FOLHA DE SP - 12/11
Quem, exceto um ator em palco, consegue viver a vida em permanente intensidade?
Passaram cem anos sobre o nascimento de Albert Camus (1913""1960). Festejos pálidos. Injusto. Quando tivemos o centenário de Sartre em 2005, um filósofo e escritor inferior a Camus, as trombetas soaram com outro vigor.
Camus merecia mais atenção. E, na ausência de festejos públicos, optei pelos privados. Um pouco de nostalgia: já não lia Camus desde a adolescência. Encontrei surpresas gratas. Os romances continuam soberbos, ainda melhores do que na minha memória --e hoje, a caminho dos 40, é "A Queda" (1956), e não tanto "O Estrangeiro" (1942), que verdadeiramente me joga no tapete.
Foram precisas algumas experiências de vida para compreender, tal como afirma o sinistro narrador de "A Queda", que a busca de um método --um sistema, uma ideologia, uma cartilha-- é sempre o expediente dos homens sem caráter. Corrijo. Dos homens que não desenvolveram um caráter. "Touché, Albert!"
Mas depois vieram as desilusões. Desilusões, não. Discórdias. Brandas, perdoáveis, quase melancólicas. Quando li pela primeira vez o seu "Mito de Sísifo" (1942), esse ensaio torrencial sobre a nossa condição absurda perante "o silêncio do mundo", fiz de Camus o meu santo laico e do existencialismo, precisamente, uma forma de humanismo.
A argumentação de Camus era poderosa e nas primeiras linhas o autor avisava o auditório que pretendia enfrentar sem subterfúgios o mais relevante dos temas filosóficos: o suicídio.
Se a vida não tem sentido e se recusamos o "salto de fé" para as consolações celestiais, o que nos resta, afinal?
Camus responde: resta-nos não negar a nossa condição absurda e, mais ainda, assumir essa condição com "consciência" e "revolta". Não é por acaso que Camus dedica as melhores páginas do seu "Mito de Sísifo" ao trabalho de um ator em palco. O ator, exemplo supremo do "homem absurdo", vive, ama e eventualmente morre intensamente --tudo no espaço de algumas horas e sempre com radical autenticidade.
A vida que Camus recomenda é, na falta de melhor palavra, uma vida de "performance" permanente. Donde, a conclusão: pode haver uma dissonância insuperável entre o que a mente deseja (sentido) e um mundo que desilude (pelo absurdo). Mas esse fato não autoriza o suicídio. Parafraseando Nietzsche, a ausência de uma vida eterna convida os homens a uma vivacidade eterna.
Aos 18 ou 19 anos, o programa era tentador. Mas, honestamente, quem, exceto um ator em palco, consegue viver a vida em permanente intensidade? A atitude de Camus, longe de aceitar o absurdo, parece-me agora uma fuga ao absurdo. Pior ainda: uma fuga desesperada ao exato desespero que ele procura resolver.
Mas não só. É a própria ideia de "viver o absurdo" que me parece adolescente--no autor e na criança que eu era. Anos depois de ler o ensaio de Camus, encontrei um luminoso texto de Richard Taylor no seu "Good and Evil" no qual o filósofo voltava ao mito de Sísifo, esse mortal condenado pelos deuses a rolar eternamente a pedra montanha acima, montanha abaixo.
Na versão de Camus, podemos imaginar Sísifo feliz se ele abraça esse destino com desafio e orgulho, mesmo sabendo da futilidade do exercício.
Taylor argumenta, e argumenta bem, que não basta rolar a pedra para vencer o absurdo. É preciso encontrar um sentido para isso. Que o mesmo é dizer: rolar a pedra para algo, para alguém --ou até para nós próprios, se isso for importante ou significativo para as nossas vidas.
No limite, não importa até se a pedra é grande ou pequena. Porque não é o tamanho dela ou o esforço homérico de Sísifo para a empurrar que concede dimensão trágica à condenação.
Se a pedra fosse minúscula, e se ele subisse e descesse a montanha com ela no bolso, a premissa seria a mesma: a única forma de o imaginarmos feliz seria se ele usasse essa pedra para erigir um templo; ou construir uma habitação para os filhos; ou apenas para exercitar o corpo e o gosto por passeatas com pedras minúsculas.
Hoje, a visão modesta de Taylor parece-me mais real do que a "revolta" literária (e esteticamente belíssima) de Camus. Não porque nego o absurdo da vida e o esquecimento que nos espera a todos. Não nego.
Mas porque só consigo imaginar Sísifo feliz se, no cume da montanha, existir algo ou alguém à espera dele e da sua pedra.
terça-feira, novembro 12, 2013
Difamação pura e simples - OLAVO DE CARVALHO
DIÁRIO DO COMÉRCIO 11/11
Meu artigo anterior, "Nem um pouquinho", teve um erro: o colunista Rodrigo Constantino entrou no Globo e na Veja. Quem foi para a Folha, com Reinaldo Azevedo, foi Demétrio Magnoli. A observação que fiz sobre as reações indignadas dos mandarins da esquerda foi exata, apenas incompleta. Esqueci de enfatizar que essas reações não se voltavam contra isto ou aquilo que os articulistas tivessem escrito, mas contra a sua simples presença na mídia. Não se tratava de refutar opiniões, mas de cortar cabeças.
Também não disse que os apelos à guilhotina não vieram todos de fora; alguns apareceram nos próprios jornais onde os colunistas estreavam. Nunca, na história da mídia brasileira, se viu pressão coletiva de jornalistas pela expulsão de algum colega socialista ou comunista da redação de qualquer jornal, estação de rádio ou canal de TV.
A solidariedade de classe entre os jornalistas brasileiros é só para os comunistas e seus companheiros de viagem. Até os direitistas correm para protegê-los, como se viu no tempo dos militares. Mas o infeliz liberal ou conservador, pego em flagrante delito de escrever para a grande mídia, não tem perdão. É abandonado até pelos correligionários.
Os jornalistas da direita vêm ganhando algum espaço, mas a esquerda no Brasil está tão acostumada a mandar sozinha na mídia, que se escandaliza e espuma de raiva. Em qualquer país decente, direita e esquerda repartem os meios de difusão. No Brasil, quando a direita salta dos 2% para os 5%, já é o alarma geral, em tons sinistros de quem anuncia um golpe de Estado.
Um dos indignados, o indefectível Paulo Moreira Leite, mente como um vendedor de terrenos submarinos ao dizer: "Quem estava no centro foi para a direita. Quem estava à direita foi para a extrema-direita." Constantino, Azevedo e Magnoli, desde que estrearam como colunistas, não mudaram de convicções em nada. Foram os censores esquerdistas, como o próprio Moreira Leite, que, estreitando cada vez mais a área do direitismo permitido na mídia, passaram a rotular simples liberais de "extremistas de direita". Moreira Leite confunde a régua com o objeto medido.
Mais obsceno é Antonio Prata, da Folha, que, imaginando fazer sátira, escreve: "Como todos sabem, vivemos num totalitarismo de esquerda. A rubra súcia domina o governo, as universidades, a mídia, a cúpula da CBF e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara" – uma descrição bem exata e literal do estado de coisas. Tanto que vários leitores levaram a afirmativa a sério e a aplaudiram. O autor teve de avisar que pretendera fazer piada. No meu tempo de ginásio, quem ignorasse que não se satiriza a verdade tiraria zero de redação. Mas, para expulsar os liberais e conservadores da mídia, vale até um colunista se expor ao ridículo.
Voltando ao sr. Moreira Leite, sei que é inútil tentar levar alguém como ele a um debate sério, mas, para dar uma idéia de quanto o uso atual do rótulo de "extrema direita" na mídia é abusivo, notem esta distinção, que toda a ciência política do mundo confirma: a diferença de esquerda e extrema esquerda é de graus e de meios, a de direita e extrema direita é de natureza, de fins e de valores.
O esquerdista torna-se extremista quando quer realizar, por meios revolucionários e violentos, o mesmo que a esquerda moderada busca fazer devagar e pacificamente: a expansão do controle estatal na economia, visando à debilitação e, no fim, à extinção da propriedade privada dos meios de produção. Totalmente diversa é a relação entre direita e extrema direita
Ser de direita, ou liberal, é ser a favor da economia de mercado, das liberdades civis e da democracia constitucional. Se por extrema direita se entende aquilo que designam por tal o vocabulário corrente e a esquerda em especial, isto é, o fascismo e o nazismo, o fato que estou assinalando salta aos olhos de maneira inequívoca: ser de extrema direita não é querer mais economia de mercado, mais liberdades civis, mais democracia constitucional -- é querer acabar com essas três coisas em nome da ordem, da disciplina, da autoridade do Estado, às vezes em nome do anticomunismo, do combate à criminalidade ou de qualquer outro motivo. Não houve um só governo conhecido como de extrema direita que não fizesse exatamente isso.
A conclusão é óbvia: passar da esquerda à extrema esquerda é apenas uma intensificação de grau na busca de fins e valores que permanecem idênticos em essência. Passar da direita à "extrema direita" é mudar de fins e valores, é renegar o que se acreditava e, em nome de alguma urgência real ou fictícia, empunhar a bandeira do que se odiava, se desprezava e se temia. Constantino, Azevedo, Magnoli não fizeram isso. São odiados porque defendem o que sempre defenderam. Por isso o único meio de difamá-los é trocá-los de classificação, alistá-los à força no exército dos seus inimigos, identificá-los com tudo o que abominam e combatem.
Eis por que uma frase como a do sr. Paulo Moreira Leite – "passaram da direita à extrema direita" – é um expediente difamatório, não uma afirmação séria, digna de um intelecto respeitável.
Meu artigo anterior, "Nem um pouquinho", teve um erro: o colunista Rodrigo Constantino entrou no Globo e na Veja. Quem foi para a Folha, com Reinaldo Azevedo, foi Demétrio Magnoli. A observação que fiz sobre as reações indignadas dos mandarins da esquerda foi exata, apenas incompleta. Esqueci de enfatizar que essas reações não se voltavam contra isto ou aquilo que os articulistas tivessem escrito, mas contra a sua simples presença na mídia. Não se tratava de refutar opiniões, mas de cortar cabeças.
Também não disse que os apelos à guilhotina não vieram todos de fora; alguns apareceram nos próprios jornais onde os colunistas estreavam. Nunca, na história da mídia brasileira, se viu pressão coletiva de jornalistas pela expulsão de algum colega socialista ou comunista da redação de qualquer jornal, estação de rádio ou canal de TV.
A solidariedade de classe entre os jornalistas brasileiros é só para os comunistas e seus companheiros de viagem. Até os direitistas correm para protegê-los, como se viu no tempo dos militares. Mas o infeliz liberal ou conservador, pego em flagrante delito de escrever para a grande mídia, não tem perdão. É abandonado até pelos correligionários.
Os jornalistas da direita vêm ganhando algum espaço, mas a esquerda no Brasil está tão acostumada a mandar sozinha na mídia, que se escandaliza e espuma de raiva. Em qualquer país decente, direita e esquerda repartem os meios de difusão. No Brasil, quando a direita salta dos 2% para os 5%, já é o alarma geral, em tons sinistros de quem anuncia um golpe de Estado.
Um dos indignados, o indefectível Paulo Moreira Leite, mente como um vendedor de terrenos submarinos ao dizer: "Quem estava no centro foi para a direita. Quem estava à direita foi para a extrema-direita." Constantino, Azevedo e Magnoli, desde que estrearam como colunistas, não mudaram de convicções em nada. Foram os censores esquerdistas, como o próprio Moreira Leite, que, estreitando cada vez mais a área do direitismo permitido na mídia, passaram a rotular simples liberais de "extremistas de direita". Moreira Leite confunde a régua com o objeto medido.
Mais obsceno é Antonio Prata, da Folha, que, imaginando fazer sátira, escreve: "Como todos sabem, vivemos num totalitarismo de esquerda. A rubra súcia domina o governo, as universidades, a mídia, a cúpula da CBF e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara" – uma descrição bem exata e literal do estado de coisas. Tanto que vários leitores levaram a afirmativa a sério e a aplaudiram. O autor teve de avisar que pretendera fazer piada. No meu tempo de ginásio, quem ignorasse que não se satiriza a verdade tiraria zero de redação. Mas, para expulsar os liberais e conservadores da mídia, vale até um colunista se expor ao ridículo.
Voltando ao sr. Moreira Leite, sei que é inútil tentar levar alguém como ele a um debate sério, mas, para dar uma idéia de quanto o uso atual do rótulo de "extrema direita" na mídia é abusivo, notem esta distinção, que toda a ciência política do mundo confirma: a diferença de esquerda e extrema esquerda é de graus e de meios, a de direita e extrema direita é de natureza, de fins e de valores.
O esquerdista torna-se extremista quando quer realizar, por meios revolucionários e violentos, o mesmo que a esquerda moderada busca fazer devagar e pacificamente: a expansão do controle estatal na economia, visando à debilitação e, no fim, à extinção da propriedade privada dos meios de produção. Totalmente diversa é a relação entre direita e extrema direita
Ser de direita, ou liberal, é ser a favor da economia de mercado, das liberdades civis e da democracia constitucional. Se por extrema direita se entende aquilo que designam por tal o vocabulário corrente e a esquerda em especial, isto é, o fascismo e o nazismo, o fato que estou assinalando salta aos olhos de maneira inequívoca: ser de extrema direita não é querer mais economia de mercado, mais liberdades civis, mais democracia constitucional -- é querer acabar com essas três coisas em nome da ordem, da disciplina, da autoridade do Estado, às vezes em nome do anticomunismo, do combate à criminalidade ou de qualquer outro motivo. Não houve um só governo conhecido como de extrema direita que não fizesse exatamente isso.
A conclusão é óbvia: passar da esquerda à extrema esquerda é apenas uma intensificação de grau na busca de fins e valores que permanecem idênticos em essência. Passar da direita à "extrema direita" é mudar de fins e valores, é renegar o que se acreditava e, em nome de alguma urgência real ou fictícia, empunhar a bandeira do que se odiava, se desprezava e se temia. Constantino, Azevedo, Magnoli não fizeram isso. São odiados porque defendem o que sempre defenderam. Por isso o único meio de difamá-los é trocá-los de classificação, alistá-los à força no exército dos seus inimigos, identificá-los com tudo o que abominam e combatem.
Eis por que uma frase como a do sr. Paulo Moreira Leite – "passaram da direita à extrema direita" – é um expediente difamatório, não uma afirmação séria, digna de um intelecto respeitável.
A França dos falcões - GILLES LAPOUGE
O Estado de S.Paulo - 12/11
PARIS - Será que os americanos enlouqueceram? O que houve com eles? Agora, eles elogiam a França, sua prudência política e diplomática, enquanto, em geral, Paris desaba sob os sarcasmos e o menosprezo de todos os EUA. Esse amor louco e tardio dos americanos pelos franceses explica-se pelo que acaba de ocorrer em Genebra: enquanto o presidente Barack Obama e o Irã tentavam concluir um enésimo acordo sobre a questão nuclear, a França não hesitou em dizer que o pacto do Irã com os P5+1 (os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha) era algo indecente. Paris o vetou. De repente, em vez de assinar um acordo histórico após dez anos de negociações duras e perigosas, todos os chanceleres, furiosos, entraram em seus aviões e se foram. Voltarão a se reunir no dia 20.
Tal foi a nota diplomática destoante que granjeou à França ovações dos EUA. Não dos EUA como um todo, entretanto. Os que hoje aclamam Paris são os americanos que comumente odeiam Paris: os republicanos, a direita agressiva, os neoconservadores. Um dos falcões mais violentos, o senador Lindsey Graham, disse admirar a França porque ela fez fracassar o acordo com o Irã. "Deus seja louvado pela França", gritou. "Ela deverá se tornar uma excelente líder no Oriente Médio."
O republicano John McCain, candidato derrotado à Casa Branca, não ficou atrás. "A França teve a coragem de impedir um péssimo acordo com o Irã. Vive la France!" E Rick Grenell, que combatera a França na ONU na época da estúpida guerra de George W. Bush contra o Iraque, exultou: "Hoje à noite, vou comer french fries ("batatas fritas", em inglês)".
Mas por que, quando o acordo com o Irã foi aprovado por todos, dos EUA à Grã-Bretanha, até a China e mesmo a Rússia, a França, sozinha, derrubou dez anos de paciência e de negociações? Uma das explicações seria que o presidente francês, François Hollande, cuja popularidade está caindo nas sondagens, quis mostrar que tem estatura internacional e agarrou a ocasião.
Indubitavelmente, a França não gostou do comportamento de Obama na crise síria. Depois que o presidente sírio, Bashar Assad, usou as armas químicas, Hollande foi favorável a uma intervenção na Síria. De início, Obama mostrou seguir a mesma linha. Hollande, sentindo-se respaldado pelos poderosos EUA, fez estardalhaço, bancou o valentão, bateu no peito com seus pequenos punhos.
