exteriores no Congresso.

Que crise?

Apesar de o presidente do BC pedir cautela, surge notícia boa. O Pará fechou março com crescimento de 25,45% nas exportações. Foi puxado pela alta dos setores mineral, de carne e madeireiro, responsáveis por 94,4%.

Fartura

Esses setores faturaram, juntos, US$ 792 milhões, contra US$ 634 milhões em fevereiro. A balança comercial do Pará teve superávit de U$ 682,9 milhões em março.

Logística

ArcelorMittal quer instalar o sistema SAP TP/VS (Transportation Planning and Vehicle Scheduling) nas usinas de Aços Longos até o fim do ano. O sistema permite reduzir custos de transporte e melhorar o atendimento.

GOSTOSA


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PARA...HIHIHI

SUS  X  PLANO DE SAÚDE

O Ministro da Saúde está fazendo uma visita rotineira em um hospital, acompanhado de um dos seus diretores quando, ao abrir a porta de um quarto, vê um sujeito se masturbando.
Meio constrangido, o diretor apressa-se em explicar:
- Trata-se de uma rara doença. Esse paciente produz excesso de esperma e é obrigado a se masturbar várias vezes por dia, caso contrário os seus testículos incham como uma bola.
Depois de visitar o Centro Cirurgico, a enfermaria e a UTI, o Ministro já está indo embora quando, por engano, abre a porta de um outro quarto e vê uma enfermeira fazendo um tremendo boquete num paciente.
- Mas o que é isso? - pergunta o ministro, espantado.
E o diretor:
- Esse rapaz tem a mesma doença que o outro! Só que o Plano de Saúde dele é muito melhor... 

FERNANDO GABEIRA

Aos que estão por vir


Folha de S. Paulo - 24/04/2009
 

Na crista da crise mundial, sopram ventos de mudanças. No norte, banqueiros e executivos tornam-se vilões. Aqui, políticos sofrem um bombardeio.
Pelos seus traços fortes, caricaturais, os Parlamentos são alvo predileto. É perigoso concentrar só neles. Às vezes, acho que o governo escapa, sobretudo porque é um grande anunciante. Mas, pensando melhor, não é esse o ponto.
O caso dos cartões corporativos ganhou grande espaço. Tanto ele como o escândalo das passagens são de fácil entendimento. Licitações, editais, relações com ONGs são temas ásperos, que não se reduzem a falas de 30 segundos nem se traduzem na linguagem visual.
O que dizer da transparência no Judiciário, no Ministério Público? Não há demanda para saber como se comportam juízes e procuradores nem como é gasto o dinheiro com eles.
Não são eleitos pelo voto popular. Independem dessa confiança básica, renovável. Com suas limitações, o processo que o avanço social e técnico deflagrou é a semente dos novos tempos. Na internet e entre os leitores, a sensação é a de que todos os políticos são iguais e deveriam desaparecer. É um equívoco. Depois de uma explosão nuclear, nem todos desaparecem: as baratas sobrevivem. Um Congresso fantasma ou um Congresso fechado não interessam à democracia. Vale um esforço para ajustar sua conduta agora e renová-lo em 2010. Quem dá um passo à frente?
A sociedade avançou, a política envelheceu. É uma crise de crescimento da democracia. Jamais alcançaremos a perfeição. Mas vai melhorar. E os que estão por vir, como no poema de Brecht, serão compreensivos com os tempos sombrios que vivemos.
Resta trabalhar para que a energia dos escândalos não esgote a busca de soluções. Devem andar juntas, como luz e sombra.

BRASÍLIA - DF

O próximo escândalo


Correio Braziliense - 24/04/2009
 

O Ministério Público e os órgãos de controle da Câmara dos Deputados detectaram indícios de comércio ilegal de passagens aéreas em 12 gabinetes parlamentares. O caso está cercado de sigilo porque ainda não se sabe se as excelências estão envolvidas ou se os funcionários que agiram sem o conhecimento do deputado ou deputada, vendendo parte da quota que não era utilizada. Nas listas de passageiros divulgadas, alguns deputados não estão reconhecendo os nomes dos beneficiados com passagens emitidas nas suas respectivas quotas. 

