quarta-feira, novembro 28, 2012

A COLUNA DU MURILO - LULLA E SUA AMANTE


COLUNA DU MURILO


MANCHETES QUE OS JORNAIS NÃO PODEM PUBLICAR!


O GLOBO: Amante de Lula faz tráfico de influência

FOLHA DE SP: Rapariga de Lula tinha passaporte diplomático

O ESTADÃO: Mulher que Lula come tinha caso com José Dirceu

O DIA: Marisa indaga Lula e ele diz que não comeu, só botou nas coxas

VALOR ECONÔMICO: A prostituta de Lula negociou contratos do Porto de Santos

ESTADO DE MINAS: Lula e Rose, trepam há mais de 10 anos

ZERO HORA: O sapo e a vagabunda: No amor e na corrupção!

PAULO HENRIQUE AMORIM: É mentira, é mentira, é mentira - Patrocínio Caixa Econômica Federal




Pulsantes - MARTHA MEDEIROS

ZERO HORA - 28/11


Assisti à peça Vermelho, encenada pelo extraordinário Antonio Fagundes e por seu filho Bruno, que conta uma parte da vida do pintor Mark Rothko, expoente do expressionismo abstrato nos anos 50 e 60. O texto é tão bom, que saí do teatro com a cabeça fervendo.

Vontade de escrever sobre o dilema entre o que é artístico e o que é comercial, sobre as diferentes maneiras de vermos a mesma coisa, sobre a função da arte abstrata (que nunca me comoveu, mas à qual a partir da peça passei a dar outro valor) e sobre a desproteção das obras quando expostas (Mark Rothko era hiperexigente quanto à luz das galerias, assim como quanto à distância que o visitante deveria ficar da tela, e por quanto tempo esse visitante deveria observá-la até ser atingido emocionalmente... enfim, um chato, esse Rothko, mas fascinava).

No entanto, como não sou conhecedora de pintura, resolvi destacar aqui um outro aspecto da montagem, que diz respeito não só a artistas plásticos, mas a todos os que lidam com criação. Pensando bem, até com os que não lidam.

Muitos entre nós ainda acreditam que trabalho e prazer são duas coisas distintas que não se misturam. O dia, em tese, é dividido em três terços: oito horas trabalhando, oito horas aproveitando a vida (até parece: e as filas? e o trânsito?) e oito horas dormindo. Cada coisa no seu devido lugar. Apenas os artistas teriam a liberdade de subverter essa ordem.

Pois o mundo mudou. O trabalho está deixando de ser aquela atividade burocrática e rígida cuja finalidade era ganhar dinheiro e nada mais. Queremos extrair prazer do nosso ofício, seja ele técnico, artístico, formal, informal. O conceito de estabilidade perdeu força, as hierarquias já não impressionam.

A meta, hoje, é aproveitar as novas tecnologias e as oportunidades que elas oferecem. Atuar de forma mais flexível, autônoma e motivada. Trocar o “chegar lá” pelo “ser feliz agora”. Ou seja, amar o trabalho do mesmo jeito que se ama ir ao cinema, pegar uma praia e sair com os amigos.

Rothko respirava trabalho, e considerava que estava igualmente trabalhando quando lia Dostoievski, quando filosofava, quando caminhava pelas ruas, quando amava, quando dormia, quando conversava. Defendia a vida como matéria-prima da inspiração, sem regrar-se pelo horário comercial. Não se dava folga – ou folgava o tempo inteiro, depende do ponto de vista. Quando não estava pintando, estava alimentando sua sensibilidade, sem a qual nenhuma pintura existiria.

Nos anos 50, só mesmo um artista poderia viver essa fusão na prática. Depois que cruzamos o ano 2000, porém, é uma tendência que só cresce, em todas as áreas profissionais, nas que existem e, principalmente, nas que estão sendo inventadas.

Como pintor, Mark Rothko valeu-se de uma vasta cartela de cores, mas expressou-se magistralmente em vermelho – na verdade, ele viveu em vermelho. Paixão, sangue, vinho, pimenta, calor, sedução. Ele sabia que essa era a cor que pulsava. E segue moderno, pois, como ele, são os pulsantes que estão fazendo a diferença.

O cara errado no lugar certo - TUTTY VASQUES


O Estado de S.Paulo - 28/11



Faltando ainda 17 dias para completar um ano que deixou a presidência do Corinthians para assumir o cargo de diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez tem boas chances de comemorar a data já nomeado secretário de Esportes de São Paulo pelo prefeito eleito Fernando Haddad.

Com um currículo desses, francamente, a gente tem de tirar o chapéu para o nome mais cotado pelo PT para comandar a abertura da Copa de 2014 no Itaquerão.

Dizem que ele se dá bem porque é amigo do Lula, mas não custa lembrar que o José Dirceu e o Genoino também o são!

Menos até que o poder, Andrés tem como seu maior patrimônio a pose! Pode até não ter sido chamado a decidir porcaria nenhuma desde que saiu do Corinthians, mas ninguém finge mandar tão bem quanto ele.

Agora mesmo, tem feito uma ginástica danada para manter a altivez em sua saída humilhante da CBF. Não é fácil nem para ele encerrar uma conversa para a qual nunca foi chamado.

Em meio à crise que deixou a seleção sem técnico, Sanchez vai acabar dando um jeito de empurrar com a barriga seu destino de cartola pela primeira vez para um posto de governo.

Cá pra nós, tem tudo pra dar certo, né não?!


Falha de comunicação

Se soubessem que haveria protestos contra Sérgio Cabral na passeata pelo veto da Dilma ao projeto de redistribuição dos royalties do petróleo, os cariocas teriam no mínimo dobrado o público da manifestação.

Trem-bala perdida

A notícia enguiçada do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas andou: o governo brasileiro anunciou que vai estender o projeto até Belo Horizonte, Brasília e Curitiba. Depois é só ir adiando o edital de licitação, e pronto!

Perguntar não ofende

Se os preços das passagens não param de subir e nunca antes na história deste País o brasileiro viajou tanto de avião, por que diabos as companhias aéreas nacionais estão sempre em crise?

Festival de más notícias

Os pessimistas estão em festa: começou na segunda-feira em Doha mais uma daquelas conferências da ONU fadadas ao fracasso sobre mudanças climáticas!

Preconceito bobo

O Google não precisa ter vergonha de dizer que caiu! Teve torcedor do Palmeiras que ficou ofendido com a desfaçatez da empresa na segunda-feira.

Boas festas

Confirmado: vai haver Natal na Grécia! Com os 43,7 bilhões de ajuda que acaba de receber dá para fazer uma festa e tanto!

Quem?

Mantendo a tradição brasileira de envolvimento de pessoas com nomes estranhos em escândalos de corrupção, chama-se Cyonil Júnior o ex-auditor do TCU que delatou o esquema descoberto pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

Tá explicado

Tem muito torcedor por aí que quer o Felipão na seleção só para não correr o risco de vê-lo em seu clube. Entendeu agora?

Tomou no Orkut - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 28/11

Falar mal de ex-patrão nas redes sociais pode render condenação até mesmo na Justiça do Trabalho.
É isso mesmo. A 5ª Turma do TST condenou a ex-funcionária de uma pet shop de Curitiba a indenizar os donos do negócio em R$ 2 mil por ofensas no Orkut.

Segue...
Em sua página na rede social, a mulher confessou que maltratava os animais da loja com chutes e detergente nos olhos (meu Deus...), além de se referir aos patrões com palavrões e comentários ofensivos sobre a vida íntima deles.
O ministro Emmanoel Pereira, relator do caso, considerou as ofensas “graves” — sobretudo, “sabendo-se que o número de acessos em tais redes sociais é tão desconhecido quanto incontrolável”.

Cinema espírita
A Conspiração, que acaba de lançar o elogiadíssimo “Gonzaga — De pai para Filho”, vai produzir uma nova biografia.
Desta vez, do francês Allan Kardec (1804-1869), criador da chamada doutrina espírita, que no Brasil faz um tremendo sucesso.

Aliás...
Impressiona como tem gente com nome de Allan Kardec por aqui.
Vai de jogador de futebol até diretor da ANP.

No mais
Lula, apesar dos avanços sociais de seu governo, promoveu, de certa forma, a “sarneyzação” do Brasil.
A capacidade dessa ex-secretária petista Rosemary Noronha de arranjar empregos públicos para amigos e parentes, inclusive a filha e o genro, pagos com o meu, o seu, o nosso dinheiro, é de matar de inveja grande parte da nossa elite política mais atrasada. Com todo o respeito.

Veta, Dilma
De Pedro Malan, ao saudar Andrea Calabi na festa dos 70 anos de Régis Bonelli, na FGV, segunda, mesmo dia da passeata dos royalties.
— Calabi veio ao Rio não só homenagear nosso amigo Régis, mas também para protestar contra a quebra de contrato dos royalties fluminenses.

Segue...
Surpreendido, o secretário da Fazenda de São Paulo fez um sinal positivo com o polegar.

O nosso Kafka
Alexandre Kafka (1917-2007), que representou o Brasil no FMI por mais de 30 anos, era mesmo parente de Franz Kafka (1883-1924), autor de “A metaformose”. O pai do economista era deputado no Parlamento tcheco e primo em segundo grau do escritor.
A curiosidade está no novo livro do economista Gustavo Franco, “As leis secretas da economia”, da Zahar.
Diário de Frida
A José Olympio vai relançar, após 18 anos, “O diário de Frida Khalo”, a pintora mexicana (1907-1954).

