quinta-feira, abril 25, 2013

Transparência - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 25/04

Joaquim Barbosa, que decidiu, na semana passada, tomar públicas as despesas de viagens de ministros e funcionários do STF está recebendo R$ 6.023,70 por seis diárias.

Foi aos EUA ser homenageado pela "Time'," além de fazer uma palestra na Universidade de Princeton.

Guido e o PIB
Guido Mantega se reúne hoje com pesos-pesados de diversos setores empresariais, na Fiesp, em São Paulo.

A inflação, é claro, vai entrar na pauta.

Último ato
Cynthia Carrol foi oficialmente retirada esta semana do organograma da Anglo American.

Em 2012, ela perdeu o comando da mineradora depois de projetos polêmicos, como o Minas Brasil, adquirido, em 2008, de Eike Batista.

Calma, Felipão
Comentário de Felipão, terça, assim que soube do chocolate, 4 a 0, que o Barcelona levou do Bayern:

— Agora quero ver os críticos pedirem para a seleção brasileira jogar igual ao Barcelona.

É. Pode ser.

Parabéns pra você
Terça, um grupo de amigos, entre eles os ex-ministros Celso Lafer e Francisco Weffort, reuniu-se no Rio para comemorar os 90 anos do sociólogo Hélio Jaguaribe.

Foi saudado pelo filho Roberto Jaguaribe, embaixador em Londres.

À la Zózimo!
E o Roberto Carlos, hein?! Voltou a censurar, é pena, outro livro, na verdade, uma tese de mestrado sobre a Jovem Guarda.

É como se diz em Frei Paulo: errar uma vez é humano, duas é... deixa pra lá. Com todo o respeito.

MAIOR MANIFESTAÇAO DE ARTE MURAL DO RIO, QUIÇA DO BRASIL
O plano de demolição da Perimetral não afetará muito as obras do Profeta Gentileza A grande maioria dos famosos murais, pintados em 56 pilastras do Cemitério do Caju à Rodoviária Novo Rio, ficará onde está. Porém, a prefeitura deverá ter que deslocar três delas. O plano, caso isso ocorra, é criar um memorial ou mesmo um museu em homenagem ao Profeta, que abrigará as três peças. Os painéis de Gentileza foram pintados na década de 1980 e restaurados e tombados nos anos 1990. 0 professor Leonardo Guelman, da UFF, responsável pela restauração dos painéis, afirma que o conjunto de arte nas pilastras é a "maior manifestação de arte mural do Rio, quiçá do Brasil" 

' Homenagem a Nazareth
Arthur Moreira Lima, nosso pianist vai se apresentar na Embaixada do Brasil em Paris amanhã, tocando Ernesto Nazareth.

É uma homenagem ao mestre, no ano em que se comemoram seus 150,anos.

Como se sabe...
Nazareth teve um fim trágico. Depois de ficar surdo, foi internado na Colônia Juliano Moreira, para doentes mentais.

Até que um dia, em fevereiro de 1934, saiu sozinho e desapareceu. Foi encontrado dias depois morto nas águas da Cachoeira dos Ciganos.

PCdoB é cultura
A nova presidente da Frente Parlamentar de Cultura é a pernambucana Luciana Santos, do PCdoB. Vai substituir sua colega de partido Jandira Feghali, que preside a Comissão de Cultura.

Mandinga do Zeca
Do querido Zeca Pagodinho para Apolinho, na Rádio Tupi:

— Toda vez que lanço um CD acontecem coisas. Agora, eu fui internado por causa da coluna; minha mulher caiu de cama; meu boi, morreu; meu cachorro afogou-se na piscina. Vou procurar um pai de santo.

Os 18 do PCB
O vereador Cesar Maia apresentou ontem um projeto na Câmara do Rio para revogar a cassação dos mandatos dos 18 vereadores do PCB, em 1948.
Era, então, a maior bancada da casa.

Água e leite...
Um dos cassados foi Apparício Torelly, o Barão de Itararé, que teve como slogan de campanha a frase: "Mais leite, mais água, mas menos água no leite

Festival de harpa
O VIII RioHarpFestival, do Música no Museu, começa, no Palácio Guanabara, com o harpista russo Andres Izmaylov, dia 1°, e encerra, na Escola Tim Lopes, no Complexo do Alemão, dia 4 de junho.
O harpista argentino Daniel Garcia vai se apresentar na comunidade.

