terça-feira, julho 26, 2011

FERNANDO DE BARROS E SILVA - A última romântica

A última romântica
FERNANDO DE BARROS E SILVA 
FOLHA DE SP - 27/07/11

SÃO PAULO - Cigarros, isqueiros, copos com drinques coloridos, garrafas vazias -de vodca, do licor de coco Malibu... Às flores, velas, retratos e mensagens de praxe os fãs acrescentaram em frente à casa de Amy Winehouse esses objetos que dão prazer, podem viciar e fazem mal à saúde. Para além da homenagem, era uma forma de participar do universo de excessos da cantora.
É curioso o apelo de Amy num mundo conservador, cada vez mais antitabagista e alerta para os riscos das drogas -um mundo onde vamos sendo ensinados a comprar produtos sem gordura trans e onde até as garotas de esquerda consomem horas dentro da academia.
Numa época em que as pessoas são estimuladas a abdicar de certos prazeres na expectativa de durar bastante, simplesmente para durar, Winehouse fez o roteiro oposto -intenso, autodestrutivo, suicida.
Sob o aspecto clínico, era uma viciada grave, necessitando desesperadamente da ajuda que insistia em recusar. Uma de suas canções mais famosas trata exatamente disso.
Amy foi presa fácil do jornalismo de celebridades, voltado à escandalização da intimidade dos famosos (quanto pior, melhor). Foi também, num tempo improvável, a herdeira de Janis Joplin, morta aos 27 em 1970, e de Billie Holiday, morta aos 44, em 1959, ambas por overdose.
Como suas antecessoras, Amy leva ao extremo o éthos romântico -do artista que vive em conflito permanente e se rebela contra o curso prosaico e besta do mundo. Na sua figura atormentada e em constante desajuste, o autoflagelo quase sempre se confunde com o ódio às coisas que funcionam.
Numa cultura inteiramente colonizada pelo dinheiro e que convida à idolatria, fazer sucesso parecia uma espécie de vexame e de vileza, o supremo fiasco existencial, contra o qual era preciso se resguardar.
Nisso Amy evoca os gênios do romantismo tardio -Lautréamont, Rimbaud e outros poetas do inferno humano, que tinham plena consciência da vergonha de dar certo.

JOÃO PEREIRA COUTINHO - O terrorista da Noruega

O terrorista da Noruega
JOÃO PEREIRA COUTINHO 
FOLHA DE SP - 26/07/11

No seu inefável horror, Breivik ensina como as ideias erradas continuam a ser o motor da história


Há algo de podre no reino da Noruega. Ou não há? Lendo os jornais, acreditamos que não. Tudo é silêncio. Nenhum sermão sobre esse tipo de massacre.

Estranho: quando um louco entra numa escola americana e abre fogo sobre os estudantes, a mídia é inundada por sábios, dispostos a explicar tudo, exceto o óbvio.

A culpa é da América. A culpa é de uma história nacional de violência que sempre promoveu a violência. A culpa é das armas, vendidas em todo o lado, sem restrições. A culpa é dos filmes. Da televisão. Da MTV. Do sr. Marilyn Manson. Do Mickey Mouse. A culpa é de todo mundo, exceto de quem premiu o gatilho.

Esse raciocínio não se aplica apenas às matanças americanas. Aplica-se também ao terrorista clássico, leia-se islamita, que o 11 de Setembro catapultou para as primeiras páginas. Uma bomba em Londres, Madri ou Tel Aviv?

A culpa não é dos terroristas. A culpa, deliciosa ironia, é novamente da América. Ou do seu irmão mais novo, Israel, que "roubou" a terra dos palestinos. A culpa é da pobreza. A culpa é da fome. A culpa é do colonialismo. A culpa é nossa, nunca dos outros.

Nada disso existe nas reações conhecidas ao massacre da Noruega. Os sábios ficaram sem roteiro e olham, pasmados, para os números: das vítimas e, já agora, da excelência do país.

Anthony Browne, no "Sunday Telegraph", recordava alguma dessa excelência. Segundo as Nações Unidas, a Noruega está no top dos países com melhor qualidade de vida. É presença permanente nas missões de paz em zonas de conflito. É o maior doador de ajuda externa per capita do mundo.
Também não existe nenhuma sombra colonial, ou imperial, a pairar sobre os noruegueses. Em matéria econômica, a Noruega conjuga o supremo sonho dos progressistas: igualdade social com crescimento econômico. E sobre as armas, sim, elas existem num país de caçadores; mas a legislação sobre a compra e o porte de armas é das mais rigorosas da Europa. O que resta, depois de tudo isso?

Restam três palavras: Anders Behring Breivik. Ou, como o próprio assinou no seu manifesto de 1.500 páginas, Andrew Berwick. Não é preciso procurar as causas imaginárias quando é o próprio a explicar o seu pensamento. E o seu pensamento, já traduzido pela revista "Foreign Policy", é indistinguível do pensamento radical jihadista que nos assalta sazonalmente.

