segunda-feira, agosto 24, 2009

AUGUSTO NUNES

veja on-line
SEÇÃO » Direto ao Ponto

Quem quiser explodir o Planalto sem deixar rastros só precisa colocar a bomba com 32 dias de antecedência


O ônus da prova cabe ao acusador, cobrou o ministro Franklin Martins já na primeira linha da reportagem que noticiou o embaraçoso encontro entre Lina Vieira e Dilma Rousseff no fim do ano passado. A rigor, a ex-secretária da Receita Federal não fez nenhuma acusação explícita à chefe da Casa Civil. Mas o desmentido e os desdobramentos do caso transformaram em ré a candidata à Presidência.

Ao reforçar a suspeita de que por trás da mãe do PAC há uma serial killer da verdade, Lina tornou-se, na prática, uma acusadora. Cadê as provas?, quis saber o chefe da Secretaria de Comunicação de Governo. Estão no Palácio do Planalto, respondeu a interrogada no Senado. Ela entrou pela garagem, a placa do carro foi anotada, passou pelo detector de metais, deixou o nome na portaria, subiu pelo elevador, esperou na sala ao lado de duas pessoas, caminhou pelo andar. “É só requisitar as filmagens”, sugeriu. “Não sou fantasma”.

Acabou de saber que é, sim — ao menos para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI, para os íntimos). Quem circula pela sede do governo federal vira fantasma um mês depois da visita, informou a espantosa nota oficial. Um mês depois de divulgada a última da Dilma, os supersherloques explicaram que “o período médio de armazenamento das imagens das câmeras de segurança do Planalto é de 30 dias”. Ou porque é assim mesmo, ou porque acaba de consumar-se outra criminosa queima de arquivo, o fato é que as imagens do entra-e-sai de novembro e dezembro não existem mais.

E os registros na garagem? Esses nunca existiram. Como o serviço de segurança à brasileira acredita na palavra, tanto as placas dos carros oficiais quanto a identidade de quem zanza por ali não são arquivadas em papéis ou computadores. O porteiro limita-se a perguntar ao motorista se há uma autoridade a bordo. O governo não tem como saber, portanto, se Lina Vieira esteve ou não esteve lá. Nem ela nem ninguém. Quem quiser explodir o prédio sem deixar rastros só precisa colocar a bomba com 32 dias de antecedência.

A descoberta de que o sistema de proteção instalado no coração do poder é uma piada coincidiu com a volta à cena de Franklin Martins. Avesso a entrevistas, apareceu sem convite para comunicar à nação o que pensa do caso. “A Lina está mentindo”, acusou. E a prova? “Por que não diz em que dia foi esse encontro? Qual a hora?”, repetiu a cantilena. Mas tinha uma novidade: ao ouvir dizer que Lina deixara escapar que o encontro ocorreu em 19 de dezembro, promovera investigações que haviam desmontado a fantasia.

“Nesse dia, a ministra estava numa reunião no Conselho de Administração da Petrobras. À tarde, pegou um avião e foi para Natal gozar uns dias de férias”, afirmou. (Vai gozar mais alguns dias agora, fez que não sabe. O padrinho quer a afilhada longe do cenário do pecado). A versão de Franklin não se ampara em filmagens (apagadas pelo governo), nem em registros na garagem (dispensados pelo governo), nem sequer na agenda de Dilma, parcialmente amputada por falhas técnicas bem no dia 19.

Bastou-lhe a palavra da ministra que mente como quem respira para reiterar a acusação: “A Lina está mentindo. Não sei a serviço de quem”. Se não provar o que diz, estará provado que Franklin mentiu. A serviço do governo, como compete a quem, seja qual for a inscrição na plaqueta pendurada na porta da sala, exerce as funções de assessor de imprensa de Lula. O dono do emprego deve cuidar da imagem do chefe e dos que o rodeiam. Não está lá para informar, mas para administrar notícias.

“O que é ruim a gente esconde, o que é bom a gente fatura”, resumiu em 1994 o ministro Rubens Ricupero, sem saber que o aquecimento para a entrevista à TV Globo, captado por satélite, estava no ar. Os governos brasileiros, com maior ou menor intensidade, costumam adotar a fórmula. Mas há um abismo entre todos os outros e o atual.

Nenhum nem de longe faturou notícias favoráveis com mais frequência, barulho e exageros que o governo Lula. Nenhum escondeu com tamanha desfaçatez o que não lhe convém. Nenhum acobertou delinquências companheiras com tanto descaramento e tanto cinismo.

CADASTRO ÚNICO


O CU DO LULA

Como o governo Lula tem feito muitas coisas boas para nós, seria interessante se ele adotar o projeto do Cadastro Único Nacional (CU) pois estamos de saco cheio de ter que decorar números como CPF, RG, Título de Eleitor, Cartão de Crédito, senhas e todas essas mazelas, instituídas pelo governo FHC e anteriores.

CU – Guarde bem esse nome! Ele pode mudar a sua vida!

Esse projeto iría acabar com a burocracia de uma vez por todas, dando a cada brasileiro, um CADASTRO ÚNICO (CU).

Veja só como o CU seria importante em sua via.
Inicialmente, você usaria o CU apenas para as necessidades básicas, mas com o tempo, poderá vir a usufruir, das variadas facilidades que o CU lhe proporcionará.
Ao requerer um empréstimo, por exemplo, é só dar o CU para o gerente, que logo através de uma simples consulta a Central Nacional do CU, ele disponibilizaria um montante compatível com o seu CU.
Numa compra, é só falar com o atendente: – “põe no meu CU“, por favor. E suas compras estariam pagas! Tudo, seria debitado no seu CU. E mais! Ao dar um calote, você não teria mais o seu nome sujo na praça, mas sim, o CU sujo

Imagine a bela cena. A gerente da loja te explicando:
- “O senhor(a) me desculpe, mas não podemos aprovar o crédito, porque o seu CU está sujo”.
O seu CU serviria também como identificador numa blitz policial, por exemplo: quando você fosse parado, em vez de procurar uma dezena de documentos, basta mostrar o seu CU.
Além disso, o seu CU serviria também para a causa da segurança, pois um bandido saberá que, poderá ser facilmente reconhecido, pelo seu CU, que será inutilizado por um período previsto em lei!
Isso intimidará o larápio, pois afinal quem tem CU, tem medo.
Também, numa batida policial, você já poderia ficar prevenido, esperando, com o CU na mão!
Chegou o momento de você se perguntar: “Será que estou preparado pra usar o CU?“
Se você acha que sim, comece a falar do CU a todos! No início você vai achar estranho tanta gente pedindo o seu CU, mas não tenha medo, você vai acabar gostando de usar o CU diariamente!