Ferrari a álcool
Lembra a história do motorista da Ferrari amarela que atropelou três pessoas no TNT Street Racers, no Aterro do Flamengo, em março?
Pois bem, Adolfo Cardoso de Araújo foi indiciado por lesão corporal e por conduzir com sua capacidade psicomotora alterada por uso de álcool.

Segue...
A delegada Monique Vidal, da 9@ DP, ainda indiciou quatro sócios da empresa TBMC 2003, que organizou o evento, pelos mesmos crimes.
Entre eles, Thierry Figueira, o ator.


Irresponsabilidades - CONTARDO CALLIGARIS

FOLHA DE SP - 25/04

Sempre há um trauma passado que "explica" e serve para evitar a responsabilidade


A coluna da semana passada tratava da maioridade penal. Eu disse que sou a favor de considerar que, nos crimes mais graves (sobretudo contra a pessoa), os jovens sejam responsáveis pelos seus atos.

A partir de que idade? Talvez um juiz ou uma corte especial possam decidir, em cada circunstância, quando um jovem deve ser julgado como adulto ou não.

A coluna suscitou um grande número de comentários, pelos quais agradeço e aos quais não terei como responder individualmente. Tento resumir algumas objeções, organizando-as em quatro eixos:

1) A redução da maioridade penal não vai resolver o problema da violência.

Concordo: em geral, a severidade das penas não produz o efeito mágico de estancar a violência e o crime. Em compensação, a impunidade, ela sim, autoriza o crime e seu crescimento. Mas tanto faz: o que importa é que a violência criminosa baixa quando sobem não tanto as penas quanto a inclusão social e o sentimento de pertencermos todos a uma mesma comunidade de destino.

Desse ponto de vista, no máximo, a redução da maioridade penal faria que menos adolescentes fossem arregimentados pelo tráfico --mas nem isso é uma certeza.

2) Então, para que serve a proposta de reduzir a maioridade penal?

A Justiça e o sistema penitenciário sonham em amedrontar e dissuadir do crime. Também eles sonham com a reabilitação dos criminosos condenados. Agora, mais prosaicamente, eles têm a tarefa (menos gloriosa) de punir os criminosos de forma que a sociedade se sinta vingada e que, portanto, as vítimas não inaugurem ciclos de vendetas privadas.

A questão da maioridade penal se coloca relativamente a essa última tarefa da Justiça: podemos e devemos punir os jovens da mesma forma que os adultos?

3) Sobretudo, no caso dos jovens, não deveríamos querer que eles sejam reabilitados em vez de punidos? Para que encarcerar os jovens se sabemos que a detenção será uma escola do crime e não um lugar onde seria preparada sua reinserção social?

O sistema penitenciário moderno é paradoxal: nele, tanto para os jovens quanto para os adultos, a vontade de punir coexiste e rivaliza com a vontade de reeducar. Esse conflito de intenções talvez não seja uma falha, mas a propriedade essencial do sistema.

Nota: à vista do fracasso crônico de reabilitação e reinserção é possível pensar que a intenção de reeducar seja sobretudo o álibi necessário de uma punição que se envergonha de si mesma. Ou seja, queremos reeducar (e nunca conseguimos) porque nos envergonhamos de estarmos "ainda" punindo os criminosos. Gostaria de ter o tempo de reler "Vigiar e Punir", de Michel Foucault, pensando nisso.

4) A redução da maioridade penal significaria encher as cadeias de crianças pobres.

Em Brasília, 16 anos atrás, cinco jovens de classe média assassinaram barbaramente um índio, colocando fogo em seu corpo. Eles se desculparam dizendo, aliás, que não sabiam que era um índio, achavam que fosse um mendigo.

Graças a seu privilégio social, quatro desses jovens, condenados, cumpriram sua pena estudando e trabalhando fora da prisão. O quinto, que tinha 17 anos na época, ficou três meses num centro de reabilitação e só. Eu acho que ele deveria ter sido julgado como adulto.

Mais uma coisa. A coluna da semana passada queria abordar um problema mais amplo do que a simples maioridade penal. Explico.

