O GLOBO - 16/03/12
O diretor Dodô Brandão assinou com o coleguinha Sérgio Rodrigues para levar às telas o livro “Elza, a garota”, publicado pela Nova Fronteira, em 2008, e pela Quetzal, em Lisboa, em 2010. O livro conta a história da jovem Elvira Cupello Calônio, militante comunista que usava o codinome de Elza, estrangulada em 1936 com um fio de varal no bairro carioca de Guadalupe.
Segue...
Acusada de traidora, Elza teria sido morta por sentença do próprio PCB.
A fila anda
Ronaldo Fenômeno está se separando de Bia Antony, mãe de suas filhas Sophia e Maria Alice.
Faxina
Dilma mandou lustrar o piso de mármore do Planalto
Questão de palavra
Quem assiste a este debate sobre venda de bebida na Copa de 14 é a belgo-brasileira InBev, cuja marca Budweiser acaba de renovar com a Fifa também para os Mundiais da Rússia (18) e do Qatar (22), além do Brasil. Se o Congresso proibir bebida nos jogos, a empresa não deve chiar muito. Não só pelos laços com o Brasil, mas também porque venda de cerveja em partida de futebol é quase nada.
No mais...
Na verdade, a questão é mais de ordem moral que comercial. Sem entrar no mérito, o fato é que foi nosso governo quem pleiteou na Fifa a realização da Copa de 14 e se comprometeu a autorizar a venda de bebida.
Ai, Rita te pega
Na loja brasileira do iTunes, a música “Reza”, do CD que Rita Lee lança em abril, passou o sucesso “Ai, se eu te pego” no Top Chart Music, parada das músicas mais vendidas. Rita é a brasileira mais bem colocada no ranking.
MONIQUE ALFRADIQUE, 25 anos, a atriz que excede em beleza, posa de noiva para a capa da edição de seis anos da revista “Noivas Rio de Janeiro”, da Hama Editora, que só estará nas bancas em abril. No ensaio, a lindeza — que brilha na novela “Fina estampa”, da TV Globo, e estreou como rainha de bateria da Viradouro — comparou um casamento a um desfile de carnaval: “Os preparativos demoram, mas a festa passa rápido.” Casa com eu.
‘Justin Biba’
O vídeo “Justin Biba”, feito pelo grupo Galo Frito com o nosso casseta Hélio de la Peña, atingiu a marca de 30 milhões de visualizações no YouTube. É agora o clipe de humor mais assistido no Brasil. Veja em http://casseta.me/xvWLsy.
Ficção policial...
Aliás, a produtora TV Zero foi autorizada pela prefeitura do Rio a captar R$ 800 mil para o filme “Júlio sumiu”, baseado no livro do também casseta Beto Silva. O projeto está orçado em R$ 6.684.211,87.
‘Gol speaks English’
A caixa postal da coluna entupiu com relatos de leitores que também passaram sufoco com o serviço Smiles, da Gol. Um dos sofredores, após dias sem ser atendido, teve a ideia de, no decorrer daquela gravação, apertar a tecla recomendada a quem quer falar em inglês. Foi atendido na hora.
Coisa nossa
Depois de faturar o Prêmio Tony, em 2008, o mais importante do teatro nos EUA, nosso barítono Paulo Szot (foto) acaba de ser indicado ao Prêmio Olivier — o mais importante da Inglaterra — como melhor ator, pela versão britânica do musical “South Pacific”. Aliás, Szot vai estrear como protagonista no Scala de Milão, em 2013.
Manchete perdeu
A 9a- Câmara Cível do Rio decidiu, por unanimidade, que a Rede TV! não é sucessora da finada TV Manchete e “não tem de pagar nenhuma dívida além do que foi contratado”. A decisão “atinge também as reclamações trabalhistas”, na opinião do advogado da emissora, Marlan Marinho.
O preço da vida
A juíza Flávia Viveiros de Castro condenou a Expresso Pegaso a indenizar em R$ 500 mil os pais e o irmão de uma menina de 12 anos atropelada por um ônibus da empresa ao tentar embarcar. A miúda voltava da escola e o motorista arrancou antes que ela conseguisse subir.
Alô, PM!
Uma quadrilha tem rondado o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, no Rio. Os bandidos, acredite, esperam alguns pacientes saírem da farmácia da unidade, onde recebem insulina, aparelhos de medir glicose, fitas e seringas, e, meu Deus, roubam os medicamentos.
PONTO FINAL
O Facebook suspendeu por três dias a página do coleguinha Fernando Rabelo, por ter postado esta célebre foto de Simone de Beauvoir (1908-1986) nua, feita pelo americano Art Shay, em Chicago, em 1952. Rabelo, que é fotógrafo e mantém um álbum no Facebook com imagens históricas, já havia sido suspenso por 24 horas pelo site, em novembro passado, por causa de uma famosa imagem da atriz francesa Emmanuelle Béart com os seios à mostra. Parece censura. E é. Parece burrice. E é também.
sexta-feira, março 16, 2012
A lógica do humor - HÉLIO SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 16/03/12
SÃO PAULO - Piada racista termina com polícia em casa de shows. É engraçado gozar de minorias? Até onde se pode chegar para fazer os outros rirem? Aliás, do que rimos?
De um modo geral, achamos graça quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos consistentes, mas incompatíveis entre si. Um exemplo: "O masoquista é a pessoa que gosta de um banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente".
Cometo agora a heresia de explicar a piada. Aqui, o fato de o sujeito da anedota ser um masoquista subverte a lógica normal: ele faz o contrário do que gosta, porque gosta de sofrer. É claro que a lógica normal não coexiste com seu reverso, daí a graça da pilhéria. Uma variante no mesmo padrão é: "O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista".
Essa "gramática" dá conta da estrutura intelectual das piadas, mas há também dinâmicas emocionais.
Kant, na "Crítica do Juízo", diz que o riso é o resultado da "súbita transformação de uma expectativa tensa em nada". Rimos porque nos sentimos aliviados. Torna-se plausível rir de desgraças alheias. Em alemão, há até uma palavra para isso: "Schadenfreude", que é o sentimento de alegria provocado pelo sofrimento de terceiros. Não necessariamente estamos felizes pelo infortúnio do outro, mas sentimo-nos aliviados com o fato de não sermos nós a vítima.
Mais ou menos na mesma linha vai o filósofo francês Henri Bergson. Em "O Riso", ele observa que muitas piadas exigem "uma anestesia momentânea do coração". Ou seja, pelo menos as partes mais primitivas de nosso eu acham graça em troçar dos outros. Daí os inevitáveis choques entre humor e adequação social.
Como não podemos dispensar o riso nem o combate à discriminação, o conflito é inevitável. Resta torcer para que seja autolimitado. Não deixaremos de rir de piadas racistas, mas não podemos esquecer que elas colocam um problema moral.
Raul continua tocando - NELSON MOTTA
O Estado de S.Paulo - 16/03/12
Virou mania: nos mais diversos shows, de roqueiros a sertanejos, e até nos de Caetano Veloso, em algum momento ouve-se o grito de guerra na plateia: "Toca Rauuuul!"
Que outro artista brasileiro, por mais querido e importante que seja, tem seu nome gritado em apresentações de outros artistas? Quem tem legiões de fãs que se vestem como ele e cantam suas músicas no seu aniversário? E muitos nem eram nascidos quando Raul parou de tocar, em 1989.
A vida breve e turbulenta de Raul Seixas, seu talento de compositor e letrista, sua inteligência e humor, seu personagem e sua pessoa, sua vocação para estrela marginal, são a matéria-prima do emocionante filme de Walter Carvalho, O início, o Fim e o Meio. A quantidade e qualidade de som e imagens recuperados de sua obra, e dos depoimentos sobre sua vida, montados em ritmo roqueiro, fazem rir e chorar, às vezes ao mesmo tempo, do início ao fim. No meio de tudo, Raul, é ele que nos toca.
A galeria de tipos bizarros que passaram por sua vida, satanistas, malucos beleza, velhos roqueiros, gurus de araque, se junta a seus parentes, parceiros e testemunhas, e suas várias mulheres, em depoimentos reveladores. Um dos melhores é de Paulo Coelho, ex-hippie doidão e seu parceiro em muitos clássicos, agora escritor multimilionário em Genebra, em contraste com o processo de pobreza material e decadência física de Raul, contando com sinceridade alguns dos melhores, e piores, momentos dessa dupla do barulho. Às gargalhadas, o mago confessa: "Mas é claro que eu apresentei todas as drogas ao Raul. E não me arrependo de nada, só da cocaína, que é a droga do demônio".
Raul começou a beber e fumar com 12 anos, foi alcoólatra metade da vida, cheirou quilos de cocaína e litros de éter, que o destruíram aos 44 anos. No final do filme, Marcelo Nova consegue convencer Raul, já muito fragilizado, a fazerem três shows juntos, que se desdobram em 50 apresentações triunfais pelo Brasil, com multidões de fanáticos cantando em coro suas músicas, numa heroica turnê de despedida que termina com o fim de Raul. E o início do seu culto.
Cachoeira - ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SP - 16/03/12
BRASÍLIA - Carlinhos Cachoeira, simpático e bem relacionado como todo bicheiro que se preze, some e aparece num estalar de dedos.
Como o PSD do prefeito Gilberto Kassab, Cachoeira não é de esquerda, nem de centro, nem de direita. Ou seja: topa todas.
Como o publicitário Marcos Valério, pivô e até agora a única "vítima" do mensalão, Cachoeira é também apartidário. Diz o ditado que "quem vê cara não vê coração". Com eles, não interessa a cara, o coração e muito menos o partido. Atacam ora de PT, ora de DEM, ora de PSDB...
E, como o jornalista Durval Barbosa, que explodiu o esquema do então governador José Roberto Arruda no DF, Cachoeira sempre guarda uma carta -ou melhor, uma gravação- na manga para acossar não os adversários, mas, sobretudo, os aliados, os clientes e até os amigos.
Foi a gravação de uma conversa entre quatro paredes de Cachoeira com Waldomiro Diniz, ex-assessor do PT nas CPIs contra os outros e então presidente da Loterj (loteria do Rio), que detonou o primeiro escândalo do governo Lula. Waldomiro já era o braço direito de José Dirceu.
Se não me falhe a memória, nunca se soube ao certo quem e por que gravou aquele diálogo, em que Waldomiro pedia propina para o bicheiro. O percentual era de 1%, mas os valores não tinham nada de modestos.
Passam-se os anos, e surge nova fita de um petista com Cachoeira, que empurra o senador Demóstenes Torres (DEM) para o constrangimento de ter de explicar a geladeira e o fogão importados que ganhou de casamento do bicheiro. Candidamente, o senador justificou que são amigos. Ah, bem... não fosse Demóstenes promotor de Justiça, homem conceituado, uma voz pela ética no Congresso.
Do escândalo de Waldomiro ao constrangimento de Demóstenes, lá se foram nove anos, e a cachoeira de propinas e de presentes ainda pode respingar em muita gente por aí -apartidariamente.
Quando jegues perdem para motocicletas... - WASHINGTON NOVAES
O Estado de S.Paulo - 16/03/12
Durante esta semana, com a realização do Fórum Mundial da Água em Marselha, na França, a comunicação está bombardeando os leitores/espectadores com uma pletora de informações a esse respeito - que tranquilizam, por alguns ângulos, e inquietam, por outros.
Uma pesquisa da Universidade de Twente, na Holanda, por exemplo, diz que o mundo consome 9 trilhões de metros cúbicos de água por ano - 20% dos quais estão embutidos em produtos exportados (o que faz do Brasil grande "exportador virtual" de água). Já a ONU informou que em duas décadas mais 2 bilhões de pessoas passaram a ter acesso a água de boa qualidade; com isso se reduziu à metade a parcela da população desfavorecida; agora, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial de Saúde, 89% das pessoas (6,1 bilhões de pessoas) dispõem de água potável; e 11% (785 milhões) não a têm. Já no saneamento a situação continua dramática: 3,5 bilhões não têm suas casas ligadas a redes de esgotos. Mas nas áreas rurais dos países mais pobres 97% não têm água canalizada. A cada ano morrem no mundo 1,5 milhão de crianças (4,5 mil por dia) vitimadas por doenças transmitidas pela água, principalmente diarreias.