Cadastro Único – CU
Guarde bem esse nome!


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AUGUSTO NUNES

VEJA ON - LINE
SEÇÃO » Direto ao Ponto

Quem estupra contas bancárias não é um candidato. É uma ameaça

24 de agosto de 2009

“Os tucanos que governam São Paulo faz 15 anos não fizeram nada de importante para o povo”, repetiu Lula no fim de semana. O povo discorda, avisam os institutos de pesquisa. A grande maioria ficou satisfeita com o que Mário Covas e Geraldo Alckmin fizeram, e aprova o que José Serra anda fazendo. Muitos até acham que, depois de eleitos, não precisavam ter feito mais nada. O que impediram que outros fizessem vale um programa de governo inteiro.

Mário Covas, por exemplo, livrou São Paulo de José Dirceu em 1994 e, quatro anos mais tarde, de Marta Suplicy (além de Paulo Maluf). Em 2002, Geraldo Alckmin evitou que José Genoíno se homiziasse no Palácio dos Bandeirantes. Em 2006, José Serra devolveu Aloízio Mercadante à rotina de rendições no Senado. Em 14 anos, cinco candidatos de alto risco foram neutralizados. É uma obra e tanto.

Como Ciro Gomes preferiu perder a eleição presidencial, Lula só espera o julgamento pelo STF do caso da quebra criminosa do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa para ordenar ao PT que oficialize a candidatura de Antonio Palocci a governador. Formalizada a absolvição, marcada para quinta-feira, caberá a um estuprador de contas da Caixa Econômica Federal colocar São Paulo em perigo. Desde 1994 tem sido assim: quando a eleição estadual se aproxima, o PT não lança candidatos. Lança ameaças.

Se qualquer das ameaças fosse consumada, a galeria dos governadores teria de incorporar, pela primeira vez, dois retratos do mesmo personagem. Marta Suplicy sorriria para a posteridade no dia da posse e, muitos anos mais nova, no fim do mandato. Os demais teriam um retrato de frente e outro de perfil.

"É UM AMIGO AJUDANDO OUTRO"

ENTREVISTA COM O CASEIRO FRANCENILDO COSTA

ELE DIZ QUE NÃO SE SURPREENDE COM PROVÁVEL DECISÃO DO STF DE REJEITAR PEDIDO PARA ABRIR PROCESSO CONTRA PALOCCI

''É um amigo ajudando outro''

Rosa Costa

O ESTADO DE SÃO PAULO - 24/08/09

Mais de três anos após a entrevista em que revelou ao Estado o que ocorria na mansão onde o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, se reunia com seus amigos de Ribeirão Preto, o caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, afirma que não confia na Justiça brasileira. Por isso diz que não se surpreende com a provável decisão do Supremo Tribunal Federal de rejeitar o pedido para abrir processo contra Palocci pela violação da sua conta bancária. Nildo compara a situação à de "um amigo ajudando outro". O processo para ele ser indenizado pela quebra e a divulgação de seu sigilo bancário, está concluído. Mas ainda não foi marcada a data para divulgação da sentença.

Como o sr. se sente sabendo que os ministros do STF devem rejeitar a denúncia contra o ex-ministro Antonio Palocci pela quebra do seu sigilo bancário?

Se julgassem o ministro, eu ia acender uma vela e agradecer a Deus. Mas como vai dar em pizza, só tenho a lamentar.

O sr. sente decepção?

Eu já sabia. Hoje o Brasil está como está. Tem mais de um mês que está nessa novela, sai Sarney, não sai Sarney e fica nisso mesmo. Ainda mais mexendo com político. O Brasil está muito bagunçado.

A que atribui essa decisão?

É tudo a mesma coisa, foi uma coisa grave (a acusação), não foi leviana, mas o passado passou, já era, aí eles pegam e enterram, botam na gaveta. Para ele (Palocci), isso aí significa uma boa vitória, porque vai ser absolvido. Lá tem muitas amizades, são muitos amigos. Se eu tivesse um amigo e se meu amigo estivesse precisando de dinheiro e, se eu tivesse, eu iria emprestar a ele. É um amigo ajudando outro.

Até agora nenhum dos envolvidos na quebra de seu sigilo teve de prestar contas à Justiça. E a sua situação, como está?

Eu estou na pior. Os outros estão bem. O homem vai se candidatar e, pelo andar da carruagem, com certeza tem condições de se eleger.

O sr. acredita que a Justiça no País vai melhorar?

Para mim, hoje, ela está devendo, a não ser que aconteça algum milagre e o vento volte a soprar por outro lado, aí eu queimo a minha língua, como se diz, mas por enquanto está difícil. Faz três anos que isso aconteceu e não teve nenhuma audiência, quer dizer, teve uma, mas foi muito fraca. Na minha opinião, a Justiça hoje está do lado dos ricos. A pessoa que é pobre é muito desmoralizada, a chance do pobre é muito pouca, é só uma, a chance do pobre é morrer.

Se os fatos se repetissem, voltaria a denunciar o que viu na casa onde trabalhava?

Eu falaria novamente o que eu sei. Mas se me avisassem que iriam quebrar o meu sigilo, eu não teria falado, teria ficado na minha.