Mas, enquanto o francês soprava em seu clarim, Obama mudou o programa e desistiu de obrigar Assad a ceder. Pior ainda, negociou secretamente com o russo Vladimir Putin, e os dois encontraram uma solução na questão de Assad e das armas químicas, sem avisar Hollande. E ele, sozinho, continua soprando seu clarim.
A humilhação de Hollande foi completa e a França começou a se dar conta de que, para Obama, Paris (e quem sabe até a Europa em geral) não é grande coisa. Será que o líder francês quis retribuir com a mesma moeda derrubando o acordo nuclear com o Irã que deveria ser sua obra-prima diplomática?
Não acredito. Essas mesquinharias são indignas. Além disso, estou convencido de que Hollande é um homem de grande elevação intelectual e moral, que jamais concordaria com esse tipo de pequenas baixezas. Aliás, a França, depois de disparar o torpedo contra o tratado iraniano, recebeu as felicitações de outra personalidade inesperada, um falcão de outra procedência - o israelense Binyamin Netanyahu. E por que não?/TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
PARIS - Será que os americanos enlouqueceram? O que houve com eles? Agora, eles elogiam a França, sua prudência política e diplomática, enquanto, em geral, Paris desaba sob os sarcasmos e o menosprezo de todos os EUA. Esse amor louco e tardio dos americanos pelos franceses explica-se pelo que acaba de ocorrer em Genebra: enquanto o presidente Barack Obama e o Irã tentavam concluir um enésimo acordo sobre a questão nuclear, a França não hesitou em dizer que o pacto do Irã com os P5+1 (os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha) era algo indecente. Paris o vetou. De repente, em vez de assinar um acordo histórico após dez anos de negociações duras e perigosas, todos os chanceleres, furiosos, entraram em seus aviões e se foram. Voltarão a se reunir no dia 20.
Tal foi a nota diplomática destoante que granjeou à França ovações dos EUA. Não dos EUA como um todo, entretanto. Os que hoje aclamam Paris são os americanos que comumente odeiam Paris: os republicanos, a direita agressiva, os neoconservadores. Um dos falcões mais violentos, o senador Lindsey Graham, disse admirar a França porque ela fez fracassar o acordo com o Irã. "Deus seja louvado pela França", gritou. "Ela deverá se tornar uma excelente líder no Oriente Médio."
O republicano John McCain, candidato derrotado à Casa Branca, não ficou atrás. "A França teve a coragem de impedir um péssimo acordo com o Irã. Vive la France!" E Rick Grenell, que combatera a França na ONU na época da estúpida guerra de George W. Bush contra o Iraque, exultou: "Hoje à noite, vou comer french fries ("batatas fritas", em inglês)".
Mas por que, quando o acordo com o Irã foi aprovado por todos, dos EUA à Grã-Bretanha, até a China e mesmo a Rússia, a França, sozinha, derrubou dez anos de paciência e de negociações? Uma das explicações seria que o presidente francês, François Hollande, cuja popularidade está caindo nas sondagens, quis mostrar que tem estatura internacional e agarrou a ocasião.
Indubitavelmente, a França não gostou do comportamento de Obama na crise síria. Depois que o presidente sírio, Bashar Assad, usou as armas químicas, Hollande foi favorável a uma intervenção na Síria. De início, Obama mostrou seguir a mesma linha. Hollande, sentindo-se respaldado pelos poderosos EUA, fez estardalhaço, bancou o valentão, bateu no peito com seus pequenos punhos.
Mas, enquanto o francês soprava em seu clarim, Obama mudou o programa e desistiu de obrigar Assad a ceder. Pior ainda, negociou secretamente com o russo Vladimir Putin, e os dois encontraram uma solução na questão de Assad e das armas químicas, sem avisar Hollande. E ele, sozinho, continua soprando seu clarim.
A humilhação de Hollande foi completa e a França começou a se dar conta de que, para Obama, Paris (e quem sabe até a Europa em geral) não é grande coisa. Será que o líder francês quis retribuir com a mesma moeda derrubando o acordo nuclear com o Irã que deveria ser sua obra-prima diplomática?
Não acredito. Essas mesquinharias são indignas. Além disso, estou convencido de que Hollande é um homem de grande elevação intelectual e moral, que jamais concordaria com esse tipo de pequenas baixezas. Aliás, a França, depois de disparar o torpedo contra o tratado iraniano, recebeu as felicitações de outra personalidade inesperada, um falcão de outra procedência - o israelense Binyamin Netanyahu. E por que não?/TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
Eike! O Rei do XIS-Salada! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 12/11
O Pato desempatou! Pra desespero do Tite: 'Como você me faz uma coisa dessa, me tirar mais um empate?'
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! O Brasil tá exportando piada pronta! Dallas: "Mulher dorme no volante e invade loja de camas e colchões". Atlanta: "Exposição sobre Titanic' cancelada. Motivo: inundação da sala!". Rarará!
E um amigo meu ligou para uma clínica de impotência sexual e a telefonista: "Alô, quem FALHA?". "EU". Rarará!
E o Eike? O Eike abre uma nova empresa do seu império XIS: Xis-Salada! Eike vira o Rei do Xis-Salada! Ele vai abrir um trailer, na Barra, de xis-salada!
E a derrocada do Eike começou quando ele arrematou num leilão o terno de posse do Lula! Arrematar terno da uruca! Com a inhaca alheia. Com a inhaca do Lula. Rarará. Eikex Fudidex da Calotex arrematex o ternex do Lulex e dá uma urucax!
E tá dando uma Lulite Aguda em São Paulo: o Kassab não sabia, o Alckmin não sabia, o Serra não sabia. E eu sabia que eles sabiam. É tanta corrupção que São Paulo vai mudar de nome pra CorrupÇão Paulo! São Paulo com "c cedilha"!
E essa: "Mensaleiros se preparam pra cadeia e se informam sobre presídios". Eu informo, presídio vai virar flat! Com apart-celas: sem grade porque grade é cafona, banho de sol diário em Trancoso, na Bahia, e quentinha do Alex Atala delivery! E hidratante da Biotherm. Porque preso com pele seca é uma desgraça!
E o Pato? O Pato desempatou! Pra desespero do Tite: "Como você me faz uma coisa dessa, me tirar mais um empate?". O Pato desempatou e jogou o Fluminense pra zona de rebaixamento!
Mas diz que mais humilhante do que ir pra zona de rebaixamento é tomar um gol de pênalti do Pato. Acaba com o currículo de qualquer goleiro! Goleiro desmoralizado!
E o Cruzeiro? Na terra do real, Cruzeiro vira campeão? Cruzeiro é pré-Sarney! Tem que atualizar. Real não dá, porque não ganha, fica devendo. Muda pra dólar. Dólar Futebol Clube!
E pode perguntar pra qualquer mineiro: "Você prefere Cruzeiro campeão ou um queijo?". "Um queijo". Rarará. É mole? É mole, mas sobe!
Os Predestinados! Mais três para a minha série Os Predestinados! Direto de Copacabana, a veterinária: Lorena Guimarães CANINA! E direto da Paraíba, o economista: Celso Pinto Mangueira. Parabéns pelos dois! Já gostei dos dois, como disse a minha amiga. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
O Pato desempatou! Pra desespero do Tite: 'Como você me faz uma coisa dessa, me tirar mais um empate?'
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! O Brasil tá exportando piada pronta! Dallas: "Mulher dorme no volante e invade loja de camas e colchões". Atlanta: "Exposição sobre Titanic' cancelada. Motivo: inundação da sala!". Rarará!
E um amigo meu ligou para uma clínica de impotência sexual e a telefonista: "Alô, quem FALHA?". "EU". Rarará!
E o Eike? O Eike abre uma nova empresa do seu império XIS: Xis-Salada! Eike vira o Rei do Xis-Salada! Ele vai abrir um trailer, na Barra, de xis-salada!
E a derrocada do Eike começou quando ele arrematou num leilão o terno de posse do Lula! Arrematar terno da uruca! Com a inhaca alheia. Com a inhaca do Lula. Rarará. Eikex Fudidex da Calotex arrematex o ternex do Lulex e dá uma urucax!
E tá dando uma Lulite Aguda em São Paulo: o Kassab não sabia, o Alckmin não sabia, o Serra não sabia. E eu sabia que eles sabiam. É tanta corrupção que São Paulo vai mudar de nome pra CorrupÇão Paulo! São Paulo com "c cedilha"!
E essa: "Mensaleiros se preparam pra cadeia e se informam sobre presídios". Eu informo, presídio vai virar flat! Com apart-celas: sem grade porque grade é cafona, banho de sol diário em Trancoso, na Bahia, e quentinha do Alex Atala delivery! E hidratante da Biotherm. Porque preso com pele seca é uma desgraça!
E o Pato? O Pato desempatou! Pra desespero do Tite: "Como você me faz uma coisa dessa, me tirar mais um empate?". O Pato desempatou e jogou o Fluminense pra zona de rebaixamento!
Mas diz que mais humilhante do que ir pra zona de rebaixamento é tomar um gol de pênalti do Pato. Acaba com o currículo de qualquer goleiro! Goleiro desmoralizado!
E o Cruzeiro? Na terra do real, Cruzeiro vira campeão? Cruzeiro é pré-Sarney! Tem que atualizar. Real não dá, porque não ganha, fica devendo. Muda pra dólar. Dólar Futebol Clube!
E pode perguntar pra qualquer mineiro: "Você prefere Cruzeiro campeão ou um queijo?". "Um queijo". Rarará. É mole? É mole, mas sobe!
Os Predestinados! Mais três para a minha série Os Predestinados! Direto de Copacabana, a veterinária: Lorena Guimarães CANINA! E direto da Paraíba, o economista: Celso Pinto Mangueira. Parabéns pelos dois! Já gostei dos dois, como disse a minha amiga. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Justiça no futebol - HÉLIO SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 12/11
SÃO PAULO - A virtual vitória antecipada do Cruzeiro no Brasileirão traz à baila uma discussão recorrente: o campeonato por pontos corridos é melhor que o velho mata-mata? Parece haver certo consenso de que, embora a antiga fórmula nos reserve mais emoções, os pontos corridos são mais justos. Será?
Minha impressão, amparada num pouquinho de matemática, é que seria impraticável desenhar uma competição capaz de medir com exatidão qual o melhor time e, assim, assegurar a justeza do campeonato. Na verdade, a dificuldade se coloca não apenas para o futebol mas também para a esmagadora maioria das modalidades esportivas. O problema de fundo é que essas disputas encerram uma dose muito alta de aleatoriedade.
Imaginemos dois times e suponhamos que um deles seja ligeiramente melhor do que o outro, derrotando-o em 55% das disputas, descontados os empates. A questão é que, mesmo com essa superioridade, o mais fraco vence o mais forte em 9 de 20 partidas que não terminam com igual número de gols. Para eu poder afirmar qual é o melhor com segurança estatística (margem de erro de cinco pontos e intervalo de confiança de 95%), seria necessário que eles se enfrentassem nada menos do que 269 vezes (a conta é de Leonard Mlodinow e me foi confirmada pelo Datafolha).
Se os atletas já reclamam do calendário do jeito que está, o que não diriam de uma final de 269 jogos?
É certo que evitar semifinais e finais de um ou dois jogos já reduz o espaço do acaso, mas não há como ignorar que mesmo as 38 rodadas do Brasileirão, nas quais os times se enfrentam apenas duas vezes, são uma amostra pequena demais para dizer quem é o melhor. O objetivo de "fazer justiça", receio, é algo inatingível.
O lado bom dessa história é que nós, os torcedores dos 19 times que não foram campeões, podemos dizer de boca cheia que o fato de o Cruzeiro ter vencido, a rigor, não significa nada.
SÃO PAULO - A virtual vitória antecipada do Cruzeiro no Brasileirão traz à baila uma discussão recorrente: o campeonato por pontos corridos é melhor que o velho mata-mata? Parece haver certo consenso de que, embora a antiga fórmula nos reserve mais emoções, os pontos corridos são mais justos. Será?
Minha impressão, amparada num pouquinho de matemática, é que seria impraticável desenhar uma competição capaz de medir com exatidão qual o melhor time e, assim, assegurar a justeza do campeonato. Na verdade, a dificuldade se coloca não apenas para o futebol mas também para a esmagadora maioria das modalidades esportivas. O problema de fundo é que essas disputas encerram uma dose muito alta de aleatoriedade.
Imaginemos dois times e suponhamos que um deles seja ligeiramente melhor do que o outro, derrotando-o em 55% das disputas, descontados os empates. A questão é que, mesmo com essa superioridade, o mais fraco vence o mais forte em 9 de 20 partidas que não terminam com igual número de gols. Para eu poder afirmar qual é o melhor com segurança estatística (margem de erro de cinco pontos e intervalo de confiança de 95%), seria necessário que eles se enfrentassem nada menos do que 269 vezes (a conta é de Leonard Mlodinow e me foi confirmada pelo Datafolha).
Se os atletas já reclamam do calendário do jeito que está, o que não diriam de uma final de 269 jogos?
É certo que evitar semifinais e finais de um ou dois jogos já reduz o espaço do acaso, mas não há como ignorar que mesmo as 38 rodadas do Brasileirão, nas quais os times se enfrentam apenas duas vezes, são uma amostra pequena demais para dizer quem é o melhor. O objetivo de "fazer justiça", receio, é algo inatingível.
O lado bom dessa história é que nós, os torcedores dos 19 times que não foram campeões, podemos dizer de boca cheia que o fato de o Cruzeiro ter vencido, a rigor, não significa nada.
Um drama familiar - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 12/11
Os filhos de Amarildo de Souza, ajudante de pedreiro desaparecido desde o dia 14 de julho, enfrentam um novo drama. Procuram uma clínica para internar Elizabete Gomes da Silva, a Bete.
Segundo o advogado da família, João Tancredo, ela voltou, depois d cinco anos limpa, a usar drogas por causa do trauma sofrido com o desaparecimento do marido.
Retratos da vida...
Como muitas famílias nesta situação, a do Amarildo tenta se recompor. Dos seis filhos, dois, Emerson (20 anos) e Amarildo Jr. (18 anos), não tinham o nome do pai no registro e estão sendo submetidos a teste de DNA.
A casa de R$ 50 mil, doada por setores da sociedade civil liderados por Paula Lavigne e Caetano Veloso foi posta em nome dos filhos, embora de usufruto da mãe.
Democracia é melhor
Chamou a atenção da plateia a apresentação de alunos de uma escola de bacanas, em Brasília, sobre grande vultos da História brasileira.
Uma das turmas, acredite, fez trabalho elogiando Jarbas Passarinho, o ministro da ditadura militar que disse “às favas com os escrúpulos” quando assinou o AI-5. Bem... a dona da tal escola é filha de Jarbas.
É grave a crise
Eike Sempre Ele Batista cancelou um contrato de aluguel de 300 vagas de garagem em um estacionamento subterrâneo no Centro do Rio.
Fica ali na Cinelândia.
A diverticulite de FH
Dilma convidou todos os ex-presidentes vivos para a cerimônia de chegada dos restos mortais de João Goulart, quinta agora, em Brasília.
Só FH não irá. Ele ainda se recupera de uma diverticulite.
O herói de Dilma
Dilma, como se sabe, lembrou, semana passada, que não perdia a radionovela “Jerônimo, o herói do sertão”, escrita na década de 50 por Moysés Weltman (1932—1985).
Pois bem. Fernando Lattman-Weltman, pesquisador do Cpdoc da FGV e filho do novelista, tenta captar junto a empresas R$ 730 mil pela Lei Rouanet. É para digitalizar e exibir na internet, gratuitamente, toda a obra artística do pai, que se encontra hoje depositada no Arquivo Nacional.
Segue...
Segundo Fernando, essa obra corre risco de deterioração por conta da fadiga natural do material.
O acervo tem fitas de áudio com episódios inteiros do “Herói do sertão” e filmes de 16 e 35mm sobre a História do Brasil, produzidos nos anos 50.
Kramer vs. Kramer
Após cinco anos, a 2ª Câmara Cível do Rio julgou improcedente a ação movida por uma das filhas de Raul Seixas, Scarlet, contra a realização do show “O baú do Raul”, promovido por Kika e Vivian Seixas, mulher e filha do saudoso músico, no Morro da Urca.
Não está fácil para ninguém
O Osteria Dell’Angolo, restaurante chique em Ipanema, oferece desconto de 15% a quem... pagar em dinheiro. Só vale pra quem tiver bebido vinho.
Chanel falsificado
A grife Chanel vai receber R$ 10 mil da empresa I. C. Hoichman. A decisão é da 5ª Câmara Cível do Rio.
A importadora brasileira é apontada como responsável por um contêiner, apreendido pela Alfândega, que tinha mais de 30 mil óculos falsificados como se fossem da famosa marca francesa.
Capital cultural?
O que leva o carioca a não ir a cinema, teatro ou museu? Preço de ingresso, transporte ou segurança?
