sexta-feira, março 12, 2010

AUGUSTO NUNES



VEJA ONLINE

  cadeias estão à espera dos arrudas protegidos pelo rei

12 de março de 2010

Há três meses, os milicianos do PT endossam sem retoques todas as acusações que atingem José Roberto Arruda e, desde a véspera do Carnaval, festejam a merecida transferência para a cadeia do governador do Distrito Federal. Nenhum companheiro ressalva que o chefe da Turma do Panetone “ainda não foi condenado em última instância”. Nenhum enxergou “manobras partidárias” no “mensalão do DEM”. Nenhum debitou na conta de “perseguições políticas” as descobertas da Polícia Federal.
Como determina a novilíngua lulista, tais expressões são reservadas a bandalheiras produzidas por filiados ao PT ou parceiros incorporados à base alugada. Se envolve bandidos de estimação, qualquer pontapé no Código Penal ganha imediatamente o selo de ”trama forjada para prejudicar Dilma Rousseff”. A frase significa apenas que os acusados não têm nada de consistente a dizer em sua defesa. Compreensivelmente, tem sido declamada pelo bando que desviou milhões de reais da Bancoop.
Formuladas pelo promotor José Carlos Blat e divulgadas por VEJA, as denúncias foram reduzidas a ”perseguição política” e “manobra partidária” por João Vaccari, ex-presidente da entidade e hoje tesoureiro do PT nacional. A entrevista concedida ao Estadãopelo sucessor de Delúbio Soares confirma que um dos efeitos perversos da Era da Impunidade é o desembaraço com que gente com contas a acertar na Justiça procura passar de acusado a acusador.
Grosseiro na forma e fraudulento no conteúdo, o falatório debocha do Ministério Público, zomba das centenas de cooperados iludidos e tenta confundir o noticiário da imprensa com mentiras de ruborizar uma Dilma Rousseff. Vaccari garante, por exemplo, que as acusações de Blat não se refletiram em decisões judiciais. Falso. Mais de 70 juízes já se pronunciaram sobre o caso. Todos entenderam que a entidade pecou.
Enfiado até o pescoço nas operações suspeitíssimas, o Alto Companheiro também sustenta que todas as ações da diretoria foram autorizadas pelos cooperados em assembléias exemplarmente democráticas. Falso. Os dirigentes sempre se valeram de critérios arbitrários para decidir se alguém poderia ou não participar das reuniões.
Tudo somado, está claro que a população carcerária requer a urgente incorporação dos arrudas governistas. A prisão do governador foi um sinal animador. A solidão do preso, uma ilha perdida no oceano de corruptos à solta, pode comprovar que só vai para a cadeia gente que, além de filmada enquanto rouba, dispensa cautelas para tentar subornar testemunhas inconvenientes.
Arruda foi preso por excesso de atrevimento, não por falta de provas. Essas andam sobrando para meliantes de todas as tendências partidárias. Como sobra dinheiro para construir presídios, tampouco faltarão celas. O que não pode faltar é coragem para prender também os amigos do rei.

DEMÓSTENES TORRES


Escolha de Sofia


O Globo - 12/03/2010
 
Durante a audiência pública realizada no STF para discutir as cotas raciais tive a oportunidade de expor durante 40 minutos o meu entendimento sobre um assunto ao qual me dedico a estudar mais profundamente há três anos. Quem assistiu viu que defendi especialmente a adoção do tempo integral em todas as escolas públicas que ministrem ensino fundamental, para mim verdadeiro marco da transformação social no país. Mostrei que se tratava de uma escolha difícil entre propor uma ação afirmativa que socorreria todos os brasileiros em posição de inferioridade, independentemente da cor da pele, ou atender parcela minoritária, igualmente sofrida, classificada como afrodescendente.
Verdadeira escolha de Sofia.
Muitos dos debatedores, inclusive do Movimento Negro, entenderam minhas ponderações sobre as cotas sociais como lógicas e acertadas. Logo depois se valeram da maledicência preparada para desfazer reputações, promover a fraude estatística, deturpar números e principalmente se utilizar de espertalhões, que recheiam os bolsos a serviço de ONGs ambientalistas e racialistas, para caluniar em nome de duvidosa historiografia.
Os jornalistas Elio Gaspari e Miriam Leitão, contaminados pelo narcótico da ira, decidiram por pincelar trechos do meu depoimento para me classificar de forma leviana como negacionista da escravidão.
Não sou eu quem está na posição de julgar a história como se ela fosse objeto de especulação ideológica em favor das cotas raciais. Apenas utilizei argumentos de um dos maiores pesquisadores da escravidão africana, Paul. E. Lovejoy, para rebater o comentário de um estudante secundarista, numa audiência no Senado, para quem os brasileiros haviam praticamente sequestrado os negros na África. Afirmação que mereceu repulsa do historiador José Roberto Pinto de Góes, que entendeu o dito como retrato profundamente desregrado da qualidade educacional brasileira, o que estamparia o nível da história que se ensina nas nossas escolas públicas. Lovejoy mostra em números detalhados que a ignominiosa prática estava institucionalizada naquele continente pelo menos 850 anos antes de Vasco da Gama atravessar o Cabo da Boa Esperança.
Demonstra, ainda, que a escravidão ocorreu na região Transaariana entre os anos 650 e 
1600, prosperou, paralelamente, em direção do Mar Vermelho por outros 800 anos, ganhou vigor a partir de meados de 1400 com o tráfico pelo Atlântico e se manteve fundamental para a economia do continente até o século passado. Seria consolo moral aceitar a tese de que foram africanos os escravizados, quando na verdade os africanos escravizavam os seus iguais por razões econômicas, de beligerância e de manipulação religiosa. Devemos condenar o Brasil escravagista, mas não temos direito de culpar as atuais gerações.
O propósito foi de retrucar a falácia do sequestro e de sustentar que a escravidão não foi inventada no Brasil, e que as cotas raciais, além de não resolverem ou minimizarem o problema, não podem ser consideradas uma ordem de pagamento para quitação de uma suposta dívida que os brasileiros de hoje teriam de honrar com 87% de descendentes que têm acima de 
10% da ancestralidade africana no seu DNA. O grande problema dos racialistas é o de abastardar a miscigenação, pois temos também mais de 90% de brasileiros com ancestralidade europeia e mais de 60% com ancestralidade indígena. Ao negar a mistura de raças e manter a ideia do estupro ancestral, criam a figura de um africano puro, sem o qual não podem sustentar o libelo dantesco. Como é que uma ancestralidade tão misturada pode ter se originado unicamente ou majoritariamente a partir da violência sexual? Por que não contestaram Ali Kamel, quando ele aqui (19/9/ 2006) fez a mesma afirmação? Neste ponto vale o entendimento de Gilberto Freyre, para quem somos uma “sociedade que se desenvolveria menos pela consciência de raça, quase nenhuma no português cosmopolita e plástico, do que pelo exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política”.
Ou a opinião de Sérgio Buarque de Holanda, que ao tratar do negro na sociedade colonial escreveu que “sua influência penetrava sinuosamente o recesso doméstico, agindo como dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças, de qualquer disciplina fundada em tal separação”.
Feliz do Brasil que tem um Joaquim Nabuco.
Ele fez da sua vida e obra meios para desmontar a escravidão justamente por entender que a prática estava aberta a todos.
E é isso o que defendo: cota temporária nas universidades públicas para negros, brancos, índios, pardos, cafuzos, caboclos ou quaisquer outras denominações que venham a ter os descendentes do que Kamel chama de beleza da miscigenação brasileira, desde que sejam pobres, estes sim os verdadeiros espoliados do Brasil.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS e Cia