Uma das grandes novidades de nossa cultura é que ela promove a obrigação de cada um responder por suas ações. Talvez por isso mesmo, para descansarmos um pouco de tamanho encargo, um dos grandes sonhos contemporâneos seja a irresponsabilidade.

É assim que nos tornamos mestres nas explicações que valem como desculpas.

Os assassinos de Brasília passearam demais pelos shoppings da capital e foram mimados pelos pais, e o assassino de Victor Hugo Deppman talvez tenha crescido em algum tipo de favela. Sempre há um trauma, um abuso passado, que "explica" e que serve para transferir a culpa.

Ao mesmo tempo, somos uma cultura "infantólatra", ou seja, que idealiza e venera as crianças como crianças. Ou seja, amamos vê-las sem nenhum dos pesos que castigam a vida adulta.

No sonho de irresponsabilidade que mencionei antes, esses dois traços de nossa cultura se combinam assim: 1) as crianças são todas querubins irresponsáveis e 2) a história da nossa infância nos torna irresponsáveis quando adultos. Que maravilha.

Ueba! Messi levou um salsichão! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 25/04

"Ex-presidente Lula terá coluna mensal no 'New York Times'." Em parceria com o Joel Santana!


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada Pronta desde 24/4/1500: ontem foi aniversário do Sarney. MAIS UM! Completou 600 anos de Senado e 812 de vida! Imortal também faz aniversário!

E polêmica no edifício Milênio em Brasília: um casal que transa fazendo um barulho dos infernos. E esta: "Ex-presidente Lula terá coluna mensal no New York Times'". Em parceria com o Joel Santana!

E logo no primeiro dia ele gritou pra dona Marisa: "Galega, como se fala Corinthians em inglês?". Rarará! E um leitor mandou perguntar como o Lula vai traduzir a palavra mensalão pro inglês. Fácil: Mensalation! Mensalation, Roubolation, Rebolation e Esculhambation!

E o título da primeira coluna do Lula no NYT': "Go, Corinthians!". E o texto da primeira coluna: "Corinthians champinhon dos champinhons. E quando não é pra to be, não é pra to be. E the pinga is on the table!".

E os petistas já tão dizendo que o FHC tá morrendo de inveja, claro! E atenção! Pensamento do dia do tuiteiro: "Todo Barcelona tem seu dia de Palmeiras". Mirassol feelings!

O Barça beijou a lona. Barça 0 X 4 Bayern! Levaram um chucrute, o Messi levou um salsichão! O BarceLONA não é mais da Liga dos Campeões. Agora é DESLIGA DOS CAMPEÕES!

E o que o Messi fez? Ficou coçando a cabeça sem entender nada! Rarará! O Messi parecia um zumbi de quermesse.

E o Piqué apanhou em campo e depois apanhou em casa da Shakira. Foi dormir no sofá! Mas como dizia aquela biba de lingua plesa, fã do Messi: "Messeu com o Messi, messeu comigo". Rarará!

E um amigo disse que achou o Adriano mais magro. Mais magro que uma vaca premiada! Rarará!

Cartilha da Copa: Dilma toca a caxirola! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!

O Brasileiro é Cordial! Olha esta placa em Natal: "Área Militar! Perigo de Morte! Tiro real de fuzil". Medo!

E este cartaz na parede do mercadão de Madureira no Rio: "Não pinte nem cole cartaz nessa parede. Evite problemas. CAÇO ATÉ O INFERNO!". O Exterminador!

E tem gente que ainda tem medo do ditador sapeca da Coreia do Norte. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