Nada disso. Falta... interesse mesmo. É o que revela uma pesquisa pedida pelo secretário Sérgio Sá Leitão sobre os novos hábitos culturais do carioca.
No caso do cinema, o desinteresse é apontado por 48% dos entrevistados. No teatro, por 53%, e no museu, por 65%.
Quem vem
O reverendo Jesse Jackson, duas vezes pré-candidato às eleições presidenciais dos EUA e um dos principais ativistas pelos direitos civis dos negros, vem ao Brasil.
Jackson vai participar de um debate com Gilberto Gil, no festival Back2Black, sábado, na Cidade das Artes, no Rio.
Não são seis dias
Veja como é péssimo o serviço de bordo em umas voadoras. No voo AD 4233, da Azul, que saiu domingo às 17h32 de Campinas, com destino ao Rio, as aeromoças serviram pacotes de batata frita fora da validade. Este pacote, veja acima, estava vencido há seis meses.
Segundo o advogado da família, João Tancredo, ela voltou, depois d cinco anos limpa, a usar drogas por causa do trauma sofrido com o desaparecimento do marido.
Retratos da vida...
Como muitas famílias nesta situação, a do Amarildo tenta se recompor. Dos seis filhos, dois, Emerson (20 anos) e Amarildo Jr. (18 anos), não tinham o nome do pai no registro e estão sendo submetidos a teste de DNA.
A casa de R$ 50 mil, doada por setores da sociedade civil liderados por Paula Lavigne e Caetano Veloso foi posta em nome dos filhos, embora de usufruto da mãe.
Democracia é melhor
Chamou a atenção da plateia a apresentação de alunos de uma escola de bacanas, em Brasília, sobre grande vultos da História brasileira.
Uma das turmas, acredite, fez trabalho elogiando Jarbas Passarinho, o ministro da ditadura militar que disse “às favas com os escrúpulos” quando assinou o AI-5. Bem... a dona da tal escola é filha de Jarbas.
É grave a crise
Eike Sempre Ele Batista cancelou um contrato de aluguel de 300 vagas de garagem em um estacionamento subterrâneo no Centro do Rio.
Fica ali na Cinelândia.
A diverticulite de FH
Dilma convidou todos os ex-presidentes vivos para a cerimônia de chegada dos restos mortais de João Goulart, quinta agora, em Brasília.
Só FH não irá. Ele ainda se recupera de uma diverticulite.
O herói de Dilma
Dilma, como se sabe, lembrou, semana passada, que não perdia a radionovela “Jerônimo, o herói do sertão”, escrita na década de 50 por Moysés Weltman (1932—1985).
Pois bem. Fernando Lattman-Weltman, pesquisador do Cpdoc da FGV e filho do novelista, tenta captar junto a empresas R$ 730 mil pela Lei Rouanet. É para digitalizar e exibir na internet, gratuitamente, toda a obra artística do pai, que se encontra hoje depositada no Arquivo Nacional.
Segue...
Segundo Fernando, essa obra corre risco de deterioração por conta da fadiga natural do material.
O acervo tem fitas de áudio com episódios inteiros do “Herói do sertão” e filmes de 16 e 35mm sobre a História do Brasil, produzidos nos anos 50.
Kramer vs. Kramer
Após cinco anos, a 2ª Câmara Cível do Rio julgou improcedente a ação movida por uma das filhas de Raul Seixas, Scarlet, contra a realização do show “O baú do Raul”, promovido por Kika e Vivian Seixas, mulher e filha do saudoso músico, no Morro da Urca.
Não está fácil para ninguém
O Osteria Dell’Angolo, restaurante chique em Ipanema, oferece desconto de 15% a quem... pagar em dinheiro. Só vale pra quem tiver bebido vinho.
Chanel falsificado
A grife Chanel vai receber R$ 10 mil da empresa I. C. Hoichman. A decisão é da 5ª Câmara Cível do Rio.
A importadora brasileira é apontada como responsável por um contêiner, apreendido pela Alfândega, que tinha mais de 30 mil óculos falsificados como se fossem da famosa marca francesa.
Capital cultural?
O que leva o carioca a não ir a cinema, teatro ou museu? Preço de ingresso, transporte ou segurança?
Nada disso. Falta... interesse mesmo. É o que revela uma pesquisa pedida pelo secretário Sérgio Sá Leitão sobre os novos hábitos culturais do carioca.
No caso do cinema, o desinteresse é apontado por 48% dos entrevistados. No teatro, por 53%, e no museu, por 65%.
Quem vem
O reverendo Jesse Jackson, duas vezes pré-candidato às eleições presidenciais dos EUA e um dos principais ativistas pelos direitos civis dos negros, vem ao Brasil.
Jackson vai participar de um debate com Gilberto Gil, no festival Back2Black, sábado, na Cidade das Artes, no Rio.
Não são seis dias
Veja como é péssimo o serviço de bordo em umas voadoras. No voo AD 4233, da Azul, que saiu domingo às 17h32 de Campinas, com destino ao Rio, as aeromoças serviram pacotes de batata frita fora da validade. Este pacote, veja acima, estava vencido há seis meses.
EU DEPENDO...DE VOCÊ - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 12/11
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) retoma hoje o julgamento do pedido de pensão da ex-primeira-dama Rosane Collor. Ela quer continuar recebendo 30 salários mínimos mensais (cerca de R$ 20 mil) do ex-presidente Fernando Collor, além do direito sobre imóveis estimados em R$ 950 mil.
TUDO PARADO
O caso pode firmar jurisprudência sobre uma tese defendida por Rosane que é relativamente nova nos tribunais: ela pede o pagamento de "alimentos compensatórios". Sustenta que foi obrigada a não trabalhar pelas circunstâncias de o ex-marido ser presidente da República quando eram casados.
EMPATE
A tese abre a possibilidade de pagamento, já que um simples pedido de pensão seria provavelmente negado a ela. Por ser jovem, era grande a possibilidade de o STJ entender que a ex-primeira-dama pode trabalhar e não precisa de pensão. A questão agora é ao menos polêmica: a votação está empatada em um a um. Outros três magistrados devem votar hoje.
PONTO FINAL
Ivo Herzog, presidente do Instituto Vladimir Herzog, está deixando o conselho da Fundação Padre Anchieta, por sérias divergências com a atual gestão da TV Cultura.
FELIZ NATAL
Donos de pequenos negócios estão com boa expectativa para o fim de ano. Segundo pesquisa do Sebrae, 96% acreditam que vão aumentar ou manter o faturamento até dezembro. E 98% deles esperam estabilidade ou crescimento nos empregos. As taxas são melhores que as registradas em 2012 --94% e 97%, respectivamente.
FELIZ NATAL 2
Para Luiz Barretto, presidente do Sebrae, o bom desempenho que as empresas tiveram durante o ano influencia o otimismo.
OPERAÇÃO ABAFA
Além de dar "um tiro" num aliado potencial do PT ao deflagrar a operação que prendeu fiscais suspeitos de corrupção na gestão de Gilberto Kassab (PSD-SP), o prefeito Fernando Haddad é criticado por dirigentes paulistas do partido por outro "efeito colateral": tirar das manchetes o escândalo do metrô de SP, que atinge o PSDB.
OPERAÇÃO ABAFA 2
Os mesmos dirigentes, em almoço na semana passada, afirmavam, contrariados, que Haddad teria que resolver o "dilema patológico" de "ser prefeito ou ser policial". A opinião foi compartilhada com a Folha no momento em que o encontro de descontentes era realizado.
CENOURA E BRONZE
Ronaldo segue em temporada em Londres com a namorada, a DJ Paula Morais, de onde mantém o olho nos negócios. O ex-craque continua em tratativas, por exemplo, para adquirir os direitos de publicação da revista "Playboy" no Brasil.
FOGO AMIGO
Filho do bispo Edir Macedo, Moysés Macedo criticou a Record e a Globo anteontem no Twitter. Ele, que é assessor da vice-presidência na emissora do pai, escreveu --e apagou o texto horas depois-- que os dois canais são "lixo puro". E que o "SBT só não está pq o jornalismo é inexistente" (sic). A Record não comenta o assunto.
ARQUIVO
E a emissora de Silvio Santos foi inocentada no caso de dois garotos que, imitando um mágico que apareceu no programa de Gugu Liberato, atearam fogo às próprias vestes. Uma das crianças teve queimaduras em 30% do corpo e até hoje, dez anos depois, tem sequelas. O STJ entendeu que, apesar da tragédia, não era possível estabelecer nexo de causalidade entre os fatos.
DEBAIXO DOS CARACÓIS
A cantora Simone recebeu convidados como Marina Lima na estreia do show "É Melhor Ser", no Complexo Ohtake Cultural. A atriz e dramaturga Denise Stoklos, a atriz Tuna Dwek e o estilista Lino Villaventura, com a mulher e sócia, Inez, estiveram no evento. O casal de empresários Claudio Pessutti e Helena Caio e a apresentadora Mariana Kupfer também passaram por lá.
VISTA MUSICAL
Os atores Reynaldo Gianecchini, Alessandra Negrini e Thalles Cabral foram ao camarote do festival de música Planeta Terra, realizado no sábado, no Campo de Marte, em São Paulo. A banda inglesa Blur e a cantora americana Lana Del Rey foram algumas das atrações.
CURTO-CIRCUITO
Duca Leindecker autografa "O Menino que Pintava Sonhos", hoje, às 19h, na Fnac da avenida Paulista.
Hebe Camargo é homenageada em mesa decorada criada por João Armentano para mostra que abre hoje no D&D Shopping.
A Secretaria de Educação de Santo André capacita professores neste mês para o ensino da cultura indígena nas escolas municipais.
A Timberland celebra 40 anos com festa para convidados, hoje, na Cartel 011.
TUDO PARADO
O caso pode firmar jurisprudência sobre uma tese defendida por Rosane que é relativamente nova nos tribunais: ela pede o pagamento de "alimentos compensatórios". Sustenta que foi obrigada a não trabalhar pelas circunstâncias de o ex-marido ser presidente da República quando eram casados.
EMPATE
A tese abre a possibilidade de pagamento, já que um simples pedido de pensão seria provavelmente negado a ela. Por ser jovem, era grande a possibilidade de o STJ entender que a ex-primeira-dama pode trabalhar e não precisa de pensão. A questão agora é ao menos polêmica: a votação está empatada em um a um. Outros três magistrados devem votar hoje.
PONTO FINAL
Ivo Herzog, presidente do Instituto Vladimir Herzog, está deixando o conselho da Fundação Padre Anchieta, por sérias divergências com a atual gestão da TV Cultura.
FELIZ NATAL
Donos de pequenos negócios estão com boa expectativa para o fim de ano. Segundo pesquisa do Sebrae, 96% acreditam que vão aumentar ou manter o faturamento até dezembro. E 98% deles esperam estabilidade ou crescimento nos empregos. As taxas são melhores que as registradas em 2012 --94% e 97%, respectivamente.
FELIZ NATAL 2
Para Luiz Barretto, presidente do Sebrae, o bom desempenho que as empresas tiveram durante o ano influencia o otimismo.
OPERAÇÃO ABAFA
Além de dar "um tiro" num aliado potencial do PT ao deflagrar a operação que prendeu fiscais suspeitos de corrupção na gestão de Gilberto Kassab (PSD-SP), o prefeito Fernando Haddad é criticado por dirigentes paulistas do partido por outro "efeito colateral": tirar das manchetes o escândalo do metrô de SP, que atinge o PSDB.
OPERAÇÃO ABAFA 2
Os mesmos dirigentes, em almoço na semana passada, afirmavam, contrariados, que Haddad teria que resolver o "dilema patológico" de "ser prefeito ou ser policial". A opinião foi compartilhada com a Folha no momento em que o encontro de descontentes era realizado.
CENOURA E BRONZE
Ronaldo segue em temporada em Londres com a namorada, a DJ Paula Morais, de onde mantém o olho nos negócios. O ex-craque continua em tratativas, por exemplo, para adquirir os direitos de publicação da revista "Playboy" no Brasil.
FOGO AMIGO
Filho do bispo Edir Macedo, Moysés Macedo criticou a Record e a Globo anteontem no Twitter. Ele, que é assessor da vice-presidência na emissora do pai, escreveu --e apagou o texto horas depois-- que os dois canais são "lixo puro". E que o "SBT só não está pq o jornalismo é inexistente" (sic). A Record não comenta o assunto.
ARQUIVO
E a emissora de Silvio Santos foi inocentada no caso de dois garotos que, imitando um mágico que apareceu no programa de Gugu Liberato, atearam fogo às próprias vestes. Uma das crianças teve queimaduras em 30% do corpo e até hoje, dez anos depois, tem sequelas. O STJ entendeu que, apesar da tragédia, não era possível estabelecer nexo de causalidade entre os fatos.
DEBAIXO DOS CARACÓIS
A cantora Simone recebeu convidados como Marina Lima na estreia do show "É Melhor Ser", no Complexo Ohtake Cultural. A atriz e dramaturga Denise Stoklos, a atriz Tuna Dwek e o estilista Lino Villaventura, com a mulher e sócia, Inez, estiveram no evento. O casal de empresários Claudio Pessutti e Helena Caio e a apresentadora Mariana Kupfer também passaram por lá.
VISTA MUSICAL
Os atores Reynaldo Gianecchini, Alessandra Negrini e Thalles Cabral foram ao camarote do festival de música Planeta Terra, realizado no sábado, no Campo de Marte, em São Paulo. A banda inglesa Blur e a cantora americana Lana Del Rey foram algumas das atrações.
CURTO-CIRCUITO
Duca Leindecker autografa "O Menino que Pintava Sonhos", hoje, às 19h, na Fnac da avenida Paulista.
Hebe Camargo é homenageada em mesa decorada criada por João Armentano para mostra que abre hoje no D&D Shopping.
A Secretaria de Educação de Santo André capacita professores neste mês para o ensino da cultura indígena nas escolas municipais.
A Timberland celebra 40 anos com festa para convidados, hoje, na Cartel 011.
A base bate cabeça - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 12/11
O líder do PT, José Guimarães, não endossa o protesto do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), contra o uso da urgência constitucional pelo Executivo. O petista prega o entendimento e adverte: “Uma crise vai cair no nosso colo, no colo da base e do Henrique Alves”. Ele ironiza lembrando que no primeiro semestre o bicho-papão era o excesso de medidas provisórias, e agora chegou a vez das urgências constitucionais.
Oposição avaliza protesto
Mas, se os petistas não simpatizam com o protesto do presidente da Câmara, a oposição aplaude o desabafo de Henrique Alves. O líder do PSDB, Carlos Sampaio, concorda: “Ficamos reféns do Executivo, que tem o poder de paralisar a Casa”. O tucano reconhece que o uso de expedientes pelo Executivo para segurar o ritmo das votações da Câmara não é novidade, mas diz que o governo Dilma exagera. Para evitar a ampliação das arestas na base do governo, o PT está propondo um entendimento pelo qual nos próximos 40 dias, antes do recesso, a Casa vote: “Orçamento, Código de Processo Civil, reajuste dos agentes comunitários de Saúde e marco civil da internet”.
“As políticas sociais já não terão mais o peso que tiveram em eleições passadas. Elas já foram precificadas pelos eleitores”
Aécio Neves
Presidente do PSDB e candidato à Presidência da República, sobre o Bolsa Família
Pressão dos trabalhadores
As centrais sindicais (CUT, Força Sindical e CTB) realizam protesto hoje. Querem que o governo Dilma aprove o fim do Fator Previdenciário e a correção da tabela do Imposto de Renda, para que pague menos quem ganha menos.
Não é mais aquele
A cantora Alcione acaba de descobrir que anda em baixa, no Ceará, um de seus expoentes, Ciro Gomes. No fim de semana, num show em Fortaleza, ela tentou fazer graça com a plateia. Lá pelas tantas, falou de Ciro Gomes, chamando-o de grande personalidade e grande referência da política cearense. Para sua surpresa, o público não gostou e vaiou.
A história se repete
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) está anunciando que vai disputar a candidatura a presidente na convenção do partido. Requião fez o mesmo em 2010, mas venceu disparado o apoio à presidente Dilma, tendo Michel Temer de vice.
O tamanho da divergência
As relações políticas entre o candidato do PSDB Aécio Neves e o ex-governador José Serra se prestam a toda sorte de especulações. Mas um tucano, unha e carne de Aécio, não vê drama algum. Ele justifica: “Quando Napoleão invadiu Roma, o Papa fez cara feia. Quando soube disso, ele mandou perguntar: ‘Quantas divisões o Papa tem? Quantas divisões o Serra tem?”.
O revisionismo
Analistas políticos registram como reviravolta a homenagem dos petistas ao ex-presidente João Goulart. O PT foi criado para ser uma negação do trabalhismo, ao qual se referem como “populista”.
Melhorou, mas nem tanto
O governo festejou a redução da violência, mas o doutor em Estatística da UFMG Gustavo Lana, analisando o perfil socioeconômico do país, diz que o índice de assassinatos deveria ser de 9,5 por 100 mil habitantes, e não os 24,3 registrados.