Encontramos o mesmo desprezo pela democracia liberal e pelas sociedades pluralistas do Ocidente. A mesma náusea pela "cultura de tolerância" e pelo reles materialismo dos ocidentais. O mesmo toque de misoginia e puritanismo em relação ao "sexo frágil" -as páginas sobre os hábitos sexuais "devassos" da mãe e da irmã arrepiam qualquer um.

E, surpresa das surpresas, uma admiração assaz heterodoxa pela Al Qaeda e pelo seu defunto líder, Osama bin Laden. Bizarro? Nem por isso. Breivik despreza a "islamização" da Europa e deseja travá-la pela força das armas. Mas, nessa fobia demente, existem palavras de admiração sobre a disciplina, a tenacidade e até o manual de treino da turma de Bin Laden. Aliás, os objetivos de ambos são similares: reconquistar a Europa para uma fé perdida. No caso de Bin Laden, reconquistar a Europa para o profeta.

Para Breivik, reconquistá-la para a cristandade. "Tal como os guerreiros jihadistas são as ameixoeiras da Ummah [o mundo islâmico]", escreve Breivik no manifesto, "nós seremos as ameixoeiras da Europa e do cristianismo." Quem disse que os inimigos não nutriam admiração mútua? Hitler era um admirador sincero da violência e da implacabilidade de Stálin. Regresso ao início: não vale a pena tanto silêncio perante o massacre da Noruega.

No seu inefável horror, ele ensina como as ideias erradas, na cabeça errada, continuam a ser o verdadeiro motor da história. E o fato de nós, ocidentais, vivermos num estágio pós-ideológico onde nada é importante porque nada tem importância não significa necessariamente que os outros nos acompanham nessa doce viagem relativista. Como o próprio Breivik confessou pela internet, "uma pessoa com convicção tem a força equivalente a 100 mil que tenham interesses apenas".
No melhor e no pior, a história da humanidade é a confirmação desse pensamento.

JOSÉ SIMÃO - Ueba! Vou lançar a vodca Amy!

Ueba! Vou lançar a vodca Amy!
JOSÉ SIMÃO 
FOLHA DE SP - 26/07/11

E aí diz que são Pedro perguntou pra Amy: "Quer entrar?". "NO! NO! NO! Só entro se tiver pub."


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Eu tenho duas divas: Amy e Shakira. Sobrou a Shakira! E a melhor homenagem à Amy é abrir um pub com o nome dela: Amy WineWhiskyVodka House!
E aí diz que são Pedro perguntou pra Amy: "Quer entrar?". "NO! NO! NO! Só entro se tiver pub." Aliás, diz que a Amy só vai pro Céu se tiver open bar! Rarará!
E dica de Herculano Quintanilha, de "O Astro": deixa um iPod na cabeceira da cama com uma garrafa de vodca aberta, Amy baixará músicas inéditas pra você! E a homenagem dos fãs? Vocês viram a foto da Folha? Bebida, cigarro e flores. Isso é despacho, oferenda! Oferenda pra pombagira. A Amy era uma pombagira!
E adorei a declaração do dono do pub favorito da Amy: "Estou chocado! Ela era minha melhor cliente". Evidente! Isso é piada pronta! E aquelas pessoas que diziam: "Ela esqueceu a letra". Com aquela voz, precisava de letra? Letra é pro Bob Dylan! Letra é pra sertanejo que com cinco palavras faz umas 28 músicas: cama, motel, solidão, chifre e volta pra mim. "Volta pra mim" é uma palavra só! Rarará!
E também diziam: "A Amy atravessou a música". Então vai pro show da Celine Dion! Rarará! E adorei a charge do Dalcio com são Pedro olhando pro coque da Amy: "Vou precisar de uma escada pra pôr a auréola". Uma escada Magirus! Rarará! E essa tese dos que morreram aos 27 anos: Amy, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Kurt Cobain. E a manchete do Sensacionalista: "Loja de CD vai criar prateleira: mortos aos 27". Rarará!
E você acha que o Corinthians ia ficar fora dessa? Olha o que um cara postou no meu Twitter: em 27 anos, a Amy ganhou cinco Grammys, em cem anos o Corinthians não ganhou nenhuma Libertadores. Rarará! Tudo no Brasil termina em Corinthians!
E mais dois Predestinados. Direto de Portugal. Professor de ciências farmacêuticas: Alcino dos Remédios Furtado. Roubaram-lhe os remédios e continuas a dar aula? E o nome completo dele é: Alcino Miguel Saturnino Antunes dos Remédios Furtado. UFA! Precisa de remédio pra chegar até o fim do nome dele. Precisa de Viagra! E tem um restaurador português em Belo Horizonte que se chama: David ARRANHADO! Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MÔNICA BERGAMO - SEM MEIAS PALAVRAS

SEM MEIAS PALAVRAS
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 26/07/11
O apresentador e ex-deputado Celso Russomanno (PP-SP) foi condenado a pagar R$ 100 mil ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. O pepista declarou ter presenciado a prisão do engenheiro, em junho de 2010, suspeito de receptação de uma joia roubada, e disse que Souza portava dinheiro nas meias. Afirmou também que a delegada do caso "estava sofrendo a maior pressão" de autoridades para liberá-lo - o que ela negou em depoimento à Justiça.

