sábado, fevereiro 11, 2012

Capturando o Banco Central Europeu - JOSEPH E. STIGLITZ

O GLOBO - 11/02/12


Nada ilustra melhor as contracorrentes políticas, interesses especiais e políticas econômicas míopes em ação hoje na Europa que o debate sobre o reescalonamento da dívida soberana da Grécia. A Alemanha defende que seja profundo - investidores aceitariam pelo menos 50% de abatimento da dívida - enquanto o Banco Central Europeu (BCE) insiste que toda reestruturação deve ser voluntária.

Nos velhos tempos - pense na crise da dívida da América Latina nos anos 80 - conseguia-se reunir credores, em sua maioria grandes bancos, numa pequena sala e sair de lá com um acordo, ajudado por alguns agrados, ou mesmo queda de braço, por parte de governos e autoridades reguladoras ansiosos para que tudo corresse sem problemas. Mas, com o advento da securitização da dívida, os credores se tornaram muito mais numerosos e passaram a incluir fundos hedge e outros investidores sobre os quais reguladores e governos têm pouca influência.

Além disso, uma "inovação" nos mercados financeiros tornou possível que os detentores de títulos comprem um seguro. Isto permite que tenham um lugar na mesa, mas não arrisquem sua pele. Eles de fato têm interesses: querem receber o seguro, mas para isso o reescalonamento deve ser um "evento de crédito" - equivalente ao default. A insistência do BCE em reestruturação "voluntária" - que contorna o evento de crédito pos os dois lados em desacordo.

A ironia é que os reguladores permitiram a criação desse sistema disfuncional.

A posição do BCE é singular. O ideal era que os bancos tivessem feito seguro para se garantir em relação ao risco de default dos títulos em seus portfólios. Se fosse assim, o regulador preocupado com a estabilidade sistêmica ia querer que o segurador pagasse no caso de perda. Mas o BCE deseja que o banco tenha uma perda de 50% sobre os títulos em seu poder, sem que os benefícios do seguro tenham de ser pagos.

Há três explicações para a posição do BCE, nenhuma das quais fala a favor da instituição e de sua conduta regulatória e supervisora. A primeira é que os bancos de fato não compraram seguros e alguns adotaram posições especulativas. A segunda é que o BCE sabe que o sistema financeiro não tem transparência - e sabe que os investidores sabem que não podem medir o impacto de um default involuntário, o que poderia congelar os mercados de crédito, reprisando o que se seguiu ao colapso do Lehman Brothers, em setembro de 2008. Finalmente, o BCE pode estar tentando proteger os poucos bancos que fizeram seguro.

Nenhuma dessas explicações é uma desculpa adequada para a oposição do BCE a uma profunda reestruturação involuntária da dívida da Grécia. O BCE deveria ter insistido em maior transparência - de fato, esta deveria ter sido uma das principais lições de 2008. Os reguladores não deveriam ter permitido que os bancos especulassem como fizeram; a fazer alguma coisa, deveriam ter exigido que eles contratassem seguros - e então insistido no reescalonamento de uma forma que assegurasse o pagamento do seguro.

Há, além disso, pouca evidência que uma reestruturação profunda e involuntária seria mais traumática do que uma profunda e voluntária.

Ao insistir no caráter voluntário, o BCE pode estar tentando assegurar que o reescalonamento não seja profundo; mas, neste caso, ele está pondo os interesses dos bancos adiante dos da Grécia, para a qual uma profunda reestruturação é essencial se ela quiser emergir da crise. De fato, o BCE pode estar colocando os interesses de alguns poucos bancos que contrataram seguros (credit-defaultswap, CDS) na frente dos da Grécia, dos contribuintes europeus e dos credores que agiram com prudência e compraram seguros.

A última esquisitice da posição do BCE diz respeito à governança democrática.

A decisão sobre a ocorrência ou não de um evento de crédito é atribuída a um comitê secreto da International Swaps and Derivatives Association, um grupo setorial que tem interesse no resultado. Se algumas reportagens estiverem corretas, alguns membros do comitê têm usado sua posição para promover posições negociadoras mais acomodadas.

