sexta-feira, julho 20, 2012

Procriação - DORA KRAMER

O ESTADÃO - 20/07


Tomando emprestada uma frase escrita por Marcelo Tas outro dia no Twitter, constatemos a evidência: o problema não é o número de partidos existentes no Brasil, mas o fato de que nenhum deles é de verdade.

Não se prestam à representação de correntes de pensamento nem à defesa de causas ou à disseminação de ideais presentes na sociedade e, por isso, não se pode dizer que sejam fracos. Simplesmente inexistem e, no entanto, proliferam-se.

Há um mês o Tribunal Superior Eleitoral concedeu registro à 30.ª agremiação partidária brasileira, o Partido Ecológico Nacional (PEN), cujo presidente é um ex-deputado estadual de São Paulo eleito com ínfimos votos pelo Prona.

Ele se apresenta sem uma única ideia na cabeça, mas com um plano muito objetivo nas mãos: filiar algo em torno de 30 deputados estaduais, a fim de ampliar seus domínios já fincados no Acre, na Paraíba - onde o PEN já filiou os presidentes das Assembleias Legislativas - e no Distrito Federal.

O referido dirigente, Adilson Barroso, rejeita "radicalismos". Não explica que tipo de concepção enquadraria no conceito e diz que definirá "depois" se o partido é governista ou oposicionista. Por via das dúvidas, trata logo de elogiar a presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin.

Por enquanto, encerra a fase de caça a políticos com mandato um tanto decepcionado por ter conseguido a adesão de apenas um (o tucano Fernando Francischini) dos 12 deputados federais "comprometidos" com ele.

Por compromisso entenda-se a chance de trocar de partido sem o risco da perda do mandato. Mas, lamenta o presidente, infelizmente ele não é "prefeito de uma grande cidade" e não conseguiu arregimentar correligionários da proporção de um Gilberto Kassab e seu PSD de cerca de 50 deputados.

Persistente, Barroso irá atrás de Marina Silva na esperança de que a ex-ministra do Meio Ambiente sirva de adereço verde à denominação ecológica da nova legenda. Um "sonhático".

Nessa altura o leitor pode estar se perguntando por qual razão perde-se tempo aqui com o PEN.

Não é perda de tempo. É ganho de informação sobre o que se passa no quadro partidário do País, cuja desqualificação recebeu gentil contribuição da Justiça quando da concessão ao PSD de tempo de televisão e acesso ao fundo partidário, contrariando a letra da lei.

Tanto a legislação eleitoral quanto a que regula o fundo dizem que os benefícios são devidos a partidos conforme o tamanho das bancadas conquistadas na última eleição.

O PSD não atendia a esse pressuposto, pois não existia em 2010. Ainda assim, ganhou por alegada imposição da "realidade".



Realidade esta que acabará se impondo como incentivo à procriação quantitativa de partidos sem a necessária correspondência qualitativa.

Bem bom. A partir de agosto, o Congresso Nacional viverá um período ao qual em anos eleitorais se dá o nome de "recesso branco".

Um apelido ameno para justificar o injustificável esvaziamento da Câmara e do Senado sob a alegação de que suas excelências precisam se dedicar às campanhas, sejam as próprias ou de outrem, como é o caso da maioria agora nas eleições para prefeitos e vereadores.

Alguns senadores e deputados são candidatos a prefeituras. Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, neste ano o índice baixou da média habitual de 18% para algo em torno de 12% - 64 deputados e cinco senadores concorrerão.

Na confortável condição de não sofrerem prejuízo algum: se eleitos, muito bem; se não, ótimo também, pois terão renovado sua exposição junto aos eleitores, facilitando a reeleição ou candidaturas a senador ou a governador daqui a dois anos.

Isso sem contar que continuam recebendo seus salários - assim como os outros que se ausentam por um semestre do Parlamento para "ajudar" na movimentação das bases - e na plena posse dos demais benefícios. Mesmo sem trabalhar nem ao menos ao ritmo da diminuta semana parlamentar.

No país inteiro - LUIZ GARCIA


O Globo - 20/07



O Brasil tem uma guerra pela frente: briga interna, doméstica, e muito séria.

É o que que nos ensina assustador estudo realizado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais. Trata-se do Mapa da Violência 2012, produzido pelo pesquisador Jacobo Waiselfisz, que revela números espantosos sobre as mortes violentas de crianças e adolescentes brasileiros em anos recentes. Principalmente porque ele mostra que esses números não param de crescer.

Em 1980, a taxa de homicídios de brasileiros com menos de 19 anos foi de 3,1 para cada cem mil crianças e adolescentes. O índice continuou a subir nos anos seguintes: em 2010, foi de 13,8. Em números absolutos, de 1981 a 2010, mais de 176 mil brasileirinhos foram assassinados.

Um dado importante é o fato de que o número de mortes violentas caiu no Rio e em São Paulo - mas cresceu muito em estados mais pobres - Alagoas, principalmente. Há explicação para isso: faz pouco mais de dez anos, foi implantado no país o Plano Nacional de Segurança Pública. Mas ele foi concentrado em estados considerados mais importantes e de maiores índices de violência, como Rio de Janeiro e São Paulo. Com resultado óbvio: a situação melhorou consideravelmente nos grandes centros, mas o resto do país foi esquecido. O que significa, simplesmente, que ainda estamos longe de ganhar essa guerra.

Em números proporcionais, Alagoas foi o que mais sofreu: a sua taxa de mortes violentas de crianças e adolescentes pulou, em dez anos, de 10 mil para 34.800 por cem mil habitantes.

É possível a chegar a duas constatações a partir dessa quantidade de números e índices. Primeiro, que o governo sabe como enfrentar o problema: está provado pelos resultados no Rio e em São Paulo. Segundo, que a violência é problema nacional. E, obviamente, ela precisa ser enfrentada no país inteiro.

Talvez exista o argumento de que não há recursos para isso. Ele pode ser respondido com a afirmação do óbvio: a longo prazo será muito mais caro - até mesmo de um ponto de vista exclusivamente financeiro - limitar a guerra aos estados onde o problema é, digamos assim, mais visível. Se continuar a existir em alguma parte do país, logo ele ignorará as divisas entre os estados.

A segunda "virada" do governo Dilma - CLAUDIA SAFATLE


Valor Econômico - 20/07


A presidente Dilma Rousseff pretende dar a "segunda virada" em seu governo no mês de agosto, quando anuncia um pacote de medidas com a redução do preço da energia para o setor produtivo, as concessões de ferrovias, portos, rodovias e aeroportos, a renovação das concessões de energia e a simplificação do PIS/Cofins, entre outras medidas.

A "primeira grande virada" foi exatamente há um ano, em agosto de 2011, quando o Banco Central vislumbrou uma ampla janela na cena internacional e doméstica para cortar a taxa básica de juros (Selic). Foram vários os fins de semana entre julho e agosto que o presidente do BC, Alexandre Tombini, passou ao telefone, conversando com dirigentes dos bancos centrais do mundo para tomar pulso da dimensão da crise que se avizinhava. Geralmente, acompanhado de outros diretores do BC e na casa de um deles. Tombini, na mesma ocasião, foi aos EUA. Nas conversas que teve ouviu uma revisão dramática do crescimento global. Para ele, 9 de agosto foi o divisor de águas. Nesse dia o Fed anunciou o adiamento de um eventual aumento da taxa de juros de 2013 para 2014.

Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 31 de agosto de 2011 a direção do BC surpreendeu a todos com um corte de 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 12% ao ano. Tombini via o que quase ninguém ainda via: a crise externa derrubaria as economias maduras por um bom tempo. Isso representaria uma "overdose" de restrição ao crescimento da economia brasileira, que já estava sob um aperto monetário desde dezembro de 2010. Não cortar os juros ali jogaria o Brasil numa recessão.

A primeira foi a queda dos juros em agosto de 2011

Naquele momento, Dilma teria lhe passado uma mensagem de tranquilidade: se o BC tiver que subir os juros mais adiante, que suba. Ele não é escravo de nenhum compromisso, conta um assessor muito próximo da presidente.

De lá para cá, os juros básicos foram desbastados em 4,5 pontos percentuais e a taxa se encontra em 8% ao ano - o patamar mais baixo de toda a história do Copom, criado em 1996.

Hoje a discussão no mercado financeiro é sobre a extensão do ciclo de afrouxamento monetário. A maioria não alimenta dúvida sobre mais uma queda para 7,5% ao ano, na reunião de agosto do Copom. Mas não está claro se o BC vai parar aí, se cortará mais em outubro ou se diminuirá o tamanho da redução para 0,25 ponto percentual para, então, interromper o ciclo.

Na ata divulgada ontem há pelo menos três sutis - mas importantes - mudanças de linguagem em relação à ata de maio. O comitê fala em "recuo" na probabilidade de eventos extremos nos mercados internacionais; troca "contenção" fiscal por uma política de "neutralidade" do gasto público; e considera "significativo" o risco de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade.

O comitê, portanto, mostra um mundo que poderá ou não permitir cortes adicionais ao que eventualmente ocorrerá em agosto e dá sinais de que vê o mercado pessimista com a atividade econômica. Mas não amarra as suas mãos.

O BC, atualmente, está atento ao que pode ocorrer nessa nova realidade do país, pós-corte dos juros. "É um mundo novo para todos. Temos que ter cuidado, porque é outro gerenciamento de risco. Aumenta a vontade de se atirar em ativos mais arriscados", alertou uma fonte qualificada da área econômica.

