sábado, fevereiro 02, 2013

A (ex) mulher da minha vida - IVAN MARTINS

REVISTA ÉPOCA

Por que a gente só descobre que ama depois que pessoa foi embora?



Vinícius de Moraes disse uma vez que as mulheres nunca são tão belas quanto no momento em que vão embora. É uma frase bonita que descreve uma situação triste – os homens, costumeiramente, esperam as mulheres partir para descobrirem, logo depois, que cometeram um erro terrível. A mulher que foi embora se transforma, instantaneamente, na mulher da vida deles, única e insubstituível.

As mulheres conhecem essa história de cor e salteado. Converse com qualquer uma delas e você vai descobrir que o homem bumerangue está na área desde que elas têm 14 anos. O sujeito enjoa do namoro, começa a tratar a moça mal e dá um pé na bunda dela – ou leva, depois de repetidas desatenções. Dias depois, porém, ou mesmo horas depois, lá está o mesmo cidadão ao telefone, transtornado, pedindo para voltar e usando expressões definitivas como “eu te amo”, “não sei viver sem você” e, claro, a melhor de todas, “você é a mulher da minha vida”.

Quem nunca fez esse papelão levante a mão!

Muitos já fizeram, mas há muitos que transformam esse comportamento errático em modo de vida. Eles estão sempre apaixonados por uma de duas mulheres – aquela que já foi embora ou aquela que ainda não apareceu. A mulher do agora, com quem ele dorme, viaja e vai ao cinema, essa nunca é tão bacana. Mas, basta ela se cansar do enfado dele e retirar o time de campo para se tornar, instantaneamente, a mulher mais linda e mais desejada do mundo – a (ex) mulher da vida dele.

Já ouvi dezenas de amigas me perguntarem, ao longo dos anos, sobre o que passa na cabeça dos homens que agem assim. Na nossa cabeça, afinal. Eu não sei. Meu melhor palpite é que se trata de uma terrível ilusão romântica. Ela desloca a felicidade para outro momento da vida, diferente do agora. Produz insatisfação crônica. Quando está no modo nostálgico, o sujeito imagina que o melhor ficou para trás: a ex é que era engraçada, bacana, a melhor foda do universo. No outro modo, o futurista, o sujeito se põe a fantasiar furiosamente sobre uma nova mulher, que ele acaba de conhecer. Ela, sim, bonita desse jeito, divertida, poderá fazê-lo feliz pelo resto da vida!

Escrevo sobre homens porque esse comportamento inquieto parece ser mais comum entre nós, mas as mulheres não estão livres dele. Com o fim das convenções sociais que as obrigavam a serem fiéis e bem comportadas – mulher de um homem só, pela vida toda – elas também começam a agir como Don Juan, o sedutor serial da literatura: olham, querem, seduzem, se decepcionam, começam a sonhar de olhos abertos, terminam o relacionamento, começam tudo de novo. Feito homem. Foram contaminadas pela inquietação do amor perfeito.Cientistas que estudam o otimismo humano dizem que muitas pessoas acreditam, sem razão objetiva, e muitas vezes contrariando as evidências, que a vida vai lhes dar coisas cada vez melhores. Amor, inclusive. Talvez esses tipos que estão sempre olhando para o futuro, à espera de uma pessoa melhor, sejam apenas otimistas incorrigíveis. Ou tolos. O que é o otimismo sem fundamento senão uma espécie esperançosa de burrice?

Muita gente acredita que essa insatisfação permanente é a única forma real da existência humana. Dizem que relações e sentimentos duradouros seriam, na verdade, uma violência contra a nossa natureza de bichos. Afinal, não estamos sexualmente interessados em outras pessoas o tempo inteiro? Se fôssemos honestos, afirmam, teríamos de admitir que nosso desejo é múltiplo e está sempre à procura do próximo objeto. Por isso, não deveríamos estabelecer relações de exclusividade com ninguém.

Eu não vejo as coisas desse modo.

Acho que podemos escolher entre viver de forma auto-indulgente, correndo atrás do nosso desejo insaciável, ou negociar com ele. O relacionamento é um espaço negociado. Eu e você decidimos que estaremos aqui dentro, juntos, sabendo que uma parte de nós gostaria de estar lá fora, na pluralidade. Mas, lá fora, você e eu sabemos, há sempre uma vontade enorme de estar aqui dentro. Então ficamos, apertamos os nossos vínculos, e desfrutamos da nossa rica intimidade, nos privando de muitas coisas que gostaríamos de tentar, embora não necessariamente de todas. Se o esforço para ficar aqui dentro tornar-se grande demais, caímos fora. E começamos de novo, com muita dor.

Acho essa uma proposição honesta e realista, romântica de uma maneira moderna. Ela é melhor, a meu ver, do que a ilusão de que o grande-amor-definitivo-e-arrebatador surgirá a qualquer momento, e, por isso, devemos estar emocionalmente livres para recebê-lo, sem nos envolver de forma profunda com ninguém no presente. É melhor, também, do que a sensação de que a mulher que deixamos partir (ou o homem que escolhemos deixar) era a única que tinha o poder de nos fazer felizes.

Sei que isso é um clichê miserável, mas o fato é que não existe uma pessoa que nos fará magicamente felizes. A tal felicidade, se existe, depende de nós. Nós deveríamos ser capazes de escolher e ficar contentes com a pessoa que escolhemos. Ou, se não for esse o caso, ao menos deveríamos estar contentes com o estilo de vida desprendido que adotamos. Tudo aqui e agora. Não adianta ser feliz no ontem, que já passou, ou no amanhã, que talvez nunca venha.

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

Um aviso: na quarta-feira (6) vou participar às duas da tarde (14 horas) de um Hangout no Google +. Para quem não sabe, o Hangout é um bate-papo ao vivo, por vídeo. Vocês perguntam, eu respondo. Se você quer ser um dos meus convidados para a conversa "webcam a webcam",preencha este formulário. O tema proposto é... Amores de Carnaval. Quem tiver ideias ou questões sobre o assunto, apareça.

A estupidez humana - RUTH DE AQUINO

REVISTA ÉPOCA

Estou longe, em Londres. A noite dos desesperados de Santa Maria provocou em mim um sufocamento típico das testemunhas impotentes de um massacre estúpido.

Não foi um avião que caiu, não foi um maluco que saiu atirando, não foi uma tormenta que destruiu casas, não foi uma bomba terrorista que explodiu. Foi um conjunto de omissões e incompetências primárias, de Quinto Mundo. Segundos ou minutos bastaram para asfixiar, queimar, envenenar e matar 200 e tantos jovens num espaço de lazer. Eles eram ou poderiam ser nossos filhos. Saíram para dançar, voltaram num caixão. Irmãos, namorados, amigos.

Há uma faixa preta no braço de cada brasileiro. Há uma torcida emocionada pelos pais e mães que se internaram em quartos de hospital para acompanhar o drama dos filhos em UTIs.

Nosso luto é pela estupidez humana que transformou uma boate numa câmara de gás sem chance de salvação para centenas de rapazes e moças. O assassinato coletivo na boate Kiss ficará na história como uma das tragédias que poderiam ser evitadas se houvesse uma coisa apenas: responsabilidade. Faltou responsabilidade. Do prefeito. Dos donos da boate. Do Corpo de Bombeiros. Dos músicos. Dos seguranças.

Santa Maria, rogai por nós, pecadores do Rio de Janeiro, de São Paulo e de todas as capitais e cidades do Brasil. Em qualquer canto deste país, há armadilhas engatilhadas contra a vida. Boates e casas noturnas estão com alvará vencido, superlotam, não têm suficientes saídas de emergência nem sinalização, os extintores são poucos, velhos, falsos ou não funcionam, as janelas dos banheiros estão lacradas, os músicos usam substâncias proibidas e baratinhas, o isolamento acústico é inflamável, os seguranças são treinados para intimidar, e não para salvar, os bombeiros demoram e não têm equipamento adequado.

Se uma boate em chamas precisa ser esvaziada em quatro minutos, um minuto de fechamento da única porta de saída para evitar “calote” equivale a um crime escabroso. Como dizia Einstein: “Só duas coisas são infinitas, o Universo e a estupidez humana, mas não estou seguro sobre o primeiro”. O país assiste agora, envergonhado, a um jogo de empurra sem vencedores. Ninguém assume nem responsabilidade parcial.

As leis existem. Mas, por corrupção, ganância, descaso, ignorância e, principalmente, por falta de fiscalização e punição, crianças caem de rodas-gigantes defeituosas, grupos afundam em barcos superlotados, moradores de prédios antigos são soterrados, bujões, fogos de artifício e bueiros explodem. Ninguém vai preso, a culpa se dilui e a mídia esquece. Até a próxima “fatalidade anunciada”.
Em alguns países, como a Inglaterra, onde vivi sete anos, o risco é muito mais controlado. Sim, houve o Grande Incêndio de 1666, parte do centro de Londres foi dizimada em quatro dias de fogo, as casas são antigas com muita madeira – a História explica a obsessão contra o fogo. Mas é bem mais que isso. No DNA dos ingleses, existe a cultura da prevenção. Transmitida de geração a geração.

Pubs pequenos têm diversas saídas de emergência e vários extintores, os letreiros de Fire Exit são enormes e luminosos, o staff é treinado. Há ensaios frequentes e sem aviso prévio em estabelecimentos públicos e prédios particulares, chamados fire drills. Alarmes soam. As simulações ensinam a salvar nossa vida e a dos outros, com risco calculado. O país não quer celebrar heróis anônimos mortos em incêndios.