Valorizarás o mercado interno


O GLOBO - 12/03/10


 
O resultado do PIB brasileiro em 2009 ensinou, ao menos, uma lição ao país. É mandamento que pode ser resumido em quatro palavras: “Valorizarás seu mercado interno”. Quando investimento, formação de estoques e comércio exterior desafinaram, o consumo das famílias afastou a economia nacional da tragédia que derrubou nações desenvolvidas mundo afora.
A queda de 0,2% da atividade foi compensada pela contribuição positiva de 2,4 pontos percentuais do consumo das famílias.
Foram os brasileiros que salvaram a economia, de carona nos incentivos fiscais, na enxurrada de crédito e no crescimento constante da massa salarial. Em 2009, a participação do consumo no PIB bateu 62,8%. Foi o maior resultado da década. Até então, a proporção mais alta (64,3%) fora em 2000. A indústria, que absorveu todo o impacto da pane mundial, viu seu peso no PIB encolher quase dois pontos. O caminho para uma economia sã, o Brasil já sabe, é valorizar o comércio exterior, sem jamais dar às costas ao próprio mercado.
Fogo amigo no gás 
Entrou areia no lançamento do livro preparado pelo Sindigás sobre o setor de gás liquefeito de petróleo (GLP) no país, depois que a Polícia Federal deflagrou operação, ontem, para desmontar um cartel de distribuição e revenda de gás em São Paulo e no Nordeste. O esquema envolveria as maiores empresas do segmento, algumas associadas ao Sindigás. Ainda assim, a publicação será entregue a ministros, deputados e senadores, em Brasília, semana que vem. Foi elaborada justamente para iniciar uma mudança na imagem do setor. “Existe uma percepção errada sobre o GLP, devido à noção de ser produto para pobre, de problemas com pirataria e cartéis. Mas é uma solução energética barata e eficiente”, justifica Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás.
A ideia é usar o livro para pleitear novas frentes de atuação, como agribusiness e subsídios à população de baixa renda. “A meta é ampliar a participação na matriz energética dos atuais 3,6% para 4% ou 4,4% em uma década”, defende. Mello lamenta que os eventos de ontem tenham avariado ainda mais a imagem do setor.
Afirma, contudo, que o Sindigás vai apoiar as investigações.
Primeira atriz 
A GARNIER FRUCTIS escolheu Juliana Paes para estrelar a campanha de sua nova linha de produtos: Leite para Pentear.
Garota-propaganda da coloração Garnier Nutrisse, La Paes (na foto, no making off do filme) desbancou modelos internacionais. É a 1avez que a Fructis é representada por uma atriz. Criado pela Publicis, o filme estreia domingo.
Selinho premiado
O BOB’S lança domingo promoção em clima de Copa. Cada Trio Torcida Bob’s dá direito a um selo. Quatro selos valem uma camisa para torcer pelo Brasil. Só não dá para confundir selinho com bicota, como a personagem do filme, criado pela NBS. A ação custou R$ 3 milhões.
Correndo atrás 
Sérgio Cabral recebeu de um aliado a sugestão de encomendar a um constitucionalista de peso parecer sobre a (i) legalidade da emenda Ibsen. De preferência, com o aval da AGU. O arcabouço técnico aliviaria o peso político do veto de Lula à proposta que nocauteou os royalties do Rio.
Em recuperação 1
Os credores da Athos Farma Distribuidora e da Athos Farma Sudeste aprovaram, em assembleia anteontem, o plano de recuperação judicial das duas empresas. A dívida com 188 credores, entre eles os bancos Itaú e HSBC, é de R$ 363,9 milhões. É o segundo maior processo do tipo já instaurado no Rio. Só perde para o da Varig
Em recuperação 2
As empresas Athos Farmas, de atacado e distribuição de químicos, farmacêuticos e cosméticos, entraram em recuperação judicial em julho de 2009. Alegaram problemas com a falta de crédito e a frustrada tentativa de parceria com a inglesa Aliance Boots. O juiz Luiz Alberto Carvalho Alves, da 4aVara Cível de Duque de Caxias, deferiu o pedido.
Paris-NY 
Os secretários Julio Bueno (Desenvolvimento) e Márcia Lins (Turismo) estarão em Paris, dia 23, com Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira (Firjan).
Vão tratar das oportunidades da Copa e das Olimpíadas. Dia 31, o grupo vai a Nova York com reforços: Joaquim Levy (Fazenda) e o bilionário Eike Batista.
Internacional
A mudança de marca da Eletrobrás e suas 15 subsidiárias, dia 22, antecede a apresentação do primeiro plano estratégico unificado do grupo.
O pacote de ações para o período 2010-2020 está pronto.
“Ponto fundamental é a internacionalização, via integração da América Latina”, anuncia José Antonio Muniz, presidente da estatal.
É dinheiro 
A Eletrobrás planeja apurar no exterior 10% das receitas, no futuro. O plano estratégico, diz Muniz, é qualitativo, sem cifras. Em junho, sai o plano de negócios, com o valor dos investimentos. Terá cifras altas. Só de 2009 a 2012, a empresa investirá R$ 30 bi.
Renovável 
Energia limpa é o foco da Eletrobrás nos próximos anos.
O novo slogan é “Energia para novos tempos”.
Visitantes 
Nelson Hübner (Aneel) e Roberto Messias (Ibama) vão conferir o andamento das obras da hidrelétrica Santo Antônio (RO), hoje. Mês passado, a Santo Antônio Energia escavou 744 mil m³ em rocha, um recorde. Desde outubro de 2008, foram 14.140 mil toneladas. São sete Maracanãs.
Temor
O terremoto no Chile mexeu com a demanda por roteiros turísticos e hotéis no país.
Levantamento do buscador de viagens Mundi mostra queda de 53% nas consultas desde o tremor, em 27 de fevereiro.
TOQUE DO LEITOR
Combate à sujeira “No ‘decálogo turístico’ publicado na coluna de ontem, o experiente consultor Bayard Boiteux omitiu a eliminação do grande vilão do turismo carioca, que é a sujeira da cidade. O item é o mais votado como ponto negativo do Rio em pesquisas com turistas, especialmente os estrangeiros”.
Vasco da Costa, Niterói Boiteux fez couro com o leitor. Diz que ele próprio coordenou pesquisa que apontou a sujeira como principal ponto negativo para visitantes do Rio: “A 11alição para consolidar a cidade como produto turístico poderia ser cuidar da infraestrutura urbana, principalmente da limpeza.
Além de cuidar da retirada de mendigos das ruas”.
Moda imperial 
São Cristóvão vai sediar pela primeira vez um mercado de moda, semana que vem. O Circuito Moda Carioca, coordenado por UVA e Sebrae/RJ, reunirá 23 marcas instaladas no bairro, caso de Espaço Fashion e Armadillo. A previsão é faturar cerca de R$ 1 milhão, com descontos de até 70%. As 200 grifes do polo local esperam crescer de 5% a 10% este ano.
Viagem no cartão 
O faturamento dos cartões de crédito e débito em transações com agências de turismo cresceu 60% em 2009.
Os dados são da Redecard. O total de estabelecimentos credenciados subiu 18%. Já as compras de passagens aéreas com cartões saltaram 25% no ano. Em 2010 a tendência se mantém. Só no carnaval do Rio, as operações de débito cresceram 24%.
LIVRE MERCADO