ONDE CUTUCAR

PARA....HIHIHIHI

CUIDADO !!! NOVO GOLPE NA PRAÇA !!!

O cara, 54 anos, recem divorciado, sai para a
noite numa tentativa de refazer a sua vida social.

Num bar conhece uma mulher, com mais de 50 anos,
ainda muito bonita, relativamente bem conservada, conversa
interessante.

Papo vai, papo vem o assunto
chega ao sexo.... Mais um pouco e ele sugere uma relacao e
ela se mostra interessada. Diz ter uma formação moderna,
uma cabeça bem aberta e pergunta a ele o que ele acha de
uma transa a tres, com mae e filha.

Os olhos
do cara brilham na hora !!! Diz que acha o maximo, muito
excitante e que nao tem problema, muito pelo contrario.
Ela então convida para irem a casa dela.

Entram no apartamento, ela tranca a porta com a chave e
grita:

- Maaaaeeee, chegueeei!!!
COLABORAÇÃO ENVIADA POR APOLO

TODA MÍDIA

Pré-sal, depois férias

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/08/09

A coluna "Painel" fechou a semana avisando que vem aí uma "redoma para Dilma", que não vai mais responder diretamente aos ataques, "como a pecha de "mentirosa" que a oposição procura carimbar". No Twitter, Mônica Bergamo postou no sábado que, "exausta" e "abatida", ela sai de cena por um tempo e "só não tira férias maiores por causa do pré-sal, que será lançado dia 31", segunda que vem. E o jornal "O Estado de S. Paulo", na manchete de papel, ontem, anunciou que a ministra "sai de férias por no mínimo uma semana, em setembro, após o anúncio do marco regulatório".

A FEBRE AP/

Ricardo Moraes/washingtonpost.com A Associated Press produziu reportagem especial sobre como o Brasil, "potência de energia alternativa, descobriu Big Oil". Vê "febre de combustível fóssil", depois que a "Petrobras achou o massivo Tupi". Diz que "o entusiasmo vem da devoção à Petrobras", igual ao futebol, e ironiza: "Tente encontrar americanos que apoiem assim a Exxon". Por outro lado, Sérgio Leitão, do Greenpeace, compara Tupi ao fracasso da borracha na Amazônia, um século atrás

INFLEXÃO NA VALE

Em submanchete na Folha Online, ontem, Kennedy Alencar postou que, "após o pré-sal, a Vale é alvo de ação de Lula", que prepara uma "inflexão no papel do Estado brasileiro: o governo passará a ter maior ação na economia". O Bradesco comanda a Vale "por meio de um acordo de acionistas" e indicou seu atual presidente, Roger Agnelli, mas a União tem mais capital com direito a voto.

E NA BRASKEM

O portal da "Exame", que havia registrado a "inflexão" estatal também em relação à Telebrás, como parte do programa eleitoral de Dilma, passou o fim de semana com manchete para negociações que podem levar a Petrobras "a dividir com a Odebrechet o controle da Braskem". Esta, se as conversas derem certo, "consolida sua liderança no setor petroquímico na região" e parte para o mundo.

NOVA VELHA INTERNET

A conta de Aloizio Mercadante no Twitter foi manchete do "Jornal Nacional" por dois dias, com a renúncia e com o recuo. O número de políticos que vem apelando ao site já faz surgir ferramentas para seguir melhor suas páginas. E correspondentes, repórteres, assessores correm ao Twitter, eles também, às dezenas. Por outro lado, o blog de Fernando Rodrigues informa que os senadores, de volta à ativa, devem votar na quarta "o monstrengo que saiu da Câmara para limitar o uso da internet". Twitter inclusive.

EMATOMA

A sequência final de “tweets”, na quinta-feira

Na noite de quinta, a publicitária Marisa Toma, coordenadora de mídia social da Agência Click, postou em seu Twitter que estava "tomando decisões bastante definitivas". Uma hora depois, "bai pipou! Foi bom brincar com vocês? bjo bjo". Foi encontrada morta na manhã seguinte. O relato foi feito por Blue Bus, Tiago Dória e sites como Info Online. Este com o registro de que "a hipótese de suicídio é levantada por alguns usuários do Twitter e outros blogueiros". Seu blog, Objetos de Desejo, trazia como bio "I am what I am. Someone has to be".

O MUNDO EM QUE VIVEMOS

Autor de romances como "A Guerra do Fim do Mundo", sobre Canudos, o peruano Mario Vargas Llosa escreveu ontem longamente no espanhol "El País" sobre a notícia de que um político e apresentador de televisão brasileiro, na Amazônia, encomendava assassinatos para cobrir com exclusividade e ganhar audiência. Sob o título "O mundo em que vivemos", avalia que a cultura predominante do século 21 "pulverizou todos os valores, de modo que "divertir" ou "entreter" passou a ser o valor supremo, a prioridade das prioridades".

MURDOCH CORTA

wsj.com A News, do "Wall Street Journal", anunciou que vai fechar um jornal gratuito em Londres (esq.) e colocou a venda o índice Dow Jones, da Bolsa

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INFORME JB

Na Paraíba, coisas de Maranhão

Leandro Mazzini
Jornal do Brasil - 24/08/2009

O governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), está numa encrenca. Tudo por conta do arquivamento do processo da cobrança de R$ 12 milhões, em multas, contra o Moinho Dias Branco, da pequena cidade de Cabedelo. Graças a uma denúncia, descobriu-se dois fatores relevantes, para a saia-justa de Maranhão: a fabrica doou R$ 100 mil para a campanha do peemedebista, em 2006. E uma das advogadas do Moinho, em ações contra o governo, é a mulher do secretário de Educação, Sales Gaudêncio. O caso foi denunciado pelo presidente do Sindicato dos Agentes e Auditores Fiscais da Paraíba, Manoel Isidro, que acusou o ex-procurador geral Marcelo Weick de engavetar o processo.