À ESPERA
A sentença foi dada pelo juiz Marco Antonio Botto Muscari, da 5ª Vara Cível do Jabaquara. Ainda cabe recurso. O advogado de Russomanno, Renato Menezello, disse que não comenta o caso porque ainda não foi transitado em julgado.

VIVA VOZ

Lawrence Lessig, um dos fundadores do Creative Commons, que flexibiliza o acesso a obras artísticas, pode vir a São Paulo em agosto. Deve participar, entre outras atividades, de uma palestra sobre tecnologia, música e políticas públicas no Auditório Ibirapuera. O ex-ministro Gilberto Gil está cotado para participar do evento.

DÁ EM ÁRVORE?

O supermercado Sonda pediu à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente uma doação de cem mudas de plantas. O pedido foi negado, "por falta de amparo legal". A rede varejista diz que as plantas seriam "distribuídas para os clientes das lojas, junto com material explicativo sobre o plantio e cuidados relativos às mudas".

BATE-ESTACA
A WTorre vai sortear visitas mensais às obras da Arena Palestra Itália, do Palmeiras, entre os torcedores cadastrados no site que acompanha a construção.

A página teve recorde de acessos no dia 15 de julho, ao transmitir ao vivo a instalação da primeira estaca no estádio: mais de 94 mil visitantes únicos, com 422 mil visualizações no site.

TUNTZ TUNTZ

O festival de música eletrônica Ultra Music, um dos mais importantes do mundo, será realizado no Anhembi, em SP, no dia 3 de dezembro. O evento terá três palcos e contará com 25 atrações internacionais e nacionais, em 14 horas de duração. "O Ultra Music deve entrar para o calendário da cidade. A ideia é que durante a semana do festival aconteça uma série de baladas eletrônicas em SP", diz o empresário Bazinho Ferraz.

CASA NOVA
Vera Holtz está de mudança para SP após 36 anos morando no Rio. "Fiquei com saudades da família." A atriz conta que seu novo projeto é dirigir a artista e designer Mana Bernardes em uma performance.

PRA GENTE E PRA BICHO
A apresentadora Luisa Mell e o empresário Gilberto Zaborowsky não terão lista de presentes em seu casamento, que acontece em novembro. Pedirão doações para entidades assistenciais - o noivo, que é judeu, para a Unibes, e a noiva, para a Apasfa e o Clube dos Vira-Latas, protetores de animais.

RESSURREIÇÃO

A loja de chocolates Sweet Brazil pegou carona na morte de Amy Winehouse. Divulgou que, "atendendo aos pedidos dos fãs", relançou um ovo de Páscoa com microfone, salto alto e penteado inspirados na cantora, a R$ 89.

SELADO

O papel fabricado pela International Paper, em Luiz Antônio (SP), é o primeiro produto nacional a receber o selo The Flower, de baixo impacto ambiental, concedido pela União Europeia. A iniciativa faz parte do programa de de certificações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em parceria com as Nações Unidas.

PARA SE APAIXONAR

A boate Pacha comemorou 44 anos da sua matriz, na ilha europeia de Ibiza, com festa no Terraço Daslu. A dupla sul-africana de DJs Goldfish, residente da balada espanhola, veio ao Brasil para animar a festa, no fim de semana.

PROVA TUDO

O diretor de teatro Gerald Thomas lançou no fim de semana o livro "Nada Prova Nada!", que reúne artigos e crônicas. A atriz Lucy Laing e Daniella Visco, mulher de Thomas, foram ao Sesc Vila Mariana.

CURTO-CIRCUITO


A exposição "Warhol TV" será inaugurada para convidados na sexta, às 20h, no Sesc Pinheiros.

A Câmara Brasileira do Livro promove hoje e amanhã, na Fecomercio, o 2° Congresso Internacional do Livro Digital.

A Orquestra Bachiana toca no dia 8 de agosto, na Sala São Paulo, em homenagem à Santa Casa.