ESQUINA DO PECADO
Fiscais da prefeitura do Rio visitaram ontem o Galitos Grill, na esquina das ruas Farme de Amoedo e Visconde de Pirajá, em Ipanema. Mas não pelo cardápio. O simpático restaurante é acusado de pôr este cercadinho da foto de cima sobre a calçada... sem autorização. Aliás, mesmo se tivesse pedido, receberia “não” como resposta. O trecho agora deformado pela grade (veja na foto de baixo como era antes) faz parte do programa Rio Cidade, que deu a Ipanema um visual todo especial ao colorir os cruzamentos das ruas e o território sagrado dos pedestres. A prefeitura mandou o Galitos remover o cercadinho em 72 horas. Melhor assim 

Mão naquilo, aquilo na...
Sexta, Horácio Ernani vai fazer um leilão de arte erótica, incluindo esta escultura chinesa em marfim, do século XIX. Entre as peças mais cotadas, a pintura “Aguardente chupeta”, de Rubens Gerchman, e desenhos da coleção de Jean Bazin, com mulheres em cenas quentes, como a que se chama “Duas mulheres em estado de graça”, que retrata... deixa pra lá.

Três Maracanãs
Em apenas um mês, a exposição “Impressionismo: Paris e a modernidade” já levou mais de 253 mil pessoas ao CCBB do Rio.
O número deve explodir com os
turistas que vierem para o réveillon.

De fora
O arquiteto Sérgio Dias não vai continuar como secretário municipal de Urbanismo do Rio no segundo mandato de Eduardo Paes.

Blitz, documento
Dia 16, a Blitz, de Evandro Mesquita, vai gravar seu DVD de 30 anos na Praia de Ipanema, com participações especiais da Mangueira e do saxofonista Rodrigo Sha.

Show esgotado
Com a lotação esgotada, a cantora portuguesa Carminho fará um show extra no próprio dia 17, na Miranda, no Rio.

Vou te dar um anel - RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 28/11


RIO DE JANEIRO - Descendo em Congonhas e já caindo num engarrafamento, achei graça quando o taxista, apontando para o quilômetro de carros parados à nossa frente, me disse: "Olhe só para isso, senhor. A que horas está marcado o seu apontamento?". Apontamento, do inglês "appointment", é o que, no Brasil, chamamos de encontro, compromisso. Talvez o taxista estivesse sendo irônico. Não. Era a sério, mesmo.

Nossa paixão pela língua inglesa atinge agora um novo e importante estágio: passamos a falar inglês diretamente em português. Basta ver como se tem usado a palavra "plant", fábrica -como planta. "Plantation", fazenda, como plantação. "Office", escritório, como ofício. "Support", apoiar, como dar suporte. "Actually", de fato, como atualmente. E "style", elegância, como estilo ("Fulano é cheio de estilo").

Em breve, as piadas com que zombávamos do falso domínio da língua pelos pedantes serão realidade. "I'll give you a ring", vou te telefonar, se transformará em "Vou te dar um anel". "I can't help myself", não posso evitar, se tornará "Não posso ajudar a mim mesmo". E não será surpresa se, diante de "It's raining cats and dogs", está chovendo paca, começar a chover gatos e cachorros.

Não se vê essa infestação linguística na França, na Espanha ou em Portugal. Com ou sem coerção oficial (de resto, inútil) aos estrangeirismos, é o povo daqueles países que prefere preservar as formas de falar com as quais nasceu e que identifica como suas.

Você dirá que esse problema é velho entre nós, e que "football" tornou-se futebol quando o certo seria -Deus me livre- ludopédio. Mas não é a mesma coisa. O futebol era uma disciplina nova, trazida de fora, e era normal que seu léxico, implantado aqui, fosse uma adaptação do original. Mas por que "button", botão, se tornou no Brasil "bottom", nádega, bunda?

A fiança - PAULO SANT’ANA

ZERO HORA - 28/11


Um dos momentos mais nervosos e cruciais do campo espiritual é aquele em que uma pessoa pede fiança para outra.

Eu tenho um amigo que não tem nenhuma propriedade imobiliária. No entanto, durante toda a vida ele teve inúmeras oportunidades de adquirir imóveis. Nunca adquiriu algum porque tem a família muito numerosa e, se tivesse adquirido imóvel, fatalmente alguém iria lhe pedir fiança.

A relação entre o fiador e o afiançado é uma das mais conflituosas que se conhecem no campo das relações humanas.

Há pessoas que não concedem fiança nem para os seus irmãos de sangue, quanto mais para os cunhados.

E não há instante de pior ruptura entre as pessoas do que quando alguém nega fiança para outrem: está assim quebrado o cristal da amizade.

Outro amigo meu tem uma expressão: “Dou tudo o que tenho para quem me pedir, menos fiança”.

Não há nada mais injusto do que um fiador pagar uma fiança para um afiançado que não cumpriu com seu compromisso.

O fiador, em última análise, não tem nada a ver com aquele compromisso financeiro que assumiu o afiançado. E, no entanto, ele é obrigado a pagá-lo. Paga sem ter usufruído do aluguel ou qualquer outro bem que tenha gozado o afiançado.

Por outro lado, para o afiançado se torna muito dolorido e constrangedor pedir fiança para o provável fiador. Há afiançados que relutam durante anos em pedir fiança, envergonhados, inibidos, destruídos ante a possibilidade de que tenham de pedir a fiança, o supremo momento de dor e covardia dos afiançados.

Há outros caras de pau que nem se tocam para pedir fianças, pedem-nas a torto e a direito e por certo não honram nenhuma delas.

Ainda na semana passada narrou-me um conhecido meu as imensas dificuldades por que está passando em face de ter de pagar uma fiança concedida a um parente seu que não foi honrada.

Ele me disse que o juiz que executou a fiança ainda foi compreensível e parcelou a dívida, até mesmo porque não teria como pagá-la por inteiro.

Mas ele me contou que está sendo obrigado a restringir todos os seus gastos, até mesmo os de alimentação, em razão de que a prestação a que foi obrigado reduziu a escombros o seu orçamento.

Felizes dos que, ou por se precaverem, ou por sorte, não são solicitados a dar fiança a ninguém.

Se há instituto do Direito Civil que é infeliz e inadequado, é o da fiança, que separa as pessoas, que cria ódios e inimizades, que tinha de ser substituído por outro mecanismo que não transformasse os seus atores em inimigos da noite para o dia.

Maldito abismo criado entre as pessoas essa encrenca máxima da fiança.

Descuido * - ANTONIO PRATA

FOLHA DE SP - 28/11


No relacionamento, às vezes a gente se sente como quem dirige no estrangeiro: errando e sendo xingado


- Maravilha, vaga bem na frente.

- Cê não acha mais seguro deixar no valet?

- Vinte e cinco paus?!

- Se a gente sair tarde...

- Prefiro dar o dinheiro pro ladrão que pro valet: pelo menos o roubo é explícito. Pode deixar, a gente vai embora cedo -ele diz, já fazendo a baliza.

- Ó lá, hein? São Paulo tá fogo, não quero dar mole de madrugada...

Ele desliga o carro. Vai abrir a porta, hesita:

- Cê tem uma bala, aí?

- Tenho um Trident, serve?

- Serve.

Ela pega o chiclete na bolsa. Vai dar pra ele, hesita:

- Engraçado, cê nunca gostou de bala, chiclete, por que isso, agora?

- Porque... Ah, essa coisa de vernissage, todo mundo espremidinho, falando um na cara do outro, sei lá, vai que...

- Que?...

- Vai que eu tô com um bafinho?

- Que nojo! Cê tá com um bafinho?!

- Não sei, tô?

- Sei lá! Não! Por que que cê ia tá com bafinho?

- Ué, tava no trabalho, um tempão sem comer, reunião... Sabe aquelas pessoas que têm um bafinho de trabalho? Morro de medo. Daí o chiclete.

Ele vai pegar o Trident: ela fecha a mão -e a cara. Ele suspira. (Às vezes sente-se no relacionamento como quem dirige num país estrangeiro: vira e mexe, sem nem perceber, está cometendo infrações, levando apito do guarda, escutando xingamentos dos outros motoristas.)

- Que foi?

- Como, que foi?! Quer dizer que se você tiver com bafo a sua maior preocupação é com o pessoal na vernissage, não comigo?!

- Não, eu... Olha, eu não acho que tô com bafo! É, é só um cuidado.

- Cuidado com eles e descuido comigo! Eu sou sua mulher! É comigo que você tem que se preocupar! "De tudo ao meu amor serei atento antes", não é esse o verso do Vinicius que você vive citando por aí? Bafinho! Vê se pode! É o fim do amor!

- Que fim... Escuta, vamos lá pro lançamento?! É perigoso ficar aqui discutindo dentro do carro.

- Ah! Pra economizar R$ 25 do valet não era perigoso, mas pra resolver a situação com a sua mulher, é?!

- Que situação?! Não tem situação nenhuma! Eu só pedi uma bala! Onde cê tá querendo chegar com essa discussão?

- Eu que te pergunto! Onde cê tá querendo chegar com essa atitude?

- Eu? Eu quero chegar no lançamento, só isso. Será que dava pra gente ir pro lançamento?

- Se você tá tão preocupado assim com esse lançamento, vai! Vai que eu vou embora!

- Olha, se eu sair desse carro vai ficar configurada uma briga, cê sabe, né?

