FOLHA DE SP - 03/10
A heterossexualidade não é nenhum tipo de baluarte contra a bizarrice do sexo e do desejo
O papa Francisco, recentemente, lembrou que a Igreja Católica não deve se esquecer que ela tem, antes de mais nada, missões positivas --de obras e de fé. Claro, ela pode se opor tanto ao casamento gay quanto ao aborto, mas sem confundir essas preocupações com o essencial de seu ministério. Seria fácil acrescentar que, de qualquer forma, em matéria de proibição, a Igreja só escreveu as páginas mais nefastas de sua história.
Enfim, a fala do papa assinala que provavelmente, aos poucos, o casamento gay se tornará, por assim dizer, usual. Nas próximas décadas, senão nos próximos anos, ele integrará as modalidades habituais de amor e convivência. O casamento gay nos parecerá tão normal quanto o casamento heterossexual.
Visto que eu prezo a liberdade individual, só me restaria festejar. E festejo, mas com uma reserva: não gostaria que a aceitação do casamento gay criasse uma espécie de boa consciência coletiva, segundo a qual estaríamos fazendo as pazes com a diversidade do mundo e a variedade do amor e do desejo.
Nada disso: começaremos a entender e aceitar a diversidade do mundo quando pararmos de imaginar que o casamento heterossexual seja algum tipo de baluarte contra a bizarrice do sexo e do desejo. Ou seja, na hora em que o casamento gay está sendo normalizado, é urgente se lembrar de que o casamento heterossexual só foi e é "normal" em aparência.
Se você quiser chacoalhar um pouco suas ideias em matéria de casamento heterossexual e de "normalidade", ainda há uma chance.
Depois de uma temporada no Centro Cultural São Paulo e outra nos Satyros, "Lou & Leo", de Nelson Baskerville e Leo Moreira Sá, volta brevemente, a partir de amanhã, no Teatro do Ator, em São Paulo, na praça Roosevelt (dia 4 de outubro às 23h, dias 11, 18 e 25 de outubro às 21h30).
A peça dramatiza a história da aventurosa vida do próprio Leo, que faz o papel de si mesmo. Leo nasceu Lou, foi baterista das Mercenárias (famosa banda rock punk dos anos 1980), envolveu-se com tráfico de drogas, passou anos preso (ou presa, no caso, por isso acontecer, inevitavelmente, em presídios femininos) e se tornou homem e ator.
Mais importante aqui é que o grande amor da vida de Leo foi Gabi (na peça, a ótima Beatriz Aquino). Leo e Gabi se amaram e se casaram, no civil, em 2002 (divorciaram em 2012). Se o casal quisesse, o casamento poderia ter sido celebrado no religioso também.
Você perguntará: como foi possível, se Leo, juridicamente ainda era Lourdes? Foi casamento gay em 2002? Nada disso, foi um casamento absolutamente normal, entre um homem e uma mulher: se Leo tinha nascido e estava registrado como Lourdes, Gabi tinha nascido e estava registrada como Carlos.
Para o cartório que os casou, portanto, Carlos e Lourdes eram um casal heterossexual. De fato, Lou (que era quase Leo) queria ser o homem para uma mulher. E Carlos (que já era Gabi) procurava um homem para quem ser mulher.
Em suma, foi um amor improvável. Mas, para que alguém se transformando de mulher para homem pudesse se casar com um travesti (como Gabi se via na época), não precisou que existisse o casamento gay: o casamento heterossexual, em sua "normalidade", foi suficiente.
Claro, a história de Leo e Gabi é um caso extremo, paradoxal. Mas sua estranheza não deveria esconder sua "banalidade". "Banalidade"? Isso mesmo. O casamento de Leo e Gabi é "banal", não porque seria corriqueiro o amor entre um transexual e um travesti, mas porque (sem exagero) o amor e o sexo, em qualquer casal dito heterossexual, são quase sempre tão paradoxais quanto o amor e o sexo entre Leo e Gabi.
Na peça, há momentos francamente engraçados. Um deles é quando se trata dos começos do casal: para Leo, a presença de um pênis entre as pernas de Gabi podia ser supérflua e incômoda, enquanto, para Gabi, talvez o problema fosse a ausência de um pênis entre as pernas de Leo. Lembrei-me imediatamente de um casal heterossexual no qual ambos declaravam que, na transa, nenhum deles sabia mais de quem era o pênis.
Enfim, por sorte dos heterossexuais, a heterossexualidade não implica nem garante nenhuma "normalidade". A grandíssima maioria dos casais heterossexuais são bizarros (ou seja, singulares), a começar por aqueles que passam a vida sem sexo ou quase.
Ou seja, gays ou héteros, somos, de fato, todos anormais.
quinta-feira, outubro 03, 2013
Brasil, educação zero - CORA RÓNAI
O GLOBO - 03/10
Um país que trata os seus professores a cacetadas, balas de borracha e spray de pimenta é um país que despreza o seu futuro
Há algumas semanas, voltou a circular pela internet um ranking de aprendizado mundial divulgado no final do ano passado pela Pearson, empresa inglesa dedicada à educação. Ele reflete dados colhidos entre 2006 e 2010 em 39 países e uma região administrativa (Hong Kong), e não chega a surpreender quem se interessa pelo assunto. O primeiro lugar é ocupado pela Finlândia, seguida por Coreia do Sul, Hong Kong, Japão e Cingapura. O Brasil só não ficou em último lugar porque, espantosamente, a Indonésia conseguiu se sair ainda pior.
O ranking é baseado em dois indicadores, um que verifica a habilidade cognitiva dos alunos através de uma série de testes de leitura, matemática e ciência, e outro que aponta o nível da sua formação através das notas de graduação e cultura geral.
Entrevistado pela BBC, Sir Michael Barber, diretor do conselho educacional da Pearson, disse que os países mais bem colocados têm, em comum, uma “cultura da educação”: entre outras coisas, seus professores são respeitados e gozam de alto status social.
Aí está o X da questão. Educação não se compra pronta ali na esquina, nem se faz unicamente com escolas e professores; educação se faz com determinação social, e com a percepção generalizada de que levar os estudos a sério é fundamental para o desenvolvimento do país e de seus habitantes. Prova disso é que os Estados Unidos, com todo o seu poderio econômico, amargaram um medíocre 14º lugar no ranking.
“À primeira vista, dinheiro e educação parecem criar um círculo virtuoso, no qual países — e indivíduos — ricos compram boa educação para as suas crianças, que, por sua vez, se beneficiam economicamente” — diz o prefácio do estudo. — “Um olhar mais atento, porém, revela que tanto os maiores índices de renda quanto os melhores resultados nos testes de conhecimento são resultado de estratégias adotadas muitas anos antes, independentemente dos níveis de renda então existentes.”
O Brasil, longe de ter uma “cultura da educação”, tem uma “cultura da ignorância”, que as nossas crianças aprendem desde cedo. Melhor do que ser bom aluno é ser esperto, é colar sem que o professor veja, é comprar as respostas das provas para ter não um conjunto de conhecimentos importante, mas um diploma. Que, aliás, e não por acaso, vale cada vez menos.
Longe de gozar alto status social, como nos países verdadeiramente desenvolvidos, nossos professores são humilhados e desprezados pelos governantes. São agredidos pelos alunos em sala de aula com frequência alarmante e, muitas vezes, os pais dos agressores ainda se sentem no direito de tomar satisfações na diretoria.
A educação brasileira, que nunca foi lá aquelas maravilhas, começou a ser desmontada durante a ditadura e, de lá para cá, veio ladeira abaixo como um trator sem freio. Não consigo imaginar outro país em que um presidente tenha dito, como disse Lula, que ler livro é como andar na esteira.
Os sinais da decadência do ensino — que é, no fundo, a decadência do apreço pela cultura e pela educação — podem ser vistos em toda a parte, dos cardápios mal redigidos dos restaurantes às placas das rodovias federais, onde as crases não são usadas por necessidade, mas por capricho.
No rádio e na televisão praticamente não há entrevistado, de qualquer profissão ou instância de poder, que consiga formar uma frase correta, sem erros de regência ou de concordância. Quando as entrevistas são feitas com políticos ou com “autoridades”, então, a coisa desanda de vez.
Minha irmã é professora na pós-graduação em música da UniRio. Na semana passada, me mostrou algumas provas que corrigiu. Os alunos — candidatos a mestrado e doutorado — tinham que traduzir um pequeno trecho do inglês para o português. Era um trecho simples, sem maiores mistérios, sobre o papel do regente na orquestra. Em muitas das provas, a palavra “wand”, batuta, foi traduzida por varinha de condão, sua primeira acepção no dicionário. Como é que um estudante formado em música num curso superior pode chegar a essa conclusão?! Será que não desconfia de que algo está errado numa tradução que põe nas mãos do regente uma varinha de condão no lugar de uma batuta? E não, o trecho a ser traduzido não se passava em Hogwarths!
Nem vou falar nas frases ininteligíveis, nos erros crassos de português ou na indigência geral do vocabulário, absolutamente deprimentes para quem ainda tem alguma esperança neste país.
O primeiro passo para a criação de uma “cultura da educação” é valorizar os professores, conferindo-lhes a devida importância no tecido social. Isso significa remunerá-los dignamente, dar-lhes reconhecimento e boas condições de trabalho. Isso é essencial para que o aluno possa olhar para o professor com admiração e respeito, e para que passe a considerar o magistério uma profissão nobre, digna de ser exercida. Valorizar os professores significa também ouvi-los quando dizem que não têm mais como continuar trabalhando com os salários ridículos que recebem.
Um país que trata os seus professores a cacetadas, balas de borracha e spray de pimenta é um país que despreza o seu futuro. A Indonésia que nos aguarde: no próximo ranking da Pearson, ninguém tasca o nosso último lugar.
Um país que trata os seus professores a cacetadas, balas de borracha e spray de pimenta é um país que despreza o seu futuro
Há algumas semanas, voltou a circular pela internet um ranking de aprendizado mundial divulgado no final do ano passado pela Pearson, empresa inglesa dedicada à educação. Ele reflete dados colhidos entre 2006 e 2010 em 39 países e uma região administrativa (Hong Kong), e não chega a surpreender quem se interessa pelo assunto. O primeiro lugar é ocupado pela Finlândia, seguida por Coreia do Sul, Hong Kong, Japão e Cingapura. O Brasil só não ficou em último lugar porque, espantosamente, a Indonésia conseguiu se sair ainda pior.
O ranking é baseado em dois indicadores, um que verifica a habilidade cognitiva dos alunos através de uma série de testes de leitura, matemática e ciência, e outro que aponta o nível da sua formação através das notas de graduação e cultura geral.
Entrevistado pela BBC, Sir Michael Barber, diretor do conselho educacional da Pearson, disse que os países mais bem colocados têm, em comum, uma “cultura da educação”: entre outras coisas, seus professores são respeitados e gozam de alto status social.
Aí está o X da questão. Educação não se compra pronta ali na esquina, nem se faz unicamente com escolas e professores; educação se faz com determinação social, e com a percepção generalizada de que levar os estudos a sério é fundamental para o desenvolvimento do país e de seus habitantes. Prova disso é que os Estados Unidos, com todo o seu poderio econômico, amargaram um medíocre 14º lugar no ranking.
“À primeira vista, dinheiro e educação parecem criar um círculo virtuoso, no qual países — e indivíduos — ricos compram boa educação para as suas crianças, que, por sua vez, se beneficiam economicamente” — diz o prefácio do estudo. — “Um olhar mais atento, porém, revela que tanto os maiores índices de renda quanto os melhores resultados nos testes de conhecimento são resultado de estratégias adotadas muitas anos antes, independentemente dos níveis de renda então existentes.”
O Brasil, longe de ter uma “cultura da educação”, tem uma “cultura da ignorância”, que as nossas crianças aprendem desde cedo. Melhor do que ser bom aluno é ser esperto, é colar sem que o professor veja, é comprar as respostas das provas para ter não um conjunto de conhecimentos importante, mas um diploma. Que, aliás, e não por acaso, vale cada vez menos.
Longe de gozar alto status social, como nos países verdadeiramente desenvolvidos, nossos professores são humilhados e desprezados pelos governantes. São agredidos pelos alunos em sala de aula com frequência alarmante e, muitas vezes, os pais dos agressores ainda se sentem no direito de tomar satisfações na diretoria.
A educação brasileira, que nunca foi lá aquelas maravilhas, começou a ser desmontada durante a ditadura e, de lá para cá, veio ladeira abaixo como um trator sem freio. Não consigo imaginar outro país em que um presidente tenha dito, como disse Lula, que ler livro é como andar na esteira.
Os sinais da decadência do ensino — que é, no fundo, a decadência do apreço pela cultura e pela educação — podem ser vistos em toda a parte, dos cardápios mal redigidos dos restaurantes às placas das rodovias federais, onde as crases não são usadas por necessidade, mas por capricho.
No rádio e na televisão praticamente não há entrevistado, de qualquer profissão ou instância de poder, que consiga formar uma frase correta, sem erros de regência ou de concordância. Quando as entrevistas são feitas com políticos ou com “autoridades”, então, a coisa desanda de vez.
Minha irmã é professora na pós-graduação em música da UniRio. Na semana passada, me mostrou algumas provas que corrigiu. Os alunos — candidatos a mestrado e doutorado — tinham que traduzir um pequeno trecho do inglês para o português. Era um trecho simples, sem maiores mistérios, sobre o papel do regente na orquestra. Em muitas das provas, a palavra “wand”, batuta, foi traduzida por varinha de condão, sua primeira acepção no dicionário. Como é que um estudante formado em música num curso superior pode chegar a essa conclusão?! Será que não desconfia de que algo está errado numa tradução que põe nas mãos do regente uma varinha de condão no lugar de uma batuta? E não, o trecho a ser traduzido não se passava em Hogwarths!
Nem vou falar nas frases ininteligíveis, nos erros crassos de português ou na indigência geral do vocabulário, absolutamente deprimentes para quem ainda tem alguma esperança neste país.
O primeiro passo para a criação de uma “cultura da educação” é valorizar os professores, conferindo-lhes a devida importância no tecido social. Isso significa remunerá-los dignamente, dar-lhes reconhecimento e boas condições de trabalho. Isso é essencial para que o aluno possa olhar para o professor com admiração e respeito, e para que passe a considerar o magistério uma profissão nobre, digna de ser exercida. Valorizar os professores significa também ouvi-los quando dizem que não têm mais como continuar trabalhando com os salários ridículos que recebem.
Um país que trata os seus professores a cacetadas, balas de borracha e spray de pimenta é um país que despreza o seu futuro. A Indonésia que nos aguarde: no próximo ranking da Pearson, ninguém tasca o nosso último lugar.
Princípios do colunismo - MARIO SERGIO CONTI
O GLOBO - 03/10
Abrir os trabalhos com uma declaração de princípios que desqualifique o colunismo. Praticar em seguida o método habitual do gênero, o idiossincrático.
Só escrever o que realmente pensa acerca de assuntos irrelevantes.
Eventuais acertos devem ser compensados por uma redação horrível.
Ser desenraizado, volúvel, borboletear em torno do secundário, mas manter o bom rumo, o da esquerda para a direita.
Indignai-vos. A indignação tem presente vivaz e futuro longo, desde que a favor. A atitude é tudo.
Seja agressivo, impiedoso até, ao afirmar o óbvio. Justificá-lo com descobertas recentes da neurociência e da genética.
Não esquecer jamais que o grande problema nacional é a corrupção, e não a concentração de renda.