Quarteto

Tasso Jereissati levou Aécio Neves para um papo com o governador Cid Gomes (CE), em Fortaleza, acompanhado de Ciro Gomes, o também presidenciável. Dali, saiu o seguinte: com a entrada de Marina Silva no cenário, Cito virou imprescindível para Lula.

Tudo on-line

Foi lançado o PVI - Partido do Voto na Internet. Os fundadores querem eleger uma bancada com deputados, senadores e vereadores que votem em projetos de acordo com as opiniões dos internautas.

120 anos depois...

Diante das agruras éticas do Congresso, dom Luiz de Orleáns e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil, reuniu grupo no Rio e expressou o desejo de reivindicar, formalmente, o poder imperial que tem, por herança.

PP baiano

A debandada do PMDB da aliança com Jaques Wagner na Bahia fez o ministro das Cidades, Marcio Fortes, propor ao governador maior espaço para o PP. Resultado: João Leão assumiu a Secretaria de Infraestrutura.

Valeu, colega

Em tempo, Wagner e Fortes estudaram juntos no Colégio Militar, no Rio.

2010 na rua

Carlos Dias, ex-PTB e futuro PTdoB, recebeu ,em visita, dom Fernando Rifam, bispo de Campos (RJ) - terra de Garotinho e onde Cabral prospecta votos.

Alívio

O prefeito Lindberg Farias confidenciou a amigos que ficou receoso de que Lula o mandasse, durante evento em Nova Iguaçu, apoiar o governador Sérgio Cabral. Ficou aliviado.

Quem foi?

Há quem diga que a claque é petista. Outros apostam em Garotinho. O fato é que Cabral, do momento em que foi anunciado até o fim de seu discurso, foi vaiado por metade dos presentes.

Olheiros

O serviço secreto do Palácio Guanabara soube da armação que estava por vir. Cabral ensaiou a fala e não gaguejou.

Morro em paz

Políticos estrangeiros estão de olho no sucesso dos projetos de territórios livres Paz nos Morros, do governo do Rio, na Cidade de Deus, Dona Marta e Batan.

Cartas de Cesar

O presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, lança hoje Cartas a um jovem juiz, no TJ do Rio.

NAS ENTRELINHAS

Os envelopes de Lula

Denise Rothenburg

CORREIO BRAZILIENSE - 24/08/09

Em novembro do ano passado, quando bateu o martelo sobre a hora de colocar a candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente Lula foi aconselhado por alguns poucos a seguir a máxima do general Golbery do Couto e Silva, antecessor de Dilma nos governos Geisel e Figueiredo, ainda nos tempos da ditadura militar. Golbery, um estrategista, considerava que político que se prezasse tinha que ter na mão três envelopes -nomes para guindar à própria sucessão, no caso de Lula, ou opções para seguir, quando pensasse no próprio futuro.

Lula resistiu a seguir a máxima do general. Não apresentou nenhum outro nome como opção a Dilma Ao contrário, enfraqueceu quem tentou se colocar. Marina Silva, por exemplo, agora sai do PT para buscar esse caminho no PV. Outros petistas recolheram os flaps. Acontece que os ventos em favor de outras opções começaram a soprar. Primeiro, foi Ciro Gomes, do PSB. Agora, o PT entrou nessa roda, no sentido de colocar uma opção à candidatura da ministra da Casa Civil.

Enquanto o Senado tentará retomar a sua rotina, o PT, cuidando das suas feridas nesse processo, começou a pensar no próprio futuro. Muito já foi dito sobre a ala do partido que não deseja embalar a candidatura da ministra, ainda mais depois que ela foi à casa de José Sarney (PMDB-AP) pedir a ele que não renunciasse à Presidência do Senado.

Esse grupo começou a se fortalecer com o apoio de parte do empresariado e dos banqueiros instalados em São Paulo, que esta semana voltam seus olhos para o Supremo Tribunal Federal. Está prevista para esta quinta-feira o julgamento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. O Brasil finalmente terá uma palavra oficial sobre se ele teve ou não participação no episódio da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo.

O julgamento de Palocci está para ir a plenário desde maio e até agora nada. Já há nos bastidores quem diga que essa demora é proposital, para tirá-lo de qualquer corrida sucessória, seja ao governo de São Paulo, seja à Presidência da República. Assim, ele fica na sombra e não incomoda ninguém, nem os pré-candidatos a governador de São Paulo, nem aqueles que se colocam hoje para concorrer à Presidência da República.

Na sala de espera, Palocci hoje se dedica a comissões internas da Câmara que debatem o fortalecimento do Brasil perante os revezes econômicos do mundo. Ali, vai discretamente montando o que pode ser uma plataforma para concorrer cara a cara com o PSDB em São Paulo, seu plano A para 2010, se for considerado inocente no caso Francenildo.

Embora o deputado mantenha os olhos voltados para a província, nada impede que, na hora do vamos ver da campanha presidencial, Palocci seja chamado a ocupar a vaga de Dilma dentro do PT. Ele ficou completamente fora desse escândalo do Senado. É querido do empresariado e dos banqueiros paulistas. E, registre-se: esta coluna andou perguntando à turma do Planalto se essa possiblidade era real. Houve quem dissesse, pedindo pelo amor de Deus para ficar no anonimato, que nada está descartado.

Indo no popular, Palocci está assim... fantasiado de abajur nessa festa pré-eleitoral, dentro do navio que leva os pré-candidatos para desembarcar em 2010. Se essa turma que chegou à praia primeiro tombar antes da hora e o STF liberá-lo, ele tira o chapéu de abajur e pula na água. E Lula não vai achar ruim.

Afinal, pelo que se pode antever, a praia da eleição presidencial será movimentada. Além de Dilma Rousseff, tem outros nadando nessa direção, caso da senadora verde Marina Silva, que se filia esta semana ao PV, e do deputado Ciro Gomes, que já pulou na água ao perceber que o PT não lhe estenderá a boia para concorrer ao governo paulista. A turma do PSDB tem dois nadadores, José Serra e Aécio Neves, ambos com qualidades e fôlego.