O correspondente da Globo News em Londres, Sílio Boccanera, esteve na British American Tobacco Company para uma palestra internacional. Um dos diretores abriu assim o encontro: “Bem-vindos. Algumas regras. Se tocar o alarme de incêndio, levem a sério, porque não há ensaio programado para hoje. E é proibido fumar”.

Sílio quis instalar uma tomada em seu banheiro. O eletricista se negou: “A Inglaterra proíbe tomada em banheiros. É muito risco”. Todas as tomadas precisam ser aparentes, nenhuma abafada. Qualquer apartamento alugado tem de ser vistoriado anualmente por técnicos de gás e eletricidade. Por lei, o responsável é sempre o proprietário. As multas por violar as Fire Regulations variam de 5 mil libras (R$ 17 mil) a dois anos de prisão. Sem ferir ou matar.

A obsessão com segurança se revela em muitos aspectos da vida na Inglaterra. Ninguém senta em corredores de teatros. Em dia de chuva, o funcionário do metrô pede por alto-falante que todos andem com cautela na plataforma subterrânea. Motorista que se aproxima demais de um ciclista ou um pedestre é reprovado no exame de habilitação. Só se atravessa rua na faixa.

Essas histórias mostram nossa única saída. A responsabilidade, pública e individual, com o espaço comum e com a vida de todos.

Mais sorte que juízo - CLÁUDIA LAITANO

ZERO HORA - 02/02


Ao dizer que os frequentadores de casas noturnas no Brasil têm “mais sorte que juízo”, o subcomandante do 4º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major Gérson da Rosa Pereira, acabou cunhando a frase que sintetiza o tipo de comportamento que causou, direta ou indiretamente, o desastre do último domingo. Mais do que isso: major Gérson expressou, inadvertidamente, uma verdade íntima nacional – um sentimento que todo brasileiro, em maior ou menor intensidade, já terá sentido alguma vez na vida, ou irá sentir.

Trata-se de uma espécie de modus operandi da nação. “Mais sorte que juízo” poderia substituir o “Ordem e Progresso” na bandeira e em todos os símbolos nacionais. Podia estar estampado nas notas de real, na entrada de hospitais e escolas, nos tribunais, em outdoors nas estradas, na letra do hino: “Onde te falta o tento/ O lábaro ostentas estrelado”.

Sorte é o que não nos falta mesmo. Não precisamos nos preocupar com terremotos, o que nos livra da chateação de planejar prédios que resistem a tremores de terra. No auge do inverno, o frio jamais é acompanhado daquelas inconvenientes tempestades de neve que dão trabalho e exigem organização.

Temos sorte porque ondas terríveis não arrebentam as nossas praias e porque o sol brilha quase o ano todo. Países solares costumam ser povoados por gente que não se deprime por qualquer coisa e que se acredita abençoada por morar em um lugar onde tudo o que se planta cresce e floresce.

O problema com a sorte é que ela não é infalível. Ninguém se responsabiliza pelo seu fornecimento regular e não temos de quem cobrar quando ela nos falta. É por isso que muitos países não tão afortunados quanto o nosso aprenderam a contar menos com a sorte do que com o juízo – que nada mais é do que tudo aquilo que podemos providenciar para não dependermos unicamente dos humores do acaso. O juízo, porém, não vem apenas de cima para baixo, na forma de leis muito boas, mas que ninguém respeita. Se o juízo não é prezado por todos, acaba valendo tanto quanto um trevo de quatro folhas na mão de quem não tem sorte.

Talvez por isso não foi apenas comoção o que se viu no Brasil nos últimos dias: foi pânico. O incêndio em Santa Maria assustou o país porque todos sabem que a irresponsabilidade dos donos daquela boate e daquelas autoridades que deveriam fiscalizá-la não é uma exceção, mas a regra – e não apenas em casas noturnas.

Vivemos em um país em que não podemos confiar em edifícios aparentemente sólidos, em parques de diversão aparentemente seguros, em hospitais aparentemente bem equipados, em creches com piscina, em motoristas – e em quem deveria nos proteger. Somos como um personagem de videogame desviando de arapucas em série: pisos que desaparecem, pontes que pegam fogo, tetos que desabam. Às vezes, temos sorte, mas nem sempre.

E, enquanto apenas a sorte nos parecer o bastante, o som de celulares tocando sobre o corpo de meninos e meninas que podiam ser nossos filhos – que eram nossos filhos – vai continuar nos assombrando. Como um lamento dilacerante, mas também como um pedido de explicações.

De volta para casa - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 02/01

O Brasil inicia a retirada das tropas militares do Haiti. As Forças Armadas vão trazer, até junho, 500 homens. Isso resultará no fim do Segundo Batalhão, que foi montado em Porto Príncipe logo após o terremoto que matou 230 mil haitianos. Ainda assim, ficarão no Haiti 1.450 homens.

As voltas do mundo
Entre os ingleses que fundaram o Country Club do Rio, em 1916, estava Rosa May Goodwin de Oliveira Sampaio que vem a ser a bisavó de Guilhermina Guinle. A bela atriz, como se sabe, teve seu ingresso no clube de bacanas vetado esta semana.

E mais...
Rosa May era casada com Carlos César de Oliveira Sampaio, prefeito do Rio entre 1920 e 1922. Foi ele que, em 1921, viabilizou o terreno para o Country, à beira-mar, em Ipanema.

De volta à planície
José Sarney, que ontem deixou a presidência do Senado, vai aproveitar o carnaval para escrever sua autobiografia. Passará o período em São Luís, com a mulher, Marly. 

Aliás...
A Academia Brasileira de Letras fará uma homenagem a Sarney dia 24 de abril, quando ele completará 83 anos. 

Rainhas da Mangueira 
A Mangueira está guardando a sete chaves uma surpresa para o seu desfile na Sapucaí. É que este ano, a verde e rosa, como se sabe, sairá com duas baterias e... duas rainhas. Uma será Gracyanne Barbosa. A outra ainda é um mistério.

COISA RICA DO GOIS
Fernanda Paes Leme, a linda atriz paulista de 30 anos, mostra as curvas do maiô (eu disse do maiô!) para a próxima edição da revista “Bodytech”. Na entrevista, ela diz que é viciada em redes sociais (tem mais de 2,4 milhões de seguidores no Twitter), e que sonha em ser diretora de cinema. Fernanda conta ainda que pratica boxe, mas que é apaixonada pela luta tailandesa muay thai: “Prefiro porque tem chute. Dá uma extravasada mais.” Encara eu 

Livro Futebol Clube
O Foglio, o selo da Objetiva para livros digitais, lança, este mês, “Futebologia”, de José Roberto Torero.
O livro é uma compilação de crônicas sobre futebol.

Aliás...
Os grandes sucessos de venda do selo Foglio são “e-Quintana”, com poemas de Mario Quintana, e “ Jazz”, de Luiz Fernando Verissimo. Este último, inclusive, está em primeiro lugar na lista de mais vendidos na categoria e-books Kindle, baseada nas compras dos consumidores da Amazon.com.br.

Cá e lá
O escritor e diplomata João Almino, que corre por fora na disputa pela vaga de Lêdo Ivo na ABL, faz sucesso na França. O livro “Cidade livre”, que saiu aqui, em 2010, pela Record, e foi lançado lá, pela Éditions Métailié, com o nome de “Hôtel Brasilia”, foi elogiado pela crítica do jornalão Le Fígaro Littéraire. A obra é sobre a capital brasileira.

Milagre em Copa
Um homem que usava esta cadeira de rodas, levantou-se, ontem, nas areias da Praia de Copacabana, e, acredite, saiu correndo. Mas não foi milagre. Ele deu no pé ao ver uns agentes da prefeitura do Rio que faziam uma ação de acolhimento de moradores de rua.

Segue...
Segundo populares, o espertalhão usava a cadeira de rodas para sensibilizar as pessoas na hora de pedir uns trocados.

Globeleza sertaneja
Aline Prado, a Globeleza, será a rainha do bloco Chora Me Liga, que desfila amanhã, em Copacabana. É aquele que toca música sertaneja.

Brasil na Alemanha
A Câmara Brasileira do Livro foi autorizada pelo MinC a captar R$ 13.212.780 para o projeto “Brasil: Convidado de Honra da Feira do Livro de Frankfurt 2013”.

Pé limpo
A rede Belmonte comprou o Picote, tradicional boteco no Flamengo.

Carnavalesco
O ministro Joaquim Barbosa deve assistir aos desfiles na Sapucaí. 

O carnaval de Pelé
Pelé, o rei do futebol, de namorada nova, pediu à Brahma 15 convites para o camarote da empresa na Sapucaí. Mas, quinta, pena!, ligou para a cervejeira cancelando o pedido. É que o eterno craque operou o fêmur e não está completamente recuperado.

Ponto Final
A lá Zozimo... e o PT, hein? Aliou-se ao PMDB, com lenço no nariz, em nome da governabilidade. Agora, virou avalista moral de Renan Calheiros.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 02/02


É recorde
Bateu recorde o volume de financiamentos dos bancos públicos à cadeia do turismo em 2012. BB, Caixa, BNDES, BNB e Basa emprestaram R$ 11,2 bilhões ao setor, contra R$ 8,6 bi em 2011, informa o Mtur. Só Caixa desembolsou R$ 6,25 bi.