ROBERTO OLINTO, coordenador de Contas Nacionais do IBGE, e Frederico Cunha, gerente de Contas Regionais, estão a caminho de Pequim. Vão falar na segunda-feira em seminário da ONU e do IBGE chinês sobre contas regionais.
O CASASHOPPING terá iluminação LED. O plano inclui entrada, estacionamento e corredores. A tecnologia consome 70% menos energia.
O ESCRITÓRIO De Fournier & Associados vai assinar a revitalização do Downtown, na Barra. Venceu a concorrência com três outras firmas de arquitetura.
ANDURTE DE BARROS Filho, diretor de Mercado Consumidor da BR, recebe hoje prêmio do SindiTRR, de transportadores de combustíveis.
A REDE Mercure de hotéis fará propaganda nos aviões da Gol. Vai anunciar nos apoios de cabeça dos assentos.
A LA ESTAMPA vai doar 35 mil metros de tecido ao Haiti. A entrega será feita pelo Viva Rio.

ALEC DUARTE


Google de Lula não resiste à 1ª busca


Folha de S. Paulo - 12/03/2010
 


Imagine se o Google fizesse buscas apenas dentro de si, apresentando como resultados unicamente ocorrências em sites próprios que detalham as funcionalidades dos mais de 150 produtos ou aplicativos da companhia. Pois é exatamente isso que o Portal Brasil (
www.brasil.gov.br), chamado pelo presidente Lula de "Google brasileiro", faz.
A comparação é descabida e não resiste à primeira busca, item em que o Google (o de verdade) construiu a sua sólida reputação de excelência. Como explicar que o Flamengo, time de futebol mais popular do país, tenha só duas incidências no Portal Brasil, enquanto o PAC tinha, até ontem, 298?
Fácil: o portal é, no máximo, um Google do governo do Brasil (ou o "espaço institucional do Estado brasileiro na internet", como se apresenta) e não tem a extensão que a já conhecida megalomania presidencial tentou conferir à página.
A própria busca dentro do site público nada tem a ver com a eficiência da empresa que revolucionou o conceito de busca com um algoritmo que leva em conta a inteligência coletiva.
É o que supõem as parcas 94 vezes em que o nome de Lula surge ao se fazer uma busca simples no portal -dotado em boa parte de material oficial produzido pela Agência Brasil, que cobre fartamente as atividades diárias do presidente.
"Por exemplo, se um cidadão qualquer do Chuí ou do Oiapoque quiser saber sobre cultura, saber sobre Portinari, sobre Di Cavalcanti, ele vai entrar no portal e vai ver os quadros, as pinturas desses grandes artistas brasileiros", disse Lula na segunda, no programa "Café com o Presidente".
Se o mesmo cidadão quiser se informar sobre Ariano Suassuna, importante dramaturgo popular brasileiro, porém, terá de procurar outra fonte.
No Portal Brasil, o que surge é o indefectível "não foram encontrados resultados". E, para usar o exemplo de Lula, há sites sobre Di Cavalcanti e Portinari com muito mais substância.
As maiores críticas à página chapa-branca até agora dizem respeito apenas à sua instabilidade. Pudera: desde que foi lançado, na quarta passada, o portal passou ao menos três dias fora do ar, o que é natural diante da migração de conteúdo de mais de uma centena de sites e inclusão de elementos multimídia que não existiam.
O que não é normal é que "novas demandas de ajustes de configuração", conforme a justificativa oficial da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República, responsável pelo produto), tenham sido detectadas após um ano, 200 profissionais e R$ 11 milhões empenhados na tarefa.
Esses números são muito superiores aos de qualquer reforma técnica de um grande portal comercial, como o UOL (quarto endereço mais acessado do Brasil, segundo a empresa de auditoria on-line Alexa).
A URL 
brasil.gov.br, que hospeda o portal de Lula, ocupa apenas a 3.298ª posição no mesmo ranking de acessos.

ANDRES OPPENHEIMER


Posição de Lula é pavorosa

folha de são paulo -  12/03/2010


ANDRES OPPENHEIMER DO "MIAMI HERALD"


UMA NOTA publicada nesta semana sugeriu que Luiz Inácio Lula da Silva estaria cogitando candidatar-se ao cargo de secretário-geral da ONU depois que deixar a Presidência. Se isso é verdade, explica muitas coisas. Até agora, a visão convencional era que a política externa brasileira recente de apoio declarado às ditaduras mais implacáveis do mundo estaria ligada à emergência do país como nova potência na economia mundial e a seu desejo de exercitar seu poder de ator novo -e acirradamente independente- no palco internacional.
É provável que isso seja verdade. Mas o relato afirmando que Lula foi sondado por mais de uma pessoa para ser candidato a secretário-geral da ONU em 2011 acrescentou um novo elemento ao quebra-cabeças do que está por trás da política externa brasileira.
Diego Arria, um ex-presidente do Conselho de Segurança da ONU, me disse que "Lula seria um candidato muito forte, devido ao peso do Brasil como potência cada vez mais independente e devido a seu prestígio internacional". Ele acrescentou que Lula pode estar agindo para agradar ao clima anti-EUA nas Nações Unidas, com vistas "a posicionar-se como candidato forte a secretário-geral".
Nos últimos dias Lula vem dando algumas declarações chocantes que são difíceis de compreender, vindas de um ex-líder sindical que fez oposição a ditaduras militares. Em uma entrevista, ele comparou com "bandidos" os oposicionistas cubanos pacíficos que estão fazendo greve de fome.
Lula, que visitou Cuba recentemente e posou, sorrindo, com o ditador militar desse país, general Raúl Castro, pouco após a morte do prisioneiro político Orlando Zapata em decorrência de uma greve de fome, afirmou que greves de fome não devem ser usadas "como pretexto" para defender os direitos humanos.
Dias antes, Lula tinha reafirmado sua decisão de visitar o Irã em maio, não obstante os esforços internacionais para impor sanções a esse país. No fim do ano passado, Lula deu a Mahmoud Ahmadinejad uma injeção de propaganda de que o presidente iraniano precisava muito quando o recebeu com honras de tapete vermelho em Brasília, apenas meses depois de o autocrata iraniano ter se proclamado vencedor de uma eleição altamente controversa.
Além disso, o Brasil vem cada vez mais usando seu voto nas Nações Unidas para "proteger países com históricos péssimos de direitos humanos", como Coreia do Norte, República Democrática do Congo e Sri Lanka, segundo relatório da organização Human Rights Watch.