Desse portfólio de pré-candidatos que já está na água, Lula tem Ciro e Dilma, mas o PT só tem a ministra. E o empresariado paulista só tem José Serra. Por isso, o PT separa um envelope para colocar o nome de Palocci. E o empresariado paulista aproveita para colocar dentro um cartãozinho de boas-vindas. Assim, Lula poderá ter três opções até abril do ano que vem, seguindo a máxima de Golbery. E para o envelope de Palocci chegar às mãos do presidente só falta o selo do Supremo.

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ANCELMO GÓIS


Ninguém segura SP

O GLOBO - 24/08/09

São Paulo é tão grande que vai acabar passando o Rio como capital... dos barnabés. Veja os cálculos do professor Mauro Osório, da UFRJ.

De 1985 a 2008, o número de funcionários públicos subiu 3,2% na região metropolitana do Rio, enquanto nas de Belo Horizonte e SP o aumento foi, respectivamente, de 85,9% e 54,5%.

Minas é campeã

Mas o Rio ainda tem muitos funcionários públicos. Segundo Osório, em 2008, os servidores somaram 19% no total de empregados da região metropolitana da cidade.

Um pouco menos que o percentual na de BH (24,2%) e mais do que na de SP (16,1%).

Problema na coluna

O ministro Joaquim Barbosa está em Fortaleza aos cuidados do Dr. Haruo Nishimura, especialista em coluna vertebral.

O médico já tratou de estrelas como Omar Sharif, Ayrton Senna, Bibi Ferreira e Cláudia Raia.

Ouvidoria

Paulo Otto, que era gerente de Comunicação da BR, será o novo ouvidor da Petrobras.

O lugar estava vago com a morte de Maria Augusta Carneiro (Guta), única mulher trocada no sequestro do embaixador dos EUA, em 1969.

Tadinho do Senado

De um funcionário do Senado, sexta, ao telefone, para alguém que enviaria um e-mail:

- Manda para o Gmail porque o e-mail daqui vive atacado por hackers que tentam prejudicar o Senado o tempo todo...

Ah, bom!

Nizan em NY

Nizan Guanaes, o superpublicitário, e a mulher, Donata Meirelles, viverão entre SP e Nova York, a partir de setembro.

Nizan vai montar um escritório na cidade para atender a marcas brasileiras que planejam se expandir pelo mundo.

ESTE CANTEIRO muito bem cuidado chama atenção de quem passa pela esquina de Avenida Ataulfo de Paiva com Rua General Venâncio Flores, no Leblon. É que, apesar de bonito, está cercado, repara só, por bambus e foge do padrão dos outros jardins do bairro. A Fundação Parques e Jardins diz que a belezura foi adotada pela loja Guimos. A loja, acredito, fez com as melhores intenções, numa cidade em que poucas empresas se interessam, por exemplo, em adotar um jardim ao lado. Mas ela, diz Sydnei Menezes, diretor de Planejamento e Projetos da Fundação, não tem autorização para mudar o padrão do canteiro. Aliás, já imaginou se cada um decidir fazer o que quiser em sua calçada?

Gasto com saúde

Pelas contas de Fábio Giambiagi, especialista em finanças públicas, mesmo com a crise, a despesa com saúde do governo federal no primeiro semestre aumentou 26% em termos reais, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional.

Para ele...

De uns anos para cá, alega-se sempre que a saúde precisa de recursos, mesmo que o país esteja gastando no setor muito mais do que no passado:

- É por essas e outras que a CSS (nome técnico da nova CPMF) foi apelidada de "contribuição sem sentido".

É. Pode ser.

Prêmio para Lula

Dia 21 de setembro, Lula será homenageado no Wilson Center com o Prêmio Woodrow Wilson de Serviço Público, num jantar no Waldorf Astoria, hotel de superbacanas em Nova York.

Os anfitriões do evento serão Eike Batista e Rex W. Tillerson, presidente da ExxonMobil.

O Café Cultural Sacrilégio apoia a peça "Madame Satã", que estreia hoje, no Sesc Ginástico.

Alexandre Santos de Aragão autografa "Direito administrativo e seus novos paradigmas", amanhã, no CCJF.

As ONGs Instituto da Criança e Instituto Compartilhar lançam hoje o Programa Hora da Leitura na biblioteca da Escola Santo Tomás de Aquino.

A Between lança Coleção da Paz na Dias Ferreira.

Amanhã, o Shopping Tijuca e a Body Tech fazem evento sobre saúde e bem-estar para os lojistas.

Gilberto Ururahy, diretor da Med-Rio Check-up, assume o sub-comitê de saúde da Câmara de Comércio Americana - RJ.

A luz do Nelson

Está em fase de finalização o filme "A luz do Tom", de mestre Nelson Pereira dos Santos, 80 anos.

Trata-se de um documentário sobre Tom Jobim voltado para sua visão da natureza.

Cine Paes

Amanhã, às 10h, Eduardo Paes recebe no Palácio da Cidade uma turma do cinema - artistas, diretores, produtores e distribuidores.

Vai apresentar o plano de ação da RioFilme até dezembro de 2012.

Lá e cá

A Bienal do Livro vai promover um debate de Larry Rohter, o polêmico ex-correspondente do "New York Times" no Brasil, com Roberto DaMatta, nosso antropólogo.

Eles são autores de livros-irmãos. DaMatta escreveu sobre os EUA, quando morava lá; Rohter, sobre o Brasil, no tempo em que vivia por aqui.

Viva Garrincha!

"Garrincha, o Chaplin do futebol" será o enredo da escola de samba mirim Infantes do Lins no carnaval de 2010.

Calma, Raj!

O ator Rodrigo Lombardi foi com a família almoçar, ontem, no Degrau, restaurante no Leblon onde se serve um excelente pastel. Ao entrar, uma senhorinha o abordou:

- E aí, Raj, você vai ficar com a Maya?