Mas há notícias boas, como a de que se conseguiu em uma década economizar na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) - quase 20 milhões de pessoas - cerca de 14 bilhões de litros mensais de água com programas de combate a perdas (vazamentos e furtos), que eram de 32% do total de água posta à disposição pelas estações de tratamento; hoje as perdas estão em 25,6% e se pretende chegar em 2019 a entre 10% e 15%, com investimentos de R$ 4,3 bilhões (Estado, 1.º/3). É uma situação muito melhor que a média brasileira nas cidades, onde as perdas estão próximas de 40% do total.
Na RMSP a disponibilidade de água é de 146 mil litros anuais por habitante (400 litros/dia). Mesmo se reduzirmos as perdas a 15%, ainda estaremos longe do Japão (que nos está fornecendo tecnologia), onde essa perda é de 3%. Aqui, um dos dramas está na extensão das redes - 32,7 mil km na RMSP. Mas é uma questão vital, porque a região metropolitana só dispõe de 1,6% da água do País. E mesmo assim com água "viajando" até 120 km, como no sistema Cantareira.
Já no saneamento básico a situação brasileira continua constrangedora, como se tem comentado neste espaço. Só 45,7% da população (IBGE) têm suas casas conectada a redes de esgotos e, do que é coletado, apenas 37,9% recebem algum tipo de tratamento, em geral primário, que devolve aos rios metade da carga orgânica e não trata da poluição secundária e terciária. Ou seja, poluímos os cursos d'água com mais de metade dos 9,3 bilhões de litros de esgotos gerados a cada dia. Fossas sépticas em pouco mais de 50% das residências amenizam a situação; 2.495 municípios não dispõem de sistemas de esgotos. Na Região Norte do País, a situação é dramática: só 13,5% da população conta com rede de esgotos. No Nordeste, 33,8%. Só 30% das obras do PAC nesse setor foram concluídas. E a Agência Nacional de Águas (ANA) pede investimentos de R$ 22,1 bilhões em cinco anos nas infraestruturas para que não falte água na maioria dos municípios em 2025.
Com todos esses dramas, o governo federal continua a garantir que o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco - paralisado em tantos lugares, apesar do aumento dos custos - resolverá o problema do abastecimento de água no semiárido. Quando, desde o estudo de impacto ambiental, foi afirmado que 70% da água transposta iria para irrigação em grandes projetos de exportação, 26% para uso industrial e só 4% para a chamada "população difusa" - ainda assim, reforçando o abastecimento em cidades que chegam a desperdiçar até 70% da água que distribuem. Mais ainda, a Fundação Getúlio Vargas calcula o custo da água no Eixo Leste em R$ 0,13 por metro cúbico, quando a média nacional é de R$ 0,02.
Em certos momentos, a impressão é de que se reserva para o Nordeste certa cota de notícias indesejáveis. Uma delas é na área do abastecimento de comunidades isoladas, aonde não chegará água da transposição. Há muitos anos uma coligação de ONGs - chamada de Articulação do Semiárido - vem instalando nesses locais as chamadas cisternas de placa, com revestimento de concreto para impedir que se infiltre na terra a água de chuvas recolhida nos telhados e para elas canalizada. Cada cisterna consegue abastecer com 20 litros diários cada pessoa de uma família, na estiagem. Ao custo de pouco mais de R$ 1 mil por unidade, já foram construídas mais de 300 mil e é preciso implantar outras centenas de milhares. Pois bem, há poucas semanas o governo federal anunciou que substituiria as cisternas de placa por cisternas de plástico, muito mais caras (R$ 5 mil cada). E algumas das primeiras instaladas, com três meses ao sol, já se estão derretendo (texto e fotos de Roberto Malvezzi/CPT, 5/3), quando tinham "garantia" de 15 anos. O governo federal já recuou de 300 mil para 60 mil cisternas de plástico e assegura que o derretimento foi apenas um "acidente" já resolvido - mas ainda não faz sentido. Sem falar que poderia optar também pelas minibarragens desenvolvidas pela Embrapa Sete Lagoas.
Não bastasse, o Ministério da Agricultura pensa agora em liberar variedades de mandioca resistentes ao glifosato (usado com transgênicos), quando a mandioca, a mais brasileira das variedades de alimento, mais adaptada aos nossos solos, não costuma precisar nem de fertilizantes nem de agrotóxicos.
Devem estar estimulados por tantos descaminhos produtores nordestinos que decidiram agora vender à China 300 mil jegues por ano, para serem abatidos pelas indústrias de cosméticos e alimentos (remaatlantico, 7/3). Dizem os exportadores que não há mais lugar para jegues, substituídos no sertão por motocicletas.
Glauber Rocha, lá do seu canto, deve estar pensando que o sertão vai mesmo virar mar e o mar vai virar sertão.
A situação da oposição - TUTTY VASQUES
O ESTADÃO - 16/03/12
O rompimento dos senadores do PR com o governo é, a rigor, má notícia para todo mundo: a presidente Dilma perdeu sete votos na casa legislativa e a oposição ganhou a companhia de Blairo Maggi. Nada tão grave quanto o relacionamento de Demóstenes Torres com Carlinhos Cachoeira e, convenhamos, tem coisa muito pior na base aliada do governo. O problema da chegada de Blairo Maggi à oposição é o precedente que isso abre na fronteira com a situação que atravessa o Palácio do Planalto. Imagina se, no rastro do PR de Blairo, o PMDB do Renan Calheiros e o PDT do Carlos Lupi tomarem o mesmo caminho, trazendo o Sarney, o Romero Jucá, o Paulinho da Força e o Amazonino Mendes para a mesma trincheira de José Agripino Maia, Ronaldo Caiado e Álvaro Dias. Já pensou? Não à toa, Aécio Neves está visivelmente preocupado com os rumos de sua candidatura em 2014. O senador nunca foi apegado ao conceito puro sangue em política, mas pondera que “tudo tem limite, sô”! Já disse a amigos que, para se eleger com essa turma que dá governabilidade a Dilma, prefere deixar o Serra realizar seu velho sonho político na presidência da República.Novo exílioÉ o tipo de coisa que deixa Ricardo Teixeira magoado: Parece que um vizinho dele em Boca Raton voltou com a família para Cuba ao saber que o ex-presidente da CBF pretende agora passar a maior parte de seu tempo por lá
CândiddoO numerólogo do deputado Cândido Vaccarezza o aconselhou a também dobrar um dos dês de seu nome! Se deu super certo com o cê e o zê do sobrenome, não custa nada tentar, né?
Politicamente corretaA CBF deve ser o único lugar do Brasil onde os mais velhos têm prioridade no trabalho. Tal critério garantiu José Maria Marin na presidência da entidade.
SortudaA funcionária a serviço da Infraero que caiu ontem em bueiro aberto no Aeroporto Internacional do Rio devia dar graças a Deus. Já pensou se pensou se ele explode com ela lá dentro?
Chute no traseiroA candidatura de Nicolas Sarkozy só ganhou ritmo nas pesquisas depois que ele resolveu “se donner un coup de pied aux fesses” dos imigrantes .
Evidência de criseLula ficou chocado ao saber que a Bienal do Livro de Brasília vai pagar R$ 5 mil por palestra de José Dirceu. O ex-presidente cobrava R$ 200 mil quando se afastou para cuidar da saúde.
Perda totalDemóstenes Torres está virando uma espécie de Antônio Palocci da direita. Não sabe como explicar nada do que pesa contra ele.
Experimenta só!Aviso aos bajuladores de plantão na Praça dos Três Poderes: o novo presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, adora que lhe elogiem o penteado!!
O Sarah - FERNANDA TORRES
FOLHA DE SP - 16/03/12
O resultado é uma visão ampla das enfermidades, anseios, carências, dores e prazeres do paciente
Domingos Oliveira, que diz ter testemunhado o fim do comunismo, do casamento, da psicanálise e do humanismo, acompanha agora o enterro de mais uma utopia. Ouvi da boca de economistas: o capitalismo fez a passagem.
A competição desenfreada levou a humanidade para a zona de risco até irmos todos à bancarrota. O Estado pagou a conta, como na velha tradição soviética. Não adianta controlar demais, e nem de menos.
Em 1960, o ortopedista Aloysio Campos da Paz deixou a família com larga tradição na medicina do Rio de Janeiro para se aventurar na implantação de Brasília.
Seu primeiro emprego foi em um hospital de campanha, atendendo os candangos acidentados do gigantesco parque de obras.
Uma década depois, chamado pelos generais, assumiu o hospital Sarah Kubitschek, um centro de reabilitação motora fundado pela ex-primeira dama.
Lúcia Willadino Braga veio com os parentes do Sul e foi aluna de Paz. Nas poucas escolas da capital do futuro, todas públicas, estudavam o filho do ministro e o do porteiro. "Havia um sentido de comunidade. Éramos poucos e todos se conheciam."
A agudeza da estudante de 17 anos levou Paz a dar sinal verde para que Lúcia iniciasse a sua pesquisa de recuperação por meio da arte. "Se um médico não leu 'Moby Dick', como ele pode ser médico?", ela costuma dizer. A parceria dura até hoje.
O Sarah foi fundado em um gabinete. O primeiro hospital modelo foi inaugurado em 1980. Em 1991, com aprovação por voto no Senado e na Câmara, a verba da instituição passou a sair diretamente da União para a conta da sociedade de direito privado, sem fins lucrativos. Com essa independência, a rede foi ampliada.
A cada novo presidente, e foram muitos, o arranjo é questionado. Por que proteger alguns dos interesses partidários que disputam o orçamento ministerial enquanto os outros guerreiam nas emergências do SUS? Uma breve rodada pela internet já denuncia a agressiva divisão de opiniões. A única justificativa para a sobrevida do Sarah é a excelência do seu serviço.
A criadora do "Braga's Method" é uma assalariada, deve ganhar menos do que um profissional da sua altura em um consultório particular, mas conta com uma rede hospitalar de vanguarda que ajudou a criar. Os equipamentos são projetados por eles, e os médicos não têm outro emprego. No Rio, um passeio pelo complexo arquitetônico verde de João Figueira Lima, o Lelé, atravessa sessões de dança de salão, pintura, piscinas com esteiras submersas e auditório futurista. É um mundo que repete a Brasília da menina Lúcia, onde o engenheiro, o cientista e o peão conviviam próximos, cercados pela audácia estética de Niemeyer.
"O pessoal da limpeza olha no microscópio para entender o porquê da faxina", explica Lúcia.
Ali, a corrupção não devora recursos, não há trocas políticas e nem mercantis. "Se sou patrocinada por uma empresa farmacêutica, terei que usar esse ou aquele medicamento. Na medicina pública, escolhe-se o melhor." Parece delírio, mas não é. A rede atende a 2 milhões de pessoas democrática e gratuitamente, exporta descobertas e presta contas.
Não falo com isenção. A mistura de alto conhecimento científico com prescrições singelas, e igualmente importantes, como um passeio à beira-mar, salvou meu pai do labirinto de fármacos dos especialistas.
O Sarah não opera intestino e nem enfrenta doenças infectocontagiosas. Focado na ortopedia e na neurologia, sua ciência estuda a relação entre o corpo e a mente, a carne e o espírito.
O resultado é uma visão ampla das enfermidades, anseios, carências, dores e prazeres do paciente; palavra que Lúcia detesta.
A história do Sarah se baseia na persistência de um grupo de profissionais capacitados, que encontraram brechas para crescer com audácia em sociedade com o governo. É uma experiência que extrapola o setor de saúde e ensina a respeito de uma possível terceira via entre o totalitarismo de Estado e a voracidade do livre mercado.
O trabalho de Paz e Braga também recupera valores humanos como a ética, a família, a arte e a filosofia. É um hospital modelo para muitas de nossas mazelas.
O resultado é uma visão ampla das enfermidades, anseios, carências, dores e prazeres do paciente
Domingos Oliveira, que diz ter testemunhado o fim do comunismo, do casamento, da psicanálise e do humanismo, acompanha agora o enterro de mais uma utopia. Ouvi da boca de economistas: o capitalismo fez a passagem.
A competição desenfreada levou a humanidade para a zona de risco até irmos todos à bancarrota. O Estado pagou a conta, como na velha tradição soviética. Não adianta controlar demais, e nem de menos.
Em 1960, o ortopedista Aloysio Campos da Paz deixou a família com larga tradição na medicina do Rio de Janeiro para se aventurar na implantação de Brasília.
Seu primeiro emprego foi em um hospital de campanha, atendendo os candangos acidentados do gigantesco parque de obras.
Uma década depois, chamado pelos generais, assumiu o hospital Sarah Kubitschek, um centro de reabilitação motora fundado pela ex-primeira dama.