Ban Ki-moon
Será que Lula tem alguma chance de tornar-se secretário-geral da ONU? A maioria dos diplomatas diz que o secretário-geral atual, Ban Ki-moon, cujo mandato termina em 31 de dezembro de 2011, deverá candidatar-se à reeleição. A maioria dos chefes recentes da ONU cumpriu dois mandatos consecutivos no cargo.
"O nome de Lula seria uma honra para a América Latina, mas é tradição que os secretários-gerais se candidatem à reeleição, e não vejo razão pela qual o secretário-geral Ban Ki-moon não se candidate a um segundo mandato", me disse o embaixador do Chile na ONU, Heraldo Muñoz.
Outros observaram que, se por alguma razão Ban decidir não se candidatar, países asiáticos podem querer um de seus próprios diplomatas ocupando o cargo por mais cinco anos, respeitando a tradição pela qual cada região do mundo ocupa o cargo por dois mandatos. E muitos chamam a atenção para o fato de que Lula não fala inglês ou francês.
Minha opinião: o mais provável é que Ban consiga um segundo mandato, apesar de ser possível que muitos países desejem uma figura de mais destaque para chefiar a ONU. É mais provável que seja oferecido a Lula o cargo de chefe da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), sediada em Roma, cujo diretor atual, o senegalês Jacques Diouf, ocupa o cargo desde 1994 e se prepara para deixá-lo.
Lula seria o candidato perfeito para esse cargo, devido a seu programa bem-sucedido de combate à fome no Brasil e ao reconhecimento internacional que este lhe valeu.
É verdade que Lula pode ver o cargo como estando abaixo do que merece, mas -em vista de suas posições pavorosas sobre os direitos humanos- seria o lugar perfeito para ele.

Tradução de CLARA ALLAIN

ANCELMO GÓIS

Foram me chamar 


O Globo - 12/03/2010

Dona Ivone Lara, 89 anos, a grande dama do samba, vai voltar ao palco depois de três meses de afastamento por causa de uma fratura no fêmur.

Dia 20, cantará em Salvador com Vanessa da Mata, pelo projeto Mulheres Brasileiras.
Ganhou o mundo
Depois de EUA, Alemanha, Argentina, Cazaquistão, Espanha, Cuba... o funk carioca “Rap das armas”, de MC Leonardo e MC Jr., da trilha de “Tropa de elite”, ganhou, acredite, uma versão de canto de torcida na... Suécia! Há até imagem no Youtube.

Confira só em www.youtube.com/watch?v=2QK-aoOfAAs.
‘Muy amigo’
Enviado por Lula para representálo na posse de Sebastián Piñera, Marco Aurélio Garcia acabou ontem no centro do tremor no Chile, na cidade de Valparaíso.

Passado o susto, o assessor internacional do presidente ligou para dizer que estava bem.
Ninguém viaja
Sérgio Cabral, a partir de 4 de abril, terá dificuldade de viajar.

Se o vice Pezão assumir, não poderá ser candidato à reeleição.

Também Jorge Picciani, presidente da Assembleia, se tomar posse, ficará impedido de disputar o Senado, como deseja.
Copa da África...
Mas Cabral planeja ir a Johannesburgo, em junho, na Copa.

Diz que a viagem pode ajudar na organização da Copa de 2014.

Neste caso, assumiria o desembargador Luiz Zveiter, presidente do TJ do Rio.
Líder de plantão 
O senador Mão Santa fez graça com o colega Romero Jucá na sessão de quarta: - Eu soube que Hillary Clinton veio ao Brasil comprar o passe de Vossa Excelência para ser líder de Obama no Senado...

Jucá é líder de Lula, cargo que também teve com FH.
No ninho tucano 
Juca Ferreira, o ministro da Cultura que pediu licença do PV, acusando o partido de flertar com os tucanos, visita hoje, em São Paulo, o Instituto Fernando Henrique Cardoso, a convite do ex-presidente.
Estrela pop 
Ben Ratliff, um dos principais críticos do “New York Times”, encheu a bola do nosso Gilberto Gil, ontem, no jornalão americano.

“Gil é uma das estrelas pop mais sensatas. Seu último CD, lançado nos EUA, é excelente”, escreveu Ratliff, que deu como principal indicação em Nova York, ontem, o show do brasileiro na Broadway.
Agora vai 
O Partido Trabalhista Cristão (PTC) decidiu lançar candidato próprio à Presidência da República: o brigadeiro Ércio Braga, ex-presidente do Clube Aeronáutica.
‘Rio is expensive’ 
A revista britânica “The Economist” comparou o custo de vida em 132 cidades do mundo e concluiu que Paris é o lugar mais caro para se viver.

Em segundo, ficou Tóquio.

Em terceiro, Oslo. O Rio é a 45acidade mais cara para se viver.
Samba interativo
A Unidos da Tijuca pediu, em seu site, sugestões de enredo para 2011.

Em cinco dias, chegaram, acredite, mais de 300 ideias para o carnavalesco Paulo Barros.
Baile no escuro
Há três dias sem luz, o secretário Antônio Pedro, que também preside a Riotur, mudouse com sua equipe para o camarote do prefeito na Sapucaí.

Ainda não é carnaval, mas, ontem à tarde, uns 30 funcionários da Secretaria de Turismo despachavam do setor 11 do Sambódromo.
Mãos ao alto!
Quarta, por volta das 15h, no condomínio Novo Leblon, na Barra, no Rio, uma mulher abriu o portão da garagem de casa e deu de cara com quatro homens armados com metralhadoras e fuzis.

Fizeram a limpa. Levaram joias, dois carros, eletrodomésticos, dinheiro. No fim, saíram tranquilamente.
Calma, Miguel
Do ator Miguel Falabella, que esbanja talento, numa roda de amigos: - Parei de fumar, tô de dieta.

Não mexam comigo que estou pronto pra morder o primeiro que me encher o saco!

GILLES LAPOUGE


Clima ruim para os aviões franceses


O Estado de S. Paulo - 12/03/2010
 
 
Como nos bons velhos tempos, antes de Obama, a Europa blasfema os Estados Unidos. Principalmente a França e Alemanha, ou seja, os dois países que criaram a EADS, sociedade que fabrica os aviões Airbus.

E qual é a briga? Os europeus estavam em concorrência com a Boeing para fornecer aviões-tanque para o Exército americano. Um negócio gigantesco: 179 aviões-tanque por US$ 35 bilhões, e essa seria apenas a primeira fatia de um mercado ainda mais vasto, 500 aviões-tanque no valor de US$ 100 bilhões. Trata-se de um negócio que se arrasta há 10 anos. Num primeiro momento, em 2003, o Exército americano preferiu a Boeing. O negócio foi anulado. Cinco anos depois, foi a EADS que venceu a concorrência, em detrimento de uma tradição que reserva o fornecimento de material para o Exército americano às empresas americanas. Uma nova anulação e uma nova licitação. E, novamente, a Boeing ganhou o contrato.

Como a Boeing conseguiu? Para obter esse contrato mirabolante, os europeus se aliaram a uma firma americana, a Northrop Grumman. Mas o edital de concorrência do Exército dos Estados Unidos foi concebido de tal maneira que se adaptou exatamente à oferta da Boeing, e de modo nenhum à proposta da EADS-Northrop. A Northrop, então, desistiu. Por isso, os europeus, perdendo seu aliado americano, abandonaram a disputa. E a Boeing ficou sozinha na concorrência.