O verniz - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

O GLOBO - 25/04

A dúvida sobre tratar o acusado pelas bombas em Boston como cidadão americano, com todos os seus direitos respeitados, ou como "combatente inimigo" julgado por um tribunal militar, com direitos restritos e, se condenado, execução garantida, e a proposta de se baixar a idade para a responsabilização penal no Brasil são questões parecidas. Nos dois casos, o que se propõe é um retrocesso, a suspensão de conquistas da civilização para enfrentar exigências extremas: no caso americano o combate exemplar ao terrorismo, que não comportaria filigranas jurídicas, no nosso caso a evidência de que cada vez mais crimes são cometidos por menores, inimputáveis segundo a legislação. A conclusão nos dois casos é que o processo civilizatório que priorizou a proteção dos direitos de todos, inclusive de criminosos, foi uma conquista da retórica dos bons sentimentos, impraticável diante da crua realidade. Os casos extremos testam a possibilidade de a razão e de a ponderação conviverem com o embrutecimento geral da espécie, e para enfrentá-los retrocedemos ao tempo em que não havia proteção alguma contra a prepotência do Estado ou o erro da justiça. Quando não retrocedemos ao tempo da reciprocidade bíblica, do olho por olho, de uma atrocidade vingando outra. E o verniz da civilização se despedaça.

Nos Estados Unidos, pelo menos em teoria (ou no cinema), todo preso tem direito de saber seus direitos na hora da prisão: de manter-se em silêncio, de não se incriminar e de ter um advogado. Principalmente depois dos atentados de 11/9, quando o Bush declarou guerra ao terrorismo mundial, os Estados Unidos têm enfrentado o dilema de serem - na sua própria avaliação - a única nação moral do mundo, obrigada a recorrer a todos os meios para se defender do terror, inclusive a oficialização mal disfarçada da tortura. Os presos sem direitos em Guantánamo são um embaraço permanente para os americanos e tornam hipócrita a condenação dos presos políticos em Cuba. O que fazer para satisfazer a revolta nacional com o ataque covarde em Boston é outro desafio moral para a justiça americana. Parece que escolheram processar o prisioneiro como cidadão do país. Ponto para a civilização, ou o que resta dela.

No Brasil a questão da maioridade penal ainda está para ser decidida. Talvez o verniz ainda resista mais um pouco.


Esse cara sou eu - ROGÉRIO GENTILE

FOLHA DE SP - 25/04

SÃO PAULO - Os escritores e leitores brasileiros ganharam um grande aliado, ainda que involuntário, na campanha pela aprovação do projeto que impede a censura de biografias: o rei Roberto Carlos.

No início do mês, os advogados do cantor enviaram uma notificação extrajudicial em que pediam a interrupção da venda do livro "Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude", de Maíra Zimmermann, lançado pela Estação das Letras e Cores.

O pedido foi feito simplesmente porque o cantor ficou incomodado com a caricatura por meio da qual foi retratado na capa do livro. Segundo um dos seus advogados, como não foi autorizado, o desenho viola o direito de imagem de Roberto Carlos.

O motivo é tão mesquinho e despropositado (ainda mais para alguém que cultiva a própria imagem com declarações profundas, como a de que não vive "sem beijo e sem sorvete") que acaba por expor de um modo categórico o tamanho do absurdo da legislação atual, um enorme atentado à liberdade de expressão e à memória do país.

Segundo a lei em vigor, de 2002, biografias só podem ser publicadas com autorização do biografado ou, se ele já estiver morto, de seus herdeiros. Ou seja, apenas os textos que agradam integralmente ao biografado, na maioria das vezes laudatórios, conseguem ser publicados.

O impacto disso é brutal no estudo da história do Brasil, onde vários livros já foram cassados e tantos outros deixaram de ser produzidos ou editados. Imagine, por exemplo, alguém ter de pedir autorização para Fernando Collor para escrever sobre sua vida ou ter de convencer dona Marisa para conseguir mostrar a influência de Rose Noronha, ex-secretária de Lula, na política brasileira.

Em nome da inviolabilidade da intimidade e da vida privada, a atual legislação submete a história do Brasil a uma lata de verniz. Ainda bem que Roberto Carlos, com sua majestosa falta de noção, resolveu contribuir para expor o problema.

O Haiti é aqui - SONIA RACY

O ESTADÃO - 25/04

O governo discute a possibilidade de aumentar de 100 para 400 os vistos mensais concedidos a haitianos que queiram trabalhar no Brasil.

Para coibir a ação de “coiotes”, que os trazem – de forma ilegal e via terrestre – até a fronteira brasileira.

Equilibrando
A desoneração do setor sucroalcooleiro promovida pelo governo não reduzirá preços. Mas evitará aumento no caso do álcool, segundo Rubens Ometto, da Cosan. “Permite melhorar a remuneração, o que possibilita capitalização do setor e, consequentemente, novos investimentos”.