Lúcia Willadino Braga veio com os parentes do Sul e foi aluna de Paz. Nas poucas escolas da capital do futuro, todas públicas, estudavam o filho do ministro e o do porteiro. "Havia um sentido de comunidade. Éramos poucos e todos se conheciam."
A agudeza da estudante de 17 anos levou Paz a dar sinal verde para que Lúcia iniciasse a sua pesquisa de recuperação por meio da arte. "Se um médico não leu 'Moby Dick', como ele pode ser médico?", ela costuma dizer. A parceria dura até hoje.
O Sarah foi fundado em um gabinete. O primeiro hospital modelo foi inaugurado em 1980. Em 1991, com aprovação por voto no Senado e na Câmara, a verba da instituição passou a sair diretamente da União para a conta da sociedade de direito privado, sem fins lucrativos. Com essa independência, a rede foi ampliada.
A cada novo presidente, e foram muitos, o arranjo é questionado. Por que proteger alguns dos interesses partidários que disputam o orçamento ministerial enquanto os outros guerreiam nas emergências do SUS? Uma breve rodada pela internet já denuncia a agressiva divisão de opiniões. A única justificativa para a sobrevida do Sarah é a excelência do seu serviço.
A criadora do "Braga's Method" é uma assalariada, deve ganhar menos do que um profissional da sua altura em um consultório particular, mas conta com uma rede hospitalar de vanguarda que ajudou a criar. Os equipamentos são projetados por eles, e os médicos não têm outro emprego. No Rio, um passeio pelo complexo arquitetônico verde de João Figueira Lima, o Lelé, atravessa sessões de dança de salão, pintura, piscinas com esteiras submersas e auditório futurista. É um mundo que repete a Brasília da menina Lúcia, onde o engenheiro, o cientista e o peão conviviam próximos, cercados pela audácia estética de Niemeyer.
"O pessoal da limpeza olha no microscópio para entender o porquê da faxina", explica Lúcia.
Ali, a corrupção não devora recursos, não há trocas políticas e nem mercantis. "Se sou patrocinada por uma empresa farmacêutica, terei que usar esse ou aquele medicamento. Na medicina pública, escolhe-se o melhor." Parece delírio, mas não é. A rede atende a 2 milhões de pessoas democrática e gratuitamente, exporta descobertas e presta contas.
Não falo com isenção. A mistura de alto conhecimento científico com prescrições singelas, e igualmente importantes, como um passeio à beira-mar, salvou meu pai do labirinto de fármacos dos especialistas.
O Sarah não opera intestino e nem enfrenta doenças infectocontagiosas. Focado na ortopedia e na neurologia, sua ciência estuda a relação entre o corpo e a mente, a carne e o espírito.
O resultado é uma visão ampla das enfermidades, anseios, carências, dores e prazeres do paciente; palavra que Lúcia detesta.
A história do Sarah se baseia na persistência de um grupo de profissionais capacitados, que encontraram brechas para crescer com audácia em sociedade com o governo. É uma experiência que extrapola o setor de saúde e ensina a respeito de uma possível terceira via entre o totalitarismo de Estado e a voracidade do livre mercado.
O trabalho de Paz e Braga também recupera valores humanos como a ética, a família, a arte e a filosofia. É um hospital modelo para muitas de nossas mazelas.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 16/03/12
Embraer fecha compra de participação em portuguesa
A Embraer concluiu na terça-feira a compra da participação da Eads (European Aeronautic Defense and Space Company) na Airholding, SGPS, S.A. O investimento foi de € 13 milhões (cerca de R$ 31 milhões).
A Embraer passa a deter 100% do capital da Airholding e, por consequência, 65% do controle acionário da Ogma (Indústria Aeronáutica de Portugal S.A.).
A Airholding é um consórcio formado em 2005, pela Embraer e pela EADS, constituído em Portugal com o propósito específico de deter 65% de participação acionária na Ogma.
O governo português vai permanecer com 35% das ações da Ogma por meio da Empordef (Empresa Portuguesa de Defesa).
A Ogma, uma empresa de mais de 90 anos, faz manutenção de aeronaves e fabrica segmentos de estruturas para aviões.
"Ampliamos o controle e faremos investimentos adicionais", diz Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.
A fábrica em Alverca (30 kms de Lisboa) será ampliada para produzir componentes do cargueiro KC-390.
"Será um produto brasileiro. Os aviões serão produzidos aqui, com componentes que virão de lá para cá."
O governo de Portugal vai adquirir os cargueiros no futuro, de acordo com Aguiar.
"Há o compromisso de Portugal, mas ainda não sabemos quantos serão. O contrato será fechado no médio prazo porque ainda estamos desenvolvendo a aeronave."
"O governo português não tem exigência de conteúdo nacional para a aquisição de aeronaves", afirma.
Apenas dois funcionários serão brasileiros.
"Ter um cliente europeu usando um cargueiro nosso é importante para nós. Criamos emprego lá, exportações e serviços. Em contrapartida, geramos dividendos e produzimos aqui também."
Venda de pacote turístico para a Grécia despenca no Brasil
As vendas de viagens de turismo para a Grécia praticamente pararam desde o fim do ano passado no Brasil.
A queda estimada é de cerca de 90%, segundo Marco Ferraz, presidente da Braztoa (associação de operadoras).
"Estávamos vendendo bem em 2011, até que começaram as imagens de manifestações, greves e tumultos. Tivemos muitos cancelamentos", diz.
Queda semelhante ocorreu meses antes no Egito. "Mas no Egito, como o movimento era para derrubar governo, o impacto foi maior. Ainda não resgatamos as vendas."
Os poucos visitantes enviados para a Grécia hoje são os que têm cruzeiros com passagem pelo país e ficam por alguns dias em terra, segundo Leonel Rossi, da Abav (associação de agências).
"Em tempo de crise há hotéis mais baratos. Crise atrai turista, desde que não haja estresse associado. Correr o risco de não ter serviço de táxi ninguém quer", diz Rossi.
Na Agaxtur, as vendas para Grécia e Egito secaram, segundo diz Aldo Leone Filho, presidente da empresa. "Crise pode atrair. Mire-se no exemplo dos EUA, que estão explodindo em vendas. O que espanta são as manifestações sociais", afirma Filho.
90% é a queda estimada nas vendas de pacotes de viagens para a Grécia
TATAME NO NORDESTE
A Nissin Ajinomoto Alimentos, joint venture brasileira formada pelas duas empresas japonesas, investirá
R$ 46 milhões em sua segunda fábrica no país.
A planta será instalada em Glória do Goitá (PE) e terá capacidade para produzir 1.200 pacotes de macarrão instantâneo por minuto.
"Estamos buscando crescimento no Nordeste. Ter uma fábrica nesta região permitirá expandir a capacidade de produção e melhorar a eficiência na distribuição", afirma o diretor-presidente da companhia, Mitsuaki Morihiro.
A empresa tem 60% do mercado nacional do setor. No Nordeste, porém, o "market share" é de 45%; em Pernambuco, de 39%.
A outra fábrica da joint venture fica em Ibiúna (SP).
A Nissin tem 30 plantas industriais no mundo e está construindo, além da brasileiras, outras três -na Índia, no Vietnã e na Tailândia.
VIAGEM MAIS CARA
O preço das diárias dos hotéis cresceu 4% no ano passado, em relação a 2010, segundo o estudo mundial HPI (Hotel Price Index).
Os valores, porém, ainda estão mais baixos que os de 2005, devido a uma queda de 13% em 2009.
Entre os países que registraram maiores altas em 2011 estão Itália e Espanha, em especial as regiões litorâneas, onde o aumento médio foi de 40%. As maiores quedas, de 30%, ocorreram no Egito, na Tunísia e na Líbia, afetados pela Primavera Árabe.
O valor da hospedagem no Brasil aumentou mais no verão, quando, devido à desvalorização momentânea do real, os brasileiros optaram por ficar no país em vez de ir para o exterior, segundo o estudo.
A pesquisa, realizada desde 2004, analisou os dados de 142 mil hotéis em 85 países.
Gás O Sindigás e a ANP lançam em Campinas uma campanha para ajudar o consumidor de gás LP a identificar as revendas autorizadas de botijão. Postos de venda cadastrados receberão placas, adesivos para os veículos e crachá para os entregadores.
Passarela O estilista Ricardo Almeida é agora consultor de tendências e negócios da marca de roupas The Candy Shop Flavor, grife de Roberta Alonso e do ator Paulo Vilhena. A marca foi fundada em 2008 e, agora, deverá se expandir pelo país.
Gestão... A FGV-Eaesp lançará uma cartilha sobre o desenvolvimento de políticas públicas de fomento ao empreendedorismo, elaborada com apoio do Prosperity Fund, da Embaixada Britânica.
...pública O trabalho inclui enquete para o diagnóstico da eficácia das políticas implementadas e indicadores de políticas públicas para o desenvolvimento dos negócios.
Roupa... A Gregory, marca de moda feminina, vai inaugurar lojas em ao menos sete Estados do país neste ano.
...feminina A rede, que tem 83 lojas no país, sendo metade delas franquias, também estuda novas operações em Blumenau (SC), Bauru (SP), Joinville (SC), Juiz de Fora (MG), Novo Hamburgo (RS), Uberaba (MG) e Vitória (ES).
Embraer fecha compra de participação em portuguesa
A Embraer concluiu na terça-feira a compra da participação da Eads (European Aeronautic Defense and Space Company) na Airholding, SGPS, S.A. O investimento foi de € 13 milhões (cerca de R$ 31 milhões).
A Embraer passa a deter 100% do capital da Airholding e, por consequência, 65% do controle acionário da Ogma (Indústria Aeronáutica de Portugal S.A.).
A Airholding é um consórcio formado em 2005, pela Embraer e pela EADS, constituído em Portugal com o propósito específico de deter 65% de participação acionária na Ogma.
O governo português vai permanecer com 35% das ações da Ogma por meio da Empordef (Empresa Portuguesa de Defesa).
A Ogma, uma empresa de mais de 90 anos, faz manutenção de aeronaves e fabrica segmentos de estruturas para aviões.
"Ampliamos o controle e faremos investimentos adicionais", diz Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.
A fábrica em Alverca (30 kms de Lisboa) será ampliada para produzir componentes do cargueiro KC-390.
"Será um produto brasileiro. Os aviões serão produzidos aqui, com componentes que virão de lá para cá."
O governo de Portugal vai adquirir os cargueiros no futuro, de acordo com Aguiar.
"Há o compromisso de Portugal, mas ainda não sabemos quantos serão. O contrato será fechado no médio prazo porque ainda estamos desenvolvendo a aeronave."
"O governo português não tem exigência de conteúdo nacional para a aquisição de aeronaves", afirma.
Apenas dois funcionários serão brasileiros.
"Ter um cliente europeu usando um cargueiro nosso é importante para nós. Criamos emprego lá, exportações e serviços. Em contrapartida, geramos dividendos e produzimos aqui também."
Venda de pacote turístico para a Grécia despenca no Brasil
As vendas de viagens de turismo para a Grécia praticamente pararam desde o fim do ano passado no Brasil.
A queda estimada é de cerca de 90%, segundo Marco Ferraz, presidente da Braztoa (associação de operadoras).
"Estávamos vendendo bem em 2011, até que começaram as imagens de manifestações, greves e tumultos. Tivemos muitos cancelamentos", diz.
Queda semelhante ocorreu meses antes no Egito. "Mas no Egito, como o movimento era para derrubar governo, o impacto foi maior. Ainda não resgatamos as vendas."
Os poucos visitantes enviados para a Grécia hoje são os que têm cruzeiros com passagem pelo país e ficam por alguns dias em terra, segundo Leonel Rossi, da Abav (associação de agências).
"Em tempo de crise há hotéis mais baratos. Crise atrai turista, desde que não haja estresse associado. Correr o risco de não ter serviço de táxi ninguém quer", diz Rossi.
Na Agaxtur, as vendas para Grécia e Egito secaram, segundo diz Aldo Leone Filho, presidente da empresa. "Crise pode atrair. Mire-se no exemplo dos EUA, que estão explodindo em vendas. O que espanta são as manifestações sociais", afirma Filho.
90% é a queda estimada nas vendas de pacotes de viagens para a Grécia
TATAME NO NORDESTE
A Nissin Ajinomoto Alimentos, joint venture brasileira formada pelas duas empresas japonesas, investirá
R$ 46 milhões em sua segunda fábrica no país.
A planta será instalada em Glória do Goitá (PE) e terá capacidade para produzir 1.200 pacotes de macarrão instantâneo por minuto.
