FOLHA DE SP - 26/05
A vida é curta, precária e frustrante, logo, uma hora dessas, ou Jesus ou Frontal vai bater na sua porta
Não, o título deste texto não é uma citação, apenas uma expressão que em inglês soa melhor. Se formos falar "Jesus não pode encher o saco" ou "Jesus não pode entediar", isso não capta o sentido contemporâneo de Jesus como "commodity".
Inglês é o idioma ideal para o mundo da mercadoria, porque vendemos tudo melhor em inglês. Imagine se fôssemos fazer um comercial sobre como Jesus tem que ser legal para você, se você for um jovem ou uma jovem de 20 anos? "Jesus can't be boring" soaria muito melhor... Ou seja: Jesus tem que ser legal... E somar à sua vida... (ou "agregar valor", expressão que eu pessoalmente detesto).
Estamos falando de mercado religioso. Sim, as religiões competem no mercado de "bens religiosos": festas, significados para vida e para o sofrimento, laços sociais e afetivos dentro das comunidades de fiéis, casamentos, educação de filhos, narrativas de fim de mundo, rituais mágicos ou não, ferramentas de comunicação espiritual ou similares como TV ou mídias sociais, enfim, tudo o que uma religião oferece em termos de "bens de consumo".
A vida não tem sentido aparente, é curta (só parece longa quando sua vida é muito péssima), precária, escassa, frustrante; logo, uma hora dessas, ou Jesus ou Frontal vai bater na sua porta. Se você for mais chique, um Buda light serve.
Vale lembrar que tudo o que falamos aqui sobre Jesus poderia ser falado sobre qualquer outra figura religiosa de peso. Não se trata de nenhuma forma de ironia ou sarro com o cristianismo especificamente. Como estamos numa sociedade majoritariamente cristã, nas suas diversas denominações, podemos falar em "Jesus como bem religioso" como símbolo de todo o processo de commoditização das religiões.
Commoditização das religiões significa a transformação das religiões em bens de consumo tratados via ferramentas de marketing, num mercado de comportamentos em que elas devem competir entre si e com as opções seculares.
Opções seculares são: ateísmo, quase ateísmo, agnosticismo ("não temos provas definitivas nem de que Deus existe nem de que não existe", afirmação que para os ateus é ateísmo que não saiu do armário), humanismo ateu como o do autor britânico A. C. Grayling em seu livro "The God Argument, The Case Against Religion and for Humanism", ou simplesmente, "bode dos deuses, e vamos viver o dia a dia para ver no que dá".
As religiões devem vencer umas às outras como produto, e aos seculares também. É briga de cachorro grande. Nesse processo, a Igreja Católica apanha dos protestantes que já nasceram com a vocação para o business. As afro-brasileiras têm a seu favor a coisa de que são religiões de vítimas sociais --e,se você é branco e vai nelas, você é legal e sem preconceitos.
Como dizem os especialistas em religião e mídia Stewart M. Hoover e Lynn S. Clark, na coletânea organizada por eles, "Practicing Religion in the Age of the Media", da Columbia University Press, de 2002, ou Heidi A. Campbell, no recente, de 2013, "Digital Religion: Understanding Religious Practices in New Media Worlds", da editora inglesa Routledge: as religiões combatem o risco de invisibilidade num mundo veloz e pautado por projetos do self (já digo o que é isso), aprendendo a se tornarem commodities que circulam nas mídias falando a língua de pessoas voltadas para o consumo de bens de comportamento que tornem a vida mais fácil.
"Projetos do self", conceito discutido por Hoover e Clark, são modos de viver em que tudo deve ser ajustado a personalidades narcísicas (leia "Cultura do Narcisismo", de Christopher Lasch, clássico de 1979, sobre o que é ser um narcisista no mundo contemporâneo).
Essa personalidade "líquida", como diz o Bauman, não tolera nada que pese como uma mala sem alça.
Amores, viagens, trabalho (claro, se eles têm grana, se não todo esse papinho vira pó), sexo, deuses, Jesus, tudo deve nos ajudar a emagrecer, a ter uma vida saudável, a cuidar de nosso corpo, e a me ensinar que eu sou a coisa mais importante para mim mesmo.
Sério! Quem quer um Jesus "para baixo"? Logo Jesus terá que vir de bike para a missa, e nada de cruz nas costas.
segunda-feira, maio 26, 2014
Governo que ficou na promessa - JOSÉ AGRIPINO MAIA
O GLOBO - 26/05
A presidente poucos êxitos tem para mostrar. Basta comparar os compromissos firmados por Dilma com o que realmente aconteceu
Na campanha presidencial de 2010, a equipe de marketing do PT apresentava a candidata Dilma Rousseff como administradora inquestionavelmente consagrada. Sob o comando de Dilma, dizia a propaganda, o Brasil iria ver grandes obras concluídas, surfar sobre uma onda de crescimento com juros no chão, contas em ordem, saldo na balança comercial e inflação baixa. Seria um espetáculo. Acreditou quem quis.