Dessa forma, foi a "revolução" promovida no custo do dinheiro que a presidente considera a primeira grande "virada" do seu governo, no ano passado, e não a queda do então chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, ou a limpeza feita nos focos de corrupção em seu ministério.

Em março deste ano Dilma fez a primeira reunião com um grupo de grandes empresários privados para avaliar as razões da postergação de investimentos. Deles ouviu várias reclamações, dentre elas o pesado custo da energia, a apreciação demasiada da taxa de câmbio, os onerosos encargos trabalhistas, a péssima infraestrutura e a ainda alta taxa de juros.

No segundo encontro, em maio, ela pode apresentar a essa mesma plateia alguns avanços: com a intervenção do BC o câmbio já estava mais desvalorizado, os juros continuavam em queda e o governo encaminhava as desonerações da folha de salários, reduzindo os encargos trabalhistas para mais setores empresariais. No dia seguinte a essa reunião, a presidente aprovou a esperada e temida mudança na regra de remuneração da caderneta de poupança, para que o Copom pudesse prosseguir no corte da Selic.

Também em maio Dilma foi informada de que o país não cresceria nem 3% este ano e que os investimentos - tanto públicos quanto privados - não andavam. Foi quando decidiu renovar a agenda do governo para a economia e adotou o lema - "vamos fazer o que tem que ser feito", conta uma fonte qualificada.

Desde então, trabalha-se no pacote de agosto, com foco no papel indutor do Estado para atrair o investimento privado. O bloco de concessões, por exemplo, será colocado na mesa como um plano de desenvolvimento da logística que faça nexo, envolvendo portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.

A redução dos tributos federais sobre a energia, o corte de encargos e a rodada de concessões vão reduzir algo entre 10 % e 20% o preço desse insumo para a indústria. Os encargos que oneram a fatura, como a Conta de Consumo de Combustível (CCC), Conta de Resultados a Compensar (CRC) e Luz para Todos, dentre outros, serão transferidos da tarifa de energia para o Tesouro Nacional. Como são subsídios e políticas sociais, serão alojados no Orçamento da União. O consumidor deixará de pagá-los na conta mensal de energia mas, como contribuinte, assumirá a despesa do Tesouro.

Dilma aprovou as ações de incentivo ao consumo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, como medida emergencial à mão para reativar a economia. Mas quer de fato é "desencantar" o investimento, sem qualquer preconceito. E não será surpresa se anunciar alguma reforma estrutural.

Leleco no divã - NELSON MOTTA


O ESTADÃO - 20/07


Um dos melhores personagens de Avenida Brasil, o nelson-rodrigueano Leleco, vivido brilhantemente por Marcos Caruso, é um malandro da terceira idade e pai do craque Tufão, que, por graça do destino e do autor João Emanuel Carneiro, ganha o amor de Tessália (Débora Nascimento), um colosso de morena de vinte e poucos anos, a maior gata do bairro. Mas é aí que começam seus tormentos e desatinos.

Marrento, viril e possessivo, com aquela deusa apaixonada por ele, Leleco não se torna o homem mais feliz do Divino, mas um ciumento patológico, que chega a contratar um jovem garanhão sarado e tatuado para tentar seduzi-la em bizarros testes de fidelidade. Mas, quando escolhe o sedutor, Leleco se guia pelo seu gosto pessoal, como homem (hummm), e não pelo de Tessália - que gosta dele mesmo. E fica frustrado e furioso cada vez que ela resiste a traí-lo e reafirma seu amor.

O ciúme nasceu com a humanidade. Foi por ciúme que Caim matou Abel, a primeira vítima do pior dos sentimentos que o Senhor impôs aos descendentes de Adão e Eva quando os expulsou do paraíso e os condenou à condição humana. Porque até o ódio, a inveja, o rancor vingativo, podem ser motivação para crescimento e conquistas legítimas, mas o ciúme é inútil: todos perdem, nada se cria e tudo se transforma - para pior.

Como um Otelo suburbano que nunca fez psicanálise nem leu Dom Casmurro, Leleco faz rir e dá pena, mas educa e ensina com seu comportamento tresloucado, em que o ridículo é o grande mestre. Quando Herivelto Martins e Dalva de Oliveira cantavam que "o amor é o ridículo da vida", na verdade estavam falando do ciúme, porque o verdadeiro amor nunca é ridículo - e o ciúme é sempre, ou quase. Pelo menos no caso, assim como na obra de Lupicínio Rodrigues, foi a inspiração para vários clássicos da música brasileira.

Em Medo de Amar, o poeta Vinicius de Moraes rimou com elegância: "O ciúme é o perfume do amor". Mas Leleco não tem essas sutilezas, só vai sossegar quando Tessália o abandonar e provar que ele estava certo. Coitado, não aprendeu com Ferreira Gullar que o importante não é ter razão: é ser feliz.

O anonimato - MILTON HATOUM


O Estado de S.Paulo - 20/07


Em março do ano passado, uma mulher que visitava o túmulo de seu pai num cemitério, em Ferraz de Vasconcelos, presenciou um assassinato praticado por um policial militar. Havia outro policial na cena do crime. Ela telefonou para o 190 e denunciou a execução. Um dos policiais se aproximou da denunciante e contou uma versão falsa sobre o caso. A mulher reagiu à mentira e disse à Central da PM:

"Ele falou que estava socorrendo... É mentira, senhor, é mentira. Eu não quero conversar com o senhor. O senhor paga o que o senhor faz. O senhor tem a sua consciência."

O programa de proteção a testemunhas garantiu o anonimato dessa mulher. Os policiais foram presos graças à coragem dela, que denunciou um ato bárbaro na Grande São Paulo. Mas atos semelhantes acontecem com frequência em todas as cidades brasileiras. Em casos assim, o anonimato do denunciante é necessário, e mesmo imprescindível para evitar retaliações de comparsas dos bandidos fardados.

Mas há um anonimato insidioso, que esconde a identidade de criminosos sem farda, senhores de muitas benesses. Trata-se do anonimato dos deputados e senadores, quando estes votam pela cassação ou absolvição de um de seus pares.

Talvez os leitores lembrem que uma maioria consistente da Câmara absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), livrando-a do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. Nessa indecorosa votação, 265 parlamentares decidiram manter o mandato da deputada, flagrada com a mão na massa, isto é, recebendo suposta propina do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, delator da Caixa de Pandora. As cenas do crime transmitidas por vários canais de tevê eram claras, tão claras como os argumentos do Conselho de Ética da Câmara, que havia recomendado a cassação da deputada. Obscura foi a votação secreta: os votos anônimos dos 265 deputados que absolveram a indecorosa parlamentar. Nessa votação houve 20 abstenções, a turma que dança em cima do muro, o bando do tanto faz.

Recentemente assistimos a outra grande vergonha nacional: 19 senadores votaram contra a cassação de Demóstenes Torres, que se autoproclamava porta-voz da ética no Senado. Com uma cara de bebê raivoso e envelhecido, Demóstenes discursou várias vezes, como um demente que acredita em suas próprias mentiras. Ele e tantos outros que escarnecem da infinita miséria de milhões de brasileiros deviam ser julgados por seus crimes. Mas são protegidos por anomalias dos poderes legislativo e judiciário: a imunidade parlamentar, o voto secreto, e a lentidão - para não dizer cumplicidade - da justiça. É preciso acabar com essas três pragas que inviabilizam a democracia e perpetuam a extrema desigualdade social no Brasil.

Permanecer no anonimato é um direito legítimo de quem testemunhou a execução sumária de um bandido que devia ser preso e julgado. Mas deputados e senadores que absolvem criminosos deviam revelar seus nomes e, assim, ser julgados pelos eleitores. Como podem chamados de "nobres", se são cúmplices secretos de uma quadrilha que usurpa a esperança do povo brasileiro?

MINHA CASA, MINHA DILMA - MÔNICA BERGAMO


FOLHA DE SP - 20/07

O presidente do PSD em Minas, Paulo Simão, virou o fiel da balança da eleição municipal em Belo Horizonte não apenas pelos dois minutos de que o partido dispõe no horário eleitoral gratuito na TV. Também presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), ele se aproximou de Dilma Rousseff para fazer deslanchar o "Minha Casa, Minha Vida". É representante das empreiteiras que tocam o projeto de moradia popular do governo federal. "Viramos a noiva de BH", diz Simão.

NACIONALIZOU

Protagonista do racha provocado pela intervenção de Gilberto Kassab no diretório local do PSD, Paulo Simão oferece outra razão para a "nacionalização" da disputa entre Marcio Lacerda, apoiado por Aécio Neves, e Patrus Ananias, lançado por Dilma. "Quando o STF julgou que teríamos direito ao fundo partidário e horário na TV, o PSDB ficou contra nós."

DEPOIS DE MALUF

A família Roriz apoia o PT na eleição para prefeito de Luziânia (GO). A convenção da coligação que lançou Cristovão Tormin (PSD) a prefeito, com o petista Didi Viana a vice, teve a presença da deputada federal Jaqueline Roriz. Ela é filha do ex-governador Joaquim Roriz (PMN). O município do entorno do Distrito Federal é o berço político de Roriz, onde ele fundou o PT nos anos 1980.