Tá caro
Hoteleiros reclamaram da pesquisa da Embratur sobre as altas diárias. Mas Flávio Dino, presidente da autarquia, notou que elas estão mais caras no Boletim Fohb (fórum do setor). No Rio, a diária era de R$ 396,76 em novembro. A Embratur apurara R$ 379,73 (lazer) e R$ 334,94 (negócios).

INDÚSTRIA NAO DÁ SINAIS DE RETOMADA
No último bimestre de 2012, setor esteve pior que em fins de 2009, pós-crise dos EUA
A produção industrial brasileira registrou em 2012 seu 2º pior desempenho dos anos 2000. Caiu 2,7%, contra 7,4% em 2009, quando o mundo sucumbiu à crise americana de 2008. Só que o bimestre final do ano passado não sugere retomada neste início de 2013, ao contrário do que ocorrera na virada para 2010. Responsável pela pesquisa industrial do IBGE, André Macedo calculou os resultados da indústria geral e das quatro categorias de uso nos meses de novembro e dezembro de 2009 e 2012. A atividade caía 0,2%, contra -1,4% agora (veja o quadro). Só a produção de bens duráveis (-9,2%) estava pior em fins de 2009. É que na ocasião a indústria de automóveis sentira o fim do IPI reduzido. Hoje, o setor de bens de capital é o que mais preocupa, porque não dá sinal de retomada.

Águia
A AgeRio fechou 2ª etapa de do empréstimo à Henamar, das tintas Águia. Fará aporte de R$ 2,6 milhões. Em 2012, a agência já desembolsara R$ 5,5 milhões. A empresa terá nova linha de produtos.

Em dólar
O BID patrocina projeto de gestão de 30 empresas do polo de moda íntima de Nova Friburgo e de outras 30 do setor metalomecânico de Resende. É verba de US$ 768 mil. Terá assessoria da Firjan.

Quem vem
Representantes da University of Southern California estarão no Rio no fim do mês. Vão se reunir com instituições de ensino e autoridades locais. O objetivo é atrair alunos cariocas, sobretudo na área de cinema. A universidade, ainda em fevereiro, abre escritório em SP. Será o 1º no Brasil. Está de olho nos emergentes.

Em segurança
O Grupo GR, de segurança privada, faturou R$ 8 milhões no Rio em 2012. Foi alta de 25% sobre o ano anterior. Em 2013, espera repetir a marca, batendo R$10 milhões. No Brasil, as receitas somaram R$ 320 milhões em 2012. A meta de 2013 são R$ 400 milhões.

BELO MONTE
A revista “piauí” lança hoje a campanha da edição de fevereiro. Terá reportagem sobre a polêmica construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. A ação será veiculada em mídia impressa, cinemas, internet e rádio. A Loja Comunicação assina.

MARES TROPICAIS
A Hugo Boss traz ao Rio, durante o carnaval, o veleiro de Alex Thomson, patrocinado pela grife. Angra dos Reis e Ipanema serão cenários da próxima campanha da marca. A alemã vai abrir loja no Sul do Brasil este ano.

INGLÊS NA COPA
A UNS Idiomas investiu R$1 milhão para ter o apresentador Rodrigo Faro na próxima campanha. A escola de inglês lança, na 2ª, ação para incentivar o aprendizado da língua estrangeira antes da Copa. Circula em TV, sites, rádio, outdoor e busdoor. A Sampa Filmes assina.

CONTRA O CÂNCER
A Fundação do Câncer lança 2ª, nas redes sociais, campanha de esclarecimento sobre a doença. É ação pelo Dia Mundial Contra o Câncer, 4 de fevereiro. Na terça, Dia Nacional da Mamografia, é a vez de a Femama tomar a web. A entidade quer sensibilizar as mulheres a fazerem o exame, como prevê a Lei 11.664/2008.

NOS BAILES DA VIDA
A rede de bares Devassa lança campanha de carnaval amanhã, em parceria com a Rádio Mix FM. Vai dar convites para os Bailes do Rio a clientes que comprarem cartela antecipada com 20 chopes. A ação circula na internet. É criação da agência Muffa.

Livre Mercado

A rede Beleza Natural investiu R$ 225 mil em ações no carnaval de Rio e Salvador. Amanhã, sai o Bloco das Cacheadas, na Tijuca.

Cresceu 30% em 2013 o número de empresas no camarote Rio, Samba & Carnaval. Pão de Açúcar, BB-Mapfre e Unimed participam.

A Absolut vai distribuir cinco mil garrafas de vodca “fantasiadas” no carnaval. As embalagens virão com imagens de Rio e São Paulo.

Gilson Martins criou a mochila de praia que o Camarote Brasil (Rio) dará a seus dois mil convidados.

A BIC Graphic fez 3.500 lápis na forma do Cristo Redentor para o Camarote Folia Tropical.

Eleição sem campanha - LEONARDO CAVALCANTI

CORREIO BRAZILIENSE - 02/02


É natural que parte do debate seja dedicada a questões internas do Senado e da Câmara, afinal, os eleitores são os próprios parlamentares. O problema é quando apenas tais temas dominam a agenda -- ou pior, quando nem mesmo existe discussão sobre projetos de interesse da população



Acabou a eleição para o comando do Senado. Na próxima segunda-feira, finda a da Câmara. O que era para ser algo relevante para a política nacional e para os brasileiros passou longe de interesses sociais. A campanha e a escolha dos comandantes do Congresso ocorreram internamente, em silêncio, sem luz.

Alguém aí sabe o que pensam o novo presidente do Senado e os candidatos à chefia da Câmara sobre temas como discriminalização das drogas ou revogação do Estatuto do Desarmamento? Os dois assuntos, do nosso interesse direto, estão na pauta do Legislativo, mas ficaram distante de debate.

Reportagem publicada neste Correio no dia 23, de autoria de Helena Mader, mostrou que, pelo menos, mais seis temas estão na bica de serem votados — mas nunca chegaram a ser lembrados ao longo da corrida. Renan Calheiros (PMDB), diga-se, apenas anunciou a candidatura horas antes da eleição, justamente para descaracterizar a campanha. Sem a formalização da disputa, debate para quê?

Os assuntos da pauta da eleição da Câmara, por sua vez, foram a construção de um edifício anexo, com custo estimado em R$ 22 milhões e a promessa de aumentar o espaço para acomodar parlamentares e assessores. Se nenhum desses assuntos interessa ao eleitor, imagine então a proposta de equiparação imediata dos salários dos parlamentares ao dos ministros do Supremo. Poderiam nos poupar, pois.

É natural que parte do debate seja dedicada a questões internas do Senado e da Câmara, afinal, os eleitores são os próprios parlamentares. O problema é quando apenas tais temas dominam a campanha — ou pior, quando nem mesmo existe discussões sobre projetos ou mesmo assuntos que interessem mais diretamente a população. Se já existe uma barreira entre políticos e cidadãos, ela apenas aumentou.

Os temas
É mais do que evidente a legitimidade da eleição dos presidente da Câmara e do Senado pelos próprios parlamentares. Não é isso que está em discussão. Se elegemos os camaradas, apostamos que eles serão capazes de escolher o melhor para o Congresso – apesar de quase nunca ser isso o que ocorre. Mas o mínimo que o cidadão deseja é conhecer os comandantes do Congresso. E aí valem, até mesmo, as denúncias contra os camaradas. Sim, nada mais democrático do que a imprensa para expor políticos.

De certa forma, a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, serviu para que a mídia e a população voltassem todas as atenções para o Rio Grande do Sul. Assim, inevitavelmente, o espaço para a eleição no Senado ficou em segundo plano, quase perdido no meio do noticiário sobre as mortes. Se o objetivo do PMDB era ganhar o Senado sem alarde, o partido conseguiu, mesmo que por uma circunstância não planejada e trágica. Mais do que escapar de denúncias, os parlamentares se livraram do debate.

Em 2014
Ao garantir a vitória na próxima segunda-feira na Câmara dos Deputados com o Henrique Eduardo Alves, o PMDB se estabelece como a legenda mais forte daquelas aliadas ao Palácio do Planalto. E fortalece Michel Temer como vice-presidente na candidatura à reeleição de Dilma Rousseff. A partir de agora, o cacique peemedebista vai comandar, a partir do Jaburu, diretamente, toda e qualquer negociação que queira. E não apenas em uma Casa, mas nas duas. Nunca foi tão poderoso.

O poder de Temer e dos peemedebistas terá reflexo nas decisões e na agenda dos próximos dois anos. A única coisa que não mudará, entretanto, é a divisão interna do PMDB, que, a partir de agora, ficará mais visível para o público. Para bem e para o mal do governo Dilma Rousseff.

Cultura da irresponsabilidade - ROSISKA DARCY DE OLIVEIRA

O GLOBO - 02/02

Se a tragédia de Santa Maria não nos convencer de uma vez por todas que a irresponsabilidade é assassina, preparemo-nos para mais dor e desespero



A dor não cabe nas três letras de uma palavra. A dor é indizível e só cada um conhece a sua. A dor alheia se respeita no silencio e na compaixão.

A revolta, ela sim, comporta muitas palavras e outros tantos gestos que não devem ser poupados. Do que aconteceu em Santa Maria se deve falar à exaustão, discutir em cada sala de jantar, escola, em cada gabinete, da Presidente aos prefeitos, até que se chegue às raízes da tragédia. Não apenas procurar os responsáveis e puni-los mas também combater os irresponsáveis, desentranhar de nossa maneira de viver comportamentos aberrantes que, tidos como normais, cedo ou tarde desembocam em desastre. Porque o que está em causa não é só a responsabilidade específica, localizada em Santa Maria, mas a irresponsabilidade invisível porem generalizada que alimenta no país uma cultura assassina.