Após quase três anos e meio, o que podemos perceber é quase fracasso sobre fracasso. A presidente muito poucos êxitos tem para mostrar. Basta comparar os compromissos firmados por Dilma com o que realmente aconteceu. A realidade é bem outra e nada favorável.
A presidente tem viajado pelo Brasil para prometer obras públicas que deveriam ter sido inauguradas há muito tempo. Alguns exemplos recentes: esteve no interior do Ceará para vistoriar um trecho da transposição do Rio São Francisco. A previsão de entrega do empreendimento era para 2010, quando Dilma era ainda chamada de mãe do PAC. Agora, a promessa é para 2015. Estava previsto um custo de R$ 4,5 bilhões, agora serão R$ 12,2 bilhões. Foi a Curitiba anunciar, pela terceira vez, recursos para o metrô que nunca saíram do papel. São muitos os exemplos. É o governo das ações inacabadas e dos anúncios que não se concretizam.
Na macroeconomia, a promessa era de um crescimento médio de 5,9% ao ano. O Brasil avança a apenas 2%, o último entre dez países da América do Sul. O inaceitável é que, por duas décadas, crescemos à mesma velocidade dos nossos vizinhos de subcontinente. Na era Dilma, as demais nações mantiveram a aceleração do final da última década (média de 5%) e nós ficamos para trás.
E a promessa de derrubar os juros, que, segundo o ministro Mantega, cairiam para 6%? A presidente recebeu a taxa Selic em 10,75%, hoje está em 11%, e Dilma deve entregar os juros em patamar superior ao que recebeu de Lula. Temos hoje as maiores taxas do mundo. E isso tudo para domar a inflação.
Só que aqui essa estratégia não funciona. Convivemos com uma perigosa e persistente alta de preços. A inflação média nos três primeiros anos do governo Dilma chegou a 6,08%. No mundo, no mesmo período, a média foi de 3,3%, e nos países emergentes, que crescem muito mais do que nós, de 5,4%. E veja que esse resultado só foi alcançado com o controle de preços administrados, que subiram cerca de 1% no ano passado, contra 7,5% de aumento nos preços livres. E o mais grave, as distorções se acumulam de forma temerária, com os ajustes sendo empurrados para depois das eleições.
Em 2013, a balança comercial brasileira registrou o pior resultado em 12 anos. O saldo caiu 86% em relação a 2012, para apenas US$ 2,56 bilhões e, mesmo assim, à custa de uma maquiagem do governo, que exportou via Petrobras US$ 7,7 bilhões em plataformas de petróleo que nunca saíram do país. No período, o déficit comercial da indústria foi o maior da história, acumulando US$ 105 bilhões. Este ano, nossa balança já acumula um déficit de US$ 5,3 bilhões.
Outro compromisso com o país era o equilíbrio das contas públicas. A economia do governo para pagamento dos juros da dívida pública, no entanto, caiu continuamente durante o governo Dilma, fechando 2013 em apenas 1,9% do PIB. Com isso, o déficit nominal elevou-se de 2,6% do PIB, em 2010, para 3,3%, em 2013. Hoje, a dívida pública do Brasil chega a R$ 2,08 trilhões e, para administrá-la, gastamos em juros R$ 249 bilhões no ano passado. Isso é o que estamos deixando de investir para fazer do Brasil um país competitivo.
Em suma, assistimos a um governo sem obras, com baixo crescimento e alta inflação, contas públicas deterioradas, desequilíbrio na balança comercial e juros incivilizados. Como um castelo de cartas, caíram as promessas que a presidente exibiria à população como bandeiras de campanha. Para não citarmos fracassos como o onipresente escândalo da Petrobras.
As falsas promessas ruíram por falta de planejamento e incompetência administrativa. Sem perceber melhorias na qualidade de vida, a população se cansa de tanta inépcia e clama por mudanças urgentes. A oposição faz o seu papel: fiscaliza, aponta os erros e apresenta as alternativas. O retrocesso, como se vê, é manter o governo como está.
A presidente poucos êxitos tem para mostrar. Basta comparar os compromissos firmados por Dilma com o que realmente aconteceu
Na campanha presidencial de 2010, a equipe de marketing do PT apresentava a candidata Dilma Rousseff como administradora inquestionavelmente consagrada. Sob o comando de Dilma, dizia a propaganda, o Brasil iria ver grandes obras concluídas, surfar sobre uma onda de crescimento com juros no chão, contas em ordem, saldo na balança comercial e inflação baixa. Seria um espetáculo. Acreditou quem quis.
Após quase três anos e meio, o que podemos perceber é quase fracasso sobre fracasso. A presidente muito poucos êxitos tem para mostrar. Basta comparar os compromissos firmados por Dilma com o que realmente aconteceu. A realidade é bem outra e nada favorável.
A presidente tem viajado pelo Brasil para prometer obras públicas que deveriam ter sido inauguradas há muito tempo. Alguns exemplos recentes: esteve no interior do Ceará para vistoriar um trecho da transposição do Rio São Francisco. A previsão de entrega do empreendimento era para 2010, quando Dilma era ainda chamada de mãe do PAC. Agora, a promessa é para 2015. Estava previsto um custo de R$ 4,5 bilhões, agora serão R$ 12,2 bilhões. Foi a Curitiba anunciar, pela terceira vez, recursos para o metrô que nunca saíram do papel. São muitos os exemplos. É o governo das ações inacabadas e dos anúncios que não se concretizam.