Mas parece injusto que o BCE delegue a um comitê secreto de participantes do mercado com interesse na questão o direito de determinar o que é uma reestruturação aceitável da dívida.

O único argumento que parece - pelo menos superficialmente - pôr o interesse público em primeiro lugar é que um reescalonamento involuntário poderia levar ao contágio financeiro, com grandes economias como as de Itália, Espanha e mesmo França enfrentando um drástico, e talvez proibitivo, aumento nos custos do crédito. Mas isto pede a pergunta: por que deveria um reescalonamento involuntário levar a um contágio mais forte do que um reescalonamento voluntário de profundidade comparável? Se o sistema bancário fosse bem regulado, com os bancos credores de dívidas soberanas tendo comprado seguro, uma reestruturação involuntária deveria perturbar menos os mercados financeiros.

É claro, poder-se-ia argumentar que, se a Grécia obtiver uma reestruturação involuntária, outros ficariam tentados a consegui-la também. Os mercados financeiros, preocupados com isso, imediatamente elevariam as taxas de juros para outros países da zona do euro, grandes e pequenos.

Mas os países que apresentam maior risco já foram excluídos dos mercados financeiros, então a possibilidade de uma reação de pânico é limitada.

É claro que outros ficariam tentados a imitar a Grécia se o país de fato estivesse em melhores condições fazendo a reestruturação do que não a fazendo. É verdade, mas todo mundo já sabe disso.

O comportamento do BCE não deveria causar surpresa: como vimos em outros lugares, instituições que não são democraticamente responsáveis tendem a ser capturadas por interesses especiais. Isto era verdade antes de 2008; infelizmente para a Europa - e para a economia global - o problema não foi adequadamente abordado desde então.