A Europa está em cólera. O ministro da Economia alemão, Rainer Brüderle, vociferou: "Nesta atual crise, os menores sinais de protecionismo são perniciosos. Mesmo no campo da defesa, a livre concorrência não deve ser travada." Em Paris, o Quai d"Orsay anunciou que "a França, a Comissão Europeia e os parceiros comerciais envolvidos, vão realizar um exame desses novos acontecimentos".

Os jornais foram ainda mais duros. O Le Figaro implicou Obama no caso: "Os democratas que controlam o Congresso passaram essa mensagem, que era preciso deixar o campo livre para a Boeing, que tem necessidade desse contrato para permanecer no campo da aeronáutica militar; a Boeing, cuja sede é em Chicago, feudo de Obama. A Northrop recebeu garantias de que pode conseguir outros contratos. Além disso, ela não podia criar inimizade com seu principal cliente, o Pentágono."

Para a EADS e a Airbus, o revés foi grande, tanto mais que a EADS vem registrando péssimos resultados. Em 2009, a empresa perdeu 763 milhões por causa de problemas com o projeto do Airbus A400M e os efeitos do câmbio euro-dólar, que custaram 1 bilhão à empresa. Aliás, sobre isso, o presidente da EADS, Louis Gallois, disse: "Certo, o euro barateou. Está valendo US$ 1,35. Mas mesmo a esse preço, ele continua muito forte. Não é porque caiu de US$ 1,50 para US$ 1,35 que o problema foi resolvido."

Um outro avião também preocupa os franceses. Não é um Airbus, mas um Dassault, e é precisamente esse Rafale que se espera seja comprado pelo Brasil. Nesse caso também, a França culpa pelo atraso na venda do Rafale os Estados Unidos que, com a oferta do porta-aviões nuclear Carl Wilson e o apoio de Hillary Clinton, tentam fazer vender seus F/A 18. Seria, digamos, uma perspectiva atroz para os americanos ver a França penetrar no mercado aeronáutico brasileiro graças ao Rafale e se propagar, por meio do Brasil, para toda a América do Sul.

Caro Rafale! Há tanto tempo ele está terminado. Crescemos juntos, o Rafale e nós. Foi nos "bons velhos tempos". E há muito tempo tentamos vendê-lo para o mundo inteiro, sem sucesso. E há muito tempo, desde quase a escola primária, foi nos ensinado que ele é o melhor avião do mundo. E nós o apreciamos muito, esse Rafale que jamais alguém quis.

São uns invejosos, uns rancorosos, eis o que são, esses países que não gostam do nosso Rafale.

Hoje, ele é um velho conhecido nosso. Crescemos juntos. É um amigo com quem vivemos algumas aventuras, na época da nossa juventude louca e gostaríamos muito que, antes de morrer, ele tivesse um pequeno prazer, que finalmente conhecesse a gloria planetária que merece, que conseguisse voar pilotado por outros soldados que não os recrutas franceses. É por isso que nós adoramos Lula quando ele disse a Sarkozy que o negócio estava "no bolso".

Além disso, despachamos esses horríveis americanos. E todos esses financistas e contadores, com suas calculadoras, mas tentamos acalmá-los fazendo um desconto de 20%. Mas, agora, um novo "desastre". O rei da Suécia vai passar as férias no Brasil, de 22 a 28 de março, com sua mulher, a rainha Silvia. O que nos faz lembrar, bruscamente e com angústia, que o Rafale não é somente o concorrente do americano F/A 18, mas também de um sueco, o Gripen. Além disso, soubemos que a rainha Silvia é brasileira. Vocês não devem se surpreender, diante disso, porque nós, amigos de infância do Rafale, estamos com o coração um tanto oprimido.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

PIB da construção está errado, diz setor 


Folha de S.Paulo - 12/03/2010


Uma pequena rebelião sacudiu a construção civil ontem. O setor não aceita a queda de 6,3% no PIB da construção civil, anunciada pelo IBGE.
"A metodologia do instituto está errada. Nunca isso ficou tão claro como agora", reagiu Paulo Simões, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
A preocupação do setor é que indicadores equivocados gerem efeitos negativos em decisões de investimento.
Ontem mesmo o conjunto da construção civil brasileira anunciou que pedirá a abertura de uma discussão entre técnicos do IBGE, do governo e do setor para a revisão da metodologia. "Queremos uma discussão com o IBGE. Se o equívoco for nosso, assumimos. Mas tenho absoluta certeza de que estamos certos e queremos a revisão", disse Simões.
O problema, segundo o setor, está nos indicadores usados para o cálculo. Na primeira versão do índice, o IBGE considera a evolução da produção de material de construção, que, de fato, caiu em 2009. "A questão está aí. O IBGE não considera o valor agregado gerado pela cadeia da construção, que, no limite, não é formada só pela produção do material de construção."
Segundo Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), houve crédito e geração de emprego recorde. "Já sabíamos da falha na metodologia, mas esse dado anunciado ontem é um equívoco enorme. A situação agora ficou gritante", disse Conz. A expectativa era de crescimento de 6% e não de queda.
O IBGE refutou a afirmação de que utilize metodologia equivocada. Segundo Cláudia Dionísio, economista de contas nacionais do instituto, o cálculo considerou os dados de produção dos insumos utilizados na construção e esse indicador demonstrou queda em 2009.
Os dados poderão, segundo Dionísio, ser revisados no fim de 2011 com a incorporação de indicadores mais completos, mas "não irão transformar números negativos em positivos".

EXPORTAÇÃO

A Aon Affinity, braço de seguros massificados da corretora Aon Corp, deve desenvolver em breve um novo modelo de atuação. A ideia é que a companhia deixe de agir como uma corretora de seguros massificados e se torne uma consultoria estratégica para empresas que queiram vender produtos para grandes públicos. O projeto, que tem a liderança de José Carlos Macedo, presidente da Aon Affinity para a América Latina, começa pelo Brasil e depois será espalhado pela região. Em seguida, o trabalho poderá ser exportado para Europa e Ásia, segundo Macedo.
 

INVESTIGAÇÃO 1
O Procon-SP investiga quatro casos de supostos defeitos em veículos que poderiam justificar convocação de recall compulsório, como ocorreu com o Fiat Stilo. Algumas das apurações são conduzidas com o Grupo de Estudos Permanentes de Acidentes de Consumo.
 

INVESTIGAÇÃO 2
Segundo o Procon-SP, os órgãos de defesa do consumidor têm investigado tanto as convocações feitas pelas montadoras no exterior de veículos também comercializados no Brasil como casos em que diversos consumidores relataram o mesmo problema num modelo.
 

TIJOLO COM TIJOLO
O varejo do setor de material de construção cresceu 4,9% em fevereiro ante janeiro, segundo levantamento da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), entidade que representa as 138 mil lojas de material de construção no país.

RESULTADO
A CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) divulga hoje o fechamento do ano fiscal de 2009 com estabilidade nas operações. O lucro líquido foi de R$ 828 milhões. A receita operacional bruta, de R$ 1,9 bilhão -alta de 5,7% ante 2008.
 