OS SERRISTAS defendem uma chapa puro-sangue ao governo paulista. O vereador Andrea Matarazzo é o nome do grupo para vice de Geraldo Alckmin.
Oposição avaliza protesto
Mas, se os petistas não simpatizam com o protesto do presidente da Câmara, a oposição aplaude o desabafo de Henrique Alves. O líder do PSDB, Carlos Sampaio, concorda: “Ficamos reféns do Executivo, que tem o poder de paralisar a Casa”. O tucano reconhece que o uso de expedientes pelo Executivo para segurar o ritmo das votações da Câmara não é novidade, mas diz que o governo Dilma exagera. Para evitar a ampliação das arestas na base do governo, o PT está propondo um entendimento pelo qual nos próximos 40 dias, antes do recesso, a Casa vote: “Orçamento, Código de Processo Civil, reajuste dos agentes comunitários de Saúde e marco civil da internet”.
“As políticas sociais já não terão mais o peso que tiveram em eleições passadas. Elas já foram precificadas pelos eleitores”
Aécio Neves
Presidente do PSDB e candidato à Presidência da República, sobre o Bolsa Família
Pressão dos trabalhadores
As centrais sindicais (CUT, Força Sindical e CTB) realizam protesto hoje. Querem que o governo Dilma aprove o fim do Fator Previdenciário e a correção da tabela do Imposto de Renda, para que pague menos quem ganha menos.
Não é mais aquele
A cantora Alcione acaba de descobrir que anda em baixa, no Ceará, um de seus expoentes, Ciro Gomes. No fim de semana, num show em Fortaleza, ela tentou fazer graça com a plateia. Lá pelas tantas, falou de Ciro Gomes, chamando-o de grande personalidade e grande referência da política cearense. Para sua surpresa, o público não gostou e vaiou.
A história se repete
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) está anunciando que vai disputar a candidatura a presidente na convenção do partido. Requião fez o mesmo em 2010, mas venceu disparado o apoio à presidente Dilma, tendo Michel Temer de vice.
O tamanho da divergência
As relações políticas entre o candidato do PSDB Aécio Neves e o ex-governador José Serra se prestam a toda sorte de especulações. Mas um tucano, unha e carne de Aécio, não vê drama algum. Ele justifica: “Quando Napoleão invadiu Roma, o Papa fez cara feia. Quando soube disso, ele mandou perguntar: ‘Quantas divisões o Papa tem? Quantas divisões o Serra tem?”.
O revisionismo
Analistas políticos registram como reviravolta a homenagem dos petistas ao ex-presidente João Goulart. O PT foi criado para ser uma negação do trabalhismo, ao qual se referem como “populista”.
Melhorou, mas nem tanto
O governo festejou a redução da violência, mas o doutor em Estatística da UFMG Gustavo Lana, analisando o perfil socioeconômico do país, diz que o índice de assassinatos deveria ser de 9,5 por 100 mil habitantes, e não os 24,3 registrados.
OS SERRISTAS defendem uma chapa puro-sangue ao governo paulista. O vereador Andrea Matarazzo é o nome do grupo para vice de Geraldo Alckmin.
Não vamos falar de SP - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 12/11
O ex-presidente Lula entrou em campo para assegurar que a troca de chumbo entre Fernando Haddad e Gilberto Kassab não inviabilizasse o apoio do PSD à reeleição de Dilma Rousseff. Em encontro na semana passada, Lula e Kassab conversaram sobre a conveniência de dar uma indicação formal de aliança desde já. O ex-prefeito deve fazer já na próxima semana o anúncio de que, por vontade da maioria dos diretórios regionais, o PSD integrará a coalizão dilmista em 2014.
Brigada... O presidente nacional do PT, Rui Falcão, conversou com o ex-prefeito nos últimos dias, depois de Kassab telefonar para lhe desejar sorte na eleição interna.
... de incêndio Dirigente petista comemora que Kassab, em entrevista à Folha, tenha poupado Dilma. "Um soldado o tratou mal, mas não significa que toda a nossa tropa seja sua inimiga", diz, referindo-se a Haddad.
Tempo... A Justiça voltou a suspender a licitação do governo de São Paulo para a PPP dos piscinões, liderada pela Técnica. A construtora é subsidiária da Delta, que está impedida de contratar com o governo federal e foi investigada em CPI do Congresso.
... é dinheiro A indefinição criará gastos extras para o Palácio dos Bandeirantes, que lançou licitação emergencial para a limpeza de 25 piscinões com preço inicial de cerca de R$ 4 milhões.
Tucanocracia Marineiros ampliaram pressão para impedir que o PSB apoie a reeleição de Geraldo Alckmin em São Paulo. "Como vice e governador, ele está há mais tempo no poder que Bashar al-Assad", diz Celio Turino, porta-voz da Rede no Estado.
Elixir A alternativa do grupo, uma chapa com Luiza Erundina e Walter Feldman, ganhou slogan no sábado: "Sonhos não envelhecem". Erundina tem 78 anos e sua idade já foi apontada como empecilho à campanha.
Lavada O PMDB comemorou a expectativa de vitória de Rui Falcão na eleição interna do PT. A sigla de Michel Temer acredita que a vantagem de votos do atual presidente vai calar as alas insatisfeitas com a aliança.
Unção Em reunião no dia 19, a cúpula do PMDB tentará aplacar a resistência interna para levar o grupo da senadora Kátia Abreu ao comando do partido em Tocantins.
Adubo 1 O IDS, instituto que coordena estudos para um possível programa de governo da Rede, articula a criação de um grupo de estudos fixo sobre o agronegócio.
Adubo 2 O tema foi motivo do primeiro atrito entre o grupo de Marina Silva e Eduardo Campos após a filiação da ex-senadora ao PSB. Ontem, o governador de Pernambuco participou de jantar com expoentes do setor.
Com lastro Pressionados para não votar projetos que criam despesas para a União, deputados lembram que o autor de uma das propostas que estabelece piso nacional para policiais militares foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2009.
Plano B Em busca de acordo para a renegociação da dívida de Estados e municípios, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado discute texto de Paulo Bauer (PSDB-SC) que cria fundo de incentivo para os governos que não quiserem mudar o indexador dos débitos.
Carochinha O texto, no entanto, é chamado de "solução de mentirinha" nos corredores da Casa. A criação de fundos é matéria orçamentária e, portanto, só pode ser proposta pelo Executivo. O projeto, se aprovado, corre o risco de ser vetado por Dilma.
com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA
tiroteio
"Haddad e Kassab se atacam sobre corrupção enquanto ela varre a cidade como o Haiyan, deixando milhares sem creche ou transporte."
DO VEREADOR RICARDO YOUNG (PPS), sobre a troca de farpas entre o prefeito e seu antecessor após as investigações de irregularidades na arrecadação.
contraponto
Clima quente
Durante as comemorações do aniversário de São Vicente, na Baixada Santista, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assistiu a uma peça de teatro sobre a fundação da cidade, na praia.
Depois do evento, relatou a experiência do teatro ao ar livre a alguns correligionários.
-- Estava lotado, tinha 10 mil pessoas, mas ninguém queria ver o Martim Afonso de Sousa.
Diante do estranhamento, emendou:
--Só tinham olhos para a índia, não é? É que a filha do cacique Tibiriçá estava pouco vestida!
O ex-presidente Lula entrou em campo para assegurar que a troca de chumbo entre Fernando Haddad e Gilberto Kassab não inviabilizasse o apoio do PSD à reeleição de Dilma Rousseff. Em encontro na semana passada, Lula e Kassab conversaram sobre a conveniência de dar uma indicação formal de aliança desde já. O ex-prefeito deve fazer já na próxima semana o anúncio de que, por vontade da maioria dos diretórios regionais, o PSD integrará a coalizão dilmista em 2014.
Brigada... O presidente nacional do PT, Rui Falcão, conversou com o ex-prefeito nos últimos dias, depois de Kassab telefonar para lhe desejar sorte na eleição interna.
... de incêndio Dirigente petista comemora que Kassab, em entrevista à Folha, tenha poupado Dilma. "Um soldado o tratou mal, mas não significa que toda a nossa tropa seja sua inimiga", diz, referindo-se a Haddad.
Tempo... A Justiça voltou a suspender a licitação do governo de São Paulo para a PPP dos piscinões, liderada pela Técnica. A construtora é subsidiária da Delta, que está impedida de contratar com o governo federal e foi investigada em CPI do Congresso.
... é dinheiro A indefinição criará gastos extras para o Palácio dos Bandeirantes, que lançou licitação emergencial para a limpeza de 25 piscinões com preço inicial de cerca de R$ 4 milhões.
Tucanocracia Marineiros ampliaram pressão para impedir que o PSB apoie a reeleição de Geraldo Alckmin em São Paulo. "Como vice e governador, ele está há mais tempo no poder que Bashar al-Assad", diz Celio Turino, porta-voz da Rede no Estado.
Elixir A alternativa do grupo, uma chapa com Luiza Erundina e Walter Feldman, ganhou slogan no sábado: "Sonhos não envelhecem". Erundina tem 78 anos e sua idade já foi apontada como empecilho à campanha.
Lavada O PMDB comemorou a expectativa de vitória de Rui Falcão na eleição interna do PT. A sigla de Michel Temer acredita que a vantagem de votos do atual presidente vai calar as alas insatisfeitas com a aliança.
Unção Em reunião no dia 19, a cúpula do PMDB tentará aplacar a resistência interna para levar o grupo da senadora Kátia Abreu ao comando do partido em Tocantins.
Adubo 1 O IDS, instituto que coordena estudos para um possível programa de governo da Rede, articula a criação de um grupo de estudos fixo sobre o agronegócio.
Adubo 2 O tema foi motivo do primeiro atrito entre o grupo de Marina Silva e Eduardo Campos após a filiação da ex-senadora ao PSB. Ontem, o governador de Pernambuco participou de jantar com expoentes do setor.
Com lastro Pressionados para não votar projetos que criam despesas para a União, deputados lembram que o autor de uma das propostas que estabelece piso nacional para policiais militares foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2009.
Plano B Em busca de acordo para a renegociação da dívida de Estados e municípios, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado discute texto de Paulo Bauer (PSDB-SC) que cria fundo de incentivo para os governos que não quiserem mudar o indexador dos débitos.
Carochinha O texto, no entanto, é chamado de "solução de mentirinha" nos corredores da Casa. A criação de fundos é matéria orçamentária e, portanto, só pode ser proposta pelo Executivo. O projeto, se aprovado, corre o risco de ser vetado por Dilma.
com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA
tiroteio
"Haddad e Kassab se atacam sobre corrupção enquanto ela varre a cidade como o Haiyan, deixando milhares sem creche ou transporte."
DO VEREADOR RICARDO YOUNG (PPS), sobre a troca de farpas entre o prefeito e seu antecessor após as investigações de irregularidades na arrecadação.
contraponto
Clima quente
Durante as comemorações do aniversário de São Vicente, na Baixada Santista, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assistiu a uma peça de teatro sobre a fundação da cidade, na praia.
Depois do evento, relatou a experiência do teatro ao ar livre a alguns correligionários.
-- Estava lotado, tinha 10 mil pessoas, mas ninguém queria ver o Martim Afonso de Sousa.
Diante do estranhamento, emendou:
--Só tinham olhos para a índia, não é? É que a filha do cacique Tibiriçá estava pouco vestida!
Operação amarra-aliado - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 12/11
A presidente Dilma Rousseff resiste a deixar os ministros candidatos no governo até abril do ano que vem por dois motivos: primeiro, é hora de definir desde já quem estará ao lado dela na campanha pela reeleição ou prefere ficar “solto”. Além disso, será possível compensar, com cargos no primeiro escalão, aqueles a quem o PT deseja passar o trator nos estados, leia-se o PMDB do Rio de Janeiro. Falta, entretanto, combinar esse jogo com os partidos.
O PMDB está desconfiado de que, passadas as eleições petistas, o PT fará barulho para apresentar seus candidatos nos maiores colégios eleitorais, deixando para os aliados a “periferia”. Não por acaso, os peemedebistas têm uma convenção pré-agendada para março, e os demais também estão muito insatisfeitos com a história de palanque duplo. E, sabe como é, a reforma e os compromissos de hoje em política sempre podem mudar amanhã. Se Dilma não amarrar muito bem esses barcos que a cercam, muitos deles podem seguir para outros portos.
Atenção, eleitores…
A votação do orçamento impositivo será usada para expor os petistas como aqueles que não desejam dar mais recursos para a saúde. Basta ver os alinhamentos. A Frente da Saúde deseja o “Saúde+10”, ou seja, R$ 46 bilhões. O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) tem uma emenda que acresce R$ 19 bilhões à conta. E a proposta acordada com o governo e a base fechou no acréscimo de R$ 6 bilhões.
…Isso faz mal ao PT
A votação do orçamento impositivo é aberta e os petistas se vaem obrigados a seguir o governo. Antigos aliados, entretanto, não têm a mesma obrigação. O PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, apoiou o pedido para votar a emenda Lucena hoje. Não é à toa que Lula gasta a maior saliva com aliados em busca de nomes de seu partido para concorrer ao Senado. O ex-presidente considera que, se Dilma for reeleita, terá que compensar os socialistas perdidos.
R$ 9 bilhões
É o que falta este ano para que o Ministério da Saúde feche seu orçamento. Com essa área servindo de vitrine eleitoral de Dilma e do PT em São Paulo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, aperta dali e estica acolá para garantir os recursos
Guerrilha
Aliados de Gilberto Kassab, do PSD, espalham aos quatro ventos que o partido não suportará sozinho o desgaste causado pelo escândalo de corrupção envolvendo auditores da prefeitura de São Paulo. Outras legendas terminarão enroscadas na trama.
Ranking incômodo 1/ A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lança, no dia 20 deste mês, o guia de desburocratização para prefeitos e candidatos às eleições do ano que vem. A ideia surgiu depois que o ranking Doing Business 2014, do Banco Mundial, apontou o Brasil na 116ª posição, em 189 países, atrás de nações como Botsuana. O país da América do Sul melhor colocado é o Chile, 34º.
Ranking incômodo 2/ Para quem não viu o relatório, vale lembrar que, além da constrangedora colocação geral, o Brasil ficou em 123º no quesito facilidade em começar um negócio, em 135º na categoria “resolver insolvências” e em 80º no que se refere à proteção de investidores. Os prefeitos receberão uma cartilha do presidente da CNI, Robson Andrade (foto), para ver se ajudam a melhorar essas posições no futuro.
Not available…/ Dada a quantidade de deputados que ontem estavam com o telefone respondendo via operadora internacional, com a mensagem em inglês “o número que você ligou não está disponível no momento”, talvez o governo aposte certo de que esta semana de feriado será emendada por muitos. Vamos ver.
Presente!/ O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) não perde uma exposição do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo país afora. Pelo visto, ele o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB-DF) continuam na lida para ver quem consegue emplacar a candidatura de governador com as bênçãos do presidente do partido.
O PMDB está desconfiado de que, passadas as eleições petistas, o PT fará barulho para apresentar seus candidatos nos maiores colégios eleitorais, deixando para os aliados a “periferia”. Não por acaso, os peemedebistas têm uma convenção pré-agendada para março, e os demais também estão muito insatisfeitos com a história de palanque duplo. E, sabe como é, a reforma e os compromissos de hoje em política sempre podem mudar amanhã. Se Dilma não amarrar muito bem esses barcos que a cercam, muitos deles podem seguir para outros portos.
Atenção, eleitores…
A votação do orçamento impositivo será usada para expor os petistas como aqueles que não desejam dar mais recursos para a saúde. Basta ver os alinhamentos. A Frente da Saúde deseja o “Saúde+10”, ou seja, R$ 46 bilhões. O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) tem uma emenda que acresce R$ 19 bilhões à conta. E a proposta acordada com o governo e a base fechou no acréscimo de R$ 6 bilhões.
…Isso faz mal ao PT
A votação do orçamento impositivo é aberta e os petistas se vaem obrigados a seguir o governo. Antigos aliados, entretanto, não têm a mesma obrigação. O PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, apoiou o pedido para votar a emenda Lucena hoje. Não é à toa que Lula gasta a maior saliva com aliados em busca de nomes de seu partido para concorrer ao Senado. O ex-presidente considera que, se Dilma for reeleita, terá que compensar os socialistas perdidos.
R$ 9 bilhões
É o que falta este ano para que o Ministério da Saúde feche seu orçamento. Com essa área servindo de vitrine eleitoral de Dilma e do PT em São Paulo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, aperta dali e estica acolá para garantir os recursos
Guerrilha
Aliados de Gilberto Kassab, do PSD, espalham aos quatro ventos que o partido não suportará sozinho o desgaste causado pelo escândalo de corrupção envolvendo auditores da prefeitura de São Paulo. Outras legendas terminarão enroscadas na trama.
