O GLOBO - 13/09
Atuando como tropa de choque dos políticos bandidos, esses anarquistas de araque não sabem que são apenas fascistas, e usam as liberdades e garantias da democracia para ameaçá-la
Todos os governantes, políticos, empresários, juízes, policiais e burocratas corruptos estão aliviados e serão eternamente gratos aos black blocs e vândalos em geral, que lhes prestaram o grande serviço de expulsar das ruas as manifestações populares que exigem mudanças urgentes e têm neles os seus principais alvos. Por ignorância e estupidez, fazem de graça o trabalho sujo em favor do que há de pior no Brasil. E ainda se acham revolucionários… rsrs
Em São Paulo, um idiota mascarado dizia na televisão que o seu objetivo era dar prejuízos a empresas multinacionais do bairro. Se fosse o repórter, eu lhe perguntaria se ele nunca imaginou que a única consequência de uma vitrine de banco quebrada é o seguro pagar uma nova. E, se o seguro ficar mais caro, os bancos repassam o aumento para todos os seus clientes. Mas a anta encapuzada acha que está combatendo o capitalismo… rsrs
Outro bobalhão, no Rio, encurralado por um policial, exibia o cartaz “não há revolução sem violência”, mas não quer que o Estado democrático se defenda da revolução dele com todos os meios, inclusive a violência. As cenas das turbas desembestadas escoiceando vitrines, pulando em cima de carros, derrubando e incendiando latas de lixo, não evocam a queda da Bastilha ou as revoltas de maio de 68, mas as imagens grotescas e os grunhidos do “Planeta dos macacos”.
A violência é humana e pode ser legítima, criminosa, doentia, perversa, criadora, gratuita, justa ou inevitável, pode até ser o motor da história, e a sociedade democrática tem que conviver com ela e encontrar um equilíbrio entre os direitos individuais e coletivos. Mas nunca foi tão burra como agora no Brasil.
Atuando como tropa de choque dos políticos bandidos, esses anarquistas de araque não sabem que são apenas fascistas, e usam as liberdades e garantias da democracia para ameaçá-la, impedindo que a população ocupe as ruas duramente reconquistadas da ditadura e livrando os verdadeiros inimigos do povo da pressão popular. Nunca tão poucos, e tão burros, deram tanto prejuízo a tantos, não a bancos e seguradoras, mas à democracia no Brasil.
sexta-feira, setembro 13, 2013
O patamar humano - RUY CASTRO
FOLHA DE SP - 13/09
RIO DE JANEIRO - No romance "O Príncipe e o Mendigo" (1882), Mark Twain promove uma troca de papéis na Inglaterra do século 16: o pequeno Edward, príncipe de Gales, e um menino de rua, Tom, conhecem-se às portas do Palácio de Westminster. Ao descobrir que nasceram no mesmo dia e são parecidos, decidem fazer de conta por alguns momentos. Um veste a roupa do outro; o príncipe sai à calçada e o mendigo adentra os portões. Mas algo acontece na rua, e os guardas, para proteger o príncipe, levam-no dali, sem saber que ele é, na verdade, Tom. O que se passa pelos dois anos seguintes você pode imaginar.
Em todas as fábulas em que um nobre se mistura com a plebe, o problema do autor é tirar o bacana do palácio e mantê-lo fora por dias ou horas. Em "A Princesa e o Plebeu" (1953), filme de William Wyler, Audrey Hepburn, princesa de um reininho de opereta, sai sozinha por Roma à noite. Perde-se na cidade e se envolve com um repórter americano, vivido por Gregory Peck.
Em meu romance "Era no Tempo do Rei" (2007), que se passa no Rio de 1810, o jovem príncipe d. Pedro arma uma confusão e tem de fugir correndo do Paço Imperial. No Arco do Telles, mete-se em outra encrenca, da qual é salvo por um menino de rua, Leonardo, o mesmo de "Memórias de um Sargento de Milícias" (1854), de Manuel Antonio de Almeida. Em todos esses casos, a ideia é confrontar personagens de origens sociais distintas e reduzi-los ao mesmo patamar humano.
Nesta semana, um homem de 53 anos que passeava pelos jardins do Palácio de Buckingham, em Londres, foi abotoado por agentes armados, jogado ao chão e imobilizado. Era o príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth e irmão de Charles. Confundiram-no com um penetra, coitado.
Dilma também gosta de dar suas fugidinhas sem avisar. O perigo é se for barrada ao voltar para o palácio.
RIO DE JANEIRO - No romance "O Príncipe e o Mendigo" (1882), Mark Twain promove uma troca de papéis na Inglaterra do século 16: o pequeno Edward, príncipe de Gales, e um menino de rua, Tom, conhecem-se às portas do Palácio de Westminster. Ao descobrir que nasceram no mesmo dia e são parecidos, decidem fazer de conta por alguns momentos. Um veste a roupa do outro; o príncipe sai à calçada e o mendigo adentra os portões. Mas algo acontece na rua, e os guardas, para proteger o príncipe, levam-no dali, sem saber que ele é, na verdade, Tom. O que se passa pelos dois anos seguintes você pode imaginar.
Em todas as fábulas em que um nobre se mistura com a plebe, o problema do autor é tirar o bacana do palácio e mantê-lo fora por dias ou horas. Em "A Princesa e o Plebeu" (1953), filme de William Wyler, Audrey Hepburn, princesa de um reininho de opereta, sai sozinha por Roma à noite. Perde-se na cidade e se envolve com um repórter americano, vivido por Gregory Peck.
Em meu romance "Era no Tempo do Rei" (2007), que se passa no Rio de 1810, o jovem príncipe d. Pedro arma uma confusão e tem de fugir correndo do Paço Imperial. No Arco do Telles, mete-se em outra encrenca, da qual é salvo por um menino de rua, Leonardo, o mesmo de "Memórias de um Sargento de Milícias" (1854), de Manuel Antonio de Almeida. Em todos esses casos, a ideia é confrontar personagens de origens sociais distintas e reduzi-los ao mesmo patamar humano.
Nesta semana, um homem de 53 anos que passeava pelos jardins do Palácio de Buckingham, em Londres, foi abotoado por agentes armados, jogado ao chão e imobilizado. Era o príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth e irmão de Charles. Confundiram-no com um penetra, coitado.
Dilma também gosta de dar suas fugidinhas sem avisar. O perigo é se for barrada ao voltar para o palácio.
Os novos garibaldinos falharam - BARBARA GANCIA
FOLHA DE SP - 13/09
O destemor guerreiro de junho se diluiu na docilidade da falta de coragem, de organização e de seriedade de propósito
Parada num farol da rua da Consolação, centro de São Paulo, na tarde de quarta, acendo o forno que guardo no lugar do cérebro na tentativa de encontrar forma para este texto.
Em seu discurso de posse na ABL, FHC lembrou dona Ruth: "Ela dizia que a pior coisa na vida é não ter o ouvido aberto para aqueles que estão contra você". Estou há dez minutos sem sair do lugar. Pergunto ao taxista do meu lado: "Aê, amigo! O que acontece?"
"Sei lá, parece manifestação na esquina da Ipiranga com a São João", diz, meio anestesiado.
Volto a ligar o rádio que havia emudecido para ouvir melhor a lenha estalando na fornalha da minha caixa craniana. Logo vem a informação: são cerca de 30 gatos pingados bloqueando a via. Contra o que protestam, ninguém sabe. Não há cartazes anunciando qualquer reivindicação. A reportagem voltará em instantes.
Nesse caso, aproveitemos o tempo para pensar na coluna de sexta. Deixa ver então, depois de citar dona Ruth, FHC afirmou que os "black blocks" praticam vandalismo, foi?
Taí. Mesmo entre integrantes do PCC ou das torcidas organizadas há quem concorde com FHC. "Black blocks" são baderneiros. E a culpa é deles por ter dispersado o foco das manifestações, foram eles que afastaram as pessoas de bem das ruas.
Veja só: um bando de mascarados foi capaz de se interpor entre milhões de destemidos garibaldinos em sua alva missão de recuperar o país das mãos da canalha corrupta.
Consigo avançar um quarteirão e o noticiário da rádio ainda não identificou o motivo do protesto. O pessoal que está atrapalhando o fluir do tráfego já está sendo vilificado. O destemor guerreiro de junho se diluiu na docilidade da falta de coragem, de organização e de seriedade de propósito.
Ainda não descobri por que perdi mais de hora no trânsito na quarta. Só sei que diante da eficácia das quadrilhas que agem infiltradas no poder, do alto de sua frouxidão, os garibaldinos acidentais não passam de um exército de Brancaleone. Não importa quantos milhões acorram às ruas.
Neste momento, é mais importante entender do que julgar. Alô, FHC! É evidente que, no meio dos "black blocks", há de tudo: oportunistas, ladrões de galinhas e ETs de Varginha. Mas não se deve desprezar a simbologia. Vivemos na era em que a política foi substituída pela gestão. E o que preocupa essa garotada é a dimensão do poder invisível. O lema deles é: "Quem manda são os mercados, mas eu não votei neles". Em todo o mundo, o protesto dos "black blocks" não é contra o Estado, mas contra o sistema.
A economia de mercado precisa estar em constante de expansão para subsistir. Só que os recursos do planeta são limitados e estamos no fim da linha. Junte-se a isso o problema dos financiamentos de campanha que transformou política em show business e você começa a entender a desesperança que leva essa rapaziada ao mano a mano.
Há um certo cinismo em invadir loja para roubar Abercrombie e iPod. Mas é preciso entender que o conceito de propriedade (intelectual) mudou com a internet e que o jovem da periferia não quer ser o palestino do seu tempo. Ele tenta diminuir a importância de relações baseadas no consumo. Sua militância usa uma nova linguagem baseada no escárnio pela posse. Mesmo que esteja trajando o mais caro agasalho da Puma. Ele não se ilude de ser impermeável ao marketing.
Você pode achar moralmente questionável, eu concordo. Mas quanto mais distante estivermos de compreender e comunicar, mais vantagem daremos ao verdadeiro carcinoma. Que, a esta hora, deve estar se retorcendo de rir no happy hour do Piantella ou no jatinho executivo.
O destemor guerreiro de junho se diluiu na docilidade da falta de coragem, de organização e de seriedade de propósito
Parada num farol da rua da Consolação, centro de São Paulo, na tarde de quarta, acendo o forno que guardo no lugar do cérebro na tentativa de encontrar forma para este texto.
Em seu discurso de posse na ABL, FHC lembrou dona Ruth: "Ela dizia que a pior coisa na vida é não ter o ouvido aberto para aqueles que estão contra você". Estou há dez minutos sem sair do lugar. Pergunto ao taxista do meu lado: "Aê, amigo! O que acontece?"
"Sei lá, parece manifestação na esquina da Ipiranga com a São João", diz, meio anestesiado.
Volto a ligar o rádio que havia emudecido para ouvir melhor a lenha estalando na fornalha da minha caixa craniana. Logo vem a informação: são cerca de 30 gatos pingados bloqueando a via. Contra o que protestam, ninguém sabe. Não há cartazes anunciando qualquer reivindicação. A reportagem voltará em instantes.
Nesse caso, aproveitemos o tempo para pensar na coluna de sexta. Deixa ver então, depois de citar dona Ruth, FHC afirmou que os "black blocks" praticam vandalismo, foi?
Taí. Mesmo entre integrantes do PCC ou das torcidas organizadas há quem concorde com FHC. "Black blocks" são baderneiros. E a culpa é deles por ter dispersado o foco das manifestações, foram eles que afastaram as pessoas de bem das ruas.
Veja só: um bando de mascarados foi capaz de se interpor entre milhões de destemidos garibaldinos em sua alva missão de recuperar o país das mãos da canalha corrupta.
Consigo avançar um quarteirão e o noticiário da rádio ainda não identificou o motivo do protesto. O pessoal que está atrapalhando o fluir do tráfego já está sendo vilificado. O destemor guerreiro de junho se diluiu na docilidade da falta de coragem, de organização e de seriedade de propósito.
Ainda não descobri por que perdi mais de hora no trânsito na quarta. Só sei que diante da eficácia das quadrilhas que agem infiltradas no poder, do alto de sua frouxidão, os garibaldinos acidentais não passam de um exército de Brancaleone. Não importa quantos milhões acorram às ruas.
Neste momento, é mais importante entender do que julgar. Alô, FHC! É evidente que, no meio dos "black blocks", há de tudo: oportunistas, ladrões de galinhas e ETs de Varginha. Mas não se deve desprezar a simbologia. Vivemos na era em que a política foi substituída pela gestão. E o que preocupa essa garotada é a dimensão do poder invisível. O lema deles é: "Quem manda são os mercados, mas eu não votei neles". Em todo o mundo, o protesto dos "black blocks" não é contra o Estado, mas contra o sistema.
A economia de mercado precisa estar em constante de expansão para subsistir. Só que os recursos do planeta são limitados e estamos no fim da linha. Junte-se a isso o problema dos financiamentos de campanha que transformou política em show business e você começa a entender a desesperança que leva essa rapaziada ao mano a mano.
Há um certo cinismo em invadir loja para roubar Abercrombie e iPod. Mas é preciso entender que o conceito de propriedade (intelectual) mudou com a internet e que o jovem da periferia não quer ser o palestino do seu tempo. Ele tenta diminuir a importância de relações baseadas no consumo. Sua militância usa uma nova linguagem baseada no escárnio pela posse. Mesmo que esteja trajando o mais caro agasalho da Puma. Ele não se ilude de ser impermeável ao marketing.
Você pode achar moralmente questionável, eu concordo. Mas quanto mais distante estivermos de compreender e comunicar, mais vantagem daremos ao verdadeiro carcinoma. Que, a esta hora, deve estar se retorcendo de rir no happy hour do Piantella ou no jatinho executivo.
Escárnio, covardia e miséria de muitos - MILTON HATOUM
O Estado de S.Paulo - 13/09
O sujeito saiu da prisão e fez um discurso emocionado na Casa onde homens e mulheres representam o povo. Dizem que em plena sessão parlamentar o condenado se ajoelhou, fez suas preces e gritou "aleluia", as mãos para o céu.
Estranha litania de um desavergonhado! Ainda assim, a infinita bondade divina pode acolher a oração dos crentes, indistintamente. Mas, em casos extremos de opróbio e cinismo, até uma divindade se envergonha de alguns fiéis, incluindo os do alto e os do baixíssimo clero.
O choro e a oração do deputado fazem parte dos rituais de dissimulação e hipocrisia encenados por políticos e empresários corruptos. Essa encenação barata significa uma total indiferença à lei e à coisa pública. As lágrimas, preces e gestos calculados são rituais de outro culto, nada religioso: o velho personalismo de uma certa elite política. O escárnio da cena é aviltante. Não menos aviltante é o voto secreto, que permite a cumplicidade de réus inconfessos ou de gente que teme a punição de futuros atos criminosos.
Ainda é atual e necessária a leitura de Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda:
"No Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal".
De fato, nossas constituições são feitas para não serem cumpridas, as leis existentes para serem violadas. As vontades particulares, cochichadas em círculos fechados, são um acinte a uma verdadeira democracia. Outro político - um senador de Rondônia também condenado pela Justiça - é dono de uma estação de rádio. Dezenas de deputados e senadores são proprietários de jornais, estações de rádio e tevê. Essa é mais uma aberração do nosso sistema político.