ASSIM VOCÊ MATA O PAPAI
Débora Nascimento, 27, a Tessália da novela "Avenida Brasil" (Globo), aparece em ensaio da revista "IstoÉ Gente" que chega às bancas amanhã. A atriz afirma que só percebeu que era bonita quando virou modelo. "Até o meu corpo ser o que é hoje, passei por vários momentos. Houve época em que eu era mais cheinha. Sempre fui muito tímida, me escondia atrás dos óculos. E ainda tinha o meu cabelo, que usava preso porque não sabia lidar com os cachos."

O ator Marcos Caruso, que faz par com Débora no folhetim global, falou à publicação sobre a colega. "Ela soma ao meu [trabalho], e eu somo ao dela. Ela veio para ficar", afirma.

MEIO DE CAMPO

A secretária da Justiça de São Paulo, Eloisa Arruda, será a interlocutora do governo na Comissão da Verdade. Em reunião anteontem com o governador Geraldo Alckmin e membros da comissão, ficou acertado que a secretaria vai atender às demandas do grupo. Facilitará o acesso a documentos dos arquivos da ditadura, entre eles os do Dops (Departamento de Ordem Política e Social).

MÃO AMIGA

Ziraldo criou, em parceria com a marca Huck, de Luciano Huck, uma camiseta para a Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo. A peça com o desenho do cartunista traz uma frase de Rita Alves: "Sou livre como os pássaros que me habitam". À venda a partir de hoje no site usehuck.com.br, parte da renda será doada à entidade.

BARRACO

O ator Marcelo Faria se envolveu em uma confusão na casa Miranda, no Rio, anteontem, no show do cantor Rogê. Segundo testemunha, ele tentou entrar na área VIP. Ao ser barrado, teria partido para cima do segurança, que recebeu uma garrafada no rosto e terminou a noite no hospital e na 14ª DP, no Leblon. O ator diz que foi, sim, conferir a apresentação do amigo Rogê. Mas não teria participado da pancadaria.

PEIXEIRA

O autor Benedito Ruy Barbosa e a filha Edmara Barbosa entregaram na semana passada a sinopse da minissérie "O Cerco" à TV Globo. "É uma história do cangaço após a morte de Lampião", adianta Edmara. Dias antes haviam apresentado o projeto de novela ou minissérie "Velho Chico", que se passa à beira do rio São Francisco.

ARTE CARIOCA

A noite de autógrafos da revista carioca "Santa Art Magazine" aconteceu anteontem, na galeria Zipper, nos Jardins. Participaram do lançamento o galerista Fábio Cimino, a agente Alina Gonçalves e os artistas Bruno Novelli e Luiza Brandelli.

LIGA DA JUSTIÇA

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, ganhou almoço em sua homenagem no Clube Paulistano, nos Jardins. Estavam lá o procurador-geral de SP, Márcio Elias Rosa, o procurador Arnaldo Hossepian e a delegada Alexandra Comar de Agostini.

CURTO-CIRCUITO

A festa Lucioland, com os DJs Lucio Ribeiro, Lucio Morais e Lucio Caramori, acontece hoje no Dry, às 23h, nos Jardins. 18 anos.

O músico Robert Lowe faz apresentação hoje do seu projeto solo, o Lichens, no MIS, às 21h30. 14 anos.

A festa Inferninho Astral estreia hoje, no hotel Cambridge, na República, às 23h07. 18 anos.

Os VJs Didi, Marimoon, Chuck e China irão anunciar hoje os indicados ao VMB 2012, ao vivo, na MTV, às 15h.

Uhu! Vagner Love é Vagner Engov! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 20/07


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Rodada do Brasileirão! O meu São Paulo perdeu do Vasco! Levamos gol do Fagner! Melhor levar gol do Fagner do que do Gusttavo Lima. Rarará!
Gol do Fagner? Então foi "Deslizes". Não foi gol, foi deslize! E o Vasco tinha um jogador chamado Bárbio. Então foi Bárbio x Barbies. Rarará! O Vasco fez macumba com bacalhau preto! Portugas 1 x Bambis 0! Festa na Padoca e Luto na Disney! Os bambis bambiaram!
E Corinthians x Flamengo? Urubu x Gambá! Uau! Dois animais fedorentos. O jogo foi no lixão? Quem apitou foi a Mãe Lucinda? O juiz foi a Mãe Lucinda? Rarará!
Manos x Baladeiros! E o Vagner Love? Depois do chocolate, virou Vagner Engov! E o Clube de Regatas Flamengo virou Clube de Ressacas Flamengo! E eu tô achando que o Flamengo é urubu de cativeiro! Rarará! O Barmengo!
E o Joel Santana? Ele ainda usa prancheta! No lugar do iPad. iPrancha do Joel. Joel Santana depois do jogo: "A life have de continuar. The beer is on the table". Já imaginou ele sendo demitido em inglês? "You are fired!" "O quê? Eu tô pegando fogo?" Rarará! Joel Santana, técnico do FlamenGORÓ!
E o Douglas do Corinthians parece o Seu Boneco. E eu acho que o Flamengo fez concentração no Sambódromo! Rarará! E este é o verdadeiro time do Vasco: Joaquim, Manoel, Manoel Joaquim e Joaquim Manoel. Bacalhau, Roberto Leal e Ovos Moles!
E podem xingar à vontade os são-paulinos de bambi. Porque o Bambi original é argentino! É verdade! Walt Disney desenhou o Bambi em Bariloche! É mole? É mole, mas sobe!
Ereções 2012! A Volta da Galera Medonha! A Turma da Tarja Preta! Em Piraquara, Paraná, tem o candidato do PT: DÍSNEY! Só para patetas! E adorei o acento no "i": Dísney! O tesoureiro da campanha é o Tio Patinhas?
Ele devia ser candidato em Orlando, na Flórida. Em Orlando tem mais brasileiros que em Piraquara. Isso eu garanto. Rarará!
Socuerro! Salve-se quem puder! Todos para o abrigo! Manchete do UOL: "Nesta eleição teremos 106 Lulas, 68 Dilmas e 48 Tiriricas". Xepa 2012! Xepeições 2012! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Nunca fomos tão felizes - FERNANDO GABEIRA


O ESTADÃO - 20/07


Uma nação não deve ser medida pelo PIB, e sim pelo que faz por suas crianças e adolescentes. A frase de Dilma Rousseff não é de todo uma fuga da realidade, como querem alguns críticos. Na Rio+20 o PIB foi muito criticado como indicador. Surgiram até pessoas fascinadas pela experiência do Butão, pequeno país encravado no Himalaia que trocou o PIB pelo Índice de Felicidade Nacional.

Quando um líder político fala, não analisamos apenas o conteúdo do discurso, mas também a oportunidade. Dilma afirmou que o PIB não é adequado para medir a nação num dia em que as expectativas de um baixo crescimento do Brasil foram divulgadas. Tanto no exterior como internamente, as críticas seriam inevitáveis. Ela procurou se antecipar a elas.

A fábula da raposa e as uvas é um dos textos de maior sucesso no governo. Quando o PIB cresce, é trombeteado como prova "de que nunca antes nesse país", etc. Quando cai, perde importância porque o essencial é cuidar das criancinhas, que num passado não muito distante éramos acusados de comê-las.

Embora tenha apenas a agenda de Dilma como referência, não creio que ela tenha dialogado com o rei Wangchuck, do Butão. Mas tanto quanto ele, num momento de desconforto com o PIB ela está buscando novos indicadores. O Butão, segundo alguns estudiosos da felicidade, como Derek Bok, formulou com critérios interessantes a nova maneira de avaliar o país.

Dilma falou das crianças dependentes de uma boa educação como passaporte para o futuro. Mas os índices internacionais nos colocam em 53.º lugar em leitura e 57.º em matemática, numa lista de 65 países.

Existe um ponto em que a teoria do Butão daria um socorro a Dilma. Segundo ela, o primeiro fundamento da felicidade é o desenvolvimento equilibrado. E o programa Bolsa-Família é um marco internacional na distribuição de renda aos mais pobres.

A ideia de equilíbrio implica uma noção de conjunto. Numa das pontas, o financiamento do BNDES a empresários, conhecido como a bolsa dos ricos, ainda é uma incógnita à espera de um estudo sobre sua adequação às necessidades nacionais. Isso não é feito porque o BNDES se recusa a fornecer detalhes e o pedido da imprensa investigativa para ter acesso a eles foi parar na Justiça. Na semana passada, o BNDES apareceu financiando o Fusca do século 21, o UP da Volkswagen, com R$ 352 milhões. Talvez seja uma homenagem a Itamar Franco, que tinha o sonho nostálgico de ressuscitar o Fusca.

Fui muito criticado pelos adeptos do governo quando alinhei alguns pontos preocupantes na conjuntura. Governos não gostam de vê-los alinhados, preferem uma visão cor-de-rosa. No passado era o "ame-o ou deixe-o", consagrado pela ditadura militar, que fantasiava um País onde todos os críticos se exilam.

De modo geral, previsões otimistas sobre o Brasil continuam a surgir. Fernando Henrique Cardoso disse, em entrevista recente, que o País está no rumo certo. Ee le é de oposição. A OCDE lançou um relatório afirmando que o Brasil tem as melhores perspectivas estratégicas de crescimento entre os países emergentes. E um dos pensadores mais aclamados do momento, Parag Khanna, também acentuou as grandes possibilidades do País na economia do futuro, a economia híbrida fortemente marcada pela conectividade. Estrategicamente, estamos bem na foto. Mas o futuro não pode ser visto como um o reino dos céus, um marco religioso. No universo místico, derrotas e sofrimentos terrenos não importam porque eles nos levam à salvação. No mundo real, um conjunto de erros pode nos afastar das promessas estratégicas. Daí a necessidade do debate, das críticas.

