Reinações de Narizinho
Daniel Pereira
Revista Veja
A queda de Palocci guinda a senadora Gleisi Hoffman à Casa Civil. Chamada de “Barbie” no Congresso, ela tem tudo para mostrar que as aparências enganam apenas a quem se deixa enganar
Na última terça-feira, a presidente Dilma Rousseff demitiu Antonio Palocci do cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Pela segunda vez em pouco mais de cinco anos, o petista foi obrigado a deixar uma posição de destaque no governo. Em 2006, quando Lula era presidente, Palocci caiu do Ministério da Fazenda depois da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que o acusara de frequentar uma mansão de má reputação, em Brasília, alugada por lobistas interessados em verbas públicas. Na semana passada, ele deixou o Palácio do Planalto após resistir a dar explicações convincentes sobre os clientes de sua empresa de consultoria, a Projeto, cujo faturamento financiou a expressiva evolução patrimonial do agora ex-ministro. Na gestão Dilma, Palocci tinha tarefas e poderes que transcendiam, e muito, os de um típico chefe da Casa Civil. Ele coordenava o ministério, era o principal interlocutor do empresariado e negociava a votação de projetos e o preenchimento de cargos com os partidos aliados. Ou seja: depois de coordenar a campanha eleitoral de Dilma, tornara-se uma espécie de primeiro-ministro.
Demitir um auxiliar tão influente foi a decisão política mais difícil tomada por Dilma em cinco meses e dez dias de mandato. “Agradeço, do fundo do meu coração, ao meu amigo Antonio Palocci por tudo o que ele fez pelo governo, por mim e pelo Brasil”, disse Dilma, com a voz embargada, na cerimônia de transmissão de cargo na Casa Civil. Para o posto de Palocci, a presidente escolheu a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, esposa do ministro das Comunicações, o petista Paulo Bernardo. Chamada carinhosamente de “polaquinha” e de “Barbie” por colegas de partido, adepta da meditação e mãe de dois filhos, Gleisi é filiada ao PT desde 1989. Formada em direito, foi secretária de estado em Mato Grosso do Sul e de Gestão Pública em Londrina – sempre em governos petistas. É considerada estudiosa e reconhecida pela dureza nos debates. Um “pit bull”, segundo senadores oposicionistas. “A Dilma da Dilma”, como vem sendo chamada em Brasília. Na Casa Civil, promete manter o estilo: “Quero agir como a presidente, porque ela age com clareza, razão e sentido público, sempre em defesa do Brasil. A presidente é um exemplo para mim”, disse ao tomar posse.
A troca do ministro da Casa Civil marca uma inflexão no governo da presidente. Dilma deixou claro que Gleisi só cuidará de gestão na Casa Civil. A pasta, portanto, será desidratada, num processo inverso ao perpetrado por Lula justamente para dar musculatura à então candidata a presidente Dilma Rousseff. O ministério perderá a atribuição de chefiar a negociação política com o Congresso – uma tarefa espinhosa que traz desgastes mas também prestígio. Gleisi ainda cumprirá uma função indireta. Bonita e simpática, é vista como o dínamo capaz de mudar a imagem casmurra da gestão atual. O mais relevante, porém, é que, a partir de agora, Dilma emitiu sinais claros de que está assumindo, de fato, a condução do governo, montando sua equipe, afastando-se da tutela de Lula e exercendo na plenitude a Presidência da República, sem intermediários.
No Brasil, o presidente tem uma atuação quase imperial. Legisla por meio de medidas provisórias, usurpando uma competência dos congressistas, impõe entendimentos jurídicos ao Supremo Tribunal Federal, como no caso do pedido de extradição do terrorista italiano Cesare Battisti, e pode demitir diretores do Banco Central quando bem entender. Dilma dividia esses poderes com Palocci. Agora, assumirá a tarefa de desatar sozinha ou, pelo menos, sem a ajuda de um “primeiro-ministro” – nós como a reforma tributária, a privatização dos aeroportos e de obras de infraestrutura da Copa, além de afiançar ao mercado que não haverá mudança na política econômica, compromisso do qual Palocci era símbolo. Diz o cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de Brasília (UnB): “A troca na Casa Civil pode ser o começo de uma guinada para longe da influência do PT de São Paulo, que é a causa de todos os infortúnios da era Lula”.