Seja nostálgico e novidadeiro. Enalteça filmes marginais de Cingapura dos anos 60 e pintores que só irão expor no Soho em 2015.
Não venha com problemas. O leitor os tem em demasia. O seu é diverti-lo.
Se for elogiar um sambinha banal, passá-lo pelo moedor de carne da biossemiótica até virar um semantema glúteo que tenda à polissemia.
Adotar uma persona displicente e blasé, radical na sua superficialidade. Columnism is the gentle art of making friends.
Pega mal usar expressões estrangeiras. A não ser que o contexto clame por frases como “a brevidade é a alma da lingerie”.
Dê uma de sofisticado; mas não a ponto de pontuar com ponto-e-vírgula ou evitar repetições.
O título deve ser forte e não precisa corresponder ao conteúdo. Próximos títulos: “Tudo sobre Dilma e Mercadante”. “Em defesa de Sérgio Cabral”.
Em dias de vibração cívica, títulos clássicos. Para logo em seguida às eleições: “Festa da democracia” ou “Lição das urnas”.
Um atrito é mais estridente que duas contradições.
Na falta de assunto (sustentabilidade, botox, Instagram, ética, Nossa Senhora de Aparecida, fornicação, morosidade da Justiça, frescobol) inspirar-se em redações do Enem, elegante cardápio de textos apetitosos e fáceis de preparar.
Ferva 450 ml de água. Ponha o miojo e cozinhe por três minutos. Retire do fogo e misture o pó de galinha caipira. Pode servir.
Ivan Lessa era amigo de Paulo Francis. Dizia ele que o princípio ordenador do que o novo Brás Cubas escrevia era o que o seu patrão pensava. Francis calava-se. Ergo, ler editoriais.
Como o concreto é a síntese de todas as determinações, vale reclamar do GPS da sua Mercedes, mas acrescente que o modelo é vintage e custou menos do que um Gol usado.
Pedantismo não faz mal a ninguém, desde que vendido como desconforto com tudo que está aí.
Fazer longos resumos de relatórios sem importância. Convença um incauto a publicá-los, escreva as orelhas e bole uma palestra. No tudo-que-está-aí há sempre um nicho de mercado dando sopa.
Se a propaganda é a alma do negócio, não há sentido num lírico no auge do capitalismo.
Plagie. Pego no flagra, diga tratar-se de um bricabraque rizomático que o denunciante fossilizado é incapaz de alcançar.
Falando em fóssil, cautela com Roberto Schwarz, ideólogo mau e perverso.
Não esqueça, o marxismo é um reducionismo.
Quem fala sobre política acaba comentando uma crise na Câmara de Vereadores de Macapá.
Na polêmica, sê como o sândalo e perfuma o machado que o fere.
Tudo está ligado, exceto o corpo ao espírito, o interesse às ideias, a corrupção à concentração de renda, a coluna à verdade.
O comércio acelerado de argumentos incrementa o PIB.
Adicione tenras rodelinhas de salsicha ao miojo. Não se esqueça de dourá-las em fogo brando. Fica padrão Fifa.
Humor e ironia são anátemas.
Nada de notícias. Isso é coisa de repórter, ser inferior que lida com a realidade e come com a mão, enquanto o colunista saboreia as grandes questões nacionais com talheres de prata.
O colunista esteve com Lula. Ele disse que quem vai a protestos mascarado é bandido e deve ser tratado como tal. Faria com os vândalos como com os trotskistas nos anos 70, quando autorizou que queimassem o nosso jornal. “Vocês mereciam”, disse. Eis uma notícia que não cabe em coluna.
A primeira pessoa do singular é prerrogativa de cronistas. Eles estão acima dos colunistas na cadeia evolutiva. É o que dizem descobertas recentes da genética e da neurociência.
Seja realista, o Brasil é imutável e deve ser apresentado como tal.
Dórica, jônica, coríntia ou botafoguense, a coluna já nasce ruína. A história acabou e o presente é o salário no fim do mês.
Dar timbre heroico e grandíloquo ao conformismo.
A coluna busca ser engajada e autêntica. Ela trata de questões reais e é crítica de nosso tempo. Não descura de sua vocação profunda, de seu compromisso com o homem no que ele tem de circunstancial e de eterno. Cumprir o compromisso é que são elas.
Terminado o espaço, acabam os princípios.
Abrir os trabalhos com uma declaração de princípios que desqualifique o colunismo. Praticar em seguida o método habitual do gênero, o idiossincrático.
Só escrever o que realmente pensa acerca de assuntos irrelevantes.
Eventuais acertos devem ser compensados por uma redação horrível.
Ser desenraizado, volúvel, borboletear em torno do secundário, mas manter o bom rumo, o da esquerda para a direita.
Indignai-vos. A indignação tem presente vivaz e futuro longo, desde que a favor. A atitude é tudo.
Seja agressivo, impiedoso até, ao afirmar o óbvio. Justificá-lo com descobertas recentes da neurociência e da genética.
Não esquecer jamais que o grande problema nacional é a corrupção, e não a concentração de renda.
Seja nostálgico e novidadeiro. Enalteça filmes marginais de Cingapura dos anos 60 e pintores que só irão expor no Soho em 2015.
Não venha com problemas. O leitor os tem em demasia. O seu é diverti-lo.
Se for elogiar um sambinha banal, passá-lo pelo moedor de carne da biossemiótica até virar um semantema glúteo que tenda à polissemia.
Adotar uma persona displicente e blasé, radical na sua superficialidade. Columnism is the gentle art of making friends.
Pega mal usar expressões estrangeiras. A não ser que o contexto clame por frases como “a brevidade é a alma da lingerie”.
Dê uma de sofisticado; mas não a ponto de pontuar com ponto-e-vírgula ou evitar repetições.
O título deve ser forte e não precisa corresponder ao conteúdo. Próximos títulos: “Tudo sobre Dilma e Mercadante”. “Em defesa de Sérgio Cabral”.
Em dias de vibração cívica, títulos clássicos. Para logo em seguida às eleições: “Festa da democracia” ou “Lição das urnas”.
Um atrito é mais estridente que duas contradições.
Na falta de assunto (sustentabilidade, botox, Instagram, ética, Nossa Senhora de Aparecida, fornicação, morosidade da Justiça, frescobol) inspirar-se em redações do Enem, elegante cardápio de textos apetitosos e fáceis de preparar.
Ferva 450 ml de água. Ponha o miojo e cozinhe por três minutos. Retire do fogo e misture o pó de galinha caipira. Pode servir.
Ivan Lessa era amigo de Paulo Francis. Dizia ele que o princípio ordenador do que o novo Brás Cubas escrevia era o que o seu patrão pensava. Francis calava-se. Ergo, ler editoriais.
Como o concreto é a síntese de todas as determinações, vale reclamar do GPS da sua Mercedes, mas acrescente que o modelo é vintage e custou menos do que um Gol usado.
Pedantismo não faz mal a ninguém, desde que vendido como desconforto com tudo que está aí.
Fazer longos resumos de relatórios sem importância. Convença um incauto a publicá-los, escreva as orelhas e bole uma palestra. No tudo-que-está-aí há sempre um nicho de mercado dando sopa.
Se a propaganda é a alma do negócio, não há sentido num lírico no auge do capitalismo.
Plagie. Pego no flagra, diga tratar-se de um bricabraque rizomático que o denunciante fossilizado é incapaz de alcançar.
Falando em fóssil, cautela com Roberto Schwarz, ideólogo mau e perverso.
Não esqueça, o marxismo é um reducionismo.
Quem fala sobre política acaba comentando uma crise na Câmara de Vereadores de Macapá.
Na polêmica, sê como o sândalo e perfuma o machado que o fere.
Tudo está ligado, exceto o corpo ao espírito, o interesse às ideias, a corrupção à concentração de renda, a coluna à verdade.
O comércio acelerado de argumentos incrementa o PIB.
Adicione tenras rodelinhas de salsicha ao miojo. Não se esqueça de dourá-las em fogo brando. Fica padrão Fifa.
Humor e ironia são anátemas.
Nada de notícias. Isso é coisa de repórter, ser inferior que lida com a realidade e come com a mão, enquanto o colunista saboreia as grandes questões nacionais com talheres de prata.
O colunista esteve com Lula. Ele disse que quem vai a protestos mascarado é bandido e deve ser tratado como tal. Faria com os vândalos como com os trotskistas nos anos 70, quando autorizou que queimassem o nosso jornal. “Vocês mereciam”, disse. Eis uma notícia que não cabe em coluna.
A primeira pessoa do singular é prerrogativa de cronistas. Eles estão acima dos colunistas na cadeia evolutiva. É o que dizem descobertas recentes da genética e da neurociência.
Seja realista, o Brasil é imutável e deve ser apresentado como tal.
Dórica, jônica, coríntia ou botafoguense, a coluna já nasce ruína. A história acabou e o presente é o salário no fim do mês.
Dar timbre heroico e grandíloquo ao conformismo.
A coluna busca ser engajada e autêntica. Ela trata de questões reais e é crítica de nosso tempo. Não descura de sua vocação profunda, de seu compromisso com o homem no que ele tem de circunstancial e de eterno. Cumprir o compromisso é que são elas.
Terminado o espaço, acabam os princípios.
Os de 26/9 - LUIS FERNANDO VERISSIMO
O ESTADÃO - 03/10
A gente tem um certo carinho pelo próprio aniversário. Afinal, é a data do nosso começo. Mesmo que não interesse a mais ninguém, nos interessa profundamente. Mesmo que não signifique nada, pra nós significa muito, pombas. Sou de 26 de setembro, e andei pesquisando para saber quem fomos e quem somos, os de 26/9, e o que mais aconteceu de importante nesse dia. Descobri que T.S.Eliot, Martin Heidegger, o papa Paulo VI, George Gershwin, e Gal Costa nasceram na mesma data, que também é o dia da independência da Nova Zelandia – o que nos leva a imaginar como seria, ignorando-se a disparidade cronológica, uma reunião desta turma. Que bem poderia acabar com o papa dançando com a Gal uma composição do Gershwin ao piano enquanto Eliot e Heidegger trocam ideias sobre a decadência do Ocidente. Mas também descobri que em 26 de setembro morreu o Walter Benjamin.
Benjamin demorou para fugir da França ocupada pelos nazistas. Foi internado pelos alemães, finalmente conseguiu um visto dos americanos e rumou para a fronteira com a Espanha. Sua passagem pela fronteira seria tranqüila, mas, por uma pequena questão burocrática, foi adiada para o dia seguinte e o grupo de Benjamin teve que dormir na pequena cidade de Port Bou, ao pé dos Pirineus. Naquela noite, 26 de setembro de 1940, Benjamin se matou com uma overdose de morfina.
Nunca ficou claro por que Benjamin demorou tanto para tentar escapar e por que se suicidou. Ele tinha escrito que viera ao mundo “sob o signo de Saturno, o astro com a rotação mais lenta, o planeta dos desvios e dos atrasos”. Susan Sontag, num ensaio sobre Benjamin (intitulado “Sob o signo de Saturno”), escreveu que ele era dominado pela melancolia, e que tinha o pendor da personalidade saturnina pela solidão. Mas a sua era uma solidão ativa e desafiadora, que tanto lhe permitia ser um observador cosmopolita, um “flaneur” como Baudelaire, outro melancólico em movimento e um dos seus heróis intelectuais, como rejeitar algumas das ortodoxias marxistas dos seus pares na escola de Frankfurt. Pode-se especular que, frustrado pelo adiamento na fronteira, enojado pelas indignidades acumuladas que sofrera e doente, Benjamin tenha apenas se negado mais vida e optado por outro tipo de fuga. Segundo Sontag, ele se considerava um tipo em extinção. Achava que tudo que ainda havia de valor no mundo era o último exemplar, como o surrealismo, que era a última expressão, apropriadamente niilista, da inteligência européia. Deixou incompleta a sua maior obra, sobre as “arcades”, as galerias de Paris, que chamava de a capital do século dezenove. A capital de um mundo que - talvez tenha pensado, antes da morfina - terminava ali. Em vez de outro refugiado na América preferiu ser também o último exemplar da sua espécie. O ponto final de uma certa Europa.
Roberto Calasso conta no seu livro “Os quarenta e nove degraus” que Hannah Arendt procurou em vão pela sepultura de Benjamin no cemitério de Port Bou, que descreveu como um dos mais belos que já conhecera. Hoje a sepultura existe. O interesse de turistas era tão grande que o cemitério providenciou uma com o nome dele. O lugar é bonito, diz Calasso, mas “a sepultura é apócrifa”. Ninguém sabe onde Benjamin está passando o seu exilio definitivo.
A gente tem um certo carinho pelo próprio aniversário. Afinal, é a data do nosso começo. Mesmo que não interesse a mais ninguém, nos interessa profundamente. Mesmo que não signifique nada, pra nós significa muito, pombas. Sou de 26 de setembro, e andei pesquisando para saber quem fomos e quem somos, os de 26/9, e o que mais aconteceu de importante nesse dia. Descobri que T.S.Eliot, Martin Heidegger, o papa Paulo VI, George Gershwin, e Gal Costa nasceram na mesma data, que também é o dia da independência da Nova Zelandia – o que nos leva a imaginar como seria, ignorando-se a disparidade cronológica, uma reunião desta turma. Que bem poderia acabar com o papa dançando com a Gal uma composição do Gershwin ao piano enquanto Eliot e Heidegger trocam ideias sobre a decadência do Ocidente. Mas também descobri que em 26 de setembro morreu o Walter Benjamin.
Benjamin demorou para fugir da França ocupada pelos nazistas. Foi internado pelos alemães, finalmente conseguiu um visto dos americanos e rumou para a fronteira com a Espanha. Sua passagem pela fronteira seria tranqüila, mas, por uma pequena questão burocrática, foi adiada para o dia seguinte e o grupo de Benjamin teve que dormir na pequena cidade de Port Bou, ao pé dos Pirineus. Naquela noite, 26 de setembro de 1940, Benjamin se matou com uma overdose de morfina.
Nunca ficou claro por que Benjamin demorou tanto para tentar escapar e por que se suicidou. Ele tinha escrito que viera ao mundo “sob o signo de Saturno, o astro com a rotação mais lenta, o planeta dos desvios e dos atrasos”. Susan Sontag, num ensaio sobre Benjamin (intitulado “Sob o signo de Saturno”), escreveu que ele era dominado pela melancolia, e que tinha o pendor da personalidade saturnina pela solidão. Mas a sua era uma solidão ativa e desafiadora, que tanto lhe permitia ser um observador cosmopolita, um “flaneur” como Baudelaire, outro melancólico em movimento e um dos seus heróis intelectuais, como rejeitar algumas das ortodoxias marxistas dos seus pares na escola de Frankfurt. Pode-se especular que, frustrado pelo adiamento na fronteira, enojado pelas indignidades acumuladas que sofrera e doente, Benjamin tenha apenas se negado mais vida e optado por outro tipo de fuga. Segundo Sontag, ele se considerava um tipo em extinção. Achava que tudo que ainda havia de valor no mundo era o último exemplar, como o surrealismo, que era a última expressão, apropriadamente niilista, da inteligência européia. Deixou incompleta a sua maior obra, sobre as “arcades”, as galerias de Paris, que chamava de a capital do século dezenove. A capital de um mundo que - talvez tenha pensado, antes da morfina - terminava ali. Em vez de outro refugiado na América preferiu ser também o último exemplar da sua espécie. O ponto final de uma certa Europa.