"Estamos buscando crescimento no Nordeste. Ter uma fábrica nesta região permitirá expandir a capacidade de produção e melhorar a eficiência na distribuição", afirma o diretor-presidente da companhia, Mitsuaki Morihiro.
A empresa tem 60% do mercado nacional do setor. No Nordeste, porém, o "market share" é de 45%; em Pernambuco, de 39%.
A outra fábrica da joint venture fica em Ibiúna (SP).
A Nissin tem 30 plantas industriais no mundo e está construindo, além da brasileiras, outras três -na Índia, no Vietnã e na Tailândia.
VIAGEM MAIS CARA
O preço das diárias dos hotéis cresceu 4% no ano passado, em relação a 2010, segundo o estudo mundial HPI (Hotel Price Index).
Os valores, porém, ainda estão mais baixos que os de 2005, devido a uma queda de 13% em 2009.
Entre os países que registraram maiores altas em 2011 estão Itália e Espanha, em especial as regiões litorâneas, onde o aumento médio foi de 40%. As maiores quedas, de 30%, ocorreram no Egito, na Tunísia e na Líbia, afetados pela Primavera Árabe.
O valor da hospedagem no Brasil aumentou mais no verão, quando, devido à desvalorização momentânea do real, os brasileiros optaram por ficar no país em vez de ir para o exterior, segundo o estudo.
A pesquisa, realizada desde 2004, analisou os dados de 142 mil hotéis em 85 países.
Gás O Sindigás e a ANP lançam em Campinas uma campanha para ajudar o consumidor de gás LP a identificar as revendas autorizadas de botijão. Postos de venda cadastrados receberão placas, adesivos para os veículos e crachá para os entregadores.
Passarela O estilista Ricardo Almeida é agora consultor de tendências e negócios da marca de roupas The Candy Shop Flavor, grife de Roberta Alonso e do ator Paulo Vilhena. A marca foi fundada em 2008 e, agora, deverá se expandir pelo país.
Gestão... A FGV-Eaesp lançará uma cartilha sobre o desenvolvimento de políticas públicas de fomento ao empreendedorismo, elaborada com apoio do Prosperity Fund, da Embaixada Britânica.
...pública O trabalho inclui enquete para o diagnóstico da eficácia das políticas implementadas e indicadores de políticas públicas para o desenvolvimento dos negócios.
Roupa... A Gregory, marca de moda feminina, vai inaugurar lojas em ao menos sete Estados do país neste ano.
...feminina A rede, que tem 83 lojas no país, sendo metade delas franquias, também estuda novas operações em Blumenau (SC), Bauru (SP), Joinville (SC), Juiz de Fora (MG), Novo Hamburgo (RS), Uberaba (MG) e Vitória (ES).
Às claras - REGINA ALVAREZ
O GLOBO - 16/03/12
A ata do Copom foi esclarecedora. Depois de anunciar de forma telegráfica o corte na taxa básica de juros em 0,75 ponto, na semana passada, o Banco Central detalhou ontem na ata seus motivos. E foi além, ao sinalizar o que pretende até o fim de 2012, ou seja, o piso da Selic para o ano, de 9%. O documento traz informações importantes sobre os cenários para a economia, que refletem também os desafios que o governo tem pela frente para fazê-la crescer.
Fica claro, por exemplo, que o crescimento em 2012 depende muito mais do mercado interno, pois as fontes externas que turbinaram o PIB no passado recente estão secando.
O economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, destaca alguns pontos da ata que considera relevantes. Um deles é a confirmação de que houve uma deterioração do cenário externo maior do que o esperado e isso vai permanecer por um bom tempo. O mega estímulo que o Brasil vinha recebendo por meio da balança comercial estancou e já se observa um movimento no sentido contrário.
- Andar com as próprias pernas é o maior desafio no momento - destaca. Outro aspecto importante é a ênfase que o Banco Central deu na ata à política fiscal. Na visão do economista, está claro que a estratégia para viabilizar a redução dos juros passa por uma política fiscal restritiva, com cortes em despesas e um esforço para cumprir a meta de superávit primário cheia, como prometido pela equipe econômica. O problema é que o impacto negativo do ajuste fiscal pesará mais no PIB do que o estímulo positivo da política monetária. Nessa equação, as variáveis puxam mais o produto para baixo do que para cima. - A política fiscal vai puxar pra baixo, o setor externo, também, e os investimentos não serão tão fortes por conta da ociosidade da indústria - destaca.
O economista Luis Otávio Leal, do banco ABC Brasil, lembra que se a economia crescer estimulada pelo consumo interno há o risco de a inflação de serviços, que já pressiona o índice, aumentar e a indústria recorrer cada vez mais às importações, prejudicando a balança comercial e aumentando a vulnerabilidade externa.
Leal viu na ata a intenção clara do BC no sentido de estimular o crescimento, mas destaca um outro recado, que é o comprometimento com o sistema de metas e o controle da inflação.
- Sinalizar com juros de 9% foi uma tentativa de frear as expectativas de inflação. O BC quis dizer que tem um piso para os juros e, portanto, não está rasgando o manual.
Desafio ao crescimento
Embora o governo federal tenha aumentado os investimentos públicos nos últimos anos e faça grande publicidade em torno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as taxas ainda estão muito aquém do necessário para estimular o crescimento da economia. A fatia de investimentos é pequena em relação aos gastos correntes. E ainda encolheu em 2011, na comparação com o ano anterior. O investimento público global correspondia a uma fatia de 21% das despesas correntes no começo da década de 70, enquanto hoje está na faixa de 7%, ou seja, um terço daquele percentual.
- A diferença entre o gasto corrente e os investimentos ainda é muito grande, mesmo o investimento tendo crescido - observa Velloso.
A impressão de que o país está muito melhor do que as economias avançadas , na visão do economista, é falsa, porque está calçada na dívida e não considera os gargalos na infraestrutura. Ele cita o exemplo de Portugal, visto como a bola da vez na crise da Zona do Euro:
- Eles fizeram há anos o que a gente não consegue fazer. O desafio pela frente é muito grande.
Intransferível
A presidente Dilma Rousseff decidiu convidar pessoalmente algumas personalidades para a Rio + 20. Fez isso com Angela Merkel, na visita à Alemanha, e fará o mesmo com o presidente Obama, em abril, quando viaja aos EUA. Faz parte do esforço para tornar a conferência a maior da história das Nações Unidas.
Precaução
Antes de propor qualquer mudança nas regras da caderneta de poupança, o governo quer fazer uma grande campanha de esclarecimento à sociedade, mostrando, por exemplo, que os pequenos poupadores não serão prejudicados e como o país ganha com a queda dos juros. O maior desafio neste caso é a comunicação, avalia o governo, pois qualquer ruído pode causar estragos, relembrando o trauma do confisco do Plano Collor. Aquilo ninguém esquece, diz uma fonte.
Fica claro, por exemplo, que o crescimento em 2012 depende muito mais do mercado interno, pois as fontes externas que turbinaram o PIB no passado recente estão secando.
O economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, destaca alguns pontos da ata que considera relevantes. Um deles é a confirmação de que houve uma deterioração do cenário externo maior do que o esperado e isso vai permanecer por um bom tempo. O mega estímulo que o Brasil vinha recebendo por meio da balança comercial estancou e já se observa um movimento no sentido contrário.
- Andar com as próprias pernas é o maior desafio no momento - destaca. Outro aspecto importante é a ênfase que o Banco Central deu na ata à política fiscal. Na visão do economista, está claro que a estratégia para viabilizar a redução dos juros passa por uma política fiscal restritiva, com cortes em despesas e um esforço para cumprir a meta de superávit primário cheia, como prometido pela equipe econômica. O problema é que o impacto negativo do ajuste fiscal pesará mais no PIB do que o estímulo positivo da política monetária. Nessa equação, as variáveis puxam mais o produto para baixo do que para cima. - A política fiscal vai puxar pra baixo, o setor externo, também, e os investimentos não serão tão fortes por conta da ociosidade da indústria - destaca.
O economista Luis Otávio Leal, do banco ABC Brasil, lembra que se a economia crescer estimulada pelo consumo interno há o risco de a inflação de serviços, que já pressiona o índice, aumentar e a indústria recorrer cada vez mais às importações, prejudicando a balança comercial e aumentando a vulnerabilidade externa.
Leal viu na ata a intenção clara do BC no sentido de estimular o crescimento, mas destaca um outro recado, que é o comprometimento com o sistema de metas e o controle da inflação.
- Sinalizar com juros de 9% foi uma tentativa de frear as expectativas de inflação. O BC quis dizer que tem um piso para os juros e, portanto, não está rasgando o manual.
Desafio ao crescimento
Embora o governo federal tenha aumentado os investimentos públicos nos últimos anos e faça grande publicidade em torno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as taxas ainda estão muito aquém do necessário para estimular o crescimento da economia. A fatia de investimentos é pequena em relação aos gastos correntes. E ainda encolheu em 2011, na comparação com o ano anterior. O investimento público global correspondia a uma fatia de 21% das despesas correntes no começo da década de 70, enquanto hoje está na faixa de 7%, ou seja, um terço daquele percentual.
- A diferença entre o gasto corrente e os investimentos ainda é muito grande, mesmo o investimento tendo crescido - observa Velloso.
A impressão de que o país está muito melhor do que as economias avançadas , na visão do economista, é falsa, porque está calçada na dívida e não considera os gargalos na infraestrutura. Ele cita o exemplo de Portugal, visto como a bola da vez na crise da Zona do Euro:
- Eles fizeram há anos o que a gente não consegue fazer. O desafio pela frente é muito grande.
Intransferível
A presidente Dilma Rousseff decidiu convidar pessoalmente algumas personalidades para a Rio + 20. Fez isso com Angela Merkel, na visita à Alemanha, e fará o mesmo com o presidente Obama, em abril, quando viaja aos EUA. Faz parte do esforço para tornar a conferência a maior da história das Nações Unidas.
Precaução
Antes de propor qualquer mudança nas regras da caderneta de poupança, o governo quer fazer uma grande campanha de esclarecimento à sociedade, mostrando, por exemplo, que os pequenos poupadores não serão prejudicados e como o país ganha com a queda dos juros. O maior desafio neste caso é a comunicação, avalia o governo, pois qualquer ruído pode causar estragos, relembrando o trauma do confisco do Plano Collor. Aquilo ninguém esquece, diz uma fonte.
Dilma, Collor e Ideli - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 16/03/12
Imagine, leitor, Dilma anunciando com sua voz grave que trabalha por um Brasil grande; e o PMDB de Renan Calheiros, o PTB de Roberto Jefferson e o PR de Valdemar Costa Neto puxam-lhe o tapete. Com quem você acha que o povo ficaria?
Muito se falou nas últimas 24 horas sobre os alertas que o senador Fernando Collor (PTB-AL) fez no Senado ao dizer que a presidente Dilma Rousseff incorre no mesmo erro que ele, desprezando os políticos tradicionais. Vale, entretanto, colocar as declarações do ex-presidente nos devidos contextos históricos.
Para começar, Collor tinha um partido pequeno, construído em cima das benesses do poder. Dilma tem um partido grande, o PT. Embora uma parte expressiva do partido esteja inconformada com a destituição de Cândido Vaccarezza (PT-SP) do cargo de líder do governo na Câmara, os petistas não vão atear fogo às vestes permitindo que a situação chegue ao ponto de tirar a presidente do cargo para colocar o vice Michel Temer, do PMDB.
Segundo, vejamos a população. O prestígio de Collor estava em frangalhos quando ele caiu. Isso porque, paralelamente às denúncias de corrupção e à saraivada de contas fantasmas gerenciadas pelo finado Paulo César Farias - o tesoureiro da campanha collorida - todos os planos econômicos fracassaram. A decepção se deu logo na largada, com o confisco da poupança. Dias antes do impeachment, Fernando Collor chamou os brasileiros às ruas para apoiá-lo. Na TV, conclamou todos a sair de verde e amarelo em defesa de seu governo. O Brasil se vestiu de preto. Precisa dizer mais?
Por falar em TV...
Imagine, leitor, Dilma na TV hoje pedindo apoio à população porque os políticos tradicionais boicotam seu governo. Ou Dilma anunciando com sua voz grave que sonhou com um Brasil grande; e o PMDB de Renan Calheiros, o PTB de Roberto Jefferson e o PR de Valdemar Costa Neto não deixam, puxam-lhe o tapete para retomar o poder. Com quem você acha que o povo ficaria? Dilma, ao tirar Romero Jucá (PMDB-RR), expôs os políticos tradicionais. A classe política está em baixa e a situação não vai melhorar se, daqui para frente, eles inventarem motivos para derrubá-la ou inviabilizarem o crescimento econômico.