Na década passada, um promotor público disse que o dinheiro roubado por políticos em conluio com empresários mata crianças e usurpa o futuro de jovens brasileiros. E é verdade. Com os mais de 8 milhões de reais roubados dos cofres de um Estado do Norte, as famílias pobres são as mais prejudicadas. A violência e a miséria na zona rural de Rondônia são tão alarmantes quanto a destruição da floresta. Isso acontece também no Pará e em Mato Grosso, sem falar na vergonhosa ausência de infraestrutura urbana em bairros pobres de Manaus, Macapá, Cuiabá e de outras capitais da Amazônia.
Numa entrevista ao Estadão (1.º/9/2013), o presidente da Câmara afirmou que seus pares sentiram "dó" de Donadon. Por isso, e também por corporativismo, o político criminoso não foi cassado. Desconfio que a imensa maioria do povo brasileiro não sente dó desse deputado.
Segundo Bolívar Lamounier, há décadas - pelo menos desde os anos 1950 - o povo brasileiro é saqueado por um novo tipo de clientelismo: as relações promíscuas dos três poderes com construtoras, agências de publicidade, empresas de transporte urbano e de coleta de lixo.
A farra é geral e não se limita a esse ou aquele partido. Quase todo o sistema político se alimenta da promiscuidade entre o público e o privado. Como desatar esse nó? Como instaurar transparência e lisura nas licitações de obras e serviços dos governos federal, estadual e municipal? Como, enfim, transformar em democracia a caricatura de uma democracia?
O sujeito saiu da prisão e fez um discurso emocionado na Casa onde homens e mulheres representam o povo. Dizem que em plena sessão parlamentar o condenado se ajoelhou, fez suas preces e gritou "aleluia", as mãos para o céu.
Estranha litania de um desavergonhado! Ainda assim, a infinita bondade divina pode acolher a oração dos crentes, indistintamente. Mas, em casos extremos de opróbio e cinismo, até uma divindade se envergonha de alguns fiéis, incluindo os do alto e os do baixíssimo clero.
O choro e a oração do deputado fazem parte dos rituais de dissimulação e hipocrisia encenados por políticos e empresários corruptos. Essa encenação barata significa uma total indiferença à lei e à coisa pública. As lágrimas, preces e gestos calculados são rituais de outro culto, nada religioso: o velho personalismo de uma certa elite política. O escárnio da cena é aviltante. Não menos aviltante é o voto secreto, que permite a cumplicidade de réus inconfessos ou de gente que teme a punição de futuros atos criminosos.
Ainda é atual e necessária a leitura de Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda:
"No Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal".
De fato, nossas constituições são feitas para não serem cumpridas, as leis existentes para serem violadas. As vontades particulares, cochichadas em círculos fechados, são um acinte a uma verdadeira democracia. Outro político - um senador de Rondônia também condenado pela Justiça - é dono de uma estação de rádio. Dezenas de deputados e senadores são proprietários de jornais, estações de rádio e tevê. Essa é mais uma aberração do nosso sistema político.
Na década passada, um promotor público disse que o dinheiro roubado por políticos em conluio com empresários mata crianças e usurpa o futuro de jovens brasileiros. E é verdade. Com os mais de 8 milhões de reais roubados dos cofres de um Estado do Norte, as famílias pobres são as mais prejudicadas. A violência e a miséria na zona rural de Rondônia são tão alarmantes quanto a destruição da floresta. Isso acontece também no Pará e em Mato Grosso, sem falar na vergonhosa ausência de infraestrutura urbana em bairros pobres de Manaus, Macapá, Cuiabá e de outras capitais da Amazônia.
Numa entrevista ao Estadão (1.º/9/2013), o presidente da Câmara afirmou que seus pares sentiram "dó" de Donadon. Por isso, e também por corporativismo, o político criminoso não foi cassado. Desconfio que a imensa maioria do povo brasileiro não sente dó desse deputado.
Segundo Bolívar Lamounier, há décadas - pelo menos desde os anos 1950 - o povo brasileiro é saqueado por um novo tipo de clientelismo: as relações promíscuas dos três poderes com construtoras, agências de publicidade, empresas de transporte urbano e de coleta de lixo.
A farra é geral e não se limita a esse ou aquele partido. Quase todo o sistema político se alimenta da promiscuidade entre o público e o privado. Como desatar esse nó? Como instaurar transparência e lisura nas licitações de obras e serviços dos governos federal, estadual e municipal? Como, enfim, transformar em democracia a caricatura de uma democracia?
Férias! Viva Princesa Isabel! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 13/09
A gente fala da Dilma, mas ô mulher mal amanhada essa Angela Merkel. Parece que saiu da boca da vaca! Rarará
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o tuiteiro Fernando Luz: "No Oriente Médio é xiita e sunita. No Brasil é só ANITTA".
E que a Ferrari tá sendo denunciada por demissão e destruição em Massa. E que o mensalão tem que acabar logo porque o Fux vai tocar no Rock in Rio! Rarará.
E essa piada pronta: "Ereção de quatro dias faz jovem ser hospitalizado em Honduras". Ereção em Honduras! Já Honduras quatro dias! Rarará!
E atenção! Três, dois, um, ZERO! Férias! Rarará. Alforria decretada.
Como me disse aquela passista da Vai-Vai: "A princesa Isabel era uma lady". Vou pra Londres. Ver o filho da Lady Kate que esqueci o nome. Príncipe não precisa de nome. Quem precisa de nome é plebeu pra abrir crediário. E dar um apertão naquela velhinha fofa, a Rainha. Não dá vontade de apertar aquelas bochechas?
Depois, Alemanha! Que vai estar em eleições. Isso é carma! E o maior partido politico da Alemanha é o FDP! Tenho que trazer esse partido perfeito pro Brasil: FDP! E com uma candidata loira linda chamada: Lisa Paus! Rarará!
E depois me encontrar com a Angela Merkel, com aquela cara de ressaca de Oktoberfest!
A gente fala da Dilma, mas ô mulher mal amanhada essa Angela Merkel. Parece que saiu da boca da vaca! Rarará!
E adorei a charge do Amarildo com o encontro da nova dupla romântica: Dilma e Obama. Dilma: "Quero saber tudo que você espionou, tudo". E o Obama: "Melhor perguntar lá no posto Ipiranga". Melhor resposta: "Pergunta no Posto Ipiranga". Rarará.
E a Petrobras é arma de destruição em massa? A diretora é! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
E o site Kibeloco revela as manchetes do Brasil nos anos 80. Brasileiro não tem memória. Manchetes de 1980! 1) Politica: "Sarney internado com suspeita de caxumba". 2) Mundo: "Clinton teria autorizado a CIA a espionar fax". 3) Esportes: "Conheça Rogério Ceni, o veterano goleiro reserva do São Paulo". 4) Entretenimento: "Sonia Braga flagrada fazendo compras na Mesbla". Rarará.
Viram como o Brasil mudou nesses 30 anos? Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
A gente fala da Dilma, mas ô mulher mal amanhada essa Angela Merkel. Parece que saiu da boca da vaca! Rarará
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o tuiteiro Fernando Luz: "No Oriente Médio é xiita e sunita. No Brasil é só ANITTA".
E que a Ferrari tá sendo denunciada por demissão e destruição em Massa. E que o mensalão tem que acabar logo porque o Fux vai tocar no Rock in Rio! Rarará.
E essa piada pronta: "Ereção de quatro dias faz jovem ser hospitalizado em Honduras". Ereção em Honduras! Já Honduras quatro dias! Rarará!
E atenção! Três, dois, um, ZERO! Férias! Rarará. Alforria decretada.
Como me disse aquela passista da Vai-Vai: "A princesa Isabel era uma lady". Vou pra Londres. Ver o filho da Lady Kate que esqueci o nome. Príncipe não precisa de nome. Quem precisa de nome é plebeu pra abrir crediário. E dar um apertão naquela velhinha fofa, a Rainha. Não dá vontade de apertar aquelas bochechas?
Depois, Alemanha! Que vai estar em eleições. Isso é carma! E o maior partido politico da Alemanha é o FDP! Tenho que trazer esse partido perfeito pro Brasil: FDP! E com uma candidata loira linda chamada: Lisa Paus! Rarará!
E depois me encontrar com a Angela Merkel, com aquela cara de ressaca de Oktoberfest!
A gente fala da Dilma, mas ô mulher mal amanhada essa Angela Merkel. Parece que saiu da boca da vaca! Rarará!
E adorei a charge do Amarildo com o encontro da nova dupla romântica: Dilma e Obama. Dilma: "Quero saber tudo que você espionou, tudo". E o Obama: "Melhor perguntar lá no posto Ipiranga". Melhor resposta: "Pergunta no Posto Ipiranga". Rarará.
E a Petrobras é arma de destruição em massa? A diretora é! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
E o site Kibeloco revela as manchetes do Brasil nos anos 80. Brasileiro não tem memória. Manchetes de 1980! 1) Politica: "Sarney internado com suspeita de caxumba". 2) Mundo: "Clinton teria autorizado a CIA a espionar fax". 3) Esportes: "Conheça Rogério Ceni, o veterano goleiro reserva do São Paulo". 4) Entretenimento: "Sonia Braga flagrada fazendo compras na Mesbla". Rarará.
Viram como o Brasil mudou nesses 30 anos? Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Além do grito - JORGE MARANHÃO
O GLOBO - 13/09
Se o Planalto não ouve os cidadãos e joga para a plateia com propostas inexequíveis, para depois botar a culpa no Congresso, que, por sua vez, se faz de mouco e devolve a batata quente para o Planalto, ambos esquecem que a cidadania está a reclamar exatamente desta distância olímpica do planalto central, símbolo da distância política entre governantes e cidadãos. Daí a enxurrada de petições na internet com propostas para todos os gostos, mais eloquentes do que os gritos e o quebra-quebra das ruas. A última, que julgo uma das mais importantes, se trata de uma petição por uma tarifa mais barata no transporte público, que, disparada na internet desde o 7 de setembro, já passou das 30 mil adesões.
Para além do grito, cresce a consciência da cidadania de que o modelo atual de premiar setores da economia com subsídios e outras benesses não funciona a contento, e gera mais prejuízos do que benefícios aos cidadãos usuários de serviços públicos. Como a enormidade de subsídios que se concedeu à indústria automobilística, que privilegia um modelo de transporte privado e excludente, ao contrário de um modelo de transporte coletivo e inclusivo, além de menos poluente. Se até hoje a cultura política dominante tem sido a de realização de grandes projetos vindos do poder central, começa a cair a ficha do cidadão que a maior eficiência e transparência das políticas públicas, sobretudo de saúde, educação e mobilidade urbana, devem estar na alçada dos poderes locais, mais próximos do controle do cidadão.
A proposta em questão, de iniciativa da Rede Nossa São Paulo, em parceria com a Frente Nacional de Prefeitos, se fundamenta no princípio da subsidiariedade: tudo que pode ser feito numa esfera local da administração pública não deve se distanciar para as demais esferas do estado e da União. Para tornar viável a redução do custo das tarifas do transporte público bastaria que a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), um imposto sobre a gasolina, passasse a ser municipal, e não mais federal. E, claro, com o compromisso de ser 100% revertida para o setor do transporte público de cada cidade.
Para a Rede Nossa São Paulo, recentes estudos da Fundação Getúlio Vargas mostram que um imposto de 50 centavos sobre cada litro da gasolina baratearia a passagem em nada menos que R$ 1,20. Em São Paulo, a passagem passaria de R$ 3 para R$ 1,80. Sem falar que uma medida como essa seria deflacionária, já que o preço da passagem de ônibus tem um peso maior do que a gasolina no cálculo da inflação. Além de colocar no ar o abaixo-assinado (change.org/tarifamaisbarata), a Rede quer mostrar aos nossos políticos que esta é a chance de tomar alguma medida realmente alinhada com a voz das ruas.
EU DAQUI NÃO SAIO - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 13/09
Em época de alta do dólar, o brasileiro volta a mostrar mais interesse em viajar pelo país do que para o exterior, segundo pesquisa do Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getulio Vargas. De 2.000 pessoas ouvidas em sete capitais, 72,2% têm intenção de passear pelo Brasil. Há um ano, o índice era de 69,9%. Outros 24,7% querem sair do país nos próximos seis meses.
BOLSO
A intenção de conhecer destinos turísticos no Brasil é maior entre os entrevistados mais pobres. Na faixa de renda até R$ 2.100, 94,5% das pessoas dizem ter expectativa de viajar dentro do país. Já na camada mais rica (ganhos acima de R$ 9.600), a taxa cai para 42,7%.
PIOR NÃO FICA
Em recente conversa "olho no olho", José Serra (PSDB-SP) teria passado a Aécio Neves (PSDB-MG) a seguinte impressão: o paulista pode até não ser candidato à Presidência da República. Mas, se depender dele, o mineiro dificilmente ganhará a eleição --Serra atrapalhará no que puder.
PIOR NÃO FICA 2
O próprio Aécio Neves tem relatado o clima de animosidade entre os dois a seus amigos mais próximos. Revela que ainda tem bastante paciência para tentar reverter a situação.
O PAULISTA TEM
O premiado espetáculo "Miranda por Miranda", de Stella Miranda e Miguel Falabella, estreia em São Paulo em março de 2014. Há quatro anos, o musical ficou em cartaz apenas no Rio de Janeiro. Em maio deste ano, quando apresentou a peça em Portugal, a atriz sentiu saudade e percebeu que era um "absurdo não ter ido a SP com ela".
OPERAÇÃO BELEZA
O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que investigou e prendeu o banqueiro Daniel Dantas na Operação Satiagraha, diz que o ator Rodrigo Santoro foi sondado para fazer o seu papel num filme sobre o caso. "Pelo biótipo magro, o jeito de falar e a expressão do olhar", afirma o ex-delegado, que ressalva não ter o "padrão de beleza" do ator.
OPERAÇÃO 2
A expectativa de Protógenes é que o longa repita o sucesso de "Tropa de Elite 2". "Só que ali a corrupção era na base do sistema. No filme da Satiagraha, ela está na superestrutura." O projeto já passou pela produtora O2, de Fernando Meirelles, mas nada ainda foi fechado.
EM TEMPO
No STF (Supremo Tribunal Federal), o processo que resulto da Operação Satiagraha está no gabinete do ministro Luiz Fux, um dos algozes do PT no caso do mensalão.
GUERRA DOS SEXOS
O curso sobre o conflito na Síria, que começou a ser ministrado nesta semana na Casa do Saber pelo jornalista e colunista da Folha Jaime Spitzcowski, bateu recorde de inscrições femininas.
São 27 mulheres entre os 30 alunos matriculados.
TELA CHEIA
Paulo Gustavo vai fazer o papel de melhor amigo de Mônica Martelli no longa "Homens São de Marte... E É Para Lá que Eu Vou", baseado na peça homônima. Depois de levar mais de 4 milhões de pessoas ao cinema para ver a comédia "Minha Mãe É uma Peça", o humorista começa a rodar o filme da produtora Biônica em novembro. A estreia está prevista para 2014.