GOSTOSA


A disputa pela classe C - MERVAL PEREIRA

O GLOBO - 11/02/12


O controle político da chamada "nova classe média", que pode se transformar na célebre situação de a criatura se voltar contra o criador, tem provocado polêmicas a partir da explicitação da preocupação do ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e olhos e ouvidos de Lula na administração Dilma, no Fórum Social Mundial.
Ele chamou a atenção para a necessidade de não deixar a nova classe média "à mercê" dos meios de comunicação no país, sugerindo que são disseminadores de uma ideologia conservadora.
Ao mesmo tempo, chamou para o centro da luta política os evangélicos, com quem disse que as esquerdas devem disputar ideologicamente a massa dos emergentes.
Gilberto Carvalho chegou a falar na criação de um sistema de comunicação de massas para transmitir a esses novos consumidores as ideias do governo.
Anteriormente, ele já havia deixado claro que essa é uma preocupação prioritária do governo, pois a nova classe emergente seria, no seu modo de ver, "um pouco polêmica, porque não tem uma posição ainda consolidada".
Os evangélicos reagiram com vigor, e o ministro foi chamado até mesmo de "safado" pelo deputado Magno Malta, líder de um partido aliado do governo.
E a nova ministra da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci, mal assumiu e já se tornou alvo dos evangélicos por sua defesa do aborto.
O cientista político Amaury de Souza diz que não apenas a classe C, mas grande parte da população brasileira é conservadora "se por tal se entende o apego à lei e ordem e a um conjunto de valores relativos ao comportamento individual, à família e à vida em sociedade, muitos dos quais compõem o que se conhece por "moral cristã"".
Ele chama a atenção para a impossibilidade de uma classe que engloba a metade do eleitorado votar de forma homogênea.
"No entanto, os segmentos política e institucionalmente mais organizados da classe C, como os evangélicos, constituem uma formidável força política.
Basta lembrar o papel decisivo que desempenharam na eleição de 2010, capitaneando uma onda conservadora que levou a disputa presidencial ao segundo turno.
Se os evangélicos se tornarem antipetistas, o mérito, ironiza Amaury de Souza, será em boa medida do secretário-geral da Presidência Gilberto Carvalho, que convocou o seu partido a travar "uma disputa ideológica com líderes evangélicos pelos setores emergentes".
O ex-ministro Mangabeira Unger achava "decisivo" para qualquer orientação transformadora do Brasil o surgimento de uma nova classe média, e uma nova cultura de emergentes, "esse pessoal que estuda à noite, luta para abrir um negócio, ser profissional independente, que está construindo uma nova cultura de autoajuda e de iniciativa, e está no comando do imaginário nacional".
Dentro desse contexto, ele considerava que o movimento evangélico precisava ser visto "como um elemento entre muitos dessa nova base social.
São dezenas de milhões de brasileiros organizados".
Mangabeira desenvolveu a tese de que evangélicos brasileiros têm semelhança com pioneiros que fundaram os EUA e tinham o espírito empreendedor que faria a diferença para o desenvolvimento do Brasil.
O cientista político Alberto Carlos de Almeida, do Instituto Análise, acha que não são os políticos e os partidos que fazem a cabeça do eleitorado e doutrinam os grupos sociais, neste caso a classe C, "mas é o oposto que acontece".
Para ele, os políticos têm que adaptar seu discurso para uma nova maneira de pensar. "Assim, se a classe C for mais numerosa e mais conservadora, o PT precisará de um discurso mais conservador para se manter no poder".
O PT já fez isso e continua fazendo, ressalta, lembrando que na eleição de 2010 "o discurso de Dilma enfatizou a importância da classe média, de progredir na vida". Isso não foi feito pelo PT, por exemplo, na eleição de 2002 e 2006.
Alberto Carlos está convencido de que a nova classe C, seu aumento numérico, o aumento de sua renda e escolaridade "empurrarão todos para a direita".
Ainda nesta mesma direção, uma das coisas que acontecerá em breve, na sua previsão, é a demanda por um discurso político permanentemente a favor de redução de impostos.
"Os políticos irão atender a esta demanda, é só uma questão de tempo", diz ele.
O economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas, criador do termo e um estudioso da "nova classe média", explica que a designação reflete "o sentido positivo e prospectivo daquele que realizou — e continua a realizar — o sonho de subir na vida. Mais importante do que de onde você veio ou está é aonde vai chegar".
Ele diz que "o que caracteriza a nova classe média é o lado do produtor. A carteira de trabalho é seu principal símbolo. É o que chamamos de lado brilhante dos pobres".
Marcelo Neri explica que quando as pessoas sobem na vida, começam a ter o que perder e ficam mais conservadoras.
Seu grupo na Fundação Getulio Vargas, em acordo com o Senai, produziu pesquisa sobre a educação profissional relacionada às ideias da nova classe media.
A educação profissional é "a cara da classe C", define Neri: "Mais que a cultura bacharelesca da classe média tradicional", como reflexo de novos valores, "um misto de buscar semelhança com a tradicional classe média e ter origens diferenciadas". (Continua amanhã)

Contas em atraso - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 11/02/12



O sistema financeiro brasileiro carrega R$ 154 bilhões em crédito inadimplente. No ano passado, o estoque de dívidas com atraso acima de 60 dias cresceu 23%. Os números estão atraindo investidores estrangeiros especializados no segmento de crédito podre. A inadimplência no financiamento de veículos cresceu 133% em 2011, ritmo cinco vezes mais rápido que o crédito concedido ao setor.

Não estamos à beira de uma crise como a que outros países viveram, mas temos que olhar com mais respeito os números. Se o mercado de crédito no Brasil está crescendo muito rápido, também é veloz o ritmo do volume de inadimplência. Preocupados com o efeito desse crédito ruim sobre seus balanços, os bancos revendem os ativos a preços baixos para investidores especializados em cobranças de longo prazo.

- É muito caro para um banco tentar recuperar um crédito vencido há mais de 180 dias, por exemplo. Esse tipo de cobrança foge da sua estrutura. Muitos preferem vender essas carteiras a outros investidores, especializados nisso. Apesar do prejuízo, os bancos melhoram o perfil de suas carteiras e recuperam parte do dinheiro emprestado - explicou o economista Paulo Bittencourt, da Apogeo Investimentos.