Equilibrando 2
A medida é suficiente? “Não veio tudo que queríamos, mas é um movimento na direção certa. Agora, cabe a nós, com o governo, desenhar passos futuros”, resume o empresário.

No fundo
Aliada aos ruralistas, a Petrobrás tentou, ontem, ir contra projeto que tramita na Comissão de Meio Ambiente da Câmara. “Ela sequer paga os passivos ambientais e agora quer enterrar a ideia da criação de um fundo para recuperação de danos à natureza”, desabafa Ricardo Tripoli.

A estatal não teve sucesso. Por enquanto.

Novo front
Marin agora mira o comando da Conmebol – após a renúncia, anteontem, de Nicolás Leoz. A coluna apurou que ele já iniciou movimentação junto a aliados na região, porque estaria convencido de que o desgaste à frente da CBF não tem mais conserto.

Para concorrer em 2015, terá de convencer os… argentinos, que veem com reservas um brasileiro no posto mais alto do futebol sul-americano.


Na festa da Time em NY, Alex Atala convidou Joaquim Barbosa para conhecer seu restaurante D.O.M.

E se disse admirador do presidente do Supremo.

Transparência
Caio Barsotti, do Conselho Executivo das Normas-Padrão, levará a Brasília, semana que vem, pelo menos seis opções de novas empresas que prestam o mesmo serviço do IVC, mas a custos menores.

Defende que, assim, o governo federal poderá cobrar dos pequenos veículos de comunicação que auditem sua tiragem, distribuição e circulação.

Pela ordem
Surge mais um candidato a candidato ao STF: Herman Benjamin, do STJ. O paraibano contaria com o apoio de Marta Suplicy. Já Gleisi Hoffmann insiste em Luiz Edson Fachin.

Em tempo: consta que Dilma só vai preencher as cadeiras vazias do STJ após definir o sucessor de Ayres Britto no Supremo.

Surprise
Danilo Miranda, do Sesc, ganhou pocket show de Criolo como presente por seus 70 anos. Funcionários da unidade Belenzinho tiveram de “esconder” o cantor para não estragar a surpresa.

Crescendo
E a Daslu anuncia a inauguração de sua primeira loja no Nordeste – com 510 m². Dia 2 de maio, no Shopping RioMar, em Recife.

Literatura
A Editora Sextante aumentou a tiragem inicial de Inferno, novo livro de Dan Brown, que chega às prateleiras dia 24 de maio.

A primeira fornada passou de 300 mil a meio milhão de exemplares. Para entender o tamanho da aposta: uma tiragem inicial no Brasil não costuma passar das 3 mil cópias.

Literatura e moda
A Prada inova. Lançou concurso de… contos – cujas histórias não podem ter mais de 20 páginas. A grife premiará o vencedor com 5 mil euros.

Tema escolhido? Visões de mundo. Assuntos proibidos? Pornografia, drogas e armas.

MALAFAIA NO ATAQUE - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 25/04

O pastor Silas Malafaia vai processar o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) por "denunciação caluniosa". Alega que o parlamentar atribuiu a ele afirmação que, na verdade, foi publicada por um perfil falso criado com seu nome no Facebook.

ATAQUE 2
No perfil que Malafaia diz ser falso foi postada uma foto de Jean Wyllys com declarações favoráveis à pedofilia que jamais foram dadas pelo parlamentar. Wyllys então denunciou o pastor ao Ministério Público --e o religioso agora responde dizendo que a acusação é uma calúnia.

SEM DÚVIDA
Antonio Machado, advogado de Wyllys, diz que Malafaia está fazendo "jogada para desviar o foco da ação". Afirma que vai pedir investigação sobre o tal perfil falso do Facebook. E diz que postagens do Twitter oficial do pastor incluídas no processo "não deixam dúvida de que ele tem uma postura de desrespeito aos direitos humanos". "Estamos tranquilos para seguir com essa denúncia e tantas outras quantas forem necessárias."

BRASIL NA AGENDA
Arianna Huffington, criadora "Huffington Post", disse a Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), que continua interessada em lançar o serviço do site americano no Brasil. Os dois se encontraram no evento da revista "Time", anteontem, em Nova York, em que o magistrado foi homenageado.