DE VENTO EM POPA
Os atores Cleo Pires, Thiago Lacerda e Vanessa Lóes, que fazem parte do elenco de "O Tempo e o Vento", foram à pré-estreia do filme, anteontem, no shopping Eldorado. Compareceram à exibição o diretor do longa, Jayme Monjardim, com sua mulher, a cantora Tânia Mara, e o cabeleireiro Celso Kamura.
BRINDE NA COXIA
O ator Gero Camilo e o fundador do grupo Parlapatões Hugo Possolo receberam convidados no aniversário de sete anos do espaço, anteontem, na praça Roosevelt. As atrizes Cléo De Páris e Paula Cohen foram à festa, que contou com show da banda Vlad Retro Santanás.
CURTO-CIRCUITO
O espetáculo "Par - Um Musical Apaixonante", do grupo Ponto de Partida, estreia hoje, às 21h, no Sesc Belenzinho. 12 anos.
A dupla de DJs Felguk se apresenta hoje na The Week. 18 anos.
A artista Nina Pandolfo abre a exposição "Serendipidade", amanhã, às 14h, na Galeria Leme.
BOLSO
A intenção de conhecer destinos turísticos no Brasil é maior entre os entrevistados mais pobres. Na faixa de renda até R$ 2.100, 94,5% das pessoas dizem ter expectativa de viajar dentro do país. Já na camada mais rica (ganhos acima de R$ 9.600), a taxa cai para 42,7%.
PIOR NÃO FICA
Em recente conversa "olho no olho", José Serra (PSDB-SP) teria passado a Aécio Neves (PSDB-MG) a seguinte impressão: o paulista pode até não ser candidato à Presidência da República. Mas, se depender dele, o mineiro dificilmente ganhará a eleição --Serra atrapalhará no que puder.
PIOR NÃO FICA 2
O próprio Aécio Neves tem relatado o clima de animosidade entre os dois a seus amigos mais próximos. Revela que ainda tem bastante paciência para tentar reverter a situação.
O PAULISTA TEM
O premiado espetáculo "Miranda por Miranda", de Stella Miranda e Miguel Falabella, estreia em São Paulo em março de 2014. Há quatro anos, o musical ficou em cartaz apenas no Rio de Janeiro. Em maio deste ano, quando apresentou a peça em Portugal, a atriz sentiu saudade e percebeu que era um "absurdo não ter ido a SP com ela".
OPERAÇÃO BELEZA
O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que investigou e prendeu o banqueiro Daniel Dantas na Operação Satiagraha, diz que o ator Rodrigo Santoro foi sondado para fazer o seu papel num filme sobre o caso. "Pelo biótipo magro, o jeito de falar e a expressão do olhar", afirma o ex-delegado, que ressalva não ter o "padrão de beleza" do ator.
OPERAÇÃO 2
A expectativa de Protógenes é que o longa repita o sucesso de "Tropa de Elite 2". "Só que ali a corrupção era na base do sistema. No filme da Satiagraha, ela está na superestrutura." O projeto já passou pela produtora O2, de Fernando Meirelles, mas nada ainda foi fechado.
EM TEMPO
No STF (Supremo Tribunal Federal), o processo que resulto da Operação Satiagraha está no gabinete do ministro Luiz Fux, um dos algozes do PT no caso do mensalão.
GUERRA DOS SEXOS
O curso sobre o conflito na Síria, que começou a ser ministrado nesta semana na Casa do Saber pelo jornalista e colunista da Folha Jaime Spitzcowski, bateu recorde de inscrições femininas.
São 27 mulheres entre os 30 alunos matriculados.
TELA CHEIA
Paulo Gustavo vai fazer o papel de melhor amigo de Mônica Martelli no longa "Homens São de Marte... E É Para Lá que Eu Vou", baseado na peça homônima. Depois de levar mais de 4 milhões de pessoas ao cinema para ver a comédia "Minha Mãe É uma Peça", o humorista começa a rodar o filme da produtora Biônica em novembro. A estreia está prevista para 2014.
DE VENTO EM POPA
Os atores Cleo Pires, Thiago Lacerda e Vanessa Lóes, que fazem parte do elenco de "O Tempo e o Vento", foram à pré-estreia do filme, anteontem, no shopping Eldorado. Compareceram à exibição o diretor do longa, Jayme Monjardim, com sua mulher, a cantora Tânia Mara, e o cabeleireiro Celso Kamura.
BRINDE NA COXIA
O ator Gero Camilo e o fundador do grupo Parlapatões Hugo Possolo receberam convidados no aniversário de sete anos do espaço, anteontem, na praça Roosevelt. As atrizes Cléo De Páris e Paula Cohen foram à festa, que contou com show da banda Vlad Retro Santanás.
CURTO-CIRCUITO
O espetáculo "Par - Um Musical Apaixonante", do grupo Ponto de Partida, estreia hoje, às 21h, no Sesc Belenzinho. 12 anos.
A dupla de DJs Felguk se apresenta hoje na The Week. 18 anos.
A artista Nina Pandolfo abre a exposição "Serendipidade", amanhã, às 14h, na Galeria Leme.
Na mira da Receita - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 13/09
As empresas estrangeiras que concentram mais de 50% da publicidade na internet vão ter de pagar impostos aqui. A presidente Dilma encomendou proposta à Receita Federal há cerca de dois meses. Hoje, empresas como Google e Facebook ganham dinheiro no Brasil, mas só pagam impostos lá fora. A taxação dessas empresas será uma medida adicional à aprovação do marco civil na internet.
‘A sorte está lançada’
O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, ficou surpreso com o resultado parcial da votação da aceitação ou não dos embargos infringentes. O relator do Caso Mensalão não esperava pelo empate de cinco a cinco, no encerramento da sessão de ontem. Ele estava completamente cético após o placar do primeiro dia, de quatro a dois a favor do direito dos réus aos embargos. O voto do ministro Gilmar Mendes, favorável a Barbosa, já era esperado. A posição adotada pelos ministros Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia não constavam do prognóstico. Mas Barbosa segue cético. Há uma impressão que o ministro Celso de Melo votará pelo direito aos embargos.
“Só sei que quem ouve a Marina (Silva) falar sobre o Brasil sente um grande entusiasmo em relação ao futuro deste país”
Miro Teixeira
Deputado federal (PDT-RJ), que tem sido aconselhado e recebido apelos para se filiar à Rede
Cabo eleitoral
O governador Sérgio Cabral (RJ) e seu candidato a lhe suceder, o vice Luiz Fernando Pezão (PMDB), sugeriram à presidente Dilma voltar ao estado em 20 dias. Eles querem levá-la à Região Serrana a fim de entregar imóveis para as vítimas de enchentes.
Contra a corrente
Os petistas e os tucanos podem marchar juntos no Mato Grosso do Sul. Estão adiantadas as conversas entre o PT e o PSDB. A chapa teria o senador Delcídio Amaral (PT) para o governo e o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) para o Senado. A aliança decorre da decisão do PMDB local de ter chapa própria para o governo e o Senado.
A pressão
A CNBB, a OAB e outras 120 entidades estão apelando à presidente Duma para que retire a urgência do Código de Mineração. Querem abrir caminho para o Congresso votar projeto que acaba com doações de empresas a candidatos.
Guerrilha tributária
As entidades nacionais de prefeitos e a ministra Ideli Salvatti se reuniram, ontem, no Planalto, para mudar a cobrança do 155 das empresas de leasing. A proposta é cobrar o imposto no local do contrato e não mais na sede da empresa de leasing. A legislação em vigor favorece os municípios de Barueri e Osasco, em São Paulo. As instituições financeiras são contra a mudança.
Panfletagem
Está circulando no governo urna carta em que o refugiado Roger Pinto Molina pede licença do Senado da Bolívia “pelo tempo necessário para restabelecer seus direitos humanos” e defende que o governo Evo Morales promova uma anistia política.
Uma pedra no caminho
Os políticos que estão trabalhando para viabilizar a Rede, de Marina Silva, dizem que depois da crítica aos cartórios, feitas pela Corregedora Eleitoral, Laurita Vaz, a média de rejeição nacional de assinaturas subiu de 18% para 32%.
O POLÊMICO deputado Marco Feliciano (PSC-SP) está indo para o PTB. No Rio, o deputado Hugo Leal (PSC) está de malas prontas para o PSB. Com Simone Iglesias, sucursais e correspondentes
‘A sorte está lançada’
O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, ficou surpreso com o resultado parcial da votação da aceitação ou não dos embargos infringentes. O relator do Caso Mensalão não esperava pelo empate de cinco a cinco, no encerramento da sessão de ontem. Ele estava completamente cético após o placar do primeiro dia, de quatro a dois a favor do direito dos réus aos embargos. O voto do ministro Gilmar Mendes, favorável a Barbosa, já era esperado. A posição adotada pelos ministros Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia não constavam do prognóstico. Mas Barbosa segue cético. Há uma impressão que o ministro Celso de Melo votará pelo direito aos embargos.
“Só sei que quem ouve a Marina (Silva) falar sobre o Brasil sente um grande entusiasmo em relação ao futuro deste país”
Miro Teixeira
Deputado federal (PDT-RJ), que tem sido aconselhado e recebido apelos para se filiar à Rede
Cabo eleitoral
O governador Sérgio Cabral (RJ) e seu candidato a lhe suceder, o vice Luiz Fernando Pezão (PMDB), sugeriram à presidente Dilma voltar ao estado em 20 dias. Eles querem levá-la à Região Serrana a fim de entregar imóveis para as vítimas de enchentes.
Contra a corrente
Os petistas e os tucanos podem marchar juntos no Mato Grosso do Sul. Estão adiantadas as conversas entre o PT e o PSDB. A chapa teria o senador Delcídio Amaral (PT) para o governo e o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) para o Senado. A aliança decorre da decisão do PMDB local de ter chapa própria para o governo e o Senado.
A pressão
A CNBB, a OAB e outras 120 entidades estão apelando à presidente Duma para que retire a urgência do Código de Mineração. Querem abrir caminho para o Congresso votar projeto que acaba com doações de empresas a candidatos.
Guerrilha tributária
As entidades nacionais de prefeitos e a ministra Ideli Salvatti se reuniram, ontem, no Planalto, para mudar a cobrança do 155 das empresas de leasing. A proposta é cobrar o imposto no local do contrato e não mais na sede da empresa de leasing. A legislação em vigor favorece os municípios de Barueri e Osasco, em São Paulo. As instituições financeiras são contra a mudança.
Panfletagem
Está circulando no governo urna carta em que o refugiado Roger Pinto Molina pede licença do Senado da Bolívia “pelo tempo necessário para restabelecer seus direitos humanos” e defende que o governo Evo Morales promova uma anistia política.
Uma pedra no caminho
Os políticos que estão trabalhando para viabilizar a Rede, de Marina Silva, dizem que depois da crítica aos cartórios, feitas pela Corregedora Eleitoral, Laurita Vaz, a média de rejeição nacional de assinaturas subiu de 18% para 32%.
O POLÊMICO deputado Marco Feliciano (PSC-SP) está indo para o PTB. No Rio, o deputado Hugo Leal (PSC) está de malas prontas para o PSB. Com Simone Iglesias, sucursais e correspondentes
Jogo jogado? - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 13/09
Às vésperas da sessão do Supremo Tribunal Federal que terminou empatada em 5 a 5 quanto à admissibilidade de embargos infringentes no mensalão, Ricardo Lewandowski conversou com Celso de Mello. Pediu sua autorização para usar, durante explanação no plenário, argumentos do decano pró-recursos --algo que já anunciara que faria. Celso de Mello autorizou. Ontem, mesmo diante dos apelos de Marco Aurélio Mello, o decano insistiu que seu voto já está dado.
Pressão Ciente de que Lewandowski citaria Celso de Mello, Gilmar Mendes também foi enfático ao reproduzir seu duro voto sobre a gravidade do mensalão. No meio do cabo de guerra, o decano tomou um comprimido.
Onde pega Diante da expectativa de que Mello desempate o julgamento a favor dos infringentes, advogados e ministros davam como certa ontem a revisão da condenação de nove réus por formação de quadrilha. É a acusação que mais incomoda o núcleo político do mensalão, admitiam os defensores.
Nova maioria Aos quatro ministros que absolveram os réus por quadrilha --Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber-- devem se somar Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso.
No céu Advogados do mensalão "racharam" um jatinho para ir a Brasília em peso para a sessão de quarta-feira. Diante da tendência pró-recursos, voltaram a São Paulo a bordo da aeronave e não apareceram ontem.
Lupa 1 Dilma Rousseff ordenou devassa nos convênios do governo com o Instituto Mundial de Desenvolvimento da Cidadania, pivô da crise no Ministério do Trabalho.
Lupa 2 A presidente quer saber como a entidade sobreviveu à "faxina"de 2011, quando foram investigadas irregularidades em contratos da pasta com ONGs.
Ideia fixa Em seu discurso na ONU, no dia 24, Dilma vai defender que os países criem leis locais para que os dados obtidos por empresas como Google e Facebook sejam armazenados no próprio país, e não nos EUA.
Touché Em reunião sobre o Marco Civil da Internet, Alessandro Molon (PT-RJ) disse que a prática não existe em outros países. "Só nos EUA'', corrigiu Paulo Bernardo (Comunicações).
Lá e cá Eduardo Campos e Flávio Dino (PC do B) devem se encontrar hoje em evento do PSB no Maranhão. Os pessebistas admitem apoiar o comunista ao governo, mas querem espaço no palanque caso Campos seja candidato a presidente.
Vai ficando Apesar da cada vez mais explícita disposição de Campos de concorrer ao Planalto, a cúpula do PSB não vê pressa em entregar cargos no governo federal.
Estrela Paulo Skaf, pré-candidato ao governo de São Paulo, protagoniza 16 dos 20 spots de TV que o PMDB vai exibir no Estado a partir da semana que vem. Fala sobre empreendedorismo, trabalho e educação profissional.
Visitas à Folha Pedro Luiz Passos, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.
Antonio Gustavo do Vale, presidente da Infraero, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Sidrônio de Araújo, assessor de imprensa.
Andrea Ceccherini, presidente do Osservatorio Permanente Giovani-Editori, visitou ontem a Folha. Estava com Willem Olthaar, assessor, e Roberta Barni, tradutora.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"Eduardo Campos está em crise de identidade: não sabe se é governo ou oposição. Com suas ações, ele presta um desserviço à base aliada."
DO VICE-PRESIDENTE NACIONAL DO PT, ALBERTO CANTALICE, sobre as críticas feitas pelo governador de Pernambuco e presidente do PSB ao governo Dilma.
contraponto
Glossário
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) assumiu esta semana a Secretaria de Saúde do Ceará a convite do irmão, o governador Cid Gomes (PSB). Ciro, que já comandou no governo federal as pastas da Fazenda e da Integração Nacional, tropeçou em alguns termos específicos da área da saúde, como "hemodinâmica".
--O hospital já recebeu ordem para tirar um atraso na reforma e no estabelecimento da subestação que permita, por exemplo, a unidade de... Como é que chama? Hemo... Hemodinâmica, né? Eu vou aprender isso tudinho! Vou precisar muito de vocês, funcionários da secretaria.