O IlustraBrasil! começa em 20 de agosto na The Foundry Gallery, em Xangai, na China.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Carteirada
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 26/07/11
Após o governo endurecer as regras para concessão dos "superpassaportes", em janeiro, o Itamaraty já chancelou a emissão de 89 deles. Em seis meses, o número ultrapassa a média anual desde 2006-66.
O passaporte diplomático de caráter excepcional facilita a entrada e saída nos aeroportos internacionais e só deve ser emitido para atender a "interesse do país". Entre os novos portadores do documento estão os ex-ministros do STF Francisco Rezek, Sydney Sanches e Néri da Silveira -este com sua mulher, Ilse-, o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e assessores de imprensa do vice-presidente Michel Temer.
Critérios As regras mudaram após a revelação de que filhos do ex-presidente Lula estavam entre os agraciados. O Itamaraty deve verificar o "efetivo interesse do país" na concessão do documento e publicar o nome da pessoa no "Diário Oficial".

Para registro 
Às vésperas de o Congresso retomar a discussão sobre a emenda 29, quatro governadores voltaram a defender na reunião de ontem com Dilma, em Arapiraca (AL), a criação de nova fonte para financiar a Saúde. Nem Dilma nem seus ministros se manifestaram.

De fora 

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), criticou a tentativa da oposição de, ainda no recesso, levar o presidente da ANP, Haroldo Lima, para falar sobre suspeitas de corrupção no órgão. Ele disse ter certeza de que Haroldo Lima não se negaria a ir, a convite, em agosto.

Bomba 
A Câmara realizou ontem pregão para abastecimento de seus 85 veículos. Pagará R$ 508 mil para receber seis litros por carro, ao dia, o suficiente para rodar cerca de 60 quilômetros.

Alerta 
Vizinhos de Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) no Lago Norte, em Brasília, estranharam: o alarme contra roubo da casa do ministro apita toda hora.

Sabático 
O médico sanitarista Antonio Palocci ganhou licença não remunerada de dois anos da Secretaria de Saúde de SP para tratar de interesses particulares. O benefício, concedido pela regional de Ribeirão Preto, vale desde 8 de junho, um dia após o anúncio de sua saída da Casa Civil da Presidência.

A história... 
Paulo Maluf, que em setembro completa 80 anos de idade, disse ter reunido apoio no PP para se lançar em 2012 à sua sexta candidatura a prefeito de São Paulo. Em quatro delas, saiu derrotado. Ao todo, ele já disputou dez eleições livres para cargos Executivos, perdendo em nove.

...se repete 
Celso Russomanno afirma desconhecer a aprovação ao nome de Maluf, dizendo ter a garantia da Executiva Nacional do PP de que será o candidato da sigla à sucessão paulistana.

Efeito colateral 

A contenda judicial pelo mandato de Gabriel Chalita ameaça azedar as até então promissoras negociações de alianças entre PSB e PMDB em colégios eleitorais importantes de São Paulo, como Campinas, Marília e São Vicente.

Mudança de rota 

O governo paulista desistiu de utilizar contrato assinado em 93 com a Andrade Gutierrez para iniciar a duplicação da Rodovia dos Tamoios. Depois de Geraldo Alckmin anunciar a medida na semana passada, a Dersa refez os estudos e decidiu licitar a obra do trecho total de planalto, abortando a ideia de fatiá-la. Segundo a estatal, o licenciamento ambiental será mais célere com a execução em única etapa.

com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

tiroteio


"O Haddad é um bom nome, mas tem pouca interlocução com a base petista."
DO DEPUTADO CARLOS ZARATTINI (SP), um dos pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo, sobre a tentativa do ex-presidente Lula de emplacar o ministro da Educação como o nome da sigla para a sucessão de Gilberto Kassab.

contraponto

Ser feliz é...

Em evento na quinta-feira da semana passada, o governador Geraldo Alckmin fazia seu discurso quando, a certa altura, resolveu citar diálogo recente com o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo.
-Sexta-feira, 23h30, ele falou: "Nossa, hoje eu tive um dia duríssimo, estou cansado, tal"- disse Alckmin sobre o que teria ouvido do subordinado.
-Daí eu falei: "Ó, Beraldo, na vida a gente faz opções, você não quer tudo, não é? Não dá para ser chefe da Casa Civil e feliz ao mesmo tempo..."

MÍRIAM LEITÃO - Eles não falam ararês

Eles não falam ararês
MÍRIAM LEITÃO
O GLOBO - 26/07/11
A presidente Dilma Rousseff disse que não permitirá que a inflação volte "sob qualquer circunstância" e avisou que seria uma "arara" no combate aos preços. Bom, parece que os preços não entendem ararês. A inflação está acima do teto da meta, a de serviços está em 8,5%, os alimentos subiram muito no começo do ano. A alta do etanol é a maior em oito anos.

Os combustíveis vão continuar pressionando, apesar de o preço da gasolina cobrado pela Petrobras às distribuidoras estar congelado. O álcool, responsável pela elevação dos preços da gasolina, está subindo em plena safra e o país teve que importar etanol dos Estados Unidos este ano.