Na avaliação dos políticos, esse é o ângulo mais grave de todos os abusos praticados no tema passagens aéreas. Mas ninguém fala em abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A avaliação geral é a de que as lideranças e o próprio Michel Temer não têm hoje um respaldo da Casa para essa tarefa de investigação. Até para compor a chamada comissão que deverá ficar responsável pela reforma administrativa da Casa há dificuldades em indicar deputados. Até agora, só se sabe que a coordenação ficará com o primeiro-secretário, Rafael Guerra (PSDB-MG), um dos mais respeitados do Parlamento.


E segue o baile

Os líderes partidários se preparam para, na próxima semana, votar as medidas provisórias que trancam a pauta e partir em seguida para a votação do cadastro positivo, a proposta que permitirá a redução dos juros para os bons pagadores. Na última reunião de avaliação do Poder Executivo, ficou decidido que a única maneira de tentar sair do desgaste da crise que atinge o Congresso é tentar manter a rotina em plenário. 

Enquanto isso, no Senado…

Depois do tiroteio de participar de campanhas políticas sem se afastar do cargo, a diretora de Comunicação do Senado, Elga Maria Teixeira, pediu demissão esta semana e o presidente José Sarney aceitou. E os diretores da Casa se reuniram para selar um pacto de não agressão, no sentido de evitar o vazamento de informações para a imprensa. 

Recuo estratégico

A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de reduzir em 4,42% o preço da energia cobrada pela Companhia de Eletricidade de Pernambuco (Celpe) nas residências foi vista pelos deputados como uma tentativa de evitar duas frentes: a CPI da conta de luz e o recurso do governador Eduardo Campos, que contesta o reajuste de 85% nas tarifas, acumulado nos últimos seis anos. Só que não vai colar. Nem Dudu da Fonte (PP-PE) desistiu da CPI e nem Campos do recurso. 

Rota de colisão

O PDT da Câmara decidirá nos próximos dias se o deputado Dagoberto Nogueira (MS) será o líder do partido no segundo semestre, conforme acertado pela bancada no início do ano. Ele figura como campeão de viagens internacionais com parentes — são 40 bilhetes emitidos na sua cota. E os pedetistas temem ficar expostos a desgastes, caso ele assuma o posto. 

No cafezinho

 
 

Se brincar…/ O senador Epitácio Cafeteira (foto), que tem problemas de saúde e sempre viaja acompanhado da mulher, saiu-se com esta ao comentar as restrições das passagens aéreas: “Se a coisa continuar assim, nós vamos acabar recebendo vale-transporte”. 

Em tempos de crise…/ A maioria dos deputados fugia ontem das câmeras de TV. Sabe como é… ninguém quer colocar a cara para explicar o escândalo das passagens aéreas. 

Sereno/ Quem estava ontem tranquilo em seu gabinete era o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Adversário de Michel Temer (PMDB-SP) na disputa pela Presidência da Câmara em janeiro, ele assiste de camarote ao desgaste interno do peemedebista. 

Primeiro, foi Gilmar Mendes/ … que recebeu apoio dos demais ministros do Supremo Tribunal Federal por causa do bate-boca com Joaquim Barbosa. Ontem foi a vez de Joaquim Barbosa ser homenageado. O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Antonio Carlos Bigonha, e o da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), José Carlos Cosenzo, fizeram gestos em prol do ministro. 

TOM & JERRY


MÓNICA BÉRGAMO

No lixo


Folha de S. Paulo - 24/04/2009
 

O ex-ministro Antonio Palocci colheu uma vitória substancial ontem numa das mais rumorosas denúncias a que responde: a da "máfia do lixo". O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, recomendou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que ela seja rejeitada e arquivada porque "as provas até aqui colhidas não são suficientes para firmar sua participação nos fatos delituosos narrados", acolhendo os argumentos da defesa apresentados pelos advogados José Roberto e Guilherme Batochio. A decisão final é do Supremo.