De onde vem o desprezo pela lei, a ojeriza à ordem? Por que no Brasil as leis não pegam e as normas não se cumprem? Por que achamos tanta graça na transgressão? Quando um elevador está superlotado, alguém grita, "entra, que sempre cabe mais um!". E, no entanto, a lotação máxima está à vista de todos. Se alguém sai em sinal de protesto, ouve o comentário: besteira. Numa mistura de estupidez e leviandade, às gargalhadas, colocamos em risco a vida uns dos outros.

O desprezo pela ordem vem do fato que ninguém teme a lei, porque acredita – e não sem fundamento – que sempre se encontrará uma maneira de contorná-la, uma propina, a influencia de um amigo, o favor de um político. A história da corrupção se enreda na história da transgressão e a explica.

O divórcio entre a população e a autoridade provém de uma desconfiança ancestral de que esse jogo não é para valer. O desprezo pela política que, confundida com o poder do Estado, aumenta cada dia – e, mais uma vez, com boas razões – não é alheio a essa confiança na impunidade.

Havia superlotação na boate em Santa Maria. Como há em tantas outras, o que não a absolve, ao contrário, anuncia novos dramas. A função pública mal exercida, a exemplo de fiscais que não fiscalizam, deixa de ser respeitada. Quem confia na presença, presteza e preparo da polícia? Quem são esses seguranças que substituem as autoridades, essa praga de gigantes embrutecidos, de terno e gravata, saídos ninguém sabe de onde, imbuídos de uma autoridade espúria, dada por quem? Convivemos com eles em cada shopping, em cada restaurante, supostamente para nossa segurança. De tempos em tempos massacram um jovem que bebeu demais. Cenas banais, logo esquecidas.

Havia seguranças na boate de Santa Maria que custaram a entender o que acontecia, preocupados com as contas não pagas. Barraram a saída. Quem lhes deu esse direito?

No dia 17 de dezembro de 1983, último sábado antes do Natal, no Harrods de Londres havia crianças por toda parte já que é tradição nas famílias pobres, à guisa de presente, levar os filhos para ver o tradicional presépio com que a loja se enfeita. Uma bandinha do Exército da Salvação tocava canções natalinas quando o prédio inteiro estremeceu. O IRA escolhera esse dia para um atentado, apostando no pânico que aumentaria o poder destrutivo de um bomba que arrasou boa parte do andar térreo, fazendo oitenta vítimas.

Em minutos, a polícia chegou ao local e coordenou a retirada de milhares de pessoas espalhadas em cinco andares. Entre a explosão e a chegada da polícia, funcionários treinados para emergências já haviam começado a organizar a saída. Ninguém pôde impedir a brutalidade do atentado, mas as medidas de segurança evitaram o pânico, a correria, gente pisoteada. Essa história, ninguém me contou, eu vivi. E não esqueci.

A vida humana, entre nós, tem pouco valor. A cultura da irresponsabilidade não conhece a prevenção. Prevenir dá trabalho e tem custos. A ganância que impregna nossa sociedade nos é, a todos, letal. Uma casa noturna que acolhe cerca de mil pessoas não tinha um mísero extintor que funcionasse. Em um prédio que frequento há anos surgiram do dia para noite, em todos os andares, extintores reluzentes, o que sempre foi obrigatório, jamais cumprido. Funcionarão? Por quanto tempo?

A presidente da Republica, emocionada, afirmou que essa tragédia não pode se repetir. Tomara que use sua autoridade para colocar um freio nessa cultura que envolve, na mesma promiscuidade, agentes públicos incompetentes e gente gananciosa. Quanto a nós, se a tragédia de Santa Maria não nos convencer de uma vez por todas que a irresponsabilidade é assassina, preparemo-nos para mais dor e desespero.

POESIA, POLÍTICA, ABACAXI E CARTEIRADA - MÔNICA BERGAMO


O GLOBO - 02/02

Foi com um grande evento público que o vice-presidente Michel Temer lançou "Anônima Intimidade", livro com 120 poesias que rabiscou em guardanapos.
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"Será que já disse tudo? Será tão pouco o que tinha a dizer?", diz o texto "Inspiração". "Por que não paro? Por que prossigo?", o autor indaga em "Por quê?".
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Temer (PMDB) autografou por mais de quatro horas ininterruptas, na Livraria Cultura da avenida Paulista, exemplares para amigos como o ex-prefeito Gilberto Kassab, o economista Delfim Netto e a escritora Lygia Fagundes Telles.

Do PSDB, representado pelo governador Geraldo Alckmin e vários outros, ao PC do B, com o deputado Protógenes Queiroz, o arco de partidos lá era amplo. Quem não apareceu foi o prefeito Fernando Haddad, do PT.
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Temer não foi o único a distribuir autógrafo. Paulo Maluf (PP) gastou caneta. E analisou a veia artística do vice: "Ele imprime uma poesia que vem de dentro da garganta e do coração". Maluf também se vê poeta. "As poesias são meus túneis, que não inundaram."
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"Precisamos saudar os futuros ministros!", bradou o deputado pepista ao avistar o colega Gabriel Chalita (PMDB), cotado para a pasta de Ciência e Tecnologia.
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Já Chalita se dizia pouco feliz com a ideia de disputar o governo de SP -corria à boca pequena que Lula endossa a ideia para 2014. "Prefiro ser só ministro. Os petistas vão me matar."
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Com fila sem-fim no acesso dos "mortais", a entrada VIP era disputada. A ex-deputada Zulaiê Cobra (PSD) foi barrada. E rebateu ao segurança: "Vou gritar. Você sabe quem eu sou?". Passou por baixo da fita.
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O ex-ministro Ayres Britto assina o prefácio e elogia neologismos de Temer, como "potrancado". "Para mulher que era potranca."
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O filho do autor, Michelzinho, 3, abriu o berreiro diante dos fotógrafos. A vice-primeira-dama, Marcela Temer, e a sogra do vice-presidente, Norma Tedeschi, tentavam acalmá-lo. Em vão. "Fala abacaxi, filho".
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Marcela diz que o marido declama poemas para ela a toda hora. Algum entrou no livro? "A história pode te responder." E gargalhou. Enquanto isso, uma senhora cochichava à amiga: "Minha curiosidade era ver Marcela de perto. Já posso ir".

SUPREMO MESTRE
Carlos Ayres Britto, que se aposentou do Supremo Tribunal Federal em novembro, dará aula nas escolas de direito da FGV no Rio e em SP. A Fundação Getúlio Vargas criou a cátedra de democracia e direitos fundamentais para o ex-ministro do STF.

PÃO E POESIA
Além de aulas e seminários, Britto deve organizar na FGV um livro sobre grandes casos do STF. E ele também já tem pronto seu sétimo livro de poesia: "DNAlma".

MERCEDES TROCADA
Depois de ouvir as partes sobre a troca, por engano, de duas Mercedes-Benz em valet de Brasília, que acabou em agressões entre os envolvidos, o delegado Ângelo Diniz, da 1ª DP, pediu o indiciamento do advogado Pedro Calmon e de sua mulher, Michele, pelos crimes de "injúria e vias de fato" contra Tainá de Almeida Castro.
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"Minha sobrinha é vítima. Eles são os réus", diz o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. "Para justificar as sandices que fez, Camon pode até alegar que estava completamente embriagado, o que é excludente de culpabilidade."

EM DÉBITO
Metade dos 639.434 microempreendedores do Estado de São Paulo está inadimplente com o fisco. O presidente do Sebrae-SP, Alencar Burti, reuniu-se com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil para discutir maneiras de fazer o Micro Empreendedor Individual (MEI) regularizar a situação fiscal.

EM DÉBITO 2
Figura jurídica criada para tirar da informalidade profissionais que faturam até R$ 60 mil por ano, essas empresas recolhem um único imposto mensal, no valor de R$ 38,90 (prestação de serviços) e de R$ 39,90 (comércio e serviços). "Temos que entender por que não estão conseguindo pagar a contribuição", diz Burti.

TIROTEIO NO CAMPO
O cineasta Fernando Meirelles e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) trocam farpas na revista "Globo Rural" de fevereiro. "Ela conseguiu que a Confederação da Agricultura e Pecuária bancasse o início de sua campanha [ao governo do Tocantins] e que o coitado do Pelé lhe apoiasse, sem saber", diz Meirelles.
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A senadora responde no mesmo tom: "O produtor rural lida com risco; Meirelles, com a certeza do subsídio governamental para produzir até fracassos de bilheteria".

PORQUINHOS
O chef francês Roland Villard criou 20 receitas para o programa Meu Pratinho Saudável, do governo paulista, que prega a alimentação saudável para crianças de até dez anos. "Monstrinho", "Porquinho" e "Sr. e Sra. Saudável" são o nome de alguns pratos, preparados em forma de desenho. O projeto chega ao Rio em março.

DIA DE PALHAÇADA
Domingos Montagner, o Zyah de "Salve Jorge", conseguiu folga das gravações para se apresentar com sua companhia de artes circenses, La Mínima. Nos dias 5 e 6, faz o espetáuclo "À La Carte", no Sesc Pompeia, em SP.

O QUE RIMA COM PODER?
O deputado Paulo Maluf, o novelista Walcyr Carrasco, o investidor Naji Nahas e Eugênio Montoro, da Fundação Getúlio Vargas, também foram ao lançamento do livro do vice-presidente Temer, anteontem.