É certo também que a presidente não pode levar tudo ao estilo "faca na bota" como se diz no Rio Grande do Sul, onde ela fez política. À presidente, cabe resolver diferenças pelo diálogo, de forma cordata e afável. Bater, sem machucar. Ao mesmo tempo, não é possível ceder a tudo que os partidos desejam. O PT, por exemplo, não tem por que brigar. No saldo de ministérios, ainda é o grande vencedor. Não perdeu um milímetro sequer nesta dança das cadeiras, à exceção, é claro, da luta de tendências em São Paulo - considerado o centro dos males petistas e tucanos.
Por falar em centro dos males...
Ontem, não eram poucos os políticos que citavam a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, como a grande responsável pela maioria das tensões que vive a base governista. Mencionavam como tropeços a retirada da venda de bebidas alcoólicas do texto da Lei da Copa (ontem o governo voltou atrás), a forma como ela tratou o PR na conversa de quarta-feira com o senador Blairo Maggi (MT) e, ainda, as reuniões sobre o código florestal.
No Planalto, há quem diga ser bom lembrar que Ideli não dá um passo sem ordem da chefe. Portanto, só sai se não houver qualquer alternativa. Os palacianos chamam a atenção ainda para o fato de Dilma ter sido politicamente forjada na guerrilha, nos porões da ditadura, onde a lealdade aos companheiros valia preservar-lhes a vida. Não é de seu feitio abandonar quem lhe é leal, nem deixar companheiros pelo caminho. Talvez seja obrigada a mexer na coordenação mais à frente. Mas não o fará agora, nessa fogueira. Ela sabe que outras virão.
Para começar, Collor tinha um partido pequeno, construído em cima das benesses do poder. Dilma tem um partido grande, o PT. Embora uma parte expressiva do partido esteja inconformada com a destituição de Cândido Vaccarezza (PT-SP) do cargo de líder do governo na Câmara, os petistas não vão atear fogo às vestes permitindo que a situação chegue ao ponto de tirar a presidente do cargo para colocar o vice Michel Temer, do PMDB.
Segundo, vejamos a população. O prestígio de Collor estava em frangalhos quando ele caiu. Isso porque, paralelamente às denúncias de corrupção e à saraivada de contas fantasmas gerenciadas pelo finado Paulo César Farias - o tesoureiro da campanha collorida - todos os planos econômicos fracassaram. A decepção se deu logo na largada, com o confisco da poupança. Dias antes do impeachment, Fernando Collor chamou os brasileiros às ruas para apoiá-lo. Na TV, conclamou todos a sair de verde e amarelo em defesa de seu governo. O Brasil se vestiu de preto. Precisa dizer mais?
Por falar em TV...
Imagine, leitor, Dilma na TV hoje pedindo apoio à população porque os políticos tradicionais boicotam seu governo. Ou Dilma anunciando com sua voz grave que sonhou com um Brasil grande; e o PMDB de Renan Calheiros, o PTB de Roberto Jefferson e o PR de Valdemar Costa Neto não deixam, puxam-lhe o tapete para retomar o poder. Com quem você acha que o povo ficaria? Dilma, ao tirar Romero Jucá (PMDB-RR), expôs os políticos tradicionais. A classe política está em baixa e a situação não vai melhorar se, daqui para frente, eles inventarem motivos para derrubá-la ou inviabilizarem o crescimento econômico.
É certo também que a presidente não pode levar tudo ao estilo "faca na bota" como se diz no Rio Grande do Sul, onde ela fez política. À presidente, cabe resolver diferenças pelo diálogo, de forma cordata e afável. Bater, sem machucar. Ao mesmo tempo, não é possível ceder a tudo que os partidos desejam. O PT, por exemplo, não tem por que brigar. No saldo de ministérios, ainda é o grande vencedor. Não perdeu um milímetro sequer nesta dança das cadeiras, à exceção, é claro, da luta de tendências em São Paulo - considerado o centro dos males petistas e tucanos.
Por falar em centro dos males...
Ontem, não eram poucos os políticos que citavam a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, como a grande responsável pela maioria das tensões que vive a base governista. Mencionavam como tropeços a retirada da venda de bebidas alcoólicas do texto da Lei da Copa (ontem o governo voltou atrás), a forma como ela tratou o PR na conversa de quarta-feira com o senador Blairo Maggi (MT) e, ainda, as reuniões sobre o código florestal.
No Planalto, há quem diga ser bom lembrar que Ideli não dá um passo sem ordem da chefe. Portanto, só sai se não houver qualquer alternativa. Os palacianos chamam a atenção ainda para o fato de Dilma ter sido politicamente forjada na guerrilha, nos porões da ditadura, onde a lealdade aos companheiros valia preservar-lhes a vida. Não é de seu feitio abandonar quem lhe é leal, nem deixar companheiros pelo caminho. Talvez seja obrigada a mexer na coordenação mais à frente. Mas não o fará agora, nessa fogueira. Ela sabe que outras virão.
Combate organizado - LUIZ GARCIA
O GLOBO - 16/03/12
É preciso ter fé no empenho de policiais e juízes em enfrentarem o crime organizado. Mesmo quando suas ações parecem esforços para esvaziar o oceano com canecas - o que, desta vez, pode ser não ser uma imagem adequada.
Há quase 20 anos, a juíza Denise Frossard - que, com isso, teve direito aos habituais quinze minutos de fama nacional - determinou a prisão de 14 chefões do jogo do bicho. Foi a primeira vez em que um braço do Estado reconheceu que o bicho era, na verdade, uma fera que agia na sombra de um aparentemente inócuo passatempo popular. Foi uma iniciativa tão corajosa quanto inédita. Não teve, digamos assim, generosamente sem entrar em detalhes, efeito duradouro.
Em 2007, veio a Operação Hurricane (quem inventa esses nomes bem que poderia limitar-se ao nosso rico idioma), que remeteu ao xadrez três chefões do jogo do bicho e causou a prisão até de dois desembargadores e um juiz. Mas logo o furacão virou brisa inócua: a máquina criminosa não parou de funcionar, bem azeitada, como sempre, pela considerável fortuna dos bicheiros.
Passaram-se cinco anos e temos agora uma outra juíza em ação: Ana Paula Vieira de Carvalho, corajosa e esperançosa como Denise. Ela condenou os principais dirigentes do crime organizado - tão organizado que tem até nome: Clube Barão de Drummond, em homenagem ao inocente inventor do jogo do bicho - a penas de quase 40 anos por cabeça, além de multas somando mais de R$ 30 milhões.
Pode-se dizer que não faltam ao bando recursos para pagar as multas: dinheiro, com certeza, ele tem de sobra. Nem para as multas, nem para recorrer da sentença. Mas há esperanças de que desta vez não seja fácil derrubar uma condenação que é sustentada por mais de um ano de telefones grampeados pela Polícia Federal. Registre-se lamentavelmente que, além de bicheiros, as gravações grampearam as reputações de membros do Judiciário e advogados, acusados de participação no feio crime de venda de sentenças favoráveis aos chefões do bicho.
Seja como for e como vier a ser, deve-se reconhecer e aplaudir: nunca houve um combate tão bem organizado ao crime que ainda pode ser chamado de organizadíssimo.
Negócios à parte - SONIA RACY
O ESTADÃO - 16/03/12
Quem não deve ter gostado nada da retirada da proibição da venda de álcool do projeto da Lei Geral da Copa na Câmara é Marco Polo Del Nero, da FPF, cotado para substituir José Maria Marinna CBF.
Afinal, o relator da lei, Vicente Candido, é justamente seu sócio em escritório de advocacia que leva o nome de ambos.
Racha?
Ednaldo Rodrigues rebate declarações de Marco Polo ao Estadão: “Não é verdade que 24 federações de futebol fecharam com Marin”. Pelas contas do presidente da federação baiana, a opção por eleições na CBF tem sete outros entusiastas.
Três ovos assim
Para compensar negativa a um pedido de jantar de Estado, a Casa Branca está oferecendo a Dilma almocinho íntimo com Barack e Michelle– na área residencial.
É que a visita oficial, em 9 de abril, acontece no dia em que o casal Obama recebe crianças para a tradicional busca de ovinhos de Páscoa nos jardins da sede do governo americano.
Direto da fonte
Deputados insatisfeitos da base de apoio, ao reclamarem de Ideli Salvatti para José Sarney, ouviram: “Não foi a Ideli que endureceu. Foi aDilma”.
Munição
Ante o imbróglio do Shopping JK, cuja abertura foi barrada pela Justiça, o staff de Haddad prepara artilharia para bater no trânsito e na concessão de certidões de diretrizes a obras na cidade.
Pelo que se apurou, conta com ajuda de aliados na CET e na SP Trans para levantar contrapartidas não cumpridas.
Itabira
Pedro Drummond, neto de Carlos Drummond de Andrade, deu pitacos na reedição da obra completa do escritor (40 livros) – a ser lançada pela Cia. das Letras. José, por exemplo, sairá em versão solo.
Itabira 2
O ponto alto da festa de relançamento – anteontem, no Sesc Pinheiros – foi o rapper Emicida, que leu E agora, José?. Agradou tanto, que a diretoria da Flip esboçou interesse em repetir a dose em Paraty.
Firme e forte
Heitor Martins, da Bienal, espera para hoje – ou, no máximo, semana que vem – a decisão do Ministério da Cultura sobre quem será o parceiro da Fundação na montagem da exposição marcada para 7 de setembro. “Estão entre o MAM e o Instituto Tomie Ohtake”, contou ontem.
A situação ‘kafkiana’ (a Fundação foi proibida de receber recursos via Lei Rouanet, por problemas financeiros detectados pelo TCU, gerados antes da gestão de Martins) não abateu a equipe.
Todos continuam trabalhando dia e noite para que o evento se realize na data.
De virada
Pesquisa do International Art Market, a ser divulgada mundialmente hoje, avisa: o mercado global de arte cresceu 7% no ano passado, somando 46,1 bilhões de euros.
Culpa de quem? Dos chineses, cuja participação em leilões abertos cresceu 64%.
Encomendado pela TEFAF, o documento vem com má notícia sobre o “consumo” de arte na Europa: queda de 2% em 2011.
Tudo meu
Toni e José Bonifácio Coutinho Nogueira compraram ontem, da família Lopes de Camargo, a outra metade do jornal A Cidade, de Ribeirão Preto. Que tem 107 anos.
De fã em fã…
Deixando de lado o protocolo, Dan Stulbach, mestre de cerimônias da festa de 25 anos do Itaú Cultural, soltou: “Se ministro da Cultura tivesse voto direto, Danilo Miranda teria o meu…”.
E mais dois nomes substitutos para Ana de Hollanda corriam pela plateia do Auditório do Ibirapuera: Yacoff Sarkovas, consultor cultural, e Beth Machado, do Teatro Alfa.
Na frente
Sylvia Earle, uma das maiores oceanógrafas do mundo, estará no Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus, dia 22. Ela, que já foi chamada de “Vossa Profundidade” pelo NYTe “primeira heroína do planeta” pela revista Time, tenta um encontro com Dilma, de olho na Rio+20.
Em homenagem a Moebius, falecido no fim de semana, Arnaud Vin antecipou o lançamento do 3º álbum do mestre, Arzach. Sai em abril.
Odir Cunha e Celso Unzelte anunciam: vem aí o livro Santos – 100 Anos, 100 Jogos, 100 Ídolos.
Ana Amélia Metsavaht abre mostra na Galeria Arte Aplicada. Amanhã.
Com direção de Esther Góes, a peça A Coleção estreia hoje. No Teatro Grande Otelo.
Renata Feffer comemora cinco anos de sua Cau Chocolates. Terça, nos Jardins.
Wagner Malta Tavares abre exposição na Galeria Marilia Razuk. Amanhã.
João Afonso e Kitty Assis pilotam jantar após o concerto Música em Trancoso. Dia 21, no Terravista.
Joseph Blatter não se encontrará com José Maria Marinpor… falta de tempo. Pelo menos, é a explicação oficial.
Afinal, o relator da lei, Vicente Candido, é justamente seu sócio em escritório de advocacia que leva o nome de ambos.
Racha?