Roberto Calasso conta no seu livro “Os quarenta e nove degraus” que Hannah Arendt procurou em vão pela sepultura de Benjamin no cemitério de Port Bou, que descreveu como um dos mais belos que já conhecera. Hoje a sepultura existe. O interesse de turistas era tão grande que o cemitério providenciou uma com o nome dele. O lugar é bonito, diz Calasso, mas “a sepultura é apócrifa”. Ninguém sabe onde Benjamin está passando o seu exilio definitivo.
Marina! Vendem-se redes! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 03/10
'Vote CDS, São João da Madeira, uma nova cidade com vaginas gratuitas.' Escreveram 'vacina' errado!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamento do dia: no Rio, quem leva bomba são os professores! E adorei a charge do Nani; sabe o que a PM do Rio disse pros professores? "Trouxemos a borracha." E pow pow! Rarará!
E os predestinados do dia! Funcionária do Senado suspeita de lavagem de dinheiro: Flavia PERALTA! E a mãe na maternidade: "Minha filha, você vai se chamar Flavia Peralta e vai fazer peraltices lá no gabinete do Renan".
E esse: "Médico cubano desiste do Programa Mais Médicos". Como é o nome dele? Bladimir REMÉDIOS! Era placebo. Rarará. "Acá la salud no tiene remedios." E pegou uma balsa pra Miami. Rarará.
E os novelhos partidos? Um leitor sugere um novo nome pro partido Pros. PROSTÍBULO! Rarará. Pros filhos, pros netos, pros genros e pros mesmos! Na realidade, é um partido Pros Mesmos!
E o chargista Jotapê sugere um novo partido: PQP. Partido das Questões Populares. E um monte de leitores sugere o Puta, Partido Unido dos Trabalhadores Autônomos!
E olha esse outdoor nas eleições em Portugal. Eu tenho a foto do outdoor: "Vote CDS, São João da Madeira, uma nova cidade com vaginas gratuitas". Rarará. Escreveram "vacina" errado! Plataforma imbatível!
E o meu partido, o Partido da Genitália Nacional, vai se fundir com o PQP, o Puta e o CDS! Vaginas gratuitas! Vitória garantida em 2014!
E essa fusão Portugal Telecom com a Oi? Vai se chamar Pois! Ou então: Está Lá? Operadora Está Lá? Não, estou cá! E sabe por que Portugal lançou celular no Brasil? Pro povo parar de usar o telefone da padaria! E eu tenho um amigo português chamado Manuel Manuel. É que o pai queria que ele se chamasse Manuel. E a mãe também! Rarará!
E a Marina, gente! A tartaruga sem casco vai vender rede na 25 de Março! Rede paraguaia! A Marina parece a mãe do Macunaíma! A Marina é arvícola, descendente dos tururus bandeira, o povo que vive na árvores! Por isso que tá sempre com cara de "acima do bem e do mal". Porque vive lá em cima! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
O Brasil é Lúdico! Empresa em Mairiporã: "CURRASQUEIRAS GRILL". Ueba! E em Natal: "Vedese Cauvão". No Brasil todo mundo escreve errado, mas todo mundo se entende. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
'Vote CDS, São João da Madeira, uma nova cidade com vaginas gratuitas.' Escreveram 'vacina' errado!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamento do dia: no Rio, quem leva bomba são os professores! E adorei a charge do Nani; sabe o que a PM do Rio disse pros professores? "Trouxemos a borracha." E pow pow! Rarará!
E os predestinados do dia! Funcionária do Senado suspeita de lavagem de dinheiro: Flavia PERALTA! E a mãe na maternidade: "Minha filha, você vai se chamar Flavia Peralta e vai fazer peraltices lá no gabinete do Renan".
E esse: "Médico cubano desiste do Programa Mais Médicos". Como é o nome dele? Bladimir REMÉDIOS! Era placebo. Rarará. "Acá la salud no tiene remedios." E pegou uma balsa pra Miami. Rarará.
E os novelhos partidos? Um leitor sugere um novo nome pro partido Pros. PROSTÍBULO! Rarará. Pros filhos, pros netos, pros genros e pros mesmos! Na realidade, é um partido Pros Mesmos!
E o chargista Jotapê sugere um novo partido: PQP. Partido das Questões Populares. E um monte de leitores sugere o Puta, Partido Unido dos Trabalhadores Autônomos!
E olha esse outdoor nas eleições em Portugal. Eu tenho a foto do outdoor: "Vote CDS, São João da Madeira, uma nova cidade com vaginas gratuitas". Rarará. Escreveram "vacina" errado! Plataforma imbatível!
E o meu partido, o Partido da Genitália Nacional, vai se fundir com o PQP, o Puta e o CDS! Vaginas gratuitas! Vitória garantida em 2014!
E essa fusão Portugal Telecom com a Oi? Vai se chamar Pois! Ou então: Está Lá? Operadora Está Lá? Não, estou cá! E sabe por que Portugal lançou celular no Brasil? Pro povo parar de usar o telefone da padaria! E eu tenho um amigo português chamado Manuel Manuel. É que o pai queria que ele se chamasse Manuel. E a mãe também! Rarará!
E a Marina, gente! A tartaruga sem casco vai vender rede na 25 de Março! Rede paraguaia! A Marina parece a mãe do Macunaíma! A Marina é arvícola, descendente dos tururus bandeira, o povo que vive na árvores! Por isso que tá sempre com cara de "acima do bem e do mal". Porque vive lá em cima! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
O Brasil é Lúdico! Empresa em Mairiporã: "CURRASQUEIRAS GRILL". Ueba! E em Natal: "Vedese Cauvão". No Brasil todo mundo escreve errado, mas todo mundo se entende. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Sem palavras - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 03/10
No tempo das vacas gordas, Eike Sempre Ele Batista tinha uma equipe só para cuidar de seus perfis nas mídias sociais. O empresário adorava o Twitter.
Mas, desde maio, ele não fala com seus seguidores.
Os sócios do Eike...
O colapso dos negócios da OGX deixa naturalmente os sócios da petroleira de cabelo em pé.
Há quem não entenda a postura da Exxon e da Petrobras, que são do ramo. Elas se associaram a Eike agora em maio, quando a crise na OGX já era grave, na exploração de petróleo na Bacia Potiguar.
Guido longe do FMI
Guido Mantega cancelou sua participação, na próxima semana, na reunião do FMI, em Washington.
O ministro, que esteve recentemente em Nova York com grandes investidores, preferiu dedicar a semana a reunião com empresários brasileiros.
Acabou em samba
Como não é católica, a família do carnavalesco Fernando Pamplona não vai fazer missa de 7º dia, mas, acredite, uma roda de samba, ao som do grupo Samba e Choro Sem Colarinho.
Será no bar Salsa e Cebolinha, na Lapa, no Rio, sábado, às 14h.
Boletim médico
Vera Fischer, 61 anos, internou-se ontem no Hospital Samaritano, no Rio. Foi fazer uma lipoaspiração.
#ForaCabral
O LabPop Content, uma espécie de Ibope das redes sociais, encontrou de 1 de junho até 30 de setembro quase 40.000 menções de Fora Cabral só no Twitter.
Segundo a empresa, o coleguinha Marcelo Tas liderou as menções.
Lei Roberto Carlos
De Sônia Jardim, do Sindicato dos Editores, sobre a participação do grupo “Procure saber”, que reúne estrelas da MPB, ao lado de Roberto Carlos na batalha contra o fim da necessidade de autorização dos biografados para a publicação de livros.
— Eles podem ter o Roberto Carlos do lado deles, mas nós temos vários reis que defendem o fim deste absurdo.
Abaixo a censura...
Ela se refere aos 45 autores, como Ruy Castro, Luis Fernando Verissimo e Ferreira Gullar, que assinaram o manifesto contra a “censura”, lembrando que “o Brasil é a única grande democracia na qual a publicação de biografia depende de autorização do biografado”.
A decisão do leitor...
Sônia acha um exagero que citem o caso de Guilherme de Pádua, que escreveu sua versão do assassinato de Daniela Perez, para justificar a proibição de biografias:
— Sou solidária à Glória Perez, que perdeu a filha assassinada. Mas a exceção não pode servir de regra. Quem tem que decidir se quer ler ou não uma biografia não autorizada é o leitor.
Beijinho doce
Sheik, o jogador corintiano alvo de polêmica por causa do beijo que deu no empresário Isaac Azar, comprou dois andares da futura Torre Lidador que está sendo construída na Rua da Assembleia, no Rio.
Coisa de uns R$ 10 milhões.
Estupro no hospital
A 27ª Vara Criminal do Rio faz hoje a primeira audiência do caso do técnico de enfermagem Brivaldo Xavier que é acusado de estupro de vulnerável no leito de um CTI do Hospital Quinta D’Or, em São Cristóvão, no Rio.
Gerald em Madureira
O polêmico diretor Gerald Thomas vai dar aula de graça na Arena Carioca Fernando Torres, no Parque Madureira, para estudantes de teatro e atores das zonas Norte e Oeste.
Não é apenas bebum
As blitzes da Operação Lei Seca-RJ não pegam só quem dirige após beber. Desde 2009, já foram presas 185 pessoas por motivos diferentes.
Do total, 77 eram foragidos da Justiça. Foram apreendidas 22 armas, e recuperados 37 veículos roubados. Os agentes recolheram 23 carteiras de habilitação falsas.
Calma, gente!
Um dia após o confronto entre PMs e professores, nos arredores da Câmara Municipal do Rio, no Centro, cartazes, como este da foto, que diz: “As ideias são à prova de balas! Alunos CEBS”,foram colados em muros e postes da Taquara, em Jacarepaguá. CEBS é Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, que fica no bairro. Eu apoio!
Mas, desde maio, ele não fala com seus seguidores.
Os sócios do Eike...
O colapso dos negócios da OGX deixa naturalmente os sócios da petroleira de cabelo em pé.
Há quem não entenda a postura da Exxon e da Petrobras, que são do ramo. Elas se associaram a Eike agora em maio, quando a crise na OGX já era grave, na exploração de petróleo na Bacia Potiguar.
Guido longe do FMI
Guido Mantega cancelou sua participação, na próxima semana, na reunião do FMI, em Washington.
O ministro, que esteve recentemente em Nova York com grandes investidores, preferiu dedicar a semana a reunião com empresários brasileiros.
Acabou em samba
Como não é católica, a família do carnavalesco Fernando Pamplona não vai fazer missa de 7º dia, mas, acredite, uma roda de samba, ao som do grupo Samba e Choro Sem Colarinho.
Será no bar Salsa e Cebolinha, na Lapa, no Rio, sábado, às 14h.
Boletim médico
Vera Fischer, 61 anos, internou-se ontem no Hospital Samaritano, no Rio. Foi fazer uma lipoaspiração.
#ForaCabral
O LabPop Content, uma espécie de Ibope das redes sociais, encontrou de 1 de junho até 30 de setembro quase 40.000 menções de Fora Cabral só no Twitter.
Segundo a empresa, o coleguinha Marcelo Tas liderou as menções.
Lei Roberto Carlos
De Sônia Jardim, do Sindicato dos Editores, sobre a participação do grupo “Procure saber”, que reúne estrelas da MPB, ao lado de Roberto Carlos na batalha contra o fim da necessidade de autorização dos biografados para a publicação de livros.
— Eles podem ter o Roberto Carlos do lado deles, mas nós temos vários reis que defendem o fim deste absurdo.
Abaixo a censura...
Ela se refere aos 45 autores, como Ruy Castro, Luis Fernando Verissimo e Ferreira Gullar, que assinaram o manifesto contra a “censura”, lembrando que “o Brasil é a única grande democracia na qual a publicação de biografia depende de autorização do biografado”.
A decisão do leitor...
Sônia acha um exagero que citem o caso de Guilherme de Pádua, que escreveu sua versão do assassinato de Daniela Perez, para justificar a proibição de biografias:
— Sou solidária à Glória Perez, que perdeu a filha assassinada. Mas a exceção não pode servir de regra. Quem tem que decidir se quer ler ou não uma biografia não autorizada é o leitor.
Beijinho doce
Sheik, o jogador corintiano alvo de polêmica por causa do beijo que deu no empresário Isaac Azar, comprou dois andares da futura Torre Lidador que está sendo construída na Rua da Assembleia, no Rio.
Coisa de uns R$ 10 milhões.
Estupro no hospital
A 27ª Vara Criminal do Rio faz hoje a primeira audiência do caso do técnico de enfermagem Brivaldo Xavier que é acusado de estupro de vulnerável no leito de um CTI do Hospital Quinta D’Or, em São Cristóvão, no Rio.
Gerald em Madureira
O polêmico diretor Gerald Thomas vai dar aula de graça na Arena Carioca Fernando Torres, no Parque Madureira, para estudantes de teatro e atores das zonas Norte e Oeste.
Não é apenas bebum
As blitzes da Operação Lei Seca-RJ não pegam só quem dirige após beber. Desde 2009, já foram presas 185 pessoas por motivos diferentes.
Do total, 77 eram foragidos da Justiça. Foram apreendidas 22 armas, e recuperados 37 veículos roubados. Os agentes recolheram 23 carteiras de habilitação falsas.
Calma, gente!
Um dia após o confronto entre PMs e professores, nos arredores da Câmara Municipal do Rio, no Centro, cartazes, como este da foto, que diz: “As ideias são à prova de balas! Alunos CEBS”,foram colados em muros e postes da Taquara, em Jacarepaguá. CEBS é Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, que fica no bairro. Eu apoio!
Portas abertas - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 03/10
A despeito do discurso oficial de que não há plano B, aliados de Marina Silva foram sondados ontem por dirigentes do PPS interessados em receber a ex-senadora na legenda caso o TSE rejeite o pedido de registro da Rede. Uma das condições discutidas entre as partes é que, caso a presidenciável se filie, deve se adaptar à postura do partido, de oposição ao governo Dilma Rousseff. Os marineiros agradeceram e disseram que aguardariam até o fim do dia de hoje para decidir o destino do grupo.
Um mais um A favor da entrada de Marina no PPS conta o fato de a sigla já ter nove deputados, o que daria à ex-senadora alguns segundos a mais na propaganda de TV, uma vez que não haverá tempo hábil para que muitos parlamentares a acompanhem.
Requisitos Ministros do TSE não acreditam na chance de Marina obter liminar no STF, caso a Rede naufrague. "Qual direito líquido e certo foi afetado? Qual a urgência, a não ser cumprir prazo eleitoral?", questiona um deles.
De fora Se os advogados da Rede decidirem mesmo recorrer ao Supremo, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Gilmar Mendes, que atuará hoje no TSE, ficarão impedidos de relatar a ação.
Linha direta José Serra e Aécio Neves voltaram a conversar por telefone na noite de terça-feira. Discutiram a repercussão do anúncio da permanência de Serra no PSDB.
Faca... Joaquim Barbosa encaminhou ofício a Ricardo Lewandowski na terça-feira em que questiona a permanência, no gabinete do colega, de servidora cedida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, há 13 anos no STF.
... no pescoço No ofício, o presidente da corte diz que a servidora é casada com jornalista "que exerce suas funções nas dependências do tribunal", "utilizando-se da intranet, internet e telefones", e que, por isso, "reputa antiética" sua permanência.
Verão passado Antes de enviar o ofício, Barbosa já pedira, por telefone, que Lewandowski demitisse a funcionária e que o recado fosse transmitido aos envolvidos, o que ocorreu. O repórter citado é o mesmo que o presidente da corte mandou "chafurdar" no lixo no começo do ano.