Net encosta na Telefônica em reclamações
Depois de ultrapassar a Telefônica em assinantes de internet de banda larga, a Net empatou com a operadora espanhola em número de reclamações em São Paulo, que concentra praticamente metade do tráfego da internet no país.
Entre fevereiro de 2009 e janeiro deste ano, a Net viu praticamente dobrar o volume de queixas no Estado, atingindo o pico de 578 mil. No mesmo período, a Telefônica, sua concorrente direta, teve queda de 71%, com 593 reclamações.
De acordo com os dados enviados pelo Procon-SP ao Ministério da Justiça, boa parte das queixas contra a Net se deve a interrupções do Virtua, o serviço de acesso à internet, e à redução das velocidades de conexão.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) acompanha a evolução das reclamações contra a Net. A preocupação é que a operadora possa vir a ter problema como o da Telefônica.
Em 2009, a companhia espanhola foi punida pela Anatel com a proibição de venda do Speedy, cujas falhas sucessivas culminaram com um apagão em São Paulo que deixou 2,5 milhões de clientes sem internet.
Entre 22 de junho e 26 de agosto, a Telefônica deixou de vender o Speedy, sendo obrigada a fazer investimentos na rede e comprovar sua estabilidade para a Anatel.
Naquele período, a Net tomou cerca de 180 mil clientes da Telefônica em internet e ultrapassou a concorrente. Hoje, ela tem 2,9 milhões de assinantes, ante 2,6 milhões da Telefônica.
 

OTIMISMO CHINÊS

Cerca de 30 chineses da Wisco estão no Rio para elaborar projetos de viabililidade para a siderúrgica que será erguida em parceria com a MMX, do grupo EBX, de Eike Batista. O estudo de viabilidade da usina que ficará em São João da Barra, no norte fluminense, deverá ficar pronto até o final deste mês. A expectativa dos executivos é que a siderúrgica comece a produzir aço em três anos, prazo considerado por analistas como muito otimista. O custo da planta, que será a primeira siderúrgica de companhia chinesa fora da China, é estimado em cerca de R$ 9 bilhões, segundo a empresa. A siderúrgica deverá produzir 5 milhões de toneladas ao ano. Hoje a produção do Brasil é de 34 milhões de toneladas.
 

ALÍVIO NA BOMBA

O preço do álcool combustível está em trajetória de desaceleração na cidade de São Paulo. Segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a queda do litro do combustível foi de 3,13% na primeira semana deste mês na comparação com igual período de fevereiro. No acumulado dos últimos 30 dias, a retração nos preços praticados pelos postos de combustíveis é de 0,96% -a primeira queda neste ano, segundo o IPC. Esse recuo volta a colocar o álcool em vantagem sobre a gasolina.

LUÍ$ NA$$IF LANÇA UM NOVO LIVRO

O jornalista alugado, Luís Nassif, estará na próxima semana lançando um novo livro, "O PREÇO DE UMA CON$CIÊNCIA".


MÔNICA BERGAMO

Giro familiar  


Folha de S.Paulo - 12/03/2010

Foi com o incentivo da filha Naomi Alexandra, 17, que o sul-africano Kumi Naidoo aceitou ser o diretor-executivo mundial do Greenpeace no fim do ano passado. Naomi veio acompanhar o pai em viagem de dez dias pelo Brasil (paga por ele). Os dois passaram por São Paulo, Brasília e pela Amazônia, terra que encantou a moça. A visita serviu também para que pai e filha passassem um bom tempo juntos, já que os dois não se veem muito. Ele mora na Holanda (sede internacional da ONG) e ela vive na Inglaterra, onde acaba de terminar o ensino médio e pretende fazer um curso sobre religiões.

Boca do caixa
As instituições financeiras ocupam quatro das dez primeiras posições no ranking de reclamações do Procon-SP, que será divulgado hoje. Juntos, Itaú (segundo lugar), Bradesco (sétimo), Unibanco (oitavo) e o banco Ibi (nono) somam 3.849 manifestações de consumidores insatisfeitos que reclamaram em 2009. A Febraban, federação que representa os bancos, não se manifesta.

CARTÃO VERMELHO
As principais reclamações se referem a cobranças de compras feitas após furto ou roubo do cartão de crédito, de serviços não solicitados (como seguros de vida) e de valores diferentes aos que foram negociados no parcelamento da fatura do mesmo cartão. Os consumidores também reclamam do pagamento de taxas de emissão de boleto e de tarifa de abertura de crédito, ambas proibidas pelo Banco Central. Contando os quatro bancos acima e seus concorrentes, o grupo "assuntos financeiros" soma 21% de todas as reclamações.

CADA UM NA SUA
Apesar da fusão, Itaú e Unibanco aparecem individualmente no ranking porque, para seus clientes, a operação de cada um dos bancos ainda se apresenta de forma autônoma.

AGENDA
Convidado para reforçar a defesa de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, acusados de matar a filha dele, Isabella, o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira declinou, alegando compromissos assumidos anteriormente. Os dois vão a julgamento no próximo dia 22.

BRAÇOS DADOS 1
Filho do ditador Muammar Gaddafi, da Líbia, Saif Gaddafi mereceu deferência especial do presidente Lula e do governador de SP, José Serra. Os dois o receberam em audiência -Serra, na terça, no Palácio dos Bandeirantes, e Lula, na quarta, no escritório da Presidência da República, em SP. Detalhe: as audiências com o filho do ditador, solicitadas pela empreiteira Odebrecht, que ciceroneou Gaddafi no Brasil, foram secretas, ou seja, estavam na agenda extraoficial dos governantes.

BRAÇOS DADOS 2
Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, por sinal, acompanhou Gaddafi em vários compromissos, como um jantar com empresários na casa de Ana Paula Junqueira, em SP. Com obras em Trípoli, a construtora patrocina exposição de uma fundação de Gaddafi no Museu Afro Brasil, em SP.

PARA QUEM PODE
E Gaddafi, com viagem programada para Salvador, circula no Brasil a bordo de um Airbus particular.

FUTURO PRÓXIMO
Paulo Markun termina seu mandato na TV Cultura em junho -e a discussão sobre sua sucessão já atinge altas temperaturas. O grupo de José Serra no PSDB defende a sua recondução, para não "criar marola". O jornalista, no entanto, enfrenta forte resistência de parte do conselho da Fundação Padre Anchieta, que o elege. "Tratar desse assunto com o Serra é até impertinência no momento em que ele está angustiado com a própria candidatura à Presidência", diz um assessor do governador que defende que o assunto seja discutido "só lá na frente", quando Serra não for mais governador de SP.

AFILHADO
O diretor José Padilha é o padrinho de Bento, filho dos atores Maria Ribeiro e Caio Blat. Padilha e Maria são primos.

EM CAMPO
Depois dos shopping centers, é a vez de os estádios de futebol de São Paulo serem fiscalizados para verificar se cumprem regras de acessibilidade, como rampas de acesso, piso tátil e cadeiras para obesos. O secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marcos Belizário, deve começar a inspeção pessoalmente em breve.

EM CAMPO 2
Segundo a secretaria, o Parque Antarctica (Palmeiras) e o Canindé (Portuguesa) estão em condições críticas. Já o Pacaembu e o Morumbi têm a acessibilidade como pré-requisito se quiserem sediar jogos da Copa de 2014, no Brasil.