Na macroeconomia, a promessa era de um crescimento médio de 5,9% ao ano. O Brasil avança a apenas 2%, o último entre dez países da América do Sul. O inaceitável é que, por duas décadas, crescemos à mesma velocidade dos nossos vizinhos de subcontinente. Na era Dilma, as demais nações mantiveram a aceleração do final da última década (média de 5%) e nós ficamos para trás.
E a promessa de derrubar os juros, que, segundo o ministro Mantega, cairiam para 6%? A presidente recebeu a taxa Selic em 10,75%, hoje está em 11%, e Dilma deve entregar os juros em patamar superior ao que recebeu de Lula. Temos hoje as maiores taxas do mundo. E isso tudo para domar a inflação.
Só que aqui essa estratégia não funciona. Convivemos com uma perigosa e persistente alta de preços. A inflação média nos três primeiros anos do governo Dilma chegou a 6,08%. No mundo, no mesmo período, a média foi de 3,3%, e nos países emergentes, que crescem muito mais do que nós, de 5,4%. E veja que esse resultado só foi alcançado com o controle de preços administrados, que subiram cerca de 1% no ano passado, contra 7,5% de aumento nos preços livres. E o mais grave, as distorções se acumulam de forma temerária, com os ajustes sendo empurrados para depois das eleições.
Em 2013, a balança comercial brasileira registrou o pior resultado em 12 anos. O saldo caiu 86% em relação a 2012, para apenas US$ 2,56 bilhões e, mesmo assim, à custa de uma maquiagem do governo, que exportou via Petrobras US$ 7,7 bilhões em plataformas de petróleo que nunca saíram do país. No período, o déficit comercial da indústria foi o maior da história, acumulando US$ 105 bilhões. Este ano, nossa balança já acumula um déficit de US$ 5,3 bilhões.
Outro compromisso com o país era o equilíbrio das contas públicas. A economia do governo para pagamento dos juros da dívida pública, no entanto, caiu continuamente durante o governo Dilma, fechando 2013 em apenas 1,9% do PIB. Com isso, o déficit nominal elevou-se de 2,6% do PIB, em 2010, para 3,3%, em 2013. Hoje, a dívida pública do Brasil chega a R$ 2,08 trilhões e, para administrá-la, gastamos em juros R$ 249 bilhões no ano passado. Isso é o que estamos deixando de investir para fazer do Brasil um país competitivo.
Em suma, assistimos a um governo sem obras, com baixo crescimento e alta inflação, contas públicas deterioradas, desequilíbrio na balança comercial e juros incivilizados. Como um castelo de cartas, caíram as promessas que a presidente exibiria à população como bandeiras de campanha. Para não citarmos fracassos como o onipresente escândalo da Petrobras.
As falsas promessas ruíram por falta de planejamento e incompetência administrativa. Sem perceber melhorias na qualidade de vida, a população se cansa de tanta inépcia e clama por mudanças urgentes. A oposição faz o seu papel: fiscaliza, aponta os erros e apresenta as alternativas. O retrocesso, como se vê, é manter o governo como está.
O fim da miséria - AÉCIO NEVES
FOLHA DE SP - 26/05
Não existe um único brasileiro que não queira o fim da miséria no país.
Este é um desafio que precisa ser enfrentado com responsabilidade e requer que o compromisso com a propaganda não supere o compromisso com a transformação da dura realidade vivida por milhões de pessoas no país.
Para que a miséria de fato seja vencida é preciso garantir proteção integral à família contra desproteções econômicas, sociais e comunitárias que desagregam o núcleo mais importante da sociedade.
Ao contrário do que entende o governo federal, a miséria não pode ser identificada apenas pela ausência de renda. O PSDB defende duas visões e compromissos para enfrentar esta questão:
a) No campo da renda, além da manutenção atual do Bolsa Família, buscamos o que foi pactuado nos Objetivos do Milênio no ano 2000 e que, apesar de anunciado pelo governo federal em 2011, não vem sendo cumprido: que nenhum brasileiro tenha renda inferior a 1,25 dólar/dia.
b) Adotar o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que mede a pobreza a partir das privações de saúde, educação, moradia e qualidade de vida. O IPM leva em conta um conjunto de ausências que vão muito além da ausência de renda.
Minas Gerais foi a primeira unidade subnacional (Estado) do mundo a pactuar com o Pnud, em 2011, o uso do IPM para identificar as famílias e as comunidades em situação de extrema pobreza.
Precisamos mapear os territórios brasileiros e o risco social das famílias. Temos que trabalhar com inteligência e com metas para que possamos afirmar que uma área não tenha mais analfabetos e moradias inseguras, que todas as crianças e adolescentes estão estudando e que todas as famílias são acompanhadas por equipes sociais. Isso, sim, significaria o fim da miséria.