Ranking incômodo 1/ A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lança, no dia 20 deste mês, o guia de desburocratização para prefeitos e candidatos às eleições do ano que vem. A ideia surgiu depois que o ranking Doing Business 2014, do Banco Mundial, apontou o Brasil na 116ª posição, em 189 países, atrás de nações como Botsuana. O país da América do Sul melhor colocado é o Chile, 34º.
Ranking incômodo 2/ Para quem não viu o relatório, vale lembrar que, além da constrangedora colocação geral, o Brasil ficou em 123º no quesito facilidade em começar um negócio, em 135º na categoria “resolver insolvências” e em 80º no que se refere à proteção de investidores. Os prefeitos receberão uma cartilha do presidente da CNI, Robson Andrade (foto), para ver se ajudam a melhorar essas posições no futuro.
Not available…/ Dada a quantidade de deputados que ontem estavam com o telefone respondendo via operadora internacional, com a mensagem em inglês “o número que você ligou não está disponível no momento”, talvez o governo aposte certo de que esta semana de feriado será emendada por muitos. Vamos ver.
Presente!/ O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) não perde uma exposição do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo país afora. Pelo visto, ele o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB-DF) continuam na lida para ver quem consegue emplacar a candidatura de governador com as bênçãos do presidente do partido.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 12/11
Empresas criam parque tecnológico no oeste de SC
Um projeto para criar um parque tecnológico empresarial em Chapecó (oeste de Santa Catarina) está em fase de desenvolvimento.
São 35 companhias que participam da elaboração do empreendimento, que receberá entre R$ 50 milhões e R$ 55 milhões.
As empresas irão aportar de R$ 30 milhões a R$ 35 milhões para instalar suas sedes no local. O restante será destinado à área comum, com auditório, salas de reuniões compartilhadas e restaurantes.
"Estudamos a ideia há três anos. Criamos um fundo financeiro para viabilizá-la", afirma Francis Marcel Post, diretor da Deatec (Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense).
Para a implementação do plano, porém, a entidade espera fechar parceria com os governos. "A Prefeitura deu um sinal positivo em relação ao terreno. A área construída será de 80 mil m2."
Das empresas envolvidas no empreendimento, 90% são do setor de TI. A intenção delas é começar as obras no segundo semestre de 2014.
Expectativa de fusões está menor no país, diz consultoria
As companhias brasileiras reduziram o apetite por fusões e aquisições, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria EY (antiga Ernst & Young).
Entre os executivos que foram ouvidos no país em outubro, 31% afirmaram acreditar que suas empresas deverão concluir aquisições nos próximos 12 meses.
Um ano antes, em outubro de 2012, o índice era de 42%.
Os grupos nacionais estão mais preocupados no momento em otimizar as operações e reduzir despesas, ainda segundo a consultoria.
Do total de entrevistados, 66% disseram que o aumento da eficiência e o controle de custos ocupam mais espaço nas agendas dos grupos agora do que um ano atrás.
Na contramão da queda registrada no Brasil, a média global de empresas com expectativa de novas fusões e aquisições subiu -de 25% em outubro de 2012 para 35% no mês passado.
O estudo ouviu 1.600 executivos em todo o mundo, mais da metade deles ligados a companhias com receitas anuais superiores a US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões).
REVERSÃO
Depois de um início de ano fraco, a construção civil fechará 2013 em recuperação, segundo a consultoria LCA.
O terceiro trimestre deste ano deverá registrar crescimento de 4,1%, segundo projeção da empresa. Entre janeiro e março, a indústria havia retraído 1,3%, na comparação com mesmo período do ano anterior.
Nos últimos três meses de 2013, o aumento deverá ficar em 5%. Se o ritmo de evolução se confirmar, a expectativa é que o setor termine o ano com um avanço de 3%.
"A construção civil está apresentando uma taxa positiva, principalmente em São Paulo. No Rio, houve uma queda nas vendas", afirma a economista da companhia Carolina Sato.
Para 2014, a projeção indica um ano com resultados um pouco melhores: incremento de 3,4% no PIB do setor, puxado pela construção pesada, que se aquece em ano eleitoral.
PRESENTE EM TODO O PAÍS
A Uatt?, rede de lojas de produtos para presentes, planeja entrar nos quatros Estados do país onde ainda não atua -Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins- no próximo ano.
Também está no plano de expansão da empresa a abertura de 120 unidades. Hoje são 70 e outras 12 estão previstas para serem inauguradas até o final de dezembro.
A maior parte delas será em shoppings. Cerca de 95% dos atuais pontos ficam em centros de compras. A companhia, porém, começa a desenvolver lojas para galerias de supermercados.
"Já temos duas franquias nesses locais e abriremos uma própria neste mês. Refinaremos o modelo para replicá-lo", afirma o sócio Ivan de Oliveira.
MAIS DÍVIDA
A intenção do paulistano em fazer empréstimos cresceu 4% em outubro, na comparação com o mês anterior, segundo a FecomercioSP.
O aumento foi de 54% com relação a outubro de 2012.
A parcela de pessoas com algum tipo de aplicação caiu de 40,9% em setembro deste ano para 40,2% em outubro.
A caderneta de poupança é a principal aplicação (73,2%), seguida por renda fixa (11,9%), previdência privada (7,8%) e outras (5%).
Porto com... Adrian Bridge, CEO da Taylor' s, está no Brasil, para explorar o potencial do segmento premium de vinho do Porto no país.
...sotaque inglês A empresa lançará vinhos de duas safras raras. Um deles, o Colheita Tawny 1964, terá só mil garrafas à venda por R$ 2.000.
Celulose... O rei Carlos 16 Gustavo, da Suécia, país que também é fabricante de celulose, visitou ontem a unidade da Fibria, em Jacareí (SP).
...nórdica Uma comitiva da Real Academia de Ciências da Engenharia veio conhecer projetos de inovação desenvolvidos com instituições suecas.
Empresas criam parque tecnológico no oeste de SC
Um projeto para criar um parque tecnológico empresarial em Chapecó (oeste de Santa Catarina) está em fase de desenvolvimento.
São 35 companhias que participam da elaboração do empreendimento, que receberá entre R$ 50 milhões e R$ 55 milhões.
As empresas irão aportar de R$ 30 milhões a R$ 35 milhões para instalar suas sedes no local. O restante será destinado à área comum, com auditório, salas de reuniões compartilhadas e restaurantes.
"Estudamos a ideia há três anos. Criamos um fundo financeiro para viabilizá-la", afirma Francis Marcel Post, diretor da Deatec (Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense).
Para a implementação do plano, porém, a entidade espera fechar parceria com os governos. "A Prefeitura deu um sinal positivo em relação ao terreno. A área construída será de 80 mil m2."
Das empresas envolvidas no empreendimento, 90% são do setor de TI. A intenção delas é começar as obras no segundo semestre de 2014.
Expectativa de fusões está menor no país, diz consultoria
As companhias brasileiras reduziram o apetite por fusões e aquisições, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria EY (antiga Ernst & Young).
Entre os executivos que foram ouvidos no país em outubro, 31% afirmaram acreditar que suas empresas deverão concluir aquisições nos próximos 12 meses.
Um ano antes, em outubro de 2012, o índice era de 42%.
Os grupos nacionais estão mais preocupados no momento em otimizar as operações e reduzir despesas, ainda segundo a consultoria.
Do total de entrevistados, 66% disseram que o aumento da eficiência e o controle de custos ocupam mais espaço nas agendas dos grupos agora do que um ano atrás.
Na contramão da queda registrada no Brasil, a média global de empresas com expectativa de novas fusões e aquisições subiu -de 25% em outubro de 2012 para 35% no mês passado.
O estudo ouviu 1.600 executivos em todo o mundo, mais da metade deles ligados a companhias com receitas anuais superiores a US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões).
REVERSÃO
Depois de um início de ano fraco, a construção civil fechará 2013 em recuperação, segundo a consultoria LCA.
O terceiro trimestre deste ano deverá registrar crescimento de 4,1%, segundo projeção da empresa. Entre janeiro e março, a indústria havia retraído 1,3%, na comparação com mesmo período do ano anterior.
Nos últimos três meses de 2013, o aumento deverá ficar em 5%. Se o ritmo de evolução se confirmar, a expectativa é que o setor termine o ano com um avanço de 3%.
"A construção civil está apresentando uma taxa positiva, principalmente em São Paulo. No Rio, houve uma queda nas vendas", afirma a economista da companhia Carolina Sato.
Para 2014, a projeção indica um ano com resultados um pouco melhores: incremento de 3,4% no PIB do setor, puxado pela construção pesada, que se aquece em ano eleitoral.
PRESENTE EM TODO O PAÍS
A Uatt?, rede de lojas de produtos para presentes, planeja entrar nos quatros Estados do país onde ainda não atua -Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins- no próximo ano.
Também está no plano de expansão da empresa a abertura de 120 unidades. Hoje são 70 e outras 12 estão previstas para serem inauguradas até o final de dezembro.
A maior parte delas será em shoppings. Cerca de 95% dos atuais pontos ficam em centros de compras. A companhia, porém, começa a desenvolver lojas para galerias de supermercados.
"Já temos duas franquias nesses locais e abriremos uma própria neste mês. Refinaremos o modelo para replicá-lo", afirma o sócio Ivan de Oliveira.
MAIS DÍVIDA
A intenção do paulistano em fazer empréstimos cresceu 4% em outubro, na comparação com o mês anterior, segundo a FecomercioSP.
O aumento foi de 54% com relação a outubro de 2012.
A parcela de pessoas com algum tipo de aplicação caiu de 40,9% em setembro deste ano para 40,2% em outubro.
A caderneta de poupança é a principal aplicação (73,2%), seguida por renda fixa (11,9%), previdência privada (7,8%) e outras (5%).
Porto com... Adrian Bridge, CEO da Taylor' s, está no Brasil, para explorar o potencial do segmento premium de vinho do Porto no país.
...sotaque inglês A empresa lançará vinhos de duas safras raras. Um deles, o Colheita Tawny 1964, terá só mil garrafas à venda por R$ 2.000.
Celulose... O rei Carlos 16 Gustavo, da Suécia, país que também é fabricante de celulose, visitou ontem a unidade da Fibria, em Jacareí (SP).
...nórdica Uma comitiva da Real Academia de Ciências da Engenharia veio conhecer projetos de inovação desenvolvidos com instituições suecas.
O agronegócio sob ameaça - GIL CASTELLO BRANCO
O GLOBO - 12/11
O ex-presidente dos EUA Dwight Eisenhower dizia: A agricultura parece ser muito fácil quando o seu arado é um lápis e você está a quilômetros de distância de um milharal.
No Brasil, o agronegócio - apesar dos conflitos históricos com ambientalistas, sem terra e índios - tornou-se o principal motor do desenvolvimento econômico. Enquanto a indústria patina e o varejo desacelera, a agroindústria será responsável por quase um terço do crescimento do PIB estimado para este ano em 2,4%. A cadeia abrange não só os produtos primários da agricultura e pecuária, mas também toda a riqueza criada no processamento e na distribuição, além do desempenho da indústria de insumos.
Assim, é essencial assegurar a proteção da saúde dos animais, a sanidade dos vegetais, além da qualidade e segurança higiênico-sanitária dos alimentos e demais produtos agropecuários. Entre 2001 e 2012, porém, quase R$ 1 bilhão deixou de ser aplicado em defesa agropecuária comparando-se os valores autorizados no Congresso Nacional e os desembolsos reais.
Na proposta orçamentária para 2014, apresentada pelo Executivo ao Congresso Nacional, no Ministério da Agricultura o programa defesa agropecuária está com dotação de R$ 267 milhões, valor 30% inferior ao orçamento aprovado para este ano. Se a perspectiva é ruim, o presente é pior. Em 2013, até outubro, o valor aplicado no programa é o menor dos últimos cinco anos. Faltando dois meses para o término do exercício, dos R$ 419,3 milhões autorizados apenas R$ 110,7 milhões foram pagos (26%).
A execução pífia decorre, principalmente, do contingenciamento imposto pela área econômica do governo federal ao Ministério da Agricultura. Como o corte é elevado, a pasta foi obrigada a passar a tesoura em diversas ações, inclusive nas relacionadas à defesa agropecuária. Em outubro, R$ 239,8 milhões estavam contingenciados.
Não custa lembrar que penúria semelhante foi responsável pela volta da febre aftosa em 2005, com graves consequências para a credibilidade internacional da carne brasileira. Um mês antes do surto, ironicamente, dentre os parcos recursos liberados estavam R$ 42.350 para a produção de vídeo sobre a eficiência do Brasil no combate à moléstia, a ser exibido pelo ministro, em Paris. O marketing não deu frutos.
Apesar do bom desempenho do PIB agropecuário, existem pelo menos dez pragas que ameaçam as lavouras brasileiras. Somente a lagarta Helicoverpa armigera gerou prejuízos de US$ 4 bilhões na safra 2012/2013. Já a ferrugem asiática levou a perdas de US$ 25 bilhões nos últimos dez anos.
Para evitar a crise previamente anunciada, o Congresso precisa ampliar o orçamento da defesa agropecuária para o próximo ano, o que pode ser realizado por meio de emendas parlamentares. Ademais, deveria incluir dispositivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias que impeça o sistemático contingenciamento de recursos para a sanidade animal e vegetal. Se a presidente da República vetar, que assuma o risco.
Aliás, também é recomendável menos politicagem. Nos últimos 11 anos, o país teve seis ministros da Agricultura. O primeiro deles, Roberto Rodrigues, ficou no cargo aproximadamente quatro anos. Nos sete anos seguintes, assumiram outros cinco, média de um ministro a cada 18 meses, rodízio comparável ao dos técnicos de futebol dos clubes brasileiros.
Enfim, o descaso com a defesa agropecuária pode implicar em degeneração da balança comercial, menor crescimento da economia e aumento de preços dos alimentos. Em ano eleitoral, o prato vazio será um prato cheio para a oposição. A causa requer planejamento, políticas públicas adequadas, técnicos capacitados e ampliação do uso de tecnologias para antecipação dos riscos. As soluções são simples, mas dependem de vontade política.
No anedotário nacional, alguns ministros foram ironizados por desconhecerem as peculiaridades do setor agrícola. O ex-ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen foi motivo de piada quando tentou expurgar o chuchu do cálculo da inflação, alegando que poucos brasileiros incluíam alimento tão sem gosto em sua dieta. Já Delfim Netto tornou-se o Doutor Sardinha, personagem do humorista Jô Soares, sátira de um ministro da Agricultura que, a muito custo, aprendia os nomes das frutas e legumes.
Na realidade, ainda são muitos os Sardinhas na Esplanada dos Ministérios. Alguns dentro do próprio Ministério da Agricultura. Outros, na Fazenda e no Planejamento, arando terras com um lápis e imaginando que as pragas serão condescendentes com o superávit primário.
Dólar em alta, capítulo dois - VINICIUS TORRES FREIRE
FOLHA DE SP - 12/11
Corridinha do dólar nos últimos dez dias tem o mesmo jeitão da disparada havida entre junho e agosto
O DÓLAR SOBE quase sem parar faz uns dez dias. Tal como entre junho e agosto, o preço do dólar aqui acompanha o passinho das taxas de juros no mercado americano (menos imprecisamente: o retorno dos títulos de prazo de dez anos do governo americano, negociados no mercado).
O dólar subiu ontem também, mesmo com feriado nos EUA.
O dólar aqui e os juros no mercado americano sobem desde que voltou o zum-zum sobre a mudança na política monetária americana. Isto é, sobre a possibilidade de o Fed, o banco central deles, passar a "imprimir" menos dinheiro, em tese chancelando uma altinha de juros de longo prazo no mercado.
O zum-zum ficou mais forte na sexta-feira, quando saiu um balanço mensal do mercado de trabalho americano, lido por muita gente como um bom resultado. Quanto mais forte estiver a economia americana, maior a possibilidade de o Fed começar a fechar sua torneira de dinheiro, diz o senso comum da praça.
Bem, o resultado de um mês apenas não quer dizer grande coisa, ainda mais um mês de resultados poluídos pela bagunça causada pelo fechamento de parte do governo norte-americano.
Além do mais, a economia deles anda devagar, deve crescer por volta de 1,7% neste ano, por aí. A renda do trabalho cresce mal e porcamente. A inflação anda pela casa de 1%, baixa demais. Isto é, a economia quase sofre de hipotermia, tão desaquecida que um de seus termômetros principais, a inflação, marca menos de 36ºC, abaixo do recomendável.
Ainda assim, segue a conversa sobre o aperto da torneira do Fed, que deveria ter ocorrido em setembro passado, parecia ter ficado para algum momento entre março e junho de 2014 e talvez, especula-se, literalmente especula-se, agora pode ser "antecipado".