- É bom, mesmo, pra você ficar mais esperto comigo. Quem ama, cuida! Não é Vinicius, mas é bem verdade! Vai, vai pro seu lançamento!

Ele dá a chave pra ela. Sai do carro. Ela pula pro banco de motorista e arranca, cantando pneus. Ele olha em volta, não vê nenhum conhecido. Põe a mão em concha sobre a boca e o nariz. Testa. Parece que não: mas vai que? Compra um saco de pipocas e entra mastigando, seguro e infeliz.


*Texto escancaradamente inspirado nos diálogos de casal do Marcelo Rubens Paiva.

Dúvida cruel - SONIA RACY


O ESTADÃO - 28/11

Não houve, oficialmente, autorização de quebra de sigilo telefônico de Rosemary Noronha, apanhada pela Operação Porto Seguro. Diante disto, há petista se perguntando de onde vem a informação de que Lula teria telefonado uma centena de vezes para a agora ex-chefe de gabinete da Presidência em SP depois que deixou o cargo.
Se a moça apadrinhada pelo ex-presidente foi grampeada, esse grampo é ilegal.

Dúvida 2
Aliás, a depender das conversas hoje em Brasília, Rosemary deixou a capital sem conseguir fazer um só amigo. Assessores de governo, parlamentares e até ministros têm evitado qualquer referência a ela ou à ação da Polícia Federal.
Tudo novo...

Após a estreia no comando do STF, Joaquim Barbosa presidiu ontem sua primeira sessão à frente do Conselho Nacional de Justiça.

...de novo
Teve advogado se queixando de seu estilo... direto. Um deles ganhou resposta atravessada ao reclamar que processo de seu cliente foi retirado de pauta. Deixou o local bufando.

Em pax
Estava prevista para ontem a visita de Marcos Cruz, futuro secretário de finanças de Haddad, a Mauro Ricardo Costa, atual de Kassab.

Suspense
Grande expectativa para o Vale Day, dia 3, na bolsa de NY. Lá, Murilo Ferreira anuncia o Plano de Investimento para 2013.

Em família
Cinco dos sete filhos de Emerson Fittipaldi serão padrinhos de seu casamento com Rossana Fanucchi. Dia 7, no Buffet Contemporâneo, em SP, decorado por Andrea Guimarães e Vic Meirelles.

Bad ideia
O site Reclame Aqui bateu recorde de reclamações diárias com a Black Friday. Foram 8.251 queixas de consumidores que tentaram fazer compras em sites de e-commerce. Submarino e Americanas. com foram os mais citados.

Outro lado
A campanha de Alberto Toron vê distorções na pesquisa que aponta Marcos da Costa à frente na disputa pela presidência da OAB-SP. Seus assessores garantem que, no pior cenário para a oposição, levantamentos internos revelam empate entre ambos.

Venta lá...
O Comitê de Ética da Fifa, em Zurique, pediu ao governo brasileiro detalhes sobre a invasão da casa de Marco Polo Del Nero (membro do comitê executivo da federação), anteontem, pela PF.

Bolso cheio
Se Guardiola for mesmo uma opção para a CBF, é bom José Maria Marin correr.
Roman Abramovich, dono do Chelsea, já assinou cheque em branco – caso o catalão decida abreviar suas férias.

Chefe camarada
Ao ser indagado sobre quem poderia ser o novo técnico da seleção, Luis Alvaro, do Santos, foi direto: “Tenho medo de que seja o Muricy. Porque, se for por competência, será ele”.

Parede engajada
Dados sobre a incidência da violência contra as mulheres no Brasil serão intercalados com números dos serviços telefônicos para denúncias de agressão. É a ação que será aberta, hoje, no Museu da República, em Brasília.
Iniciativa da ONU Mulheres.

Black sábado
Eduardo Muylaert vende tudo. São mais de mil livros de fotografia, bem como câmeras e memorabilia–até do século 19. Na Fauna Galeria, a partir do dia 1º.

Na frente
•Jane Fonda trouxe para o Brasil seu fiel cabeleireiro, Matthew Shields. A atriz aproveita o rasante e grava, hoje, participação no Saia Justa, do GNT.

•Nauro Junior lança livro. Hoje, na Livraria da Vila da Alameda Lorena.

•Francisco Turra, da Fundação Milton Campos, anuncia os vencedores do concurso de monografias sobre emendas parlamentares. Hoje, em Brasília.

•Angelo Derenze pilota festa de lançamento da Casa Cor. Amanhã, no Shopping JK.

•Sábado acontece o sorteio dos jogos da Copa das Confederações. Os técnicos das seis seleções já classificadas para o torneio estarão em Sampa. Resta saber: o que a CBF fará com a cadeira em que deveria se sentar Mano Menezes?

2013 em diante, o período de introversão - PATRICIA MARRONE


O Estado de S.Paulo - 28/11


Após quase duas décadas de globalização, as economias de muitos países serão forçadas a "voltarem-se para dentro de si mesmas", num longo período de introversão das economias nacionais.

Os americanos terão de lidar com seu abismo fiscal e "arrumar a casa". Muitos países europeus terão de equacionar suas dívidas internas, buscando, ao mesmo tempo, minimizar o custo social desses ajustes. Os países árabes deverão consolidar suas democracias, para que, em etapas posteriores, sustentem politicamente seus programas econômicos. É de consenso que os Brics - Brasil, Rússia, Índia, China - não poderão crescer, se dependerem de exportações aos mercados da Europa e dos EUA, que ficarão estagnados por um bom tempo. Eles também se verão obrigados a fundamentar o seu crescimento na reorganização e expansão de seus mercados internos. Os chineses sabem disso. Com um gordo saldo de poupança interna acumulada e planejamento centralizado, iniciaram, desde junho de 2011, um profundo movimento de reformas, fundamentado no desenvolvimento das províncias do interior.

Aqui, destaco importantes iniciativas que têm sido adotadas pela China. Algumas delas, se devidamente adaptadas, fortaleceriam e impulsionariam o crescimento regional também no Brasil.

Aprimoramento do sistema de gestão das províncias: o governo central chinês desenvolveu critérios de competição por comparação entre dirigentes locais, para premiá-los ou puni-los em razão do desempenho relativo no provimento de serviços públicos. O mecanismo tenta substituir, mesmo que parcialmente, o critério de seleção por avaliação dos eleitores, o que ocorre nos países democráticos. Nós, brasileiros, podemos selecionar políticos pelo voto, mas o aprimoramento dos critérios adotados para pautar as concessões dos créditos do BNDES a Estados e municípios pela qualidade do gasto seria útil. Além disso, o sistema de gestão por indicadores adotado no Estado de Pernambuco poderia ser disseminado para outros Estados.

Concentração setorial e espacial da indústria: na China, as regiões estão buscando a especialização crescente e as empresas estão se tornando mais interconectadas - tanto dentro de setores quanto dentro de regiões geográficas definidas. No Brasil, existem alguns arranjos produtivos locais, porém a guerra fiscal entre os Estados e o processo de desindustrialização vivenciados nos últimos anos desagregaram as empresas e seus fornecedores entre as regiões. Com isso, a estrutura industrial nacional reduziu a capacidade de integração vertical e a carência de mão de obra qualificada em alguns setores se acentuou.

As soluções para baixar o custo dessa "desconexão" seriam melhorar as infraestruturas de transportes e de educação no entorno dos novos polos industriais e enfrentar a reforma fiscal no âmbito nacional.

Aumento da colaboração entre universidades e empresas: a colaboração universidade-indústria tem sido adotada na China, particularmente na província de Guangdong, e usada como canal de transferência de conhecimento, inovação e desenvolvimento econômico e tecnológico regionais. No Brasil, alguma integração desse tipo existe, mas está concentrada em poucas cidades das Regiões Sudeste e Sul.

Ampliação da abrangência do sistema de saúde: a reforma do sistema de saúde na China prevê a instalação de um ou dois hospitais em cada uma das 2.853 províncias até o fim de 2015 e investimentos em toda a cadeia desse sistema. O objetivo é ampliar o acesso da população aos serviços de saúde. No Brasil, há uma enorme carência de hospitais no interior, principalmente no Norte e no Nordeste do País.

A exemplo da China, há espaço para aprimoramentos em várias áreas no interior do Brasil. Inúmeras oportunidades surgirão desse processo de introversão, inicialmente nos setores de construção civil, energia, logística, transportes, turismo, educação, cultura e saúde, que seriam estimulados.

Hora das amarras - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 28/11

Da mesma forma que agiu rápido para afastar Rosemary Noronha e apadrinhados do governo, a presidente Dilma Rousseff precisa agora jogar na arena da política para proteger o Poder Executivo dentro do Congresso. E uma das maneiras que escolheu para fazer isso foi chamando líderes e aliados para “aquela conversa”. Os líderes do PT e do governo foram chamados ontem. Mas todos estão conscientes de que apenas isso não basta.

Aos líderes do governo, foi dada a tarefa de repetir diuturnamente que o Poder Executivo está aberto a dar explicações, e que, da parte da presidente, as ações mais urgentes já foram adotadas. Ok, mas isso não tira da oposição o direito e até o dever de cobrar detalhes. A oposição quer saber, por exemplo, quem dava tanto poder a Rosemary Noronha, e que história é essa de uma simples chefe do escritório paulista — cargo que nunca na história desse país foi tão conhecido — ter tantos indicados. E essa pergunta pode desaguar no ex-presidente Lula, daí, a conversa envolver os líderes petistas que ficarão encarregados de fazer a defesa do ex-presidente, a figura mais popular e carismática do PT.