Ednaldo Rodrigues rebate declarações de Marco Polo ao Estadão: “Não é verdade que 24 federações de futebol fecharam com Marin”. Pelas contas do presidente da federação baiana, a opção por eleições na CBF tem sete outros entusiastas.
Três ovos assim
Para compensar negativa a um pedido de jantar de Estado, a Casa Branca está oferecendo a Dilma almocinho íntimo com Barack e Michelle– na área residencial.
É que a visita oficial, em 9 de abril, acontece no dia em que o casal Obama recebe crianças para a tradicional busca de ovinhos de Páscoa nos jardins da sede do governo americano.
Direto da fonte
Deputados insatisfeitos da base de apoio, ao reclamarem de Ideli Salvatti para José Sarney, ouviram: “Não foi a Ideli que endureceu. Foi aDilma”.
Munição
Ante o imbróglio do Shopping JK, cuja abertura foi barrada pela Justiça, o staff de Haddad prepara artilharia para bater no trânsito e na concessão de certidões de diretrizes a obras na cidade.
Pelo que se apurou, conta com ajuda de aliados na CET e na SP Trans para levantar contrapartidas não cumpridas.
Itabira
Pedro Drummond, neto de Carlos Drummond de Andrade, deu pitacos na reedição da obra completa do escritor (40 livros) – a ser lançada pela Cia. das Letras. José, por exemplo, sairá em versão solo.
Itabira 2
O ponto alto da festa de relançamento – anteontem, no Sesc Pinheiros – foi o rapper Emicida, que leu E agora, José?. Agradou tanto, que a diretoria da Flip esboçou interesse em repetir a dose em Paraty.
Firme e forte
Heitor Martins, da Bienal, espera para hoje – ou, no máximo, semana que vem – a decisão do Ministério da Cultura sobre quem será o parceiro da Fundação na montagem da exposição marcada para 7 de setembro. “Estão entre o MAM e o Instituto Tomie Ohtake”, contou ontem.
A situação ‘kafkiana’ (a Fundação foi proibida de receber recursos via Lei Rouanet, por problemas financeiros detectados pelo TCU, gerados antes da gestão de Martins) não abateu a equipe.
Todos continuam trabalhando dia e noite para que o evento se realize na data.
De virada
Pesquisa do International Art Market, a ser divulgada mundialmente hoje, avisa: o mercado global de arte cresceu 7% no ano passado, somando 46,1 bilhões de euros.
Culpa de quem? Dos chineses, cuja participação em leilões abertos cresceu 64%.
Encomendado pela TEFAF, o documento vem com má notícia sobre o “consumo” de arte na Europa: queda de 2% em 2011.
Tudo meu
Toni e José Bonifácio Coutinho Nogueira compraram ontem, da família Lopes de Camargo, a outra metade do jornal A Cidade, de Ribeirão Preto. Que tem 107 anos.
De fã em fã…
Deixando de lado o protocolo, Dan Stulbach, mestre de cerimônias da festa de 25 anos do Itaú Cultural, soltou: “Se ministro da Cultura tivesse voto direto, Danilo Miranda teria o meu…”.
E mais dois nomes substitutos para Ana de Hollanda corriam pela plateia do Auditório do Ibirapuera: Yacoff Sarkovas, consultor cultural, e Beth Machado, do Teatro Alfa.
Na frente
Sylvia Earle, uma das maiores oceanógrafas do mundo, estará no Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus, dia 22. Ela, que já foi chamada de “Vossa Profundidade” pelo NYTe “primeira heroína do planeta” pela revista Time, tenta um encontro com Dilma, de olho na Rio+20.
Em homenagem a Moebius, falecido no fim de semana, Arnaud Vin antecipou o lançamento do 3º álbum do mestre, Arzach. Sai em abril.
Odir Cunha e Celso Unzelte anunciam: vem aí o livro Santos – 100 Anos, 100 Jogos, 100 Ídolos.
Ana Amélia Metsavaht abre mostra na Galeria Arte Aplicada. Amanhã.
Com direção de Esther Góes, a peça A Coleção estreia hoje. No Teatro Grande Otelo.
Renata Feffer comemora cinco anos de sua Cau Chocolates. Terça, nos Jardins.
Wagner Malta Tavares abre exposição na Galeria Marilia Razuk. Amanhã.
João Afonso e Kitty Assis pilotam jantar após o concerto Música em Trancoso. Dia 21, no Terravista.
Joseph Blatter não se encontrará com José Maria Marinpor… falta de tempo. Pelo menos, é a explicação oficial.
Diferenças - MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 16/03/12
A partir da declaração do senador Fernando Collor aconselhando a presidente Dilma a dar mais atenção ao Congresso, sugerindo que foi por não ter levado em conta esse relacionamento que ele foi levado ao impeachment, pode-se discutir a atual crise política da base governamental, da qual o ex-presidente faz parte.
As situações são bem diferentes, pois Collor foi cassado por acusações diretas de corrupção que não afetam até o momento a presidente Dilma, mas seu entorno.
O número de ministros demitidos ou que tiveram que se demitir por denúncias de corrupção é um recorde, mas não houve qualquer ligação direta das denúncias com a presidente, que, bem ou mal, se livrou desses ministros.
Esse recorde indica apenas a má qualidade da equipe inicial do governo Dilma, em grande parte escolhida por Lula, dentro de uma lógica de coalizão que aparentemente Dilma está rejeitando.
Mas só aparentemente, como veremos mais adiante.
Analisando-se o que aconteceu no episódio do mensalão, quando o então presidente Lula escapou de sofrer um processo de impeachment, constataremos que isso só aconteceu por que Lula tinha uma história política anterior que lhe conferia papel importante na transição para a democracia, principalmente à frente do Sindicato dos Metalúrgicos, e um partido, o PT, com força de mobilização a nível nacional, além do apoio dos sindicatos e de outros movimentos sociais como a UNE e o MST, apoios com que Collor não contou na época, embora tenha tentado mobilizar, sem êxito, a população a seu favor.
Dilma, embora não tenha um passado de atuação partidária, tem uma história de ação política e um partido, o mesmo PT, com capacidade de mobilização nacional cada vez mais forte.
Ela não tem história política nem experiência parlamentar para conseguir, sozinha, enfrentar tantos percalços na sua relação com a coalizão partidária e montou uma equipe muito fraca para a negociação política, mas tem apoios fundamentais, como o do ex-presidente Lula.
O que diferencia o caso de Collor do de Lula, e o de Lula do de Dilma no momento, é que Collor foi desde o início das denúncias acusado de ser o mentor de um grupo político que estava usando o governo para fazer negociatas.
Até que um elo banal, a compra de um Fiat Elba com dinheiro de um "fantasma" de PC Farias, fez a ligação entre o que era ilações com o plano concreto, justificando o processo de impeachment.
Mais adiante, quando o processo chegou ao Supremo Tribunal Federal, os juízes consideraram que as provas existentes, suficientes para apoiar a cassação do mandato presidencial pelo Congresso, num processo necessariamente político, no plano legal não justificavam uma condenação.
Já com Lula, embora seja muito difícil até hoje acreditar que ele não tivesse nada a ver com o esquema montado pelo então chefe de sua Casa Civil, José Dirceu, para literalmente comprar apoio ao governo no Congresso — de acordo com a denúncia do procuradorgeral da República acolhida pelo Supremo —, em nenhum momento houve a descoberta de um sinal concreto que explicitasse esse conhecimento.
O mais perto a que se chegou disso foi quando o publicitário Duda Mendonça admitiu na CPI que recebera parte do pagamento pela campanha presidencial de 2002 em um paraíso fiscal.
Se naquela ocasião a oposição quisesse forçar um processo de impeachment contra o presidente Lula, teria as condições necessárias de ligálo ao dinheiro ilegal que financiara sua campanha.
De qualquer maneira, não houve essa ligação formal, muito porque as forças sociais e partidárias que ainda o apoiavam eram suficientes para impor à oposição o receio de que uma crise de graves proporções poderia ser desencadeada caso o presidente fosse atingido.
Sem contar que Lula, embora tenha perdido grande parte de sua popularidade, manteve-a em boa medida, e a economia estava razoavelmente bem, enquanto, no tempo de Collor, a popularidade deste estava declinante, e tínhamos uma crise econômica que não animava a população a manter o apoio ao presidente.
A situação presente da presidente Dilma é bastante diferente.
Ela se mantém popular apesar da mediocridade de seu governo, muito pela situação da economia, mas também porque está conseguindo, meio aos trancos e barrancos, transformar seus fracassos em sucessos na percepção popular.
De todos os ministros defenestrados de seu governo — nove ao todo, pelos mais diversos motivos, principalmente corrupção —, somente eles ou seus partidos políticos saíram prejudicados, com Dilma surgindo indevidamente como quem está tentando mudar a situação recebida.
Com o agravante de que nenhum deles teve qualquer processo contra si.
É difícil para a maioria fazer a ligação de causa e efeito: quem escolheu os ministros foi Dilma, mesmo quando levada a isso por Lula, e ela apenas aparenta estar mudando de atitude em relação à sua base partidária.
Na verdade, ela quer manter o apoio de 80% do Congresso, uma coalizão montada pelo ex-presidente Lula para elegê-la e, mais que isso, protegê-la no Congresso, e nada fez para mudar a estrutura de seu governo.
O máximo que faz é escolher nomes que sejam independentes dos partidos a que pertencem, estimulando relações políticas distorcidas e alimentando sua conhecida prepotência.
Se quisesse mesmo mudar a natureza fisiológica do apoio, reorganizaria sua base partidária com fundamento em um programa de governo coerente.
Sem o apoio do ex-presidente Lula, que é o cimento dessa coalizão improvável, dificilmente a presidente Dilma fará um governo sem crises políticas.
Mas até o momento não há nada que justifique um impeachment político.
Apenas incompetência, de que a confusão sobre a aprovação de venda de bebidas alcoólicas na Copa do Mundo é apenas o exemplo mais recente até quando encerrava esta coluna.
BRAÇO DADO - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 16/03/12
Os governos do Brasil e do México abriram negociação para facilitar o turismo de chineses nos países da América Latina. Discutem a criação de um visto único na região, que permita a circulação livre entre as duas nações e também na Argentina e no Chile.
AVENTURA
O ministro Gastão Vieira, do Turismo, se reuniu com sua colega mexicana, Glória Guevara, para discutirem o assunto. O potencial do turismo chinês é considerado enorme, já que é a maior população do mundo. O governo brasileiro acredita que os chineses não gostam de praia, mas poderiam se interessar por turismo ecológico e de aventura.
DATA MARCADA
Dilma Rousseff já está abrindo espaço na agenda para receber Spike Lee no final de abril. O cineasta americano virá ao Brasil para fazer um documentário sobre a ascensão do país.
LISTA
Continuam circulando no próprio Palácio do Planalto nomes para uma eventual substituição de Ana de Hollanda no Ministério da Cultura. Ela já chegou a incluir o economista, escritor e filósofo Eduardo Gianetti da Fonseca, nome que Dilma Rousseff aprecia. Mas a ideia não evoluiu.
CABO ELEITORAL
E o ator Dan Stulbach, apresentador da festa de 25 anos do Itaú Cultural, anteontem, citou o diretor do Sesc-SP, Danilo Miranda, na plateia e emendou: "Se ministro da Cultura tivesse voto direto, ele teria o meu".
SEGURA O OSSO
Se antes Renan Calheiros (PMDB-AL) tinha muitos pedidos de cargos para apresentar ao governo, ele agora tem que cuidar de defender os que ainda mantém. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) intensificou os pedidos para que Dilma Rousseff tire seu desafeto, o também cearense Sérgio Machado, da Transpetro. Ele é afilhado do alagoano.
SANDUÍCHE
O ex-nadador Fernando Scherer fará campanha publicitária mundial do McDonald's para a Olimpíada de Londres.
45 DO SEGUNDO TEMPO
Rodrigo Santoro, protagonista e produtor-associado de "Heleno", que estreia no dia 30 no Brasil, conta que o filme já foi vendido para os Estados Unidos. "Depois que participamos do Festival de Miami, fechamos com a distribuidora Screen Media para o segundo semestre. Estamos muito felizes", diz. O longa de José Henrique Fonseca fala sobre a vida de Heleno de Freitas, ídolo do Botafogo nos anos 40, que morreu aos 39 de sífilis.
BOLA ROLANDO
O ex-Pink Floyd Roger Waters pediu para ter no camarim, durante sua turnê brasileira, uma TV com canal pago de esportes para que ele possa assistir a jogos de futebol da Inglaterra. O roqueiro se apresentará em Porto Alegre (25/3), no Rio (29/3) e em São Paulo (1º/4 e 3/4).
