O número de trabalhadores com carteira assinada em todo o Brasil recuou 2,1% em dezembro, na comparação com novembro, mas há cidades em que esse índice alcançou espantosos 50%. Os dados detalhados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem, apontam que das 30 cidades que registraram os maiores percentuais de derretimento do emprego formal, 29 são de São Paulo. Em geral, são municípios que giram em torno da agropecuária, setor que sofreu o maior recuo nos números do governo. Pontal (oeste do Estado), por exemplo, teve 6.067 demissões em dezembro, um tombo de 47% em relação ao número de trabalhadores que tinham carteira assinada um mês antes.
Cascalho Cidades brasileiras que abrigam grandes mineradoras estão entre as que mais demitiram. Em Itabirito (MG) e Itabira (MG), dominadas pela Vale -cujo presidente já defendeu a flexibilização da lei trabalhista-, o nível de emprego caiu 10,22% e 6,10%, respectivamente. Em Mariana (MG), onde opera a Samarco, a queda foi de 5,35%.
Marcha a ré Embora o setor automotivo tenha dado uma respirada, algumas cidades que giram em torno dele tiveram um dezembro ruim. Betim, sede da Fiat, teve 3.041 demitidos no mês, queda de 3,3% no nível de emprego.
Bu! Depois de receber vários telefonemas com relatos de ameaças de demissão, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, colocou como toque do seu celular a trilha do filme "A Hora do Espanto".
No embalo Marchinha da Força Sindical para protestar amanhã na porta do Banco Central: "Ei, você aí, faz o juro cair/ Até o Meirelles cair..."
De novo O Conare, órgão do Ministério da Justiça que analisa pedidos de refúgio, rejeitou a concessão do benefício a 38 estrangeiros, a maioria de países como Eritreia, Somália, Etiópia e Colômbia. A decisão, publicada ontem no "Diário Oficial" da União, vai para a mesa do ministro Tarso Genro, que na semana passada passou por cima do órgão e concedeu refúgio ao italiano Cesare Battisti.
Prévias 1 Avaliação de integrantes da direção nacional do PSDB sustenta que o convite para que Geraldo Alckmin integre o secretariado de José Serra neutralizou o discurso favorito do mineiro Aécio Neves, de que tem perfil mais "conciliador" para unir o PSDB em 2010 do que o governador paulista.
Prévias 2 Segundo os tucanos, Aécio teria consultado aliados de Alckmin, no final do ano, sobre a possibilidade de o ex-governador acompanhá-lo no tour que programou pelo interior do país.
Timing Frase de Geraldo Alckmin, uma semana depois de ser derrotado no primeiro turno da eleição municipal: "Falar de política? Agora só lá em 2010, né?"
Precursores Na entrevista ao cineasta dos EUA Oliver Stone, na Venezuela, Lula disse que antes de se encontrar com Barack Obama pretende enviar o chanceler Celso Amorim e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para conversar com seus correspondentes norte-americanos, Hillary Clinton e Robert Gates. Força José Serra (PSDB) telefonou para Tião Viana (PT) na sexta-feira estimulando-o a não desistir da candidatura a presidente do Senado. O tucano é um antigo incentivador da campanha do petista.
Sem ajuda Ao sancionar há alguns dias o projeto que estabelece tarifa única para os produtos oriundos do Paraguai, Lula vetou artigos aprovados pelo Congresso que permitiam a criação de um fundo para recuperação econômica de Foz do Iguaçu. O argumento é que isso afrontaria o princípio da isonomia".
Tiroteio
"Alckmin, que se apresentou como gerente na campanha presidencial de 2006, agora se contenta com a condição de sub. Se continuar assim, a qual cargo ele se candidatará em 2010?" Do deputado estadual ENIO TATTO (PT), sobre a nomeação do ex-governador Geraldo Alckmin para a Secretaria de Desenvolvimento do Estado após perder duas eleições consecutivas.
Contraponto
Anos incríveis A CPI da Câmara Municipal de São Paulo que investigou o funcionamento de bingos ouvia em 2002 o depoimento de Airton Fonseca, do "Bingo Sampa", que falava sobre a contabilidade da sua empresa. -Faço tudo no papel, mensalmente. Diariamente não tem condições-, disse o interrogado. Ao que o presidente da comissão, Antonio Goulart (PMDB), interrompeu, um tanto nostálgico: -Isso me faz recordar da época dos bailes de Carnaval do Corinthians... O pessoal recolhia o dinheiro do caixa e levava para conferir em casa. Nunca a entrada de pessoas conferia com o valor arrecadado! |