São muitos os indícios de que essa guinada vai acontecer. O mais importante deles é o fato de Gleisi ter sido uma escolha solitária da presidente Dilma Rousseff. Até segunda-feira à noite, véspera da demissão de Palocci, Lula defendia a manutenção do correligionário na Casa Civil. Chegou a dizer a Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, que não aceitava a nomeação de Gleisi Hoffmann, e garantiu ao próprio Palocci, em uma conversa telefônica, que lutaria por ele. Horas antes dessa intervenção imprópria do ex-presidente, Palocci havia recebido um atestado de boa conduta do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que não viu razão para abrir uma investigação sobre a sua suspeita evolução patrimonial. Preocupada com o desgaste de imagem do governo e disposta a estancar a crise política, Dilma decidiu contrariar o tutor. Agiu numa tentativa também de recuperar a autoridade perdida duas semanas antes, quando Lula circulou por Brasília posando para fotos com petistas e peemedebistas e articulando uma operação a fim de salvar Palocci. A troca no ministério nem sequer foi combinada previamente com o aliado PMDB.
“Aquela intervenção do Lula deu à sociedade a clara ideia de que este governo não tem comando. Isso pode ter criado na presidente a vontade de dar ao governo uma cara mais dilmista”, diz o cientista político Rubens Figueiredo. Quando era ministro, Palocci servia de anteparo a Dilma. Era ele quem se sentava à mesa para negociar liberação de verbas e indicações para postos na máquina federal. Por ordem da presidente, Palocci implantou uma relação tensa com o Congresso, materializada na demora para realizar nomeações e no corte de emendas parlamentares. Esse papel explica parte por que ele foi minado por aliados, sobretudo petistas, quando apenas cumpria ordens. Com a demissão do ministro, Dilma perde esse poderoso biombo. Resultado: comandará pessoalmente essas negociações. Sem a sombra de um “primeiro-ministro”, terá melhores condições de aferir, no dia a dia, a temperatura da base aliada, seu grau de satisfação ou de rebeldia. O lado negativo é a possibilidade de se desgastar nas infindáveis e perigosas negociações no varejo. “Haverá uma mudança de perfil do governo. A saída do Palocci exigirá uma atuação muito maior da presidente no campo da política”. diz o senador Jorge Viana (PT-AC).
Em teoria, Dilma poderia ungir um articulador político tão poderoso quanto Palocci. Mas não foi isso que aconteceu. A presidente promoveu um remanejamento. O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, foi transferido para a Pesca; e a ministra da Pesca, Ideli Salvatti, foi nomeada para as Relações Institucionais. Nos oito anos de mandato de Lula, Ideli liderou duas vezes o governo no Senado, onde ganhou notoriedade mais pela disposição do que pela inspiração. Esbanja força de trabalho, mas, segundo os próprios colegas de partido, peca pela falta de habilidade para negociar. Na melhor versão, era chamada de “trator”. Na pior delas, de “burro trabalhador”. Esse histórico foi lembrado à exaustão por petistas e peemedebista na tentativa de vetar a escolha. Dilma, porém, se fez de surda. Como no caso da substituição de Palocci, a presidente preferiu se afirmar diante das pressões do PT e de caciques governistas reconhecidos pelo apego ao fisiologismo. Resta saber os impactos da decisão.
O fato é que, a partir de agora, Dilma terá de se dedicar mais às conversas com partidos e parlamentares. É o que diz um ex-ministro da articulação política de Lula, para quem o governo passado colheu recorde de aprovação popular por equilibrar sucessos nas áreas da política, comandada pelo petista, e da gestão, sob a batuta de Dilma. “Para ser presidente da República, tem de fazer política, mesmo que a contragosto.” Desde o início do mandato, Dilma adotou como regra mandar ordens do Planalto, cobrando cumprimento à risca dos parlamentares. Foi assim na votação do salário mínimo. Repetiu a dose na votação do Código Florestal, quando o governo foi derrotado, resultado atribuído, em parte, ao tratamento dado aos congressistas pela dupla Dilma-Palocci, considerada centralizadora e dura na hora de recompensar os votos governistas no Congresso.
A condução da crise envolvendo Palocci também revelou muito do perfil de Dilma Rousseff. Reservada, ela toma decisões consultando pouquíssimos conselheiros, buscando evitar ao máximo o vazamento de informações. O estilo discreto e autossuficiente vem surpreendendo a classe política, habituada aos antecessores Fernando Henrique Cardoso e Lula, que costumavam ouvir muito, reunir aliados e vazar inconfidências estratégicas antes de anunciar decisões mais importantes. Dilma sempre teve aversão a encontros e conversas com políticos. Depois da crise que envolveu Palocci, até deu início, premida pelas cobranças, a uma rodada de conversas com partidos governistas. Mas a prioridade da presidente são reuniões técnicas para discutir a execução de projetos.