CAMA E MESA
E o cantor italiano Zucchero, que se apresenta no dia 26 em São Paulo, no teatro Bradesco, pediu carpaccio de peixe-espada no camarim. No hotel, pediu lençóis e cobertores de algodão egípcio. Quer ainda ser atendido por uma massagista profissional -mulher- na hora da passagem de som.
TOMO GUARANÁ
O cantor Milton Nascimento, que se dizia viciado em Coca-Cola Zero, resolveu parar de beber o refrigerante de tanto que as pessoas ao seu redor pediam. Acabou trocando por outro: Guaraná Zero. Ele é diabético. Já Caetano Veloso, que só bebia Coca-Cola, agora toma chá gelado.
BODAS DE PRATA
Pedro Moreira Salles, Roberto e Alfredo Setubal, do Itaú Unibanco, fizeram festa para comemorar os 25 anos do Itaú Cultural, presidido por Milú Villela. A socióloga Neca Setubal também esteve no evento, no Auditório Ibirapuera.
SONETO
O compositor José Miguel Wisnik, a agente literária Lucia Riff e o poeta Eucanaã Ferraz foram à festa de lançamento das novas edições de livros de Carlos Drummond de Andrade da Companhia das Letras. Pedro Drummond, neto do poeta, estava no evento, anteontem, no Sesc Vila Mariana.
CURTO-CIRCUITO
A festa Javali estreia hoje, às 23h, na praça Almeida Junior, 86, na Liberdade. Classificação: 18 anos.
Os ingressos para o evento Fronteiras do Pensamento já estão à venda nas lojas da Livraria da Vila.
A marca Tania Bulhões Home lançará coleção de louças inspirada na blogueira Lala Rudge.
com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY
Os governos do Brasil e do México abriram negociação para facilitar o turismo de chineses nos países da América Latina. Discutem a criação de um visto único na região, que permita a circulação livre entre as duas nações e também na Argentina e no Chile.
AVENTURA
O ministro Gastão Vieira, do Turismo, se reuniu com sua colega mexicana, Glória Guevara, para discutirem o assunto. O potencial do turismo chinês é considerado enorme, já que é a maior população do mundo. O governo brasileiro acredita que os chineses não gostam de praia, mas poderiam se interessar por turismo ecológico e de aventura.
DATA MARCADA
Dilma Rousseff já está abrindo espaço na agenda para receber Spike Lee no final de abril. O cineasta americano virá ao Brasil para fazer um documentário sobre a ascensão do país.
LISTA
Continuam circulando no próprio Palácio do Planalto nomes para uma eventual substituição de Ana de Hollanda no Ministério da Cultura. Ela já chegou a incluir o economista, escritor e filósofo Eduardo Gianetti da Fonseca, nome que Dilma Rousseff aprecia. Mas a ideia não evoluiu.
CABO ELEITORAL
E o ator Dan Stulbach, apresentador da festa de 25 anos do Itaú Cultural, anteontem, citou o diretor do Sesc-SP, Danilo Miranda, na plateia e emendou: "Se ministro da Cultura tivesse voto direto, ele teria o meu".
SEGURA O OSSO
Se antes Renan Calheiros (PMDB-AL) tinha muitos pedidos de cargos para apresentar ao governo, ele agora tem que cuidar de defender os que ainda mantém. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) intensificou os pedidos para que Dilma Rousseff tire seu desafeto, o também cearense Sérgio Machado, da Transpetro. Ele é afilhado do alagoano.
SANDUÍCHE
O ex-nadador Fernando Scherer fará campanha publicitária mundial do McDonald's para a Olimpíada de Londres.
45 DO SEGUNDO TEMPO
Rodrigo Santoro, protagonista e produtor-associado de "Heleno", que estreia no dia 30 no Brasil, conta que o filme já foi vendido para os Estados Unidos. "Depois que participamos do Festival de Miami, fechamos com a distribuidora Screen Media para o segundo semestre. Estamos muito felizes", diz. O longa de José Henrique Fonseca fala sobre a vida de Heleno de Freitas, ídolo do Botafogo nos anos 40, que morreu aos 39 de sífilis.
BOLA ROLANDO
O ex-Pink Floyd Roger Waters pediu para ter no camarim, durante sua turnê brasileira, uma TV com canal pago de esportes para que ele possa assistir a jogos de futebol da Inglaterra. O roqueiro se apresentará em Porto Alegre (25/3), no Rio (29/3) e em São Paulo (1º/4 e 3/4).
CAMA E MESA
E o cantor italiano Zucchero, que se apresenta no dia 26 em São Paulo, no teatro Bradesco, pediu carpaccio de peixe-espada no camarim. No hotel, pediu lençóis e cobertores de algodão egípcio. Quer ainda ser atendido por uma massagista profissional -mulher- na hora da passagem de som.
TOMO GUARANÁ
O cantor Milton Nascimento, que se dizia viciado em Coca-Cola Zero, resolveu parar de beber o refrigerante de tanto que as pessoas ao seu redor pediam. Acabou trocando por outro: Guaraná Zero. Ele é diabético. Já Caetano Veloso, que só bebia Coca-Cola, agora toma chá gelado.
BODAS DE PRATA
Pedro Moreira Salles, Roberto e Alfredo Setubal, do Itaú Unibanco, fizeram festa para comemorar os 25 anos do Itaú Cultural, presidido por Milú Villela. A socióloga Neca Setubal também esteve no evento, no Auditório Ibirapuera.
SONETO
O compositor José Miguel Wisnik, a agente literária Lucia Riff e o poeta Eucanaã Ferraz foram à festa de lançamento das novas edições de livros de Carlos Drummond de Andrade da Companhia das Letras. Pedro Drummond, neto do poeta, estava no evento, anteontem, no Sesc Vila Mariana.
CURTO-CIRCUITO
A festa Javali estreia hoje, às 23h, na praça Almeida Junior, 86, na Liberdade. Classificação: 18 anos.
Os ingressos para o evento Fronteiras do Pensamento já estão à venda nas lojas da Livraria da Vila.
A marca Tania Bulhões Home lançará coleção de louças inspirada na blogueira Lala Rudge.
com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY
Um BC na mão e uma ideia na cabeça - CLAUDIA SAFATLE
Valor Econômico - 16/03/12
Numa transparência jamais vista, o Comitê de Política Monetária (Copom) escreveu na ata da sua última reunião, divulgada ontem, que vislumbra um cenário onde a taxa Selic se desloca para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos (8,75%) e se estabiliza nesse patamar. Não marcou valor da taxa nem prazo, mas ficou claro para os interessados que a Selic cairá para 9% na próxima reunião do comitê, nos dias 17 e 18 de abril, com um corte de mais 0,75 ponto percentual. E pode permanecer em 9% ao ano por algum tempo. O piso de 8,75% ao ano durou de 22 de julho de 2009 a 28 de abril de 2010.
Com isso, o Copom mais uma vez inovou e surpreendeu: foi claríssimo no seu objetivo e mais conservador do que o mercado supunha. Não fixou exatamente um piso para a Selic, mas disse "vou até aqui e paro por um tempo". O mercado, sem maiores informações no comunicado da reunião do dia 7 de março e descrente dos compromissos do Banco Central com a meta de inflação, havia extrapolado a queda dos juros. A taxa mínima para negócios com vencimento em janeiro de 2013 chegou a 8,62% no dia 9. Ontem, subiu para 8,93%. As mensagens da ata pretenderam colocar ordem nas expectativas.
Com a economia fraca desde meados de 2011 - situação que persiste no primeiro trimestre deste ano - e as projeções de um crescimento bastante moderado - em torno de 3% - para este ano, o orçamento para desbastar os juros ficou amplo: 350 pontos desde a Selic de 12,5% de julho de 2011, se se confirmar mais uma queda de 0,75 ponto percentual.
Fontes oficiais citam projeções de crescimento anualizado de 2,6% ao fim do primeiro trimestre e de 3,1% no ano, em linha com alguns prognósticos de bancos estrangeiros para o Brasil. Mas há um esforço do restante do governo para chegar ao segundo semestre com expansão, na margem, de 5%. Isso permitiria acomodar o Produto Interno Bruto (PIB) em 4,5% no próximo ano.
Nesse aspecto, os parágrafos 29 e 30 da ata são elucidativos e consolidam a visão de que são as questões domésticas e não somente as incertezas externas que movem o Copom. Neles o comitê reitera que a desaceleração da economia foi maior do que se antecipava; que houve postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia e que o processo de desalavancagem dos bancos e famílias prosseguirá; e acrescenta que aumentaram os sinais favoráveis para a queda da inflação, dado que os índices de preços estão vindo aquém do esperado.
Passa a considerar, também, a possibilidade de uma convergência mais célere do IPCA para o centro da meta. "O Comitê nota também que, no cenário central com que trabalha, a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012, e são decrescentes os riscos à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta".
Mas, numa avaliação que se contrapõe à manutenção dos juros por um longo período estáveis em 9%, a ata diz que para 2013 tanto no cenário de referência quanto no de mercado, as projeções de inflação estão acima da meta.
Para 2013, "a projeção de inflação se elevou no cenário de referência e se mostra relativamente estável no de mercado, nos dois casos posicionada acima do valor central da meta". Por enquanto, o Copom está olhando 2012 e não fixou prazo para a estabilidade da taxa Selic. Os modelos são o retrato de uma realidade dinâmica e, portanto, os prognósticos para 2013 também podem melhorar. E é bom lembrar, nesse caso, que se a inflação ameaçar subir, o Banco Central tem todo o arsenal de medidas macroprudenciais, já testado e aprovado, para acionar.
A ata deixa explícito, ainda, que os dois votos contrários à aceleração da queda para 0,75 ponto percentual dos juros na última reunião não significaram uma divergência em relação ao orçamento de corte. O desacordo foi em torno da sua redistribuição temporal. Os dois diretores votaram pela manutenção do cronograma original, que seria, portanto, de três cortes de 0,50.
Ao mesmo tempo que o mercado decifrava a ata do Copom, o Ministério da Fazenda discutia, ontem, com setores da indústria a ampliação da desoneração da folha de salários. O ministro Guido Mantega esteve com representantes da indústria têxtil, de móveis, aeroespacial e autopeças, para conversar sobre a redução da alíquota do imposto sobre faturamento em decisão a ser tomada até o fim deste mês. Hoje a alíquota para os poucos setores abarcados pela medida é de 1,5 a 2% e deve cair para 1%. Os empresários disseram ao ministro que isso aliado a uma taxa de câmbio de R$ 1,80 vai fazer toda diferença para a competitividade da indústria.
Os incentivos fiscais acenados pelo ministro a um segmento da economia que está estagnado pode trazer algum reforço para o nível de atividade este ano. O que se pretende, no governo, é fazer com que os empresários retomem seus projetos de investimentos e que este passe a ter maior peso no crescimento econômico, atualmente muito dependente sobretudo no consumo das famílias.
Não há risco, avaliam os economistas oficiais, de um acúmulo de medidas pró crescimento com efeito no segundo semestre que possam representar novos riscos inflacionários.
Se a atividade econômica se move devagar e abaixo do produto potencial ainda hoje, é legítimo supor que o aperto monetário do início do ano passado foi mais intenso do que foi então percebido. Os juros começaram a cair em agosto do e parte das medidas macroprudenciais foram desativadas no fim de 2011, mas a economia ainda não reagiu provavelmente por essa razão. Talvez a forma adequada de se olhar o Copom não seja pelo rótulo de" dovish" ou "hawkish" em relação aos Copom do passado mais recente, mas sim "diferente".
Houve uma conjunção dos astros domésticos e externos que está permitindo ao Banco Central lidar com a questão dos juros de forma aparentemente ousada, mas ontem na ata ficou claro que é uma ousadia com limites.
Os banco centrais do mundo estão mesmo diferentes.
Os ricos comunistas chineses - MOISÉS NAÍM
FOLHA DE SP - 16/03/12
Assembleia Popular Nacional da China tem homens milionários, segundo a revista "Forbes"
Há poucos dias a revista "Forbes" publicou sua lista das pessoas mais ricas do mundo, como faz todos os anos. Por acaso, a publicação coincidiu com outro evento anual que ocorria nas antípodas da sede da "Forbes" em Nova York.
Era a reunião da Assembleia Popular Nacional da China, que é formalmente o órgão supremo do Estado chinês e representa o Legislativo do país.
