FOLHA DE SP - 20/07
Governo quer alta de 47% em gasto de estrangeiro
O governo federal pretende aumentar em 47,5% a receita gerada pelo turismo internacional até 2015, de acordo com o Plano Nacional de Turismo.
A intenção é passar dos US$ 6,78 bilhões registrados no ano passado para US$ 10 bilhões -com expansão de 11,87% ao ano.
O governo também espera que a chegada de turistas estrangeiros cresça 38,9% no período e atinja 7,1 milhões em 2015. Para o ano da Copa, a expectativa é de 7,2 milhões.
O documento deve ser assinado pela presidente Dilma Rousseff no começo de agosto, segundo o ministro do Turismo, Gastão Vieira.
"O objetivo é aumentar o fluxo de turistas no país, principalmente o de brasileiros", disse o ministro à coluna.
No ano passado, 195 milhões de viagens domésticas foram realizadas. A meta é que sejam 240 milhões em 2015 -crescimento de 23%.
Entre as medidas citadas no projeto estão a elaboração e a implementação de planos de desenvolvimento turístico e a realização de campanhas para promover a atividade internamente.
"Estamos trabalhando no plano para garantir que o número de turistas depois da Copa continue alto. O hoteleiro só investirá se tiver certeza de que haverá ocupação depois do evento."
Também há intenção, por parte do governo federal, de ampliar as linhas de crédito, aumentar as formas de atração de investimento para o segmento e certificar os serviços turísticos.
FINANCIAMENTO HOTELEIRO
Os financiamentos concedidos pelos bancos oficiais para empresas do setor de turismo cresceram quase 40% nos cinco primeiros meses deste ano, ante o mesmo período de 2011.
O volume passou de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,9 bilhões, segundo dados do Ministério do Turismo.
Apesar da alta, o setor afirma que as exigências de garantia ainda são um entrave no acesso ao crédito.
"A burocracia é extensiva", diz o presidente da Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo), Bruno Omori.
O próprio ministro do Turismo, Gastão Vieira, afirma ser preciso diminuir a taxa de juros e a burocracia.
"O Banco do Brasil e a Caixa Econômica estão mais agressivos [para conceder crédito], mas com o BNDES é mais difícil."
Vieira afirma que deve se encontrar com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, no começo de agosto para discutir o assunto.
LOGÍSTICA FERROVIÁRIA
A Rumo Logística, do grupo Cosan, acaba de investir R$ 41 milhões na compra de 200 vagões para aumentar o transporte de açúcar por meio de ferrovias.
Com a medida, que é parte de um plano com aporte total de R$ 1,4 bilhão, a companhia espera retirar das estradas do Estado cerca de 2.000 caminhões que fazem diariamente o percurso entre o porto de Santos e o interior de São Paulo.
"Queremos inverter a nossa matriz logística de exportação de açúcar. Há três anos, 90% eram feitos por rodovia. Em mais dois anos, teremos 90% em ferrovia", afirma o presidente da empresa, Julio Fontana Neto.
No final de 2011, 60% das cargas da companhia já eram transportadas por trens.
Com a chegada dos 200 novos vagões, prevista para acontecer entre agosto e outubro de 2012, a Rumo Logística passará a ter 929 unidades desse tipo em operação.
NÚMEROS
R$ 213,2 milhões é o Ebitda da companhia
7 terminais no país, sendo quatro próprios
R$ 1,4 bilhão será o total investido no plano de reversão do modal rodoviário para o ferroviário
R$ 572 milhões é o faturamento líquido da empresa
ROTA ALTERNATIVA
O maior índice de desistências de empresas no uso de algum porto ou rota de cabotagem no Brasil parte dos setores de material de construção e decoração (43%), além de siderurgia e metalurgia (38%), de acordo com estudo que será apresentado em evento internacional especializado no setor de logística em agosto, no Rio de Janeiro.
Entre os principais problemas para o uso do meio no país, segundo empresas, estão a infraestrutura inadequada nos portos, a falta de integração entre os modais, a baixa frequência de navios e de confiabilidade nos prazos, entre outros.
Indisponibilidade de rotas, excesso de burocracia e críticas quanto ao risco de roubo e avarias de carga também aparecem.
EMPREGADOR EXIGENTE
O ritmo de contratação se desacelerou no país no primeiro semestre do ano e quem ainda oferece emprego tem usado mais rigor na escolha dos candidatos, segundo empresas especializadas.
"O mercado tem exigido das consultorias uma posição mais exigente nas contratações. O rigor aumentou na análise de histórico de resultados, idioma, comportamento e outros", diz Roberto Picino, da Page Personnel.
Com 12.708 novas vagas de trabalho anunciadas nos primeiros seis meses do ano, uma queda de 24% ante igual intervalo de 2011 foi registrada pela Vagas Tecnologia, de recrutamento eletrônico.
Com exceção dos cargos de atuação auxiliar, operacional e técnica, a redução de postos aconteceu em quase todos os níveis de ocupação.
NÚMEROS
66% apontam que o "transit time" é elevado e, por isso, o principal problema da cabotagem
64% afirmam que a falta de estrutura nos portos é um dos entraves
59% dizem que falta infraestrutura de integração entre os modais
57% acham que a frequência de navios é muito baixa
56% acreditam que os prazos do modal são pouco confiáveis
55% dizem que não há disponibilidade de rotas
52% apontam o excesso de burocracia governamental
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