A KPMG registrou em relatório que só o Santander vendeu R$ 16 bilhões em créditos podres. Aceitou levar um prejuízo de pelo menos 85%. Ou seja, se tinha, por exemplo, uma carteira que valia R$ 100, o banco revendeu a outros investidores por R$ 15. Pela lógica dos bancos, é melhor recuperar R$ 15 e tentar alguma rentabilidade sobre esse valor do que correr o risco de perder os R$ 100 e ainda ter que dizer ao mercado que carrega esse mico. Já para o investidor que compra, as chances de lucros grandes são altas, caso ele consiga fazer com que o devedor pague.

A provisão que os bancos têm que fazer para carteiras de crédito com a mais baixa qualidade subiu 22% no ano passado, de R$ 51 bilhões para R$ 64 bi. Esse é o volume total de atrasos maiores que 180 dias, que são classificados com a letra H pelo Banco Central. Quando o crédito entra nessa classificação, o banco é obrigado a fazer uma reserva de 100% do valor concedido. A provisão feita pelos bancos estrangeiros aumentou 35%.

A KPMG, que presta consultoria para bancos e investidores que querem atuar nesse mercado, estima que, além dos R$ 154 bilhões de crédito em atraso no país, há outros R$ 150 bi contabilizados como perdas pelos bancos, porque ultrapassaram o período de 365 dias inadimplentes. Segundo Salvatore Milanese, líder da área de reestruturação da KPMG, o crescimento do crédito no ritmo de 20% ao ano está chamando atenção de investidores estrangeiros especializados em inadimplência.

- Os investidores sabem que tudo o que cresce a uma taxa de 20% ao ano uma hora terá que sofrer correção, porque nada pode subir indefinidamente até o céu. A taxa é insustentável, e quem olha para os exemplos históricos percebe isso. Quando comecei nesse mercado, em 2001, o percentual de crédito H era 1%. Hoje, subiu para 3%. Existe uma enorme correlação entre o crescimento forte do crédito e a alta do crédito inadimplente - afirmou.

O que preocupa nesses números é que 42% do crédito em atraso no Brasil são de consumidores. Ou seja, muitos brasileiros que estão sendo estimulados a fazer financiamentos não estão conseguindo pagar as contas.

O economista Felipe Queiroz, da Austin Rating, aposta que os atrasos não devem crescer tanto este ano porque a perspectiva é de crescimento da economia. Mas alerta que uma mudança brusca na Europa, que afete os níveis de emprego no país, tornariam o quadro pior:

- A expectativa é que a inadimplência não aumente. Temos a economia com projeção de crescimento, aumento do salário mínimo, redução da Selic. Tudo vai facilitar os pagamentos. O que pode dar errado é um agravamento da crise na Europa. Uma recessão profunda por lá que tenha reflexo nas nossas exportações e na oferta de crédito.

Os economistas costumam olhar só o crédito/PIB e dizer que, na comparação com outros países, os nossos 49% são baixos. Mas aqui o dinheiro é caro demais. Um vento contra pode complicar. Por isso, é hora de olhar esses números com lupa.

Dilema atroz - CELSO MING


O Estado de S.Paulo - 11/02/12


No final de outubro, o então primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, avisava, em tom de advertência, que seu país nunca esteve, como naquela ocasião, tão perto de abandonar o euro. Como, de lá para cá, pouco mudou, conclui-se que a Grécia do atual primeiro-ministro Lucas Papademos (foto) continua próxima de abandonar a moeda única.

O governo grego parece sempre estar dizendo que o prejuízo maior de eventual saída do euro ficaria para os demais sócios, não para seu povo. O pressuposto seria o de que a troca de moedas provocaria brutal contaminação e o derretimento do próprio euro.

Depois que o Banco Central Europeu começou a despejar volumes ilimitados de recursos nos bancos do euro, o naufrágio à Titanic do bloco parece bem mais improvável - embora os problemas estejam longe de ser sanados.

Se a situação é limite, convém examinar os limites. Em novembro, Kenneth Rogoff , ex-economista-chefe do FMI, observava que, cedo ou tarde, a Grécia teria de pular do euro e voltar à dracma. A opção - ou o dilema - continua de pé.