Um ministro de Lula comparou as atuações dos presidentes. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, Lula convocou um gabinete de crises, composto de Márcio Thomaz Bastos, Eduardo Campos, Aldo Rebelo, Ciro Gomes, José Múcio e José Alencar. O grupo se reunia todo dia, às 9 da manhã, analisava o noticiário e os problemas no Congresso e discutia os rumos a seguir. “Aquelas reuniões foram fundamentais para enfrentar a maior crise do governo, quando havia até o risco de impeachment. A gente saía de lá com um discurso unificado e uma estratégia clara de ação”, afirma o ex-ministro. Dilma não ouviu ninguém de fora do seu grupo. O ex-ministro José Dirceu, réu do esquema do mensalão, mas reverenciado no PT, passou três dias em Brasília sem conseguir falar com Dilma. Voltou para São Paulo sem saber que Luiz Sérgio, seu afilhado político, fora rebaixado. O governo Dilma começou.
Demitir um auxiliar tão influente foi a decisão política mais difícil tomada por Dilma em cinco meses e dez dias de mandato. “Agradeço, do fundo do meu coração, ao meu amigo Antonio Palocci por tudo o que ele fez pelo governo, por mim e pelo Brasil”, disse Dilma, com a voz embargada, na cerimônia de transmissão de cargo na Casa Civil. Para o posto de Palocci, a presidente escolheu a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, esposa do ministro das Comunicações, o petista Paulo Bernardo. Chamada carinhosamente de “polaquinha” e de “Barbie” por colegas de partido, adepta da meditação e mãe de dois filhos, Gleisi é filiada ao PT desde 1989. Formada em direito, foi secretária de estado em Mato Grosso do Sul e de Gestão Pública em Londrina – sempre em governos petistas. É considerada estudiosa e reconhecida pela dureza nos debates. Um “pit bull”, segundo senadores oposicionistas. “A Dilma da Dilma”, como vem sendo chamada em Brasília. Na Casa Civil, promete manter o estilo: “Quero agir como a presidente, porque ela age com clareza, razão e sentido público, sempre em defesa do Brasil. A presidente é um exemplo para mim”, disse ao tomar posse.
A troca do ministro da Casa Civil marca uma inflexão no governo da presidente. Dilma deixou claro que Gleisi só cuidará de gestão na Casa Civil. A pasta, portanto, será desidratada, num processo inverso ao perpetrado por Lula justamente para dar musculatura à então candidata a presidente Dilma Rousseff. O ministério perderá a atribuição de chefiar a negociação política com o Congresso – uma tarefa espinhosa que traz desgastes mas também prestígio. Gleisi ainda cumprirá uma função indireta. Bonita e simpática, é vista como o dínamo capaz de mudar a imagem casmurra da gestão atual. O mais relevante, porém, é que, a partir de agora, Dilma emitiu sinais claros de que está assumindo, de fato, a condução do governo, montando sua equipe, afastando-se da tutela de Lula e exercendo na plenitude a Presidência da República, sem intermediários.
No Brasil, o presidente tem uma atuação quase imperial. Legisla por meio de medidas provisórias, usurpando uma competência dos congressistas, impõe entendimentos jurídicos ao Supremo Tribunal Federal, como no caso do pedido de extradição do terrorista italiano Cesare Battisti, e pode demitir diretores do Banco Central quando bem entender. Dilma dividia esses poderes com Palocci. Agora, assumirá a tarefa de desatar sozinha ou, pelo menos, sem a ajuda de um “primeiro-ministro” – nós como a reforma tributária, a privatização dos aeroportos e de obras de infraestrutura da Copa, além de afiançar ao mercado que não haverá mudança na política econômica, compromisso do qual Palocci era símbolo. Diz o cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de Brasília (UnB): “A troca na Casa Civil pode ser o começo de uma guinada para longe da influência do PT de São Paulo, que é a causa de todos os infortúnios da era Lula”.
São muitos os indícios de que essa guinada vai acontecer. O mais importante deles é o fato de Gleisi ter sido uma escolha solitária da presidente Dilma Rousseff. Até segunda-feira à noite, véspera da demissão de Palocci, Lula defendia a manutenção do correligionário na Casa Civil. Chegou a dizer a Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, que não aceitava a nomeação de Gleisi Hoffmann, e garantiu ao próprio Palocci, em uma conversa telefônica, que lutaria por ele. Horas antes dessa intervenção imprópria do ex-presidente, Palocci havia recebido um atestado de boa conduta do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que não viu razão para abrir uma investigação sobre a sua suspeita evolução patrimonial. Preocupada com o desgaste de imagem do governo e disposta a estancar a crise política, Dilma decidiu contrariar o tutor. Agiu numa tentativa também de recuperar a autoridade perdida duas semanas antes, quando Lula circulou por Brasília posando para fotos com petistas e peemedebistas e articulando uma operação a fim de salvar Palocci. A troca no ministério nem sequer foi combinada previamente com o aliado PMDB.