NO LIXO 2
Em 2006, promotores de São Paulo chegaram a pedir a prisão preventiva de Palocci por suposto envolvimento no superfaturamento de contrato de limpeza pública municipal na gestão do petista em Ribeirão Preto, durante 2001 e 2002. 

NO PLANALTO
E o presidente Lula já avisou a interessados que convocará reunião com os "paulistas" para discutir a escolha do candidato do PT que disputará o governo de SP em 2010. Devem ser chamados, além de Palocci, outros possíveis pré-candidatos como Emídio de Souza, prefeito de Osasco, Fernando Haddad, ministro da Educação, e a ex-prefeita Marta Suplicy. "O Lula está demonstrando uma queda pelo Haddad", diz um deles. "Mas, em SP, ele não pode simplesmente fazer um "dedazo"." 

ÁGUA FRIA
Maior bombeiro, ao lado de Marco Aurélio Mello, para apagar a crise no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Carlos Ayres Britto não faz coro com a turma dos que pretendem isolar o ministro Joaquim Barbosa por suas desavenças com outros colegas do tribunal. "O Joaquim é uma pessoa inteligente, séria, leal, corajosa, autêntica, refinada e que tem uma lição de vida para transmitir a todos nós", derrama-se Britto. Os dois até marcaram um almoço ontem, para "espairecer".

LIÇÃO DA QUEDA
Sobre a crise do bate-boca entre Barbosa e o ministro Gilmar Mendes, o ministro Britto afirma: "É como dizia o [escritor] Fernando Sabino: é preciso fazer da queda um passo de dança". Já Mello afirma que os ministros do STF precisam "tirar o pé do acelerador. O STF não tem imperadores nem muito menos justiceiros".

AO LADO
E Sepúlveda Pertence foi um dos muitos ex-ministros do STF que ligaram a Mendes para se solidarizar. Disse que a discussão foi "uma das mais tristes páginas" da história da corte.

DE GAIATO NO AVIÃO
Um suposto erro da agência AD Turismo colocou o oftalmologista Cláudio Lottenberg, presidente do hospital Albert Einstein e da Confederação Israelita do Brasil, na lista de pessoas que viajaram com verba da Câmara. O nome dele aparece em uma passagem de SP para Miami emitida em abril de 2008 na cota do deputado Nelson Proença (PPS-RS). A agência, que atende o político e o médico, diz que uma ex-funcionária emitiu, no mesmo dia, uma reserva para a mulher do parlamentar, Maria Luiza, e outra para Lottenberg e que, por engano, enviou as duas para o gabinete de Proença. Lá, a secretária do deputado teria efetuado a compra do bilhete do médico.

DE GAIATO 2
Lottenberg, que desconhecia o episódio, cogita acionar judicialmente a agência e o deputado para que esclareçam o episódio. "Viajo com minhas posses. Meu patrimônio são meu nome e a minha imagem", diz. A assessoria dele exibiu documentos que provam que a passagem foi paga pelo Albert Einstein. A AD Turismo confirma que ela foi paga pelo hospital. O deputado diz que usou a cota para a viagem de sua mulher.

PARA...HIHIHI

MODERNIDADE

Primeira noite de recém-casados. 
Quando vão para a cama, a moça diz: - Sabe, amor, eu não disse a você, mas eu não sei fazer nada de nada... 
- Não se preocupe minha linda. Você tira a roupa e deita sobre a cama, abre as pernas e deixa que eu faço o resto... 
E ela, muito meigamente, responde: 
- Não!!! Trepar, eu trepo bem pra CARAMBA ! O que eu não sei é lavar, passar, cozinhar...! 

ARI CUNHA

De costas para o mundo


Correio Braziliense - 24/04/2009
 


Nós não estamos nos dando conta de que o que se passa aqui corre mundo pela televisão ou internet. Dinheiro do exterior busca nosso país para melhores aplicações. Ocorre que dentro dos nossos limites damos os piores exemplos. Congresso sofre pressão dos congressistas. Exercer mandato eletivo não é profissão. Quase todos querem vantagens ou anexar ganhos ilegais aos vencimentos. 