Tem gente falando em "bolha" também. Isto é, o Fed despejou tanto dinheiro na praça que os ativos financeiros (ações, por exemplo) estão exageradamente caros para os retornos que podem oferecer. O despejo do dinheiro não estimulou a economia o suficiente, apesar de causar inflação de preços no mercado financeiro (não na economia "real", de produtos e serviços, investimentos "reais"). Ou seja, a riqueza está inflada, a economia está tísica, o que não costuma prestar.
Seja como for, a conversa de donos do dinheiro grosso e de seus porta-vozes voltou a ser a de aperto da torneira do Fed, o que por ora elevou os juros nos EUA. Isso tira algum dinheiro de países emergentes, como o Brasil. O dólar sobe (os juros da praça aqui também sobem).
Os porta-vozes e os oráculos dos donos do dinheiro grosso dizem que o tumulto será menor desta vez do que em agosto (a corrida do dólar seria mais comedida).
Pode ser. Como da outra vez, o real brasileiro se desvaloriza mais que as moedas de países emergentes mais importantes, pois nosso mercado financeiro é grande, "sofisticado", e porque temos uma inflação pouco sofisticada (relativamente alta) e um consumo externo (deficit) sofisticadamente exagerado. Como cereja desse bolo ruim, temos toda essa explosão de impaciência com as contas do governo.
Sim, o BC tem um esquema para atenuar a turbulência do dólar e seus efeitos piores. Mas, como estamos mal das pernas, efeitos haverá.
Corridinha do dólar nos últimos dez dias tem o mesmo jeitão da disparada havida entre junho e agosto
O DÓLAR SOBE quase sem parar faz uns dez dias. Tal como entre junho e agosto, o preço do dólar aqui acompanha o passinho das taxas de juros no mercado americano (menos imprecisamente: o retorno dos títulos de prazo de dez anos do governo americano, negociados no mercado).
O dólar subiu ontem também, mesmo com feriado nos EUA.
O dólar aqui e os juros no mercado americano sobem desde que voltou o zum-zum sobre a mudança na política monetária americana. Isto é, sobre a possibilidade de o Fed, o banco central deles, passar a "imprimir" menos dinheiro, em tese chancelando uma altinha de juros de longo prazo no mercado.
O zum-zum ficou mais forte na sexta-feira, quando saiu um balanço mensal do mercado de trabalho americano, lido por muita gente como um bom resultado. Quanto mais forte estiver a economia americana, maior a possibilidade de o Fed começar a fechar sua torneira de dinheiro, diz o senso comum da praça.
Bem, o resultado de um mês apenas não quer dizer grande coisa, ainda mais um mês de resultados poluídos pela bagunça causada pelo fechamento de parte do governo norte-americano.
Além do mais, a economia deles anda devagar, deve crescer por volta de 1,7% neste ano, por aí. A renda do trabalho cresce mal e porcamente. A inflação anda pela casa de 1%, baixa demais. Isto é, a economia quase sofre de hipotermia, tão desaquecida que um de seus termômetros principais, a inflação, marca menos de 36ºC, abaixo do recomendável.
Ainda assim, segue a conversa sobre o aperto da torneira do Fed, que deveria ter ocorrido em setembro passado, parecia ter ficado para algum momento entre março e junho de 2014 e talvez, especula-se, literalmente especula-se, agora pode ser "antecipado".
Tem gente falando em "bolha" também. Isto é, o Fed despejou tanto dinheiro na praça que os ativos financeiros (ações, por exemplo) estão exageradamente caros para os retornos que podem oferecer. O despejo do dinheiro não estimulou a economia o suficiente, apesar de causar inflação de preços no mercado financeiro (não na economia "real", de produtos e serviços, investimentos "reais"). Ou seja, a riqueza está inflada, a economia está tísica, o que não costuma prestar.
Seja como for, a conversa de donos do dinheiro grosso e de seus porta-vozes voltou a ser a de aperto da torneira do Fed, o que por ora elevou os juros nos EUA. Isso tira algum dinheiro de países emergentes, como o Brasil. O dólar sobe (os juros da praça aqui também sobem).
Os porta-vozes e os oráculos dos donos do dinheiro grosso dizem que o tumulto será menor desta vez do que em agosto (a corrida do dólar seria mais comedida).
Pode ser. Como da outra vez, o real brasileiro se desvaloriza mais que as moedas de países emergentes mais importantes, pois nosso mercado financeiro é grande, "sofisticado", e porque temos uma inflação pouco sofisticada (relativamente alta) e um consumo externo (deficit) sofisticadamente exagerado. Como cereja desse bolo ruim, temos toda essa explosão de impaciência com as contas do governo.
Sim, o BC tem um esquema para atenuar a turbulência do dólar e seus efeitos piores. Mas, como estamos mal das pernas, efeitos haverá.
Rombo? Deixa pra lá - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 12/11
Antes de outubro, o rombo do seguro-desemprego não era apontado como problema pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Depois passou a ser e, de repente, já não é mais.
Como as contas públicas de setembro mostraram um furo de quase R$ 10 bilhões, o ministro saiu à cata de explicações e atribuiu a maior parte do problema aos R$ 47 bilhões (cerca de 1% do PIB) gastos com seguro-desemprego e abonos ao trabalhador bancados pelo Tesouro.
Para ele, a disparada dos dispêndios dessa conta, numa situação de pleno emprego, só poderia ser obra de fraudadores e convocou os líderes sindicais para buscar uma solução. Como se esperava, desse mato não saiu coelho. Mantega não retomou a conversa com os sindicalistas, como prometido, e depois que o Ministério do Trabalho demonstrou que as fraudes no setor são "residuais", o governo manobrou para deixar o assunto morrer.
A análise não precisou nem de muito aprofundamento para que o diagnóstico fosse em parte surpreendente. Um dos principais fatores determinantes desse estouro é a maior formalização das relações do trabalho, um dos objetivos buscados pelo governo.
Em matéria do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, os repórteres Beatriz Bulla e Ricardo Leopoldo mostraram que, de 2002 a 2010, nada menos que 15,4 milhões de trabalhadores (42,9% do total em 2010) foram incorporados ao mercado formal. Enquanto ganhavam com bicos ou "por fora", não tinham acesso ao seguro-desemprego. A partir do momento em que passaram a ter registro na carteira de trabalho, o seguro-desemprego passou a ser uma oportunidade que lhes rende "uma graninha extra".
A análise menciona estudo do professor Claudio Dedecca, da Unicamp, que concluiu que a rotatividade no emprego no Brasil atingiu em 2010 nada menos que 50% da força de trabalho.
Quando, em junho, cresceram os protestos de rua e as reivindicações por um transporte urbano decente, a presidente Dilma puxou a brasa para sua sardinha. Procurou convencer a plateia de que essas pressões são o resultado do sucesso da política do governo, que resgatou 22 milhões da pobreza, e essa gente, que agora ascendeu de classe de consumo, quer as vantagens da sua nova posição.
Em relação à questão do assunto em pauta, o governo tende a encontrar consolo em diagnósticos do mesmo tipo: as despesas com seguro-desemprego dispararam porque o trabalhador, antes na informalidade e ao deus-dará, conseguiu o registro na carteira de trabalho, graças à política do governo Dilma.
Se for por aí, então este governo optou por acelerar as benesses da sociedade do bem-estar sem, no entanto, garantir as precondições para isso. Não falta apenas educação, habitação e assistência médica de nível aceitável. Faltava tudo e falta agora em dobro, a começar por recursos públicos que financiem esses benefícios.
São carências estruturais que exigem respostas estruturais, e não os improvisos de sempre. Ou seja, as reformas das leis trabalhistas, do sistema tributário, da previdência social e das relações políticas não podem ser mais adiadas.
E, no entanto, o governo Dilma não quer mexer em nada que esteja a mais de um palmo de profundidade, porque vêm aí as eleições e tal. Daí o pouco empenho para derrubar as despesas com seguro-desemprego. Enquanto isso, as contas públicas, as contas externas e a inflação vão fazendo estragos.
Antes de outubro, o rombo do seguro-desemprego não era apontado como problema pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Depois passou a ser e, de repente, já não é mais.
Como as contas públicas de setembro mostraram um furo de quase R$ 10 bilhões, o ministro saiu à cata de explicações e atribuiu a maior parte do problema aos R$ 47 bilhões (cerca de 1% do PIB) gastos com seguro-desemprego e abonos ao trabalhador bancados pelo Tesouro.
Para ele, a disparada dos dispêndios dessa conta, numa situação de pleno emprego, só poderia ser obra de fraudadores e convocou os líderes sindicais para buscar uma solução. Como se esperava, desse mato não saiu coelho. Mantega não retomou a conversa com os sindicalistas, como prometido, e depois que o Ministério do Trabalho demonstrou que as fraudes no setor são "residuais", o governo manobrou para deixar o assunto morrer.
A análise não precisou nem de muito aprofundamento para que o diagnóstico fosse em parte surpreendente. Um dos principais fatores determinantes desse estouro é a maior formalização das relações do trabalho, um dos objetivos buscados pelo governo.
Em matéria do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, os repórteres Beatriz Bulla e Ricardo Leopoldo mostraram que, de 2002 a 2010, nada menos que 15,4 milhões de trabalhadores (42,9% do total em 2010) foram incorporados ao mercado formal. Enquanto ganhavam com bicos ou "por fora", não tinham acesso ao seguro-desemprego. A partir do momento em que passaram a ter registro na carteira de trabalho, o seguro-desemprego passou a ser uma oportunidade que lhes rende "uma graninha extra".
A análise menciona estudo do professor Claudio Dedecca, da Unicamp, que concluiu que a rotatividade no emprego no Brasil atingiu em 2010 nada menos que 50% da força de trabalho.
Quando, em junho, cresceram os protestos de rua e as reivindicações por um transporte urbano decente, a presidente Dilma puxou a brasa para sua sardinha. Procurou convencer a plateia de que essas pressões são o resultado do sucesso da política do governo, que resgatou 22 milhões da pobreza, e essa gente, que agora ascendeu de classe de consumo, quer as vantagens da sua nova posição.
Em relação à questão do assunto em pauta, o governo tende a encontrar consolo em diagnósticos do mesmo tipo: as despesas com seguro-desemprego dispararam porque o trabalhador, antes na informalidade e ao deus-dará, conseguiu o registro na carteira de trabalho, graças à política do governo Dilma.
Se for por aí, então este governo optou por acelerar as benesses da sociedade do bem-estar sem, no entanto, garantir as precondições para isso. Não falta apenas educação, habitação e assistência médica de nível aceitável. Faltava tudo e falta agora em dobro, a começar por recursos públicos que financiem esses benefícios.
São carências estruturais que exigem respostas estruturais, e não os improvisos de sempre. Ou seja, as reformas das leis trabalhistas, do sistema tributário, da previdência social e das relações políticas não podem ser mais adiadas.
E, no entanto, o governo Dilma não quer mexer em nada que esteja a mais de um palmo de profundidade, porque vêm aí as eleições e tal. Daí o pouco empenho para derrubar as despesas com seguro-desemprego. Enquanto isso, as contas públicas, as contas externas e a inflação vão fazendo estragos.
Mercosul em baixa - RUBENS BARBOSA
O GLOBO - 12/11
A agonia começou com sua politização
O Tratado de Assunção que criou o Mercosul, em seu artigo 1, prevê a liberalização do comércio entre os países membros, com o objetivo de se chegar, numa segunda etapa, a uma integração econômica. Levando em conta seu objetivo inicial, o Mercosul, o principal projeto da política externa do Governo Lula/Dilma, está seriamente abalado e sem perspectiva.
A agonia começou com sua politização. A visão partidariamente distorcida dos 12 últimos anos fez com que o objetivo comercial fosse perdido, com retrocesso em todas as áreas, e o grupo se transformasse em fórum de debates políticos e sociais. As medidas restritivas contrárias ao Mercosul — sobretudo da Argentina, desviando nossas exportações para concorrentes asiáticos —, a insegurança jurídica, a inclusão, por motivação política, da Venezuela, da Bolívia e proximamente do Equador, a falta de apoio para a defesa dos interesses setoriais e a dificuldade para integrar as empresas nas cadeias produtivas de valor agregado tornaram o Mercosul, no momento atual, menos atraente para o Brasil.
Enquanto a Ásia, por um lado, realiza uma ampla integração produtiva com acordos de livre comércio entre China, Japão e Coreia; entre a Asean e os EUA; e começa a se desenhar um acordo comercial entre a UE e os EUA, o Mercosul, de seu lado, só assinou três acordos comerciais (com Israel, o Egito e a Autoridade Palestina).
A única negociação em curso do Mercosul é com a União Europeia. Espera-se que, depois de mais de 12 anos, consigamos chegar a um acordo de livre comércio com os demais membros do Mercosul. Caso isso não seja possível, o Brasil deveria libertar-se das amarras da negociação conjunta de produtos e serviços que poderiam ser liberalizados, para negociá-los separadamente com terceiros países.
Em recente reunião de coordenação na Venezuela, os países membros reiteraram o interesse em concluir um acordo de cooperação e comércio com a União Europeia. No fim do encontro, o presidente venezuelano, Maduro, disse esperar que, na reunião presidencial do Mercosul de dezembro em Caracas, seja assinado acordo político para criação de uma zona de desenvolvimento econômico compartilhado na América Latina integrada pelo Mercosul, pela Aliança Bolivariana dos Povos da América, pela Petrocaribe e pelo Caricom.
Em reunião entre Brasil e Argentina, no inicio do mês, o Brasil reclamou da demora da Argentina em finalizar a elaboração da lista de produtos que, junto com as de Brasil, Paraguai e Uruguai, deve ser entregue à União Europeia em breve. Na reunião técnica do Mercosul, no dia 15, o Brasil deveria deixar claro que entregará as ofertas de produtos com ou sem a Argentina. A “paciência estratégica” com a Argentina deveria ter um limite.
A fidelidade do Brasil ao projeto de integração é a única garantia da não desintegração do subgrupo regional. É por isso mesmo que o Brasil, ao contrário do que está acontecendo, deveria assumir sua liderança efetiva e propor a revisão das regras do Mercosul para restabelecer os objetivos econômicos e comerciais iniciais do bloco.
A agonia começou com sua politização
O Tratado de Assunção que criou o Mercosul, em seu artigo 1, prevê a liberalização do comércio entre os países membros, com o objetivo de se chegar, numa segunda etapa, a uma integração econômica. Levando em conta seu objetivo inicial, o Mercosul, o principal projeto da política externa do Governo Lula/Dilma, está seriamente abalado e sem perspectiva.
A agonia começou com sua politização. A visão partidariamente distorcida dos 12 últimos anos fez com que o objetivo comercial fosse perdido, com retrocesso em todas as áreas, e o grupo se transformasse em fórum de debates políticos e sociais. As medidas restritivas contrárias ao Mercosul — sobretudo da Argentina, desviando nossas exportações para concorrentes asiáticos —, a insegurança jurídica, a inclusão, por motivação política, da Venezuela, da Bolívia e proximamente do Equador, a falta de apoio para a defesa dos interesses setoriais e a dificuldade para integrar as empresas nas cadeias produtivas de valor agregado tornaram o Mercosul, no momento atual, menos atraente para o Brasil.
Enquanto a Ásia, por um lado, realiza uma ampla integração produtiva com acordos de livre comércio entre China, Japão e Coreia; entre a Asean e os EUA; e começa a se desenhar um acordo comercial entre a UE e os EUA, o Mercosul, de seu lado, só assinou três acordos comerciais (com Israel, o Egito e a Autoridade Palestina).
A única negociação em curso do Mercosul é com a União Europeia. Espera-se que, depois de mais de 12 anos, consigamos chegar a um acordo de livre comércio com os demais membros do Mercosul. Caso isso não seja possível, o Brasil deveria libertar-se das amarras da negociação conjunta de produtos e serviços que poderiam ser liberalizados, para negociá-los separadamente com terceiros países.
Em recente reunião de coordenação na Venezuela, os países membros reiteraram o interesse em concluir um acordo de cooperação e comércio com a União Europeia. No fim do encontro, o presidente venezuelano, Maduro, disse esperar que, na reunião presidencial do Mercosul de dezembro em Caracas, seja assinado acordo político para criação de uma zona de desenvolvimento econômico compartilhado na América Latina integrada pelo Mercosul, pela Aliança Bolivariana dos Povos da América, pela Petrocaribe e pelo Caricom.
Em reunião entre Brasil e Argentina, no inicio do mês, o Brasil reclamou da demora da Argentina em finalizar a elaboração da lista de produtos que, junto com as de Brasil, Paraguai e Uruguai, deve ser entregue à União Europeia em breve. Na reunião técnica do Mercosul, no dia 15, o Brasil deveria deixar claro que entregará as ofertas de produtos com ou sem a Argentina. A “paciência estratégica” com a Argentina deveria ter um limite.
A fidelidade do Brasil ao projeto de integração é a única garantia da não desintegração do subgrupo regional. É por isso mesmo que o Brasil, ao contrário do que está acontecendo, deveria assumir sua liderança efetiva e propor a revisão das regras do Mercosul para restabelecer os objetivos econômicos e comerciais iniciais do bloco.