O câmbio, que tanto atrapalha a indústria na competição em outros mercados, está ajudando no combate à inflação. A sobrevalorização do real tem causado várias distorções e não é fácil de resolver. O ministro Guido, por exemplo, vive uma arara com o câmbio baixo, mas ele continua baixo. Se o dólar subisse de repente, Mantega dormiria melhor, mas a inflação seria de elevar o tom do ararismo no Planalto. E o dólar não ficará baixo para sempre: qualquer salto que der, será uma complicação, por mais que todas as ararinhas do governo fiquem dizendo que ele precisa subir.

A presidente Dilma falou, numa conversa com jornalistas na sexta-feira, que não quer a inflação controlada com crescimento zero, mas foi isso que o presidente Lula fez em seu primeiro ano de governo. Com a redução forte da inflação em 2003, o Brasil pôde crescer mais nos anos seguintes. Ninguém gosta de crescimento baixo - muito menos zero - mas desacelerar para controlar a inflação é uma das formas de permitir que a economia volte a deslanchar mais à frente.

Lula elevou os juros e cortou gastos, vindo de um ano de baixo crescimento. Assim, ele inverteu a curva que estava subindo pelos temores em relação àquele momento de transição política. Desta vez, o Banco Central elevou os juros cinco vezes, mas não se pode combater preços só com juros. Não está sendo feita a outra parte: o ajuste fiscal.

O governo não está gastando menos, está apenas cortando um pouco da gordura da receita que disparou com o crescimento turbinado do ano passado. Lula pisou no acelerador em 2010 exatamente para garantir a vitória da presidente. Não foi o único motivo da vitória, mas foi um deles, sem dúvida. Nos seis primeiros meses do governo Dilma, as despesas cresceram 10,8% em relação ao mesmo período de 2010, que já foi de muito gasto. As despesas de pessoal cresceram 11,3%, mas os investimentos, 1,5%. Nesse período, as receitas aumentaram 20%.

Isso é, evidentemente, insustentável. Não se pode contar com aumento de receitas para sempre. Em vez de aumentar a poupança para garantir que num momento de virada o país possa fazer política anticíclica, o governo aumenta o gasto. Está achando que faz bonito apenas porque as despesas estão crescendo menos que as receitas. Mas o fato é: o Brasil no ano passado gastou demais, este ano está gastando ainda mais, e só não elevou o déficit porque a arrecadação continua crescendo. Isso é a receita para problemas com inflação.

No começo do ano que vem haverá um impacto forte do salário mínimo nas contas da Previdência e nos custos dos serviços em geral. Esse choque de custos já está contratado. Portanto, pode-se agir preventivamente. Não mudando o que foi negociado, mas estudando de que forma neutralizar com cortes em outras áreas o aumento de 14% do salário mínimo. Se o governo considerar que o melhor é acomodar esse aumento de custos reduzindo o superávit primário, estará alimentando mais ainda a inflação.

O pouso suave é o melhor, e disso todas as aves estão bem informadas, mas ao contrário do que o governo avalia, a política econômica não está garantindo que esse fato aconteça. Os juros e as medidas de redução do crédito tiraram o superaquecimento, mas a queda do percentual de crescimento era normal porque agora os números estão sendo comparados a uma base alta.

Crescimento do PIB, emprego alto, tudo isso é excelente; é o que se busca na economia. Ninguém gosta de crescimento baixo, mas se ele for decorrência de um ajuste nos gastos públicos excessivos, de uma correção de rota, será a forma de garantir um ritmo que se sustente.

O governo comemora o aumento do superávit primário em relação ao ano passado, mas ele está crescendo por aumento de receita. O país ainda está com déficit nominal, e as despesas de custeio continuam crescendo 12%. O que sobe pouco é justamente o que deveria subir mais: o investimento. E os investimentos deveriam ser mais bem escolhidos, sem obras faraônicas, com bons projetos prévios que garantissem seu custo. A presidente disse que o governo "optou por manter o país crescendo consistentemente." O problema é que não basta optar, tem que fazer por onde.

Nos meses de entressafra, será pesada a elevação da inflação de alimentos e combustíveis. Carnes e álcool devem ter altas fortes. O etanol não está dando para o gasto na safra, imagine na entressafra. A carne é outra que pode pesar. E a inflação em alta costuma deixar a população uma arara com o governo.

MERVAL PEREIRA - Faxina seletiva

 Faxina seletiva 
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 26/07/11
Como a situação política é muito precária, recebemos nos últimos dias informações desencontradas sobre a disposição da presidente Dilma de levar à frente o processo de "faxina" iniciado no Ministério dos Transportes. De viva voz, para o Moreno, a presidente garantiu que a "faxina" não tinha limites e seguiria adiante.

Através de informações de bastidores, sem que se possa reconhecer os informantes, mas com a garantia de que são confiáveis, ficamos sabendo que a "faxina" é seletiva, isto é, não atingirá partidos mais robustos politicamente, como o PMDB, por exemplo.