Via rápida O governo estuda editar nova medida provisória, de teor igual ao projeto aprovado em comissão da Câmara, permitindo que o Ministério da Saúde conceda registro para estrangeiros atuarem no Mais Médicos.
Prós e contras A favor da edição da MP conta o fato de que, com a tramitação normal, a proposta levará ao menos três semanas para ser sancionada por Dilma. Contra a ideia pesa o risco de o Congresso achar que foi atropelado pelo Executivo.
Arquibancada Petistas lotaram a sala da liderança do governo na Câmara para assistir à filiação de Marcelinho Carioca à sigla. Arlindo Chinaglia (SP) precisou selecionar quem apareceria na "foto oficial" ao lado do jogador.
Sobrando O governo paulista assinou tantos empréstimos para 2014 que precisou retirar R$ 1 bilhão de financiamentos do Orçamento do ano que vem. Se o dinheiro entrasse, poderia comprometer o superávit primário.
Ajuste A Prefeitura de São Paulo vai pedir prazo ao Tribunal de Contas do Município para mudar o cálculo de seus gastos com educação. Para o tribunal, o pagamento de inativos deve ser excluído da conta de despesas do setor.
Memória O vereador Nabil Bonduki (PT) será o relator do projeto de revisão do Plano Diretor na Câmara de São Paulo --papel que também desempenhou em 2002.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"A bancada do PMDB na Câmara não aceita que Kátia Abreu se filie ao partido. Ela usa a sigla como aluguel e deixa seu filho no PSD."
DO LÍDER DO PMDB NA CÂMARA, EDUARDO CUNHA (RJ), sobre a retomada das negociações do partido com a senadora para que ela se filie à legenda.
contraponto
Vocabulário
Em audiência na Câmara Municipal de São Paulo ontem, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), que presidia a sessão, se atrapalhou ao citar o cargo da secretária de Licenciamento do município, Paula Motta Lara, que participava do debate.
--Qual é o nome oficial da secretaria mesmo? Eles sempre mudam tanto... --disse Matarazzo.
--É só Secretaria Municipal de Licenciamento --retrucou a chefe da pasta.
--Não tucanaram o nome dessa secretaria, então! --brincou o vereador, que é tucano.
A despeito do discurso oficial de que não há plano B, aliados de Marina Silva foram sondados ontem por dirigentes do PPS interessados em receber a ex-senadora na legenda caso o TSE rejeite o pedido de registro da Rede. Uma das condições discutidas entre as partes é que, caso a presidenciável se filie, deve se adaptar à postura do partido, de oposição ao governo Dilma Rousseff. Os marineiros agradeceram e disseram que aguardariam até o fim do dia de hoje para decidir o destino do grupo.
Um mais um A favor da entrada de Marina no PPS conta o fato de a sigla já ter nove deputados, o que daria à ex-senadora alguns segundos a mais na propaganda de TV, uma vez que não haverá tempo hábil para que muitos parlamentares a acompanhem.
Requisitos Ministros do TSE não acreditam na chance de Marina obter liminar no STF, caso a Rede naufrague. "Qual direito líquido e certo foi afetado? Qual a urgência, a não ser cumprir prazo eleitoral?", questiona um deles.
De fora Se os advogados da Rede decidirem mesmo recorrer ao Supremo, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Gilmar Mendes, que atuará hoje no TSE, ficarão impedidos de relatar a ação.
Linha direta José Serra e Aécio Neves voltaram a conversar por telefone na noite de terça-feira. Discutiram a repercussão do anúncio da permanência de Serra no PSDB.
Faca... Joaquim Barbosa encaminhou ofício a Ricardo Lewandowski na terça-feira em que questiona a permanência, no gabinete do colega, de servidora cedida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, há 13 anos no STF.
... no pescoço No ofício, o presidente da corte diz que a servidora é casada com jornalista "que exerce suas funções nas dependências do tribunal", "utilizando-se da intranet, internet e telefones", e que, por isso, "reputa antiética" sua permanência.
Verão passado Antes de enviar o ofício, Barbosa já pedira, por telefone, que Lewandowski demitisse a funcionária e que o recado fosse transmitido aos envolvidos, o que ocorreu. O repórter citado é o mesmo que o presidente da corte mandou "chafurdar" no lixo no começo do ano.
Via rápida O governo estuda editar nova medida provisória, de teor igual ao projeto aprovado em comissão da Câmara, permitindo que o Ministério da Saúde conceda registro para estrangeiros atuarem no Mais Médicos.
Prós e contras A favor da edição da MP conta o fato de que, com a tramitação normal, a proposta levará ao menos três semanas para ser sancionada por Dilma. Contra a ideia pesa o risco de o Congresso achar que foi atropelado pelo Executivo.
Arquibancada Petistas lotaram a sala da liderança do governo na Câmara para assistir à filiação de Marcelinho Carioca à sigla. Arlindo Chinaglia (SP) precisou selecionar quem apareceria na "foto oficial" ao lado do jogador.
Sobrando O governo paulista assinou tantos empréstimos para 2014 que precisou retirar R$ 1 bilhão de financiamentos do Orçamento do ano que vem. Se o dinheiro entrasse, poderia comprometer o superávit primário.
Ajuste A Prefeitura de São Paulo vai pedir prazo ao Tribunal de Contas do Município para mudar o cálculo de seus gastos com educação. Para o tribunal, o pagamento de inativos deve ser excluído da conta de despesas do setor.
Memória O vereador Nabil Bonduki (PT) será o relator do projeto de revisão do Plano Diretor na Câmara de São Paulo --papel que também desempenhou em 2002.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"A bancada do PMDB na Câmara não aceita que Kátia Abreu se filie ao partido. Ela usa a sigla como aluguel e deixa seu filho no PSD."
DO LÍDER DO PMDB NA CÂMARA, EDUARDO CUNHA (RJ), sobre a retomada das negociações do partido com a senadora para que ela se filie à legenda.
contraponto
Vocabulário
Em audiência na Câmara Municipal de São Paulo ontem, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), que presidia a sessão, se atrapalhou ao citar o cargo da secretária de Licenciamento do município, Paula Motta Lara, que participava do debate.
--Qual é o nome oficial da secretaria mesmo? Eles sempre mudam tanto... --disse Matarazzo.
--É só Secretaria Municipal de Licenciamento --retrucou a chefe da pasta.
--Não tucanaram o nome dessa secretaria, então! --brincou o vereador, que é tucano.
História da carochinha - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 03/10
O PT e o PMDB continuam batendo cabeça na reforma política. Os petistas rejeitaram ontem a proposta de redução dos custos de campanha. Os peemedebistas vão segurar amanhã a votação da proposta de plebiscito. Os aliados dizem que o PT está se isolando. E que nenhuma reforma será aprovada, nem mesmo na próxima legislatura, enquanto os petistas insistirem no financiamento público.
PMDB, o patinho feio
Muita irritação no principal aliado do PT no governo Dilma com o adiamento, para dezembro, do anúncio do futuro ministro da Integração. O senador Vital do Rêgo (PB), nome do PMDB para o posto, vai ficar sujeito a chuvas e trovoadas durante três meses. Ficará exposto, a exemplo do ex-ministro Eliseu Padilha, que demorou seis meses para ser nomeado ministro no governo FH. A lógica é a mesma. Será preciso domar o veto do PT como, no passado, o do PSDB foi diluído. O PMDB, sobretudo o do Nordeste, está com a Integração atravessada na garganta. Dizem que a pasta, que ocupavam no governo Lula, foi-lhes tomada para ser dada ao governador Eduardo Campos.
“Tem um balãozinho. Dizem que cem mil votos dá direito a R$ 300 mil.Éatabela. É o mercado. É um escândalo nacional”
Antonio Carlos Valadares
Senador (PSB-AL), sobre a filiação de deputados por PROS e Solidariedade
Correndo da raia
A ampla aprovação nas pesquisas do Mais Médicos colocou a oposição na defensiva. Alguns deputados do PSDB e do DEM, das regiões Norte e Nordeste, pretendem se ausentar do plenário para não terem que votar contra o programa.
Tirando o time de campo
Um dos organizadores da Rede, o deputado Walter Feldman (SP) se desfiliou ontem do PSDB. Ele abriu o jogo para o líder tucano Carlos Sampaio (SP): se a Rede não for criada, ele larga a política e não concorre nas próximas eleições.
Do outro lado
Alguns especialistas questionam o leilão de Libra por ter atraído apenas duas grandes empresas privadas. Mas o diretor-geral da ANP no governo Lula, Haroldo Lima, minimiza a ausência da BP, Exxon, Chevron e BG. Em texto, que está rodando no governo, ele diz que “as estatais controlam 75% das reservas globais de petróleo e da produção mundial”. As privadas controlam 10%.
Carta marcada
Candidato ao governo, o deputado Anthony Garotinho (PR) é o dono do PROS no Rio. Ele bancou o deputado Hugo Leal (ex-PSC) na presidência do novo partido, transferindo para lá uma de suas aliadas, a deputada Lilian Sá.
O plano de jogo
Na reunião com a bancada do Solidariedade, a ministra Ideli Salvatti comunicou aos deputados que irá tratá-los como os do PSD e do PSB. As emendas serão atendidas individualmente, e as votações, acertadas em reuniões de bancada.
Lenta recuperação
O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, esteve com o ministro Guido Mantega (Fazenda). Foi negociar um prazo maior para pequenas e médias empresas, atingidas pela tragédia de 2011, quitarem seus financiamentos. O governo abriu linha de crédito para a recuperação dessas empresas, que deve ser quitada em cinco anos.
NOVO RITMO.
A presidente Dilma passará a fazer duas viagens por semana aos estados. Na próxima, inaugura creche no Sul. Ela prometeu seis mil.
PMDB, o patinho feio
Muita irritação no principal aliado do PT no governo Dilma com o adiamento, para dezembro, do anúncio do futuro ministro da Integração. O senador Vital do Rêgo (PB), nome do PMDB para o posto, vai ficar sujeito a chuvas e trovoadas durante três meses. Ficará exposto, a exemplo do ex-ministro Eliseu Padilha, que demorou seis meses para ser nomeado ministro no governo FH. A lógica é a mesma. Será preciso domar o veto do PT como, no passado, o do PSDB foi diluído. O PMDB, sobretudo o do Nordeste, está com a Integração atravessada na garganta. Dizem que a pasta, que ocupavam no governo Lula, foi-lhes tomada para ser dada ao governador Eduardo Campos.
“Tem um balãozinho. Dizem que cem mil votos dá direito a R$ 300 mil.Éatabela. É o mercado. É um escândalo nacional”
Antonio Carlos Valadares
Senador (PSB-AL), sobre a filiação de deputados por PROS e Solidariedade
Correndo da raia
A ampla aprovação nas pesquisas do Mais Médicos colocou a oposição na defensiva. Alguns deputados do PSDB e do DEM, das regiões Norte e Nordeste, pretendem se ausentar do plenário para não terem que votar contra o programa.
Tirando o time de campo
Um dos organizadores da Rede, o deputado Walter Feldman (SP) se desfiliou ontem do PSDB. Ele abriu o jogo para o líder tucano Carlos Sampaio (SP): se a Rede não for criada, ele larga a política e não concorre nas próximas eleições.
Do outro lado
Alguns especialistas questionam o leilão de Libra por ter atraído apenas duas grandes empresas privadas. Mas o diretor-geral da ANP no governo Lula, Haroldo Lima, minimiza a ausência da BP, Exxon, Chevron e BG. Em texto, que está rodando no governo, ele diz que “as estatais controlam 75% das reservas globais de petróleo e da produção mundial”. As privadas controlam 10%.
Carta marcada
Candidato ao governo, o deputado Anthony Garotinho (PR) é o dono do PROS no Rio. Ele bancou o deputado Hugo Leal (ex-PSC) na presidência do novo partido, transferindo para lá uma de suas aliadas, a deputada Lilian Sá.
O plano de jogo
Na reunião com a bancada do Solidariedade, a ministra Ideli Salvatti comunicou aos deputados que irá tratá-los como os do PSD e do PSB. As emendas serão atendidas individualmente, e as votações, acertadas em reuniões de bancada.
Lenta recuperação
O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, esteve com o ministro Guido Mantega (Fazenda). Foi negociar um prazo maior para pequenas e médias empresas, atingidas pela tragédia de 2011, quitarem seus financiamentos. O governo abriu linha de crédito para a recuperação dessas empresas, que deve ser quitada em cinco anos.
NOVO RITMO.
A presidente Dilma passará a fazer duas viagens por semana aos estados. Na próxima, inaugura creche no Sul. Ela prometeu seis mil.
O partido da ordem - LUIZ CARLOS AZEDO
CORREIO BRAZILIENSE - 03/10
Travou-se nesta semana, no Rio de Janeiro, uma batalha que pode decidir os rumos da sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB). O prefeito Eduardo Paes, por ampla maioria — com apoio do PMDB, PT, PCdoB, PSB, PV —, aprovou o novo plano de cargos e salários dos professores do município, que estão em greve. Dias atrás, os docentes chegaram a invadir o plenário da Gaiola de Ouro, como os cariocas chamam o Palácio Pedro Ernesto, com intuito de impedir a votação, que acabou garantida pela Polícia Militar — com farta distribuição de bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e cacetadas.
Apesar do desgaste que sofreu com sucessivas manifestações de protestos, muitas delas marcadas pela violência da PM e pelo vandalismo dos manifestantes, Cabral acredita que fará o seu sucessor. O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) é um político bonachão, do tipo boa praça, com jeito de político do interior — formado em economia e administração, foi prefeito de Piraí, um pequeno município Fluminense do Vale do Paraíba. Tem fama de tocador de obras, pois foi o responsável pela execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos morros do Alemão, do Pavão-Pavaozinho e da Rocinha, além da construção do chamado Arco Metropolitano.
Por que a greve dos professores pode ser um divisor de águas? É que Eduardo Paes resgatou a bandeira da ordem, com a qual foi eleito, ao endossar a repressão policial aos manifestantes, que tanto desgastes causou a Cabral. O prefeito carioca confrontou o poderoso Sindicato dos Professores do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), tratando-o como coalizão de partido de oposição ao seu governo (PSol, PSTU e PDT, principalmente). Paes acredita ter o apoio da maioria dos cariocas, da classe média das zonas Sul e Norte e da Barra da Tijuca, e da grande massa de moradores dos subúrbios da Central e da Leopoldina e da Zona Oeste da cidade. O futuro dirá se tem razão.
Limpeza de área
Caso o prefeito Eduardo Paes esteja fazendo a avaliação correta, preparou o terreno para Pezão assumir o governo no lugar de Sérgio Cabral e disputar a eleição com mais competitividade, uma vez que, até agora, o vice não decolou nas pesquisas. O discurso é de que Cabral deixou um legado a ser preservado, ao promover o dinamismo econômico do estado (a bandeira do progresso) e enfrentar o problema da criminalidade (a bandeira da ordem). Faz parte da estratégia de Cabral antecipar a saída do governo para que Pezão possa fortalecer a própria imagem. Hoje, a disputa pelo governo do Rio de Janeiro estaria entre o ex-governador Anthony Garotinho (PR) e o senador Lindberg Faria (PT).
Reconsiderou
O deputado paulista Paulinho da Força, fundador do Solidariedade, resolver abandonar o discurso de oposição, depois de uma conversa com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. E recuou da aproximação com o senador Aécio Neves (MG), o candidato do PSDB, para tentar evitar a saída de 10 deputados federais fechados com o recém criado Solidariedade. O Palácio do Planalto trabalha para inflar a bancada do Pros. Dos 30 deputados que esperava filiar, Paulo Pereira da Silva conta mesmo com 23 nomes.