Dentro dessa linha de defesa, não será surpresa se governo e PT adotarem a mesma estratégia usada quando da divulgação do escândalo do mensalão, em 2005. Naquela temporada, Lula recorreu ao PMDB de Michel Temer. O então deputado Geddel Vieira Lima virou ministro da Integração Nacional. Para os peemedebistas do Senado coube o Ministério de Minas e Energia. Da parte da Câmara, houve ainda a ascensão ao Ministério da Saúde.

Desta vez, com Dilma no comando, antes mesmo de estourar a Operação Porto Seguro e a investigação sobre a chefe do escritório presidencial em São Paulo, já havia o interesse de dar mais espaço ao PMDB e ainda acolher o partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. As razões, entretanto, eram apenas evitar que esses aliados e potenciais apoiadores rumo a 2014 terminassem migrando para um projeto alternativo, leia-se, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Agora, os ventos indicam que essas amarras, tanto no caso de Kassab quanto do PMDB, passam a deixar de ser apenas de preventivas a médio e longo prazo. A ordem é reforçar as alianças o mais rápido possível, para não expor ainda mais o PT e seu maior líder. Da ótica do partido, já basta o fato de tentarem envolver Lula no episódio do mensalão.

Não foi à toa que Kassab, por exemplo, já foi chamado para integrar a base do governo e apoiar a presidente Dilma. Ontem, na parte fechada da reunião da Executiva do PSD em Brasília, Kassab contou a seus correligionários que Dilma tem algumas opções de ministérios para integrar o partido a seu governo. Ou seja, a intenção dela não é restringir a participação da legenda de Kassab a um posto periférico. A fase agora é de consultar os nomes mais importantes do PSD pelo Brasil afora para, a partir daí, dar uma resposta à presidente.

Enquanto isso, o governo faz as contas

Só o fato de Dilma ter convidado Kassab para apresentar um nome a sua equipe já é sinal de que a reforma ministerial está em estudo e não vai demorar tanto quanto se previa em outubro. Afinal, uma bancada com mais de 50 deputados, o caso do PSD, não pode ser desdenhada ou deixada à deriva, pronta para se aproximar da oposição. Kassab, por sua vez, não pretende criar problemas para a presidente, nem para o antecessor dela.

Na hipótese de o PSD passar a compor a bancada governista, ainda que com um certo viés de independência, Dilma passará a contar teoricamente com quase 400 deputados na sua base. Número para ninguém botar defeito.

Por falar em números…

Quem sonha em ter todo esse apoio é o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), candidato a presidente da Câmara. A marca, entretanto, será difícil de alcançar porque as candidaturas começam a sair da toca. Ontem, por exemplo, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) aproveitou o futebol em comemoração ao seu aniversário para sentir o clima para se apresentar. Juntando isso, com o fato de Eduardo Campos ter dito que, em relação à sucessão na Câmara, acolherá o que a bancada socialista decidir, pode-se concluir que Delgado está terminando a fase de aquecimento para entrar em campo. Se entrar, é sinal de que os ventos e os temporais que muitos consideravam que iriam para longe da disputa da Câmara, se aproximam. Mas essa é outra história.

Feira de negócios - TOSTÃO

FOLHA DE SP - 28/11

Acabou o sonho de Guardiola. É a volta dos chutões, do jogo truncado e das jogadas aéreas


Está praticamente certo que Mano Menezes não foi dispensado por razões técnicas, e que Felipão será o novo treinador da seleção.

Meses atrás, em uma coluna fictícia, escrevi que Mano Menezes, no psicanalista, dizia-se preocupado com a nomeação de Felipão como assessor do Ministério do Esporte. Mano suspeitava que Felipão era o técnico preferido do governo. Um mês depois da Olimpíada, Felipão saiu do Palmeiras. Será que a ficção estava próxima da realidade?

Repito minha hipótese de que a CBF, influenciada pela importância política e comercial da Copa e pelos investidores e marqueteiros, quer um técnico carismático, capaz de empolgar o torcedor, de conviver com a pressão de um Mundial no Brasil e ainda ser um escudo para os dirigentes. Mano é racional, frio e técnico. Sorri pela metade, como José Serra.

No passado, as estrelas do futebol eram os jogadores. Depois, surgiram os treinadores. Agora, é a época dos investidores e marqueteiros.

Isso pode ser bom ou ruim. Nenhum dirigente de clube ou da CBF decide nada sem ouvi-los. Nem sempre o que é bom para o time é bom para o clube, pelo olhar comercial e político. Cada vez mais, futebol é uma feira de negócios.

Guardiola foi um sonho. É lamentável a prepotência e o corporativismo dos técnicos brasileiros, antigos e novos, em relação aos estrangeiros, mesmo sendo Guardiola. Querem manter os empregos, o prestígio e ainda ficar próximos da CBF.

Obviamente, em um passe de mágica, nem mesmo em um ano e meio, Guardiola faria a seleção jogar tão bem quanto o Barcelona. Não temos tantos craques. Mas muitas coisas poderiam ser melhoradas já para o Mundial. Temos de pensar no futuro e criar novos conceitos.

A maior dificuldade do técnico seria a falta de um craque no meio-campo, no nível de Xavi, Iniesta, Busquets, Fàbregas, Xabi Alonso, Pirlo, Yaya Touré. Todos estão em uma lista de 15 armadores, selecionados pela Fifa, que vão ocupar três posições na seleção do ano. Nenhum dos 15 é brasileiro.

Enfim, os treinadores brasileiros perceberam que os volantes, além de marcarem bem, necessitam ter bons passes, serem organizadores, inventivos e ainda chegarem à frente. Só teremos um craque nessa posição quando os técnicos das categorias de base pararem de colocar os armadores habilidosos para ser meias ofensivos ou atacantes pelos lados.

Com a saída de Mano, que tentava mudar a maneira de jogar da seleção, continuaremos no jogo truncado, no estilo vapt-vupt. Às vezes, dá certo. Como disse Paulo Vinícius Coelho, quando Felipão era técnico do Palmeiras, o time parecia de futebol americano, que ganhava terreno (jardas), aos poucos, por meio de faltas, até chegar próximo do gol para Marcos Assunção jogar a bola na área.

Os dois Barbosas - MARCELO COELHO

FOLHA DE SP - 28/11


Num país em que se esconde o racismo, o racismo surge mesmo onde ele não está


Ainda prossegue o julgamento do mensalão, e há muitos ajustes de penas, revisões, recursos e intercorrências institucionais pela frente.

De todo modo, um clima de trabalho encerrado, coincidindo talvez com as festas de fim de ano, tomou conta do STF na última semana.

O espírito comemorativo pairou sobre a despedida do presidente Ayres Britto; alargou-se, em dia de casa cheia, com a posse de Joaquim Barbosa no cargo; irradiou-se, finalmente, numa explosão estroboscópica, com as cenas do ministro Luiz Fux tocando guitarra elétrica na festa em homenagem ao colega.

Tenho comentado bastante o julgamento do mensalão no caderno "Poder", de modo que não entro aqui no conteúdo das decisões do tribunal. Mas o STF também é cultura, e há algo a dizer, sem dúvida, sobre algumas imagens que vão ficando do julgamento em curso.

Numa foto que faz sucesso, Joaquim Barbosa aparece de costas, com a capa drapejante, no estilo homem-morcego. É a figura do vingador, um tanto curvado e cabisbaixo pelo peso da própria obstinação, mas ao mesmo tempo rápido e decidido no passo. As dobras da capa sinalizam velocidade, altitude, independência e solidão.

O reverso da medalha são as máscaras que se fabricam para o Carnaval. Onde tínhamos a toga de Barbosa, temos agora o rosto de Joaquim. As rugas na testa e a expressão severa não tiram, claro, o sentido debochado da ideia, ou melhor, a falta de qualquer sentido na ideia.

Em outros anos, apareceram máscaras de Saddam Hussein, de Obama, de Lula e de Bin Laden. Tanto faz o personagem; o que importa é deslocá-lo do contexto, sublinhando que o Carnaval pode engolir tudo na mesma falta de lógica.

Seja como for, o Joaquim Barbosa trágico, espécie de Batman perseguido, convive com o Joaquim Barbosa cômico, camarada, ao alcance de todos. Não há maior sinal dessa ambiguidade do que o modo com que várias pessoas se referem a ele.

Imagino que não revelo segredo nenhum ao publicar isto: chamam Joaquim Barbosa de "Juiz Negão".

O curioso é que a denominação, de óbvio histórico racista, vem em contexto positivo. Do gênero: "Tomara que o Negão ponha todo mundo na cadeia mesmo". Ou: "Se fosse por mim, dava plenos poderes para o Juiz Negão resolver logo essa parada". Numa sociedade como a nossa, o racismo por vezes está onde menos aparece, e vice-versa.

Os que chamam Barbosa de "Negão" parecem inconscientemente atribuir-lhe uma força vingadora e revolucionária, que admiram, mas da qual também gostariam de se afastar.

É o simétrico, digamos assim, da frase "vocês são brancos, que se entendam". Algo que sempre pareceu aplicar-se, por sinal, ao mundo altamente codificado e técnico de uma corte superior de Justiça.

Nesse aspecto, os dois Barbosas se combinam. O Barbosa vingador, sozinho num mundo de "brancos", se identifica com o Barbosa carnavalesco, da máscara que está "na boca do povo". O branco de classe média, com raiva de Lula e José Dirceu, torna-se "negro" como Barbosa em sua luta contra "os poderosos" que fazem e desfazem em Brasília.