Precisamos construir o caminho para uma verdadeira transparência cidadã em que todos os brasileiros inscritos no Cadastro Único sejam informados anualmente de seus direitos sociais ainda não conquistados. Um sistema direto de informação, com gestão social de um conselho formado por usuários, trabalhadores sociais, gestores e Ministério Público. As famílias precisam conhecer os direitos que não estão vivenciando. Que a criança tem direito a uma vaga na escola, que o adulto pode voltar a estudar e que a moradia em que vivem não está segura.
Todos os brasileiros devem ter o direito de deixar de ser pobres. A pobreza não pode ser uma herança, não pode ser uma condição intransponível.
A superação real da miséria se dará quando de fato as famílias tiverem plena educação, pleno trabalho e autonomia em relação à dependência estatal.
Não existe um único brasileiro que não queira o fim da miséria no país.
Este é um desafio que precisa ser enfrentado com responsabilidade e requer que o compromisso com a propaganda não supere o compromisso com a transformação da dura realidade vivida por milhões de pessoas no país.
Para que a miséria de fato seja vencida é preciso garantir proteção integral à família contra desproteções econômicas, sociais e comunitárias que desagregam o núcleo mais importante da sociedade.
Ao contrário do que entende o governo federal, a miséria não pode ser identificada apenas pela ausência de renda. O PSDB defende duas visões e compromissos para enfrentar esta questão:
a) No campo da renda, além da manutenção atual do Bolsa Família, buscamos o que foi pactuado nos Objetivos do Milênio no ano 2000 e que, apesar de anunciado pelo governo federal em 2011, não vem sendo cumprido: que nenhum brasileiro tenha renda inferior a 1,25 dólar/dia.
b) Adotar o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que mede a pobreza a partir das privações de saúde, educação, moradia e qualidade de vida. O IPM leva em conta um conjunto de ausências que vão muito além da ausência de renda.
Minas Gerais foi a primeira unidade subnacional (Estado) do mundo a pactuar com o Pnud, em 2011, o uso do IPM para identificar as famílias e as comunidades em situação de extrema pobreza.
Precisamos mapear os territórios brasileiros e o risco social das famílias. Temos que trabalhar com inteligência e com metas para que possamos afirmar que uma área não tenha mais analfabetos e moradias inseguras, que todas as crianças e adolescentes estão estudando e que todas as famílias são acompanhadas por equipes sociais. Isso, sim, significaria o fim da miséria.
Precisamos construir o caminho para uma verdadeira transparência cidadã em que todos os brasileiros inscritos no Cadastro Único sejam informados anualmente de seus direitos sociais ainda não conquistados. Um sistema direto de informação, com gestão social de um conselho formado por usuários, trabalhadores sociais, gestores e Ministério Público. As famílias precisam conhecer os direitos que não estão vivenciando. Que a criança tem direito a uma vaga na escola, que o adulto pode voltar a estudar e que a moradia em que vivem não está segura.
Todos os brasileiros devem ter o direito de deixar de ser pobres. A pobreza não pode ser uma herança, não pode ser uma condição intransponível.
A superação real da miséria se dará quando de fato as famílias tiverem plena educação, pleno trabalho e autonomia em relação à dependência estatal.
Memórias póstumas versão light - PAULO BROSSARD
ZERO HORA - 26/05
Contudo, nada se sabe a respeito, salvo que a obra escolhida, foi Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Do autor tudo o que se disser será pouco, pois é a figura mais representativa das boas letras entre nós e a obra escolhida por muitos considerada a mais original. Como foi dito e é sabido, o projeto se destinava a afeiçoar jovens jejunos ao gosto da leitura; daí a ideia de tornar mais agradável a leitura.
De resto, Memórias Póstumas de Brás Cubas guarda certa unidade mesmo no conjunto de sua produção romanesca. Não tem antecedentes. É sem paralelo, singular em tudo e por tudo. A vernaculidade dá as mãos à simplicidade. Mas os livros de Machado de Assis, em regra, não têm palavras vadias e dispensáveis. É o mais complexo dentre seus nove romances. Sua escolha não me parece a mais feliz; seria desfazer o primoroso a pretexto de facilitar a leitura de jovens jejunos, o que, é duvidoso.
Outrossim, o autor nele meteu “algumas rabugens de pessimismo” e, “com a pena da galhofa e a tinta da melancolia”, qualidades que se não podem alterar, ao compor o livro famoso. Mas não é só. Leiam-se os termos da dedicatória do autor, “ao verme que primeiro roer as frias carnes do meu cadáver dedico…” e as últimas do livro, “não tive filhos, a ninguém transmiti a miséria do nosso legado”. Tenho dúvidas se seria a melhor leitura para jovens passarem a estimar as boas letras.
Vale lembrar que Machado era filho de uma lavadeira e não precisou ler obras “modificadas” para chegar aonde chegou.
Mais maquiagem nas contas - EDITORIAL O ESTADÃO
O Estado de S.Paulo - 26/05
O governo vai depender mais uma vez de receitas extraordinárias para fechar suas contas e entregar o resultado fiscal prometido para este ano, um superávit primário de R$ 80,8 bilhões no balanço conjunto do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência. O superávit primário é o dinheiro separado para o pagamento de uma parte das obrigações da dívida pública.