Banda larga// O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou ontem que busca uma saída para a redução na carga tributária nos serviços de telecom e defendeu a redução do ICMS para os serviços de banda larga.
Desconforto
A filiação de Josué Gomes da Silva ao PMDB, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Michel Temer, foi feita goela abaixo dos caciques locais da legenda. Os mais descontentes são o deputado Leonardo Quintão, o senador Clésio Andrade e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade. Todos perdem espaço na aliança com o PT, no caso, a vice de Fernando Pimentel (foto), o ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, que disputará o governo de Minas Gerais.
Estradas
A Comissão de Infraestrutura do Senado quer realizar uma audiência pública com o ministro dos Transportes, César Borges, na próxima semana, sobre a gestão das operadoras das rodovias federais em concessão no país. A iniciativa é do senador Walter Pinheiro (foto), do PT-BA, diante do anúncio de adiamento em licitações de rodovias. “Acho que é importante botar o dedo nessa ferida e ver como é que a gente contribui”, justifica.
Lixo
Para coletar e dar destinação adequada à totalidade dos resíduos sólidos, o Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões
Capital
O acordo de intenção para fusão entre a Oi e a Portugal Telecom renderá um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira. Do montante, R$ 7 bilhões serão aportados em dinheiro para “melhorar a flexibilidade do balanço” da nova empresa. O governo vê a fusão como um sinal positivo para outros investidores estrangeiros.
Bancários/ A greve dos bancários já é a mais longa. Chega hoje ao 15º dia com 11.016 agências e centros administrativos de bancos fechados em todo o país, segundo Carlos Cordeiro, coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
Gazeta/ O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, é o campeão de faltas na Assembleia Legislativa paulista. Em 584 sessões, faltou a 187 — mais de 30%. Abonou 74 faltas, recebendo sem comparecer à Casa, alegando que trabalhava fora do plenário .
Museus/ A ministra da Cultura, Marta Suplicy, lançou ontem no Museu Imperial, o Programa Petrobras Ministério da Cultura de Museus. São R$ 20 milhões, para 12 instituições nas cidades-sede da Copa do Mundo e em municípios vizinhos.
Apesar do desgaste que sofreu com sucessivas manifestações de protestos, muitas delas marcadas pela violência da PM e pelo vandalismo dos manifestantes, Cabral acredita que fará o seu sucessor. O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) é um político bonachão, do tipo boa praça, com jeito de político do interior — formado em economia e administração, foi prefeito de Piraí, um pequeno município Fluminense do Vale do Paraíba. Tem fama de tocador de obras, pois foi o responsável pela execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos morros do Alemão, do Pavão-Pavaozinho e da Rocinha, além da construção do chamado Arco Metropolitano.
Por que a greve dos professores pode ser um divisor de águas? É que Eduardo Paes resgatou a bandeira da ordem, com a qual foi eleito, ao endossar a repressão policial aos manifestantes, que tanto desgastes causou a Cabral. O prefeito carioca confrontou o poderoso Sindicato dos Professores do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), tratando-o como coalizão de partido de oposição ao seu governo (PSol, PSTU e PDT, principalmente). Paes acredita ter o apoio da maioria dos cariocas, da classe média das zonas Sul e Norte e da Barra da Tijuca, e da grande massa de moradores dos subúrbios da Central e da Leopoldina e da Zona Oeste da cidade. O futuro dirá se tem razão.
Limpeza de área
Caso o prefeito Eduardo Paes esteja fazendo a avaliação correta, preparou o terreno para Pezão assumir o governo no lugar de Sérgio Cabral e disputar a eleição com mais competitividade, uma vez que, até agora, o vice não decolou nas pesquisas. O discurso é de que Cabral deixou um legado a ser preservado, ao promover o dinamismo econômico do estado (a bandeira do progresso) e enfrentar o problema da criminalidade (a bandeira da ordem). Faz parte da estratégia de Cabral antecipar a saída do governo para que Pezão possa fortalecer a própria imagem. Hoje, a disputa pelo governo do Rio de Janeiro estaria entre o ex-governador Anthony Garotinho (PR) e o senador Lindberg Faria (PT).
Reconsiderou
O deputado paulista Paulinho da Força, fundador do Solidariedade, resolver abandonar o discurso de oposição, depois de uma conversa com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. E recuou da aproximação com o senador Aécio Neves (MG), o candidato do PSDB, para tentar evitar a saída de 10 deputados federais fechados com o recém criado Solidariedade. O Palácio do Planalto trabalha para inflar a bancada do Pros. Dos 30 deputados que esperava filiar, Paulo Pereira da Silva conta mesmo com 23 nomes.
Banda larga// O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou ontem que busca uma saída para a redução na carga tributária nos serviços de telecom e defendeu a redução do ICMS para os serviços de banda larga.
Desconforto
A filiação de Josué Gomes da Silva ao PMDB, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Michel Temer, foi feita goela abaixo dos caciques locais da legenda. Os mais descontentes são o deputado Leonardo Quintão, o senador Clésio Andrade e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade. Todos perdem espaço na aliança com o PT, no caso, a vice de Fernando Pimentel (foto), o ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, que disputará o governo de Minas Gerais.
Estradas
A Comissão de Infraestrutura do Senado quer realizar uma audiência pública com o ministro dos Transportes, César Borges, na próxima semana, sobre a gestão das operadoras das rodovias federais em concessão no país. A iniciativa é do senador Walter Pinheiro (foto), do PT-BA, diante do anúncio de adiamento em licitações de rodovias. “Acho que é importante botar o dedo nessa ferida e ver como é que a gente contribui”, justifica.
Lixo
Para coletar e dar destinação adequada à totalidade dos resíduos sólidos, o Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões
Capital
O acordo de intenção para fusão entre a Oi e a Portugal Telecom renderá um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira. Do montante, R$ 7 bilhões serão aportados em dinheiro para “melhorar a flexibilidade do balanço” da nova empresa. O governo vê a fusão como um sinal positivo para outros investidores estrangeiros.
Bancários/ A greve dos bancários já é a mais longa. Chega hoje ao 15º dia com 11.016 agências e centros administrativos de bancos fechados em todo o país, segundo Carlos Cordeiro, coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
Gazeta/ O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, é o campeão de faltas na Assembleia Legislativa paulista. Em 584 sessões, faltou a 187 — mais de 30%. Abonou 74 faltas, recebendo sem comparecer à Casa, alegando que trabalhava fora do plenário .
Museus/ A ministra da Cultura, Marta Suplicy, lançou ontem no Museu Imperial, o Programa Petrobras Ministério da Cultura de Museus. São R$ 20 milhões, para 12 instituições nas cidades-sede da Copa do Mundo e em municípios vizinhos.
ROBERTO EM CAMPO - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 03/10
O cantor Roberto Carlos pode abrir ou encerrar a Copa do Mundo de 2014. O rei estuda ainda convites para shows privados e até para cantar em um transatlântico que estará ancorado no Rio de Janeiro para hospedar torcedores.
SELO
"Roberto Carlos está para a Copa do Mundo aqui assim como Paul McCartney esteve para a Olimpíada em Londres no ano passado", diz Dodi Sirena, empresário do brasileiro. O ex-Beatle encerrou a cerimônia de abertura com "Hey Jude".
CIRCUITO
A turnê internacional que Roberto Carlos faz a cada dois anos foi marcada para setembro, depois da Copa. Ele viajará por 12 cidades.
MALA PRONTA
O ministro Dias Toffoli viajou anteontem, ausentando-se da votação de criação da Rede no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em seu lugar entrou Gilmar Mendes, contabilizado até ontem pelo grupo de Marina Silva como eventual voto a favor da aprovação da nova legenda.
SURPRESA
O placar ontem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a aprovação da Rede estava no seguinte pé: os ministros Luciana Lossio, Henrique Neves e Marco Aurélio Mello eram computados como contrários. João Otávio de Noronha indicava seguir a mesma linha. A relatora, Laurita Vaz, revelava indecisão a interlocutores. A presidente, Cármen Lúcia, sem revelar sua posição, reforçava o incômodo de o grupo não ter conseguido o número de assinaturas necessárias.
PRÓXIMO CAPÍTULO
O novo dilema no qual está mergulhado o grupo de José Serra é: ser ou não ser candidato ao Senado em 2014?
A alta rejeição ao nome dele registrada em pesquisas eleitorais é o fator de maior preocupação.
HISTÓRIA
Um dos interlocutores mais próximos do tucano diz que é preciso zelar pela biografia dele, evitando a qualquer custo uma nova derrota nas urnas.
A disputa ao Senado se daria, entre outros, com Eduardo Suplicy, do PT.
ALERTA VERMELHO
Cachorros vão doar sangue na Faculdade de Veterinária da USP amanhã, dia de são Francisco de Assis, o protetor dos bichos.
A ação é parte de campanha para aumentar o estoque do banco de sangue da instituição, que está baixo. A ideia é estimular donos de cães e gatos a repetir o gesto.
ALERTA 2
Os sete animais que farão a doação pertencem à Guarda Civil Metropolitana e serão levados pelo vereador Nelo Rodolfo (PMDB-SP), que apoia a causa.
O ELEITO
Lisandro Nogueira, professor da Universidade de Goiás, foi o escolhido pela ministra Marta Suplicy, da Cultura, para dirigir a Cinemateca. O nome dele estava em uma lista de quatro sugeridos pela entidade.
À MODA ANTIGA
Os brinquedos tradicionais são tão procurados quanto os eletrônicos para presentear no Dia das Crianças. Segundo pesquisa realizada pelo Mercado Livre em sua plataforma de clientes, pais em busca de bonecas, carrinhos e jogos de tabuleiro representam 35,6%. Os que buscam smartphones, tablets e videogames chegam a 35,5%. Roupas e sapatos somam 15%, e livros, 4%. O valor médio para o presente varia de R$ 50 a R$ 200, a ser pago preferencialmente com cartão de crédito.
VISITA HERMANA
O empresário Abilio Diniz com a mulher, Geyze, e a galerista Nara Roesler receberam convidados em jantar de homenagem ao artista argentino Julio Le Parc, anteontem, no Jardim América. O casal Carlos e Iara Jereissati, o banqueiro José Olympio Pereira e a administradora Mariana Auriemo foram alguns dos convidados. Filhos do anfitrião, Ana Maria e João Paulo Diniz, ao lado da mulher, Ana Garcia, também estiveram no evento.
CINEMA EM CASA
Os cineastas Kiko Goifman, Anna Muylaert e André Klotzel foram à comemoração dos 20 anos do Espaço Itaú de Cinema da rua Augusta. Também estiveram por lá o diretor do MIS, André Sturm, o arquiteto e designer gráfico Ricardo Ohtake, o diretor de fotografia Lauro Escorel e Lygia Reichenbach, ex-mulher do cineasta Carlos Reichenbach.
CURTO-CIRCUITO
O ex-ministro Eros Grau lança hoje o livro "Teu Nome Será Sempre Alice e Outras Histórias", na Livraria da Vila da alameda Lorena, às 18h30.
Adriana Bicudo e Sarah Moreira fazem festa em prol do produtor musical Roy Cicala, às 20h, em Moema.
A cantora Nicole Salmi se apresenta hoje em festa na residência consular da França, no Jardim Europa.
O advogado André Mendes dá palestra sobre direito da moda, hoje, às 9h, na Câmara de Comércio Americana do Rio.
SELO
"Roberto Carlos está para a Copa do Mundo aqui assim como Paul McCartney esteve para a Olimpíada em Londres no ano passado", diz Dodi Sirena, empresário do brasileiro. O ex-Beatle encerrou a cerimônia de abertura com "Hey Jude".
CIRCUITO
A turnê internacional que Roberto Carlos faz a cada dois anos foi marcada para setembro, depois da Copa. Ele viajará por 12 cidades.
MALA PRONTA
O ministro Dias Toffoli viajou anteontem, ausentando-se da votação de criação da Rede no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em seu lugar entrou Gilmar Mendes, contabilizado até ontem pelo grupo de Marina Silva como eventual voto a favor da aprovação da nova legenda.
SURPRESA
O placar ontem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a aprovação da Rede estava no seguinte pé: os ministros Luciana Lossio, Henrique Neves e Marco Aurélio Mello eram computados como contrários. João Otávio de Noronha indicava seguir a mesma linha. A relatora, Laurita Vaz, revelava indecisão a interlocutores. A presidente, Cármen Lúcia, sem revelar sua posição, reforçava o incômodo de o grupo não ter conseguido o número de assinaturas necessárias.
PRÓXIMO CAPÍTULO
O novo dilema no qual está mergulhado o grupo de José Serra é: ser ou não ser candidato ao Senado em 2014?
A alta rejeição ao nome dele registrada em pesquisas eleitorais é o fator de maior preocupação.
HISTÓRIA
Um dos interlocutores mais próximos do tucano diz que é preciso zelar pela biografia dele, evitando a qualquer custo uma nova derrota nas urnas.
A disputa ao Senado se daria, entre outros, com Eduardo Suplicy, do PT.
ALERTA VERMELHO
Cachorros vão doar sangue na Faculdade de Veterinária da USP amanhã, dia de são Francisco de Assis, o protetor dos bichos.
A ação é parte de campanha para aumentar o estoque do banco de sangue da instituição, que está baixo. A ideia é estimular donos de cães e gatos a repetir o gesto.
ALERTA 2
Os sete animais que farão a doação pertencem à Guarda Civil Metropolitana e serão levados pelo vereador Nelo Rodolfo (PMDB-SP), que apoia a causa.
O ELEITO
Lisandro Nogueira, professor da Universidade de Goiás, foi o escolhido pela ministra Marta Suplicy, da Cultura, para dirigir a Cinemateca. O nome dele estava em uma lista de quatro sugeridos pela entidade.
À MODA ANTIGA
Os brinquedos tradicionais são tão procurados quanto os eletrônicos para presentear no Dia das Crianças. Segundo pesquisa realizada pelo Mercado Livre em sua plataforma de clientes, pais em busca de bonecas, carrinhos e jogos de tabuleiro representam 35,6%. Os que buscam smartphones, tablets e videogames chegam a 35,5%. Roupas e sapatos somam 15%, e livros, 4%. O valor médio para o presente varia de R$ 50 a R$ 200, a ser pago preferencialmente com cartão de crédito.
VISITA HERMANA
O empresário Abilio Diniz com a mulher, Geyze, e a galerista Nara Roesler receberam convidados em jantar de homenagem ao artista argentino Julio Le Parc, anteontem, no Jardim América. O casal Carlos e Iara Jereissati, o banqueiro José Olympio Pereira e a administradora Mariana Auriemo foram alguns dos convidados. Filhos do anfitrião, Ana Maria e João Paulo Diniz, ao lado da mulher, Ana Garcia, também estiveram no evento.
CINEMA EM CASA
Os cineastas Kiko Goifman, Anna Muylaert e André Klotzel foram à comemoração dos 20 anos do Espaço Itaú de Cinema da rua Augusta. Também estiveram por lá o diretor do MIS, André Sturm, o arquiteto e designer gráfico Ricardo Ohtake, o diretor de fotografia Lauro Escorel e Lygia Reichenbach, ex-mulher do cineasta Carlos Reichenbach.
CURTO-CIRCUITO
O ex-ministro Eros Grau lança hoje o livro "Teu Nome Será Sempre Alice e Outras Histórias", na Livraria da Vila da alameda Lorena, às 18h30.