Que papel podemos esperar no futuro, se o Brasil aparece em 58.º lugar no ranking de invenção da Organização Mundial de Propriedade Industrial, bem atrás do Chile, o 36.º? Caímos nove posições. O atraso brasileiro não se deve só ao governo. Mas uma política científica e tecnológica ajudaria muito. E deveria ter sido inaugurada em 2003, no primeiro governo Lula. O PIB está lá embaixo, fatores que nos trariam esperança para o futuro, ensino e invenção, têm desempenho desanimador no ranking internacional.

Alguns adeptos do governo querem nos convencer de que nunca fomos tão felizes, como quiseram também os militares, em outras circunstâncias. Para ganhar seu dinheirinho, atacam os críticos e nos chamam de urubus. No meu caso, deviam ter o salário descontado. Urubu é o símbolo de parte da torcida do Flamengo. Além disso, tive a sorte de ouvir Tom Jobim falar de pássaros e ele sempre destacava a elegância do voo do urubu.

O Brasil está cheio de gente otimista que nos envia beijos no coração e toda essa ternura de candidato em campanha. Precisamos de alimento para pensar. O futuro luminoso não é uma fatalidade à prova de um medíocre oba-oba. Ele pode chegar tarde ou desaparecer no horizonte. O que mais incomoda é associar os impasses econômicos à decadência política. A Ferrovia Norte-Sul virou mais uma piada, a última do Juquinha, ex-presidente da Valec, que teve os bens bloqueados. Ele ganhava em torno de R$ 20 mil e tinha vários imóveis, até uma fazenda de R$ 20 milhões.

De fora chegam sinais animadoras: Paulo Maluf perdeu os recursos na Justiça de Jersey e a São Paulo pode reaver US$ 22 milhões desviados de suas obras públicas. Na Suíça, Joseph Blatter pede a João Havelange que deixe a presidência de honra da Fifa depois do escândalo da propina. Os torcedores do Rio querem mudar o nome do Estádio João Havelange para João Saldanha.

Dizem os economistas que na maré alta todos se movem com facilidade, mas quando ela baixa descobrimos quem tomava banho nu. Agora que a maré baixou, diante da nudez de pouco adianta o argumento da beleza interior. É preciso coragem e boas ideias para um mundo em transição. Anos de poder amolecem e deformam quem se aproveita dele. Onde está a energia para um novo tempo?

Para responder à greve dos professores universitários o governo levou 36 dias. E se esqueceu do recesso parlamentar para aprovar incentivos à indústria, quase estagnada. Sorte dele é o profundo sono da oposição.

Tiros na capital da República - ELIANE CANTANHÊDE


FOLHA DE SP - 20/07


BRASÍLIA - Ou Carlinhos Cachoeira é muito burro ou teve um azar danado com o assassinato do agente da PF Wilton Tapajós Macedo justamente agora. Seria leviano dizer que o esquema do contraventor tem alguma coisa a ver com isso, mas é legítimo considerar essa linha de investigação obrigatória.

Macedo foi morto com tiros na cabeça, aparentemente durante uma visita ao túmulo dos pais no cemitério de Brasília em pleno horário de trabalho. Estranho, não é?

Ninguém sabe detalhes da vida dele, e crimes assim podem ser passionais, por interesses contrariados ou até meros latrocínios. Mas Macedo era da área de inteligência da PF e trabalhou em missões delicadas, como combate à pedofilia e proteção a testemunhas.

Mais do que isso, atuou diretamente na Operação Monte Carlo, que levou à prisão de Cachoeira, expôs o seu grupo, desvendou suas relações promíscuas com políticos e desmascarou Demóstenes Torres.

Até ontem, nada se sabia sobre autores e motivos e é muito cedo para conclusões, como dizem o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o presidente da CPI, Vital do Rêgo. No jornalismo, faltam quem, como, onde e, particularmente, por quê.

Os precedentes, porém, são relevantes. O juiz Paulo Augusto Moreira Lima e a procuradora da República Léa Batista, ambos ligados às investigações do esquema Cachoeira, vinham recebendo ameaças de morte, inclusive dirigidas às suas famílias. E o próprio Macedo já notificara a PF de que estava sendo perseguido.

Quando PC Farias e a namorada apareceram mortos em Alagoas, a primeira versão foi a de um inverossímil crime passional. Quando um agente da PF que investigava uma rede de contravenção, poder e política é morto a tiros na capital da República, convém não ser tão simplista.

É o típico caso em que é melhor pecar pelo exagero do que pela omissão. Tem muito fio nesse novelo.

O dia do fico - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 20/07

A despeito do desgaste político que sofreu, por estar em viagem particular no encerramento do semestre legislativo, quando foram votadas MPs e a LDO, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não vai perder o cargo. No fim da tarde de quarta-feira, o petista foi recebido, no Planalto, por cerca de 30 minutos, pela presidente Dilma, que ouviu suas explicações e um balanço das votações de interesse do governo durante o primeiro semestre.

Dinheiro na mão é vendaval
Ser dono de um partido nanico é um grande negócio. Pode-se viver dele graças ao dinheiro do fundo partidário. Um partido como o PHS, com um deputado federal, vai receber durante este ano cerca de R$ 1,6 milhão. O PTdoB, que disputa a prefeitura de São Paulo, com a candidatura de seu presidente, Levy Fidelix, receberá R$ 1,1 milhão. O PRB, do ministro Marcelo Crivella (Pesca), com nove deputados, terá verba de R$ 3,3 milhões. Essa generosidade legal explica por que há cerca de 30 partidos no país.

"Há anseio da sociedade por sangue e justiça. Mas o STF está limitado às provas. Vai ser um festival de absolvições" — Luiz
Francisco Correia Barbosa, advogado do presidente do PTB, Roberto Jefferson, no julgamento do mensalão

ESQUIZOFRENIA. Durante anos, mesmo após ter deixado o governo Lula, o ex-ministro José Dirceu sustentou uma máquina de propaganda para cantar em prosa e verso que ele continuava mandando e desmandando no PT, e que ele fazia e acontecia no governo. O seu blog era apenas uma peça dessa azeitada engrenagem. Agora, no julgamento do mensalão, seus advogados sustentam em memoriais que, quando era o todo-poderoso ministro da Casa Civil, "estava afastado do comando do partido", que "não tinha influência na indicação para cargos" e que no Planalto ele exercia apenas "um papel burocrático". Então, tá!?

No forno
Os deficientes auditivos que vierem ao Brasil na Copa de 2014 terão um exército preparado para recebê-los. O Ministério do Turismo registra que 32,5 mil brasileiros querem aprender a língua de sinais (Libras). Depois vem o inglês com 12,5 mil inscritos.

Puxão de orelhas
O governador Raimundo Colombo (PSD-SC) recebeu cobrança do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O estado é o único que não criou uma Defensoria Pública. Se não cumprir decisão do STF, Colombo responderá por crime de responsabilidade.

Todo o cuidado é pouco
A cerimônia de lançamento do PAC Mobilidade Médias Cidades, ontem, foi cercada de cuidados para evitar problemas eleitorais. A assessoria do Planalto recomendou expressamente aos prefeitos que concorrem à reeleição que não comparecessem ao evento. A cerimônia foi fechada para a imprensa, não sendo transmitida ao vivo nem pelo canal de TV oficial, a NBR. A assessoria só abriu as portas no discurso da presidente Dilma. Ela falou pouco e, assim que terminou, deixou o palco. Sem chance para as fotografias.

Os democratas
Os partidos reclamavam antigamente da presença de petistas perturbando seus eventos eleitorais. Eles foram batizados, ironicamente, de "petepol". Na terça-feira, em São Paulo, filiados ao PSDB organizaram um protesto numa caminhada do candidato petista Fernando Haddad e criaram o "tucanopol".

Sinal dos tempos
Concessões de emissoras de rádio já foram usadas para garantir os cinco anos de Sarney. Agora, o deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) faz gestões no Ministério das Comunicações para devolver uma emissora em Barbosa Ferraz (PR) que pertence à sua cunhada. A emissora nunca deu lucro e passou a dar prejuízo.

A PRESIDENTE Dilma e os estudantes do Programa Ciência Sem Fronteiras vão se reunir quinta-feira, no Museu de Ciências de Londres, com o físico Stephen Hawking.

O VICE Michel Temer e o ministro Mendes Ribeiro (Agricultura) tiveram conversa com o ex-deputado Roberto Brant. Ex-PSD, foi convidado a voltar ao PMDB.

NA DATA-LIMITE para troca de partidos, o novo PEN conseguiu a filiação de dois deputados federais: Fernando Francischini (PR) e João Caldas (AL). Eles saíram do PSDB.

Nervos de aço - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP 20/07


O advogado de Roberto Jefferson, Luiz Barbosa, vai usar metade da uma hora a que tem direito na sustentação oral do STF para bater na Procuradoria-Geral da República. A defesa do denunciante do mensalão vai desqualificar a denúncia por não incluir o ex-presidente Lula, que será apontado como comandante do esquema. A defesa também pretende desferir ataques ao relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa, chamado de "zaga do Lula'' pelos advogados de Jefferson.

Alvo Gurgel estará na mira não só da defesa de Jefferson, mas dos demais réus. Uma estratégia comum será acusá-lo de negligência pelo fato de ter retido por três anos a Operação Vegas, que continha indícios da relação do senador cassado Demóstenes Torres com o empresário acusado de contravenção Carlinhos Cachoeira.