Antes de Brasília, parlamentares iam para o Rio. Tratavam de alugar seus escritórios, exerciam a profissão do seu estado, levavam a família. Filhos estudavam em escolas escolhidas pelos pais. 

Em Brasília o Congresso se instalou. Foram criadas vantagens para que os parlamentares morassem no Distrito Federal. Anexos foram construídos para abrigar os funcionários e técnicos. Pequena multidão se tornou funcionária para atender aos desejos dos membros do Legislativo. 

Certo dia, parlamentar inglês chegou ao Brasil. Visitou Brasília, os gabinetes parlamentares e os anexos. E sentenciou: “O Congresso tem ótimas instalações. Falta democracia para ser completo”.

O Executivo, vendo o que se passava, lançou o mensalão. O governo doou dinheiro a deputados. Ousava conseguir votação a seu favor. Ficou tranquilo. A maioria acedeu. 

Deputados foram punidos. O chefe da Casa Civil foi expulso do cargo. Era a vendeta do Executivo em defesa do que seria moralidade. 

O Poder Judiciário se digladia entre integrantes. A sessão pega fogo. De portas trancadas, vem a moção de solidariedade. A ministra Hellen Gracie, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, e o ministro Joaquim Barbosa não assinam. 

O ministro Mário Veloso, ex-presidente da Corte, foi mais claro. “Quem toma assento nas cadeiras são homens e mulheres. Como tal, não existem anjos. Todos têm personalidades de saber jurídico. Pensam como seres humanos.” Nesse caso, pelo visto, não cabe moção de solidariedade. Da discussão nasce a luz. 

Castello Branco era presidente da República. Ameaçou cassar ministro do Supremo. O presidente da Corte, Gonçalves de Oliveira, atravessou a pé a Praça dos Três Poderes. Foi ao Palácio do Planalto. Conversou com o presidente Castello Branco e quis lhe entregar a chave para fechar o Supremo. Castello era democrata. Cumprimentou o ministro e a coisa serenou. 

Agora, briga e palavreados feios. Em virtude dos acontecimentos no Supremo, ministros se recolhem. Não há sessão para acalmar os ânimos. Fogem do convívio público para manter austeridade ferida. 

Ruy Barbosa falou em sua época sobre como fica o país que não confia na sua Justiça. Em 1960, quando o Supremo estava no Rio, Barros Barreto era seu presidente. Perdeu a votação para a maioria dos membros. Derrotado, transferiu o Supremo para Brasília. Daqui não arredou pé. Fez com que todos cumprissem a missão. Quem viajasse seria por conta própria. O lugar era em Brasília. 

O ministro Luiz Galotti também era contra. Mudou, e ficou hospedado no Brasília Palace Hotel. Sua mulher, solidária ao marido. Não foi morar em casa de ministro. Não havia passarinhos no cerrado. Ela criava um galinho garnizé. Acordava ao som do seu cantar. 

O Brasil está a pé. Cresce, mas sem respeito dos seus cidadãos. Outros países querem aplicar dinheiro em virtude da crise na economia mundial. Retraem-se os investimentos. O país não merece o respeito do exterior, embora seja pujante no seu desenvolvimento. Está cocho. É mais fácil se pegar um mentiroso do que um cocho. 

Rezemos pelo nosso futuro, que só a Deus pertence. Que Ele nos dê paz e consciência para viver vicissitudes. O papa Bento XVI disse o que sabe: “O mal de tudo é o egoísmo”. O filósofo de Mondubim esclarece: “É brasa pouca para muita sardinha”.


História de Brasília

Do deputado Ocelio Medeiros, na comissão que investiga o contrabando com café do IBC: “Eu estou sentindo que esta Comissão Parlamentar de Inquérito não vai alcançar seus resultados, pois o que até hoje se verifica é que há muito contrabando no país, mas não há contrabandistas”. (Publicado em 28/1/1961)

PANORAMA POLÍTICO

Panos quentes

Ilimar Franco
O Globo - 24/04/2009
 
O presidente do STF, Gilmar Mendes, queria instaurar um processo disciplinar por quebra de decoro contra o ministro Joaquim Barbosa, mas a turma do deixa-disso entrou em campo. Um ministro afirmou que o termo “capangas”, usado por Barbosa, foi “um arroubo de retórica”.
 