- Não - respondeu o galã, meio impaciente. - Vou mandar para o seu quintal...

GEORGE VIDOR

ImPACto de 0,4%

O GLOBO - 24/08/09

Os economistas Claudio Frischtak e Heloisa Jardim se debruçaram sobre a quantas andam os investimentos em infraestrutura no país e concluíram que o impacto das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no setor foi equivalente a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Antes do PAC, o Brasil investia, em média, 2,01% do PIB, e agora esse valor deve chegar a 2,42%.

Para calcular esses números, a equipe de Frischtak teve um trabalho exaustivo, precisando conferir o detalhamento de balanços de concessionárias brasileiras de serviços públicos que têm títulos negociados em Nova York e são obrigadas a prestar tais informações às autoridades americanas que regulam o mercado acionário lá.

Embora tenha havido uma melhora, o Brasil precisaria investir 3% do PIB em infraestrutura só para manter o que já existe.

A formação de talentos dentro das empresas é fundamental na indústria de petróleo.

Por isso a abertura do mercado brasileiro fez tão bem à Petrobras. Como no futebol (para usar uma imagem que o presidente Lula tanto gosta), esses talentos só aparecem quando os times estão jogando. Assim, quanto maior o número de operadores melhor, porque haverá competição por talentos, surgirão novos líderes nas atividades operacionais.

Com o modelo para exploração do pré-sal que o governo ameaça adotar o jogo simplesmente acaba.

É como se, de repente, todo mundo fosse para a arquibancada assistir um único time treinar, sem adversários.

É mais ou menos o que vem acontecendo com o modelo venezuelano que, por seus resultados medíocres, não deveria servir de parâmetro para ninguém.

Ainda mais em uma indústria cujos modelos regulatórios evoluíram fortemente pelo mundo afora.

O governo não discutiu a proposta com ninguém, mas, mesmo assim, espera que as empresas de petróleo mandem representantes para a cerimônia de apresentação da proposta do modelo regulatório do présal no dia 31. O Planalto encarregou a Petrobras de confirmar as presenças.

Brasília deve ter pirado.

economista Francisco Lopes — com quem aprendi muito sobre o terrível fenômeno da inflação — perguntei se ainda apostava em uma recessão relativamente curta no mundo, como ele alertara em estudo para a Casa das Garças analisando a duração de grandes crises anteriores. Lopes acha que a retomada virá a ponto de provocar um déficit elevado nas transações correntes (mercadorias e serviços) do Brasil com o exterior, que poderia alcançar a casa de US$ 55 bilhões em 2010.

Embora seja um valor financiável pela entrada de capitais externos, o melhor é que o Brasil não chegue a acumular tamanho déficit, mesmo que a poupança vinda do exterior seja utilizada fundamentalmente em investimentos.

Em termos de finanças externas, a economia brasileira é um gato escaldado, e o comportamento do câmbio acaba sendo motivo de preocupação permanente.

Em rápida passagem por Belém, me surpreendi com as instalações do centro de convenções da capital paraense, que funciona há dois anos em área que abrigava antigo hangar da aeronáutica, junto ao aeroclube da cidade. Por isso se chama Hangar Centro de Convenções da Amazônia. Embora seja propriedade estadual, é administrado por uma organização social (terceiro setor). A iniciativa foi ousada, e até causou certa polêmica na época, tal qual o projeto de revitalização dos armazéns e da Estação das Docas (inspirado no Puerto Madero, de Buenos Aires), que, tomara, venha a ser copiado também pelo Rio, na região da Praça Mauá.

Na entrada do Hangar, ao meio de um descampado, os visitantes se deparam com os atuais contrastes da Amazônia. Uma árvore Samaumeira, de 220 anos, com 45 metros de altura, isolada e belíssima, marca o complexo, junto a um lago artificial onde nadam pirarucus, um dos símbolos da região.

Com essa infraestrutura, difícil de se encontrar em outra capital brasileira, Belém tem tudo para se firmar no turismo de negócios.

José Cechin, que foi ministro da Previdência Social no fim do governo Fernando Henrique, agora está voltado para os planos de saúde.

E como superintendente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar vem pesquisando fórmulas capazes de atenuar o impacto desse tipo de seguro — quase obrigatório para famílias de classe média — no orçamento doméstico das pessoas mais idosas.

O atual sistema permite que se estabeleça valores diferentes para os planos de saúde conforme a faixa etária do usuário. No entanto, a diferença entre os valores mais baixo e os mais alto não pode ultrapassar a seis vezes. Face a isso, as pessoas jovens acabam pagando além do que precisariam, compensando parte das mensalidades cobradas dos idosos (que, considerandose apenas a faixa etária, teria de ser mais alta).

Em futuro próximo, já não haverá tantos jovens na população brasileira, e a saída é que cada um vá formando uma poupança especial, incentivada, ao longo da vida, para arcar com mensalidades mais altas dos planos de saúde na velhice.

GOSTOSA


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ALEXANDRE BARROS

Por que crises prosperam ou morrem?


O Estado de S. Paulo - 24/08/2009

Crises só prosperam se tiverem foco claro e se o Zé da Poltrona sentir que um pedaço do dinheiro roubado saiu do seu bolso. Quanto mais famoso o acusado, mais fácil a prosperidade da crise. E mais: precisam estar centradas em Brasília. Se começarem em outras cidades, precisam ser transferidas para Brasília, que é a única que tem repercussão nacional.

Por que Collor caiu e o mensalão não deu em nada? Por que Getúlio se matou? Por que ninguém mais se lembra de uma CPI que investigou irregularidades cometidas por um ministro de Collor?

Análise política baseia-se em fatos e intuições. Muitos números ajudam, mas não definem por que ou quando as crises políticas vão adiante. Em economia é diferente: os números não mentem. O problema é a tendência das pessoas de não acreditar nos números. A história das crises políticas precisa de mais casos passados para comparar e ajudar a entender o presente.