Adriana Bicudo e Sarah Moreira fazem festa em prol do produtor musical Roy Cicala, às 20h, em Moema.
A cantora Nicole Salmi se apresenta hoje em festa na residência consular da França, no Jardim Europa.
O advogado André Mendes dá palestra sobre direito da moda, hoje, às 9h, na Câmara de Comércio Americana do Rio.
O troca-troca da reforma - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 03/10
Dilma levará em conta o tamanho de cada bancada aliada na hora de redistribuir os cargos dos ministros que serão candidatos em 2014
A eleição ainda nem chegou, Lula mal entrou em campo em favor dos petistas, mas a relação entre PT e PMDB está a cada dia mais azeda. A última rusga se deve à nomeação de Francisco Teixeira para o comando do Ministério da Integração Nacional. Ainda que seja interino, a escolha de um técnico deixou aos peemedebistas aquela sensação de que o senador Vital do Rêgo Filho foi preterido. Nem a promessa de, quem sabe, entregar o cargo em janeiro serviu para acalmar deputados e senadores do partido. Numa reunião da bancada ontem, o tema foi tratado como “descaso” por parte do Planalto. Mas, diante do frenético troca-troca de partido dos últimos dias, Dilma só nomeará ministro depois de conhecer a nova cara da base aliada.
O PMDB, que está há tempos nesse ônibus petista, espera a nomeação para breve, independentemente da força de cada bancada. O próprio senador diz a amigos que o ministério estará de portas abertas para recebê-los num futuro próximo. Ocorre que interlocutores do governo afirmam que a reforma ministerial tem outros ingredientes além da simples troca do PSB pelo PMDB, conforme mencionamos aqui en passant ontem.
Dilma pretende avaliar a correlação de forças que surgirá até sexta-feira. O Pros, por exemplo, terá uma bancada superior a 20 deputados. O PDT, de 23, é bem capaz que passe para 10, um a menos do que tem hoje o PRB. E há de se levar em conta que o PDT tem hoje o Ministério do Trabalho, enquanto o PRB comanda a Pesca, com o senador Marcelo Crivella (RJ). Ninguém diz abertamente, mas se o PDT mantiver apenas 10 deputados, ficará difícil deixar a pasta do Trabalho sob comando do partido.
Para completar a ira dos aliados para com o governo e o PT, os pré-candidatos a governador pelo Partido dos Trabalhadores correm mundos atrás de aliados nessa fase pré-campanha. Em Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) conquistou PSD, PSC, PCdoB, PV e Pros. Em São Paulo, o PT percorre os municípios em busca de aliados para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tirando musculatura de partidos amigos do governo Dilma.
Enquanto isso, no Congresso...
Tudo isso deixou no parlamento um gosto de “a vingança será maligna”, especialmente, entre os peemedebistas. Na Comissão Mista de Orçamento, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria ter sido votada em julho, permanece represada. O Orçamento de 2014, então, nem se fala. Nada vai para frente enquanto não sair o tal orçamento impositivo, fruto de queda de braço no Senado. E, se o PMDB não se sentir prestigiado em breve, é bem capaz de o governo terminar com algum susto por ali.
E na oposição...
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato do partido à Presidência da República, espera, de braços abertos, os peemedebistas insatisfeitos com o governo Dilma. Ele sabe que, em alguns estados, o partido de Michel Temer irá apoiá-lo. Mesmo com a permanência de José Serra no partido, o senador por Minas Gerais continua na linha de frente como principal nome do PSDB para concorrer contra Dilma Rousseff. Em conversas reservadas, os tucanos afirmam que a bancada deseja a renovação do nome que vai disputar o Planalto. No Paraná, por exemplo, o evento do partido teve cara de pré-campanha, com Aécio carregado nos ombros dos militantes.
Resta saber, entretanto, que forças terão a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A preços de hoje, Marina balança na bolsa de apostas, uma vez que não se sabe sequer se conseguirá formalizar a criação da Rede. Ontem à tarde, no Congresso, deputados comentavam que ficou tudo muito corrido. Ainda que Marina consiga montar o partido, não haverá tempo para proceder as filiações dentro do prazo exigido pela legislação eleitoral. Ou seja, a saída agora é buscar uma legenda alternativa para os integrantes da Rede e, depois, passada a eleição buscar a sigla de Marina.
A situação de Eduardo Campos é mais confortável, mas não chega a ser um oásis. Seu partido foi desidratado com o auxílio do governo Dilma. No Ceará, por exemplo, depois da saída de Cid e de Ciro Gomes do PSB para o Pros, Eduardo simplesmente não tem palanque no estado. Os Gomes, o PT e o PMDB estão hoje com Dilma, e o ex-senador Tasso Jereissati prepara um palanque para o PSDB.
Nesse contexto, a sorte de Eduardo será a divisão de alguns palanques com o PSDB. Em Minas Gerais, por exemplo, eles devem compor uma única chapa. Hoje, Eduardo Campos estará em Belo Horizonte, para a filiação do presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil. De lá, irá ao Rio de Janeiro, para uma reunião com o deputado federal Romário (PSB) e novas filiações ao partido. Não foi à toa que, ontem, nem deu quórum para votação na Câmara. Estão todos correndo para seus estados, em busca de times para 2014. Nós, por aqui, continuamos de olho em Marina.
A eleição ainda nem chegou, Lula mal entrou em campo em favor dos petistas, mas a relação entre PT e PMDB está a cada dia mais azeda. A última rusga se deve à nomeação de Francisco Teixeira para o comando do Ministério da Integração Nacional. Ainda que seja interino, a escolha de um técnico deixou aos peemedebistas aquela sensação de que o senador Vital do Rêgo Filho foi preterido. Nem a promessa de, quem sabe, entregar o cargo em janeiro serviu para acalmar deputados e senadores do partido. Numa reunião da bancada ontem, o tema foi tratado como “descaso” por parte do Planalto. Mas, diante do frenético troca-troca de partido dos últimos dias, Dilma só nomeará ministro depois de conhecer a nova cara da base aliada.
O PMDB, que está há tempos nesse ônibus petista, espera a nomeação para breve, independentemente da força de cada bancada. O próprio senador diz a amigos que o ministério estará de portas abertas para recebê-los num futuro próximo. Ocorre que interlocutores do governo afirmam que a reforma ministerial tem outros ingredientes além da simples troca do PSB pelo PMDB, conforme mencionamos aqui en passant ontem.
Dilma pretende avaliar a correlação de forças que surgirá até sexta-feira. O Pros, por exemplo, terá uma bancada superior a 20 deputados. O PDT, de 23, é bem capaz que passe para 10, um a menos do que tem hoje o PRB. E há de se levar em conta que o PDT tem hoje o Ministério do Trabalho, enquanto o PRB comanda a Pesca, com o senador Marcelo Crivella (RJ). Ninguém diz abertamente, mas se o PDT mantiver apenas 10 deputados, ficará difícil deixar a pasta do Trabalho sob comando do partido.
Para completar a ira dos aliados para com o governo e o PT, os pré-candidatos a governador pelo Partido dos Trabalhadores correm mundos atrás de aliados nessa fase pré-campanha. Em Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) conquistou PSD, PSC, PCdoB, PV e Pros. Em São Paulo, o PT percorre os municípios em busca de aliados para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tirando musculatura de partidos amigos do governo Dilma.
Enquanto isso, no Congresso...
Tudo isso deixou no parlamento um gosto de “a vingança será maligna”, especialmente, entre os peemedebistas. Na Comissão Mista de Orçamento, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria ter sido votada em julho, permanece represada. O Orçamento de 2014, então, nem se fala. Nada vai para frente enquanto não sair o tal orçamento impositivo, fruto de queda de braço no Senado. E, se o PMDB não se sentir prestigiado em breve, é bem capaz de o governo terminar com algum susto por ali.
E na oposição...
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato do partido à Presidência da República, espera, de braços abertos, os peemedebistas insatisfeitos com o governo Dilma. Ele sabe que, em alguns estados, o partido de Michel Temer irá apoiá-lo. Mesmo com a permanência de José Serra no partido, o senador por Minas Gerais continua na linha de frente como principal nome do PSDB para concorrer contra Dilma Rousseff. Em conversas reservadas, os tucanos afirmam que a bancada deseja a renovação do nome que vai disputar o Planalto. No Paraná, por exemplo, o evento do partido teve cara de pré-campanha, com Aécio carregado nos ombros dos militantes.
Resta saber, entretanto, que forças terão a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A preços de hoje, Marina balança na bolsa de apostas, uma vez que não se sabe sequer se conseguirá formalizar a criação da Rede. Ontem à tarde, no Congresso, deputados comentavam que ficou tudo muito corrido. Ainda que Marina consiga montar o partido, não haverá tempo para proceder as filiações dentro do prazo exigido pela legislação eleitoral. Ou seja, a saída agora é buscar uma legenda alternativa para os integrantes da Rede e, depois, passada a eleição buscar a sigla de Marina.
A situação de Eduardo Campos é mais confortável, mas não chega a ser um oásis. Seu partido foi desidratado com o auxílio do governo Dilma. No Ceará, por exemplo, depois da saída de Cid e de Ciro Gomes do PSB para o Pros, Eduardo simplesmente não tem palanque no estado. Os Gomes, o PT e o PMDB estão hoje com Dilma, e o ex-senador Tasso Jereissati prepara um palanque para o PSDB.
Nesse contexto, a sorte de Eduardo será a divisão de alguns palanques com o PSDB. Em Minas Gerais, por exemplo, eles devem compor uma única chapa. Hoje, Eduardo Campos estará em Belo Horizonte, para a filiação do presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil. De lá, irá ao Rio de Janeiro, para uma reunião com o deputado federal Romário (PSB) e novas filiações ao partido. Não foi à toa que, ontem, nem deu quórum para votação na Câmara. Estão todos correndo para seus estados, em busca de times para 2014. Nós, por aqui, continuamos de olho em Marina.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 03/10
Grupo planeja complexo imobiliário de R$ 150 mi
O grupo JMalucelli, que atua com energia, construção e seguros, entre outros setores, planeja instalar um empreendimento com hotel, condomínios residenciais e área de preservação ambiental em Itapema (SC).
O projeto de R$ 150 milhões é desenvolvido em parceria com a Paysage Imóveis e está em fase de licenciamento. Ainda não há data prevista para o lançamento.
"Não temos um cronograma porque precisamos de definições do órgão ambiental", diz Edson Deos, coordenador do empreendimento.
"Em dezembro, protocolamos o estudo ambiental. Agora estamos aguardando a licença prévia", afirma.
O anteprojeto prevê a construção de 180 casas divididas em quatro condomínios, além de 44 apartamentos distribuídos entre pousadas, flats e unidades hoteleiras.
O grupo JMalucelli já trabalha no setor de turismo --possui um hotel em São Francisco do Sul (SC) e outros dois em Guaratuba (PR).
O novo projeto, porém, não significa que a companhia irá priorizar o segmento.
"Na verdade, vemos como uma oportunidade a mais para o setor imobiliário. Esse tem sido um dos focos de atuação do grupo face ao grande número de terrenos e áreas que temos", diz o presidente, Alexandre Malucelli.
Em relação à atuação da empresa na indústria hoteleira, Malucelli afirma que as atuais unidades foram "oportunidades pontuais de investimento" e que elas não têm participação "relevante" no faturamento --que atingiu cerca de R$ 2 bilhões em 2012.
LINHA DIRETA COM LONDRES
O Estado de São Paulo e o Reino Unido assinam hoje um memorando que formaliza a relação bilateral entre os governos. Um grupo de trabalho será formado para desenvolver projetos de cooperação.
"É a primeira vez que o governo britânico estabelece relações formais com um governo subnacional na América Latina, por isso é extremamente simbólico", diz Rodrigo Tavares, assessor internacional da gestão paulista.
As áreas prioritárias para atuação conjunta serão educação, administração penitenciária, ambiente, investimentos, transparência e combate à corrupção.
"Fica claro que o grupo de trabalho não versará sobre assuntos bilaterais de política externa entre Brasil e Reino Unido. Ele atuará em áreas de competência constitucional interna do Estado."
Um acordo semelhante foi assinado neste ano com os Estados Unidos.
"Até o final de 2013, deveremos formalizar as relações com os governos da França, da Alemanha e do Canadá", afirma Tavares.
GUERRA FISCAL
Empresas que receberam incentivos fiscais concedidos por Estados, como redução ou até mesmo isenção de ICMS, não deveriam ser punidas após decisões do STF que consideraram inconstitucionais os benefícios.
A avaliação é da advogada Mary Elbe Queiroz, que preside o Instituto Pernambucano de Estudos Tributários.
No Distrito Federal, o Ministério Público chegou a propor ações para que companhias devolvessem valores.
"As empresas foram atraídas com incentivos, investiram, criaram empregos. Não podem ser prejudicadas pela inconstitucionalidade praticada pelos Estados."
A advogada Claudia Maluf, sócia do escritório Demarest, afirma que o STF deveria modular a decisão, ou seja, fazer valer os efeitos apenas a partir do julgamento.
"Haveria, ao menos antes de uma reforma tributária, a minimização do problema."
"A solução mais justa, de fato, seria que se pusesse uma pá de cal sobre o passado e que a decisão fosse dada exclusivamente em relação ao futuro", diz Daniella Zagari, sócia do Machado Meyer.
Número de paulistanos endividados se mantém estável
O número de famílias endividadas na cidade de São Paulo permaneceu estável em setembro, segundo levantamento da FecomercioSP.
O índice ficou em 52,6% --mesmo valor registrado no mês de agosto.
"O nível de endividamento estava oscilando entre 52% e 57% desde março. Agora parece que houve uma estabilização", diz Fernanda Della Rosa, assessora econômica da entidade.
A retração no número de endividados é decorrente da inflação mais branda, que aliviou o orçamento das famílias. O aumento da taxa Selic também diminuiu a procura por financiamentos.
A expectativa é que o indicador caia nos próximos meses com o pagamento do décimo terceiro salário.
"É uma redução típica dessa época do ano, mas que indica que o Natal terá boas vendas. O consumidor estará livre de contas e poderá se endividar", diz Della Rosa.
A pesquisa também mostra que 13,9% das famílias da capital paulista tinham contas atrasadas no mês passado --queda de 3,5 pontos percentuais ante agosto.
Voos... Executivos da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos vão participar neste fim de semana, na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, de reuniões com 21 representantes de companhias aéreas internacionais.
...internacionais O encontro marca a tentativa de aumentar a oferta de voos para outros países. Hoje, só a TAP tem voos de passageiros. Outras 23 empresas de carga têm operações internacionais no aeroporto de Campinas (SP).
Intercâmbio... A Investe SP, agência de desenvolvimento do governo paulista, assinou um acordo de cooperação com a Aicep, órgão para investimento e comércio exterior de Portugal. É o quarto do tipo firmado pelo Estado.
...de investimentos O pacto, formalizado ontem, vai possibilitar o envio de funcionários da instituição paulista à sede da companhia portuguesa com o intuito de trocar experiências e prospectar negócios para o Estado.
Telefone com sinal
A operadora Oi implantou 632 novos sites (locais onde ficam as antenas que transmitem sinal) de telefonia celular nos oito primeiros meses deste ano. Desse total, 418 são de tecnologia 3G e 214 de 2G.
Também foi ampliada a capacidade de 2.334 sites de telefonia móvel 2G já instalados, de acordo com informações da empresa.
Neste ano, a Claro instalou 1.587 antenas 3G em todo o país, além de outras 246 2G.
Na Telefônica Vivo, por sua vez, foram pouco mais de 3.500 antenas.