Muita incoerência entre o que se diz e o que se pratica - ALEXANDRE ESPÍRITO SANTO
BRASIL ECONÔMICO - 12/11
Na década de 1980, o humorista Jô Soares fazia um personagem muito divertido, em seu programa semanal na TV. Tratava- se de um general, que, após 6 anos em coma, ligado a aparelhos, recuperava a consciência. Quando os médicos e assessores lhe contavam o que vinha acontecendo no país, enquanto encontrava-se em estado vegetativo, ele, numa mistura de surpresa e incredulidade, exclamava: "Me tira o tubo"! Indignado como novo quadro político, o general preferia que desligassem os aparelhos que o mantinho vivo.
Sugiro aos meus alunos que não tenham medo de mudar de opinião. Afinal, aprender e reconhecer o erro é uma virtude. Todavia, mesmo após perceberem seus equívocos, muitos políticos continuam sustentando os mesmos discursos. Uma incoerência entre o que se diz e o que se pratica. Existem, nos dias atuais, muitas situações que me fazem lembrar do personagem descrito acima.
Querem um exemplo? Recentemente, tivemos o primeiro leilão da área do pré-sal; o gigantesco poço de Libra. Estupefato, assisti a presidente Dilma, do PT, indo a TV explicar que o leilão não era uma privatização, mas, sim, uma parceria com empresas estrangeiras. Segundo a presidente, elas explorarão nossas riquezas, porém ficaremos com 85%. Trata-se, portanto, de uma questão de valores? Ora, pensei que as privatizações fossem um dogma petista. Mas não para por aí!
Dois dias depois, Dilma- de um partido que sempre procurou pespegar no PSDB a pecha de entreguista -afirmou que era preciso descartar "essa xenofobia em relação aos estrangeiros" e, sem nenhum constrangimento, seu governo autoriza que esses aumentem a participação no capital do Banco do Brasil, de 20% para 30%. Mas não para por aí! Também o ex-presidente Lula entrou na onda. Criticou sua aliada de primeira hora no PT, Marina Silva, por essa ter enaltecido o governo FHC, no tocante à estabilização.
De forma até pouco elegante, sugeriu que sua ex-ministra se informe melhor sobre economia. Lembremo-nos que Marina tem se consultado com dois sábios da ciência econômica: André Lara Resende e Eduardo Giannetti da Fonseca. Muitas decisões do governo Dilma me parecem denotar incoerência. A mudança da política econômica em relação a de seu antecessor-apesar de negada-não é a única. Vejamos a atitude de trazer médicos cubanos.
Quem me alertou foi uma aluna:"Professor, se o Brasil faz parte do Mercosul, e tanto diz querer impulsioná-lo, porque não trazemos médicos da Argentina, Uruguai e Paraguai em vez de Cuba?" Argumentei que há... O raciocínio da jovem é razoável, uma vez que o Mercosul é uma união aduaneira e não um mercado comum. A diferença é que nesse último há uma maior integração regional, pois aceita-se a livre mobilidade de capitais, de mão de obra e de serviços, enquanto a primeira resume- se a uma tarifa externa comum, basicamente.
Se analisarmos com profundidade o Mercosul, nosso país pouco tem se beneficiado, até porque a Argentina sempre acaba criando entraves no bloco. Assim, mais médicos desses países poderia ser um ponto de partida para uma nova fase. Incoerentes e coerentes irão se digladiar nas eleições de 2014 e os eleitores vão escolher, como deve ser numa democracia. Como quero assistir ao resultado... Me deixa o tubo!
Na década de 1980, o humorista Jô Soares fazia um personagem muito divertido, em seu programa semanal na TV. Tratava- se de um general, que, após 6 anos em coma, ligado a aparelhos, recuperava a consciência. Quando os médicos e assessores lhe contavam o que vinha acontecendo no país, enquanto encontrava-se em estado vegetativo, ele, numa mistura de surpresa e incredulidade, exclamava: "Me tira o tubo"! Indignado como novo quadro político, o general preferia que desligassem os aparelhos que o mantinho vivo.
Sugiro aos meus alunos que não tenham medo de mudar de opinião. Afinal, aprender e reconhecer o erro é uma virtude. Todavia, mesmo após perceberem seus equívocos, muitos políticos continuam sustentando os mesmos discursos. Uma incoerência entre o que se diz e o que se pratica. Existem, nos dias atuais, muitas situações que me fazem lembrar do personagem descrito acima.
Querem um exemplo? Recentemente, tivemos o primeiro leilão da área do pré-sal; o gigantesco poço de Libra. Estupefato, assisti a presidente Dilma, do PT, indo a TV explicar que o leilão não era uma privatização, mas, sim, uma parceria com empresas estrangeiras. Segundo a presidente, elas explorarão nossas riquezas, porém ficaremos com 85%. Trata-se, portanto, de uma questão de valores? Ora, pensei que as privatizações fossem um dogma petista. Mas não para por aí!
Dois dias depois, Dilma- de um partido que sempre procurou pespegar no PSDB a pecha de entreguista -afirmou que era preciso descartar "essa xenofobia em relação aos estrangeiros" e, sem nenhum constrangimento, seu governo autoriza que esses aumentem a participação no capital do Banco do Brasil, de 20% para 30%. Mas não para por aí! Também o ex-presidente Lula entrou na onda. Criticou sua aliada de primeira hora no PT, Marina Silva, por essa ter enaltecido o governo FHC, no tocante à estabilização.
De forma até pouco elegante, sugeriu que sua ex-ministra se informe melhor sobre economia. Lembremo-nos que Marina tem se consultado com dois sábios da ciência econômica: André Lara Resende e Eduardo Giannetti da Fonseca. Muitas decisões do governo Dilma me parecem denotar incoerência. A mudança da política econômica em relação a de seu antecessor-apesar de negada-não é a única. Vejamos a atitude de trazer médicos cubanos.
Quem me alertou foi uma aluna:"Professor, se o Brasil faz parte do Mercosul, e tanto diz querer impulsioná-lo, porque não trazemos médicos da Argentina, Uruguai e Paraguai em vez de Cuba?" Argumentei que há... O raciocínio da jovem é razoável, uma vez que o Mercosul é uma união aduaneira e não um mercado comum. A diferença é que nesse último há uma maior integração regional, pois aceita-se a livre mobilidade de capitais, de mão de obra e de serviços, enquanto a primeira resume- se a uma tarifa externa comum, basicamente.
Se analisarmos com profundidade o Mercosul, nosso país pouco tem se beneficiado, até porque a Argentina sempre acaba criando entraves no bloco. Assim, mais médicos desses países poderia ser um ponto de partida para uma nova fase. Incoerentes e coerentes irão se digladiar nas eleições de 2014 e os eleitores vão escolher, como deve ser numa democracia. Como quero assistir ao resultado... Me deixa o tubo!
A autonomia do Banco Central basta - ANTÔNIO DELFIM NETO
VALOR ECONÔMICO - 12/11
Na frustrada tentativa de dar independência jurídica ao Banco Central do Brasil na manobra da taxa básica de juros (Selic) para manter a expectativa inflacionária, e a taxa de inflação ela mesma, em torno da meta de 4,5%, argumentou-se que a medida seria semelhante à de Tony Blair. Ele tomou posse sob forte desconfiança dos mercados (acostumados ao liberalismo do período Thatcher) e a dissipou instantaneamente concedendo independência ao Banco da Inglaterra.
Salvo melhor juízo de historiador mais informado, o que Blair fez, na sua primeira medida do novo governo, foi retirar o controle da taxa de juros básica do chancellor of the Exchequer (o mais pomposo nome que já se inventou para ministro da Fazenda), para um novo Monetary Policy Committee (MPC), ou Comitê de Política Monetária.
É óbvio que os mercados precisariam ter muita fé, ou muita ingenuidade, para acreditar que um comitê criado pelo governo, cujos membros são nomeados por ele, que trabalha para atingir um objetivo fixado por ele, é independente dele!
Concretamente, o governo (o presidente) do Banco da Inglaterra, e também do MPC, escreveu várias cartas ao ministro da Fazenda explicando os desvios da meta: 1) o aumento do custo da energia; 2) a desvalorização da libra em 2007-08 e o aumento do seu pass-through ; e 3) o efeito da redução do imposto sobre valor adicionado (VAT) de 2,5% de 12/2009 a 12/2010. Tudo muito semelhante a um país que todos conhecemos, com exceção que eles estão hoje com uma inflação de 2,6%, muito parecida com a meta.
O mundo assistiu há menos de dois meses uma guerrilha para a nomeação do novo presidente do Fed (o banco central dos EUA), que deixou Obama numa situação muito delicada. Alguém pode acreditar que ele (ou melhor, ela) será independente, ou mais sutilmente, indiferente ao lado ganhador? Mais severa, por exemplo, com a taxa de desemprego do que com a taxa de inflação? Absolutamente, não. Mas não será para atender a interesses ou por maldade, mas sim porque não existe uma ciência monetária no sentido de ciência dura , em que o universo é relativamente estável e as mesmas ações tendem, em geral, a produzir as mesmas respostas . Seu universo não é ergódico: o futuro é essencialmente incerto, tende a não repetir o passado e, mais ainda, recusa submissão a leis probabilísticas. Trata-se no fundo de um processo de alta complexidade, em que as emergências (as rupturas, as crises) são certas, mas imprevisíveis.
Isso está longe de sugerir que os precários conhecimentos de que dispomos e o aperfeiçoamento de nossos modelos são inúteis. Pelo contrário, eles evidenciam a sua própria necessidade e indicam que devemos ter a maior humildade diante dos terríveis sacrifícios que podemos impor aos pacientes de nossas recomendações.
Entende-se facilmente por que, para os clássicos (Adam Smith, Karl Marx, Marshall, Maynard Keynes, Veblem e outros menores), a economia, se for alguma coisa, há de ser uma disciplina moral , não para apenas fazer o bem, mas para evitar o mal que seus erros podem produzir.
É mais do que claro que as políticas monetárias postas em prática desde a crise do Lehman Brothers apenas evitaram o pior e que o ajuste fiscal que as acompanhou destruiu as finanças dos países cuja administração foi corrompida pela aceitação irresponsável de incentivos aos derivativos financeiros.
Esses instrumentos pareciam estimular o desenvolvimento econômico, enquanto escondiam, atrás de uma sofisticação matemática, consequências macroeconômicas que nem a sociedade, nem os governos e seus bancos centrais entendiam. Elas produziram a maior crise do capitalismo desde os anos 30 do século passado.
A prova disso está nas declarações do pragmático Alan Greenspan (o El-Maestro de 2006) quando declarou, honestamente, em 2011, que talvez tenhamos tido maior crença nos mercados financeiros e nas teorias que o sustentavam do que deveríamos , e na confissão de Ben Bernanke, um teórico reconhecidamente competente, que explorou como ninguém as consequências da crise de 1930 e que disse, em 2013, que estamos navegando sem bússola, em noite escura e mar revolto . As recentes indefinições dos bancos centrais são apenas uma manifestação das incertezas que assombram os formuladores da política econômica em todo o mundo.
É cada vez mais claro que os efeitos do quantitative easing perderam eficiência na margem, mas que retirá-los (o tapering ) não é uma tarefa trivial. O Federal Reserve está enrascado no problema de como realizá-lo sem produzir um terremoto nos mercados financeiros mundiais.
Por outro lado, a política de anunciar o comportamento do banco central ( forward guidance ) não limitada a condicionalidades físicas, mas apenas ao calendário da sua execução, pode apresentar problemas (como é o caso de nossa política cambial).
Em poucas palavras, não precisamos de novidades na política monetária. O necessário é auxiliá-la com uma política fiscal adequada, que se comprometa de forma crível a reconduzir a expectativa da inflação para a meta de 4,5%, num horizonte aceitável. Como ninguém sabe muito bem como fazê-lo, é preciso de disposição firme do governo, muito cuidado e alguma paciência.
Na frustrada tentativa de dar independência jurídica ao Banco Central do Brasil na manobra da taxa básica de juros (Selic) para manter a expectativa inflacionária, e a taxa de inflação ela mesma, em torno da meta de 4,5%, argumentou-se que a medida seria semelhante à de Tony Blair. Ele tomou posse sob forte desconfiança dos mercados (acostumados ao liberalismo do período Thatcher) e a dissipou instantaneamente concedendo independência ao Banco da Inglaterra.
Salvo melhor juízo de historiador mais informado, o que Blair fez, na sua primeira medida do novo governo, foi retirar o controle da taxa de juros básica do chancellor of the Exchequer (o mais pomposo nome que já se inventou para ministro da Fazenda), para um novo Monetary Policy Committee (MPC), ou Comitê de Política Monetária.
É óbvio que os mercados precisariam ter muita fé, ou muita ingenuidade, para acreditar que um comitê criado pelo governo, cujos membros são nomeados por ele, que trabalha para atingir um objetivo fixado por ele, é independente dele!
Concretamente, o governo (o presidente) do Banco da Inglaterra, e também do MPC, escreveu várias cartas ao ministro da Fazenda explicando os desvios da meta: 1) o aumento do custo da energia; 2) a desvalorização da libra em 2007-08 e o aumento do seu pass-through ; e 3) o efeito da redução do imposto sobre valor adicionado (VAT) de 2,5% de 12/2009 a 12/2010. Tudo muito semelhante a um país que todos conhecemos, com exceção que eles estão hoje com uma inflação de 2,6%, muito parecida com a meta.
O mundo assistiu há menos de dois meses uma guerrilha para a nomeação do novo presidente do Fed (o banco central dos EUA), que deixou Obama numa situação muito delicada. Alguém pode acreditar que ele (ou melhor, ela) será independente, ou mais sutilmente, indiferente ao lado ganhador? Mais severa, por exemplo, com a taxa de desemprego do que com a taxa de inflação? Absolutamente, não. Mas não será para atender a interesses ou por maldade, mas sim porque não existe uma ciência monetária no sentido de ciência dura , em que o universo é relativamente estável e as mesmas ações tendem, em geral, a produzir as mesmas respostas . Seu universo não é ergódico: o futuro é essencialmente incerto, tende a não repetir o passado e, mais ainda, recusa submissão a leis probabilísticas. Trata-se no fundo de um processo de alta complexidade, em que as emergências (as rupturas, as crises) são certas, mas imprevisíveis.
Isso está longe de sugerir que os precários conhecimentos de que dispomos e o aperfeiçoamento de nossos modelos são inúteis. Pelo contrário, eles evidenciam a sua própria necessidade e indicam que devemos ter a maior humildade diante dos terríveis sacrifícios que podemos impor aos pacientes de nossas recomendações.
Entende-se facilmente por que, para os clássicos (Adam Smith, Karl Marx, Marshall, Maynard Keynes, Veblem e outros menores), a economia, se for alguma coisa, há de ser uma disciplina moral , não para apenas fazer o bem, mas para evitar o mal que seus erros podem produzir.
É mais do que claro que as políticas monetárias postas em prática desde a crise do Lehman Brothers apenas evitaram o pior e que o ajuste fiscal que as acompanhou destruiu as finanças dos países cuja administração foi corrompida pela aceitação irresponsável de incentivos aos derivativos financeiros.
Esses instrumentos pareciam estimular o desenvolvimento econômico, enquanto escondiam, atrás de uma sofisticação matemática, consequências macroeconômicas que nem a sociedade, nem os governos e seus bancos centrais entendiam. Elas produziram a maior crise do capitalismo desde os anos 30 do século passado.
A prova disso está nas declarações do pragmático Alan Greenspan (o El-Maestro de 2006) quando declarou, honestamente, em 2011, que talvez tenhamos tido maior crença nos mercados financeiros e nas teorias que o sustentavam do que deveríamos , e na confissão de Ben Bernanke, um teórico reconhecidamente competente, que explorou como ninguém as consequências da crise de 1930 e que disse, em 2013, que estamos navegando sem bússola, em noite escura e mar revolto . As recentes indefinições dos bancos centrais são apenas uma manifestação das incertezas que assombram os formuladores da política econômica em todo o mundo.
É cada vez mais claro que os efeitos do quantitative easing perderam eficiência na margem, mas que retirá-los (o tapering ) não é uma tarefa trivial. O Federal Reserve está enrascado no problema de como realizá-lo sem produzir um terremoto nos mercados financeiros mundiais.
Por outro lado, a política de anunciar o comportamento do banco central ( forward guidance ) não limitada a condicionalidades físicas, mas apenas ao calendário da sua execução, pode apresentar problemas (como é o caso de nossa política cambial).
Em poucas palavras, não precisamos de novidades na política monetária. O necessário é auxiliá-la com uma política fiscal adequada, que se comprometa de forma crível a reconduzir a expectativa da inflação para a meta de 4,5%, num horizonte aceitável. Como ninguém sabe muito bem como fazê-lo, é preciso de disposição firme do governo, muito cuidado e alguma paciência.