Crises só têm consequências dramáticas quando prosperam nos grandes centros. Poucas crises em Belo Horizonte, Florianópolis ou Belém do Pará se tornaram nacionais. Exemplos: as acusações contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, ou a cassação do mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago.

Quanto mais conhecido o investigado, maior a chance de a crise prosperar. Quem se lembra do nome do deputado do castelo no interior de Minas? Aquele castelo, para os brasileiros, era tão real quanto o castelo da Branca de Neve na entrada da Disney ou o Castelo Neuschwanstein, na Baviera (o preferido por dez entre cada nove agências de viagens). A mansão de Michael Jackson era mais real que o castelo do deputado. Ou seja, o que ninguém viu deixa pouca lembrança.

Essa é a mesma razão por que conflitos envolvendo os sem-terra no interior do Brasil emocionam menos do que os que envolvem os sem-teto urbanos. Quando um grupo invade uma fazenda no interior, isso rende alguma centimetragem quadrada no jornal ou alguns segundos na TV, mas some da memória antes que o Zé chegue à página de esportes ou aos gols da rodada. Mas quando os sem-teto invadem um prédio em São Paulo, todos sabem: o engarrafamento para a cidade inteira. E a TV está ali mesmo para cobrir.

Só quem esteve lá pode comparar o massacre de Eldorado dos Carajás com o do presídio do Carandiru. A razão é óbvia: o Carandiru estava ali mesmo e a cobertura da imprensa foi muito maior e mais intensa do que no meio do nada.

O sequestro do ônibus 174, em 12 de junho de 2000, no Rio de Janeiro, emocionou o Brasil ao vivo pela TV, virou filme, gerou teses de mestrado. Por quê? Porque ocorreu a menos de cinco minutos da sede da TV Globo. Fácil deslocar uma equipe para lá e transmitir todo o desenrolar da crise.

Satisfeitas as três condições, o Zé da Poltrona entende que aquela trapalhada está roubando um pedaço do dinheiro dele. Ele entende como isso acontece: "Usam o meu dinheiro para comprar joias ou para empregar parentes que não fazem nada, enquanto eu fico aqui ralando noite e dia para ganhar essa porcaria de salário."

Quem se lembra de quantas pessoas foram inquiridas na CPI do mensalão? Aliás, era do mensalão ou esse era um apelido da CPI dos Correios? Ou eram duas CPIs? Quem era acusado? Quem era testemunha? Teve um que chorou. Mandava dinheiro para uma conta com um nome esquisito, Du qualquer coisa (Düsseldorf), nas Ilhas Cayman (que é isso mesmo?). E tinha um carequinha com cara de nojento.

Todos se lembram do confisco da poupança: "Foi o Collor que tirou meu dinheiro! Foi o presidente! Fiquei sem dinheiro!" Fácil de lembrar, entender e se indignar. Quando veio a CPI de Collor o vilão era ele. Quem deu a partida na CPI levou essa vantagem.

É fácil analisar as coisas a posteriori e mostrar como uma crise estava fadada a ser grande. No início ninguém sabe disso. Quem provoca a investigação da mutreta faz uma aposta: essa vai para a frente.

Bem, falei do Zé da Poltrona, mas me esqueci de apresentá-lo. Ele é etéreo. Não existe nem tem endereço. O Zé da Poltrona é o telespectador modal brasileiro. Mais de 93% dos lares brasileiros têm uma TV. Ela é a maior fonte de entretenimento e também a maior fonte de notícias. Em muitos lares fica ligada desde que as pessoas acordam até que o último vai dormir.

O Zé da Poltrona é autônomo em relação à TV. Se gosta, assiste. Se não gosta, muda de canal ou vai à geladeira pegar uma cerveja. Se nada servir e o jogo da noite estiver ruim e não for do time dele, vai dormir.

O Zé da Poltrona é o dono do tamanho da crise. No início do mensalão, muita gente achou que o governo ia cair. Não caiu porque o Zé perdeu o interesse e preferiu a cerveja.

Na queda de Vargas, em 1954, não havia TV. O rádio e os jornais dominavam. No Rio de Janeiro havia dois jornais de crise (A Tribuna da Imprensa e a Última Hora). Eram vespertinos. Se você passava na banca às 2 da tarde e os dois já estavam esgotados, a crise era séria.

Apesar dos mais de 100 milhões de Zés, ainda são os Zés das grande cidades que definem as crises. Se alguém convocar uma passeata e eles souberem o que estão perdendo na crise, se acham que é muito e o culpado tem nome, endereço e CPF, vão para a rua e a crise pode ficar séria.

Se nada disso acontecer, deputados e senadores podem até perder o cargo, mas a crise para por aí. E o jogo recomeça na eleição seguinte.

Sobre a crise em que o senador José Sarney é grande acusado, o foco está num famoso e conhecido ex-presidente da República. A acusação é fácil de entender: pagava aos parentes e empregados com um naco do dinheiro do Zé.

Quando o acusado consegue que a Justiça censure o Estadão, a crise é séria. A censura é a última trincheira.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Lula age com soberba, desprezando os antigos companheiros"

Senador Pedro Simon (PMDB-RS), criticando a ação do presidente Lula na 'crise' do PT


Caso do mensalão em semana decisiva

Esta semana será decisiva para o caso do mensalão: começam a ser ouvidas as testemunhas de defesa. Será um procedimento demorado. O ex-ministro José Dirceu, por exemplo, apresentou 40 testemunhas, a maioria autoridades, como o vice-presidente, José Alencar, e ministros de Estado, que têm prerrogativa de escolher data e local para depor. Os 39 acusados apostam na prescrição das penas a que estão sujeitos.

Processo


As testemunhas de defesa do caso do mensalão serão ouvidas na 12ª Vara Federal de Brasília.

BR Ganância S/A


O barril de petróleo despencou de 89,64 para 43,62 dólares entre janeiro e julho. Mas, na bomba, a gasolina continua em alta.