Às vésperas da sessão do Supremo Tribunal Federal que terminou empatada em 5 a 5 quanto à admissibilidade de embargos infringentes no mensalão, Ricardo Lewandowski conversou com Celso de Mello. Pediu sua autorização para usar, durante explanação no plenário, argumentos do decano pró-recursos --algo que já anunciara que faria. Celso de Mello autorizou. Ontem, mesmo diante dos apelos de Marco Aurélio Mello, o decano insistiu que seu voto já está dado.
Pressão Ciente de que Lewandowski citaria Celso de Mello, Gilmar Mendes também foi enfático ao reproduzir seu duro voto sobre a gravidade do mensalão. No meio do cabo de guerra, o decano tomou um comprimido.
Onde pega Diante da expectativa de que Mello desempate o julgamento a favor dos infringentes, advogados e ministros davam como certa ontem a revisão da condenação de nove réus por formação de quadrilha. É a acusação que mais incomoda o núcleo político do mensalão, admitiam os defensores.
Nova maioria Aos quatro ministros que absolveram os réus por quadrilha --Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber-- devem se somar Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso.
No céu Advogados do mensalão "racharam" um jatinho para ir a Brasília em peso para a sessão de quarta-feira. Diante da tendência pró-recursos, voltaram a São Paulo a bordo da aeronave e não apareceram ontem.
Lupa 1 Dilma Rousseff ordenou devassa nos convênios do governo com o Instituto Mundial de Desenvolvimento da Cidadania, pivô da crise no Ministério do Trabalho.
Lupa 2 A presidente quer saber como a entidade sobreviveu à "faxina"de 2011, quando foram investigadas irregularidades em contratos da pasta com ONGs.
Ideia fixa Em seu discurso na ONU, no dia 24, Dilma vai defender que os países criem leis locais para que os dados obtidos por empresas como Google e Facebook sejam armazenados no próprio país, e não nos EUA.
Touché Em reunião sobre o Marco Civil da Internet, Alessandro Molon (PT-RJ) disse que a prática não existe em outros países. "Só nos EUA'', corrigiu Paulo Bernardo (Comunicações).
Lá e cá Eduardo Campos e Flávio Dino (PC do B) devem se encontrar hoje em evento do PSB no Maranhão. Os pessebistas admitem apoiar o comunista ao governo, mas querem espaço no palanque caso Campos seja candidato a presidente.
Vai ficando Apesar da cada vez mais explícita disposição de Campos de concorrer ao Planalto, a cúpula do PSB não vê pressa em entregar cargos no governo federal.
Estrela Paulo Skaf, pré-candidato ao governo de São Paulo, protagoniza 16 dos 20 spots de TV que o PMDB vai exibir no Estado a partir da semana que vem. Fala sobre empreendedorismo, trabalho e educação profissional.
Visitas à Folha Pedro Luiz Passos, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.
Antonio Gustavo do Vale, presidente da Infraero, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Sidrônio de Araújo, assessor de imprensa.
Andrea Ceccherini, presidente do Osservatorio Permanente Giovani-Editori, visitou ontem a Folha. Estava com Willem Olthaar, assessor, e Roberta Barni, tradutora.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"Eduardo Campos está em crise de identidade: não sabe se é governo ou oposição. Com suas ações, ele presta um desserviço à base aliada."
DO VICE-PRESIDENTE NACIONAL DO PT, ALBERTO CANTALICE, sobre as críticas feitas pelo governador de Pernambuco e presidente do PSB ao governo Dilma.
contraponto
Glossário
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) assumiu esta semana a Secretaria de Saúde do Ceará a convite do irmão, o governador Cid Gomes (PSB). Ciro, que já comandou no governo federal as pastas da Fazenda e da Integração Nacional, tropeçou em alguns termos específicos da área da saúde, como "hemodinâmica".
--O hospital já recebeu ordem para tirar um atraso na reforma e no estabelecimento da subestação que permita, por exemplo, a unidade de... Como é que chama? Hemo... Hemodinâmica, né? Eu vou aprender isso tudinho! Vou precisar muito de vocês, funcionários da secretaria.
Empate eletrizante - LUIZ CARLOS AZEDO
CORREIO BRAZILIENSE - 13/09
Nunca o Supremo Tribunal Federal (STF) enfrentou uma divisão tão dramática. A conclusão do julgamento do mensalão depende do acolhimento ou não dos chamados embargos infringentes. Um recurso do réu Delúbio Soares, um dos condenados na Ação Penal 470, gerou profunda divisão na Corte. A votação está 4 a 4. Falta apenas o voto do ministro Celso de Mello, que ficou para a próxima semana. Dependendo de seu entendimento, haverá novo julgamento de 12 réus, entre eles, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Votaram contra os recursos o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, que é o relator do processo, e seus colegas Gilmar Mendes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello. O ministro Luís Roberto Barroso, que chegou a ser chamado de “novato” por Marco Aurélio, primeiro a votar a favor dos embargos, foi acompanhado por Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Rosa Weber e Teori Zavascki.
Durante a maior parte do julgamento, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, relator do processo, ficou em minoria. O empate na votação ocorreu apenas no final da sessão de ontem, quando o penúltimo magistrado a se pronunciar, Marco Aurélio Mello, rejeitou os embargos. O voto do decano da Corte, Celso de Mello, já estava pronto, mas não houve tempo para concluir o julgamento. E ninguém sabe qual será sua posição. Aliás, em função dos debates, ele pode até rever o voto que pretendia apresentar.
Nada feito// A reunião do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, não esclareceu nada sobre as denúncias de espionagem a presidente da República, às autoridades, aos cidadãos e à Petrobras.
Embargos
A discussão sobre os embargos infringentes gravita em torno da validade ou não do artigo 333 do Regimento Interno do STF, de 1980, que prevê esse tipo de recurso nos casos de condenações com quatro votos contrários. Se forem admitidos, terão direito a um novo julgamento José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Simone Vasconcelos, Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Três réus condenados por lavagem de dinheiro também poderão recorrer: João Paulo Cunha, João Cláudio Genú e Breno Fischberg.
Linha auxiliar
O PT descartou a possibilidade de o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (foto), ser o vice do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na chapa petista que disputará o Palácio dos Bandeirantes. O empresário é candidato pra valer. A cúpula petista, porém, não vê isso de forma negativa. O pior dos mundos seria o PMDB entrar na coligação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que é candidato à reeleição.
Passe livre
Candidato a governador do Rio de Janeiro, o líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (PR-RJ), oferece mundos e fundos para que o deputado Romário (foto), que deixou o PSB, ingresse na legenda. O craque poderia se candidatar ao Senado e, depois, concorrer à prefeitura do Rio pela legenda, em 2016. Romário ainda não decidiu o que pretende fazer.
Varig
O quinto leilão de imóveis da antiga Varig, ontem, no Rio de Janeiro, arrecadou R$ 12,4 milhões, além de R$ 2,58 milhões em lances condicionais, que dependem de confirmação. Em primeiro lugar deverão ser pagos os créditos extraconcursais; depois, os trabalhadores até o limite de 150 salários mínimos.
Libra
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou projeto de decreto legislativo para sustar o edital do leilão do Campo de Libra, localizado na camada de pré-sal da Bacia de Santos (SP). Motivo: as denúncias de que a Petrobras teria sido alvo de espionagem do governo norte-americano e de supostas irregularidades no leilão, marcado para 21 de outubro.
Reservas
A Petrobras deveria extrair em Libra 5 bilhões de barris, mas, depois das perfurações, encontrou reservas equivalentes a 24 bilhões de barris. Segundo Requião, em vez do leilão, a União deveria negociar um contrato de partilha com a empresa pelos 19 bilhões excedentes
Imposto/ A Frente Nacional de Prefeitos tenta um acordo com o Palácio do Planalto para atualizar o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), administrado pelos municípios. Segundo o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, a Lei Complementar 116, que regulamentou o imposto em 2003, é anacrônica.
Diplomatas/ A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou, por unanimidade, o nome de Afonso José Sena Cardoso para assumir a Embaixada do Brasil na Irlanda, e de José Roberto de Almeida Pinto para ocupar o cargo de representante permanente do Brasil na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.
Na Mídia/ Para entender a mídia e aprimorar o trato com a imprensa, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) desenvolveu o curso teórico e prático “O Magistrado e a Mídia”, que será oferecido a 20 juízes dos TJs do DF, de GO e de MG, além do TRF-1, nos dias 26 e 27, em Brasília.
Votaram contra os recursos o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, que é o relator do processo, e seus colegas Gilmar Mendes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello. O ministro Luís Roberto Barroso, que chegou a ser chamado de “novato” por Marco Aurélio, primeiro a votar a favor dos embargos, foi acompanhado por Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Rosa Weber e Teori Zavascki.
Durante a maior parte do julgamento, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, relator do processo, ficou em minoria. O empate na votação ocorreu apenas no final da sessão de ontem, quando o penúltimo magistrado a se pronunciar, Marco Aurélio Mello, rejeitou os embargos. O voto do decano da Corte, Celso de Mello, já estava pronto, mas não houve tempo para concluir o julgamento. E ninguém sabe qual será sua posição. Aliás, em função dos debates, ele pode até rever o voto que pretendia apresentar.
Nada feito// A reunião do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, não esclareceu nada sobre as denúncias de espionagem a presidente da República, às autoridades, aos cidadãos e à Petrobras.
Embargos
A discussão sobre os embargos infringentes gravita em torno da validade ou não do artigo 333 do Regimento Interno do STF, de 1980, que prevê esse tipo de recurso nos casos de condenações com quatro votos contrários. Se forem admitidos, terão direito a um novo julgamento José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Simone Vasconcelos, Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Três réus condenados por lavagem de dinheiro também poderão recorrer: João Paulo Cunha, João Cláudio Genú e Breno Fischberg.
Linha auxiliar
O PT descartou a possibilidade de o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (foto), ser o vice do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na chapa petista que disputará o Palácio dos Bandeirantes. O empresário é candidato pra valer. A cúpula petista, porém, não vê isso de forma negativa. O pior dos mundos seria o PMDB entrar na coligação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que é candidato à reeleição.
Passe livre
Candidato a governador do Rio de Janeiro, o líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (PR-RJ), oferece mundos e fundos para que o deputado Romário (foto), que deixou o PSB, ingresse na legenda. O craque poderia se candidatar ao Senado e, depois, concorrer à prefeitura do Rio pela legenda, em 2016. Romário ainda não decidiu o que pretende fazer.
Varig
O quinto leilão de imóveis da antiga Varig, ontem, no Rio de Janeiro, arrecadou R$ 12,4 milhões, além de R$ 2,58 milhões em lances condicionais, que dependem de confirmação. Em primeiro lugar deverão ser pagos os créditos extraconcursais; depois, os trabalhadores até o limite de 150 salários mínimos.
Libra
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou projeto de decreto legislativo para sustar o edital do leilão do Campo de Libra, localizado na camada de pré-sal da Bacia de Santos (SP). Motivo: as denúncias de que a Petrobras teria sido alvo de espionagem do governo norte-americano e de supostas irregularidades no leilão, marcado para 21 de outubro.
Reservas
A Petrobras deveria extrair em Libra 5 bilhões de barris, mas, depois das perfurações, encontrou reservas equivalentes a 24 bilhões de barris. Segundo Requião, em vez do leilão, a União deveria negociar um contrato de partilha com a empresa pelos 19 bilhões excedentes
Imposto/ A Frente Nacional de Prefeitos tenta um acordo com o Palácio do Planalto para atualizar o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), administrado pelos municípios. Segundo o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, a Lei Complementar 116, que regulamentou o imposto em 2003, é anacrônica.
Diplomatas/ A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou, por unanimidade, o nome de Afonso José Sena Cardoso para assumir a Embaixada do Brasil na Irlanda, e de José Roberto de Almeida Pinto para ocupar o cargo de representante permanente do Brasil na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.
Na Mídia/ Para entender a mídia e aprimorar o trato com a imprensa, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) desenvolveu o curso teórico e prático “O Magistrado e a Mídia”, que será oferecido a 20 juízes dos TJs do DF, de GO e de MG, além do TRF-1, nos dias 26 e 27, em Brasília.
FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA
O GLOBO - 13/09
Venda de móveis e eletrodomésticos dispara
Varejo do setor cresceu 11% em julho. Foi a 1ª variação de dois dígitos desde outubro passado. Minha Casa Melhor pesou
Tem a ver com o Minha Casa Melhor, linha de crédito para compra de móveis e eletrodomésticos pelos mutuários do Minha Casa Minha Vida, o salto nas vendas do setor em julho, capturado na pesquisa de comércio do IBGE. O varejo de móveis e eletrodomésticos registrou alta de 11% nas vendas sobre julho de 2012. Desde outubro do ano passado (+13,8%), o segmento não registrava variação de dois dígitos sobre um ano antes, sublinhou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. O cartão Minha Casa Melhor é oferecido em todo o Brasil pela Caixa. Lançado em 12 de junho passado, já liberou mais de R$ 1,150 bilhão em cerca de 232 mil cartões de crédito, O limite, por mutuário, é de R$ 5 mil, que só podem ser usados na compra de móveis e eletrodomésticos em lojas conveniadas. Somente no período junho-juIho, segundo a Caixa, os empréstimos somaram R$ 762 milhões, num total de 153 mil cartões emitidos. O varejo de bens duráveis foi o que mais contribuiu para a expansão de 6% no volume de vendas do comércio brasileiro em julho, segundo o IBGE. Representou 22,4% do resultado geral, à frente dos super e hipermercados, com 21,8%.
R$570 Milhões
É a soma dos empréstimos do Minha Casa Melhor no Estado do Rio, de 12 de junho até ontem, segundo a Caixa. Já foram emitidos 11.500 cartões em território fluminense, 7.150 na capital.
MÉIER
A Calçada estreia hoje a campanha do Refinatto, projeto em parceria com a Newserrat.
É criação da Percepttiva. O condomínio, no Méier, terá 496 apartamentos em quatro blocos. Contará com espaço de lazer, spa, sauna e praça de jogos. Deve chegara R$ 200 milhões em vendas
Mecenato
A Secretaria de Cultura do Rio abre hoje inscrições para empresas interessadas em aderir ao edital do ISS. Em 2014, a renúncia fiscal para projetos culturais será de R$ 42,92 milhões.
Redesenho 1
A Mozak investiu R$ 200 mil na nova identidade visual.
A Casa da Criação assina. A construtora deve bater R$ 180 milhões em valor de vendas este ano.
Redesenho 2
O Secovi Rio também mudou de marca. Está se adequando ao novo padrão de CNC e Fecomércio-RJ.
Livre Mercado
É 2ª a audiência pública na Alerj para debatera inclusão demais profissões no Simples Nacional. A lista tem corretores de seguro, advogados e psicólogos.
O SBT fechou o licenciamento de “Rebelde”, novela mexicana que reestreou no canal. Tilibra, Panini, Online Editora, Riclan e Festcolor farão itens da marca.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio abriu edital de patrocínio. As cotas chegam a R$ 50 mil. O prazo é dia 30.
A Purina Cat Chowvai doar R$ 150 mil à Femama para a prevenção do câncer de mama. Aderiu ao Outubro Rosa.