CURTO-CIRCUITO

A galinhada do Dalva e Dito será oferecida hoje ao som do sambista T Kaçula.

O espetáculo "Odisseia" começa hoje nova temporada no Tusp. 16 anos.

É amanhã a última encenação da peça "Hamlet", com Thiago Lacerda, no teatro Tuca. 14 anos.

O curso Dança Étnica, com Betty Gervitz, tem início na segunda, no Estúdio Anacã, nos Jardins.

Cris Barros apresenta a convidados sua coleção de inverno. Na terça.

O camarote Expresso 2222, de Flora Gil, do Carnaval de Salvador, fechou parceria com a Net.

O nadador Thiago Pereira se casa com Gabriela Pauletti na igreja Santo Ivo.

De oito a oitenta - SÉRGIO MAGALHÃES

O GLOBO - 02/02

Depois de fatos negativos de grande repercussão, leniências dão lugar a alto rigor. Vai-se de proibido a compulsório sem transição


Coerente com a ideia de que a sociedade brasileira trata o improviso com muita consideração, nossas ações ora vão em um sentido, ora pegam sentido em contrário, ambos assumidos com igual ênfase e convicção. Costumamos ver as regras se alterarem de oito a oitenta com grande rapidez e leveza.

Talvez esteja nessa nossa característica uma das explicações para o relativo fracasso dos sistemas de planejamento, não apenas os edilícios ou urbanísticos, mas também os econômicos, os políticos e demais. Infelizmente, quase nunca com resultado inócuo.

Agora, no chamado Museu do Índio, em obra externa ao estádio do Maracanã, houve um vertiginoso percurso da demolição ao tombamento, em dias. Abandonado por décadas, o imóvel foi ocupado por indígenas que passaram a designá-lo Aldeia Maracanã. Quando se soube que seria demolido para dar lugar à área de dispersão do estádio (ou a estacionamento, não ficou claro), uma manifestação política se opôs à demolição, obteve apoio judicial e culminou com a desistência do governo na ação. A seguir, anunciou o governo que proporá o tombamento do edifício.

Ainda no mesmo âmbito, estão os projetos divulgados para interligar o Maracanã à Quinta da Boa Vista, passando por cima da ferrovia. De um complexo com lojas, milhares de vagas para estacionamento e uma praça na superfície elevada, passou-se, segundo noticiou a coluna de Ancelmo Gois, a uma passarela, bastante singela, com presumíveis 540 metros de comprimento (sim, mais de meio quilômetro), sem lojas e sem nenhuma vaga para estacionar.

Também o caso da Avenida Rio Branco. De mais elegante espaço publico brasileiro, a antiga Avenida Central tornou-se nas últimas décadas um canal de transporte coletivo metropolitano. Em cada abertura de semáforo — talvez um minuto —, passam pela Rio Branco, na esquina com Avenida Almirante Barroso, entre 20 e 30 ônibus, mais os automóveis. Pois dessa exuberância, mediante estudos de remanejamento, a Prefeitura anuncia que transformará esse trecho em exclusivo para pedestres.

Não são apenas empreendimentos públicos que fazem esse vaivém. Privados também seguem igual doutrina. Sob a chancela de Eike Batista, a Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, foi projetada com um centro de convenções-shopping associado. A contestação que recebeu de ambientalistas logo a fez rejeitada publicamente pelo empreendedor. Passados alguns meses, rejeita-se a rejeição e retorna o primeiro modelo, algo reduzido.

Depois de fatos negativos de grande repercussão, leniências dão lugar a alto rigor, como fazem governos em todo o Brasil, após a tragédia em Santa Maria. É justo, mas também é recorrente. Vai-se de proibido a compulsório sem transição.

Projetos são antevisões. Logo, podem ser modificados; é do processo. Mas percorrer em segundos do oito ao oitenta não parece coisa adequada para prancheta de arquiteto, está mais para Fórmula 1.

Pois projeto também é ideia — não são plumas ao vento.

Disque-2014 - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 02/02


Dilma Rousseff telefonou mais de uma vez anteontem para o vice-presidente, Michel Temer, num gesto para tranquilizá-lo quanto à manutenção da aliança em 2014. A presidente agiu para neutralizar a reação do PMDB à costura do ex-presidente Lula para dar a vice na chapa reeleitoral ao governador Eduardo Campos (PSB-PE). Nas conversas, Dilma demonstrou desconfiança diante da articulação de Campos contra o PMDB na eleição dos comandos da Câmara e do Senado.

Já vi...
Irritada com a ingerência de Lula, a cúpula do PMDB critica, em privado, a ação do ex-presidente e lembra que não é a primeira vez que ele age nos bastidores para enfraquecer Temer.

... esse filme
Peemedebistas lembram que Lula estimulou Nelson Jobim a disputar a presidência do PMDB contra o vice-presidente, em 2007, e pilotou a filiação do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles como opção de companheiro de chapa de Dilma em 2010.

Último ato
Antes de se despedir do comando do Senado, José Sarney (PMDB-AP) pediu à presidente que recebesse o deputado Sarney Filho (PV-MA). Dilma, que dificilmente recebe individualmente parlamentares, atendeu o pleito na quarta-feira.

Companheiro
Aliado de Renan Calheiros, Lobão Filho (PMDB-MA) duvida que o Supremo Tribunal Federal decida rapidamente sobre a abertura de processo penal contra Renan Calheiros (PMDB-AL). "É uma sacanagem. Se o Supremo abrir processo, Renan passará dois anos como réu."

Prorrogação 1
Na reta final da corrida pela presidência da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) precisou apagar um incêndio estimulado pelo adversário Júlio Delgado (PSB-MG). O mineiro tentou convencer Inocêncio Oliveira (PR-PE) a sair candidato avulso para aumentar as chances de segundo turno na Casa.

Prorrogação 2
Alves correu até Inocêncio, que goza de grande prestígio no chamado baixo clero e ficará pela primeira vez em vários anos sem cargo na Mesa Diretora da Casa, e lhe fez uma proposta para assumir um conselho de estudos e debates do parlamento, a ser criado. Ele ficou de pensar.

Time...
Marina Silva distribuiu tarefas para o evento do dia 16, em Brasília, no qual deve lançar o embrião de seu novo partido. O ex-presidente do Ibama Bazileu Alves coordena a redação de minutas provisórias do manifesto, estatuto e programa.

... dos sonhos
O plano de coleta de assinaturas é traçado pela advogada Marcela Moraes, perita em redes sociais. Maria Alice Setúbal cuida da captação de recursos. Hoje, os sonháticos voltam a se reunir em São Paulo.

Cinzas
Orlando Pessuti decidirá após o Carnaval se aceita o convite para assumir a Sanepar, empresa de saneamento do Paraná. O "sim" do ex-governador é esperado pelos tucanos para oficializar o ingresso do PMDB no projeto de reeleição de Beto Richa.

Mais-valia
Sindicalistas anotaram: Dilma recebeu pelo menos 20 empresários desde o início do ano. O primeiro líder sindical a ter audiência com a presidente será Vágner Freitas, da CUT, na terça.

Instagram
Cândido Vaccarezza (PT-SP) divulgou em seu site galeria de fotos com todos os prefeitos e vices que visitaram seu gabinete durante a semana da marcha a Brasília. O petista disse ter recebido "cerca de 60".

Varejo
Fernando Haddad receberá as bancadas de vereadores para reuniões na abertura dos trabalhos da Câmara. O PSD, de Gilberto Kassab, deve abrir a maratona.

Tiroteio

Chalita não é bobo: melhor um ministério na mão que uma disputa eleitoral voando e fadada ao fracasso em São Paulo.
DO EX-GOVERNADOR ALBERTO GOLDMAN (PSDB-SP), sobre o deputado do PMDB ter afirmado que prefere ser ministro a concorrer ao governo paulista.

Contraponto


Teste de disciplina

A eleição para a presidência do Senado, ontem, foi tomada por barulho no plenário durante boa parte dos discursos dos parlamentares. Em determinado momento, José Sarney (PMDB-AP), no comando da sessão, pediu que o recinto se silenciasse.

Aguardando para falar, Pedro Simon (PMDB-RS), comentou no microfone, levando os presentes aos risos:

-O senhor tem que ser mais duro!

Sarney respondeu de bate-pronto:

-Infelizmente, senador, eu não tenho o temperamento de vossa excelência...

Máquinas e câmbio - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 02/02

A política cambial virou uma incerteza a mais em uma semana que termina com o IBGE divulgando que a indústria encolheu 2,7% em 2012 e o setor de bens de capital teve um tombo de 11,8%. No ano passado, o governo atuou para enfraquecer o real e subir o dólar, e esta semana o Banco Central vendeu dólar para fortalecer o real. O ministro Guido Mantega fez novas declarações confusas.

Os exportadores que querem o real desvalorizado não entenderam o movimento do BC. Mantega disse que o câmbio permanece flutuante "desde que dentro de uma banda apropriada".

A equipe econômica tem tido dificuldades de comunicar com clareza a política adotada, em qualquer área. No câmbio, parece que querem o dólar mais forte para ajudar os exportadores, desde que não impacte a inflação.

Quando o real está caro, isso favorece a importação de máquinas, facilita investimentos, e ajuda no combate à inflação. Mas, para quem exporta, o real mais forte é perda direta de competitividade. O produto brasileiro chega mais caro lá fora e perde dos concorrentes. Agradar a todos com a taxa de câmbio é uma missão impossível.