A TIM não informa o número de sites criados no decorrer do ano, mas afirma que somará aproximadamente 14 mil unidades até o ano que vem.
Segundo a companhia, 24 quilômetros de fibra ótica serão expandidos. A ampliação seguirá as metas previstas pela Anatel.
O capital A Casa do Saber promove a partir de outubro diversos encontros com CEOs de empresas que passaram a vender ações na Bolsa de Valores. Participam, entre outros, Constantino Júnior, da Gol e Jean-Marc Etlin, do Itaú BBA.
Panos... As vendas de tecidos no comércio atacadista subiram 1,8% em setembro na comparação com agosto. O sindicato paulista do segmento atribui o resultado ao início do abastecimento das lojas para o fim do ano.
...quentes No mercado de cama, mesa e banho, apesar do declínio de 3,7% em agosto em relação ao mês anterior, o movimento foi positivo em julho (4%) e junho (1,5%), sempre na comparação com os 30 dias precedentes.
Expansão A rede especializada em bolsas e acessórios Couro&Cia. vai abrir 140 lojas nos próximos cinco anos. Até o fim de 2013, a previsão é inaugurar cinco pontos. A expansão deve incrementar o faturamento da empresa em 30%.
Grupo planeja complexo imobiliário de R$ 150 mi
O grupo JMalucelli, que atua com energia, construção e seguros, entre outros setores, planeja instalar um empreendimento com hotel, condomínios residenciais e área de preservação ambiental em Itapema (SC).
O projeto de R$ 150 milhões é desenvolvido em parceria com a Paysage Imóveis e está em fase de licenciamento. Ainda não há data prevista para o lançamento.
"Não temos um cronograma porque precisamos de definições do órgão ambiental", diz Edson Deos, coordenador do empreendimento.
"Em dezembro, protocolamos o estudo ambiental. Agora estamos aguardando a licença prévia", afirma.
O anteprojeto prevê a construção de 180 casas divididas em quatro condomínios, além de 44 apartamentos distribuídos entre pousadas, flats e unidades hoteleiras.
O grupo JMalucelli já trabalha no setor de turismo --possui um hotel em São Francisco do Sul (SC) e outros dois em Guaratuba (PR).
O novo projeto, porém, não significa que a companhia irá priorizar o segmento.
"Na verdade, vemos como uma oportunidade a mais para o setor imobiliário. Esse tem sido um dos focos de atuação do grupo face ao grande número de terrenos e áreas que temos", diz o presidente, Alexandre Malucelli.
Em relação à atuação da empresa na indústria hoteleira, Malucelli afirma que as atuais unidades foram "oportunidades pontuais de investimento" e que elas não têm participação "relevante" no faturamento --que atingiu cerca de R$ 2 bilhões em 2012.
LINHA DIRETA COM LONDRES
O Estado de São Paulo e o Reino Unido assinam hoje um memorando que formaliza a relação bilateral entre os governos. Um grupo de trabalho será formado para desenvolver projetos de cooperação.
"É a primeira vez que o governo britânico estabelece relações formais com um governo subnacional na América Latina, por isso é extremamente simbólico", diz Rodrigo Tavares, assessor internacional da gestão paulista.
As áreas prioritárias para atuação conjunta serão educação, administração penitenciária, ambiente, investimentos, transparência e combate à corrupção.
"Fica claro que o grupo de trabalho não versará sobre assuntos bilaterais de política externa entre Brasil e Reino Unido. Ele atuará em áreas de competência constitucional interna do Estado."
Um acordo semelhante foi assinado neste ano com os Estados Unidos.
"Até o final de 2013, deveremos formalizar as relações com os governos da França, da Alemanha e do Canadá", afirma Tavares.
GUERRA FISCAL
Empresas que receberam incentivos fiscais concedidos por Estados, como redução ou até mesmo isenção de ICMS, não deveriam ser punidas após decisões do STF que consideraram inconstitucionais os benefícios.
A avaliação é da advogada Mary Elbe Queiroz, que preside o Instituto Pernambucano de Estudos Tributários.
No Distrito Federal, o Ministério Público chegou a propor ações para que companhias devolvessem valores.
"As empresas foram atraídas com incentivos, investiram, criaram empregos. Não podem ser prejudicadas pela inconstitucionalidade praticada pelos Estados."
A advogada Claudia Maluf, sócia do escritório Demarest, afirma que o STF deveria modular a decisão, ou seja, fazer valer os efeitos apenas a partir do julgamento.
"Haveria, ao menos antes de uma reforma tributária, a minimização do problema."
"A solução mais justa, de fato, seria que se pusesse uma pá de cal sobre o passado e que a decisão fosse dada exclusivamente em relação ao futuro", diz Daniella Zagari, sócia do Machado Meyer.
Número de paulistanos endividados se mantém estável
O número de famílias endividadas na cidade de São Paulo permaneceu estável em setembro, segundo levantamento da FecomercioSP.
O índice ficou em 52,6% --mesmo valor registrado no mês de agosto.
"O nível de endividamento estava oscilando entre 52% e 57% desde março. Agora parece que houve uma estabilização", diz Fernanda Della Rosa, assessora econômica da entidade.
A retração no número de endividados é decorrente da inflação mais branda, que aliviou o orçamento das famílias. O aumento da taxa Selic também diminuiu a procura por financiamentos.
A expectativa é que o indicador caia nos próximos meses com o pagamento do décimo terceiro salário.
"É uma redução típica dessa época do ano, mas que indica que o Natal terá boas vendas. O consumidor estará livre de contas e poderá se endividar", diz Della Rosa.
A pesquisa também mostra que 13,9% das famílias da capital paulista tinham contas atrasadas no mês passado --queda de 3,5 pontos percentuais ante agosto.
Voos... Executivos da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos vão participar neste fim de semana, na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, de reuniões com 21 representantes de companhias aéreas internacionais.
...internacionais O encontro marca a tentativa de aumentar a oferta de voos para outros países. Hoje, só a TAP tem voos de passageiros. Outras 23 empresas de carga têm operações internacionais no aeroporto de Campinas (SP).
Intercâmbio... A Investe SP, agência de desenvolvimento do governo paulista, assinou um acordo de cooperação com a Aicep, órgão para investimento e comércio exterior de Portugal. É o quarto do tipo firmado pelo Estado.
...de investimentos O pacto, formalizado ontem, vai possibilitar o envio de funcionários da instituição paulista à sede da companhia portuguesa com o intuito de trocar experiências e prospectar negócios para o Estado.
Telefone com sinal
A operadora Oi implantou 632 novos sites (locais onde ficam as antenas que transmitem sinal) de telefonia celular nos oito primeiros meses deste ano. Desse total, 418 são de tecnologia 3G e 214 de 2G.
Também foi ampliada a capacidade de 2.334 sites de telefonia móvel 2G já instalados, de acordo com informações da empresa.
Neste ano, a Claro instalou 1.587 antenas 3G em todo o país, além de outras 246 2G.
Na Telefônica Vivo, por sua vez, foram pouco mais de 3.500 antenas.
A TIM não informa o número de sites criados no decorrer do ano, mas afirma que somará aproximadamente 14 mil unidades até o ano que vem.
Segundo a companhia, 24 quilômetros de fibra ótica serão expandidos. A ampliação seguirá as metas previstas pela Anatel.
O capital A Casa do Saber promove a partir de outubro diversos encontros com CEOs de empresas que passaram a vender ações na Bolsa de Valores. Participam, entre outros, Constantino Júnior, da Gol e Jean-Marc Etlin, do Itaú BBA.
Panos... As vendas de tecidos no comércio atacadista subiram 1,8% em setembro na comparação com agosto. O sindicato paulista do segmento atribui o resultado ao início do abastecimento das lojas para o fim do ano.
...quentes No mercado de cama, mesa e banho, apesar do declínio de 3,7% em agosto em relação ao mês anterior, o movimento foi positivo em julho (4%) e junho (1,5%), sempre na comparação com os 30 dias precedentes.
Expansão A rede especializada em bolsas e acessórios Couro&Cia. vai abrir 140 lojas nos próximos cinco anos. Até o fim de 2013, a previsão é inaugurar cinco pontos. A expansão deve incrementar o faturamento da empresa em 30%.
O que as pessoas querem - CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O GLOBO - 03/10
Esses médicos podem não resolver, mas também não fazem piorar o sistema. O problema é ficar nisso
Três coisas mudaram profundamente o Brasil, e para muito melhor: a Unidade Real de Valor, estranha criação de economistas, que preparou a introdução do Real; as privatizações (telecomunicações, siderurgia, mineração, petróleo, estradas); e a Lei de Responsabilidade Fiscal, com regras e limites ao gasto público.
"Houve passeatas pedindo isso? Nenhuma. As pesquisas apontavam para isso? Não. O que houve foi liderança, uma capacidade de apontar rumos e uma articulação eficiente para aprovar o que tinha que ser aprovado no Congresso e implementar o que dependia da ação de uma tecnocracia eficiente".
Essa é a observação muito pertinente do economista Fábio Giambiagi, em entrevista publicada no jornal “Estado de S.Paulo”, no último domingo. Aponta para um problema crucial nos dias de hoje: a falta de lideranças que... liderem, ou seja que não se guiem apenas pelo que os marqueteiros propõem a partir de pesquisas de opinião. Ou de manifestações populares.
Claro que pesquisas e manifestações são sinalizações importantes. Mas elas não conduzem diretamente a políticas. E, não raro, pedem providências contraditórias. Por exemplo: todo mundo reclama dos impostos que pagamos e todo mundo pede mais e melhores serviços públicos, que exigem mais gastos.
A maior bronca da população, indicada em pesquisas e nas redes, está nos serviços de saúde, especialmente os públicos. Há reclamações, e muitas, contra os planos e seguros privados, mas parece claro que a população absorveu aquilo que a Constituição diz — saúde é direito de todos e dever do Estado. Resumindo: que todo brasileiro tem o direito de ser atendido a tempo, de graça, por bons médicos, em bons hospitais e postos de saúde ou em casa mesmo.
Não é fácil entregar isso. Estudos abundantes mostram as dificuldades do setor, que estão, sim, na falta de mais dinheiro, mas, principalmente, na baixa produtividade. Com o dinheiro atual, daria para fazer mais e melhor.
Mas isso exige, por exemplo, regras de gestão baseadas no mérito, na avaliação frequente da eficiência, prêmios para os competentes e punições, incluindo demissões, para quem não cumpre as metas. Dá para medir a eficiência de um hospital e seus funcionários? Dá e é bastante fácil, seja o hospital público ou privado.
Difícil, no setor público, é introduzir sistema e metas. Sindicatos de funcionários certamente vão reclamar — como sempre reclamaram — de modo que há um custo político nessa mudança.
Mas será que os funcionários são todos vagabundos e incompetentes? Está claro que não.
É verdade que muita gente prefere um emprego mediano, com salários medianos, sem ganhos expressivos, mas também sem risco de demissão ou de cobrança. Para os líderes sindicais, é mais fácil defender um sistema que iguale todos, ainda que por baixo, do que um modelo de ganhos e riscos. É nesse quadro que os sindicatos se dedicam basicamente a pedir reajustes salariais, sempre limitados dada a restrição dos recursos. O resultado é um médico e um enfermeiro competentes e que trabalham pesado — e ganham a mesma coisa que aqueles que mal aparecem no serviço.
Coloque aqui professores, policiais, funcionários em geral — e vai-se encontrar um quadro parecido.
Quer dizer, então, que não tem jeito? Tem. Experiências diversas, aqui e lá fora, e o simples bom senso sugerem que a maioria dos trabalhadores, no setor público ou privado, topa um sistema de meritocracia, desde que explicado e implantado com argumentação e num ambiente pacífico. Só que dá trabalho e exige verdadeira liderança, inclusive uma que corra riscos.
É mais fácil inventar o Mais Médicos. Quem pode ser contra a colocação de médicos em lugares que não tinham esse profissional? É claro, porém, que um punhado de médicos — dez mil que sejam — não vai fazer diferença num universo de mais de 350 mil, o número desses profissionais atualmente trabalhando no Brasil. E nem que sejam altamente capacitados serão capazes de superar a falta de estrutura e de recursos verificada nos lugares mais necessitados.
Mas dá para fazer uma festa na chegada de 150 cubanos, com uns bons pontinhos na pesquisa. Parece que o governo está fazendo alguma coisa. Digamos que tudo bem. Um pouquinho de marketing não faz mal, não é mesmo? Esses médicos podem não resolver, mas também não fazem piorar o sistema.
O problema é ficar nisso. Assim como congelar tarifas é a reação mais fácil e mais popular — e a menos eficiente diante da bronca com os serviços de transporte. Assim como eliminar pedágios é a resposta mais demagógica e marqueteira, no mau sentido, quando as pessoas reclamam do estado das vias públicas.
Eis o ponto: protesto, já temos, ainda bem. Faltam-nos lideranças, à esquerda e à direita, que saibam responder mesmo a broncas ocultas.
Esses médicos podem não resolver, mas também não fazem piorar o sistema. O problema é ficar nisso
Três coisas mudaram profundamente o Brasil, e para muito melhor: a Unidade Real de Valor, estranha criação de economistas, que preparou a introdução do Real; as privatizações (telecomunicações, siderurgia, mineração, petróleo, estradas); e a Lei de Responsabilidade Fiscal, com regras e limites ao gasto público.
"Houve passeatas pedindo isso? Nenhuma. As pesquisas apontavam para isso? Não. O que houve foi liderança, uma capacidade de apontar rumos e uma articulação eficiente para aprovar o que tinha que ser aprovado no Congresso e implementar o que dependia da ação de uma tecnocracia eficiente".
Essa é a observação muito pertinente do economista Fábio Giambiagi, em entrevista publicada no jornal “Estado de S.Paulo”, no último domingo. Aponta para um problema crucial nos dias de hoje: a falta de lideranças que... liderem, ou seja que não se guiem apenas pelo que os marqueteiros propõem a partir de pesquisas de opinião. Ou de manifestações populares.
Claro que pesquisas e manifestações são sinalizações importantes. Mas elas não conduzem diretamente a políticas. E, não raro, pedem providências contraditórias. Por exemplo: todo mundo reclama dos impostos que pagamos e todo mundo pede mais e melhores serviços públicos, que exigem mais gastos.
A maior bronca da população, indicada em pesquisas e nas redes, está nos serviços de saúde, especialmente os públicos. Há reclamações, e muitas, contra os planos e seguros privados, mas parece claro que a população absorveu aquilo que a Constituição diz — saúde é direito de todos e dever do Estado. Resumindo: que todo brasileiro tem o direito de ser atendido a tempo, de graça, por bons médicos, em bons hospitais e postos de saúde ou em casa mesmo.
Não é fácil entregar isso. Estudos abundantes mostram as dificuldades do setor, que estão, sim, na falta de mais dinheiro, mas, principalmente, na baixa produtividade. Com o dinheiro atual, daria para fazer mais e melhor.
Mas isso exige, por exemplo, regras de gestão baseadas no mérito, na avaliação frequente da eficiência, prêmios para os competentes e punições, incluindo demissões, para quem não cumpre as metas. Dá para medir a eficiência de um hospital e seus funcionários? Dá e é bastante fácil, seja o hospital público ou privado.
Difícil, no setor público, é introduzir sistema e metas. Sindicatos de funcionários certamente vão reclamar — como sempre reclamaram — de modo que há um custo político nessa mudança.
Mas será que os funcionários são todos vagabundos e incompetentes? Está claro que não.