Carona Em um ponto, a defesa de Jefferson contradiz a tese do mensalão, levantada por ele. Os advogados vão desqualificar a parte da denúncia que diz que os empréstimos do PT junto aos bancos Rural e BMG foram forjados para encobrir desvio de dinheiro público. Em maio, o PT anexou ao processo a quitação das dívidas.

Banho-maria O Sindifisco, que representa os trabalhadores da Receita Federal, prevê que o Ministério do Planejamento, responsável pela negociação com os servidores em greve, "cozinhará" as categorias até fim de agosto.

Na marra Para o sindicato, o Planejamento se prepara para enviar medida provisória ao Congresso com aumento linear de 3%. Se isso acontecer, diz a entidade, os auditores continuarão parados por tempo indeterminado.

Caladão Eleito símbolo da negativa do governo em negociar, o Planejamento teve o prédio bloqueado ontem por grevistas, e ficou sem secretárias para atender ligações e anotar os recados.

Sem disfarce Enquanto Fernando Haddad ironiza protesto de tucanos por conta da greve nas universidades federais, anteontem, um grupo de professores dessas instituições tenta ser recebido pelo candidato petista, ex-ministro da Educação, há duas semanas, sem sucesso.

Não é comigo Diante das negativas, os servidores, em sua maioria das unidades do ABC e de Guarulhos, ameaçam abordá-lo nas ruas. Integrantes do QG haddadista buscam demovê-los, argumentando que as negociações vêm sendo conduzidas pelo novo comando do MEC.

Do contra Ex-vice de Haddad, Luiza Erundina (PSB) adiou pela segunda vez o ato que organizaria para reiterar apoio ao petista. Após criticar a foto do candidato ao lado de Paulo Maluf, a ex-prefeita manifestou contrariedade com as cheerleaders que embalaram a passeata de largada da campanha.

Batismo Gilberto Kassab passou a promover, em sua casa, reuniões noturnas com os titulares das 31 subprefeituras. Nas conversas procura orientá-los sobre a interface do governo com a campanha de José Serra, já que quase todos são militares da reserva, sem know-how político.

Fora do ar No dia 2 de agosto, a Band promoverá debates em várias capitais, mas Recife ficará de fora. Aliados de Humberto Costa (PT) acusam o governador Eduardo Campos de ter pressionado para evitar a realização do confronto, para evitar a exposição de Geraldo Júlio (PSB), novato em disputas.

Visita à Folha Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil, visitou a Folha ontem. Estava acompanhada de Ana Paula Ferreira, diretora de comunicação.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Haddad deveria estar mais preocupado com o julgamento do mensalão, o verdadeiro pedágio que o PT impôs à sociedade."

DE ANDREA MATARAZZO (PSDB), sobre a crítica do candidato petista à prefeitura ao sistema de cobrança a ser implantado nas rodovias de São Paulo.

contraponto

Paris, te amo

Durante visita ao Palácio do Planalto, Sérgio Cabral (PMDB) foi cercado por repórteres após acertar a participação do Rio no plano de prevenção a desastres naturais. Os jornalistas quiseram saber se o governador irá à abertura da Olimpíada, em Londres. Ele confirmou:

-Vou, sim, junto com a presidente Dilma. Nós vamos lançar a Casa França lá!

Diante das gargalhadas, Cabral -que foi flagrado em fotos festivas em Paris com o dono da Delta, Fernando Cavendish- percebeu a gafe e tratou de corrigir:

-É, quer dizer... a Casa Brasil!

O agiota de plástico - MARCOS AUGUSTO GONÇALVES


FOLHA DE SP - 20/07

SÃO PAULO - O ancestral dos atuais cartões de crédito apareceu na década de 1920, nos Estados Unidos. Empresas os entregavam a alguns clientes, considerados honestos e fiéis, para que pudessem fazer compras e pagar depois.
Foi em 1950 que surgiu o modelo parecido com o atual. Um ano antes, seu criador, o empresário Frank McNamara, havia passado por um aperto num restaurante de Nova York. Depois do jantar, quando veio a conta, percebeu que esquecera dinheiro e cheques em casa.

Do incidente nasceu a revolucionária ideia, com o nome, já lendário, de Diners Club -obra de McNamara e de seu advogado, Ralph Schneider.

O novo meio de pagamento foi oferecido a um círculo de 200 pessoas e apenas 14 restaurantes nova-iorquinos passaram a aceitá-lo.

Logo, porém, o negócio escalava as alturas -até mesmo na ampliação dos escritórios: o Diners começou a funcionar no 24° andar do Empire State Building, estendeu-se ao 32º e, por fim, ao 77º. No fim do ano, 20 mil pessoas já levavam um cartão de crédito no bolso.

Conhecido, hoje, como "dinheiro de plástico", esse fetiche monetário do capitalismo contemporâneo atrai cada vez mais brasileiros que chegam ao mercado de consumo.
Por um lado, é uma boa notícia, por outro, difunde-se uma arapuca que pode gerar endividamentos em bola de neve.

É que as operadoras, como se noticiou nesta semana, praticam no Brasil os juros mais elevados do planeta.

Enquanto a Selic, a taxa básica, desce a patamares civilizados (cerca de 3% ao ano, em termos reais), os juros do financiamento rotativo do cartão alcançam 323% anuais.
Que nome dar a isso? Agiotagem parece pouco.

Por mais que o setor financeiro venha com considerações sobre riscos e inadimplências, trata-se de uma situação escandalosa, abusiva, que precisa ser alvo de alguma providência em defesa do consumidor.

Quarenta por cento - ROGÉRIO L. FURKIM WERNECK


O ESTADÃO - 20/07


No dia 7 de agosto,a presidente Dilma Rousseff cruzará a linha dos 40% de seu mandato.

Dos 48 meses, 19 já se terão passado.E a verdade é que,por enquanto, os resultados ficaram muito aquém do que o governo esperava. Mas ainda há tempo para mudanças.A dúvida é se o governo conseguir á perceber que a insistência no curso atual só pode redundar em fiasco.

O desempenho da economia mostra seca da vez mais decepcionante.Tendo crescido apenas 2,7% em 2011,o PIB deverá mostrar expansão de menos de 2% em 2012. É bem possível que, afinal, a inflação deste ano fique próxima da meta. Mas, no caso, o elogio que cabe ao Banco Central é o mesmo que poderia ser feito a um jogador de sinuca que, tendo dado uma tacada forte,sem conseguir matar a bola na caçapa "cantada", se regozija por vê-la bater nas tabelas laterais e, lentamente, escorrer para dentro de outra caçapa, do lado oposto da mesa.A arte estava em trazer a inflação para o centro da meta com a economia crescendo a uma taxa razoável. E não amenos de 2% ao ano.

A incerteza externa,em boa parte advinda da apreensão com o desfecho do imbróglio europeu,tem contribuído para a desaceleração do crescimento. Mas basta comparar o desempenho brasileiro com os de outras economias congêneres para constatar que, além do ambiente externo adverso, há um forte componente específico, verde-amarelo, por trás das dificuldades locais.

É bem provável que, na esteira dos muitos estímulos à demanda deflagrados desde o ano passado, a economias e recupere nos próximos meses e termine o ano crescendo a uma taxa anualizada razoável, ainda que mais baixa que o governo antevê.

O problema é a indústria.Acumulam se as evidências de que a falta de dinamismo da indústria não será resolvida com novos estímulos à demanda agregada, não importa quão fortes sejam.Muito pelo contrário, tudo indica que tais estímulos-num quadro de mercado de trabalho aquecido-estão,de fato,agravando as dificuldades da indústria, como bem arguem, em artigo recente, Affonso Pastore, Marcelo Gazzano e Maria Cristina Pinotti.

Exposta à concorrência externa, a indústria vem vendo sua competitividade estrangulada, pouco a pouco, pelo aumento do custo Brasil. Especialmente, pela elevação sem fim da carga tributária. E aqui, sim, o governo poderia fazer muita diferença. Mas, por enquanto, não tem feito. Por pelo menos duas razões.

A primeira é que um programa de redução efetiva e substancial de carga tributária seria incompatível com um ponto central e inegociável do projeto político do governo, que é a manutenção da rápida expansão do dispêndio público.

É por isso que a desoneração fiscal que vem sendo feita- além de discricionária e baseada em injustificável reintrodução da tributação sobre faturamento- é tão acanhada.

A segunda razão é que o governo se tem mostrado incapaz de promover a recuperação do investimento público, essencial para a redução do custo Brasil.

Muitos e tem dito sobre a insolúvel paralisia dos programas de investimento do governo. Mas talvez já seja hora de adicionar às explicações usuais as deficiências que decorrem do estilo peculiar com que a presidente exerce suas funções administrativas, não obstante toda a mitologia que se construiu em torno de seus supostos talentos nessa área.

Sobram evidências de que a presidente Dilma Rousseff tem cometido erros sérios nas eleção de auxiliares importantes, mostra propensão desmesurada à centralização e considera eficaz manter os escalões mais altos do governo aterrorizados com a possibilidade de desgostá- la por qual quer razão.Não é preciso ser um guru da administração para constatar o óbvio.A persistência dessas práticas na cúpula do governo constitui enorme empecilho à boa gestão das políticas públicas e a o bom andamento dos programas de investimento público.