O próprio líder do partido, deputado Henrique Alves (RN), como a dar credibilidade às fontes anônimas, confirma que o PMDB não está ameaçado de ter ministérios seus escrutinados pelos órgãos fiscalizadores do governo.

"Não vai haver isso (faxina) em outros ministérios", garantiu o líder do PMDB, com a autoridade de quem, dias antes, protagonizou uma das cenas mais ridículas da política brasileira em todos os tempos, aquele bolo de noivado com os bonecos de Dilma e do vice-presidente Michel Temer no topo, a celebrar um matrimônio político que pretende ser "infinito enquanto dure".

Na verdade, nenhum partido que faz parte da base aliada do governo deve temer os órgãos fiscalizadores governamentais, porque nenhum dos casos de demissão no Ministério dos Transportes aconteceu devido a uma denúncia oficial.

Todos, sem exceção, inclusive o caso anterior envolvendo o ex-ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, foram atingidos por denúncias dos órgãos de imprensa.

A "faxina" que virou marca registrada da gestão da presidente Dilma não passa de uma ação reativa do Palácio do Planalto diante de denúncias da imprensa, e a única novidade é que, diferentemente do ex-presidente Lula, a presidente Dilma não passa a mão na cabeça dos acusados.

Quer dizer, não passa a mão na cabeça de acusados que não sejam de partidos políticos importantes, porque as legendas fortes continuam blindadas.

Veja-se o caso do PMDB, que controla a estatal Furnas Centrais Elétricas. O que houve ali foi apenas um rodízio de grupos políticos. Ao final das mudanças, todos se acomodaram da melhor maneira possível para manter seus interesses, continuando o PMDB no controle da situação.

Com a nuvem de fumaça se dissipando, já é possível enxergar-se adiante no nevoeiro provocado por ações marqueteiras, e o que se vê não passa de uma ação isolada que atingiu uma parte frágil do esquema político de sustentação do governo - e não uma ação coordenada com objetivos claros de moralizar a máquina pública.

Se fosse esse o objetivo, o Palácio do Planalto já teria vários instrumentos à mão.

A Controladoria Geral da União (CGU) - que passou os últimos oito anos sem notar que haviam montado no Ministério dos Transportes uma máquina de desperdiçar e desviar dinheiro público - poderia ser reativada para atuar com a mesma eficiência que demonstrou em ocasiões anteriores, quando tratava de casos ocorridos nos governos tucanos.

Assim também a Polícia Federal, tão louvada tempos atrás, poderia ser acionada pelo Ministério da Justiça, já que, segundo declarações do próprio ministro José Eduardo Cardozo, vinha investigando o Dnit há muito tempo.

A recém-criada Comissão de Gestão e Competitividade, coordenada pelo empresário Jorge Gerdau, não precisaria de muito esforço para estabelecer uma organização descentralizada em diversos órgãos públicos.

E a Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que não viu nada de mais no crescimento astronômico do patrimônio do ex-ministro Palocci, poderia sair do marasmo em que se postou para reencontrar sua verdadeira destinação, que é a de dar os parâmetros éticos para a ação dos servidores públicos.

Uma boa decisão seria recuperar o trabalho realizado em 2003 pelo grupo chefiado pelo advogado Piquet Carneiro, já referido aqui na coluna.

O trabalho propõe dar tratamento diferenciado aos órgãos partilhados com os partidos da base aliada, "de modo a assegurar um mínimo de controle sobre o uso de verbas e o desempenho ético".

Cada órgão seria fiscalizado de acordo com suas características. Três fatores seriam definidores da suscetibilidade desses órgãos à corrupção: a) o poder de compra, ou seja, o volume de recursos geridos pelo órgão; b) o poder de regulação dos órgãos sobre determinado setor de atividade; c) a existência de instrumentos de detecção e correção de desvios de conduta.

Há também uma proposta, que já andou pela Casa Civil no primeiro governo Lula, com o patrocínio da então ministra Dilma Rousseff, mas acabou trancada em alguma gaveta, de reduzir os cerca de 20 mil cargos comissionados na administração pública direta.

Há, além desses, também indicações políticas nas empresas públicas e nos fundos de pensão, o que compõe uma miríade de possibilidades de indicações do Executivo em órgãos públicos, aumentando a chance de corrupção, além da ineficiência da máquina do Estado.

Existem, portanto, diversas medidas a serem tomadas para que o Estado se torne mais ágil e eficiente, desde que se busque realmente a melhoria do sistema e não apenas efeitos especiais para distrair a plateia.

DORA KRAMER - Insensata opção

Insensata opção
DORA KRAMER

O Estado de S.Paulo

O PT não incorporou só o que havia de melhor no PSDB - a defesa da estabilidade econômica -, aderiu também ao que há de pior: a lógica de que a realização de prévias como forma de escolha de candidatos faz mal ao partido.