Para o governo da Grécia, a primeira vantagem da volta à dracma seria poder emiti-la cada vez que tivesse de cobrir um rombo. Outra vantagem seria a de derrubar as despesas públicas. A operação de saída do euro viria acompanhada de alentado calote da dívida. Sem ter de pagar nem os juros nem o principal, o déficit ficaria mais administrável. Em terceiro lugar, uma dracma megadesvalorizada baratearia em moeda forte seus produtos de exportação e seus serviços de turismo. E, assim, com mais receitas em moeda estrangeira, a Grécia poderia recuperar o ritmo de sua atividade econômica.

Mas essa seria só a parte boa da maçã. O calote fecharia o crédito externo por anos. A Grécia teria de viver da mão para a boca, com o que arrecadasse. O precedente da Argentina, sempre lembrado, teria pouca aplicação. A Grécia não é grande produtora de commodities, não tem significativas receitas em moeda estrangeira, tampouco uma indústria competitiva.

Uma forte desvalorização da dracma em relação ao euro, por si só, teria forte potencial inflacionário. C0mo os gregos são dependentes de suprimento de alimentos e de energia (combustíveis) do resto do mundo, especialmente da Europa, o preço dos importados dispararia.

O calote e a troca de barco seriam operações de graves consequências. Os maiores credores da Grécia são os bancos gregos. É provável que muitos deles viessem a quebrar. Além disso, a população grega tem depósitos e aplicações financeiras em euros nos bancos locais. A troca de moeda exigiria a conversão desses ativos para dracmas. Não seria de um dia para o outro que o governo da Grécia teria suficiente numerário em dracmas para fornecer aos correntistas dos bancos. Logo, seria inevitável o racionamento do acesso a essas contas correntes e às aplicações financeiras. As autoridades teriam de organizar um corralito como o da Argentina (2001), que paralisou a economia.

Enquanto o dilema for morrer de morte morrida ou de morte matada, fica compreensível que o grego prefira fingir: fingir que aceita a dureza do plano; fingir que vai cumprir o acordo; fingir que não aguenta mais; e fingir que dará o abraço do afogado e que não será a única vítima.

CLAUDIO HUMBERTO

“Minha vida não foi só na cadeia”
Ministra Eleonora Menucucci (Políticas para Mulheres), durante seu discurso de posse

PT SUPERA O PMDB EM FISIOLOGISMO E RACHA BASE 

A ganância do PT por cargos no governo federal, aproveitando-se dos índices de aprovação da presidente Dilma, está rachando a base aliada no Congresso. Onze dos principais ministérios foram entregues ao PT-SP. O PMDB se queixa de que foram transferidas para o PT algumas das suas posições mais importantes, como o Ministério da Saúde, por exemplo. Indóceis, os peemedebistas estão ameaçando uma rebelião. 

PALANQUE POBRE

A preocupação do PMDB tem a ver com a eleição municipal deste ano: sem espaço no governo, os candidatos do partido terão dificuldades.

DERROTA PREMIADA

O PT de São Paulo, o mais fisiológico, perde todas as disputas majoritárias, mas controla a maioria dos cargos no governo.

DOIS PESOS...

Expressão máxima do fisiologismo do PT-SP, Aloizio Mercadante perdeu eleição no primeiro turno e já ocupa seu segundo ministério.

...DUAS MEDIDAS

O ex-ministro Helio Costa (PMDB) levou a disputa ao segundo turno, em Minas, mas permanece no limbo, desprezado pelo governo 

Dilma.

BNDES PODERÁ FINANCIAR ASFALTO NOVO EM BRASÍLIA

O governo do DF recebeu carta branca do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para revitalizar o asfalto no Plano Piloto, área central de Brasília, com dinheiro financiado pelo banco. Em reunião com Coutinho, no Rio de Janeiro, o vice-governador Tadeu Filippelli acertou de apresentar uma carta-consulta ao BNDES solicitando o financiamento. O valor do projeto é estimado em R$ 250 milhões. 