Reconhecer as deficiências e ter disposição para mudar é a parte mais difícil. Mas o certo é que o governo precisa corrigir o curso. Passados os próximos 19 meses, Dilma se verá na cabeceira da pista da sucessão presidencial

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 20/07


Governo quer alta de 47% em gasto de estrangeiro

O governo federal pretende aumentar em 47,5% a receita gerada pelo turismo internacional até 2015, de acordo com o Plano Nacional de Turismo.

A intenção é passar dos US$ 6,78 bilhões registrados no ano passado para US$ 10 bilhões -com expansão de 11,87% ao ano.

O governo também espera que a chegada de turistas estrangeiros cresça 38,9% no período e atinja 7,1 milhões em 2015. Para o ano da Copa, a expectativa é de 7,2 milhões.

O documento deve ser assinado pela presidente Dilma Rousseff no começo de agosto, segundo o ministro do Turismo, Gastão Vieira.

"O objetivo é aumentar o fluxo de turistas no país, principalmente o de brasileiros", disse o ministro à coluna.

No ano passado, 195 milhões de viagens domésticas foram realizadas. A meta é que sejam 240 milhões em 2015 -crescimento de 23%.

Entre as medidas citadas no projeto estão a elaboração e a implementação de planos de desenvolvimento turístico e a realização de campanhas para promover a atividade internamente.

"Estamos trabalhando no plano para garantir que o número de turistas depois da Copa continue alto. O hoteleiro só investirá se tiver certeza de que haverá ocupação depois do evento."

Também há intenção, por parte do governo federal, de ampliar as linhas de crédito, aumentar as formas de atração de investimento para o segmento e certificar os serviços turísticos.

FINANCIAMENTO HOTELEIRO

Os financiamentos concedidos pelos bancos oficiais para empresas do setor de turismo cresceram quase 40% nos cinco primeiros meses deste ano, ante o mesmo período de 2011.

O volume passou de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,9 bilhões, segundo dados do Ministério do Turismo.

Apesar da alta, o setor afirma que as exigências de garantia ainda são um entrave no acesso ao crédito.

"A burocracia é extensiva", diz o presidente da Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo), Bruno Omori.

O próprio ministro do Turismo, Gastão Vieira, afirma ser preciso diminuir a taxa de juros e a burocracia.

"O Banco do Brasil e a Caixa Econômica estão mais agressivos [para conceder crédito], mas com o BNDES é mais difícil."

Vieira afirma que deve se encontrar com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, no começo de agosto para discutir o assunto.

LOGÍSTICA FERROVIÁRIA

A Rumo Logística, do grupo Cosan, acaba de investir R$ 41 milhões na compra de 200 vagões para aumentar o transporte de açúcar por meio de ferrovias.

Com a medida, que é parte de um plano com aporte total de R$ 1,4 bilhão, a companhia espera retirar das estradas do Estado cerca de 2.000 caminhões que fazem diariamente o percurso entre o porto de Santos e o interior de São Paulo.

"Queremos inverter a nossa matriz logística de exportação de açúcar. Há três anos, 90% eram feitos por rodovia. Em mais dois anos, teremos 90% em ferrovia", afirma o presidente da empresa, Julio Fontana Neto.

No final de 2011, 60% das cargas da companhia já eram transportadas por trens.

Com a chegada dos 200 novos vagões, prevista para acontecer entre agosto e outubro de 2012, a Rumo Logística passará a ter 929 unidades desse tipo em operação.

NÚMEROS

R$ 213,2 milhões é o Ebitda da companhia
7 terminais no país, sendo quatro próprios
R$ 1,4 bilhão será o total investido no plano de reversão do modal rodoviário para o ferroviário
R$ 572 milhões é o faturamento líquido da empresa

ROTA ALTERNATIVA
O maior índice de desistências de empresas no uso de algum porto ou rota de cabotagem no Brasil parte dos setores de material de construção e decoração (43%), além de siderurgia e metalurgia (38%), de acordo com estudo que será apresentado em evento internacional especializado no setor de logística em agosto, no Rio de Janeiro.

Entre os principais problemas para o uso do meio no país, segundo empresas, estão a infraestrutura inadequada nos portos, a falta de integração entre os modais, a baixa frequência de navios e de confiabilidade nos prazos, entre outros.

Indisponibilidade de rotas, excesso de burocracia e críticas quanto ao risco de roubo e avarias de carga também aparecem.

EMPREGADOR EXIGENTE

O ritmo de contratação se desacelerou no país no primeiro semestre do ano e quem ainda oferece emprego tem usado mais rigor na escolha dos candidatos, segundo empresas especializadas.

"O mercado tem exigido das consultorias uma posição mais exigente nas contratações. O rigor aumentou na análise de histórico de resultados, idioma, comportamento e outros", diz Roberto Picino, da Page Personnel.

Com 12.708 novas vagas de trabalho anunciadas nos primeiros seis meses do ano, uma queda de 24% ante igual intervalo de 2011 foi registrada pela Vagas Tecnologia, de recrutamento eletrônico.

Com exceção dos cargos de atuação auxiliar, operacional e técnica, a redução de postos aconteceu em quase todos os níveis de ocupação.

NÚMEROS
66% apontam que o "transit time" é elevado e, por isso, o principal problema da cabotagem
64% afirmam que a falta de estrutura nos portos é um dos entraves
59% dizem que falta infraestrutura de integração entre os modais
57% acham que a frequência de navios é muito baixa
56% acreditam que os prazos do modal são pouco confiáveis
55% dizem que não há disponibilidade de rotas
52% apontam o excesso de burocracia governamental

Vento de... A ArcelorMittal informa que atuou no fornecimento de mais de 20 mil toneladas de aço para os parques eólicos construídos na região Nordeste, desde 2009 até junho deste ano.

...aço A partir deste mês, a empresa inicia o fornecimento de 5.000 toneladas adicionais para mais 58 torres a serem construídas. A empresa vai entregar as armaduras prontas para as estruturas de concreto das torres, que terão 100 metros de altura cada uma.

Pele... A rede de franquias espanhola de fotodepilação Não+Pêlo abriu cerca de 345 lojas no país entre maio de 2010 e maio de 2012.

...lisa Para este ano, o plano de expansão da rede no Brasil abrange mais cem unidades em municípios com até 100 mil habitantes.

Consumo verde Cerca de 71% dos brasileiros e 81% dos chineses procuram por alternativas mais saudáveis no cardápio quando comem fora de suas casas, segundo estudo da Unilever Food Solutions.

Sempre às quintas - MIRIAM LEITÃO


O GLOBO - 20/07


Acontece só a cada 45 dias, mas não é fácil. Jornalista de economia tem que atravessar 77 parágrafos da ata do Copom para contar para os leitores o que o Banco Central está pensando. Nesta 168ª ata, ele informou que os juros vão continuar caindo; há possibilidade de recuperação da economia no segundo semestre. Que o mundo está crescendo menos do que se esperava e que a situação continua feia lá fora.

É sempre às quintas-feiras a divulgação da ata, uma semana depois da reunião. Eles dizem o que acham no dialeto deles e o mais interessante sempre está nas entrelinhas, nas palavras suprimidas ou aparecidas. Os fluentes em "coponês" vão com lupa à cata de cada sinal. A palavra "parcimônia" está lá de novo no parágrafo 35. O BC tem dito que os juros vão continuar a cair, mas "com parcimônia".

Há outros dados justificando a queda. Por exemplo: "a taxa de crescimento acumulada em quatro trimestres recuou para 1,9%, ratificando a visão de que a economia tem crescido abaixo do seu potencial". Já o IBC-Br, um índice desenvolvido por eles para medir o ritmo da economia, mostra um número ainda pior: 1,7% em doze meses. O país cresce pouco.

A leitura da ata do Copom é um exercício de paciência e descoberta de palavras- chave que vão mostrando o cenário econômico na visão do Banco Central. Vocês podem perguntar: para que tudo isso?

Houve um tempo em que a taxa de juros era decidida de forma improvisada, ninguém sabia o que pensava o Banco Central e quem tivesse um amigo lá poderia se dar muito bem. Foi na era da inflação louca. Depois, veio o período do câmbio quase fixo que amansou a taxa. Em 1999, o país adotou o atual sistema que inclui atas e relatórios.

Primeiro com a ajuda da política cambial, depois com as metas de inflação, o Brasil venceu um inimigo persistente. Nos anos 1940, a inflação pulou para dois dígitos e lá ficou por meio século. Só foi derrotada no Plano Real, há 18 anos. Por isso, tem que ficar sendo vigiada.

E é vigiadíssima. Para vocês terem uma ideia, nos três primeiros parágrafos da ata, eles falam das medidas de núcleo de inflação, média de inflação, núcleo por dupla ponderação, médias aparadas, inflação subjacente, preços livres, preços administrados, dos bens comercializados, de serviços, IGP-DI, IPCA, IPC, INCC e IPP/IT. Esse último é o Índice de Preços ao Produtor - Indústria de Transformação. E assim, com a taxa de inflação analisada, esquadrinhada, virada do avesso e radiografada, chegaram os doutores à conclusão de que ela terminará o ano em torno de 4,5% e, com isso, o país completará oito anos de cumprimento da meta. Claro, no ano passado, passou raspando na cerca com um quase gol de mão: adiamento da elevação dos impostos sobre cigarro e do reajuste dos preços da gasolina. Aliás, o BC disse que continua prevendo 0% de elevação do preço do combustível, apesar do rufar de tambores da Petrobras.

Com a inflação em declínio, melhoram as expectativas dos agentes, informa o Banco Central. Acontece assim: quando a taxa cai, há mais renda disponível, o que eleva o consumo.