O termo "Negão", certamente "incorreto", torna-se estranhamente "correto" nesse contexto. E o contrário acontece com alguns termos "politicamente corretos".

Foi o caso do discurso feito pelo presidente da OAB, Ophir Cavalcante, homenageando Barbosa na semana passada. A situação, naturalmente, sugeria celebrar o fato de pela primeira vez se ter um negro na presidência do tribunal. Ao mesmo tempo, como fez o próprio Barbosa, cabia passar por cima desse fato: ver os méritos da pessoa, não a cor de sua pele.

Cavalcante saiu-se com uma referência ao "multiculturalismo da brava gente brasileira", que "se faz presente com o ministro Joaquim Barbosa".

Como assim, "multiculturalismo"? Tendo estudado em Paris e dado aulas nos Estados Unidos, por que seria Barbosa mais "multicultural", ou menos, do que Gilmar Mendes ou Celso de Mello?

De modo parecido, a severidade de Barbosa é frequentemente relacionada a alguma dose de revolta ou rancor que traga do próprio passado. Talvez; mas por que não culpar a sua dor nas costas, por exemplo, pelo mau humor que o acompanha?

Num país em que se esconde o racismo, o racismo surge mesmo onde ele não está. O fato é que ninguém fecha os olhos para o fato de ele ser negro; e fingir que se ignora o fato tende a ser muito revelador também.

Allegro ou moderato? - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 28/11

COM ALVARO GRIBEL E VALÉRIA MANIERO 

Em janeiro de 2005, 4,6% da renda mensal dos brasileiros era gasta com pagamento de juros aos bancos. Em setembro de 2012, o percentual foi de 7,6%. Cresceu, de lá para cá, mesmo com a enorme redução da Selic, que caiu de 18,25% para 7,25%. Um pedaço maior dos rendimentos está comprometido com juros. Isso acontece porque os brasileiros estão muito mais endividados agora.

O endividamento total das famílias, em relação à renda de 12 meses, saiu de 18,3% para 44,3% no período. Bateu em 44,5% em agosto e teve um ligeiro recuo em setembro, de acordo com dados do BC. Explicando de outra forma, e simplificando um pouco a conta, é mais ou menos assim: em 2005, toda a dívida poderia ser paga com rendimentos, na íntegra, de dois meses. Hoje, são necessários cinco meses de esforço.

A dívida não vence em período tão curto e ninguém vai usar 100% do salário e dos rendimentos para pagá-la, mas essa é uma das formas de se olhar para o nível de endividamento. É um dos indicadores utilizados pelos economistas para monitorar o mercado de crédito.

O que chama atenção é que isso aconteceu mesmo com o crescimento da renda, o fortalecimento do mercado de trabalho, a queda do desemprego e o aumento da formalização. Subiu no melhor momento. A taxa de desemprego em setembro, por exemplo, de 5,3%, foi a mais baixa para o mês.

O problema é que o endividamento dos consumidores tem crescido a taxas de dois dígitos há vários anos. A concessão de crédito à pessoa física subiu 18%, em 12 meses, até setembro. É verdade que o nível de crédito no Brasil sempre foi historicamente baixo em relação ao PIB. Somente este ano passou de 50%, enquanto outros países já estouraram a marca de 100%.

Mesmo assim, o ritmo parece bastante forte para um país de juros ainda altos, e não há sinais de que o maestro vá reduzir esse andamento. O BC tem classificado, em seus relatórios e pronunciamentos, que essa concessão de crédito de dois dígitos é moderada. Há quem conteste. Mas o fato é que isso tem deixado muita gente alegre.

Boias de socorro à Grécia
A crise grega tem novos capítulos. Os credores concordaram em alongar o prazo dos empréstimos contraídos pelo país, que pagará também juros menores, na esperança de que a dívida, atualmente em 150,3% do PIB, caia para 124% em 2020 - façanha difícil de ser atingida, segundo a economista Monica de Bolle, da Galanto Consultoria. Com isso, o país poderá receber mais uma parcela da ajuda internacional, no valor de ¬ 34,4 bilhões. A economista acha que a maior parte desse montante, que cabe à zona do euro, sairá primeiro. Ela explicou também que a contribuição do FMI já é certa, ainda que venha depois. É que o Fundo vem fazendo mais exigências; quer, por exemplo, que os gregos elaborem um plano de recompra de dívidas.

PENSANDO MELHOR. Depois que o valor de mercado da Eletrobras despencou, o governo começou a falar em rever as indenizações ao setor elétrico. Por isso, há três dias as ações da empresa sobem.

Um ataque à democracia na universidade - CARLOS-ARTHUR RIBEIRO DO NASCIMENTO, JEANNE MARIE GAGNEBIN E SALMA MUCHAIL

FOLHA DE SP - 28/11


Alegando melhora na gestão, a mantenedora, desde 2005 e de modo autoritário, mercantiliza o ensino, reduz o debate social e cria sobrecarga de trabalho


Surgiram, nos últimos dias, notícias de crise e de intensas discussões na PUC-SP. Como professores que trabalham há muito tempo na instituição, gostaríamos de esclarecer alguns pontos e de manifestar nosso apoio à mobilização e às atividades de protesto realizadas por professores, alunos e funcionários.

A movimentação é reação à nomeação da professora Anna Maria Cintra -cujos méritos acadêmicos e administrativos não são objeto de questionamento- por dom Odilo Scherer à função de reitora, embora ela estivesse ocupando o terceiro lugar da lista tríplice dos candidatos eleitos pela comunidade da PUC.

Sabemos que o estatuto da PUC-SP dá ao grão-chanceler a possibilidade legal de escolher na lista qualquer um dos três candidatos.

No entanto, em mais de 30 anos de eleição direta para reitor na PUC-SP, o candidato mais votado sempre foi escolhido, em respeito à vontade majoritária da comunidade.

Essa tradição é tão forte que os três candidatos, em assembleia realizada no Tuca em 13 de agosto de 2012, se comprometeram por escrito em não aceitar a nomeação à reitoria se não obtivessem o primeiro lugar, uma promessa que a professora Anna Cintra descumpriu.

A nomeação da terceira pessoa por dom Odilo fere a tradição de reconhecimento da vontade democrática; não questionamos sua legalidade, mas a sua legitimidade, garantia de relações harmoniosas entre a autoridade eclesiástica e a liberdade acadêmica da universidade.

Essa nomeação significa um ápice nas transformações das relações entre a PUC-SP e sua mantenedora, a Fundação São Paulo (figura jurídica da Arquidiocese de São Paulo).

Há pelo menos três décadas (das seis de existência da PUC-SP), essas relações vêm sendo regidas por uma espécie de acordo de convivência e mútuo respeito. Porém, desde aproximadamente o ano de 2005, parece que um impacto ameaça o pacto.

Em nome de urgentes mudanças na gestão administrativo-financeira da PUC-SP, a Fundação São Paulo, sua mantenedora, vem expandindo sua esfera de autoridade, atingindo o âmbito propriamente acadêmico e reduzindo, consequentemente, o poder dos órgãos democráticos da instituição, especialmente o Conselho Universitário -relegado praticamente a mero papel de consulta.

Ademais, um cálculo extremamente rígido de horas/aulas levou à necessidade de um número maior de cursos para os docentes completarem seu contrato, acarretando sobrecarga do trabalho, o que induziu vários colegas excelentes a abandonar a PUC-SP, cada vez mais entregue à mercantilização do ensino.

Trabalhamos na PUC-SP há mais de 30 anos. Apesar das inúmeras crises, em particular financeiras, escolhemos sempre continuar a trabalhar aí porque, ao lado de sua excelência acadêmica, ela encarna valores de liberdade e de justiça social e demonstra um invejável relacionamento universitário entre os diversos departamentos e colegas.

Lembramos com orgulho da atitude da primeira reitora eleita pelo voto direto, dona Nadir Kfouri, amparada no apoio majoritário da comunidade e na presença do grão-chanceler dom Paulo Evaristo Arns, que rechaçou com coragem intervenções autoritárias durante a ditadura militar e acolheu na PUC muitos professores excluídos pelo AI-5 de universidades públicas, como Bento Prado Júnior e José Artur Giannotti.

Achamos até hoje que o trabalho universitário não se caracteriza só pela qualidade da pesquisa e do ensino, mas também numa discussão ampla, crítica e exigente da realidade política, social e cultural do país.

Sabemos que há muitas distorções, administrativas, didáticas e pedagógicas a corrigir na PUC-SP, mas as falhas não justificam uma intervenção cada vez mais autoritária, mesmo sob o manto da "legalidade".

Reiteramos, portanto, nosso apego à tradição acadêmica democrática e crítica da PUC-SP. Lutaremos para que ela possa continuar a ser sua marca -que atrai até hoje a maioria dos seus alunos, comprometidos na construção democrática do país.

Pontifícia Universidade Católica: pontifícia e católica - EDSON LUIZ SAMPEL

FOLHA DE SP - 28/11


Querem banir o catolicismo da PUC, trocá-lo por cristianismo light ou nem isso. Lista tríplice é um mecanismo justo. Dom Odilo exerce seu nítido direito


É líquido e cristalino o direito do grão-chanceler da PUC-SP, arcebispo de São Paulo, de nomear reitor um entre os três professores eleitos pela comunidade universitária.