A Chevrolet faz ação contra a mistura de direção e bebida. Clientes do Botequim Informal (Rio) terão vale-táxi e carona.
A Votorantim Cimentos instalou rastreadores Blue Tec (Sascar) em dez equipamentos e veículos na filial de Cantagalo.
Porto Maravilha
A Previ-Rio publica hoje edital com a regra de sorteio dos servidores inscritos para comprar apartamentos no Porto Vida, condomínio que abrigará árbitros e mídia nos Jogos 2016. Há mil imóveis e nove mil funcionários. Todos os sorteados passarão por análise de crédito na Caixa.
Em tempo
Outros 333 apartamentos do Porto Vida serão vendidos a não servidores, diz Alberto Silva, presidente da Cdurp. A Porto 2016 (Odebrecht, OAS e Carioca) vai construir.
Quarteto
Hydro Goup, EM&Alliance, Tritech e Sparrow formam o time de empresas escocesas interessadas em abrir ou ampliar operações no Rio. Representantes da Sedeis se reuniram com o quarteto em Aberdeen, no início do mês. Onip e Sebrae-RJ apoiam.
Parceria
A Sedeis assina, terça, no Rio, termo de cooperação com a agência norueguesa do cluster subsea. A ideia é replicar a estrutura no Rio, para atrair fornecedores de equipamentos submarinos.
Protestos
Foram negativas mais de um terço (35%) das notícias publicadas sobre o Brasil na imprensa estrangeira no
2º tri, diz estudo da Imagem Corporativa. A proporção, a maior desde 2009, é reflexo dos protestos de junho, citados em 169 reportagens. Somaram 14% do total.
Rio-Frankfurt
A Lufthansa substituirá o Airbus 340-300 pelo modelo 340-600 na rota diária entre Rio e Frankfurt, a partir de março que vem. A nova aeronave tem 306 lugares, contra 221 da antiga.
É rock 1
A Oi reforçou as redes móveis 2G, 3G e 4G do Rock in Rio com vinte antenas extras.
A operadora destacou 650 funcionários para o festival.
É rock 2
A Niely investe R$ 5 milhões no festival. Terá um salão de beleza de 135m2 na Cidade do Rock. Serão 17 profissionais. A Artplan assina a ação.
ESTREIA
A Armadillo estreia hoje campanha do verão 2014. João Dutra fotografou o modelo Baptiste Demay. As imagens vão circularem lojas, catálogo e na web. Na terça, a grife participa pela 1ª vez do Fashion’s Night Out, no Rio Design Barra. Fará exposição de camisetas customizadas “Bom é estar no mar". Prevê alta de 40% em vendas.
PRE-PARA
A A2 Ella, de produtos eróticos, lança hoje a campanha “Tá na hora de esquentar o relacionamento”, que sairá em impressos e rádio. Brinca com mal-entendidos entre casais. A rede quer vender 15% mais.
FESTA-SURPRESA
A Unimed Rio põe no ar hoje, no YouTube e na fanpage da operadora de saúde, ovídeo “Compartilhe surpresas”. Fará ações nas lojas para surpreender clientes. As reações serão mostradas no vídeo viral. Integra a campanha #quebrearotina, e celebra o Dia do Cliente, em 15 de setembro. A produtora Jacarandá assina.
Venda de móveis e eletrodomésticos dispara
Varejo do setor cresceu 11% em julho. Foi a 1ª variação de dois dígitos desde outubro passado. Minha Casa Melhor pesou
Tem a ver com o Minha Casa Melhor, linha de crédito para compra de móveis e eletrodomésticos pelos mutuários do Minha Casa Minha Vida, o salto nas vendas do setor em julho, capturado na pesquisa de comércio do IBGE. O varejo de móveis e eletrodomésticos registrou alta de 11% nas vendas sobre julho de 2012. Desde outubro do ano passado (+13,8%), o segmento não registrava variação de dois dígitos sobre um ano antes, sublinhou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. O cartão Minha Casa Melhor é oferecido em todo o Brasil pela Caixa. Lançado em 12 de junho passado, já liberou mais de R$ 1,150 bilhão em cerca de 232 mil cartões de crédito, O limite, por mutuário, é de R$ 5 mil, que só podem ser usados na compra de móveis e eletrodomésticos em lojas conveniadas. Somente no período junho-juIho, segundo a Caixa, os empréstimos somaram R$ 762 milhões, num total de 153 mil cartões emitidos. O varejo de bens duráveis foi o que mais contribuiu para a expansão de 6% no volume de vendas do comércio brasileiro em julho, segundo o IBGE. Representou 22,4% do resultado geral, à frente dos super e hipermercados, com 21,8%.
R$570 Milhões
É a soma dos empréstimos do Minha Casa Melhor no Estado do Rio, de 12 de junho até ontem, segundo a Caixa. Já foram emitidos 11.500 cartões em território fluminense, 7.150 na capital.
MÉIER
A Calçada estreia hoje a campanha do Refinatto, projeto em parceria com a Newserrat.
É criação da Percepttiva. O condomínio, no Méier, terá 496 apartamentos em quatro blocos. Contará com espaço de lazer, spa, sauna e praça de jogos. Deve chegara R$ 200 milhões em vendas
Mecenato
A Secretaria de Cultura do Rio abre hoje inscrições para empresas interessadas em aderir ao edital do ISS. Em 2014, a renúncia fiscal para projetos culturais será de R$ 42,92 milhões.
Redesenho 1
A Mozak investiu R$ 200 mil na nova identidade visual.
A Casa da Criação assina. A construtora deve bater R$ 180 milhões em valor de vendas este ano.
Redesenho 2
O Secovi Rio também mudou de marca. Está se adequando ao novo padrão de CNC e Fecomércio-RJ.
Livre Mercado
É 2ª a audiência pública na Alerj para debatera inclusão demais profissões no Simples Nacional. A lista tem corretores de seguro, advogados e psicólogos.
O SBT fechou o licenciamento de “Rebelde”, novela mexicana que reestreou no canal. Tilibra, Panini, Online Editora, Riclan e Festcolor farão itens da marca.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio abriu edital de patrocínio. As cotas chegam a R$ 50 mil. O prazo é dia 30.
A Purina Cat Chowvai doar R$ 150 mil à Femama para a prevenção do câncer de mama. Aderiu ao Outubro Rosa.
A Chevrolet faz ação contra a mistura de direção e bebida. Clientes do Botequim Informal (Rio) terão vale-táxi e carona.
A Votorantim Cimentos instalou rastreadores Blue Tec (Sascar) em dez equipamentos e veículos na filial de Cantagalo.
Porto Maravilha
A Previ-Rio publica hoje edital com a regra de sorteio dos servidores inscritos para comprar apartamentos no Porto Vida, condomínio que abrigará árbitros e mídia nos Jogos 2016. Há mil imóveis e nove mil funcionários. Todos os sorteados passarão por análise de crédito na Caixa.
Em tempo
Outros 333 apartamentos do Porto Vida serão vendidos a não servidores, diz Alberto Silva, presidente da Cdurp. A Porto 2016 (Odebrecht, OAS e Carioca) vai construir.
Quarteto
Hydro Goup, EM&Alliance, Tritech e Sparrow formam o time de empresas escocesas interessadas em abrir ou ampliar operações no Rio. Representantes da Sedeis se reuniram com o quarteto em Aberdeen, no início do mês. Onip e Sebrae-RJ apoiam.
Parceria
A Sedeis assina, terça, no Rio, termo de cooperação com a agência norueguesa do cluster subsea. A ideia é replicar a estrutura no Rio, para atrair fornecedores de equipamentos submarinos.
Protestos
Foram negativas mais de um terço (35%) das notícias publicadas sobre o Brasil na imprensa estrangeira no
2º tri, diz estudo da Imagem Corporativa. A proporção, a maior desde 2009, é reflexo dos protestos de junho, citados em 169 reportagens. Somaram 14% do total.
Rio-Frankfurt
A Lufthansa substituirá o Airbus 340-300 pelo modelo 340-600 na rota diária entre Rio e Frankfurt, a partir de março que vem. A nova aeronave tem 306 lugares, contra 221 da antiga.
É rock 1
A Oi reforçou as redes móveis 2G, 3G e 4G do Rock in Rio com vinte antenas extras.
A operadora destacou 650 funcionários para o festival.
É rock 2
A Niely investe R$ 5 milhões no festival. Terá um salão de beleza de 135m2 na Cidade do Rock. Serão 17 profissionais. A Artplan assina a ação.
ESTREIA
A Armadillo estreia hoje campanha do verão 2014. João Dutra fotografou o modelo Baptiste Demay. As imagens vão circularem lojas, catálogo e na web. Na terça, a grife participa pela 1ª vez do Fashion’s Night Out, no Rio Design Barra. Fará exposição de camisetas customizadas “Bom é estar no mar". Prevê alta de 40% em vendas.
PRE-PARA
A A2 Ella, de produtos eróticos, lança hoje a campanha “Tá na hora de esquentar o relacionamento”, que sairá em impressos e rádio. Brinca com mal-entendidos entre casais. A rede quer vender 15% mais.
FESTA-SURPRESA
A Unimed Rio põe no ar hoje, no YouTube e na fanpage da operadora de saúde, ovídeo “Compartilhe surpresas”. Fará ações nas lojas para surpreender clientes. As reações serão mostradas no vídeo viral. Integra a campanha #quebrearotina, e celebra o Dia do Cliente, em 15 de setembro. A produtora Jacarandá assina.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 13/09
MG prepara PPP de R$ 188 mi para aeroporto
O governo de Minas Gerais prepara uma PPP (parceria público-privada) para a concessão do Aeroporto Regional da Zona da Mata, na região de Juiz de Fora.
A consulta pública para o projeto foi aberta nesta semana e vai ocorrer até o próximo dia 9 de outubro.
Em seguida, deve ser publicado o edital da licitação, cujo valor é estimado em R$ 188,9 milhões.
Essa é a primeira PPP do Estado para o setor aeroportuário. A operação é coordenada pela Secretaria de Transportes e Obras Públicas.
A empresa vencedora da disputa terá 25 anos, prorrogáveis por mais cinco, para explorar o terminal aéreo.
Além de administrar o local, o grupo que conquistar o contrato ficará responsável pela manutenção e por melhorias complementares no aeroporto.
"A grande vantagem de usar esse modelo de PPP é a integração em um mesmo contrato das diversas atividades que serão delegadas à empresa", diz Marcos Siqueira, que coordena as parcerias público-privadas de Minas.
Como o aeroporto envolvido no processo tem um porte menor, o governo criou um modelo de compartilhamento de risco para atrair empresas para a licitação.
Caso a projeção de demanda prevista no edital caia ao longo do contrato, o Estado deverá entrar com um valor maior de contrapartida.
"Mas se a demanda for superior nos próximos anos, o governo também vai receber mais dinheiro."
Multinacional não é preparada para competir em emergentes
Apesar de quererem ganhar mercado nos países emergentes, as multinacionais não estão preparadas para isso, segundo pesquisa do BCG (Boston Consulting Group).
O levantamento mostra que 78% dos executivos entrevistados esperam aumentar a participação de suas empresas nos emergentes, mas apenas 13% deles dizem ter vantagens competitivas em relação às companhias locais.
Umas das principais dificuldades das multinacionais é atrair e manter funcionários de alto escalão nos países emergentes. "Elas querem ter líderes locais, mas é difícil porque há uma grande competição pelos melhores talentos", diz Lori Spivey, uma das responsáveis pelo estudo.
"Muitas multinacionais são bastante antigas e com estruturas mais rígidas. As companhias locais, principalmente as menores, oferecem mais oportunidades para se construir algo novo."
Entre as empresas que participaram da pesquisa cujos resultados costumam ser acima da média, 46% têm pelo menos um de seus principais executivos baseado em um país emergente.
Nas companhias com performances abaixo da média, apenas 15% possuem um.
Foram entrevistados 156 funcionários de alta direção. Quase metade deles trabalham em empresas com receitas superior a US$ 10 bilhões.
ROUPA LIMPA NA ESTRADA
A rede de lavanderias Laundromat abriu suas duas primeiras lojas em postos de gasolina em rodovias, na Presidente Dutra e na Régis Bittencourt, em São Paulo.
As unidades são montadas dentro de contêineres.
"O público-alvo são os caminhoneiros e outros viajantes que utilizam as estradas com frequência", diz Juan Carlos Lopez, presidente da empresa.
Nessa estrutura modular, a rede tem hoje outros seis pontos em postos e hipermercados urbanos, sobretudo no Rio de Janeiro.
"Nossa meta é finalizar o ano com até 20 unidades desse tipo em operação", afirma Nicolas Lopez Lanhozo, diretor comercial.
A implantação de cada franquia tem investimento estimado entre R$ 105 mil e R$ 250 mil.
O grupo tem ainda outras 70 lojas convencionais no país --seis próprias.
Lava-rápido
A norte-americana Alliance Laundry System, fabricante de equipamentos de lavanderia comercial, acaba de entrar no país com uma operação própria, em São Paulo.
"Mesmo tendo um ano [economicamente] difícil, o Brasil ainda está entre os dez países mais importantes do mundo", diz o presidente da companhia, Michael Schoeb.
"Investimos no país focando no longo prazo. O mercado continua crescendo e o tamanho da população atrai", acrescenta o executivo.
Ainda neste ano, a empresa abrirá unidades na China e na Índia.
A Alliance Laundry teve uma receita líquida de US$ 265 milhões nos seis primeiros meses do ano --alta de 7,7% ante o mesmo período do ano passado.
A companhia, que tem duas fábricas nos Estados Unidos e uma na Bélgica, emprega 1.800 funcionários.
ALIANÇA EM ÁGUA E ESGOTO
Um acordo de cooperação será assinado entre a Abcon, associação brasileira que reúne as empresas privadas de saneamento, e a AEPSA, entidade que congrega companhias similares de Portugal.
O objetivo é compartilhar experiências que possam contribuir para a expansão do segmento nos dois países.
"A ideia é construir uma agenda conjunta com relação a assuntos que são de interesse comum, como inovação e área ambiental", afirma Roberto Muniz, presidente-executivo da entidade brasileira.
Entre os temas de interesse do Brasil que envolvem projetos desenvolvidos em Portugal estão gestão de perdas, dessalinização de água e reúso, segundo Muniz.
"O foco maior é a troca de tecnologia. Isso também poderá gerar um ambiente de negócios mais propício entre as empresas dos dois países", acrescenta o executivo.
No Brasil, os investimentos privados em saneamento devem atingir R$ 1 bilhão neste ano, segundo a Abcon.
Abastecendo... A Cummins Marine forneceu 24 motores para seis embarcações do pré-sal. O primeiro lote, de quatro motores, deverá ser entregue em outubro deste ano.
...o pré-sal As embarcações, da Brasil Supply, fornecerão à Petrobras estruturas de apoio à exploração de petróleo e devem começar a operar no segundo semestre de 2014.
Pneu... A Pirelli foi considerada, pelo sétimo ano consecutivo, líder mundial no ranking da Dow Jones de sustentabilidade na categoria componentes de veículos.
...sustentável A empresa recebeu 85 pontos, enquanto a média do setor foi de 51. O indicador avalia a performance financeira de empresas para a sustentabilidade.