Concepção, de resto, amplamente aceita e adotada pelas demais legendas que preferem ser cartórios de candidaturas a serviço das cúpulas a agremiações referidas nesta ou naquela corrente de pensamento político.

Uma das melhores características do PT ao longo de sua trajetória foi o exercício da democracia interna. Por vezes levada ao paroxismo na briga paralisante entre tendências, mas proveitosa no tocante à identificação entre o partido e suas bases.

É certo que a cúpula petista nem sempre respeitou os resultados, como no já célebre equívoco de 1997, quando ignorou a indicação de Wladimir Palmeira como candidato ao governo do Rio no ano seguinte, interveio em favor de uma aliança com Anthony Garotinho e iniciou o processo de declínio do partido no Estado.

Mas, de um modo geral, era o único partido que tinha a consulta ampla como método de escolha de candidatos e de políticas a serem executadas.

A riqueza da vida partidária do PT se expressava na realização de encontros abertos que permitiam a todo tipo de interessado (militantes, simpatizantes, adversários, jornalistas, cientistas etc.) acompanhar o processo de tomada de decisão e de evolução do partido.

Isso foi sendo deixado de lado a partir da chegada do PT ao poder central. Como o PSDB praticamente nasceu já governo - foi fundado em 1988 e chegou à Presidência em 1994 -, talvez seja um cacoete do poder este de achar que consulta prévia sinaliza racha e, por isso, mais enfraquece que fortalece um partido.

Às vésperas de completar nove anos na oposição, os tucanos de quando em vez dão sinais de que pretendem adotar a fórmula da consulta - como agora em relação à Prefeitura de São Paulo -, mas na hora H recuam. Se José Serra resolver ser candidato a prefeito, contestar internamente quem haverá de?

Nos tucanos o horror a prévias provavelmente tem origem no trauma do racha do PMDB explicitado na escolha da chapa que concorreu às primeiras eleições diretas para governador, em 1982. Do aprofundamento das divergências poucos anos depois surgiu o PSDB.

No PT, o processo de abandono daquilo que o partido tinha como vantagem comparativa guarda relação com a ascensão de Lula à posição de figura acima de contestação, infalível em suas escolhas.

A candidatura de Dilma Rousseff à Presidência foi fruto desse processo autocrático de decisão. Ainda não está resolvido se Lula acertou: se ganhou a eleição porque soube escolher ou se naquelas circunstâncias ganharia qualquer um ungido por ele.

As preferências dele em termos ministeriais não foram assim tão acertadas, conforme estamos vendo na atual sequência de crises envolvendo seus indicados.

Cumpre lembrar que Antonio Palocci era o candidato predileto do então presidente para concorrer ao governo de São Paulo. Se tivesse vingado, hoje teríamos uma complicação que não se resolveria com a simples demissão.

Igual método o ex-presidente prepara-se para implantar na escolha dos candidatos a prefeito País afora, notadamente em São Paulo, onde cismou que o melhor é o PT se livrar das lideranças tradicionais e apostar no ministro da Educação, Fernando Haddad.

Para ganhar eleições, quando se detém a Presidência da República, a imposição pode até funcionar. Mas e depois?

No caso de Dilma, a desconexão entre a escolhida e o partido se manifesta na dificuldade que o PT tem em incorporá-la como "sua". A todo instante Lula precisa pedir aos petistas que a apoiem. Não há uma adesão natural.

Fruto, claro, do processo artificial de escolha.

E o destino do partido, quando, e se, voltar à oposição? Terá deixado de lado um patrimônio conquistado ao longo de anos na construção do compromisso coletivo de identificação partidária para se tornar mais uma entre tantas legendas sem alicerces nos quais amparar uma reconstrução.

Prova é o PSDB.

CLÁUDIO HUMBERTO

“A narração dos fatos mostra-se deficiente”
ADVOCACIA DO SENADO, AO INOCENTAR REQUIÃO (PMDB-PR), QUE TOMOU GRAVADOR DE REPÓRTER

NO FUNDO REFER, PR NÃO DESCARRILA 
O Palácio do Planalto está de olho também na direção do Refer, o fundo dos metroviários e ferroviários do País, com saldo bilionário. A direção é apadrinhada pelo trio mandatário do PR, o senador Alfredo Nascimento (AM), e os deputados Valdemar Costa Neto (SP) e Luciano Castro (RR). São eles quem determinam ao diretor do fundo, Marco André Marques Ferreira, em quais bancos as aplicações financeiras devem ocorrer.

SALDO NOS TRILHOS 
Com R$ 2,9 bilhões, o fundo cresce principalmente por “rendimentos auferidos com a aplicação nos mercados financeiro e imobiliário”.