O procedimento da lista tríplice, igualmente adotado em várias instâncias do Estado -como na escolha de juízes de tribunais superiores ou do chefe do Ministério Público-, revela-se altamente democrático.

Ele produz um equilíbrio saudável entre o sufrágio dos eleitores e a participação crítica do moderador que, entre três pessoas, dará posse àquela que mais se aproxima do perfil ideal para ocupar o cargo.

No caso da PUC-SP, os corpos docente e discente, bem como os funcionários, em votação universal, endossam os três candidatos com potencial para assumir a reitoria.

O grão-chanceler, autoridade máxima da universidade, nomeia um deles. Fá-lo com cabal discricionariedade, tendo em vista o bem maior da instituição.

A PUC-SP é uma escola confessional, católica e pontifícia, conforme indica seu próprio nome, estando sob a égide tanto do direito estatal quanto do direito canônico.

Com efeito, reza a constituição apostólica Ex Corde Ecclesiae, a lei canônica que disciplina as universidades católicas, que uma das características essenciais desse jaez de instituição de ensino consiste na "fidelidade à mensagem cristã tal como é apresentada pela Igreja" (13, 3).

Dom Odilo tem dado o melhor de si para recrudescer a confessionalidade da PUC-SP, resgatando-lhe a "alma católica". Infelizmente, essa postura do grão-chanceler, assaz benemérita e imprescindível do ponto de vista pastoral e jurídico-canônico, arrosta opositores vorazes.

Debaixo do inconsistente vexilo da independência acadêmica, alguns desejam mesmo que o catolicismo seja banido do campus e cambiado por um relativismo cristão ou cristianismo light ou, então, por outras ideologias.

É possível imaginar não protestantes assumindo a direção da Universidade Presbiteriana Mackenzie? É claro que não, haja vista a natureza confessional dessa escola. Quer-se preservar a integridade da doutrina de Calvino. Eles têm todo o direito de proceder desse modo. Vivemos num país livre.

E as escolas hebraicas de São Paulo? Acolheriam elas em seus quadros executivos católicos ou protestantes? É óbvio que não fazem isso. São judeus, quando não rabinos, que dirigem essas entidades.

Tal raciocínio é válido inclusive para empresas privadas. Quanto tempo duraria na fábrica da Volkswagen um diretor que fosse grande defensor e entusiasta dos automóveis montados pela Ford? Cuido que não teria sobrevida de uma semana.

No entanto, querem que a PUC-SP seja complacente com professores que defendem, por exemplo, o aborto na mídia -e que só tem acesso aos jornais em virtude de exibirem o título de professor ou professora da PUC-SP.

Quanto mais congruente com os valores autenticamente católicos, tanto mais a PUC-SP acenderá ao cume da excelência científica, pois a Igreja é perita em humanidades (Populorum Progressio, 13).

Governo e polícia, relação imperfeita - ROSÂNGELA BITTAR

VALOR ECONÔMICO - 28/11

A intervenção em ações da PF é crime, avisa Cardozo



Com argumentação veemente, que reproduzirá a partidos aliados e adversários que forem ouvi-lo sobre as operações da Polícia Federal, o aumento da corrupção, o recrudescimento da violência, obstáculos, todos sob o seu comando, que dificultarão, se não removidos, o conforto da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, parte para a ofensiva.

Não recebeu críticas da presidente por não tê-la avisado da Operação Porto Seguro, que colheu em malhas da corrupção a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e o advogado-geral-adjunto da União, a primeira muito próxima do ex-presidente Lula, o segundo braço direito do braço direito de Dilma.

Cardozo não viu problema em não saber e afirma que o próprio diretor-geral da PF não sabe de operação sob sigilo a não ser na hora de ser desencadeada ou um pouco antes, quando já tem mandado de prisão expedido e ele faz uma verificação para ver se não há nenhum abuso.

"Qualquer interferência mesmo da direção geral da PF numa operação é crime", afirma. "O ministro não pode e não deve ter ciência de uma ação sob sigilo que só o delegado, promotor ou juiz pode saber". Dilma e todo o governo sabem disso. "Nunca fui cobrado por isso".

Cardozo lembra que quando houve a Operação Voucher foi criticado por ter perdido o controle da polícia. "Nunca se perde o que não se tem nem se deve ter. Tenho o controle hierárquico. Se houver abuso, tenho que tomar medidas. Mas uma operação que se processa dentro da lei, com ordem judicial, não tenho como ter controle nem devo ter." O ministro atribui a uma cultura antiga a expectativa de que o investigado seja avisado para que fuja da polícia.

Quando lembrado que o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos era considerado praticamente um advogado do ex-presidente Lula e dos ministros mais importantes do governo, com eles buscando saídas para várias situações de impasse em denúncias e suspeitas de irregularidade, diz que isso não existe no governo. "O que eu tenho que fazer? Que se cumpra a lei. Vou chegar e dizer para não cumprir o mandado porque é do meu partido? Tenho que avisar para ele fugir? Não tem cabimento".

O ministro discute também as avaliações nacionais e internacionais sobre o fato de a corrupção, no Brasil, ter se tornado endêmica, e de as autoridades máximas não perceberem o que ocorre a seu lado, muitas vezes na mesma sala que habitam. "Uma coisa é você poder perceber, outra coisa é ser conivente. Por que se descobriu o caso? Porque um servidor público fez a delação premiada em um caso que estava rolando no bastidor do TCU, a partir daí se fez escuta telefônica e quebra do sigilo telemático. Foi por isso que se descobriu. Imagina se uma pessoa que estivesse convivendo com isso tinha condições de saber e descobrir o que acontece no subterrâneo de uma administração a olho nu?"

"A corrupção é a histórica, atemporal e tem em qualquer país do mundo. Nenhum está imune", acredita Cardozo. A estrutura administrativa pode facilitar ou criar empecilhos e, claro, no Brasil ela facilita. "O Brasil tem uma estrutura administrativa permeável à corrupção, e culturalmente temos uma passividade que está mudando nos últimos tempos com relação a isso". A seu ver, o que é importante é ter mecanismos de Estado que a combatam. A Polícia Federal é um deles.

Quanto aos comentários, especialmente oriundos de partidos da oposição, de que nos governos petistas os órgãos reguladores ficaram mais permeáveis à manipulação e às irregularidades, o ministro os rebate afirmando que não se deve politizar a situação. "Como se no passado as agências reguladoras não tivessem tido problemas, pessoas que se comportavam fora da lei. Não vejo problema nas avaliações da oposição".

O que lhe parece diferente é que "estamos sendo implacáveis". Ninguém tentou obstaculizar a PF, afirma, e a presidente tomou atitude imediata. "É essa a diferença". E aqui vai a crítica ao adversário de sempre, o PSDB: "Se tivéssemos um ministro que tentasse obstaculizar a ação da PF, um Ministério Público dirigido por um engavetador-geral da República, ou a inação colocada no Palácio, poderia dizer que o governo era conivente".

O partido de Cardozo, o PT, ficou especialmente abalado pelo atual escândalo e ainda é tensa a situação da direção, pelas ligações dos envolvidos com Lula e com o advogado-geral da União, muito próximo à Dilma, cotado para assumir a chefia da Casa Civil ou uma vaga no STF.

"Não estou vendo o que ocorre no PT. Foi um caso em que houve grande divulgação, tinha a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, um advogado da União, sinceramente é uma operação como tantas outras se fez e se fará".

O ministro resume: "Quando a ação da Polícia Federal se dá em relação a membros do governo, diz-se que o ministro da Justiça perdeu o controle. Quando se dá em relação à oposição, o governo está instrumentalizando politicamente a Polícia Federal. O que as pessoas não percebem é que a situação é republicana".

O ministro também discorda de que seja responsável pela outra pedra no caminho da campanha da reeleição, o recrudescimento da violência. Afirma que a violência tem muitas causas e que há um papel do governo federal, estadual, municipal, Judiciário, Legislativo, e da sociedade também.

Não se deve esperar que o governo federal, sozinho, seja o responsável e vá resolver, ou que isto será uma cobrança à presidente quando for pedir um novo mandato. "Vamos dizer por que as coisas acontecem. Por exemplo, recentemente se discutiu se o aumento da violência em São Paulo se devia a um problema de falta de controle nas fronteiras, e não é nada disso".

Cardozo admite que há Estados one a violência aumentou e outros em que se reduziu. "Nosso projeto em Alagoas reduziu em 60% a violência em 120 dias". O ministro defende que se procure entender as causas da violência em cada localidade para discuti-las. "É incorreto associar, numa análise política do desempenho de um governo, toda a responsabilidade pelo aumento da violência à administração federal. O governo federal está fazendo a política correta para enfrentar as causas é isso que vamos discutir numa eventual campanha eleitoral, que está muito longe ainda".

Ueba! Dilma veta o VetaDilma! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 28/11


Já imaginou a Dilma dançando 'Gangnam Style'? Já imaginou o VetaDilma em 'Gangnam Style'?


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Cabral organiza no Rio passeata dos royalties do pré-sal e pede VetaDilma!

E a Dilma veta o VetaDilma. Tudo agora é VetaDilma. Belmonte! VetaDilma! Royalties! VetaDilma! Meu marido arrumou outra! VetaDilma! Vai começar o "Salve Jorge"! VetaDilma! Como disse a Dilma do Twitter: "Parem de gritar VetaDilma que eu já entendi, não sou retardada!". Rarará!

E era tanto #VetaDilma no Twitter que uma amiga minha desesperada disse: "O que a Dilma tem que vetar que eu não sei, pelo amor de Deus?". E um amigo meu foi pra passeata só pra ver os artistas da Globo! Rarará!