Divina comédia


O Senado, que Ulysses Guimarães dizia ser o céu, com a vantagem de não precisar morrer para chegar lá. Mas, para Sarney, virou inferno.

Manda a conta


A Petrobras contratou jornalistas extras e até pagou anúncios no Google para divulgar seu blog contra-atacando a CPI no Senado.

Joãosinho Trinta será mesmo candidato


Joãosinho Trinta será mesmo candidato a deputado distrital no DF, como revelou esta coluna. Sob intenso assédio dos políticos, ele tem dúvidas quanto ao partido, afirma que se considera sério, não tem rabo preso e firmou duas certezas: Brasília será sua última morada e, se eleito, convidará o maranhense Teodoro Freire – que ele conheceu na cidade – para ser seu assessor para assuntos de bumba-meu-boi.


Proibido para menores


Girou em torno de depósitos da finada Varig a briga com palavrões envolvendo dois juízes numa rua do centro do Rio, semana passada.

Choque de mordida


O "choque de ordem" da prefeitura do Rio não alcança os pit-bulls: as feras passeiam em frágeis coleiras, sem mordaça, em Copacabana.

Cuidando do lixo


A Câmara Legislativa do DF está comprando mil lixeiras para a nova sede, projetada para ser inaugurada somente no fim do ano.

Fogo no palheiro


A CPI da Petrobras tem tudo para pegar fogo: chegou às mãos do senador Álvaro Dias (PR) auditoria do Tribunal de Contas da União na refinaria Abreu e Lima (PE), dando conta de um megafaturamento nas obras.

As bombas da Petrobras


Chegou à ministra Dilma Rousseff o escândalo anunciado da sociedade Petrobras-White Martins para produzir e comercializar gás natural liquefeito. Ignorou dossiê e denúncias do Sindicato dos Petroleiros.

Greve na base


A partir desta semana, partidos da base aliada na Câmara dos Deputados não votam mais nenhuma matéria, enquanto o governo não liberar as emendas parlamentares. A soma totaliza R$ 5,5 bilhões.

Sinal do aço


Com um acúmulo de desastres ao longo do ano, o setor siderúrgico dá sinais de recuperação. Em julho, a produção brasileira de aço bruto foi a 2,5 milhões de toneladas. Cresceu 28,5% em relação a junho.

Homem do apito


O vice-presidente do FMI, Murilo Portugal, que monitora as finanças de 80 países, tem um compromisso do qual não abre mão, em 19 de setembro: apitar a final do campeonato interno de futebol no Fundo.

Boa notícia


A Hemobrás a Hemope, de Pernambuco, inauguram nesta segunda, no Recife, um laboratório para produzir cola de fibrina, selante capaz de reduzir e até estancar hemorragias, produto muito caro, hoje importado.

Reclamar do quê?


O INSS reclama de barriga cheia dos seus déficits orçamentários. Com um orçamento de R$ 293 bilhões para este ano, o instituto é credor de R$ 166 bilhões em dívidas de grandes empresários. E não cobra.

Sugestão


Bem que o médico tarado Roger Abdelmassih podia pedir julgamento no Conselho de Ética do Senado Federal, que arquiva qualquer coisa. Talvez até beijo em paciente anestesiada...

Pensando bem...

... no Senado, o preço da liberdade é a eterna lambança.

Poder sem pudor


Em nome de Deus

No governo Costa e Silva, uma campanha recolhia fundos para a conclusão da Catedral de Brasília, com apoio da primeira-dama, Yolanda. Preocupado com as fofocas sobre desvio de recursos, o então subchefe do Gabinete Civil, José de Assis Aragão, pediu a um jornalista para divulgar a decisão: o templo não seria apenas católico, mas ecumênico. Em pouco tempo a obra estava concluída. Aragão confessaria depois que a história do ecumenismo era só para dar um susto nos católicos e fazer o dinheiro aparecer:

– É pura mentira, mas Deus vai entender.

GOSTOSAS DO TEMPO ANTIGO

RUY CASTRO

A vida é perto


FOLHA DE SÃO PAULO - 24/08/09

O conceito é de Millôr Fernandes (quem mais?), e meio que se explica por si mesmo: a vida é perto. Foi dito por ele para nossa querida amiga, a cantora Olivia Byington, a respeito de alguém que, sendo carioca e morando no Rio, fazia questão de ter casas e apartamentos em várias cidades do planeta. 'A vida é perto, Olivia', disse Millôr. Sem elucubrações outras. Ela entendeu, contou para todo mundo e todo mundo entendeu.

Foi também de Millôr que roubei o conceito de que o ideal é morar, no máximo, até o 4º andar – para conservar a perspectiva humana. Por isso, há anos, ao comprar um apartamento no Rio, fiz questão de que, ao chegar à janela, eu estivesse ao alcance da voz de quem passava lá embaixo, na calçada. De que pudesse ler a tabuleta na carrocinha com o preço do Chica-bon e, idealmente, distinguir a cor dos olhos das moças a caminho da praia _único item que não foi atendido, porque elas passam de óculos escuros. Enfim, a vida é perto.

Na semana passada, uma autoridade sanitária paulistana, preocupada com as possibilidades de contágio da gripe suína, disse que a situação é grave porque, em São Paulo, as pessoas passam o dia em interiores: no ônibus, no metrô, no escritório, na fábrica, no restaurante, em casa ou na casa dos outros. Impossível o espirro individual. Dali inferi que, em algumas cidades, a vida é dentro. E que, nas demais, o Rio, por exemplo, a vida é fora.

Pode-se estender o conceito a muitas categorias, como a de que a vida é hoje, ontem ou amanhã, de que é agora ou nunca, ou de que é um amistoso ou a valer três pontos. Tudo vale. Acacianismos a parte (tipo 'Viver é muito perigoso', Guimarães Rosa), talvez levássemos vida melhor se tivéssemos mais tempo para pensar nela.

Mas não dá, porque a vida, quando acordamos para ela, é depressa.