Exército do surfe - DORA KRAMER
O Estado de S.Paulo - 12/11
Pesquisa do Ibope publicada em 3 de novembro no Estado mostra que a perda de pontos na avaliação do governo de junho para cá foi mais acentuada, e a recuperação bem menor, entre os eleitores de menos idade, maior escolaridade, faixa de renda acima de cinco salários mínimos, residentes em cidades médias e grandes.
O radar do ex-presidente Lula da Silva captou a mensagem e transformou parte dela no tema principal do discurso feito no dia da eleição para a presidência do PT, defendendo uma reaproximação do partido com os jovens.
Juventude esta um tanto desencantada com o petismo e sensível às inovações propostas pela ex-senadora Marina Silva.
Os números realmente apontam para a existência de pedras no caminho. Em junho, antes dos protestos, todas as faixas - de 16 a mais de 55 anos de idade - davam à presidente Dilma Rousseff mais ou menos o mesmo índice de aprovação, 56%. Em julho, apenas 27% dos pesquisados entre 16 e 24 anos mantinham essa posição; em novembro eram 32% - recuperação de cinco pontos porcentuais.
Na faixa dos 24 aos 34 anos de idade, 28% tinham uma avaliação positiva em julho e 34% em novembro; acréscimo de seis pontos porcentuais. Ambos os índices muito distantes (mais de 20 pontos) da expectativa do setor de propaganda do governo que imaginava reaver todo o patrimônio perdido nesses quatro meses.
Derramado o leite, Lula não ajoelha no milho nem se detém sobre o equívoco de avaliação: trata de convocar o partido a investir na recuperação do prejuízo. Conforme demonstram os dados, ele tem razão no diagnóstico.
Na mesma ocasião, porém, o partido não deu sinal de que já tenha encontrado a maneira de sair da teoria à prática. A não ser a convocação ao discurso "renovador", nada do que se falou tinha aroma de novidade. O partido continuou referido na lógica meramente eleitoral, com Lula repetindo que a prioridade do PT é reeleger Dilma e tirar São Paulo das mãos dos tucanos e foi só.
Os jovens, ao que pareceu, ficaram para uma etapa posterior. Rui Falcão, o candidato favorito, discorreu sobre a bandeira do partido para eventual segundo mandato de Dilma. Qual mesmo? "Reforma tributária". Convenhamos, um tema que não sensibiliza a juventude, o "exército do surfe", numa denominação cantada nos versos da Jovem Guarda.
Em dez anos de poder o PT não demonstrou disposição de arbitrar as divergências federativas inerentes a uma reforma no sistema de pagamento e arrecadação de tributos. Se tiver agora a intenção de enfrentar o problema, antes tarde. Mas, tudo depende da concepção. Segundo Rui Falcão, o PT tem simpatia por uma reforma que contemple aumento de alíquota do imposto de renda e taxação das grandes fortunas.
Em suma: aumento de impostos. Assunto que não mobiliza os jovens, mas irrita sobremaneira o eleitorado da faixa etária de 40 ou 55 para cima, justamente aquela mais simpática à presidente, que nessa toada pode vir a deixar de ser.
Efeitos especiais. Que o governo federal patrocine a exumação do corpo do presidente deposto em 1964, João Goulart, e faça a homenagem póstuma que os militares impediram quando da morte em 1976, está tudo certo: recupera-se uma injustiça e se esclarece se há fundamento nas suspeitas de que Jango foi assassinado ou se morreu de infarto.
Desnecessário, porém, e até mesmo inadequado, pois recende a exploração política, é o Planalto mobilizar partidos e entidades simpatizantes para tentar transformar a exumação em um acontecimento artificialmente popular, com cortejo do translado dos restos mortais em São Borja (RS) e Brasília.
Determinadas ocasiões requerem um toque de sobriedade e a contenção do impulso de transformar todo e qualquer fato em festim ideológico/governista.
Pesquisa do Ibope publicada em 3 de novembro no Estado mostra que a perda de pontos na avaliação do governo de junho para cá foi mais acentuada, e a recuperação bem menor, entre os eleitores de menos idade, maior escolaridade, faixa de renda acima de cinco salários mínimos, residentes em cidades médias e grandes.
O radar do ex-presidente Lula da Silva captou a mensagem e transformou parte dela no tema principal do discurso feito no dia da eleição para a presidência do PT, defendendo uma reaproximação do partido com os jovens.
Juventude esta um tanto desencantada com o petismo e sensível às inovações propostas pela ex-senadora Marina Silva.
Os números realmente apontam para a existência de pedras no caminho. Em junho, antes dos protestos, todas as faixas - de 16 a mais de 55 anos de idade - davam à presidente Dilma Rousseff mais ou menos o mesmo índice de aprovação, 56%. Em julho, apenas 27% dos pesquisados entre 16 e 24 anos mantinham essa posição; em novembro eram 32% - recuperação de cinco pontos porcentuais.
Na faixa dos 24 aos 34 anos de idade, 28% tinham uma avaliação positiva em julho e 34% em novembro; acréscimo de seis pontos porcentuais. Ambos os índices muito distantes (mais de 20 pontos) da expectativa do setor de propaganda do governo que imaginava reaver todo o patrimônio perdido nesses quatro meses.
Derramado o leite, Lula não ajoelha no milho nem se detém sobre o equívoco de avaliação: trata de convocar o partido a investir na recuperação do prejuízo. Conforme demonstram os dados, ele tem razão no diagnóstico.
Na mesma ocasião, porém, o partido não deu sinal de que já tenha encontrado a maneira de sair da teoria à prática. A não ser a convocação ao discurso "renovador", nada do que se falou tinha aroma de novidade. O partido continuou referido na lógica meramente eleitoral, com Lula repetindo que a prioridade do PT é reeleger Dilma e tirar São Paulo das mãos dos tucanos e foi só.
Os jovens, ao que pareceu, ficaram para uma etapa posterior. Rui Falcão, o candidato favorito, discorreu sobre a bandeira do partido para eventual segundo mandato de Dilma. Qual mesmo? "Reforma tributária". Convenhamos, um tema que não sensibiliza a juventude, o "exército do surfe", numa denominação cantada nos versos da Jovem Guarda.
Em dez anos de poder o PT não demonstrou disposição de arbitrar as divergências federativas inerentes a uma reforma no sistema de pagamento e arrecadação de tributos. Se tiver agora a intenção de enfrentar o problema, antes tarde. Mas, tudo depende da concepção. Segundo Rui Falcão, o PT tem simpatia por uma reforma que contemple aumento de alíquota do imposto de renda e taxação das grandes fortunas.
Em suma: aumento de impostos. Assunto que não mobiliza os jovens, mas irrita sobremaneira o eleitorado da faixa etária de 40 ou 55 para cima, justamente aquela mais simpática à presidente, que nessa toada pode vir a deixar de ser.
Efeitos especiais. Que o governo federal patrocine a exumação do corpo do presidente deposto em 1964, João Goulart, e faça a homenagem póstuma que os militares impediram quando da morte em 1976, está tudo certo: recupera-se uma injustiça e se esclarece se há fundamento nas suspeitas de que Jango foi assassinado ou se morreu de infarto.
Desnecessário, porém, e até mesmo inadequado, pois recende a exploração política, é o Planalto mobilizar partidos e entidades simpatizantes para tentar transformar a exumação em um acontecimento artificialmente popular, com cortejo do translado dos restos mortais em São Borja (RS) e Brasília.
Determinadas ocasiões requerem um toque de sobriedade e a contenção do impulso de transformar todo e qualquer fato em festim ideológico/governista.
Uma agenda de propostas - RODRIGO CONSTANTINO
O GLOBO - 12/11
Programas de ajuda aos mais pobres podem existir, desde que de forma descentralizada e sem se configurar compra de voto. Ou seja, devem ser estaduais, não federais
O debate político brasileiro anda muito empobrecido, especialmente por conta dessa hegemonia da esquerda que monopoliza as virtudes e rotula os oponentes, em vez de focar nos argumentos. É “direita hidrófoba” pra cá, “rotweiller” pra lá, e nada de rebaterem os pontos abordados pelos liberais e conservadores.
Na tentativa de superar essa barreira ideológica, gostaria de apresentar uma agenda de propostas que, creio, seriam fundamentais para colocar o Brasil na rota do crescimento acelerado e sustentável, ao contrário desses voos de galinha medíocres que vemos hoje. Não importa a cor do gato, desde que ele pegue o rato. Vejamos:
1) Reforma tributária: ninguém aguenta mais tantos impostos e, principalmente, tamanha complexidade de tributos. Leva-se 2.600 horas para pagar impostos por aqui, e trabalhamos até maio só para bancar o estado. É preciso simplificar e reduzir a carga tributária, urgentemente. Para tanto, é necessário cortar gastos públicos;
2) Reforma previdenciária: nosso modelo atual é uma bomba-relógio, e não há elo algum entre o que foi poupado e o que é recebido de aposentadoria, especialmente no setor público. Precisamos de contas individuais em um modelo de capitalização, de preferência privado, como é no Chile. Os brasileiros precisam ser sócios do capitalismo;
3) Reforma trabalhista: nossas leis trabalhistas são anacrônicas, ultrapassadas e inspiradas no fascismo. É hora de flexibilizá-las, de dar mais autonomia para os acordos individuais entre trabalhadores e patrões, enfrentando as máfias sindicais com coragem e tornando a adesão aos sindicatos voluntária, sem o imposto indecente que pagamos;
4) Privatizações: é preciso retomar o projeto de privatizações, que foi tão importante para nossa economia. O atual governo criou mais estatais, e as privatizações que fez foram malfeitas. É preciso pulverizar o capital da Petrobras, do Banco do Brasil, dos Correios, da Eletrobrás e da Caixa entre o povo brasileiro. Afinal, o petróleo é nosso ou não é?
5) Reforma educacional: o modelo atual custa caro e não educa quase ninguém. Precisamos de vales-educação que garantam a liberdade de escolha dos mais humildes, que passariam a colocar seus filhos em escolas particulares. A meritocracia precisa ser adotada também. Os melhores professores devem receber mais, e os melhores alunos devem se destacar, sem o fardo dessa mentalidade igualitária dos fracassados, que querem nivelar tudo por baixo. É hora de acabar com as cotas raciais também, pois a segregação apenas fomenta o racismo;
6) Segurança: não dá mais para o país ser refém dessa visão ideológica que trata bandidos como se fossem vítimas da “sociedade”. Há que se cobrar responsabilidade individual pelos atos de cada um, e punir com severidade aqueles que desrespeitam as leis. A impunidade é o maior convite ao crime. Bandidos mascarados que fingem ser jovens idealistas também precisam ser enfrentados com todo o rigor da lei, não importa o quanto recebam de apoio dos artistas e intelectuais da esquerda caviar;
7) Reforma política: nosso federalismo existe apenas no nome, e o governo central concentra poder demais. É preciso devolver o poder para mais perto dos cidadãos, retirando-o de Brasília. O voto deve ser distrital e facultativo. Deve-se acabar com o financiamento público de campanha que existe por meio de “horário gratuito” e “fundo partidário”. Somente indivíduos devem financiar partidos. Empresas não votam;
8) Paternalismo: o Estado não é papai de ninguém, e o povo não é súdito. É necessário acabar com essa tutela paternalista do Estado, e delegar mais liberdade, cobrando responsabilidade. Não cabe ao governo nos proteger de nós mesmos, mas sim de terceiros;
9) Assistencialismo: programas de ajuda aos mais pobres podem existir, desde que de forma descentralizada e sem se configurar compra de voto. Ou seja, devem ser estaduais, não federais, e programas de Estado, não de governo. Deve ter uma clara porta de saída. É absurdo celebrar um programa que, a cada ano, incorpora mais dependentes das esmolas estatais;
10) Política externa: o Mercosul virou uma camisa de força ideológica, atrasando nossa abertura comercial. É preciso fechar vários acordos bilaterais, reduzir as barreiras protecionistas e mergulhar, de vez, na globalização, abandonando esse infantil ranço antiamericano.
Essa agenda faria a economia brasileira deslanchar, não tenho dúvidas. O problema é que nenhum partido chega perto de defendê-la. Todos pregam ainda mais Estado. E ainda tem gente que coloca a culpa da miséria do debate na direita!
Programas de ajuda aos mais pobres podem existir, desde que de forma descentralizada e sem se configurar compra de voto. Ou seja, devem ser estaduais, não federais
O debate político brasileiro anda muito empobrecido, especialmente por conta dessa hegemonia da esquerda que monopoliza as virtudes e rotula os oponentes, em vez de focar nos argumentos. É “direita hidrófoba” pra cá, “rotweiller” pra lá, e nada de rebaterem os pontos abordados pelos liberais e conservadores.
Na tentativa de superar essa barreira ideológica, gostaria de apresentar uma agenda de propostas que, creio, seriam fundamentais para colocar o Brasil na rota do crescimento acelerado e sustentável, ao contrário desses voos de galinha medíocres que vemos hoje. Não importa a cor do gato, desde que ele pegue o rato. Vejamos:
1) Reforma tributária: ninguém aguenta mais tantos impostos e, principalmente, tamanha complexidade de tributos. Leva-se 2.600 horas para pagar impostos por aqui, e trabalhamos até maio só para bancar o estado. É preciso simplificar e reduzir a carga tributária, urgentemente. Para tanto, é necessário cortar gastos públicos;
2) Reforma previdenciária: nosso modelo atual é uma bomba-relógio, e não há elo algum entre o que foi poupado e o que é recebido de aposentadoria, especialmente no setor público. Precisamos de contas individuais em um modelo de capitalização, de preferência privado, como é no Chile. Os brasileiros precisam ser sócios do capitalismo;
3) Reforma trabalhista: nossas leis trabalhistas são anacrônicas, ultrapassadas e inspiradas no fascismo. É hora de flexibilizá-las, de dar mais autonomia para os acordos individuais entre trabalhadores e patrões, enfrentando as máfias sindicais com coragem e tornando a adesão aos sindicatos voluntária, sem o imposto indecente que pagamos;
4) Privatizações: é preciso retomar o projeto de privatizações, que foi tão importante para nossa economia. O atual governo criou mais estatais, e as privatizações que fez foram malfeitas. É preciso pulverizar o capital da Petrobras, do Banco do Brasil, dos Correios, da Eletrobrás e da Caixa entre o povo brasileiro. Afinal, o petróleo é nosso ou não é?
5) Reforma educacional: o modelo atual custa caro e não educa quase ninguém. Precisamos de vales-educação que garantam a liberdade de escolha dos mais humildes, que passariam a colocar seus filhos em escolas particulares. A meritocracia precisa ser adotada também. Os melhores professores devem receber mais, e os melhores alunos devem se destacar, sem o fardo dessa mentalidade igualitária dos fracassados, que querem nivelar tudo por baixo. É hora de acabar com as cotas raciais também, pois a segregação apenas fomenta o racismo;
6) Segurança: não dá mais para o país ser refém dessa visão ideológica que trata bandidos como se fossem vítimas da “sociedade”. Há que se cobrar responsabilidade individual pelos atos de cada um, e punir com severidade aqueles que desrespeitam as leis. A impunidade é o maior convite ao crime. Bandidos mascarados que fingem ser jovens idealistas também precisam ser enfrentados com todo o rigor da lei, não importa o quanto recebam de apoio dos artistas e intelectuais da esquerda caviar;
7) Reforma política: nosso federalismo existe apenas no nome, e o governo central concentra poder demais. É preciso devolver o poder para mais perto dos cidadãos, retirando-o de Brasília. O voto deve ser distrital e facultativo. Deve-se acabar com o financiamento público de campanha que existe por meio de “horário gratuito” e “fundo partidário”. Somente indivíduos devem financiar partidos. Empresas não votam;
8) Paternalismo: o Estado não é papai de ninguém, e o povo não é súdito. É necessário acabar com essa tutela paternalista do Estado, e delegar mais liberdade, cobrando responsabilidade. Não cabe ao governo nos proteger de nós mesmos, mas sim de terceiros;
9) Assistencialismo: programas de ajuda aos mais pobres podem existir, desde que de forma descentralizada e sem se configurar compra de voto. Ou seja, devem ser estaduais, não federais, e programas de Estado, não de governo. Deve ter uma clara porta de saída. É absurdo celebrar um programa que, a cada ano, incorpora mais dependentes das esmolas estatais;
10) Política externa: o Mercosul virou uma camisa de força ideológica, atrasando nossa abertura comercial. É preciso fechar vários acordos bilaterais, reduzir as barreiras protecionistas e mergulhar, de vez, na globalização, abandonando esse infantil ranço antiamericano.
Essa agenda faria a economia brasileira deslanchar, não tenho dúvidas. O problema é que nenhum partido chega perto de defendê-la. Todos pregam ainda mais Estado. E ainda tem gente que coloca a culpa da miséria do debate na direita!
Assinar:
Postagens (Atom)