E essa briga do pré-sal é um pré no salco! Eu acho que a Dilma vai dar um pré no salco do Cabral!

E a Xuxa na passeata dos royalties? Explicaram pra ela o que são royalties?! Eu explico: royalties é tudo aquilo que a China não paga!

Rarará!

E essa: "Biografia de Dilma ganha versão coreana". Livro sobre a vida de Dilma Rousseff chega à Co reia do Sul! Vai ser em "Gangnam Style"! Já imaginou a Dilma dançando o "Gangnam Style"? Já imaginou o VetaDilma em "Gangnam Style"? Rarará!

E o mascote da Copa, o Fuleco! O site CornetaFC revela que o Adriano aprovou o nome do mascote da Copa. Ele entendeu: buteco! Rarará! Taí um bom nome pro tatu-bola: buteco! Então já temos Fuleco, Traveco e Buteco. E Furreco!

E o último que sair da CBF apaga a luz! E pra quem não sabe o que é pré-sal. Definição de pré-sal: primeiro vem o oceano, depois a camada de sal, depois o pré-sal. E aí vem o Palmeiras! Rarará!

Mas diz que a Dilma vai criar mais três prés: o pré-primário, o pré-varicação e o pré-claro! Pré-primário: alfabetização para todos! Pré-varicação: vaca para todos! Pré-claro: celular para todos! E pré-rereca! Para todos! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!

O Brasil é lúdico! Cartaz colado num poste no Rio: "Jogo conversa fora, búzios, tarô, War, truco e gato que mia. Curo tristeza, fome, dor de cotovelo e cólica. Curo até saudade! Só não lavo a louça". Eu lavo! Pode me contratar que eu lavo louça. Lavar louça relaxa! E eu tenho uma foto do Mussum gritando "Veta Dilmis"! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

PÂNICO NO ALTAR - MÔNICA BERGAMO


FOLHA DE SP - 28/11

Márvio Lúcio, o Carioca do programa "Pânico!", se casou com Paola Machado no fim de semana. Foram à festa, na Vila Leopoldina, o músico Supla e os comediantes Evandro Santo e Sabrina Sato.

DASLU POPULAR
A parceria da Riachuelo com a Daslu chegou às 170 lojas da rede anteontem com um número recorde: 500 mil peças da grife. "Daslu é sonho de consumo da classe C. Por isso, fizemos um maior aporte de peças", diz Flávio Rocha, dono da Riachuelo. Segundo ele, a ideia é democratizar a moda. "É tirar um zero do valor final da etiqueta", explica o empresário. As peças custam no máximo R$ 250.

FAST FASHION
A Riachuelo fecha 2012 com 25 novas lojas. O plano de expansão da rede de varejo prevê mais 35 unidades no ano que vem.

LINHA DIRETA
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e braço direito do ex-presidente, mantém linha direta com Rose Noronha, chefe regional da Presidência em SP demitida nesta semana. No começo do escândalo, ela pediu para falar com Lula. Até ontem, não tinha conseguido.

BISTURI
Nas conversas que tem tido com petistas, Rose desmente informação de que fez plástica paga por diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) agora investigados pela polícia. A operação teria sido no ouvido. Ela tinha problemas de audição.

ESTANTE VAZIA
Um jurado do Prêmio Jabuti que pede para não ser identificado afirmou à Folha não ter recebido o romance "Diário da Queda" (Companhia das Letras), de Michel Laub, para avaliar. Diz que recebeu a lista com o nome de todas as obras, mas que ela não estava na caixa com os demais. "A gente achou estranho o livro não estar na lista final", diz Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras.

A organização do Jabuti informa que, "em nenhum momento ao longo do processo de apuração, a Comissão Curadora recebeu oficialmente qualquer notificação de jurado informando sobre uma eventual falha na entrega dos livros". Os vencedores serão anunciados hoje.

MEMÓRIA
As cinzas de Arnaldo Sussekind, ex-ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) morto em julho, serão jogadas hoje nos jardins do tribunal. Aos 95 anos, ele era o último integrante vivo do grupo que elaborou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), na Era Vargas.

É PROVA DE INGLÊS?
Uma pergunta de geografia da Fuvest usou termos em inglês para se referir a uma hidroelétrica chinesa. O nome Três Gargantas foi traduzido para "Three Gorges". A assessoria do vestibular, aplicado no domingo, diz que usou outra língua, pois a questão "pode ser considerada interdisciplinar".

ANNA BÁSICA
A italiana Anna Dello Russo, editora da "Vogue" japonesa, conhecida por suas roupas extravagantes, manteve estilo básico nos três dias de visita ao Brasil. "Usei calça cáqui e camiseta, tipo um soldado. Tinha coisas demais a fazer para pensar em que vestir", disse à coluna.

CIAO, BRASIL!
Russo, que fez styling para um ensaio da "Vogue" Brasil fotografado na Bahia, vestiu os modelos com roupas de Vitorino Campos e Alexandre Herchcovitch. Mas não levou nenhuma para casa. "Está fazendo frio na Itália, só dá para usar casaco de pele."

LEIA-ME
Maria Fernanda Cândido apresentou o Prêmio Portugal Telecom de Literatura, anteontem. Foram ao Auditório Ibirapuera o escritor Valter Hugo Mãe e José Luiz Goldfarb, curador do Jabuti, com Ana Maria Martins.

CURTO-CIRCUITO

A mostra "Rito de Paisagem" será inaugurada, hoje, às 18h30, no A Estufa.

A grife Mares faz desfile, hoje, às 20h, no Hyatt.

A florista Dora Santoro lança o livro "Minivestidos Botânicos", às 17h, no Espaço Sodré Santoro.

A classe média pega em armas - LEÔNCIO MARTINS RODRIGUES


O Estado de S.Paulo - 28/11


Acabo de ler a biografia Marighella, o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo, de Mário Magalhães (Companhia das Letras, 2002, 732 pp.). Além de ser o melhor relato da luta armada no Brasil no período do autoritarismo militar, apresenta muita informação sobre a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e da política brasileira. Suscita muitas reflexões sociológicas sobre a luta política revolucionária. Mais especificamente: de que meios sociais provêm os militantes que pretendem dirigir o povo, o proletariado ou o campesinato na luta contra os opressores capitalistas ou latifundiários? Na Europa civilizada, a luta pelo socialismo estava ligada à classe operária, a classe guia. Sindicatos de trabalhadores estavam controlados pelos social-democratas. Havia uma liderança operária ao lado de intelectuais revolucionários, como o próprio Marx.

Lenin, porém, nunca acreditou que os operários, "deixados a eles próprios", iriam mais adiante do que uma consciência sindical. O socialismo viria de fora do proletariado. Seria uma construção de intelectuais revolucionários. As revoluções seriam obra das massas, mas dirigidas por uma minoria de revolucionários profissionais. Na sua maioria eram de classe média. Havia também alguns aristocratas decadentes ou burgueses desajustados em sua classe. E muitos judeus.

Os desenvolvimentos posteriores deram razão a Lenin, e não a Marx. Os operários acomodaram-se à ordem capitalista afluente, suas lideranças sindicais ascenderam no sistema político das democracias de massas. A partir da 1.ª Guerra, mais e mais setores de classe média se radicalizaram. Distribuíram-se entre o bolchevismo e o fascismo, ambos contra a ordem burguesa liberal.

A contestação ao mundo democrático capitalista ganhou dimensões mais nítidas a partir da década de 1970. Em especial nas franjas ocidentais do capitalismo, segmentos jovens de classe média intelectualizada lançaram-se à destruição da ordem imperialista e de seus lacaios nacionais. Pouco a pouco, afastaram-se inteiramente das massas. Passaram a confiar na força das armas. É verdade que nem todas as organizações de esquerda - no Brasil, o partidão e seus desafetos trotskistas - acreditaram na ilusão guevarista. Mas um número grande de jovens, em geral neófitos na militância partidária, aderiu com entusiasmo à luta armada. A cidade ou o campo poderiam ser o cenário principal.

"Mariga", para os experts, acreditava numa variante do modelo chinês: a revolução começaria no campo, porém sob a forma de guerrilha, como em Cuba. "As plantações dos fazendeiros devem ser queimadas, o gado dos grandes pecuaristas, dos frigoríficos, das invernadas deve ser expropriado e abatido para matar a fome dos camponeses (...), os grileiros e os norte-americanos proprietários de terra devem ser tocaiados e mortos, assim como os capangas dos fazendeiros." Para preparar a guerrilha agrária dominicanos foram encarregados de um levantamento estratégico no Brasil Central.

As ações concretas, contudo, limitaram-se ao meio urbano. Foram antes de tudo atos de terrorismo (para desmoralizar a ditadura militar) e assaltos a bancos (para sustentar os aparelhos e militantes clandestinos). Eram principalmente estudantes, alguns secundaristas, ansiosos para pegar em armas. Muitos foram para Cuba, para treinamento militar e de guerrilha.

Alguns vinham de família de classe alta, de círculos politicamente dominantes, faculdades e estabelecimentos de ensino importantes, como o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. As redes de apoio incluíram ricos empresários, médicos, psiquiatras, artistas, poetas e outros profissionais de relevo: abrigavam feridos, escondiam armas e emprestavam automóveis. Alguns até mesmo serviram de motorista para Carlos Marighella. A atração pela revolução, palavra mítica, e por seus chefes admirados sempre rondou minorias dissidentes das classes altas.