PÉSSIMO ESTADO

Aos 52 anos, Brasília nunca teve sua malha viária revitalizada. Basta uma chuvinha para os buracos tomarem conta das pistas.

NÃO DEU TRELA

Lado a lado na posse da nova ministra de Políticas para as Mulheres, a presidente Dilma mal olhou para o presidente da Câmara, Marco Maia.

ESQUENTOU

Só não saiu fogo na reunião de Dilma e empreiteiras da transposição do Rio São Francisco porque, lá fora, a temperatura já era um fogaréu.

FUZILEIROS ESTÃO PRONTOS

Um batalhão da Polícia Militar em Barra do Piraí (RJ) se amotinou ontem, enquanto a Marinha colocava os Fuzileiros Navais de prontidão para atuar no Rio de Janeiro ou no Espírito Santo, se for necessário.

ORDEM UNIDA

Dilma convocou reunião do colégio de líderes governistas. Ela só quer falar, não quer ouvir, avisou Ideli Salvatti (Relações Institucionais), até para não ouvir o coro dos descontentes. A reunião será na próxima terça-feira, às 10 horas.

BOEING: TUDO PELOS CAÇAS

A americana Boeing topou vender seus caças F-18 ao Brasil pelo mesmo preço de 2009, com prejuízo de 12%, informa a Reuters, após os Rafales da francesa Dassault retomarem a mira no Brasil. O preço final não foi revelado, nem se falou em transferência de tecnologia. 

FALASTRÃO DESOCUPADO
O coronel golpista que preside a Venezuela, Hugo Chávez, quer vir ao Brasil visitar Dilma e Lula para criar uma “conferência de vitoriosos contra o câncer”. Poderia aproveitar e pagar o que deve à Petrobras. 

MOBILIZAÇÃO NA AGU

Os Advogados da União de todo o País realizam mobilização no dia 21 de março, em Brasília. Não falam em greve ainda, mas querem ser recebidos pelo Ministério do Planejamento para abrir negociação. 

SUBCONSCIENTE

Na posse da ministra de Mulheres, Dilma errou outra vez o nome do governador do DF, Agnelo Queiroz (PT). Chamou-o de “Agnelo Rossi”. Quando esteve presa em São Paulo, o cardeal era Agnelo Rossi.

MARIMBONDOS DE FOGO

Réu no processo do mensalão, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) confia que o colega Protógenes Queiroz (PcdoB-SP) obterá do combalido presidente da Câmara, Marco Maia, a votação da CPI da Privataria em março, revolvendo também a falida CPI do Banestado. 

SEM CLIMA

Após mal-estar causado pelo presidente da Câmara, Marco Maia, que desafiou o Planalto, a votação do Fundo de Previdência Complementar do Servidor (Funpresp) ficará para depois do carnaval. 

PT, 98

O Partido dos Trabalhadores completou, ontem, 32 anos de idade, mas com corpinho de 98. 

PODER SEM PUDOR

BRINCADEIRA ENTRE AMIGOS

Lula, deputado, e Jair Meneghelli, presidente da CUT, seguiam para Brasília no mesmo avião, no tempo de serviço de bordo decente, com talheres inox. Jair almoçou e dormiu. Lula resolveu brincar: meteu os talheres no bolso do amigo. Chamou a comissária e entregou. Ela o cutucou, pediu os talheres e Meneghelli voltou a dormir. No desembarque, a aeromoça-cúmplice cobrou:

– O senhor poderia devolver a taça, por favor?

– Que taça?

– Esta que está no bolso de seu paletó...

Lula havia colocado a taça do vinho no bolso de Meneghelli, que só percebeu a pegadinha ao vê-lo gargalhando na pista do aeroporto.

SÁBADO NOS JORNAIS


Globo: Rio indicia 270, prende 140 e tem sexta-feira tranquila
Folha: Rio indicia e prende PMs para tentar sufocar greve
Estadão: Rio prende 16 policiais e agiliza processos para punir grevistas
Correio: Senado pune servidora e investiga concurso
Zero Hora: Planalto tem 20 mil homens de prontidão para atuar em greves