VAGÃO LOTADO 
O Fundo Refer tem oito grandes empresas associadas, entre eles o cariocas CBTU e Metrô, a paulista CPTM e a cearense MetroFor. 

FORA DA ROTA 
A extinta RFFSA está em inventariança desde 1999. Trens e sedes foram privatizados, mas o passivo ficou com a Viúva, ou melhor, a Valec.

EXTRATO 
Se o PR não entrar nos trilhos da moralidade, correm risco os 34.644 trabalhadores das oito associadas, entre ativos e aposentados.

ANTAQ DESAFIA ‘RODO’ DE DILMA NOS TRANSPORTES 
O “rodo” da presidente Dilma nos Transportes não intimida Fernando Fialho, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que ignora o Planalto e apoia o plano de privatização branca dos portos. Fialho é acusado em dois processos no TCU de fechar os olhos para que empresas influentes, como a Odebrecht, privatizem a atividade portuária no Brasil. Sem licitação, sem pedir licença ao governo.

NA MARRA 
A omissão da Antaq favorece a privatização branca dos portos em Santa Catarina (Portonave e Itabapoã) e na Bahia.

SE COLAR, COLOU 
Diante da atitude suspeita da Antaq, o porto privativo da Odebrecht continua sendo construído em Santos, no litoral paulista.

DENÚNCIAS 
O TCU examina denúncias graves da Federação dos Portuários e do Sindopsa, o Sindicato dos Operadores Portuários de Salvador. 

KASSAB FECHA COM CAMPOS 
A bordo de um jatinho, o prefeito paulistano Gilberto Kassab, fundador do PSD, desceu no Recife quarta passada para jantar com o governador Eduardo Campos, presidente do PSB. Fecharam apoio recíproco em Pernambuco e SP para as eleições do ano que vem.

EQUADOR-BRASIL 
Rafael Correa mandou para o Brasil o seu braço direito, o Coordenador de Assuntos Estratégicos do Equador, Jorge Glas. Ele fica uma semana para contatos com políticos e empresários com laços no país vizinho.

FAXINA ADIADA 
O Palácio do Planalto suspendeu a licitação de R$ 878,8 mil para polimento do piso dos seus quatro andares. Com esse olho grande dos “aliados”, vai que a presidente Dilma Rousseff se estatela no chão...

FILHO IMPORTADO 
O casal Toni Reis e David Harrad entrou na fila para adoção no Paraná. Mas uma ciumeira da toga pode atrapalhar a dupla. Ignorando o judiciário paranaense, uma juíza do Rio ofereceu uma criança.

GUERRA DA FUMAÇA 
A Souza Cruz obteve liminar na Justiça do Rio contra a Tabacalera del Este (Tabesa). Líder de mercado no Paraguai, ela comercializa cigarros ilegalmente no Brasil e sonega impostos. A Tabesa terá de pagar R$ 50 mil a cada apreensão de cigarros da marca em território nacional.

CADEIRA DE OURO 
O ministro dos Esportes, Orlando Silva, margeia o alambrado das suspeitas: confirmou em R$10 mil o custo de cadeira construída nos estádios para a Copa. Atribuiu o aumento à “economia aquecida”. 

ANEDOTÁRIO DO PODER 
Numa reunião no Palácio do Planalto para escolher os 17 substitutos da quadrilha nos Transportes, alguém citou ser preciso uma Lanterna de Diógenes. Ao que um aspone, acredite, se ofereceu para achar uma. 

TÔ FORA 
Com tantos atrás de medalhas, o governador Cid Gomes (PBS-CE), recusou a do Mérito Militar: avisou que tinha compromisso “mais importante”, deixando as autoridades a ver navios no QG em Fortaleza. 

PENSANDO BEM... 
falta Chávez combinar com o câncer seu projeto de poder até 2031. 

PODER SEM PUDOR 
PRESENTE ADEQUADO 
Frequentador das celas da Polícia Federal tempos atrás, não é de hoje que o agora deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) é alvo dos opositores. Certa vez um repórter provocou Tancredo Neves, mencionando seu adversário na “campanha” pela eleição indireta de 1984: 
– Hoje é aniversário do Maluf. O que o senhor vai dar de presente a ele? 
Tancredo respondeu sem hesitar: 
– Um exemplar do Código Penal...

TERÇA NOS JORNAIS

Globo: Chefe do Dnit cai, e Dilma exige substituto ficha-limpa

Folha: Homicídios caem, mas latrocínios sobem em SP

Estadão: Em SP, taxa de homicídios é a menor em 46 anos

Correio: Depressão, o mal que avança sobre o Brasil

Valor: Incerteza sobre a dívida dos EUA eleva tensão no mercado

Estado de Minas: TCU investiga estradas bilionárias em Minas

Jornal do Commercio: Mais prazo para os usuários do Detran

Zero Hora: Dólar atinge menor cotação em 12 anos