O governo estimulou a desvalorização nos últimos seis meses. Agora, parece voltar atrás. O real caiu abaixo de R$ 2,00 pela primeira vez desde julho. O setor que produz máquinas está em suspense com a mudança de tendência. Mesmo com o dólar alto na maior parte do tempo, o ano de 2012 foi difícil. Os dados das 1.500 empresas que fazem parte da Associação da Indústria de Máquinas (Abimaq) mostram queda de 5,4% na produção e 3% no faturamento. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada é o mais baixo dos últimos 40 anos: fechou em 73%. Mas a desvalorização do real impediu um cenário pior porque as exportações subiram 11,2%. Houve forte crescimento no segundo semestre, quando o real perdeu valor e isso conteve também o crescimento das importações, de apenas 0,9%.

Os números da produção industrial do IBGE, divulgados ontem, mostram uma queda de 11,8% no segmento de bens de capital durante o ano passado. O instituto inclui nesse item também produtos da linha branca, caminhões, tratores e ônibus.

O que a Abimaq diz é que o dólar mais alto ajudou. De cada R$ 100 faturados, R$ 33 vieram do exterior, segundo a associação. Houve aumento nas exportações para a Europa, apesar da crise lá, de US$ 2,2 bilhões para US$ 2,6 bilhões, e para os Estados Unidos, de US$ 2 bi para US$ 2,4 bilhões. As vendas de máquinas para a América Latina caíram, em parte pelo protecionismo da Argentina. O déficit da balança comercial do setor continuou muito grande, US$ 16,9 bilhões. Mas caiu pela primeira vez desde 2005.

- Esses números mostram que o setor de máquinas é competitivo internacionalmente. O que não é competitivo é o Brasil, com seu custo de produção enorme. Quando houve um impulso do câmbio, as exportações responderam, a partir de junho e julho. Se o dólar voltar a R$ 1,60, derruba isso tudo de novo - disse o presidente da Abimaq, Luiz Aubert.

Esse é o risco. Se ficar a dúvida sobre o objetivo da polícia cambial - deixar o dólar baixo para ajudar a inflação, ou o dólar mais alto para favorecer a indústria - os investimentos ficarão em suspenso. O pior ambiente para investir é a incerteza.

O vice-presidente da Abimaq, Mário Bernardini, defende que o governo use outros instrumentos para combater a inflação:

- Há outras formas de se combater a inflação que não seja o câmbio. A principal delas é promover uma forte redução de impostos, mas isso o governo não faz.

A Formação Bruta de Capital Fixo deve cair pelo sexto trimestre seguido, de acordo com a Abimaq, quando o IBGE divulgar os números finais do PIB de 2012.

Ai, indústria - CELSO MING


O Estado de S.Paulo - 02/02


Depois de um ano de renúncias fiscais (redução ou isenção de impostos), da ordem de R$ 40 bilhões, de derrubada dos juros, de uma desvalorização cambial (queda das cotações do dólar) de 20% e de R$ 37 bilhões em créditos do BNDES, a indústria teve, em 2012, um desempenho frustrante: queda da produção de 2,7%, como ontem mostrou o IBGE.

Mas não é recomendável olhar apenas para o que passou. É preciso olhar à frente do para-brisa. Mas por aí também as coisas não entusiasmam. Ainda não estão disponíveis estatísticas sobre a evolução do investimento, mas já se sabe que também foi decepcionante. A produção física da indústria de máquinas (bens de capital), por exemplo, caiu 11,8% em relação a 2011 e a importação (em dólares) aumentou apenas 1,5%.

Esses números do setor de máquinas e equipamentos dizem muito. Mostram uma indústria desestimulada. Se investiu e investe pouco, não pode mesmo acenar com aumentos de produção nos próximos meses.

Os resultados e os prognósticos ruins deveriam servir ao menos para que o governo Dilma comece a perceber que há algo errado nessa política de puxadinhos empreendida ao longo de 2012. E, no entanto, os administradores da Economia entendem o contrário. Acham que estão produzindo grande reviravolta estrutural no sistema produtivo. É só ter um pouco de paciência e esperar pelos resultados, dizem.

Alguns analistas ainda imaginavam que esse discurso se destinava a compor uma espécie de jogo do contente - coisa que, em geral, quem está no governo costuma fazer. Infelizmente, não é isso. Eles creem mesmo em que mudaram tudo e que a virada gloriosa está próxima.

Um dos setores do governo que começaram a apresentar outro diagnóstico, embora tardiamente, é o Banco Central. Acaba de advertir que o problema da economia não é falta de demanda, mas falta de oferta. Os incentivos ao consumo geraram antecipação de compras, mais importação e calotes generalizados: "A inadimplência e o comprometimento da renda explicam esse comportamento errático da indústria", afirmou ontem o economista André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE - afinal, também ligado ao governo.

Mas nem tudo está perdido. O governo Dilma passou a dar sinais de ter entendido que, por exemplo, precisa ter uma política de combustíveis. Ou seja, começa a admitir que até agora não teve. O último reajuste da gasolina e do diesel só trouxe descontentamento. O consumidor acha que está sendo punido por pagar mais; a Petrobrás continua sangrando, porque paga pelo importado mais do que recebe no mercado interno e perde capacidade de investimento; o setor do açúcar e do álcool, por sua vez, vai desmilinguindo, à medida que os preços achatados da gasolina lhe fazem competição desleal. E o Brasil, festejado como promessa global do biocombustível, passou a importar etanol.

Se está mudando no setor dos combustíveis, o governo Dilma pode também corrigir os rumos de sua política econômica, a tempo de relançar todo o setor produtivo - e não só a indústria.

Legalidade ou inconformismo? - KÁTIA ABREU

FOLHA DE SP - 02/02

Há todo um universo, com representatividade popular, cuidando de cada tema que chega ao Legislativo


Há iniciativas que, por ferirem o mais elementar senso comum, não conseguem ocultar sua origem e objetivos.

É o caso das três Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) -tema do qual tratei aqui no sábado passado- que a PGR (Procuradoria-Geral da República) encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o novo Código Florestal.

A PGR "descobriu" nada menos que 39 inconstitucionalidades no Código, enxergando o que nem os 594 congressistas (513 deputados e 81 senadores) e respectivos assessores técnicos, órgãos da sociedade civil e a própria Presidência da República conseguiram. Um fenômeno!

É sabido que todo e qualquer projeto cumpre rigoroso rito legislativo. Antes de ser votada na Câmara ou no Senado, a proposta é submetida, em cada Casa, ao crivo de uma Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), composta por parlamentares com formação jurídica, assessorados por técnicos, cuja missão é exatamente aferir a sua constitucionalidade.

Após a manifestação da CCJ, ela vai para uma comissão especializada. E propostas que envolvem mais de uma disciplina tramitam por mais de uma comissão técnica.

Novamente, deputados ou senadores, devidamente assessorados por especialistas, debruçam-se sobre a matéria.

Não raro, a submetem a audiências públicas, envolvendo, no debate, os segmentos da sociedade civil interessados no assunto.

Só depois de superadas essas etapas a proposição vai a plenário, ocasião em que partidos ou parlamentares podem reavaliá-la, propor emendas ou, até mesmo, apresentar um substitutivo.

Estabelece-se a controvérsia e, onde não há consenso, decide-se no voto. Após toda essa complexa liturgia, a proposta segue à sanção presidencial, onde, mais uma vez, se submete a especialistas que podem recomendar vetos à chefia do governo.

E todo veto tem que passar pelo Congresso, que pode ou não acatá-lo. Há, pois, todo um universo, com representatividade popular, cuidando de cada tema que chega ao Legislativo, quer pelo ângulo técnico-jurídico, quer pelo ângulo político.

Pode-se reclamar de uma opção política. Tecnicamente, porém, a probabilidade de uma falha, embora possível, é rara.

Mas 39 falhas é simplesmente inacreditável, sobretudo para uma proposta, como a do Código, que tramitou uma década, com diversas audiências públicas. Nada foi mais visto, revisto e discutido que seus dispositivos.

O interessante é que as "inconstitucionalidades" apontadas são exatamente as que geraram controvérsias com as ONGs ambientalistas, que conspiram contra a produção agrícola do país -e perderam no voto. Coincidência?

Vejamos: o Ministério Público questiona, entre outras coisas, as áreas de preservação permanente; a recomposição de reserva legal por pequenos proprietários; a inexistente "anistia" aos desmatadores (na verdade, restauração do que foi ilegalmente desmatado); a compensação da reserva legal por arrendamento ou por doação de área dentro da unidade de conservação a órgão do poder público. Etc., etc.

A procuradora-geral em exercício, Sandra Cureau, considera "inconstitucionalidade e retrocesso" a redução e a extinção de áreas que eram protegidas por legislações anteriores. Ora, se a lei mudou, mudam os critérios e os conceitos antes vigentes.

Mas ela desce a detalhes técnicos que definitivamente não lhe cabem, ao sustentar, em uma das ações, que é preciso "preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais".

Que sabe a PGR sobre "processos ecológicos essenciais"? Trata-se de matéria técnica, exaustivamente discutida em âmbito próprio. Não é questão afeta à Procuradoria.

É claro que, no espaço de um artigo, é impossível descer aos detalhes de três Adins e refutar cada objeção. Terei oportunidade de fazê-lo da tribuna do Senado e na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Lembro apenas que o Ministério Público não é instância de militância política e não pode levar, ao tapetão, questões já resolvidas no campo próprio da disputa, isto é, o Congresso. Isso, sim, é inconstitucional.