TIME DE ALIMENTOS
Para promover produtos brasileiros no mercado internacional em ano de Copa, foi criada uma Seleção Brasileira de Alimentos.
O projeto --que envolve a Apex-Brasil, 11 empresas do setor, como Aurora e Bauducco, e a agência francesa Enivrance, além de chefs brasileiros-- selecionou produtos nacionais para exportação e os levará a feiras alimentícias entre 2013 e 2014.
Os itens, entre eles cachaça, açaí e mandioca, serão apresentados dentro de propostas diferentes: pó de café aromatizado com cachaça e macarron recheado com carne seca, por exemplo.
Após o lançamento no próximo dia 26, os produtos serão apresentados a empresas estrangeiras na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos.
O objetivo é ampliar as exportações brasileiras.
MG prepara PPP de R$ 188 mi para aeroporto
O governo de Minas Gerais prepara uma PPP (parceria público-privada) para a concessão do Aeroporto Regional da Zona da Mata, na região de Juiz de Fora.
A consulta pública para o projeto foi aberta nesta semana e vai ocorrer até o próximo dia 9 de outubro.
Em seguida, deve ser publicado o edital da licitação, cujo valor é estimado em R$ 188,9 milhões.
Essa é a primeira PPP do Estado para o setor aeroportuário. A operação é coordenada pela Secretaria de Transportes e Obras Públicas.
A empresa vencedora da disputa terá 25 anos, prorrogáveis por mais cinco, para explorar o terminal aéreo.
Além de administrar o local, o grupo que conquistar o contrato ficará responsável pela manutenção e por melhorias complementares no aeroporto.
"A grande vantagem de usar esse modelo de PPP é a integração em um mesmo contrato das diversas atividades que serão delegadas à empresa", diz Marcos Siqueira, que coordena as parcerias público-privadas de Minas.
Como o aeroporto envolvido no processo tem um porte menor, o governo criou um modelo de compartilhamento de risco para atrair empresas para a licitação.
Caso a projeção de demanda prevista no edital caia ao longo do contrato, o Estado deverá entrar com um valor maior de contrapartida.
"Mas se a demanda for superior nos próximos anos, o governo também vai receber mais dinheiro."
Multinacional não é preparada para competir em emergentes
Apesar de quererem ganhar mercado nos países emergentes, as multinacionais não estão preparadas para isso, segundo pesquisa do BCG (Boston Consulting Group).
O levantamento mostra que 78% dos executivos entrevistados esperam aumentar a participação de suas empresas nos emergentes, mas apenas 13% deles dizem ter vantagens competitivas em relação às companhias locais.
Umas das principais dificuldades das multinacionais é atrair e manter funcionários de alto escalão nos países emergentes. "Elas querem ter líderes locais, mas é difícil porque há uma grande competição pelos melhores talentos", diz Lori Spivey, uma das responsáveis pelo estudo.
"Muitas multinacionais são bastante antigas e com estruturas mais rígidas. As companhias locais, principalmente as menores, oferecem mais oportunidades para se construir algo novo."
Entre as empresas que participaram da pesquisa cujos resultados costumam ser acima da média, 46% têm pelo menos um de seus principais executivos baseado em um país emergente.
Nas companhias com performances abaixo da média, apenas 15% possuem um.
Foram entrevistados 156 funcionários de alta direção. Quase metade deles trabalham em empresas com receitas superior a US$ 10 bilhões.
ROUPA LIMPA NA ESTRADA
A rede de lavanderias Laundromat abriu suas duas primeiras lojas em postos de gasolina em rodovias, na Presidente Dutra e na Régis Bittencourt, em São Paulo.
As unidades são montadas dentro de contêineres.
"O público-alvo são os caminhoneiros e outros viajantes que utilizam as estradas com frequência", diz Juan Carlos Lopez, presidente da empresa.
Nessa estrutura modular, a rede tem hoje outros seis pontos em postos e hipermercados urbanos, sobretudo no Rio de Janeiro.
"Nossa meta é finalizar o ano com até 20 unidades desse tipo em operação", afirma Nicolas Lopez Lanhozo, diretor comercial.
A implantação de cada franquia tem investimento estimado entre R$ 105 mil e R$ 250 mil.
O grupo tem ainda outras 70 lojas convencionais no país --seis próprias.
Lava-rápido
A norte-americana Alliance Laundry System, fabricante de equipamentos de lavanderia comercial, acaba de entrar no país com uma operação própria, em São Paulo.
"Mesmo tendo um ano [economicamente] difícil, o Brasil ainda está entre os dez países mais importantes do mundo", diz o presidente da companhia, Michael Schoeb.
"Investimos no país focando no longo prazo. O mercado continua crescendo e o tamanho da população atrai", acrescenta o executivo.
Ainda neste ano, a empresa abrirá unidades na China e na Índia.
A Alliance Laundry teve uma receita líquida de US$ 265 milhões nos seis primeiros meses do ano --alta de 7,7% ante o mesmo período do ano passado.
A companhia, que tem duas fábricas nos Estados Unidos e uma na Bélgica, emprega 1.800 funcionários.
ALIANÇA EM ÁGUA E ESGOTO
Um acordo de cooperação será assinado entre a Abcon, associação brasileira que reúne as empresas privadas de saneamento, e a AEPSA, entidade que congrega companhias similares de Portugal.
O objetivo é compartilhar experiências que possam contribuir para a expansão do segmento nos dois países.
"A ideia é construir uma agenda conjunta com relação a assuntos que são de interesse comum, como inovação e área ambiental", afirma Roberto Muniz, presidente-executivo da entidade brasileira.
Entre os temas de interesse do Brasil que envolvem projetos desenvolvidos em Portugal estão gestão de perdas, dessalinização de água e reúso, segundo Muniz.
"O foco maior é a troca de tecnologia. Isso também poderá gerar um ambiente de negócios mais propício entre as empresas dos dois países", acrescenta o executivo.
No Brasil, os investimentos privados em saneamento devem atingir R$ 1 bilhão neste ano, segundo a Abcon.
Abastecendo... A Cummins Marine forneceu 24 motores para seis embarcações do pré-sal. O primeiro lote, de quatro motores, deverá ser entregue em outubro deste ano.
...o pré-sal As embarcações, da Brasil Supply, fornecerão à Petrobras estruturas de apoio à exploração de petróleo e devem começar a operar no segundo semestre de 2014.
Pneu... A Pirelli foi considerada, pelo sétimo ano consecutivo, líder mundial no ranking da Dow Jones de sustentabilidade na categoria componentes de veículos.
...sustentável A empresa recebeu 85 pontos, enquanto a média do setor foi de 51. O indicador avalia a performance financeira de empresas para a sustentabilidade.
TIME DE ALIMENTOS
Para promover produtos brasileiros no mercado internacional em ano de Copa, foi criada uma Seleção Brasileira de Alimentos.
O projeto --que envolve a Apex-Brasil, 11 empresas do setor, como Aurora e Bauducco, e a agência francesa Enivrance, além de chefs brasileiros-- selecionou produtos nacionais para exportação e os levará a feiras alimentícias entre 2013 e 2014.
Os itens, entre eles cachaça, açaí e mandioca, serão apresentados dentro de propostas diferentes: pó de café aromatizado com cachaça e macarron recheado com carne seca, por exemplo.
Após o lançamento no próximo dia 26, os produtos serão apresentados a empresas estrangeiras na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos.
O objetivo é ampliar as exportações brasileiras.
Inflação represada - MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 13/09
Os preços artificiais são a mais aguda fonte de distorção da economia brasileira. Alguns produtos e serviços estão acumulando uma defasagem perigosa, porque sempre chega a hora da correção. A distância entre a inflação dos preços livres e dos preços controlados pelo governo é enorme. Esses aumentos serão adiados indefinidamente?
Ninguém gosta de inflação, e eu sou da geração de jornalista de economia que adquiriu alergia a isso, por ver até que ponto se pode chegar quando os preços sobem fora de controle. Mas uma lição também se aprende quando se acompanha por décadas a luta de um país contra a superinflação: a de que a repressão dos preços que o governo administra é o pior caminho para manter a estabilidade da moeda. O controle tem resultado passageiro e deixa problemas permanentes, como esqueletos de contas que são estatizadas e cobertas por endividamento.
Nos últimos 12 meses, os itens administrados subiram apenas 1,26%, enquanto os livres subiram 7,64%,
segundo levantamento feito pelo economista Luis Otávio Leal, do Banco ABC Brasil. Essa diferença, em tomo de seis pontos percentuais, se mantém desde o início de 2012 e virou fonte de pressão inflacionária. O gráfico abaixo mostra a série histórica e percebe-se que não é possível conter esses preços indefinidamente. Há sempre a hora do acerto de contas.
A pressão maior vem da gasolina e do diesel, mas ela não é a única. A conta de luz caiu de forma artificial. A tarifa residencial e industrial caiu ao mesmo tempo em que o país passou a consumir uma energia mais cara, produzida pelas usinas termelétricas. O preço dos automóveis permaneceu em baixa pela prorrogação do IPI reduzido. A Petrobras já gastou R$ 8 bilhões este ano vendendo gasolina e diesel a um preço mais baixo do que importa. Ontem, a presidente sancionou lei que zera os impostos de PIS e Cofins para o transpor te público municipal. O custo será de R$ 744 milhões este ano. A Cide, imposto que se cobrava da gasolina, foi também zerada para evitar o reajuste. E ele era uma forma de financiar a melhoria da infraestrutura í de transporte.
Esse esqueleto inflacionário foi assunto tratado ontem pelo economista Mário Mesquita, do banco Brasil Plural, e ex-diretor do Banco Central, em artigo no ; "Valor Econômico"
Mesquita explicou que esse represamento pode reduzir o IPCA no curto prazo, mas dificulta a tarefa do Banco Central de controlar as expectativas. Isso porque todos sabem que a conta chegará um dia. As projeções para a inflação nos próximos 12 meses estão em alta há 10 semanas e saíram de 5,65% para 6,13%, mesmo com o aumento da taxa Selic. Além da alta do dólar, os economistas precisam embutir na conta a possibilidade de que alguma dessas amarras seja solta. A que pode se soltar primeiro é que a prende o preço da gasolina e do diesel, porque os prejuízos para a Petrobras estão ficando insustentáveis.
O impacto fiscal das medidas é uma das razões para o não cumprimento do superávit primário este ano. O governo já admite que será difícil chegar a uma economia de 2,3% do PIB. A meta é 3,1% e já foi reduzida. Tudo fica pior porque o país não sabe qual o custo desses subsídios. Nem todos esses gastos são contabilizados no Orçamento ou explicitados de qualquer forma. Parte é financiada por. emissão de dívida, que será paga por futuros governantes, como os aportes feitos na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que financia a redução da conta de energia. O risco é que tudo fique para ser resolvido em 2015.
Os preços artificiais são a mais aguda fonte de distorção da economia brasileira. Alguns produtos e serviços estão acumulando uma defasagem perigosa, porque sempre chega a hora da correção. A distância entre a inflação dos preços livres e dos preços controlados pelo governo é enorme. Esses aumentos serão adiados indefinidamente?
Ninguém gosta de inflação, e eu sou da geração de jornalista de economia que adquiriu alergia a isso, por ver até que ponto se pode chegar quando os preços sobem fora de controle. Mas uma lição também se aprende quando se acompanha por décadas a luta de um país contra a superinflação: a de que a repressão dos preços que o governo administra é o pior caminho para manter a estabilidade da moeda. O controle tem resultado passageiro e deixa problemas permanentes, como esqueletos de contas que são estatizadas e cobertas por endividamento.
Nos últimos 12 meses, os itens administrados subiram apenas 1,26%, enquanto os livres subiram 7,64%,
segundo levantamento feito pelo economista Luis Otávio Leal, do Banco ABC Brasil. Essa diferença, em tomo de seis pontos percentuais, se mantém desde o início de 2012 e virou fonte de pressão inflacionária. O gráfico abaixo mostra a série histórica e percebe-se que não é possível conter esses preços indefinidamente. Há sempre a hora do acerto de contas.
A pressão maior vem da gasolina e do diesel, mas ela não é a única. A conta de luz caiu de forma artificial. A tarifa residencial e industrial caiu ao mesmo tempo em que o país passou a consumir uma energia mais cara, produzida pelas usinas termelétricas. O preço dos automóveis permaneceu em baixa pela prorrogação do IPI reduzido. A Petrobras já gastou R$ 8 bilhões este ano vendendo gasolina e diesel a um preço mais baixo do que importa. Ontem, a presidente sancionou lei que zera os impostos de PIS e Cofins para o transpor te público municipal. O custo será de R$ 744 milhões este ano. A Cide, imposto que se cobrava da gasolina, foi também zerada para evitar o reajuste. E ele era uma forma de financiar a melhoria da infraestrutura í de transporte.
Esse esqueleto inflacionário foi assunto tratado ontem pelo economista Mário Mesquita, do banco Brasil Plural, e ex-diretor do Banco Central, em artigo no ; "Valor Econômico"
Mesquita explicou que esse represamento pode reduzir o IPCA no curto prazo, mas dificulta a tarefa do Banco Central de controlar as expectativas. Isso porque todos sabem que a conta chegará um dia. As projeções para a inflação nos próximos 12 meses estão em alta há 10 semanas e saíram de 5,65% para 6,13%, mesmo com o aumento da taxa Selic. Além da alta do dólar, os economistas precisam embutir na conta a possibilidade de que alguma dessas amarras seja solta. A que pode se soltar primeiro é que a prende o preço da gasolina e do diesel, porque os prejuízos para a Petrobras estão ficando insustentáveis.
O impacto fiscal das medidas é uma das razões para o não cumprimento do superávit primário este ano. O governo já admite que será difícil chegar a uma economia de 2,3% do PIB. A meta é 3,1% e já foi reduzida. Tudo fica pior porque o país não sabe qual o custo desses subsídios. Nem todos esses gastos são contabilizados no Orçamento ou explicitados de qualquer forma. Parte é financiada por. emissão de dívida, que será paga por futuros governantes, como os aportes feitos na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que financia a redução da conta de energia. O risco é que tudo fique para ser resolvido em 2015.
Mais um imposto, não! - EDUARDO SCIARRA
GAZETA DO POVO - PR - 13/09
O Congresso Nacional votará na próxima terça-feira o veto presidencial ao Projeto de Lei Complementar 200/2007, que determina o fim, retroativo a junho deste ano, da cobrança da multa de 10% sobre o FGTS em casos de demissões sem justa causa. Integralmente vetado, o texto foi aprovado por unanimidade pelo Senado e por 315 votos contra 95 na Câmara dos Deputados. Foi uma manifestação cristalina da vontade do Parlamento pela extinção da multa, numa decisão inconteste. O governo, porém, quer dar sobrevida à multa, patrocinando agora um projeto de lei que propõe mais quatro anos de cobrança. A alegação é de que os recursos se destinam ao programa Minha Casa, Minha Vida.
Essa cobrança de 10% foi criada em 2001 para cobrir um rombo bilionário nas contas do FGTS, provocado por decisões judiciais sobre perdas dos trabalhadores ocorridas durante os Planos Verão e Color 1, em 1989 e 1990. Foi uma medida emergencial cujos efeitos deveriam ser encerrados com o reequilíbrio das contas do FGTS. De acordo com o Conselho Curador do FGTS, esse reequilíbrio foi alcançado em junho de 2012. O Congresso Nacional, portanto, já deveria ter aprovado a sua extinção.