Sem disposição para economizar e racionalizar os gastos, a equipe econômica tem recorrido, nos últimos anos, a soluções heterodoxas para atingir a meta oficial. Essa disposição é ainda mais duvidosa em ano de eleição. Mas o compromisso tem sido reafirmado. A promessa, no entanto, vai além daqueles R$ 80,8 bilhões. A economia total fixada para o ano, de R$ 99 bilhões, dependerá, segundo o plano original, da contribuição de Estados, municípios e empresas controladas pela União. Se a contribuição efetiva ficar abaixo da programada, a diferença será coberta por um esforço maior das entidades federais, segundo anunciou há meses o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O uso de dinheiro extraordinário para fechar o balanço foi confirmado no relatório de avaliação orçamentária do segundo bimestre, divulgado na quinta-feira pelo Ministério do Planejamento. A cada reavaliação o governo atualiza a programação de receitas e de despesas, com base na evolução recente das contas públicas e nas últimas projeções econômicas. As projeções incluídas no relatório mantêm a perspectiva de crescimento de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) e elevam a inflação de 5,3% para 5,6%.
O ritmo da atividade pouco deverá contribuir, portanto, para a geração de receitas. Além disso, a expansão projetada de 2,5% está acima das previsões do mercado, em geral inferiores a 2%, mas esse detalhe é desconsiderado, obviamente, nas estimativas oficiais. A inflação poderá elevar a receita nominal, a curto prazo, mas isso dependerá da confiança de empresários e consumidores, neste momento em deterioração.
Por enquanto, pioram as projeções da receita tributária normal. Diminuíram na segunda revisão os valores previstos para os Impostos de Renda, de Importação e sobre Produtos Industrializados. Aumentou a dependência de recursos extraordinários, mas as contas mostram um resultado final ajustado. O valor estimado para a arrecadação extraordinária de impostos passou de R$ 18,7 bilhões para R$ 30,2 bilhões em todo o ano. O aumento inclui o ganho previsto como resultado de uma reabertura do Refis, o programa de refinanciamento de tributos em atraso.
No ano passado o Refis também foi reaberto - mais uma vez - e os primeiros pagamentos ajudaram a ajeitar as contas de 2013. Em geral, a arrecadação proporcionada por esse programa tende a decrescer em pouco tempo e boa parte das empresas beneficiadas simplesmente deixa de cumprir as obrigações.
As receitas extraordinárias incluem também um bom volume de bônus de concessões de infraestrutura e dividendos de estatais. As estimativas indicam R$ 13,5 bilhões de bônus de concessões e R$ 23,9 bilhões de dividendos.
De janeiro a março, os dividendos, no valor de R$ 5,9 bilhões, foram 667,6% maiores que os de um ano antes. O governo está obviamente cobrando um esforço especial das estatais para ajeitar as contas do Tesouro. No ano passado essa contribuição, somada à receita das concessões, foi fundamental para a apresentação final das contas. O trabalho de maquiagem, também conhecido como contabilidade criativa, foi apontado pela imprensa e por analistas do mercado. Já havia ocorrido no ano anterior e comentários sobre o assunto apareceram na imprensa internacional.
Em resumo: pelo novo relatório de avaliação bimestral, ninguém deve esperar cortes adicionais de despesas nos próximos meses. Além disso, falta o governo esclarecer alguns mistérios. Não há referência, no documento, ao déficit projetado para a Previdência nem ao custo do subsídio às contas de luz. A melhora das contas públicas, têm dito dirigentes do Banco Central, seria uma contribuição importante para o combate à inflação. Eles terão de continuar esperando essa contribuição.
O governo vai depender mais uma vez de receitas extraordinárias para fechar suas contas e entregar o resultado fiscal prometido para este ano, um superávit primário de R$ 80,8 bilhões no balanço conjunto do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência. O superávit primário é o dinheiro separado para o pagamento de uma parte das obrigações da dívida pública.
Sem disposição para economizar e racionalizar os gastos, a equipe econômica tem recorrido, nos últimos anos, a soluções heterodoxas para atingir a meta oficial. Essa disposição é ainda mais duvidosa em ano de eleição. Mas o compromisso tem sido reafirmado. A promessa, no entanto, vai além daqueles R$ 80,8 bilhões. A economia total fixada para o ano, de R$ 99 bilhões, dependerá, segundo o plano original, da contribuição de Estados, municípios e empresas controladas pela União. Se a contribuição efetiva ficar abaixo da programada, a diferença será coberta por um esforço maior das entidades federais, segundo anunciou há meses o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O uso de dinheiro extraordinário para fechar o balanço foi confirmado no relatório de avaliação orçamentária do segundo bimestre, divulgado na quinta-feira pelo Ministério do Planejamento. A cada reavaliação o governo atualiza a programação de receitas e de despesas, com base na evolução recente das contas públicas e nas últimas projeções econômicas. As projeções incluídas no relatório mantêm a perspectiva de crescimento de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) e elevam a inflação de 5,3% para 5,6%.