No mundo, o Copom viu "incerteza acima do usual". Conta que piorou a situação desde a última reunião, um mês e meio atrás. Vê "riscos elevados para a estabilidade financeira global". O mundo vai crescer menos do que se imaginava, avisa. Um dos números: o PIB do primeiro trimestre dos Estados Unidos indica um crescimento de 1,9%; no último trimestre do ano passado, estava a 3%. Mas informa que não "contempla a ocorrência de eventos extremos no mercado financeiro internacional". Menos mal, mas com o mundo assim, o Brasil é afetado pela queda do investimento e do comércio.

O Copom disse que todos os países estão baixando juros, ou melhor, que a "política monetária é expansionista". A China, inclusive, cortou duas vezes os juros nos últimos dois meses.

As commodities estão com queda de preço. As metálicas caíram 26,2% em 12 meses e as agrícolas, 12,5%. E isso com quebra de safra de soja e de milho. A notícia pode ser boa, porque derruba a inflação. "Mantém o viés desinflacionário". Mas tem uma complicação: derruba o saldo comercial. Ele caiu US$ 4 bilhões de um mês para o outro. Isso não chega a preocupar um país que tem US$ 373 bilhões de reservas, US$ 21 bilhões a mais do que em dezembro.

Segundo o comitê: "a demanda doméstica continuará robusta". Ou seja, os brasileiros manterão o ritmo de compras, porque apesar de a indústria estar em queda e a economia crescendo menos, o mercado de trabalho vai bem e o crédito ajuda na compra nossa de cada dia. Sempre que fala de crédito, o BC diz que a expansão está sendo "moderada". Cresceu 18% nos últimos 12 meses.

Tem um recadinho lá para a Fazenda. "O comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio das operações de crédito". Só pode estar falando da TJLP que caiu, aumentando o subsídio. Tem também um alerta nada simpático contra a "concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade".

No final, eles contam que votaram de forma unânime pela queda dos juros para 8%. São oito os votantes. Todos, homens. Essa coluna considera oportuna uma política expansionista da diversidade nesse comitê, mesmo que seja tempestivamente e com parcimônia.

Mobilidade emperrada - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 20/07


O Brasil seria um animado canteiro de obras, se o governo da presidente Dilma Rousseff mostrasse tanta competência para executar programas e planos quanto para lançá-los. Dado esse retrospecto, pouco se pode esperar da nova promessa de obras de mobilidade para cidades com populações entre 250 mil e 700 mil pessoas. Estão previstos R$ 7 bilhões para aplicação nesses projetos, mas nada assegura a efetiva aplicação desses recursos. A presidente, no entanto, prometeu resultados com a maior rapidez possível, ao apresentar, ontem, o PAC Mobilidade Médias Cidades, a mais nova extensão do Programa de Aceleração do Crescimento. A execução desse programa, criado em 2007, tem sido muito lenta e continua tão ineficiente na atual gestão quanto foi no governo anterior.

Ao apresentar o novo ramo do PAC, a presidente mencionou a possibilidade de usar o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para ganhar tempo na implementação dos projetos. O RDC foi criado como exceção à Lei de Licitações para facilitar a execução das obras da Copa. Foi um lance arriscado, porque aumentou o risco de mau uso de recursos públicos. O risco já era crescente, mesmo sem essa mudança, por causa do grande atraso na execução das obras.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esforçou-se para trazer para o Brasil a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Cuidou de sua projeção internacional, mas negligenciou as providências para dotar o País de aeroportos, estradas, estruturas de transporte urbano e outras instalações necessárias a grandes eventos internacionais.

Atribuir o atraso das obras aos critérios da Lei de Licitações é distorcer a história, mascarando o desleixo e a incompetência administrativa do governo Lula. Mas essa distorção ocorreu e assim surgiu o RDC. O passo seguinte foi o esforço para estender as facilidades de contratação às obras do PAC, como se isso tornasse mais eficiente a elaboração e a execução dos projetos. Essa tentativa é mais uma mistificação, porque os atrasos do PAC se devem a outro fator - a má qualidade da gestão pública.

Antes do programa especial para cidades médias, o governo federal já dispunha de planos de obras de mobilidade urbana. Foram previstos para essas obras R$ 2,1 bilhões no Orçamento-Geral da União deste ano. De janeiro a junho, no entanto, só foram desembolsados pelo Ministério das Cidades R$ 64,8 milhões, correspondentes a 3% da verba autorizada para 2012. O total empenhado - R$ 324,9 milhões - equivaleu a apenas 15,5% dos recursos previstos. Os números, divulgados pela ONG Contas Abertas, apenas confirmaram a deficiente execução dos programas. Resposta do Ministério das Cidades: das 43 ações pesquisadas, somente 8 estavam vinculadas ao PAC e, além disso, as aplicações de recursos foram dificultadas pelo contingenciamento de verbas. Péssima resposta. Afinal, as obras de mobilidade urbana são ou não prioritárias? Se a resposta for afirmativa, por que o governo se mostra incapaz de preservá-las, quando congela parte das verbas orçamentárias?

Mas todo o PAC vai mal, como sempre foi, desde seu lançamento há cinco anos. Neste ano, até junho, foram pagos R$ 18,6 bilhões, ou 42,9%, da verba orçamentária prevista para os 12 meses (R$ 43,4 bilhões). Mas a maior parte dos desembolsos, no valor de R$ 14,6 bilhões, correspondeu a restos a pagar. Além disso, 52,6% do total pago foi composto de financiamentos a programas habitacionais. É muito menos complicado liberar esse dinheiro que cuidar da elaboração de projetos e da condução de obras.

Enfim, o próprio governo parece muito desconfiado da própria capacidade de avançar na execução dos projetos. Afinal, o valor previsto para o PAC de 2013, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano, é pouco maior que o autorizado para este exercício fiscal. Mudar o regime de contratações poderá simplificar uma parte do processo, mas será preciso muito mais que isso para desemperrar o PAC. Para cuidar do problema realmente importante - a incompetência do governo - a presidente pouco tem feito. Para isso, seria preciso abandonar a concepção de governo implantada por seu antecessor, padrinho e mentor político.

O recado do Banco Central - CELSO MING


O Estado de S.Paulo - 20/07


A falta de novidades na Ata do Copom divulgada ontem não pode ser considerada como falta de recado do Banco Central, presidido por Alexandre Tombini, aos agentes da economia.

E o principal recado que se consegue depreender do texto é que continua em aberto a possibilidade de baixa adicional dos juros, com a mesma "parcimônia". Ou seja, caso nada de especialmente errado aconteça até dia 29 de agosto, data da próxima reunião, será providenciado mais um corte dos juros básicos (Selic), de 0,5 ponto porcentual, para 7,5% ao ano.

Entenda-se: o sistema de metas de inflação, ainda que "flexibilizado" como agora, prevê redução dos juros ou expansão do volume de dinheiro na economia sempre que a inflação estiver convergindo para o centro da meta - neste ano, de 4,5%. É o que o Banco Central indica que esteja ocorrendo.

O Copom não dá sinais sobre até onde pode ir o atual ciclo de afrouxamento monetário. Dessa vez, somente repetiu e enfatizou a mesma fieira de fatores que já vinham sendo apontados como responsáveis por uma inflação mais baixa no Brasil. Os principais são: perspectiva de queda geral dos preços em economias avançadas; queda na demanda de commodities, em consequência da paradeira global; falta de soluções imediatas para a crise global e, portanto, prolongamento indefinido da crise; e riscos limitados para a disparada da inflação no País.

A objeção que se pode fazer à reafirmação dessa aposta baixista é que os mais recentes indicadores de preços mostram nova estocada acumulada nas últimas quatro semanas. Ontem, por exemplo, a segunda prévia do IGP-M aponta para um avanço importante no item que avalia os preços praticados no mercado atacadista, de 1,45% sobre a segunda prévia do mês anterior. Como os preços no atacado tendem, em alguma medida, a ser repassados para o varejo, não seria de estranhar que, nas próximas semanas, o custo de vida medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acuse essa pressão.

Essa nova safra de preços mais altos provém de duas fontes: do forte avanço dos preços das commodities agrícolas, em decorrência da estiagem nos Estados Unidos; e da alta de mais de 20% nas cotações da moeda estrangeira (câmbio) e, consequentemente, do encarecimento das importações.

E há o reajuste dos combustíveis. O do óleo diesel, de 6%, já aconteceu e já está aumentando o custo do frete. O da gasolina virá provavelmente depois das eleições de outubro. O Banco Central registra que não espera revisão dos preços da gasolina, provavelmente porque a decisão nesse sentido foi tomada depois do dia 11, data da última reunião do Copom, objeto da ata em questão.

Essas pressões novas podem não ser suficientemente fortes para estancar o ciclo de baixa dos juros. Primeiramente, por uma razão técnica: porque podem ser neutralizadas pela tendência desinflacionária, proveniente do exterior. Há dois dias, o Fundo Monetário Internacional advertia para o forte risco de deflação (queda prolongada da inflação) na economia mundial. Em segundo lugar, por uma razão política: a baixa dos juros é um dos poucos campos importantes da economia em que o governo Dilma consegue mostrar serviço.

A construção de melhores dias - RODOLFO LANDIM


FOLHA DE SP - 20/07

Num mundo só de sinais desanimadores, o governo precisa tomar decisões que impulsionem a economia

A publicação dos recentes indicadores da atividade industrial brasileira e do crescimento do PIB mostraram que o ambiente de retração econômica que vem ocorrendo há tempos em todo o mundo acabou nos contaminando.