PALHAÇADA
Selton Mello, que começou a rodar nesta semana "Palhaços", seu segundo longa como diretor, conta com a ajuda de um "personal palhaceitor", como ele brinca. O palhaço Kuxixo, atualmente do Beto Carrero World, é quem auxiliará Selton e o ator Paulo José nas cenas de picadeiro que serão filmadas a partir do dia 16.

CONTERRÂNEO
Daniel Filho, diretor do longa "Chico Xavier", vai receber amanhã o título de cidadão honorário de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, onde nasceu o médium. A cidade também terá uma sessão especial do filme, cuja estreia nos cinemas está marcada para o dia 2 de abril.

CURTO-CIRCUITO
A 10ª EDIÇÃO do Fashion Weekend Kids, evento de moda infantil, começa hoje, às 19h30, no shopping Iguatemi.
OS ATORES Bruno Mazzeo, Luis Miranda e André Moraes são os DJs convidados da festa de dois anos da Gambiarra hoje, às 23h, na The Week. Classificação: 18 anos.
A PEÇA "Gorda", com a atriz Fabiana Karla, estreia hoje, às 21h30, no teatro Procópio Ferreira. Classificação: 14 anos.
A BOATE Mokaï apresenta hoje, à meia-noite, o projeto House of Jazz, com o DJ Rafael Yapudjian. Classificação: 18 anos.
A ONG Adote Um Gatinho, que existe há sete anos, comemora o número de 3.000 doações de gatos atingido nesta semana.

NELSON MOTTA


Reza forte


O ESTADO DE SÃO PAULO - 12/03/10
 

É uma oração poderosa, que qualquer candidato a presidente da República deveria fazer, todo dia, ao acordar. Popularizada pelos Alcoólicos Anônimos, a Oração da Serenidade já ajudou muita gente a se recuperar e não serve só para os bebuns, mas também para os dependentes de drogas, de jogo, de sexo e até mesmo de poder. Ou alguém duvida que o poder aja como uma droga em certas pessoas, levando-as a fazer qualquer coisa para manter o vício? Só isso pode explicar, sem justificar, as mentiras, vergonhas e crimes de tantos viciados em poder. A maioria não tem cura, nem quer se curar, para eles a política é "uma cachaça".

No caso de Lula é diferente, ele ficou tão poderoso que deve achar que o poder é que é viciado nele. Mas até ele já fez o elogio da serenidade, quando criticou o "terrorismo eleitoral". É óbvio que nenhum governo que vier mudará substancialmente o que está funcionando bem. Ninguém vai privatizar a Petrobrás nem acabar com o Bolsa-Família; ninguém vai instituir a censura ou mudar a política econômica. 

Alguns problemas são insolúveis a curto e médio prazo, ou estão fora do alcance dos governos, são atrasos culturais brasileiros que só mudam ao longo de gerações. Outros, dependem de inteligência, competência e coragem para enfrenta-los. É dessa sabedoria para distinguir uns dos outros que eles precisam.

Desde a empulhação do Plano Cruzado, do confisco de Collor e da nossa moratória internacional, com todas as suas consequências, ninguém acredita mais em soluções mágicas ou revolucionárias. Os brasileiros começam a perceber que tudo é um processo, que é feito de avanços e atrasos, mas não para. E não depende só da vontade política dos governantes.

O País melhorou, é claro, mas quase tudo ainda precisa melhorar muito. A começar pelas campanhas políticas. Dai-nos serenidade para escolher quem pode fazer melhor o que precisa ser feito. Parece o óbvio, mas é o sábio.

FERNANDO DE BARROS E SILVA

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FOLHA DE SÃO PAULO - 12/03/10SÃO PAULO - Os intelectuais de esquerda adoram um abaixo-assinado. Na luta pela redemocratização, ele foi um instrumento importante de mobilização da sociedade civil. Hoje, não se sabe ao certo o que seja (nem se existe) "a sociedade civil". E os intelectuais, sobretudo de esquerda, perderam em boa medida o protagonismo público.
Ainda assim, vira e mexe há abaixo-assinados por aí. Alguns em torno de causas abrangentes e justas, outros que parecem só um cacoete de antigamente. Diante de tudo isso, devemos nos perguntar agora: onde está o abaixo-assinado?
Sim. Ou os intelectuais de esquerda não estão incomodados com a fala bestial de Lula sobre Cuba? O assunto não comove a ponto de solicitar um repúdio coletivo?
Seria demais exigir a retratação pública do presidente por igualar as vítimas de uma ditadura que liquidou seus opositores aos presos comuns de um país democrático?
Seria demais pressionar o governo brasileiro para que interceda em favor de dissidentes presos arbitrariamente e/ou a caminho da morte? Seria demais reafirmar (ou assumir, no caso de alguns) a defesa da democracia e dos direitos humanos como valores universais?
O silêncio de certa intelligentsia, que insiste em tratar Cuba como um caso à parte, uma ilha da fantasia rodeada de piratas, é tão cúmplice das atrocidades de Fidel e seu asseclas quanto a fala boçal de Lula.
Até quando a esquerda nativa (com exceções honrosas) vai encarar a crítica à tirania cubana como uma pauta da direita? Até quando irá confundir o justo apelo dos dissidentes com a "máfia de Miami"?
Até quando irão invocar avanços sociais hoje mais do que duvidosos como pretexto -aí, sim- para justificar os horrores do regime? O dissidente Guillermo Fariñas precisará morrer -ou nem isso bastará para romper a omissão criminosa?
A Paquetá vermelha que incendiou bons corações nos anos 60 não existe, não passa de uma quimera mumificada. Então, apesar do atraso: cadê, cadê o abaixo-assinado?

CARLOS ALBERTO MONTANER


A decepção internacional com Lula

O ESTADO DE SÃO PAULO -  12/03/2010


Para Luiz Inácio Lula da Silva, os presos políticos cubanos são delinquentes como os piores criminosos encarcerados nas prisões do Brasil. Lula adotou, cruelmente, o ponto de vista de seu amigo Fidel Castro. Para ele, pedir eleições democráticas, emprestar livros proibidos e escrever em jornais estrangeiros - os "delitos" cometidos pelos 75 dissidentes presos em 2003, condenados a até 28 anos - equivale a matar, roubar ou sequestrar. Para Lula, Oscar Elías Biscet, um médico negro sentenciado a 25 anos por defender os direitos humanos e se opor ao aborto, é apenas um criminoso empedernido. Dentro de seu curioso código moral, é compreensível a morte do preso político Orlando Zapata ou a possível morte de Guillermo Fariñas, em greve de fome para pedir a libertação de 26 presos políticos doentes.

Os democratas cubanos não são os únicos decepcionados com o brasileiro. Na última etapa de seu governo, Lula está demolindo a boa imagem que desfrutou no começo. Recordo, há cerca de três anos, uma conversa que tive no Panamá com Jeb Bush, ex-governador da Flórida. Ele me disse que seu irmão George, então presidente dos EUA, tinha uma relação magnífica com Lula e estava convencido de que ele era um aliado leal. Isso me pareceu uma ingenuidade, mas não comentei a questão.