No caso da Aliança Libertadora Nacional, ou Ação de Libertação Nacional (ALN), o recrutamento principal, fica evidente pela pesquisa de Mário Magalhães, foi entre os jovens das classes médias intelectualizadas e das classes altas, muitos dos quais de famílias tradicionais de nossa intelligentsia. Mas eram minorias no conjunto dessas categorias socioprofissionais. Operários, camponeses e dirigentes sindicais não quiseram saber nada com a ALN.

O aspecto que nos parece mais destoante, se olharmos o passado de outros países, é a forte relação dos dominicanos com a ANL, fato que pode ser explicado pela mudança da orientação da Igreja Católica, ou seja, a opção preferencial pelos pobres.

Uma última observação provocadora, mas não equivocada: em muitos pontos, excetuando a ideia da guerrilha rural, os militantes da Ação de Libertação Nacional, embora não o soubessem, estavam próximos do fascismo italiano, particularmente do primeiro fascismo, o dos Fasci di Combattimento, que precedeu a criação do Partido Nacional Fascista. Predominavam na ANL, além do nacionalismo, o culto da ação, do heroísmo, a rejeição da política, o voluntarismo, o romantismo, a exaltação da violência, o encanto pelas pistolas e metralhadoras, o recrutamento na juventude, a rejeição total do "legalismo" burguês. Essa linha, da valorização do pequeno grupo, das minorias militantes que não esperam chegar a vez, tem uma longa história na história da esquerda. Sempre dividiu "reformistas" e "revolucionários", moderados e radicais. Os primeiros confiavam nos Parlamentos, no voto, nos eleitores, nas transformações graduais. Os segundos, na disposição revolucionária dos pequenos grupos, no triunfo da vontade. Mas essa conclusão é minha. Derivou da leitura prazerosa do livro de Mário Magalhães, que se limitou a relatar os fatos de modo objetivo e bem fundamentado.

Nova Constituinte? - IBSEN PINHEIRO


ZERO HORA - 28/11
Tramita na Câmara dos Deputados em alta velocidade uma proposta de emenda constitucional que estabelece o monopólio da investigação criminal para a Polícia Federal e as polícias civis dos Estados, afetando diretamente a competência concorrente atribuída a diversas outras instituições públicas vinculadas a todos os poderes da República.

A Constituinte debateu exaustivamente o tema, praticamente esgotando-o para consagrar a noção de que o combate à criminalidade deve ser plural, uma incumbência de todo o aparelho estatal, para ser mais efetivo e para que se exercite o controle recíproco que é da própria natureza das instituições públicas, prevenindo, assim, o risco, sempre presente, de apropriação criminosa de parcela do poder estatal, como infelizmente acontece. Assim é, por exemplo, que a Receita investiga os crimes fiscais e o IBAMA averigua os crimes ambientais, cada qual chamando a polícia quando necessário.

Em 87/88, as polícias civis sustentaram a posição perdedora. Estarão pretendendo uma nova Constituinte? Estranho é que só o Ministério Público tenha feito a condenação formal da emenda invasiva, talvez por sua vocação histórica para a repressão criminal, vinculada à sua própria origem, e também por perceber que a mais recente das suas atribuições, criada pela Constituição de 88, poderá perder todo o sentido. Como exercer o controle externo da atividade policial se o monopólio pode transformar essa mesma atividade numa caixa-preta?

A argumentação que sustenta a PEC 37 é tão precária quanto a sua redação, lembrando-me o ilustre senador gaúcho Mem de Sá, que classificava um adversário de velho desafeto da verdade e da gramática. Juntando sujeito no singular e verbo no plural, esse é o menor dos pecados da PEC 37. O maior é prevenir-se contra a reação parlamentar ao esvaziamento das CPIs, afirmando que não haveria a revogação tácita de sua competência de exercer os poderes próprios das autoridades judiciais. Não seria tácito, o conflito insólito seria expresso para nulificar qualquer invasão do monopólio que se pretende erigir. O próprio Judiciário ficaria adstrito à competência única de chamar a polícia, privado até da alternativa jocosa criada pelo gênio de Chico Buarque.

A emenda só não tem um defeito, o da burrice. É esperta quando procura arreglar-se com suas futuras vítimas, os parlamentares e os magistrados, o que faz disfarçadamente, mas para não correr o risco do atrevimento, não é nada tácita e preserva expressamente a competência dos militares na matéria. Ninguém é de ferro.

A PEC 37 e sua sustentação concentram o ataque no órgão que por sua própria natureza coleciona atritos, o Ministério Público, essa instituição que não prende nem solta, muito menos condena ou absolve, mas que no cumprimento de suas ásperas atribuições constitucionais obriga-se a questionar quase a tudo e a todos, colecionando inimigos quando erra e mais ainda quando acerta.

NB - Todo este debate na Câmara dos Deputados seria desnecessário se na Mesa ou na Comissão de Justiça se tivesse invocado o dispositivo constitucional do art. 60, 4, III, no qual se veda a tramitação de emenda atentatória à separação dos poderes, que é o que escancaradamente faz a PEC 37 ao subordinar o juiz e o promotor à orientação do delegado.

Tapa-buracos - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 28/11


O Ministério Público Federal deve denunciar a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha por corrupção e também por formação de quadrilha, crime pelo qual a ex-assessora não foi indiciada pela Polícia Federal. Procuradores também avaliam a possibilidade de pedir a prisão preventiva de Rose, nomeada para o cargo pelo ex-presidente Lula, algo que a PF também não fez quando deflagrou a Operação Porto Seguro.

Delação premiada Solta logo após ter a prisão decretada na Operação Porto Seguro, a advogada Patrícia Maciel prestou longo depoimento em que forneceu detalhes sobre como atuava o grupo que favorecia empresas em órgãos do governo e agências reguladoras.

Escaninho A PF concluiu nesta semana 11 novos relatórios que descrevem em detalhes a atuação do grupo investigado na Porto Seguro e as conversas e correspondências interceptadas. Rose é a única a merecer dois volumes da nova papelada.

Aberto O segredo judicial da operação foi revogado ontem. Permanecem protegidos apenas os documentos referentes a sigilos bancário, telefônico e eletrônico.

Dedos Antes de deflagrar a operação, sexta-feira passada, a PF hesitou em proceder busca e apreensão no escritório paulistano da Presidência. Só fez a diligência depois que funcionário do GSI foi designado para acompanhá-la.

Sobe A Justiça Federal encaminhará hoje ofícios ao STF e ao STJ solicitando mais investigações sobre pelo menos quatro autoridades com prerrogativa de foro naqueles tribunais. Os pedidos estavam retidos para não prejudicar o inicio da operação.

Reincidente José Weber Holanda é alvo de inquérito da Procuradoria da República no DF, aberto em 2010, sobre favorecimento a uma empresa de transportes de valores, em dívida com o INSS.

Alvo definido O único mandado de busca feito no BB teve o objetivo de coletar documentos sobre a nomeação de José Cláudio de Noronha, ex-marido de Rose, para conselhos de administração de subsidiárias do banco.

Meia volta Odair Cunha (PT-MG) vai suprimir, na sessão de hoje da CPI do Cachoeira, o pedido de investigação contra Roberto Gurgel e o indiciamento do jornalista Policarpo Júnior. Mas a retirada será pelo voto, compartilhando o desgaste no recuo.

Alívio O relator também se mostrou disposto a reduzir os crimes imputados a Marconi Perillo (PSDB-GO).

Entrou areia Luiz Marinho relatou a Fernando Haddad desconforto com o convite feito à secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho, para ocupar pasta análoga da capital. O prefeito alega que seria uma "mensagem ruim" liberar a auxiliar no seu segundo mandato.

Minha vaga... Haddad fechou ontem com Jorge Hereda (Caixa Econômica Federal) detalhes para alteração no Minha Casa, Minha Vida que permitirá o financiamento de imóveis de uso misto, congregando moradias, lojas e estacionamentos.

... minha vida O projeto, que será testado no centro paulistano, atenderá famílias com renda inferior a 16 salários mínimos.

Quartel No dia em que mudou o comando da polícia, Geraldo Alckmin criou grupo de trabalho para transferir a folha de pagamento da PM para a Secretaria da Fazenda. A medida enfrenta resistência na corporação, que processa os contracheques de forma autônoma hoje.

Imagina na Copa Parceira de Alckmin na aquisição dos assentos provisórios do Itaquerão, a Ambev produz, no Brasil, a cerveja Budweiser. O grupo, patrocinador do Mundial, exige da Fifa liberação para a venda de bebiba alcoólica na arena, proibida por lei estadual de 96.

com FÁBIO ZAMBELI e BRENO COSTA

tiroteio

"Depois de tantas punhaladas pelas costas, o ex-presidente Lula está mais parecendo um gato de sete vidas."

DO LÍDER DO PPS NA CÂMARA, RUBENS BUENO (PR), ironizando a declaração de Lula sobre o envolvimento de Rosemary Noronha na Operação Porto Seguro.

contraponto

Futebol arte

Em missão oficial na Alemanha, Michel Temer (PMDB) demonstrou surpresa com a tentativa da primeira-ministra Angela Merkel descrever com canetas esferográficas os movimentos do gol de bicicleta feito dias antes pelo astro sueco Zlatan Ibrahimovic, em partida amistosa contra a seleção da Inglaterra.

-Não sabia que ela tinha essas habilidades futebolísticas- disse o vice.