O GLOBO - 12/11
A mais bem-sucedida política de segurança pública executada no Rio de Janeiro em décadas, a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), não pode ser entendida como solução única e definitiva para o problema da violência e criminalidade. Mas, sim, o início de um projeto mais amplo de resgate pelo Estado de amplos territórios subjugados pelo crime, para, a partir daí, haver a efetiva integração destas comunidades ao mundo formal da cidade, com o acesso a todos os serviços públicos, etc. A começar pelo Rio até se estender pela Baixada Fluminense e o restante do estado.
Sequer deve ser cobrado das UPPs o fim do tráfico de drogas, meta que nem os Estados Unidos, o país mais bem aparelhado em termos militares e policiais, conseguiram atingir. Realista, o objetivo da UPP, como diz o nome, é a pacificação das favelas, o que implica o banimento das armas pesadas e do comércio atacadista de drogas.
As UPPs, em funcionamento em 34 localidades, em que residem 1,5 milhão de pessoas, tiveram e têm grande impacto na redução dos índices de criminalidade, com destaque para os homicídios. A cidade do Rio chegou a ter, em 2000, cerca de 50 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes; hoje, se encontra na faixa pouco acima dos 20, próximo à média nacional.
Porém, se o programa não for gerenciado com a devida atenção, há o perigo de um desastroso retrocesso - desastroso para a sociedade. Reportagem de domingo do Extra traz informações preocupantes sobre o retorno de traficantes bem armados para áreas de UPPs.
No Pavão-Pavãozinho, Copacabana/Ipanema, a polícia já não entra na localidade chamada de Vietnã , como era no passado. Na Rocinha, estourou uma guerra entre remanescentes da quadrilha do traficante local, preso; e um grupo grande de pessoas com armas pesadas foi visto atravessando a Estrada da Gávea de madrugada. Situação semelhante ocorre no Complexo do Alemão (Parque Proletário, Vila Cruzeiro). Há outros casos. De forma organizada ou não, estão em curso ações de tentativa de retomada de territórios por traficantes, um ataque grave a um dos pilares do programa das UPPs - a manutenção do controle das áreas reintegradas aos cuidados do Estado.
No momento, importa menos discutir as possíveis causas desta pressão sobre as unidades de pacificação - até mesmo previsíveis - do que o poder público organizar uma resposta à criminalidade, firme como deve ser.
Não seria possível imaginar que quadrilhas há tanto tempo incrustadas nessas comunidades desistiriam de seus negócios . Cabe, então, aos governos estadual e federal repetirem as forças-tarefas que, com absoluto êxito, libertaram o Alemão, a Rocinha e outras comunidades, para retomar as áreas reocupadas por bandidos. A resposta do Estado precisa ser rápida e dura, para desestimular novas ações.
Sequer deve ser cobrado das UPPs o fim do tráfico de drogas, meta que nem os Estados Unidos, o país mais bem aparelhado em termos militares e policiais, conseguiram atingir. Realista, o objetivo da UPP, como diz o nome, é a pacificação das favelas, o que implica o banimento das armas pesadas e do comércio atacadista de drogas.
As UPPs, em funcionamento em 34 localidades, em que residem 1,5 milhão de pessoas, tiveram e têm grande impacto na redução dos índices de criminalidade, com destaque para os homicídios. A cidade do Rio chegou a ter, em 2000, cerca de 50 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes; hoje, se encontra na faixa pouco acima dos 20, próximo à média nacional.
Porém, se o programa não for gerenciado com a devida atenção, há o perigo de um desastroso retrocesso - desastroso para a sociedade. Reportagem de domingo do Extra traz informações preocupantes sobre o retorno de traficantes bem armados para áreas de UPPs.
No Pavão-Pavãozinho, Copacabana/Ipanema, a polícia já não entra na localidade chamada de Vietnã , como era no passado. Na Rocinha, estourou uma guerra entre remanescentes da quadrilha do traficante local, preso; e um grupo grande de pessoas com armas pesadas foi visto atravessando a Estrada da Gávea de madrugada. Situação semelhante ocorre no Complexo do Alemão (Parque Proletário, Vila Cruzeiro). Há outros casos. De forma organizada ou não, estão em curso ações de tentativa de retomada de territórios por traficantes, um ataque grave a um dos pilares do programa das UPPs - a manutenção do controle das áreas reintegradas aos cuidados do Estado.
No momento, importa menos discutir as possíveis causas desta pressão sobre as unidades de pacificação - até mesmo previsíveis - do que o poder público organizar uma resposta à criminalidade, firme como deve ser.
Não seria possível imaginar que quadrilhas há tanto tempo incrustadas nessas comunidades desistiriam de seus negócios . Cabe, então, aos governos estadual e federal repetirem as forças-tarefas que, com absoluto êxito, libertaram o Alemão, a Rocinha e outras comunidades, para retomar as áreas reocupadas por bandidos. A resposta do Estado precisa ser rápida e dura, para desestimular novas ações.
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