“Aquela intervenção do Lula deu à sociedade a clara ideia de que este governo não tem comando. Isso pode ter criado na presidente a vontade de dar ao governo uma cara mais dilmista”, diz o cientista político Rubens Figueiredo. Quando era ministro, Palocci servia de anteparo a Dilma. Era ele quem se sentava à mesa para negociar liberação de verbas e indicações para postos na máquina federal. Por ordem da presidente, Palocci implantou uma relação tensa com o Congresso, materializada na demora para realizar nomeações e no corte de emendas parlamentares. Esse papel explica parte por que ele foi minado por aliados, sobretudo petistas, quando apenas cumpria ordens. Com a demissão do ministro, Dilma perde esse poderoso biombo. Resultado: comandará pessoalmente essas negociações. Sem a sombra de um “primeiro-ministro”, terá melhores condições de aferir, no dia a dia, a temperatura da base aliada, seu grau de satisfação ou de rebeldia. O lado negativo é a possibilidade de se desgastar nas infindáveis e perigosas negociações no varejo. “Haverá uma mudança de perfil do governo. A saída do Palocci exigirá uma atuação muito maior da presidente no campo da política”. diz o senador Jorge Viana (PT-AC).
Em teoria, Dilma poderia ungir um articulador político tão poderoso quanto Palocci. Mas não foi isso que aconteceu. A presidente promoveu um remanejamento. O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, foi transferido para a Pesca; e a ministra da Pesca, Ideli Salvatti, foi nomeada para as Relações Institucionais. Nos oito anos de mandato de Lula, Ideli liderou duas vezes o governo no Senado, onde ganhou notoriedade mais pela disposição do que pela inspiração. Esbanja força de trabalho, mas, segundo os próprios colegas de partido, peca pela falta de habilidade para negociar. Na melhor versão, era chamada de “trator”. Na pior delas, de “burro trabalhador”. Esse histórico foi lembrado à exaustão por petistas e peemedebista na tentativa de vetar a escolha. Dilma, porém, se fez de surda. Como no caso da substituição de Palocci, a presidente preferiu se afirmar diante das pressões do PT e de caciques governistas reconhecidos pelo apego ao fisiologismo. Resta saber os impactos da decisão.
O fato é que, a partir de agora, Dilma terá de se dedicar mais às conversas com partidos e parlamentares. É o que diz um ex-ministro da articulação política de Lula, para quem o governo passado colheu recorde de aprovação popular por equilibrar sucessos nas áreas da política, comandada pelo petista, e da gestão, sob a batuta de Dilma. “Para ser presidente da República, tem de fazer política, mesmo que a contragosto.” Desde o início do mandato, Dilma adotou como regra mandar ordens do Planalto, cobrando cumprimento à risca dos parlamentares. Foi assim na votação do salário mínimo. Repetiu a dose na votação do Código Florestal, quando o governo foi derrotado, resultado atribuído, em parte, ao tratamento dado aos congressistas pela dupla Dilma-Palocci, considerada centralizadora e dura na hora de recompensar os votos governistas no Congresso.
A condução da crise envolvendo Palocci também revelou muito do perfil de Dilma Rousseff. Reservada, ela toma decisões consultando pouquíssimos conselheiros, buscando evitar ao máximo o vazamento de informações. O estilo discreto e autossuficiente vem surpreendendo a classe política, habituada aos antecessores Fernando Henrique Cardoso e Lula, que costumavam ouvir muito, reunir aliados e vazar inconfidências estratégicas antes de anunciar decisões mais importantes. Dilma sempre teve aversão a encontros e conversas com políticos. Depois da crise que envolveu Palocci, até deu início, premida pelas cobranças, a uma rodada de conversas com partidos governistas. Mas a prioridade da presidente são reuniões técnicas para discutir a execução de projetos.
Um ministro de Lula comparou as atuações dos presidentes. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, Lula convocou um gabinete de crises, composto de Márcio Thomaz Bastos, Eduardo Campos, Aldo Rebelo, Ciro Gomes, José Múcio e José Alencar. O grupo se reunia todo dia, às 9 da manhã, analisava o noticiário e os problemas no Congresso e discutia os rumos a seguir. “Aquelas reuniões foram fundamentais para enfrentar a maior crise do governo, quando havia até o risco de impeachment. A gente saía de lá com um discurso unificado e uma estratégia clara de ação”, afirma o ex-ministro. Dilma não ouviu ninguém de fora do seu grupo. O ex-ministro José Dirceu, réu do esquema do mensalão, mas reverenciado no PT, passou três dias em Brasília sem conseguir falar com Dilma. Voltou para São Paulo sem saber que Luiz Sérgio, seu afilhado político, fora rebaixado. O governo Dilma começou.