Ueba! É o Renan Escandalheiros! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 02/03

E a gasolina aumentou porque a gente não tem posto, só tem levado! Rarará! É mole?


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Acabei de receber um release de Olinda: "O bloco Já Que Tá Dentro, Deixa completa dez anos". Dez anos? Então não deixaram, esqueceram! Muda o nome do bloco pra "Já Que Tá Dentro, Esquece!".

E uma das marchinhas do bloco Pacotão de Brasília é: "Dieta do Lula". Com o refrão: "Lula não coma arroz, Lula não coma arroz, Lula coma arroz". Eu demorei uns dez minutos pra entender que "arroz" é "a Rose". Rarará!

E aquele ex-BBB preenchendo a ficha de inscrição: "Local de nascimento: Hospital Sagrada Família". Rarará! A anta botou o nome da maternidade! E um amigo assistindo a "Mulheres Ricas": "Se eu começar a falar asneiras, eu fico rico?". Fica! Ganha por asneiras!

E umas travecas vão fazer uma versão de "Mulheres Ricas" chamada "Mulheres Picas"! Tem uma traveca em Osasco que imita a Val Marchiori. O carro para e ela grita: "Hello, US$ 20 e só tomo champanhe". Rarará!

E Brasília? Previsão do tempo em Brasília: ABAFADO! Abafam tudo! Rarará! E o Renan Cowlheiros Avacalheiros Escandalheiros? É o Renanscimento do Renan! E a manchete do Piauí Herald: "PMDB ganha três presidências e pede música no Fantástico".

O PMDB nasceu com a carta de Pero Vaz de Caminha pedindo emprego ao rei de Portugal. O fundador do PMDB foi Pero Vaz de Caminha! E PMDB quer dizer Pomos a Mão no Dinheiro do Brasil. E PMDB quer dizer Partido da Mutreta Do Brasil! Quer dizer, PMDB quer dizer Partido Mutreta da Demência Brasileira! Rarará!

E sabe qual a semelhança entre o Clinton, o Renan e o Cebolinha? Os três sofreram nas mãos duma Mônica! Rarará! E esta: "Após mensalão, milhares pedem demissão de governante espanhol". É o mensalón! Globalizaram o mensalão. Não tem virgem na zona. Rarará!

E a gasolina aumentou porque a gente não tem posto, só tem levado! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!

O Brasileiro é Cordial! Cartaz num consultório médico: "A consulta do Dr. Aracindo não tem tempo de duração, entretanto lembramos: o Dr. Aracindo não é psicólogo". Tradução: "Vaza! Cai Fora!". Rarará! E este cartaz no departamento de cristais das Americanas: "Quebrou! Pagou!". Aí já é sacanagem. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!


Volta de Renan mostra vitória do 'conchavo político' - RICARDO CALDAS

O ESTADÃO - 02/02

A eleição do novo presidente do Senado confirma as perspectivas mais sombrias dos defensores da democracia e da transparência pública. A vitória de Renan Calheiros (PMDB-AL) mostra que as votações são decididas nos bastidores por conchavos políticos. O fato de Renan já ter renunciado em 2007 não parece ter tido nenhum impacto na decisão dos senadores em reelegê-lo. Na ocasião, as acusações foram:

* A revista Veja acusou o senador de ter despesas pessoais pagas por um lobista. O dinheiro bancaria a pensão e o aluguel da jornalista com quem o senador tem uma filha;

* Renan teria um esquema de arrecadação em ministérios comandados pelo PMDB;

* Teria beneficiado bancos privados com a concessão de crédito consignado. Em troca, a instituição financeira teria pago propina a ele;

* Renan foi acusado de manter assessores para espionar a vida de senadores da oposição;

* Não menos importante, houve uma denúncia de que Renan teria intercedido junto ao INSS a favor de uma conhecida empresa de cervejas e refrigerantes vendida em 2011 para um grupo japonês.

Na época, nenhuma das denúncias foi devidamente averiguada e ele foi absolvido pelo plenário da Casa. Na realidade, nenhuma das acusações acima foi relevante na decisão de Renan em renunciar, exceto a possibilidade de ter seus direitos políticos suspensos.

Mais recentemente, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou três novas denúncias contra Renan no STF: peculato, uso de documento falso e falsidade ideológica.

Por qualquer uma das acusações acima, um senador nos EUA já teria renunciado ao mandato. O ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger teve que abandonar o seu mandato apenas por ter filho (s) fora do casamento. Isso demonstra que nossa classe política brasileira se caracteriza pelo pragmatismo e pela falta de padrões de ética, impessoalidade e moralidade, princípios básicos do Estado e do setor público.

A eleição de um deputado do PMDB para a presidência da Câmara, como deve se confirmar na segunda-feira, com a vitória de Henrique Eduardo Alves (RN), pode gerar um quadro de concentração de poderes e instabilidade, podendo afetar negativamente a produção legislativa. Em ambos os casos, não haverá interesse nem da Câmara nem do Senado em levar a cabo investigações contra seus membros.

Tempo de Murici - DORA KRAMER

O Estado de S.Paulo - 02/02

O senador Renan Calheiros conhece a história. Havia lá nas Alagoas de sua Murici natal um chefe político do interior ("coronel Elísio") violento no gesto e ameno na palavra que depois de mandar matar seus desafetos comunicava assim o fato consumado aos chefiados: "Deu-se a tragédia".

Assassinado o decoro ontem às 14h30, deu-se a tragédia no Senado, que agora terá de conviver com um presidente moralmente baleado e por dever de ofício emprestar-lhe reverência.

O ato da eleição em si foi relativamente simples. Bastou que o candidato se mantivesse escondido, que o PMDB lhe desse abrigo, que o vice-presidente da República fizesse papel de seu porta-voz, que o governo compactuasse e que a maioria das excelências (56 em 81) a ele se igualasse.

O complicado vem agora. Salvo apodrecimento precoce que interrompa o percurso, serão dois anos durante os quais não há a menor chance de as coisas melhorarem por lá, não obstante pior pareça impossível.

O Senado não terá um presidente por inteiro. Será permanentemente cobrado pelas denúncias que o envolvem e podem em breve transformá-lo em réu no Supremo Tribunal Federal.

Provavelmente Calheiros até tenha a intenção de fazer uma "gestão belíssima", como disse seu correligionário Michel Temer.

Candidato calado até aquele momento, ele iniciou seu discurso exaltando o valor do "debate". Falou em "eixos", "gestão eficiente", "transparência", "modernidade", "banco de dados" e por aí foi no palavrório de burocrata sem triscar de leve sequer no problema de fato: os fatos que desqualificam o Congresso que a partir de agora preside.

Lançou mão de um verniz defendendo a "liberdade de expressão" e a ética "como obrigação"; disse que o Congresso "é sócio da crise" geral dos parlamentos, mas transitou ao largo das razões do estrago específico. Nada que lhe crie dificuldades, pois se o Senado quisesse mesmo sair do fosso teria feito uma escolha mais decente.

A justiça dos homens - WALTER CENEVIVA

FOLHA DE SP - 02/02


A resposta da justiça humana não será rápida. Será muito mais lenta do que desejarão ver os parentes das vítimas


Nas manifestações públicas, especialmente no Rio Grande do Sul e em outras partes do país, foi forte o traço comum. Estava nos cartazes referentes à morte de mais de duas centenas de jovens, na boate incendiada. Letras maiúsculas traziam a palavra "JUSTIÇA!". Era o claro anseio de que as mortes resultem na condenação de todos os culpados. Por ação ou omissão. De entes públicos ou privados. Todos os que deram causa ao resultado pavoroso (Constituição, art. 5º, incisos 35 a 37 e 40).

Trata-se, como evidente, de fazer a justiça dos homens, da lei escrita, para o processo punitivo dos responsáveis e absolutório dos inocentes (Constituição, art. 5º, inciso 57). Serão penas compatíveis com as circunstâncias agravantes, não acolhida a alegação de imprevisibilidade do resultado ou outra que as defesas criarem.

Para os familiares das vítimas, nenhuma punição lhes trará de volta os seres queridos, mas a gravidade do efeito sugere a equiparação da conduta dos responsáveis às alternativas de crime doloso (Código Penal, art. 18, ao fim). Os controladores da boate, direta ou indiretamente -segundo as informações divulgadas- agravaram o resultado, por omissão, ou se impediram os frequentadores de saírem (sem que pagassem pelo consumo), se adotaram fogos de artifício no espaço interno. Ou se admitiram o ingresso de clientes acima do possível. A prova das agravantes há de ser cabal.

A resposta da justiça humana não será rápida. Será muito mais lenta do que desejarão ver os parentes das vítimas. O resultado almejado, da resposta em tempo breve, poderia sacrificar o direito de defesa dos que o quiserem defender? Essa é a pergunta mais comum, ouvida quanto aos fatos. É sempre respondida pela última alternativa possível: não. Não poderá. Na área da segurança pública a apuração inclui a polícia civil, à qual incumbe o levantamento do que aconteceu antes, durante e depois dos fatos, na produção do inquérito. Haverá cooperação da polícia militar quanto aos banheiros.

O julgamento é centrado no Poder Judiciário. Vai do juiz de direito (na comarca local) passar pelas cortes intermediárias, até os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O Ministério Público tem autonomia para a promoção da ação penal (Constituição, arts. 127 e 18, inciso II). A Carta Magna inclui, ainda, o advogado (privado ou público), assim como o defensor público para atuarem imprescindivelmente em favor dos acusados.