E que não era no sentido de “bandidagem”, e sim “de pessoas aplaudindo”. Disse ainda que o clima entre os dois será “cerimonioso” a partir de agora.

 
Mas a guerrinha vai continuar
 

O presidente do STF, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa também divergem quanto ao preenchimento da vaga de Eros Grau, que será aberta com sua aposentadoria. Gilmar simpatiza com o nome do presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha. Joaquim prefere um nome como o do advogadogeral da União, José Antônio Tofolli, ou do jurista Luís Roberto Barroso, advogado do refugiado italiano Cesare Battisti. A disputa política no tribunal promete novas emoções.

 

Não, não trabalho na vida com plano B” — Aécio Neves, governador de Minas Gerais, ao ser perguntado se concorreria ao Senado se fosse preterido para a Presidência

 

 

 

REDOMA
A segurança do Palácio do Planalto, comandada pelo general Gonçalves Dias, está com fixação por grades. Depois de cercar permanentemente parte da Praça dos Três Poderes, ampliar as cercas na Granja do Torto, no Palácio da Alvorada e no CCBB, onde o presidente Lula está despachando, mandou gradear também o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, onde estão acontecendo as solenidades da Presidência, enquanto o Planalto está em obras. O general ganhou um apelido: Gradias.

 
Novo partido
 

O MR-8 vai deixar o PMDB.

 

Seus adeptos vão criar o Partido Pátria Livre. Criaram comissões provisórias em 19 estados e estão coletando as 500 mil assinaturas para que a sigla possa lançar candidatos nas próximas eleições.

 
Na rede
 

Começou a campanha negativa contra a ministra Dilma Rousseff. Está sendo distribuído um spam com fotos de militares mortos por organizações de esquerda na ditadura com o título “Assassinado pelo grupo terrorista da Dilma”.

 
Uma ducha de água fria
 

O PSB não aguenta mais o destempero de Ciro Gomes. O último arroubo do deputado, que reagiu com um palavrão à acusação de que deu passagens aéreas da Câmara para sua mãe ir a Nova York, caiu como uma bomba no partido, que tenta construir sua candidatura à Presidência da República. Reclamam que ele não tem um mínimo de autocontrole. O PSB ficou sozinho na tese de dois candidatos governistas à Presidência. O PCdoB e o PDT fecharam com a ministra Dilma Rousseff.

 
PMDB do Rio pede a cabeça de Berro
 

O PMDB do Rio costuma dizer que abriu mão de fazer indicações para cargos do Ministério da Saúde no estado.

 

Mas ontem a bancada federal foi, em peso, ao ministro José Gomes Temporão pedir a cabeça do coordenador do Ministério da Saúde no Rio, Oscar Berro. Eles disseram o seguinte: queremos a cabeça do Berro mas não fazemos questão de indicar o substituto. Berro é do partido e foi secretário de Saúde de Duque de Caxias quando o peemedebista Washington Reis era o prefeito.

 

Berro caiu em desgraça com o PMDB no processo de substituição de Vitor Assunção por Geraldo Di Biasi na direção do Hospital de Ipanema.

 

NO CIBERESPAÇO. Circula na internet a corrente “Joaquim Barbosa 2010” e abaixo-assinado a favor dele.

 

A COMISSÃO de Infraestrutura do Senado aprovou requerimento de audiência pública, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), para que a Anac explique que medidas pode tomar no caso de prática de dumping (venda a preços inferiores ao custo) por empresas estrangeiras, em decorrência da liberação do preço das passagens aéreas.

 

OS LÍDERES na Câmara estão em pânico. Avaliam que o baixo clero pode obter os votos para garantir passagens aéreas para mulher e filhos de deputados.

BRASIL S.A

Fio desencapado


Correio Braziliense - 24/04/2009
 

Contexto de bate-boca no STF mistura politização do Judiciário e cadáver insepulto da política


O pesado bate-boca entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa, durante sessão do plenário envolvendo a aposentadoria de notários do Paraná, uma questão eminentemente técnica, foi antes de tudo o que se começou dizendo: um bate-boca. Exibição de má-educação, que “não faz jus à grandeza daquela Corte” como repercutiu o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, AMB, Mozart Valadares Pires. 