É verdade que muita gente prefere um emprego mediano, com salários medianos, sem ganhos expressivos, mas também sem risco de demissão ou de cobrança. Para os líderes sindicais, é mais fácil defender um sistema que iguale todos, ainda que por baixo, do que um modelo de ganhos e riscos. É nesse quadro que os sindicatos se dedicam basicamente a pedir reajustes salariais, sempre limitados dada a restrição dos recursos. O resultado é um médico e um enfermeiro competentes e que trabalham pesado — e ganham a mesma coisa que aqueles que mal aparecem no serviço.
Coloque aqui professores, policiais, funcionários em geral — e vai-se encontrar um quadro parecido.
Quer dizer, então, que não tem jeito? Tem. Experiências diversas, aqui e lá fora, e o simples bom senso sugerem que a maioria dos trabalhadores, no setor público ou privado, topa um sistema de meritocracia, desde que explicado e implantado com argumentação e num ambiente pacífico. Só que dá trabalho e exige verdadeira liderança, inclusive uma que corra riscos.
É mais fácil inventar o Mais Médicos. Quem pode ser contra a colocação de médicos em lugares que não tinham esse profissional? É claro, porém, que um punhado de médicos — dez mil que sejam — não vai fazer diferença num universo de mais de 350 mil, o número desses profissionais atualmente trabalhando no Brasil. E nem que sejam altamente capacitados serão capazes de superar a falta de estrutura e de recursos verificada nos lugares mais necessitados.
Mas dá para fazer uma festa na chegada de 150 cubanos, com uns bons pontinhos na pesquisa. Parece que o governo está fazendo alguma coisa. Digamos que tudo bem. Um pouquinho de marketing não faz mal, não é mesmo? Esses médicos podem não resolver, mas também não fazem piorar o sistema.
O problema é ficar nisso. Assim como congelar tarifas é a reação mais fácil e mais popular — e a menos eficiente diante da bronca com os serviços de transporte. Assim como eliminar pedágios é a resposta mais demagógica e marqueteira, no mau sentido, quando as pessoas reclamam do estado das vias públicas.
Eis o ponto: protesto, já temos, ainda bem. Faltam-nos lideranças, à esquerda e à direita, que saibam responder mesmo a broncas ocultas.
Devagar demais - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 03/10
Mais um resultado medíocre da indústria. Em agosto não houve nem crescimento nem queda da produção industrial sobre junho. Mas o número final tem de ser encarado como negativo porque o IBGE reviu para menos (-2,4%) do que tinha visto antes (-2,2%) a produção de julho. Ou seja, o ponto de partida de agosto ficou abaixo do que se imaginava. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o crescimento da indústria foi de apenas 1,6% e, em 12 meses, de 0,7%.
A nota positiva está no segmento de bens de capital (máquinas e equipamentos) que avançou 2,6% em agosto e 13,5% no acumulado de janeiro a agosto. É indicador de que, apesar de tudo, a indústria está investindo, o que também está sendo confirmado a partir das informações colhidas no movimento de importações que, neste ano, vêm crescendo à média diária de 6,5%.
Alguns analistas olham para curvas como as que estão publicadas ao lado e se preocupam com o que entendem como forte volatilidade da atividade industrial. Mas o resultado é lamentável também quando se examinam as médias móveis trimestrais, que minimizam o efeito volátil.
O mau desempenho da indústria não pode ser debitado quase unicamente à crise externa, como estão argumentando as autoridades. É verdade que nos nove primeiros meses deste ano a exportação de produtos industrializados caiu 2,6%. Aí há muito jogo contra do próprio governo, na medida em que tolera injustificadamente a retranca comercial, contrária aos tratados, por parte da Argentina e pouco ou quase nada vem fazendo para abrir mercado externo para a produção brasileira (e não só para a indústria), por meio de acordos comerciais.
Mas o buraco é ainda mais embaixo. Os custos de produção continuam subindo em reais; até mesmo o excelente desempenho agrícola produz um efeito ruim porque estressa ainda mais a utilização da já precária infraestrutura brasileira; os custos trabalhistas estão aumentando; e a burocracia da Receita Federal chegou ao cúmulo de exigir das empresas duas contabilidades paralelas, com duas auditorias também paralelas.
O governo alardeia, como há três dias o fez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tem baixado os custos: do crédito, da energia elétrica, dos encargos sociais. São iniciativas casuísticas, pouco abrangentes e quase sempre temporárias. Quando são minimamente eficientes, provocam distorções, porque favorecem algumas empresas em detrimento de outras e desequilibram preços relativos. Tudo isso contribui para minar a confiança, fator que também ajuda a derrubar o resultado.
A competitividade da indústria brasileira, que é reconhecidamente baixa, está para enfrentar novos impactos dramáticos nos próximos anos, quando as indústrias instaladas nos Estados Unidos, no Canadá e no México tiverem acesso a gás natural e energia elétrica a uma fração do custo atual em consequência da revolução do xisto. Não há mobilização do governo para enfrentar esse novo nível de competitividade do qual a indústria americana começa a tirar proveito.
Mais um resultado medíocre da indústria. Em agosto não houve nem crescimento nem queda da produção industrial sobre junho. Mas o número final tem de ser encarado como negativo porque o IBGE reviu para menos (-2,4%) do que tinha visto antes (-2,2%) a produção de julho. Ou seja, o ponto de partida de agosto ficou abaixo do que se imaginava. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o crescimento da indústria foi de apenas 1,6% e, em 12 meses, de 0,7%.
A nota positiva está no segmento de bens de capital (máquinas e equipamentos) que avançou 2,6% em agosto e 13,5% no acumulado de janeiro a agosto. É indicador de que, apesar de tudo, a indústria está investindo, o que também está sendo confirmado a partir das informações colhidas no movimento de importações que, neste ano, vêm crescendo à média diária de 6,5%.
Alguns analistas olham para curvas como as que estão publicadas ao lado e se preocupam com o que entendem como forte volatilidade da atividade industrial. Mas o resultado é lamentável também quando se examinam as médias móveis trimestrais, que minimizam o efeito volátil.
O mau desempenho da indústria não pode ser debitado quase unicamente à crise externa, como estão argumentando as autoridades. É verdade que nos nove primeiros meses deste ano a exportação de produtos industrializados caiu 2,6%. Aí há muito jogo contra do próprio governo, na medida em que tolera injustificadamente a retranca comercial, contrária aos tratados, por parte da Argentina e pouco ou quase nada vem fazendo para abrir mercado externo para a produção brasileira (e não só para a indústria), por meio de acordos comerciais.
Mas o buraco é ainda mais embaixo. Os custos de produção continuam subindo em reais; até mesmo o excelente desempenho agrícola produz um efeito ruim porque estressa ainda mais a utilização da já precária infraestrutura brasileira; os custos trabalhistas estão aumentando; e a burocracia da Receita Federal chegou ao cúmulo de exigir das empresas duas contabilidades paralelas, com duas auditorias também paralelas.
O governo alardeia, como há três dias o fez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tem baixado os custos: do crédito, da energia elétrica, dos encargos sociais. São iniciativas casuísticas, pouco abrangentes e quase sempre temporárias. Quando são minimamente eficientes, provocam distorções, porque favorecem algumas empresas em detrimento de outras e desequilibram preços relativos. Tudo isso contribui para minar a confiança, fator que também ajuda a derrubar o resultado.
A competitividade da indústria brasileira, que é reconhecidamente baixa, está para enfrentar novos impactos dramáticos nos próximos anos, quando as indústrias instaladas nos Estados Unidos, no Canadá e no México tiverem acesso a gás natural e energia elétrica a uma fração do custo atual em consequência da revolução do xisto. Não há mobilização do governo para enfrentar esse novo nível de competitividade do qual a indústria americana começa a tirar proveito.
Um mês para esquecer - EVERARDO MACIEL
O Estado de S.Paulo - 03/10
A monarquia britânica reserva a expressão annus mirabilis para assinalar os anos de fartura e sucesso, em contraposição ao annus horribilis, no qual prevalecem as desventuras. Para a economia brasileira, setembro de 2013 pode ser tido como o mensis horribilis, pela impressionante conjunção de notícias ruins, desbancando a tradição de agosto.
A balança comercial, no período de janeiro a setembro, registrou o maior déficit desde 1998 (US$ 1,62 bilhão).
Há muito tempo o Brasil não conhecia déficit primário nas contas do setor público. Agosto nos brindou com um déficit de R$ 432 milhões, a despeito das recorrentes tentativas das autoridades fiscais de escamotear a clara tendência de deterioração das contas, desde a crise financeira de 2008, mediante discursos que pretendem desqualificar a geração de superávit primário ou práticas ridículas de "contabilidade criativa".
A pesquisa Focus, do Banco Central, que captura previsões do mercado financeiro, elevou a projeção de inflação para 2013 de 5,81% para 5,82%, bem próximo do teto da meta inflacionária. Mais grave, para 2014 se espera uma inflação ainda maior (5,84%). Não se pode, além disso, desconhecer o represamento de vários preços de combustíveis, energia elétrica e transportes públicos. Restou evidente que o controle dos preços dos combustíveis e da energia elétrica conseguiu, tão somente, produzir danos seriíssimos à saúde financeira da Petrobrás e da Eletrobrás.
A ambígua e mal elaborada política de concessões produziu, em setembro, fracassos memoráveis: ninguém se habilitou à licitação da Rodovia BR-262, que liga Minas Gerais ao Espírito Santo; as grandes empresas norte-americanas e britânicas (Chevron, Exxon Mobil, BP e BG) não se animaram a apresentar propostas para o Campo de Libra, joia do pré-sal e primeira área a ser explorada no regime de partilha.
O Relatório de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, divulgado naquele fatídico mês, mostrava que o Brasil, no cômputo geral de competitividade, caiu da 48.ª para a 56.ª posição, e, em relação à eficiência do governo, desabou da 111.ª posição para a desastrada 124.ª posição. De igual forma, a pesquisa anual do Banco Mundial sobre a facilidade para fazer negócios (Doing Business 2013) registrou que o País caiu da 128.ª para a 130.ª posição e, especificamente em relação ao pagamento de tributos, da 154.ª para uma impressionante 156.ª posição, num universo de 185 países.
O Banco Central reduziu de 2,7% para 2,5% a projeção de crescimento do PIB para 2013, mesmo considerando o pífio desempenho de 2012 (0,9%). Essa projeção é inferior à prevista para América Latina e Caribe (3%), segundo a Cepal, e somente superior à da Venezuela (1%).
Até no campo social setembro trouxe má notícia. O índice de analfabetismo, apurado em 2012 e em queda desde 1999, voltou a crescer, representando 8,7% (13,2 milhões de pessoas) da população maior de 15 anos. Ainda que esse índice tenha suscitado algumas controvérsias estatísticas, sua apuração decorre da mesma metodologia utilizada em toda a série histórica.
Tudo isso pode ser agravado com os ventos que sopram do norte. É muito provável que a política de expansão monetária dos EUA esteja chegando ao fim, implicando valorização dos juros básicos e do dólar. Para enfrentar a inflação decorrente da desvalorização do real, só restará a elevação dos juros, com repercussões na economia doméstica. Assim, o mensis horribilis pode ser o prenúncio de um annus horribilis.
É indispensável uma correção de rumos na política econômica. Sem preconizar saídas, um bom começo seria abandonar a arrogância, o voluntarismo e a fixação em surradas teses.
Martin Wolf, um dos mais abalizados economistas contemporâneos, em entrevista a O Estado de S. Paulo em 15/9/2013, observou que "expansão fiscal em países com problemas estruturais só gera inflação". E, quanto ao Brasil, sentenciou: "O Estado brasileiro é ineficiente e corrupto".
A monarquia britânica reserva a expressão annus mirabilis para assinalar os anos de fartura e sucesso, em contraposição ao annus horribilis, no qual prevalecem as desventuras. Para a economia brasileira, setembro de 2013 pode ser tido como o mensis horribilis, pela impressionante conjunção de notícias ruins, desbancando a tradição de agosto.
A balança comercial, no período de janeiro a setembro, registrou o maior déficit desde 1998 (US$ 1,62 bilhão).
Há muito tempo o Brasil não conhecia déficit primário nas contas do setor público. Agosto nos brindou com um déficit de R$ 432 milhões, a despeito das recorrentes tentativas das autoridades fiscais de escamotear a clara tendência de deterioração das contas, desde a crise financeira de 2008, mediante discursos que pretendem desqualificar a geração de superávit primário ou práticas ridículas de "contabilidade criativa".
A pesquisa Focus, do Banco Central, que captura previsões do mercado financeiro, elevou a projeção de inflação para 2013 de 5,81% para 5,82%, bem próximo do teto da meta inflacionária. Mais grave, para 2014 se espera uma inflação ainda maior (5,84%). Não se pode, além disso, desconhecer o represamento de vários preços de combustíveis, energia elétrica e transportes públicos. Restou evidente que o controle dos preços dos combustíveis e da energia elétrica conseguiu, tão somente, produzir danos seriíssimos à saúde financeira da Petrobrás e da Eletrobrás.
A ambígua e mal elaborada política de concessões produziu, em setembro, fracassos memoráveis: ninguém se habilitou à licitação da Rodovia BR-262, que liga Minas Gerais ao Espírito Santo; as grandes empresas norte-americanas e britânicas (Chevron, Exxon Mobil, BP e BG) não se animaram a apresentar propostas para o Campo de Libra, joia do pré-sal e primeira área a ser explorada no regime de partilha.
O Relatório de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, divulgado naquele fatídico mês, mostrava que o Brasil, no cômputo geral de competitividade, caiu da 48.ª para a 56.ª posição, e, em relação à eficiência do governo, desabou da 111.ª posição para a desastrada 124.ª posição. De igual forma, a pesquisa anual do Banco Mundial sobre a facilidade para fazer negócios (Doing Business 2013) registrou que o País caiu da 128.ª para a 130.ª posição e, especificamente em relação ao pagamento de tributos, da 154.ª para uma impressionante 156.ª posição, num universo de 185 países.
O Banco Central reduziu de 2,7% para 2,5% a projeção de crescimento do PIB para 2013, mesmo considerando o pífio desempenho de 2012 (0,9%). Essa projeção é inferior à prevista para América Latina e Caribe (3%), segundo a Cepal, e somente superior à da Venezuela (1%).
Até no campo social setembro trouxe má notícia. O índice de analfabetismo, apurado em 2012 e em queda desde 1999, voltou a crescer, representando 8,7% (13,2 milhões de pessoas) da população maior de 15 anos. Ainda que esse índice tenha suscitado algumas controvérsias estatísticas, sua apuração decorre da mesma metodologia utilizada em toda a série histórica.
Tudo isso pode ser agravado com os ventos que sopram do norte. É muito provável que a política de expansão monetária dos EUA esteja chegando ao fim, implicando valorização dos juros básicos e do dólar. Para enfrentar a inflação decorrente da desvalorização do real, só restará a elevação dos juros, com repercussões na economia doméstica. Assim, o mensis horribilis pode ser o prenúncio de um annus horribilis.
É indispensável uma correção de rumos na política econômica. Sem preconizar saídas, um bom começo seria abandonar a arrogância, o voluntarismo e a fixação em surradas teses.
Martin Wolf, um dos mais abalizados economistas contemporâneos, em entrevista a O Estado de S. Paulo em 15/9/2013, observou que "expansão fiscal em países com problemas estruturais só gera inflação". E, quanto ao Brasil, sentenciou: "O Estado brasileiro é ineficiente e corrupto".
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