Aliás, tudo dentro das previsões da equipe econômica do governo, que, acertadamente, identificou a tendência e antecipou um conjunto de medidas no sentido de reaquecer a atividade econômica.

Várias ações conjunturais foram tomadas na direção certa. Mas o mais importante é conseguir implantar também medidas que tenham efeito estruturante e duradouro, incentivando investimentos.

Uma ação com o objetivo de produzir efeitos no curto prazo foi a redução de impostos, algo que é um instrumento eficaz de expansão de demanda principalmente quando tem natureza temporária, como foi o caso adotado para a venda de automóveis. O consumidor encara esse tipo de medida como uma promoção e vai às compras. Mas seu efeito é limitado.

A contínua redução da taxa Selic ao longo dos últimos meses também trouxe perspectivas bastante positivas, mas os resultados não são imediatos, levando de 6 a 12 meses para que os reflexos possam ser sentidos.

A desvalorização do câmbio também é positiva, à medida que aumenta a competitividade dos produtos brasileiros, gerando maiores volumes de exportação e reduzindo importações. Mas a tomada de decisão baseada na perspectiva de que produzir aqui será melhor só ocorre depois que se consolida a percepção de que o dólar mais caro veio para ficar. E isso também demora algum tempo.

Além dessas medidas já tomadas, porém, existe um campo de iniciativas menos conjunturais que daria grande ajuda ao desafio de impulsionar a economia brasileira em um mundo que parece enviar apenas sinais desanimadores.

São iniciativas para liberar grandes investimentos privados que não estão na dependência de juros mais baixos nem de menores impostos. Dependem apenas de decisões públicas que as destravem.

Vimos no caso das concessões de três aeroportos como existe enorme disposição do setor privado para investir no setor de infraestrutura.

Novas concessões de aeroportos e a criação de condições menos restritivas para investimentos privados em portos são agendas ao alcance da mão.

Nesses, como em outros casos de obras de infraestrutura, maior agilidade no processo de licenciamento ambiental, gargalo para a implantação de vários projetos em andamento, também ajudaria muito.

Outro setor no qual existem enormes oportunidades é, sabidamente, o de petróleo e gás. Os investimentos da Petrobras são o principal motor desse setor. Mas existe um enorme potencial de investimentos adicionais que está travado à espera da 11ª rodada de licitações de áreas de exploração. Assim como no caso das concessões de aeroportos, basta liberar o setor privado e haverá mobilização de grandes recursos.

Mesmo que a própria Petrobras entre no leilão e ganhe parte dos blocos -o que é esperado, até porque, a cada ano, com o fim do prazo de exploração previsto em concessões obtidas em rodadas anteriores, ela está com menos blocos para explorar-, a realização da 11ª rodada terá posto em marcha, de qualquer modo, um grande volume adicional de investimentos que será proveniente de outras petroleiras.

E o fato de existir entre as obrigações dos contratos de concessão um elevado percentual de conteúdo local nos investimentos traz um efeito multiplicador importante à medida. Sem falar no benefício da criação de inúmeros postos de trabalho com alta remuneração devido à qualificação tecnológica requerida.

Trata-se de iniciativas sem custo para o Tesouro Nacional e que trazem receitas adicionais, oriundas do pagamento de prêmios ou bônus na assinatura dos contratos, como royalties, com impacto positivo para o desenvolvimento do país a longo prazo e efeito especialmente importante neste período em que o Brasil luta para manter sua trajetória de crescimento.

CLAUDIO HUMBERTO

“Ele ofereceu uma saída pela porta dos fundos”
Roberto Jefferson (PTB), réu do mensalão, sobre proposta de Chinaglia para blindá-lo

MENSALÃO: STF DEFINE REGRAS PARA O JULGAMENTO

O Supremo Tribunal Federal ainda não divulgou, mas já definiu regras para julgamento do mensalão, como limitar a quatro, por réu, o acesso de pessoas às sessões. Além do próprio acusado, mais três defensores terão assento no plenário e as primeiras fileiras serão reservadas aos advogados que farão sustentação oral. Se o réu faltar ao julgamento, a vaga será distribuída a outras pessoas interessadas em assisti-lo.

SEM EXCEÇÕES

O STF decidiu não abrir exceções: cada réu só será representado por três advogados. Na ausência, a vaga não será de mais um defensor.

VACINA ANTIMANOBRA

A Defensoria Pública está de sobreaviso: advogado que se ausentar para pedir nulidade do julgamento será substituído por defensor dativo.

MEU BRASIL BRASILEIRO

A Organização Internacional do Trabalho destacou redução de 36,5% da pobreza no Brasil. E pensar que inadimplência foi recorde em maio.

QUEM DÁ MAIS

O presidente do DEM, José Agripino (RN), aposta as fichas nos candidatos em Aracaju, Salvador, Macapá, Fortaleza e Recife.

DENÚNCIA DE DURVAL SOBRE DOAÇÕES FOI IGNORADA

Apesar de a Operação Caixa de Pandora ter sido lastreada na delação de Durval Barbosa, operador do esquema de corrupção no DF, revelações dele foram ignoradas, como a doação de R$ 1 milhão de empresas de informática – como a CTIS, uma das maiores do DF – à campanha de José Roberto Arruda, em troca de contratos. A prestação de contas de Arruda registra doação só de R$ 250 mil da CTIS. A polícia suspeita de que o restante teria sido “por fora”, o que caracteriza sonegação fiscal.

DOAÇÕES

Além da CTIS, segundo Durval Barbosa, as empresas Linknet, Poliedro e Politec doaram R$ 1 milhão (cada) à campanha de Arruda em 2006.

O OPERADOR

Articulador de contratos de informática superfaturados, de quase R$ 500 milhões por ano no governo Roriz, Durval distribuía as propinas.

NÃO ACABOU

O dono da CTIS, Avaldir de Oliveira, que ficou calado no depoimento à PF, ainda pode ser incluído no rol de acusados da Pandora.

DESCULPA ESFARRAPADA

O prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), “declinou” do convite da CBF para chefiar delegação de futebol nas Olimpíadas de Londres após esta coluna revelar o mico. Góes alegou compromissos políticos. A CBF o substituiu por Bonfim Peixoto, da Federação Catarinense.

NA NOSSA CONTA

A Caixa vai emprestar R$ 1 bilhão ao grupo JBS, diz o Wall Street Journal. O BNDES, que emprestou R$ 1,4 bilhão em três anos ao maior frigorífico do mundo, tem 31,4% – ou seja, também somos sócios.

NÃO ABRO MÃO

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) não abriu mão do recesso para analisar os documentos disponibilizados pela CPMI do Cachoeira.

Ele está em férias nos Estados Unidos e só retorna daqui a sete dias.

BLINDADO

Governador do Rio, Sérgio Cabral não economiza quando o assunto é sua segurança. Ele chamou atenção ao transitar com carro blindado alugado em Brasília, onde participou de reunião na segunda (16), no Planalto. A diária, incluindo motorista, é de, no mínimo, R$ 1,5 mil.

MAIS 300 KG

O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) garante ter mais 300 kg de documentação para levar à CPMI do Cachoeira. “Aqueles 68 kg de papéis foram só a ponta do iceberg. Vai ter muitas novidades”, afirma.

PARTIDA DE XADREZ

A notícia de que Cachoeira tentou se enforcar na cela da Papuda, em Brasília, é mais recado que ameaça de suicídio: farto do advogado estrelado, está difícil segurá-lo, pelo menos na cadeia, por mais tempo.

PERIGO É OUTRO

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) duvida da possibilidade de Cachoeira tentar

suicídio: “se ele aparecer morto na Papuda, pode-se investigar o homicídio. O que é preciso é dar garantia de vida a ele”.

‘SEU’ ENCRENCA

O presidente cocalero da Bolívia, Evo Morales, adora uma encrenca: após nacionalizar ativos da Petrobras em 2006, vai pedir explicação ao embaixador do Brasil, Marcel Biato, que insiste no salvo-conduto ao senador de oposição Róger Pinto, asilado na embaixada em La Paz.

PERGUNTA NA PF

Alguém sabe o paradeiro de Geovani Pereira da Silva, o contador de Cachoeira, que fugiu da Operação Monte Carlos há cinco meses?

PODER SEM PUDOR

SANTIAGO, O MENDIGO

O célebre Santiago Dantas era candidato ao governo mineiro e, como tal, ganhou a estrada. Segundo a lenda, era uma presepada: no banco da frente do carro, o motorista fardado, usando quepe, e, ao lado, Hugo Coelho, especialista em Minas Gerais. No banco de trás, Santiago vestia sua roupa tipo safári, usando luvas e máscara contra poeira. Quando o carro se aproximava de alguma cidade, Coelho avisava: "Povo à vista!". Ele se livrava da máscara e das luvas, colocava os óculos, abria o sorriso e acenava aos pobres diabos, mendigando votos.

SEXTA NOS JORNAIS


Globo: Tribunais se rebelam contra divulgação de salário de juiz
Folha: Em meio a guerra civil, Síria escapa de sanções
Estadão: China e Rússia vetam sanções a Assad e êxodo cresce na Síria
Valor: Valor da parcela do BNDES em frigoríficos cai R$ 2,5 bi
Estado de Minas: Doméstica para poucos
Zero Hora: Onda de assaltos contra postos de combustíveis força reação da polícia