No processo, os elementos técnicos serão definidos em laudos, por peritos nomeados pelo juiz e por assistentes das partes.

O leitor pode acompanhar o desenvolver dos fatos, até -no fim do processo- saber o resultado com as condenações e absolvições. Trilhas diversas acolherão ações cíveis, movidas pelas famílias das vítimas, contra os responsáveis, sejam eles privados (empresários da boate e seus contratados) ou públicos (autoridades encarregadas do controle administrativo das condições do local e de sua fiscalização).

Quanto tempo se passará, com os procedimentos envolvidos da apuração à condenação ou à absolvição? É impossível prever. A experiência permite arriscar um mínimo de dez anos. A previsão pode parecer exagerada, mas é muito pouco provável que o fim do processo chegue antes.

Não é guerra, mas parece - MIGUEL REALE JÚNIOR

O ESTADÃO - 02/02

Em recente pesquisa, 90% dos paulistanos consideraram a cidade de São Paulo insegura e revelaram medo. A violência passou a ser um componente do cotidiano. Na sociedade globalizada, graças aos meios de comunicação a percepção da violência prescinde da experiência pessoal, generalizando o sentimento de intranquilidade no meio social.

Dados demonstram - tendo sempre por referência o número de homicídios por 100 mil habitantes - que passamos de 11,7 homicídios em 1980 para 25 na década de 90. Na mesma época, o índice em países vizinhos como Argentina, Paraguai, Chile era de 5 homicídios. Na Inglaterra e na França, apenas 1.

Em 2000 registraram-se 26,7 homicídios e a década terminou com número próximo ao de seu início: 26,2. De 2004 a 2007 foram assassinadas mais pessoas no Brasil do que todas as mortas nos 12 principais conflitos armados pelo mundo afora. Esses números, todavia, indicam os homicídios cometidos, mas não a agressividade voltada para a destruição da vida, pois as estatísticas desconsideram as ações frustradas visando a matar.

Estudo de Júlio Waiselfisz, do Instituto Sangari, traz o Mapa da Violência no Brasil na década de 2000-2010. No início dessa década, Estados que ostentavam níveis moderados apresentaram crescimento severo, como Alagoas, Pará ou Bahia. Por outro lado, a maior parte dos Estados que lideravam as estatísticas tiveram quedas significativas, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Comparando as taxas de homicídios de 2000 e de 2010, verifica-se que houve intensa mobilidade da criminalidade, com a interiorização do crime, diante do incremento do número de homicídios nas cidades com cerca de 100 mil habitantes.

No Estado do Rio de Janeiro alcançou-se em 2010 uma redução de 48,6% no número de homicídios, em São Paulo houve uma diminuição de 67,5%. Enquanto isso, a Bahia sofreu aumento dos casos, com acréscimo de 303%, e o Pará apresentou crescimento de 252%.

A grande sensação de insegurança dos paulistanos exige que se façam ponderações. São Paulo apresentou ao longo do tempo formas variadas de violência contra a pessoa. Para sociólogos do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, em 1980 cerca de 30% dos homicídios noticiados pela imprensa na cidade decorriam de atos de linchamento, principalmente, executados em frente à sede de órgãos estatais, em demonstração cabal de desconfiança e de afronta ao poder constituído.

A partir de 1985 adicionou-se outra modalidade de violência, consistente no homicídio praticado por grupos de extermínio.

Na década de 90 nova forma de violência contra a pessoa passou a prevalecer: a chacina. Em 1999 houve 75 chacinas, com 257 mortos. A ação homicida não se limita a uma determinada pessoa. Rompidos são todos os interditos e, se preciso, vitimam-se crianças, mulheres e idosos. Ou seja, todos, indistintamente, os que estejam ao lado do alvo desejado. A chacina revela grau elevado de desprezo à vida, explicável apenas diante da imensa desorganização social na periferia das cidades e da ausência do poder público.

As chacinas passaram a ser cuidadosamente investigadas, descobrindo-se os autores, em geral assassinos de aluguel, muitas vezes policiais a serviço de mandantes que agiam por motivo irrelevante. Caiu, então, a incidência da chacina.

Hoje a atmosfera de insegurança é grande, malgrado ter havido significativa diminuição da criminalidade, como antes sinalizado. Mas vale verificar alguns números: no terceiro trimestre de 1999 ocorreram mais de 3 mil assassinatos e mais de 2 mil tentativas, mas, em 2011 o terceiro trimestre registrou "apenas" 1.055 homicídios e 1.261 tentativas. É certo, contudo, que recrudesceu o número de homicídios no terceiro semestre de 2012, com aumento de 10% dos casos. Em outubro de 2102 o fenômeno foi mais grave: houve 150 homicídios e 160 tentativas na cidade de São Paulo, enquanto, no mesmo mês de 2011, foram 78 homicídios e 102 tentativas. A chacina também retornou: no ano passado houve 27 casos, tendo sido apurada a autoria de apenas um.

Há outro dado relevante: no terceiro trimestre de 2011 foram mortas pela Polícia Militar (PM), em confronto, 92 pessoas, mas no mesmo trimestre de 2012 morreram por ação da PM 140 pessoas no Estado de São Paulo. Policiais, em especial fora de serviço, também foram mortos. Criou-se um clima de guerra que pode explicar a sensação de insegurança atual.

A volta da chacina pode decorrer da falta de apuração pela Polícia Civil. A crescente violência policial é fruto de descontrole sobre a tropa de policiais militares. Esses são fatores em parte explicativos do aumento dos homicídios. Assim, age com acerto o novo secretário da Segurança ao pretender modernizar, com trabalho de inteligência, o Departamento de Homicídios e ao proibir que vítimas de confronto com a PM sejam levadas ao hospital pelos policiais, visando a preservar a cena do fato.

O palco da violência, a realidade dura das periferias, porém, pouco mudou. Assim, é relevante que se implantem, em conjunto com as secretarias da área social, políticas de transformação e de humanização da periferia das cidades médias e grandes. Algumas dessas medidas: dinamizar os Centros de Integração do Cidadão, levando a Justiça ao povo, com juízes, promotores, defensores públicos e policiais perto e a serviço da população pobre; realizar mutirões para orientação jurídica e mediação de conflitos; criar centros de convivência e de cultura; organizar a prática de esportes; integrar a escola à comunidade; garantir a presença de médicos nos postos de saúde e determinar o fechamento de bares a partir das 22 horas, quando mais grassa a violência.

Só a ação integrada de diversos setores pode minimizar o quadro trágico da violência, que nos joga no Terceiro Mundo, com índices de criminalidade superados, na América, apenas pela Colômbia.

Até tu, Brutus! - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 02/02

A sede da Polícia Federal, em Brasília, conhecida como "Máscara Negra", não tem escada de incêndio. Desde a década de 70, quando o prédio foi construído, nunca houve qualquer simulação para evacuação do local. Mais de mil pessoas trabalham no prédio da PF. Há projeto de construção de nova sede, que não saiu do papel, e o terreno está sendo requisitado pelo governo do Distrito Federal.

Blindagem
O PMDB irá recuperar a presidência do Conselho de Ética do Senado. Eleito em 2011 para o cargo, o senador João Alberto (PMDB-MA) se licenciou para ser secretário estadual. Voltou ao Senado e tomará o lugar do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que assumiu ano passado. Coube a Valadares o processo de cassação de Demóstenes Torres. Agora, Valadares foi avisado de que terá de sair. João Alberto será indicado e caberá a ele aceitar ou não processos contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na Câmara, o PT deverá ficar com a corregedoria, que analisa processos por quebra de decoro, que pode ser o caso de Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

"Seria uma derrota ele (Lula) ter que se apresentar (candidato a presidente em 2014). Seria admitir que ele errou em sua escolha (a presidente Dilma)"

A diferença
Mesmo sem terem sido anunciados, o vice Afif Domingos e o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) já falam sobre suas eventuais futuras pastas. Mas um assessor da presidente Dilma alertou que Afif foi convidado e Chalita, não.

Ecumênico
A presidente Dilma e o arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, acertaram ontem a realização de ato ecumênico na próxima quinta-feira, às 19h, com o objetivo de prestar solidariedade aos familiares e reverenciar a memória dos 236 mortos na tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria, na madrugada do último domingo (dia 27).

Operação vazia
Conselheiros da presidente Dilma e do ex-presidente Lula não creem na candidatura de Gabriel Chalita ao governo paulista por uma chapa PMDB-PT. Alegam que é difícil passar por cima de Aloizio Mercadante e Marta Suplicy.

A voz da experiência
Incomodados com o apoio do PSDB ao senador Pedro Taques (PDT-MT) para presidente, peemedebistas queriam lançar um senador do partido para a 1ª secretaria, cargo prometido aos tucanos. O senador José Sarney (PMDB-AP) pediu que esperassem a votação porque imaginava que nem todos os tucanos seguiriam o partido. Os 18 votos de Taques lhe deram razão.

Só faltou o pijama de bolinhas
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) acordou ontem vários colegas da bancada para contar que teve um sonho com São Francisco. O santo lhe dizia que Renan Calheiros (PMDB-AL) poderia não concorrer, e surgiria nome de consenso.

Ossos do ofício
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), candidato ao governo mineiro com o apoio do senador Aécio Neves (PSDB) e do governador Eduardo Campos (PSB), terá a primeira audiência com a presidente Dilma na quinta-feira.

COMÉDIA DA VIDA PRIVADA. Funcionário da Câmara teve contracheque acessado na internet e resolveu ver quem era o interessado. Para surpresa foi o genro.