Alguns dias atrás, um ex-embaixador americano, que prefere o anonimato, me disse exatamente o contrário: "Todos nos equivocamos com Lula. Ele é um inimigo contumaz do Ocidente e, muito especialmente, dos EUA, embora trate de dissimulá-lo". E, em seguida, com certa indignação, criticou a cumplicidade do Brasil com o Irã no tema das sanções pelo desenvolvimento de armas nucleares, o apoio permanente a Hugo Chávez e a irresponsabilidade com que manejou a crise de Honduras ao conceder asilo a Manuel Zelaya na embaixada em Tegucigalpa, violando as regras da diplomacia internacional.

Na realidade, o comportamento de Lula não é surpreendente. Em 1990, quando o Muro de Berlim foi derrubado, o líder do Partido dos Trabalhadores apressou-se em criar o Fórum de São Paulo com Fidel Castro para coordenar a colaboração entre as forças violentas e antidemocráticas da América Latina. Ali estavam as guerrilhas das Farc e do ELN na Colômbia, partidos comunistas de outros tantos países, a FSLN da Nicarágua e o FMLN de El Salvador. Enquanto o mundo livre celebrava o desaparecimento da União Soviética e das ditaduras comunistas no Leste Europeu, Lula e Fidel recolhiam os escombros do marxismo violento para tratar de manter vigente o discurso político que conduziu a esse pesadelo, e estabeleciam uma cooperação internacional que substituísse a desvanecida liderança soviética na região.

No Brasil, sujeito a uma realidade política que não pôde modificar, Lula comporta-se como um democrata moderno e não se afastou substancialmente das diretrizes econômicas traçadas por Fernando Henrique Cardoso, mas no terreno internacional, onde afloram suas verdadeiras inclinações, sua conduta é a de um revolucionário terceiro-mundista dos anos 60.

De onde vem essa militância radical? A hipótese de um presidente latino-americano que o conhece bem, também decepcionado, aponta para sua ignorância: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar a atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicaram a realidade como um combate entre bons e maus." Sua frase final, dita com tristeza, foi lapidar: "Parecia que Lula, com sua simpatia e pelo bom momento que seu país atravessa, converteria o Brasil na grande potência latino-americana. Falso. Ele destruiu essa possibilidade ao se alinhar com os Castro, Chávez e Ahmadinejad. Nenhum país sério confia mais no Brasil". Muito lamentável

Carlos Alberto Montaner é escritor cubano 

PAINEL DA FOLHA


A reserva do PMDB

RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 12/03/10


Além de assegurar a manutenção de todas as posições na Esplanada após a saída dos ministros-candidatos, o PMDB resolveu a contento aquela que muitos imaginavam ser a pendência mais complicada do partido nessa área: a substituição de Geddel Vieira Lima (Integração) pelo secretário-executivo João Santana está confirmada, a despeito das queixas do PT baiano.
Mas, apesar da reunião da cúpula do partido ontem com Lula, segue em banho-maria a tentativa de Hélio Costa (Comunicações) de emplacar seu chefe de gabinete à frente da pasta. E, apesar da aposta dos peemedebistas em colocar Wagner Rossi, aliado de Michel Temer, no lugar de Reinhold Stepahnes (Agricultura), a operação ainda encontra resistências no Planalto.


Regras. O PMDB, que tudo tem feito na tentativa de facilitar a eleição do deputado Eunício Oliveira (CE) para o Senado, avisou ao PT em reunião na quinta-feira que o governador Cid Gomes (PSB) só abrirá uma vaga para o partido no chapa: os petistas ou terão o vice, ou lançam o ministro José Pimentel ao Senado.
Protagonistas. As inserções do PT-SP que entram no ar hoje trazem, além de Lula e Dilma, Aloizio Mercadante, cotado para disputar o governo, e Marta Suplicy, provável nome do partido ao Senado.
Caixa. O banqueiro e ex-deputado Ronaldo Cezar Coelho deve assumir a tesouraria da campanha de José Serra, além de entrar como primeiro suplente de Cesar Maia (DEM) ao Senado pelo Rio. Em 2006, concorrendo à mesma Casa, o tucano foi apontado como o candidato mais rico do país.
Palco. O PSDB negocia o aluguel do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, para lançamento oficial da candidatura de Serra, em abril. Mas há no partido quem desaprove o endereço, por ter abrigado recentemente o congresso do PT.
Roteiro 1. Tão logo a CPI da Bancoop comece a funcionar na Assembleia paulista, a base governista votará requerimento para solicitar à finada CPI dos Correios, no Congresso, dados relacionados ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pivô do escândalo da cooperativa habitacional.
Roteiro 2. À época do mensalão, Vaccari foi citado em depoimento pelo doleiro Lúcio Funaro, dono da corretora Guaranhuns, como "operador do PT para fundo de pensões, responsável pelas operações das três grandes fundações: Previ, Petros e Funcef".
Vacina 1. Num momento em que a campanha do PT levanta a bandeira do fortalecimento do Estado, o deputado Otávio Leite (PSDB) entrou com duas propostas de emenda à Constituição que, na prática, impedem que Caixa, Banco do Brasil e Petrobras venham a ser privatizados.
Vacina 2. "São PECs dissipadoras de insinuações eleitoreiras", diz o autor, numa referência à campanha de 2006, quando o PT carimbou Alckmin, candidato do PSDB, como privatista. Muitos tucanos consideram desnecessária a iniciativa, mas a proposta recebeu assinaturas de praticamente todos os partidos.
Carona. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), judeu, acompanhará Lula na viagem a Israel, à Palestina e Jordânia a partir de amanhã.
Mérito. Quatro vezes condenado e ainda réu em 114 ações por suspeita de corrupção, o presidente da Assembleia de Mato Grosso, José Riva (PP), recebeu do governador Blairo Maggi (PR) uma das mais elevadas comendas do Estado. Em nota, o deputado se declarou "feliz pelo coroamento" de seu trabalho.
De volta. O veterano Paulo Duque (PMDB-RJ), que salvou José Sarney (PMDB-AP) dos processos no Conselho de Ética, vai relatar um dos projetos do pré-sal no Senado.
Visita à Folha. Fernando Grella, procurador-geral de Justiça de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava com Márcio Fernando Elias Rosa e Arnaldo Hossepian Junior, procuradores de Justiça, e Marcos Martins Paulino, diretor-adjunto administrativo e financeiro da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER
Tiroteio
Serra poderia enviar réplicas de sua maquete às escolas estaduais para que as crianças brinquem de carrinhos sobre a ponte. 

Do deputado estadual ADRIANO DIOGO (PT-SP), sobre o anúncio da construção da ponte Santos-Guarujá, no qual o governador posou para fotos diante da maquete da obra.
Contraponto 
Sem cobertura O deputado Ciro Gomes chegou à Câmara na terça-feira com os cabelos aparados. De tão rente, o corte dava a impressão de máquina zero, e os colegas se puseram a brincar com o deputado do PSB, já bastante calvo.
Quando uma repórter sugeriu que se tratava de novo visual para a campanha deste ano, Ciro desabafou:
-Na verdade, detesto a ideia de parecer que estou escondendo a careca. Mas desta vez acho que exagerei... tá todo mundo falando!