Esses recursos vão direto para os cofres do governo e não para o trabalhador demitido – que, para ter acesso ao saldo do seu FGTS, assinava termo aceitando um desconto sobre o valor do saque e que não promoveria contestações judiciais. Empregadores e trabalhadores, portanto, já deram a sua cota de sacrifício para salvar o fundo. Da forma como está sendo defendida, essa proposta apenas cria um novo tributo. É aumento da carga tributária!
Também é acintoso dizer que os parlamentares agem sob pressão dos seus financiadores de campanha. Esquecem-se de que o bolo de R$ 3,1 bilhões arrecadado com a sobrecarga também foi movimentado por micro e pequenos empresários, que respondem por quase 70% dos empregos no Brasil. Eles são os maiores penalizados.
A alegação de que o baque com a perda da bolada irá afetar diretamente um dos mais importantes e elogiáveis programas do Executivo – o Minha Casa, Minha Vida – pode até ser comovente. Mas não é nada convincente. Os recursos que atendem famílias com renda até R$ 1,6 mil mensais pelo Minha Casa, Minha Vida são oriundos do Tesouro Nacional por meio de dois fundos específicos e nada têm a ver com a arrecadação da multa. Então, qual a necessidade dos R$ 3,1 bilhões arrecadados com a multa? Por que continuar com essa arrecadação?
Fica claro que o objetivo é cumprir a meta de superávit primário para efeitos meramente contábeis, uma vez que os recursos somente se destinam ao ressarcimento das perdas dos trabalhadores.
Não há, portanto, riscos iminentes ao programa habitacional, nem ao FGTS – cuja saúde financeira invejável injetou na economia R$ 113,8 bilhões em 2012, dos quais R$ 22,5 bilhões por meio de financiamentos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. Além de tudo, é inimaginável que o Minha Casa, Minha Vida tenha sido concebido para ser sustentado com recursos cuja origem, sabia-se previamente, tinha prazo para acabar.
Ao Congresso Nacional cabe, dessa forma, reafirmar a extinção da multa e derrubar o veto presidencial. Não se trata de um embate político, ideológico ou partidário. Será a manifestação de uma vontade soberana do povo brasileiro, que não aceita mais pagar a conta.
O Congresso Nacional votará na próxima terça-feira o veto presidencial ao Projeto de Lei Complementar 200/2007, que determina o fim, retroativo a junho deste ano, da cobrança da multa de 10% sobre o FGTS em casos de demissões sem justa causa. Integralmente vetado, o texto foi aprovado por unanimidade pelo Senado e por 315 votos contra 95 na Câmara dos Deputados. Foi uma manifestação cristalina da vontade do Parlamento pela extinção da multa, numa decisão inconteste. O governo, porém, quer dar sobrevida à multa, patrocinando agora um projeto de lei que propõe mais quatro anos de cobrança. A alegação é de que os recursos se destinam ao programa Minha Casa, Minha Vida.
Essa cobrança de 10% foi criada em 2001 para cobrir um rombo bilionário nas contas do FGTS, provocado por decisões judiciais sobre perdas dos trabalhadores ocorridas durante os Planos Verão e Color 1, em 1989 e 1990. Foi uma medida emergencial cujos efeitos deveriam ser encerrados com o reequilíbrio das contas do FGTS. De acordo com o Conselho Curador do FGTS, esse reequilíbrio foi alcançado em junho de 2012. O Congresso Nacional, portanto, já deveria ter aprovado a sua extinção.
Esses recursos vão direto para os cofres do governo e não para o trabalhador demitido – que, para ter acesso ao saldo do seu FGTS, assinava termo aceitando um desconto sobre o valor do saque e que não promoveria contestações judiciais. Empregadores e trabalhadores, portanto, já deram a sua cota de sacrifício para salvar o fundo. Da forma como está sendo defendida, essa proposta apenas cria um novo tributo. É aumento da carga tributária!
Também é acintoso dizer que os parlamentares agem sob pressão dos seus financiadores de campanha. Esquecem-se de que o bolo de R$ 3,1 bilhões arrecadado com a sobrecarga também foi movimentado por micro e pequenos empresários, que respondem por quase 70% dos empregos no Brasil. Eles são os maiores penalizados.
A alegação de que o baque com a perda da bolada irá afetar diretamente um dos mais importantes e elogiáveis programas do Executivo – o Minha Casa, Minha Vida – pode até ser comovente. Mas não é nada convincente. Os recursos que atendem famílias com renda até R$ 1,6 mil mensais pelo Minha Casa, Minha Vida são oriundos do Tesouro Nacional por meio de dois fundos específicos e nada têm a ver com a arrecadação da multa. Então, qual a necessidade dos R$ 3,1 bilhões arrecadados com a multa? Por que continuar com essa arrecadação?
Fica claro que o objetivo é cumprir a meta de superávit primário para efeitos meramente contábeis, uma vez que os recursos somente se destinam ao ressarcimento das perdas dos trabalhadores.
Não há, portanto, riscos iminentes ao programa habitacional, nem ao FGTS – cuja saúde financeira invejável injetou na economia R$ 113,8 bilhões em 2012, dos quais R$ 22,5 bilhões por meio de financiamentos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. Além de tudo, é inimaginável que o Minha Casa, Minha Vida tenha sido concebido para ser sustentado com recursos cuja origem, sabia-se previamente, tinha prazo para acabar.
Ao Congresso Nacional cabe, dessa forma, reafirmar a extinção da multa e derrubar o veto presidencial. Não se trata de um embate político, ideológico ou partidário. Será a manifestação de uma vontade soberana do povo brasileiro, que não aceita mais pagar a conta.
O pior passou, o melhor também - VINICIUS TORRES FREIRE
FOLHA DE SP - 13/09
Temporada de indicadores positivos cria ilusões e mais conversa politiqueira sobre economia do Brasil
A MÉDIA DOS economistas chutou outra bola muito fora do gol nas suas previsões sobre o crescimento das vendas do comércio de varejo em julho. Na média, o chute informado era de aumento de 0,2% em relação a junho. Mas o varejo cresceu 1,9%.
Chutaram no gol, acertaram na bandeirinha. Acontece. A bola passou longe do gol também na previsão do PIB do segundo trimestre, anunciado há duas semanas.
O número de pessoas empregadas nas grandes cidades brasileiras aumentou em julho bem mais que o previsto pela maioria dos economistas.
No caso de outro indicador importante, a inflação de julho, não houve erro. Mas a notícia foi aparentemente boa, inflação zero, na prática, o que levou a presidente a falar de "inflação absolutamente sob controle" e variantes disso.
Também a contrapelo do pessimismo deve vir o resultado do primeiro da série de leilões de privatização (concessões) de estradas, na semana que vem. Será pelo menos um bom início para uma rara iniciativa econômica séria deste governo.
Tudo indica que "o pior já passou", como disse a presidente em sua propaganda eleitoral em rede nacional de TV e rádio.
Só que não.
Na verdade, essa conversa hiperconjuntural e politiqueira, seja no governo, seja na oposição, é pobrezinha.
O pior já passou? Do que se trata? O que é agora "melhor"? Vamos crescer uns 2,5% neste ano, mais que a tristeza do 0,9% de 2012? Sim, mas isso a gente já sabia e, de qualquer modo, não é lá muito relevante.
Vamos voltar ao ritmo dos anos Lula, de 4% ao ano de crescimento? Muito improvável.
O aumento dos salários (renda real) tem sido cada vez menor, menor mesmo que nos anos fracos a partir de 2010. Com o desemprego baixo, difícil imaginar que os salários possam crescer mais sem dar impulso adicional à inflação, afora outras limitações.
A inflação roda na parte de cima da linha em torno da qual tem flutuado faz uma década, em si mesma alta, de uns 5,5%. Ameaça escapulir para mais de 6%. Por isso, os juros voltaram a subir.
Juros em alta entre outras coisas reduzem o crescimento das vendas do varejo, bidu.
O crédito bancário vai crescer 15% neste ano, segundo estimativa dos próprios economistas de banco. Embora empurrado pelo crédito da banca estatal, não é um resultado fraco. Mas o andar da carruagem é bem mais lento dos anos de crescimento mais forte dos anos Lula, quando ainda havia aumento salarial maior e fôlego maior para endividamento. Para o ano que vem, o crescimento do crédito vai ficar na mesma.
Ainda que o governo não vá controlar suas contas como devia (já disse que não vai, no projeto de Orçamento para 2014), o crescimento do gasto público será menor.
Em suma, mesmo os indicadores da conjuntura mais imediata indicam que é muito improvável crescimento significativamente maior em 2014 (por ora, economistas mais certeiros chutam que vamos crescer um tico menos no ano que vem).
Mas, repita-se, esse nem é o nosso problema. A pergunta que temos de fazer é: como crescer bem (mais de 4%), sem efeitos colaterais graves, pelos próximos dez anos, resolvendo logo nossos problemas materiais e aproveitando a ainda favorável situação demográfica do país?
O resto é conversa. Conversinha.
Temporada de indicadores positivos cria ilusões e mais conversa politiqueira sobre economia do Brasil
A MÉDIA DOS economistas chutou outra bola muito fora do gol nas suas previsões sobre o crescimento das vendas do comércio de varejo em julho. Na média, o chute informado era de aumento de 0,2% em relação a junho. Mas o varejo cresceu 1,9%.
Chutaram no gol, acertaram na bandeirinha. Acontece. A bola passou longe do gol também na previsão do PIB do segundo trimestre, anunciado há duas semanas.
O número de pessoas empregadas nas grandes cidades brasileiras aumentou em julho bem mais que o previsto pela maioria dos economistas.
No caso de outro indicador importante, a inflação de julho, não houve erro. Mas a notícia foi aparentemente boa, inflação zero, na prática, o que levou a presidente a falar de "inflação absolutamente sob controle" e variantes disso.
Também a contrapelo do pessimismo deve vir o resultado do primeiro da série de leilões de privatização (concessões) de estradas, na semana que vem. Será pelo menos um bom início para uma rara iniciativa econômica séria deste governo.
Tudo indica que "o pior já passou", como disse a presidente em sua propaganda eleitoral em rede nacional de TV e rádio.
Só que não.
Na verdade, essa conversa hiperconjuntural e politiqueira, seja no governo, seja na oposição, é pobrezinha.
O pior já passou? Do que se trata? O que é agora "melhor"? Vamos crescer uns 2,5% neste ano, mais que a tristeza do 0,9% de 2012? Sim, mas isso a gente já sabia e, de qualquer modo, não é lá muito relevante.
Vamos voltar ao ritmo dos anos Lula, de 4% ao ano de crescimento? Muito improvável.
O aumento dos salários (renda real) tem sido cada vez menor, menor mesmo que nos anos fracos a partir de 2010. Com o desemprego baixo, difícil imaginar que os salários possam crescer mais sem dar impulso adicional à inflação, afora outras limitações.
A inflação roda na parte de cima da linha em torno da qual tem flutuado faz uma década, em si mesma alta, de uns 5,5%. Ameaça escapulir para mais de 6%. Por isso, os juros voltaram a subir.
Juros em alta entre outras coisas reduzem o crescimento das vendas do varejo, bidu.
O crédito bancário vai crescer 15% neste ano, segundo estimativa dos próprios economistas de banco. Embora empurrado pelo crédito da banca estatal, não é um resultado fraco. Mas o andar da carruagem é bem mais lento dos anos de crescimento mais forte dos anos Lula, quando ainda havia aumento salarial maior e fôlego maior para endividamento. Para o ano que vem, o crescimento do crédito vai ficar na mesma.
Ainda que o governo não vá controlar suas contas como devia (já disse que não vai, no projeto de Orçamento para 2014), o crescimento do gasto público será menor.
Em suma, mesmo os indicadores da conjuntura mais imediata indicam que é muito improvável crescimento significativamente maior em 2014 (por ora, economistas mais certeiros chutam que vamos crescer um tico menos no ano que vem).
Mas, repita-se, esse nem é o nosso problema. A pergunta que temos de fazer é: como crescer bem (mais de 4%), sem efeitos colaterais graves, pelos próximos dez anos, resolvendo logo nossos problemas materiais e aproveitando a ainda favorável situação demográfica do país?
O resto é conversa. Conversinha.
Esticão do consumo - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 13/09
Se houve quem tivesse previsto avanço tão forte do consumo em julho, como o divulgado ontem pelo IBGE, ninguém ficou sabendo.
Os resultados surpreenderam. O consumo restrito aumentou 1,9% sobre junho (veja o gráfico ao lado) e o ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, 0,6%. Em 12 meses, o varejo restrito aumentou 5,4% (veja o Confira) e o ampliado, 5,8%.
Uma explicação para o salto de julho pode ter sido o mau desempenho de junho, mês em que as manifestações nas principais capitais levaram o consumidor a contar até 100 antes de sacar o cartão de crédito.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou os resultados, o que sempre acontece quando favorecem o governo. Ele os atribuiu à desaceleração dos preços ao consumidor, ou até mesmo à queda dos preços dos alimentos, fator que castigou menos o poder aquisitivo do trabalhador em julho.
Independentemente da forte volatilidade, os números do varejo tomados em intervalos mais longos continuam robustos, sobretudo no setor de aparelhos domésticos, graças aos incentivos distribuídos pelo programa Minha Casa Melhor.
O bom desempenho do consumo no Brasil, que se repete meses a fio, é consequência das opções de política econômica, que deram força à expansão das despesas públicas, às transferências de recursos para as camadas de baixa renda, aos reajustes salariais acima do aumento de produtividade e, até abril deste ano, à política de expansão da moeda (juros relativamente baixos) do Banco Central.
O que não vai bem é a produção, que não consegue dar conta do mercado interno, principal razão pela qual as importações têm sido puxadas. É por isso que o ministro talvez não volte a mostrar o mesmo entusiasmo hoje quando da divulgação das estatísticas do Índice de Atividade Econômica, o IBC-Br, calculado pelo Banco Central, concebido para refletir o comportamento da produção - o que nem sempre conseguiu. Em todo o caso, também aí pode acontecer nova zebra, porque a volatilidade das estatísticas, não só as de consumo, como, também, as da produção, tem sido enorme.
Essa volatilidade é a principal razão pela qual esses resultados exuberantes do consumo não são sustentáveis, pelo menos no ritmo mostrado em julho. São três os fatores que conduzem a essa expectativa cautelosa. O primeiro deles é o repique da inflação, em consequência do repasse da alta do dólar para o varejo, movimento que ficou visível na evolução dos preços no atacado no início deste mês (primeira prévia do IGP-M). O segundo fator é a relativa retração das operações de crédito que deverá ter como contrapartida também certo enfraquecimento das vendas ao consumidor. E o terceiro é a antecipação de compras proporcionada meses atrás aos compradores de veículos, graças à redução de tributos.
Pergunta insistente: por que a produção não acompanha a oferta? Além do eterno problema dos altos custos, há o atual surto de falta de confiança do empresário na condução da política econômica, de que tanto reclama a presidente Dilma (o tal pessimismo) e há meses é apontado pelo Banco Central.