O episódio, revelador de despreparo emocional, teria se limitado ao que foi — uma grosseria entre ministros dos quais se esperam atitudes nobres e superiores —, sem ameaçar a integridade da Corte Magna como instância irrevogável de dissídios da nação, se Barbosa não tivesse se excedido na diatribe contra Mendes. 

Nas entranhas do Judiciário se travam diversos conflitos, alguns antigos, como o processo de escolha dos ministros, prerrogativa do presidente da República. Outros mais novos, entre eles a ideologia de interpretação das leis: ao pé da letra, Dura Lex, Sede Lex, ou conformada pelo status sócioeconômico das partes, tendência entre juízes jovens, mas habitual em sentenças da Justiça do Trabalho. 

À politização do Judiciário se adiciona um cadáver insepulto, que tem sua gênese e ocaso na CPI do Banestado — espécie de vestibular para o PT no submundo das relações políticas no poder. Ela findou sem conclusão, mas persistiu nas operações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP), com a participação de juízes mais atuantes na chamada “democratização do Judiciário”, como Fausto de Sanctis, o que condenou o banqueiro Daniel Dantas e mandou prendê-lo duas vezes, ambas refugadas por habeas corpus de Gilmar Mendes. 

Dantas virou símbolo de bandalheira. Mendes, da Justiça a serviço de poderosos, embora, como venha sustentando em outros atritos, a batalha que diz travar é pelo cumprimento estrito da lei, a defesa do Estado de Direito em sua forma pura. Diretrizes básicas assim, ameaçadas, segundo o ministro, pela aliança de setores da PF com o MP e juízes, resultando operações da PF como a Satiagraha, que deu notoriedade ao delegado Protógenes Queiroz pela prisão de Dantas. 

O pano de fundo do bate-boca entre Barbosa e Mendes se aloja nas posições de cada em relação à atuação do Judiciário em tais casos, afora as opiniões subjetivas que um tem do outro e vice-versa. 

O farol da confusão 
A Satiagraha é desdobramento da operação Farol da Colina, alusão em português ao tamborete Beacon Hill estourado em Nova York pelo procurador-geral de Manhattan, Robert Morgenthau, anos atrás. Foi o que deu origem ao escândalo do Banestado, à prisão de doleiros no Brasil e à Satiagraha. Protógenes, o procurador federal do caso Dantas, Rodrigo de Grandis, e o procurador-geral Antonio Fernando de Souza entraram na história pelas mãos Morgenthau, que pedira à Justiça brasileira colaboração para as diligências em Nova York. 

Terror em Beacon Hill 
A crônica das operações cinematográficas da PF remete o nexo das apurações para os grampos telefônicos, cujo uso indiscriminado incomodou ministros e o presidente do STF — ele mesmo uma suposta vítima de um deles em conversa ao celular com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Mas é em Nova York que nasce o tortuoso enredo. O Beacon Hill, além de lavar dinheiro para cidadãos dos EUA, era hub de transferências de dinheiro de caixa 2 de empresas, pessoas e de financiamento de partidos e políticos. Aí a cobra fumou. 

É o cadáver insepulto da política, sendo o resto sequelas. Tanto os métodos não convencionais usados por Protógenes para dissecá-lo, implicando seu afastamento do caso pela direção da PF, como a atuação corregedora de Mendes, criticada por setores do Judiciário e interpretada por segmentos da sociedade como proteção a Dantas. 

Vaidade e grosseria 
O contexto do entrevero entre Mendes e Barbosa se aloja de algum modo na trama desfiada pelo juiz Morgenthau, um velhinho porreta de 89 anos. O ministro Barbosa revolveu tais casos ao dizer, no calor do bate-boca: “Vossa excelência está destruindo a Justiça deste país (...). Saia à rua, ministro Gilmar”. “Eu estou na rua”, devolveu Mendes. E ouviu de volta: “Vossa excelência está na mídia destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”. Com a Câmara também na lona, os dois brigões amanheceram quinta-feira de cabeça fria. Só faltava a Justiça ser enlameada pela vaidade e rudeza dos dois. Mas há o cadáver abandonado e ninguém disposto a enterrá-lo. 