O ritmo da atividade pouco deverá contribuir, portanto, para a geração de receitas. Além disso, a expansão projetada de 2,5% está acima das previsões do mercado, em geral inferiores a 2%, mas esse detalhe é desconsiderado, obviamente, nas estimativas oficiais. A inflação poderá elevar a receita nominal, a curto prazo, mas isso dependerá da confiança de empresários e consumidores, neste momento em deterioração.
Por enquanto, pioram as projeções da receita tributária normal. Diminuíram na segunda revisão os valores previstos para os Impostos de Renda, de Importação e sobre Produtos Industrializados. Aumentou a dependência de recursos extraordinários, mas as contas mostram um resultado final ajustado. O valor estimado para a arrecadação extraordinária de impostos passou de R$ 18,7 bilhões para R$ 30,2 bilhões em todo o ano. O aumento inclui o ganho previsto como resultado de uma reabertura do Refis, o programa de refinanciamento de tributos em atraso.
No ano passado o Refis também foi reaberto - mais uma vez - e os primeiros pagamentos ajudaram a ajeitar as contas de 2013. Em geral, a arrecadação proporcionada por esse programa tende a decrescer em pouco tempo e boa parte das empresas beneficiadas simplesmente deixa de cumprir as obrigações.
As receitas extraordinárias incluem também um bom volume de bônus de concessões de infraestrutura e dividendos de estatais. As estimativas indicam R$ 13,5 bilhões de bônus de concessões e R$ 23,9 bilhões de dividendos.
De janeiro a março, os dividendos, no valor de R$ 5,9 bilhões, foram 667,6% maiores que os de um ano antes. O governo está obviamente cobrando um esforço especial das estatais para ajeitar as contas do Tesouro. No ano passado essa contribuição, somada à receita das concessões, foi fundamental para a apresentação final das contas. O trabalho de maquiagem, também conhecido como contabilidade criativa, foi apontado pela imprensa e por analistas do mercado. Já havia ocorrido no ano anterior e comentários sobre o assunto apareceram na imprensa internacional.
Em resumo: pelo novo relatório de avaliação bimestral, ninguém deve esperar cortes adicionais de despesas nos próximos meses. Além disso, falta o governo esclarecer alguns mistérios. Não há referência, no documento, ao déficit projetado para a Previdência nem ao custo do subsídio às contas de luz. A melhora das contas públicas, têm dito dirigentes do Banco Central, seria uma contribuição importante para o combate à inflação. Eles terão de continuar esperando essa contribuição.
Beco sem saída - PAULO GUEDES
O GLOBO - 26/05
Há várias maneiras de evitar os males e riscos atribuídos ao capitalismo, mas o "socialismo do século XXI" é um mergulho no abismo
O mito do capitalismo cruel foi sempre muito popular. Afinal, sendo o capital tão velho quanto o diabo, são-lhe atribuídos todos os males do mundo. Floresceu entre os negociantes assírios, nos mercados da Babilônia, com navegantes fenícios, comerciantes atenienses, latifundiários e feirantes medievais, industriais e financistas anglo-saxões e agora até mesmo entre ex-comunistas sino-soviéticos. A antipatia é tamanha que a profecia de aprofundamento das desigualdades até seu inevitável colapso acabou tornando Karl Marx, um economista pós-ricardiano menor do século XIX, o mais influente ideólogo do século XX.
O fervor religioso de seus crentes resiste aos fatos. Pouco importa que um apocalipse do regime socialista tenha mergulhado na miséria 3,5 bilhões de eurasianos, que buscam agora, em desespero, sua inclusão nos mercados globais, derrubando salários e aumentando os lucros em todo o mundo. A culpa é sempre do capitalismo.
Pouco importa que os governos impeçam a colossal destruição de riqueza financeira através das operações de salvamento de bancos, em vez de garantirem apenas os pequenos depositantes. "Salvar bancos não era salvar o mundo", descobre agora o Prêmio Nobel Paul Krugman. A culpa pela concentração de riqueza é do capitalismo, que permitiu a acumulação desigual nos tempos em que houve abusos e excessos, ou dos governos, que impediram grandes perdas patrimoniais nas crises decorrentes? Por que não aliviaram hipotecas de classes de baixa renda e dívidas de estudantes, em vez de garantirem grandes fortunas estacionadas em um sistema financeiro quebrado? Isso pode ser coisa do diabo, de financistas e do governo, mas não é coisa do capitalismo, que também destrói privilégios e riquezas todo tempo e em toda parte. Um economista pós-walrasiano menor contemporâneo acaba de "demonstrar" mais uma vez a perversidade do capitalismo cruel. Poderíamos evitar males como a concentração excessiva de renda e riqueza? Poderíamos reduzir os riscos de uma desestabilização política das democracias liberais? É claro que sim, e de várias maneiras. O único caminho inexorável para o abismo, o verdadeiro beco sem saída lamentavelmente escolhido pelos nossos vizinhos kirchneristas e bolivarianos, é o "socialismo do século XXI".