Se houve quem tivesse previsto avanço tão forte do consumo em julho, como o divulgado ontem pelo IBGE, ninguém ficou sabendo.
Os resultados surpreenderam. O consumo restrito aumentou 1,9% sobre junho (veja o gráfico ao lado) e o ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, 0,6%. Em 12 meses, o varejo restrito aumentou 5,4% (veja o Confira) e o ampliado, 5,8%.
Uma explicação para o salto de julho pode ter sido o mau desempenho de junho, mês em que as manifestações nas principais capitais levaram o consumidor a contar até 100 antes de sacar o cartão de crédito.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou os resultados, o que sempre acontece quando favorecem o governo. Ele os atribuiu à desaceleração dos preços ao consumidor, ou até mesmo à queda dos preços dos alimentos, fator que castigou menos o poder aquisitivo do trabalhador em julho.
Independentemente da forte volatilidade, os números do varejo tomados em intervalos mais longos continuam robustos, sobretudo no setor de aparelhos domésticos, graças aos incentivos distribuídos pelo programa Minha Casa Melhor.
O bom desempenho do consumo no Brasil, que se repete meses a fio, é consequência das opções de política econômica, que deram força à expansão das despesas públicas, às transferências de recursos para as camadas de baixa renda, aos reajustes salariais acima do aumento de produtividade e, até abril deste ano, à política de expansão da moeda (juros relativamente baixos) do Banco Central.
O que não vai bem é a produção, que não consegue dar conta do mercado interno, principal razão pela qual as importações têm sido puxadas. É por isso que o ministro talvez não volte a mostrar o mesmo entusiasmo hoje quando da divulgação das estatísticas do Índice de Atividade Econômica, o IBC-Br, calculado pelo Banco Central, concebido para refletir o comportamento da produção - o que nem sempre conseguiu. Em todo o caso, também aí pode acontecer nova zebra, porque a volatilidade das estatísticas, não só as de consumo, como, também, as da produção, tem sido enorme.
Essa volatilidade é a principal razão pela qual esses resultados exuberantes do consumo não são sustentáveis, pelo menos no ritmo mostrado em julho. São três os fatores que conduzem a essa expectativa cautelosa. O primeiro deles é o repique da inflação, em consequência do repasse da alta do dólar para o varejo, movimento que ficou visível na evolução dos preços no atacado no início deste mês (primeira prévia do IGP-M). O segundo fator é a relativa retração das operações de crédito que deverá ter como contrapartida também certo enfraquecimento das vendas ao consumidor. E o terceiro é a antecipação de compras proporcionada meses atrás aos compradores de veículos, graças à redução de tributos.
Pergunta insistente: por que a produção não acompanha a oferta? Além do eterno problema dos altos custos, há o atual surto de falta de confiança do empresário na condução da política econômica, de que tanto reclama a presidente Dilma (o tal pessimismo) e há meses é apontado pelo Banco Central.
Deve o BC lançar mão de suas reservas? - MÁRCIO GARCIA
Valor Econômico - 13/09
A subida do dólar em agosto e as intervenções cambiais do BC deflagraram um debate acirrado sobre se o BC deve continuar intervindo como tem feito, sobretudo via mercado de derivativos cambiais, ou se deveria também atuar vendendo reservas cambiais.
Antes de se debater qual a melhor forma de o BC intervir, deve-se ter em mente o objetivo da intervenção cambial. Desde maio, quando o Fed anunciou que iria diminuir a cadência do estímulo monetário até finalizá-lo no ano que vem, capitais têm fluído de mercados emergentes de volta às economias desenvolvidas. A redução do influxo de capitais, aliada às perspectivas mais desfavoráveis para nossas exportações, explicam o movimento de depreciação cambial. Assim, as intervenções do BC devem permitir que a taxa de câmbio ache seu novo equilíbrio, mais depreciado, sem sobressaltos.
Não se objetiva estabelecer um teto para a taxa de câmbio, mas, sim, prover a liquidez necessária para que o movimento de depreciação cambial não exiba volatilidade exagerada, com overshooting (ultrapassagem do ponto de equilíbrio) que acabe impondo custos desnecessários à economia. Caso o objetivo fosse estabelecer um teto para a taxa de câmbio, o BC deveria usar fundamentalmente a política monetária, elevando significativamente a taxa de juros, como fazia durante as crises internacionais da segunda metade dos anos 90, antes do regime de flutuação cambial.
Estabelecida a premissa de que o objetivo é o de manter líquidos os mercados cambiais, cabe então indagar qual é a melhor forma de intervir. Ao longo dos anos, as intervenções cambiais têm sido feitas basicamente por meio de três instrumentos: venda de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólar futuro), leilões de linhas de crédito em dólar e vendas esterilizadas (que não afetam a taxa de juros) de reservas cambiais. No episódio recente, o BC não tem utilizado esta última opção, o que vem gerando o debate sobre a conveniência ou não da volta à venda esterilizada de reservas.
Cabe, inicialmente, uma explicação sobre o funcionamento e a interdependência dos mercados futuro e spot (à vista). Suponha que o BC venda os swaps, que são equivalentes a vendas de contratos futuros de dólar. O efeito imediato será o de reduzir o preço do dólar futuro, mas não o do dólar spot. A redução da diferença entre o dólar futuro e o spot, o forward premium (prêmio a termo), significa que custa menos se proteger contra a depreciação do real. Isto abre uma oportunidade de arbitragem para os bancos, que captam em dólar no exterior e aplicam em cupom cambial (a taxa doméstica de juros menos o forward premium), uma operação que provê retornos em dólar no Brasil.
Apesar de, inicialmente, a atuação do BC no mercado futuro não afetar diretamente o dólar spot, o efeito indireto via bancos, que trazem os dólares à vista para aproveitar o aumento do cupom cambial, acaba transmitindo ao mercado à vista o efeito da atuação do BC no mercado futuro. Essa transmissão é, em geral, bastante boa. Mas há dois fatores que podem perturbar seu funcionamento.
O primeiro obstáculo são os controles de capitais, que vigoraram até recentemente, quando o cenário internacional ainda era de abundância de influxos de capitais. Hoje, tais controles foram retirados e não mais impedem a perfeita arbitragem entre os mercados.
O segundo obstáculo, muito mais grave, é a percepção, pelos agentes econômicos, de que o dólar futuro pode vir a deixar de ser um substituto perfeito para o dólar à vista. Suponha, por exemplo, que uma empresa tenha comprado dólar futuro, com vencimento em janeiro de 2014, para garantir o valor, em reais, de um pagamento de uma importação ou de uma parcela de serviço de dívida externa. A expectativa do empresário é de que o mercado futuro, que liquida suas operações em reais, lhe permita fixar hoje o custo, em reais, dos dólares que terá que remeter ao exterior em janeiro. Normalmente, essa expectativa é perfeitamente razoável. Mas já vivemos crises severas nas quais o "dólar de SP" (o dólar futuro) deixou de ser visto como um bom substituto das notinhas verdes.
Em 2002, no auge da crise que precedeu o governo Lula, a taxa de câmbio chegou a tocar a cotação de R$ 4. Normalmente, as cotações do dólar futuro superam o dólar spot. Naquele momento, entretanto, ocorreu o contrário. O dólar futuro era mais barato do que o dólar à vista, demonstrando que havia sérias desconfianças sobre o dólar futuro. E que desconfianças eram essas? Temia-se que o novo governo fosse dar o calote na dívida pública. Outro temor era o de que, frente a uma escassez grave de reservas, o BC impusesse uma centralização cambial. Sendo assim, apenas determinadas transações, julgadas prioritárias, poderiam comprar dólares à taxa de câmbio oficial (que serve como base para a liquidação dos contratos futuros). As demais entrariam numa fila (ou iriam para o mercado negro). Nesse caso, o dólar futuro seria um mau substituto do dólar à vista.
Claro que, comparando com 2002, a crise atual é muito mais branda e o Brasil, muito menos vulnerável. Assim, é pouco provável que condições semelhantes ocorram. Mas um evento, durante a crise de 2008, chama a atenção para a importância de se eliminar outro fator de desconfiança.
Em outubro de 2008, ao anunciar o programa de enfrentamento ao credit crunch internacional pós-Lehman, nosso boquirroto ministro da Fazenda deu a entender que o presidente Lula havia determinado que as reservas não deveriam ser tocadas. Segundo o Valor (10/10/2008): "Na segunda-feira, ao anunciar com Meirelles medidas para enfrentar a crise, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou que o presidente Lula havia determinado que a equipe econômica preservasse as reservas, o principal seguro do país contra uma crise de liquidez. O mercado entendeu a declaração de Mantega como um veto de Lula ao uso das reservas. No dia seguinte, terça-feira, a cotação do dólar subiu fortemente e criou um clima de pânico no mercado, o que levou Meirelles a pedir autorização a Lula para gastar reservas."
Em síntese, sob condições normais, o BC pode, sim, atuar sem gastar suas reservas cambiais. O que o BC jamais pode fazer é transmitir ao mercado a impressão de que relutará em lançar mão das reservas cambiais de que dispõe. A situação atual não é grave, mas, a volta de um tripé macroeconômico consistente, aliado a reformas estruturais, é fundamental para garantir o equilíbrio externo de nossa economia.
Antes de se debater qual a melhor forma de o BC intervir, deve-se ter em mente o objetivo da intervenção cambial. Desde maio, quando o Fed anunciou que iria diminuir a cadência do estímulo monetário até finalizá-lo no ano que vem, capitais têm fluído de mercados emergentes de volta às economias desenvolvidas. A redução do influxo de capitais, aliada às perspectivas mais desfavoráveis para nossas exportações, explicam o movimento de depreciação cambial. Assim, as intervenções do BC devem permitir que a taxa de câmbio ache seu novo equilíbrio, mais depreciado, sem sobressaltos.
Não se objetiva estabelecer um teto para a taxa de câmbio, mas, sim, prover a liquidez necessária para que o movimento de depreciação cambial não exiba volatilidade exagerada, com overshooting (ultrapassagem do ponto de equilíbrio) que acabe impondo custos desnecessários à economia. Caso o objetivo fosse estabelecer um teto para a taxa de câmbio, o BC deveria usar fundamentalmente a política monetária, elevando significativamente a taxa de juros, como fazia durante as crises internacionais da segunda metade dos anos 90, antes do regime de flutuação cambial.
Estabelecida a premissa de que o objetivo é o de manter líquidos os mercados cambiais, cabe então indagar qual é a melhor forma de intervir. Ao longo dos anos, as intervenções cambiais têm sido feitas basicamente por meio de três instrumentos: venda de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólar futuro), leilões de linhas de crédito em dólar e vendas esterilizadas (que não afetam a taxa de juros) de reservas cambiais. No episódio recente, o BC não tem utilizado esta última opção, o que vem gerando o debate sobre a conveniência ou não da volta à venda esterilizada de reservas.
Cabe, inicialmente, uma explicação sobre o funcionamento e a interdependência dos mercados futuro e spot (à vista). Suponha que o BC venda os swaps, que são equivalentes a vendas de contratos futuros de dólar. O efeito imediato será o de reduzir o preço do dólar futuro, mas não o do dólar spot. A redução da diferença entre o dólar futuro e o spot, o forward premium (prêmio a termo), significa que custa menos se proteger contra a depreciação do real. Isto abre uma oportunidade de arbitragem para os bancos, que captam em dólar no exterior e aplicam em cupom cambial (a taxa doméstica de juros menos o forward premium), uma operação que provê retornos em dólar no Brasil.
Apesar de, inicialmente, a atuação do BC no mercado futuro não afetar diretamente o dólar spot, o efeito indireto via bancos, que trazem os dólares à vista para aproveitar o aumento do cupom cambial, acaba transmitindo ao mercado à vista o efeito da atuação do BC no mercado futuro. Essa transmissão é, em geral, bastante boa. Mas há dois fatores que podem perturbar seu funcionamento.
O primeiro obstáculo são os controles de capitais, que vigoraram até recentemente, quando o cenário internacional ainda era de abundância de influxos de capitais. Hoje, tais controles foram retirados e não mais impedem a perfeita arbitragem entre os mercados.
O segundo obstáculo, muito mais grave, é a percepção, pelos agentes econômicos, de que o dólar futuro pode vir a deixar de ser um substituto perfeito para o dólar à vista. Suponha, por exemplo, que uma empresa tenha comprado dólar futuro, com vencimento em janeiro de 2014, para garantir o valor, em reais, de um pagamento de uma importação ou de uma parcela de serviço de dívida externa. A expectativa do empresário é de que o mercado futuro, que liquida suas operações em reais, lhe permita fixar hoje o custo, em reais, dos dólares que terá que remeter ao exterior em janeiro. Normalmente, essa expectativa é perfeitamente razoável. Mas já vivemos crises severas nas quais o "dólar de SP" (o dólar futuro) deixou de ser visto como um bom substituto das notinhas verdes.
Em 2002, no auge da crise que precedeu o governo Lula, a taxa de câmbio chegou a tocar a cotação de R$ 4. Normalmente, as cotações do dólar futuro superam o dólar spot. Naquele momento, entretanto, ocorreu o contrário. O dólar futuro era mais barato do que o dólar à vista, demonstrando que havia sérias desconfianças sobre o dólar futuro. E que desconfianças eram essas? Temia-se que o novo governo fosse dar o calote na dívida pública. Outro temor era o de que, frente a uma escassez grave de reservas, o BC impusesse uma centralização cambial. Sendo assim, apenas determinadas transações, julgadas prioritárias, poderiam comprar dólares à taxa de câmbio oficial (que serve como base para a liquidação dos contratos futuros). As demais entrariam numa fila (ou iriam para o mercado negro). Nesse caso, o dólar futuro seria um mau substituto do dólar à vista.
Claro que, comparando com 2002, a crise atual é muito mais branda e o Brasil, muito menos vulnerável. Assim, é pouco provável que condições semelhantes ocorram. Mas um evento, durante a crise de 2008, chama a atenção para a importância de se eliminar outro fator de desconfiança.
Em outubro de 2008, ao anunciar o programa de enfrentamento ao credit crunch internacional pós-Lehman, nosso boquirroto ministro da Fazenda deu a entender que o presidente Lula havia determinado que as reservas não deveriam ser tocadas. Segundo o Valor (10/10/2008): "Na segunda-feira, ao anunciar com Meirelles medidas para enfrentar a crise, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou que o presidente Lula havia determinado que a equipe econômica preservasse as reservas, o principal seguro do país contra uma crise de liquidez. O mercado entendeu a declaração de Mantega como um veto de Lula ao uso das reservas. No dia seguinte, terça-feira, a cotação do dólar subiu fortemente e criou um clima de pânico no mercado, o que levou Meirelles a pedir autorização a Lula para gastar reservas."
Em síntese, sob condições normais, o BC pode, sim, atuar sem gastar suas reservas cambiais. O que o BC jamais pode fazer é transmitir ao mercado a impressão de que relutará em lançar mão das reservas cambiais de que dispõe. A situação atual não é grave, mas, a volta de um tripé macroeconômico consistente, aliado a reformas estruturais, é fundamental para garantir o equilíbrio externo de nossa economia.
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