“Governo permanente” 
Empresários e consultores passaram os últimos dias tentando achar o senso da ebulição política no Congresso, nas confusões no STF, a aparente calmaria em torno do presidente Lula e de sua candidata à sucessão, a ministra Dilma Rousseff. Procuram um fio condutor para o que talvez seja só caso de fio desencapado pelo tempo. Há muita pendência por resolver na política, mais que na véspera de outras eleições, o que acaba favorecendo interesses do que em Washington leva o nome de “governo permanente”. E que não é só a burocracia e os políticos, mas também os empresários, ativistas sociais e tudo mais que se move vitaminado pelo poder. A previsão é de mau tempo.

GOSTOSA


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LUIZ GARCIA

Honestidade obrigatória

O Globo - 24/04/2009
 

Uma virtude indispensável em quem ocupa função pública é dedicar todo o seu tempo útil a servir o respeitável público.

 

Esse cuidado não têm tido muitos senadores e deputados brasileiros.

 Ultimamente, menos ainda: andam ocupadíssimos em pronunciar discursos e conceder entrevistas para explicar o mau uso que fazem do dinheiro que lhes cai nas mãos.
 Para entender a gravidade da situação, é preciso, primeiro, dar nomes aos bois. Congressistas não recebem salários: sua paga é em subsídios. Tudo é dinheiro, mas a diferença no nome não é gratuita. Salário, o cidadão gasta como bem entender. Mas o subsídio tem sua legitimidade intimamente associada ao exercício do mandato. É claro que inclui algum tipo de despesas pessoais, mas devem ser aquelas associadas aos deveres parlamentares.
 Entender subsídio como sinônimo de salário equivale a comparar mandato com emprego. Na mentalidade predominante no Congresso brasileiro usa-se o subsídio indiscriminadamente, como se salário fosse. Não admira que a mesma falta de critério seja usada no uso da cota de passagens aéreas à disposição de senadores e deputados.
 Esta semana o próprio presidente da Câmara, Michel Temer, admitiu ter usado sua cota de passagens para levar e esposa e três parentes a Porto Seguro, na Bahia. Não foi deslize isolado: usou sua cota de passagens 48 vezes em um ano, mas só foi passageiro em 21. Sua única defesa foi a alegação de que não há regras claras a respeito.
 Em tese, imagina-se que, na ausência de “regras claras”, o homem público deve usar suas próprias definições sobre o que é certo ou errado. Se ele considera correto usar o nosso dinheiro para a parentela se bronzear ao sol da Bahia, fica a opinião pública informada sobre o que significam, em seu dicionário, as expressões “mandato parlamentar” e “interesse público”.
 O escândalo da farra das passagens estourou agora, mas é preciso reconhecer, até como leve atenuante, que é história antiga na vida pública brasileira. Tem sua origem na confusão — deliberada em alguns casos, produto de inadvertência ou ignorância em outros — sobre o significado de mandato parlamentar.
 Não vem de hoje a confusão entre mandato e emprego. Anos atrás, houve no Congresso um esforço multipartidário para dar aposentadoria a deputados e senadores, como se funcionários fossem. Cabeças sensatas prevaleceram, mas não foi fácil.
 No caso das passagens, seu uso tem sido tão indiscriminado que até o deputado Fernando Gabeira caiu em tentação e distribuiu passagens de sua quota pessoal para a parentela.
 Sua única defesa — frágil em si, mas aparentemente sincera — foi o anúncio de que vai iniciar uma cruzada pessoal de moralização.
 Não é muito, mas antes isso.
 O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, também anunciou que vai entrar em campo para combater esse e outros abusos: horas extras fantasmas e nepotismo, entre eles.
 Na melhor hipótese, serão criadas normas severas de conduta, que obriguem parlamentares a serem honestos, mesmo contra a vontade.