Surpreendentemente, esses dois fatos estão interligados. A lista dos delegados da Assembleia chinesa inclui quase todas as pessoas mais ricas daquele país.
Com seus 2.987 delegados, a Assembleia chinesa constitui o Parlamento mais numeroso do mundo, e suas reuniões, no Grande Palácio do Povo, na legendária praça Tienanmen, sempre rendem notícias.
Não pelas decisões que ali se tomam, já que esse organismo não tem, na prática, poder algum. É uma entidade simbólica. E se reúne simultaneamente com outra entidade que também tem muito nome e pouco poder: a Conferência Consultiva Política do Povo.
A importância dessas reuniões anuais se deve ao fato de que os verdadeiros líderes do país utilizam seus discursos para transmitir suas prioridades e preocupações à população e ao mundo.
Na reunião desta semana, por exemplo, o premiê Wen Jiabao assinalou que a China precisa empreender reformas urgentes. Ele reconheceu que a desigualdade e a corrupção são problemas crônicos e que o crescimento econômico de seu país será mais lento, de agora em diante, do que vinha sendo.
O que isso tem a ver com a lista dos mais ricos publicada pela "Forbes"? De acordo com a Bloomberg, em 2011 o patrimônio pessoal dos 70 delegados mais ricos da Assembleia Popular Nacional da China chegou a US$ 90 bilhões -aumento de US$ 11,5 bilhões sobre 2010.
Os delegados da Conferência Consultiva Política do Povo são ainda mais ricos: o patrimônio pessoal de cada um deles chega a US$ 1,5 bilhão (14% mais do que era no ano passado). Para ter ideia das proporções, basta saber que a renda média por habitante na China é de apenas US$ 4.200 ao ano.
A presença dos super-ricos chineses nesses órgãos do Estado começou com uma decisão deliciosamente irônica: uma década atrás o secretário do Partido Comunista na época, Jiang Zemin, abriu aos "capitalistas" de seu país a possibilidade de filiação ao partido.
Embora muitos dos ricos tenham ingressado no partido, também é fato que muitos dos membros do partido se tornaram muito ricos. Rupert Hoogewerf, que publica a "Hurun", uma lista anual dos mil chineses mais endinheirados, declarou à jornalista Louisa Lim: "É uma situação como a do ovo e da galinha. Eles são politicamente poderosos porque são ricos ou são ricos em decorrência de sua influência política?".
Examinando as origens das maiores fortunas do mundo, fica evidente que muitas delas cresceram ao amparo (ou mais que isso) do governo. Em muitos países, o Estado, e não o mercado, é o caminho para obter riquezas inimagináveis. E nisso a China não é diferente.
Assembleia Popular Nacional da China tem homens milionários, segundo a revista "Forbes"
Há poucos dias a revista "Forbes" publicou sua lista das pessoas mais ricas do mundo, como faz todos os anos. Por acaso, a publicação coincidiu com outro evento anual que ocorria nas antípodas da sede da "Forbes" em Nova York.
Era a reunião da Assembleia Popular Nacional da China, que é formalmente o órgão supremo do Estado chinês e representa o Legislativo do país.
Surpreendentemente, esses dois fatos estão interligados. A lista dos delegados da Assembleia chinesa inclui quase todas as pessoas mais ricas daquele país.
Com seus 2.987 delegados, a Assembleia chinesa constitui o Parlamento mais numeroso do mundo, e suas reuniões, no Grande Palácio do Povo, na legendária praça Tienanmen, sempre rendem notícias.
Não pelas decisões que ali se tomam, já que esse organismo não tem, na prática, poder algum. É uma entidade simbólica. E se reúne simultaneamente com outra entidade que também tem muito nome e pouco poder: a Conferência Consultiva Política do Povo.
A importância dessas reuniões anuais se deve ao fato de que os verdadeiros líderes do país utilizam seus discursos para transmitir suas prioridades e preocupações à população e ao mundo.
Na reunião desta semana, por exemplo, o premiê Wen Jiabao assinalou que a China precisa empreender reformas urgentes. Ele reconheceu que a desigualdade e a corrupção são problemas crônicos e que o crescimento econômico de seu país será mais lento, de agora em diante, do que vinha sendo.
O que isso tem a ver com a lista dos mais ricos publicada pela "Forbes"? De acordo com a Bloomberg, em 2011 o patrimônio pessoal dos 70 delegados mais ricos da Assembleia Popular Nacional da China chegou a US$ 90 bilhões -aumento de US$ 11,5 bilhões sobre 2010.
Os delegados da Conferência Consultiva Política do Povo são ainda mais ricos: o patrimônio pessoal de cada um deles chega a US$ 1,5 bilhão (14% mais do que era no ano passado). Para ter ideia das proporções, basta saber que a renda média por habitante na China é de apenas US$ 4.200 ao ano.
A presença dos super-ricos chineses nesses órgãos do Estado começou com uma decisão deliciosamente irônica: uma década atrás o secretário do Partido Comunista na época, Jiang Zemin, abriu aos "capitalistas" de seu país a possibilidade de filiação ao partido.
Embora muitos dos ricos tenham ingressado no partido, também é fato que muitos dos membros do partido se tornaram muito ricos. Rupert Hoogewerf, que publica a "Hurun", uma lista anual dos mil chineses mais endinheirados, declarou à jornalista Louisa Lim: "É uma situação como a do ovo e da galinha. Eles são politicamente poderosos porque são ricos ou são ricos em decorrência de sua influência política?".
Examinando as origens das maiores fortunas do mundo, fica evidente que muitas delas cresceram ao amparo (ou mais que isso) do governo. Em muitos países, o Estado, e não o mercado, é o caminho para obter riquezas inimagináveis. E nisso a China não é diferente.
Batendo cabeça - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 16/03/12
O ministro Aldo Rebelo (Esporte), em reunião na Casa Civil anteontem à noite, sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios na Copa, perguntou: "Vocês vão desmoralizar quantas pessoas? Inclusive quem pôs vocês todos aqui?", citando o ex-presidente Lula. Foi assim que terminou a confusão criada pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Ivo Correa, na tarde daquele dia, num encontro com líderes aliados na Câmara.
As assinaturas que podem ser rasgadas
O memorando "Garantia Número 8", que trata da venda de bebidas alcoólicas nos estádios na Copa, foi rubricado pelo ex-presidente Lula e pelos ex-ministros Tarso Genro, Orlando Silva, Miguel Jorge, Sérgio Rezende e Gilberto Gil. Mesmo ciente disso, e de que apesar da divisão no governo tinha prevalecido a posição pela liberação, a ministra Ideli terminou sua fala para os líderes dizendo que "o assunto agora é da Câmara". Em seguida veio Ivo Correa e garantiu: "Não há compromisso do Brasil com a Fifa para vender bebida nos estádios". Foi assim que começou a confusão. Na semana que vem ela vai ter novos ingredientes.
"De tanto falar em bebida, o governo ficou de pileque” — Otavio Leite, deputado federal (PSDB-RJ)
TERCEIRIZAR O ACORDO. A despeito do relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), ter dito que seu relatório vai liberar a bebida alcoólica na Copa, o líder do PT, Jilmar Tatto (SP), não considera o assunto encerrado. "Defendo que o tema não conste do texto da lei. O Estatuto do Torcedor diz que é proibido entrar com bebida nos estádios, não diz que é proibido vender", diz Tatto, que quer remeter o cumprimento do acordo do governo federal com a FIFA para os governos estaduais.
Xadrez
O candidato do Planalto à presidência do Senado é o ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Como ele é do grupo do atual presidente, José Sarney (PMDB-AP), o governo aposta num racha entre ele e o líder Renan Calheiros (PMDB-AL).
Grito de guerra
A bancada do PR na Câmara se reúne terça-feira para decidir se acompanha os senadores do partido e também vai para a oposição. "Vamos tentar diagnosticar também qual é o problema do governo com o PR", diz uma liderança.
20 anos depois: o mea-culpa
Na despedida do líder Romero Jucá (PMDB-RR), em plenário, o senador Fernando Collor (PTB-AL) fez um paralelo entre o momento vivido pela presidente Dilma com sua base parlamentar e seu processo de impeachment: "O resultado desse afastamento meu, então presidente, do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment. A classe política carece única e exclusivamente, e isso só vim a perceber depois, lamentavelmente, de consideração e atenção".
Linha cruzada
O ex-líder Romero Jucá (PMDB-RR) conta que combinou com a ministra Ideli Salvatti o envio, para a Comissão de Assuntos Econômicos, do projeto que multa empresas que não pagarem o mesmo salário para homens e mulheres.
Genioso
Na audiência no Senado, na última terça-feira, o ministro Guido Mantega reclamou quando os flashes dos fotógrafos flagraram os cochichos do ex-líder Romero Jucá com o novo Eduardo Braga: "Parece que está havendo duas sessões aqui".
O SECRETÁRIO-EXECUTIVO do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, trabalhou contra o projeto que garante salários iguais para homens e mulheres no exercício da mesma função.
CAIU A FICHA. O Brasil quer ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Desde 1990, o Oriente Médio é tema de 70% de suas resoluções. O Itamaraty não tem nenhum especialista na região.
O PRESIDENTE do PT, Rui Falcão, a prefeita Luizianne Lins, e seu candidato a prefeito, Elmano Freitas, ajustaram os ponteiros anteontem em Brasília.
As assinaturas que podem ser rasgadas
O memorando "Garantia Número 8", que trata da venda de bebidas alcoólicas nos estádios na Copa, foi rubricado pelo ex-presidente Lula e pelos ex-ministros Tarso Genro, Orlando Silva, Miguel Jorge, Sérgio Rezende e Gilberto Gil. Mesmo ciente disso, e de que apesar da divisão no governo tinha prevalecido a posição pela liberação, a ministra Ideli terminou sua fala para os líderes dizendo que "o assunto agora é da Câmara". Em seguida veio Ivo Correa e garantiu: "Não há compromisso do Brasil com a Fifa para vender bebida nos estádios". Foi assim que começou a confusão. Na semana que vem ela vai ter novos ingredientes.
"De tanto falar em bebida, o governo ficou de pileque” — Otavio Leite, deputado federal (PSDB-RJ)
TERCEIRIZAR O ACORDO. A despeito do relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), ter dito que seu relatório vai liberar a bebida alcoólica na Copa, o líder do PT, Jilmar Tatto (SP), não considera o assunto encerrado. "Defendo que o tema não conste do texto da lei. O Estatuto do Torcedor diz que é proibido entrar com bebida nos estádios, não diz que é proibido vender", diz Tatto, que quer remeter o cumprimento do acordo do governo federal com a FIFA para os governos estaduais.
Xadrez
O candidato do Planalto à presidência do Senado é o ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Como ele é do grupo do atual presidente, José Sarney (PMDB-AP), o governo aposta num racha entre ele e o líder Renan Calheiros (PMDB-AL).
Grito de guerra
A bancada do PR na Câmara se reúne terça-feira para decidir se acompanha os senadores do partido e também vai para a oposição. "Vamos tentar diagnosticar também qual é o problema do governo com o PR", diz uma liderança.
20 anos depois: o mea-culpa
Na despedida do líder Romero Jucá (PMDB-RR), em plenário, o senador Fernando Collor (PTB-AL) fez um paralelo entre o momento vivido pela presidente Dilma com sua base parlamentar e seu processo de impeachment: "O resultado desse afastamento meu, então presidente, do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment. A classe política carece única e exclusivamente, e isso só vim a perceber depois, lamentavelmente, de consideração e atenção".
Linha cruzada
O ex-líder Romero Jucá (PMDB-RR) conta que combinou com a ministra Ideli Salvatti o envio, para a Comissão de Assuntos Econômicos, do projeto que multa empresas que não pagarem o mesmo salário para homens e mulheres.
Genioso
Na audiência no Senado, na última terça-feira, o ministro Guido Mantega reclamou quando os flashes dos fotógrafos flagraram os cochichos do ex-líder Romero Jucá com o novo Eduardo Braga: "Parece que está havendo duas sessões aqui".
O SECRETÁRIO-EXECUTIVO do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, trabalhou contra o projeto que garante salários iguais para homens e mulheres no exercício da mesma função.
CAIU A FICHA. O Brasil quer ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Desde 1990, o Oriente Médio é tema de 70% de suas resoluções. O Itamaraty não tem nenhum especialista na região.
O PRESIDENTE do PT, Rui Falcão, a prefeita Luizianne Lins, e seu candidato a prefeito, Elmano Freitas, ajustaram os ponteiros anteontem em Brasília.
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