CORREIO BRAZILIENSE - 03/10
Chantagens, traições e sabotagens. O exercício da política em grandes democracias, como a do Brasil e a dos Estados Unidos, está sendo manchado com gestos deploráveis. Aqui, o troca-troca partidário sem qualquer conteúdo programático é fonte de dinheiro lavado e desviado. O pragmatismo dá as cartas e nenhum governante ousa contestá-lo. No império norte-americano, por sua vez, são as guerrilhas conservadoras que usam seu poder parlamentar para colocar a faca na garganta do Executivo, igualmente sem qualquer escrúpulo.
Onde está a velha e boa política, feita de debates, interesses legítimos da sociedade e consensos construídos pela razão? A velhíssima e má política parece ter ocupado todos os espaços deixados pela ausência de voto consciente e pela perda de referências nobres. Não por acaso, ocorrências de suborno, de sedução e de fraudes com licitações se misturam a todo momento com supostas tratativas de representantes do povo em nome do jogo democrático.
Multidões foram às ruas em junho, no Brasil, para pedir ética na política e respeito com o dinheiro público, é verdade. Mas também é óbvio que estruturas arraigadas e despudoradas são duras de desmontar. A Constituição Cidadã chega aos 25 anos como belíssimo manifesto de direitos e liberdades civis, sem, contudo, garantir um antídoto contra todo tipo de desmando feito em nome da democracia.
Apesar de as coisas andarem na velocidade da internet, há uma cultura a ser depurada e um grupo de novos líderes que precisam dar o passo adiante. O ideal seria que as vozes das ruas continuassem cobrando mudanças nas instituições políticas, enquanto outros bons políticos perdessem a vergonha de subir em caixotes nas praças públicas para defender a honradez dos mandatos populares.
Como inspiração, proponho prestar atenção em figuras que muito contribuíram para a democracia no país. Não canso de ouvir ponderações, feitas da tribuna do Senado e ouvidas por gatos pingados no plenário, do decano Pedro Simon (PMDB-RS). Combativo, mas desencantado com os rumos da política, ele lamenta não encontrar ali discursos realmente importantes. Grandes oradores e pensadores estão desaparecendo em nome do marketing político, que favorece aventureiros e vilões da má política.
Onde está a velha e boa política, feita de debates, interesses legítimos da sociedade e consensos construídos pela razão? A velhíssima e má política parece ter ocupado todos os espaços deixados pela ausência de voto consciente e pela perda de referências nobres. Não por acaso, ocorrências de suborno, de sedução e de fraudes com licitações se misturam a todo momento com supostas tratativas de representantes do povo em nome do jogo democrático.
Multidões foram às ruas em junho, no Brasil, para pedir ética na política e respeito com o dinheiro público, é verdade. Mas também é óbvio que estruturas arraigadas e despudoradas são duras de desmontar. A Constituição Cidadã chega aos 25 anos como belíssimo manifesto de direitos e liberdades civis, sem, contudo, garantir um antídoto contra todo tipo de desmando feito em nome da democracia.
Apesar de as coisas andarem na velocidade da internet, há uma cultura a ser depurada e um grupo de novos líderes que precisam dar o passo adiante. O ideal seria que as vozes das ruas continuassem cobrando mudanças nas instituições políticas, enquanto outros bons políticos perdessem a vergonha de subir em caixotes nas praças públicas para defender a honradez dos mandatos populares.
Como inspiração, proponho prestar atenção em figuras que muito contribuíram para a democracia no país. Não canso de ouvir ponderações, feitas da tribuna do Senado e ouvidas por gatos pingados no plenário, do decano Pedro Simon (PMDB-RS). Combativo, mas desencantado com os rumos da política, ele lamenta não encontrar ali discursos realmente importantes. Grandes oradores e pensadores estão desaparecendo em nome do marketing político, que favorece aventureiros e vilões da má política.
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