O fervor religioso de seus crentes resiste aos fatos. Pouco importa que um apocalipse do regime socialista tenha mergulhado na miséria 3,5 bilhões de eurasianos, que buscam agora, em desespero, sua inclusão nos mercados globais, derrubando salários e aumentando os lucros em todo o mundo. A culpa é sempre do capitalismo.
Pouco importa que os governos impeçam a colossal destruição de riqueza financeira através das operações de salvamento de bancos, em vez de garantirem apenas os pequenos depositantes. "Salvar bancos não era salvar o mundo", descobre agora o Prêmio Nobel Paul Krugman. A culpa pela concentração de riqueza é do capitalismo, que permitiu a acumulação desigual nos tempos em que houve abusos e excessos, ou dos governos, que impediram grandes perdas patrimoniais nas crises decorrentes? Por que não aliviaram hipotecas de classes de baixa renda e dívidas de estudantes, em vez de garantirem grandes fortunas estacionadas em um sistema financeiro quebrado? Isso pode ser coisa do diabo, de financistas e do governo, mas não é coisa do capitalismo, que também destrói privilégios e riquezas todo tempo e em toda parte. Um economista pós-walrasiano menor contemporâneo acaba de "demonstrar" mais uma vez a perversidade do capitalismo cruel. Poderíamos evitar males como a concentração excessiva de renda e riqueza? Poderíamos reduzir os riscos de uma desestabilização política das democracias liberais? É claro que sim, e de várias maneiras. O único caminho inexorável para o abismo, o verdadeiro beco sem saída lamentavelmente escolhido pelos nossos vizinhos kirchneristas e bolivarianos, é o "socialismo do século XXI".
COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO
MEDO DE CASSAR MEDALHA CUSTARÁ CARO A GENERAL
O comandante do Exército, general Enzo Peri, está sujeito a ação penal pelos crimes de responsabilidade e prevaricação por não cassar a Medalha do Pacificador concedida ao mensaleiro e ex-deputado José Genoino (PT-SP), segundo especialistas consultados pela coluna. Pelo Decreto 4.207 de 2002, o general é obrigado a cassar a medalha ex officio quando o agraciado, como Genoino, é condenado por corrupção.
MEDO
Exército, Ministério da Defesa e Ministério Público Federal fazem jogo de empurra. Todos parecem temer uma posição sobre o caso Genoino.
DEBAIXO DA CAMA
Esta coluna aguarda há meses explicação sobre o caso Genoino, pedida ao gabinete de Enzo Peri por meio do coronel Amauri Silvestre.
NÃO É SÓ MILITAR
Juristas consultados são taxativos: a ação contra Peri não é exclusiva ao âmbito militar. Pode ser acionado na Justiça Federal, por exemplo.
QUE PROBLEMA?
Genoino foi condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal, no caso do mensalão. Há quase dois anos, Peri ignora o problema.
GRAMPO LEGAL FEZ PF FLAGRAR DESTRUIÇÃO DE PROVAS
Quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava Jato, havia contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apenas mandado de “condução coercitiva” para depor. Mas, ao concluir seu depoimento, ele teria ligado a familiares (filhas, genros) para fazerem uma “limpeza” em seu escritório. Como o telefone era monitorado, a PF fez o flagrante da destruição de provas e obstrução da Justiça, e sua prisão foi decretada.
CANA DURA
Além do que o processo da Lava Jato dita, Paulo Roberto Costa e familiares respondem agora por obstrução da Justiça. Isso dá cadeia.
PRIVILÉGIO
Único dos presos sob a grave acusação de tentativa de destruição de provas, Paulo Roberto Costa foi o único a ser solto pelo Supremo.
ALÍVIO GERAL
A permanência de Paulo Roberto Costa na prisão, e sob pressão para abrir o jogo, tirou o sono de figurões da política e do meio empresarial.
INÉDITA NOMEAÇÃO
Apesar de ter contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União e responder a ação civil pública na Justiça do Ceará, o presidente da Fecomércio-CE, Luiz Gastão Bittencourt, foi nomeado interventor do Sesc-RJ pelo eterno presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos.
‘PRÊMIO’ BÍBLICO
A Operação Ararath, da Polícia Federal, foi batizada em homenagem ao monte na Turquia, onde – de acordo com livro de Gênesis – estaria a Arca de Noé; uma espécie de “loteria” de proporções bíblicas.
QUEM TEM AMIGO…
À beira do Conselho de Ética pela enrolada amizade com o doleiro Alberto Youssef, o deputado André Vargas (ex-PT-PR) não poupa verba: contratou mais um secretário comissionado para seu gabinete.
MUITO ESTRANHO
Servidores do IBGE em dez estados decretam greve a partir de hoje. A crise no instituto ocorre desde abril, quando a presidência do órgão tentou suspender nova metodologia de pesquisa. Grevistas apontam, em ano eleitoral, que a taxa de desemprego é maior que o divulgado.
ÚLTIMO CAPÍTULO
Portaria de Joaquim Barbosa (STF), presidente do Conselho Nacional de Justiça, pôs um ponto final no currículo dos políticos presos do mensalão: estão inelegíveis Genoino, Valdemar e Roberto Jefferson.
SOBRA PARA TODOS
Novo pânico no submundo da corrupção: áudios de conversas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com empresários e políticos, em animadas negociatas, podem ter vazado da operação Lava Jato.
LULA PHELPS
Internautas já começaram a cobrar “alongamento” do ex-presidente Lula. Ele prometeu, em 2010, que voltaria “a nado” da África do Sul se o Brasil não estivesse pronto para a Copa do Mundo de 2014.
ESCALAÇÃO
Foi de Copa a conversa do líder Vicentinho (PT-SP) com os colegas de CPI da Petrobras: “No ataque, Sibá Machado. Goleiro, Marco Maia, retaguarda, Arlindo Chinaglia; na defesa, Iriny Lopes”. Pano rápido.
PULANDO FOGUEIRA
O ministro Teori Zavascki estragou o São João do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que dançará a quadrilha sozinho.
O comandante do Exército, general Enzo Peri, está sujeito a ação penal pelos crimes de responsabilidade e prevaricação por não cassar a Medalha do Pacificador concedida ao mensaleiro e ex-deputado José Genoino (PT-SP), segundo especialistas consultados pela coluna. Pelo Decreto 4.207 de 2002, o general é obrigado a cassar a medalha ex officio quando o agraciado, como Genoino, é condenado por corrupção.
MEDO
Exército, Ministério da Defesa e Ministério Público Federal fazem jogo de empurra. Todos parecem temer uma posição sobre o caso Genoino.
DEBAIXO DA CAMA
Esta coluna aguarda há meses explicação sobre o caso Genoino, pedida ao gabinete de Enzo Peri por meio do coronel Amauri Silvestre.
NÃO É SÓ MILITAR
Juristas consultados são taxativos: a ação contra Peri não é exclusiva ao âmbito militar. Pode ser acionado na Justiça Federal, por exemplo.
QUE PROBLEMA?
Genoino foi condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal, no caso do mensalão. Há quase dois anos, Peri ignora o problema.
GRAMPO LEGAL FEZ PF FLAGRAR DESTRUIÇÃO DE PROVAS
Quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava Jato, havia contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apenas mandado de “condução coercitiva” para depor. Mas, ao concluir seu depoimento, ele teria ligado a familiares (filhas, genros) para fazerem uma “limpeza” em seu escritório. Como o telefone era monitorado, a PF fez o flagrante da destruição de provas e obstrução da Justiça, e sua prisão foi decretada.
CANA DURA
Além do que o processo da Lava Jato dita, Paulo Roberto Costa e familiares respondem agora por obstrução da Justiça. Isso dá cadeia.
PRIVILÉGIO
Único dos presos sob a grave acusação de tentativa de destruição de provas, Paulo Roberto Costa foi o único a ser solto pelo Supremo.
ALÍVIO GERAL
A permanência de Paulo Roberto Costa na prisão, e sob pressão para abrir o jogo, tirou o sono de figurões da política e do meio empresarial.
INÉDITA NOMEAÇÃO
Apesar de ter contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União e responder a ação civil pública na Justiça do Ceará, o presidente da Fecomércio-CE, Luiz Gastão Bittencourt, foi nomeado interventor do Sesc-RJ pelo eterno presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos.
‘PRÊMIO’ BÍBLICO
A Operação Ararath, da Polícia Federal, foi batizada em homenagem ao monte na Turquia, onde – de acordo com livro de Gênesis – estaria a Arca de Noé; uma espécie de “loteria” de proporções bíblicas.
QUEM TEM AMIGO…
À beira do Conselho de Ética pela enrolada amizade com o doleiro Alberto Youssef, o deputado André Vargas (ex-PT-PR) não poupa verba: contratou mais um secretário comissionado para seu gabinete.
MUITO ESTRANHO
Servidores do IBGE em dez estados decretam greve a partir de hoje. A crise no instituto ocorre desde abril, quando a presidência do órgão tentou suspender nova metodologia de pesquisa. Grevistas apontam, em ano eleitoral, que a taxa de desemprego é maior que o divulgado.
ÚLTIMO CAPÍTULO
Portaria de Joaquim Barbosa (STF), presidente do Conselho Nacional de Justiça, pôs um ponto final no currículo dos políticos presos do mensalão: estão inelegíveis Genoino, Valdemar e Roberto Jefferson.
SOBRA PARA TODOS
Novo pânico no submundo da corrupção: áudios de conversas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com empresários e políticos, em animadas negociatas, podem ter vazado da operação Lava Jato.
LULA PHELPS
Internautas já começaram a cobrar “alongamento” do ex-presidente Lula. Ele prometeu, em 2010, que voltaria “a nado” da África do Sul se o Brasil não estivesse pronto para a Copa do Mundo de 2014.
ESCALAÇÃO
Foi de Copa a conversa do líder Vicentinho (PT-SP) com os colegas de CPI da Petrobras: “No ataque, Sibá Machado. Goleiro, Marco Maia, retaguarda, Arlindo Chinaglia; na defesa, Iriny Lopes”. Pano rápido.
PULANDO FOGUEIRA
O ministro Teori Zavascki estragou o São João do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que dançará a quadrilha sozinho.
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