BRASIL NA AGENDA 2
No mesmo encontro, Barbosa conversou com o vice-presidente americano, Joe Biden, e com o âncora da CNN Fareed Zakaria.

MUITO PESSOAL
O "New York Times" sugeriu a Lula que, ao escrever a coluna para o serviço de notícias do jornal, ele relate sua "experiência pessoal" sobre os temas abordados.

PALAVRA CERTA
Uma das cláusulas do contrato com o "NYT" reforça o cuidado com a tradução, "para preservar o espírito e o conteúdo literário do material", diz Larissa Teixeira, do Teixeira Martins Advogados, que foi para os Estados Unidos com o ex-presidente Lula só para revisar o acerto.

CANTO DA CIDADE
Daniela Mercury vai captar R$ 1,5 milhão para turnê com versão acústica de suas músicas. Dez cidades devem ser visitadas em SP, Rio, Minas, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, DF, Paraná e Santa Catarina.

SP DO ARCO-ÍRIS
SP terá um conselho estadual dos direitos da população LGBT. Os dez integrantes do órgão serão eleitos em votação direta, em junho, em oito cidades. Eles devem ter mais de 18 anos e se declararem lésbica, gay, bissexual, travesti ou transexual. As inscrições podem ser feitas na Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual, na Secretaria da Justiça.

SALVE MILTON
Milton Nascimento vai cantar "Travessia", a pedido da Unesco, na festa do Dia Internacional do Jazz, em Istambul, no dia 30. Ele é o único brasileiro entre os 37 artistas que o órgão da ONU convidou para o evento na Turquia.

EM OXFORD, UAI
Minas Gerais é o único Estado entre os convidados estrangeiros que a Universidade de Oxford chamou para o lançamento da Rede Internacional de Pobreza Multidimensional, em junho, no Reino Unido. Os demais participantes representam países. É que o governo mineiro usa o índice de pobreza criado por Oxford como base para seus programas sociais.

EU E MEU NOVO CORPO
A top transexual Lea T., que fez cirurgia de mudança de sexo, posou para a "RG" de maio, nas bancas no sábado. "Se tivesse me arrependido da operação, não estaria aqui. Já teria dado um tiro na cabeça", afirma à revista a filha do ex-jogador Toninho Cerezo. "Já imaginou o tipo de situação que enfrento? Amigo que antes não queria nada comigo porque eu era homem, agora quer me pegar e pergunta se isso faz dele um gay."

OLHOS NOS OLHOS
O longa "Abismo Prateado", do cineasta Karim Aïnouz, teve pré-estreia, anteontem, no Espaço Itaú Frei Caneca. O filme, protagonizado por Alessandra Negrini, é inspirado na canção "Olhos nos Olhos", de Chico Buarque. As atrizes Martha Nowill e Carolina Fauquemont, o produtor Rodrigo Teixeira e o advogado Augusto de Arruda Botelho foram assistir.

CURTO-CIRCUITO
A Casa 92 comemora três anos, a partir das 22h30, em Pinheiros. 18 anos.

A Apae de SP busca rótulos raros para seu 6º Leilão de Vinhos, em 21 de maio.

O duo de DJs Wolf + Lamb toca na festa Carrera Ignition Night, na Casa das Caldeiras. 18.

Ricardo Almeida reinaugura hoje loja no Iguatemi.

Reviravolta no PMDB gaúcho - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 25/04

Aliado histórico do PSDB, o PMDB gaúcho caminha para apoiar a presidente Dilma. Ex-ministro no governo Fernando Henrique, o deputado Eliseu Padilha diz que "não há justificativa para não apoiar o vice Michel Temer". Em maio, os 135 prefeitos do Sul vão jantar com Temer no Jaburu. Pelo acordo, em negociação, PMDB e PT terão candidatos ao governo e ambos pedirão votos para Dilma.

Troco no PSD prejudica Marina
Os governistas estão votando no Senado um projeto que dificulta a criação de novos partidos, como o Rede de Marina Silva. Mas uma emenda apresentada pelo líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e apoiada na Câmara pelo PSDB alvejou ainda mais a candidatura de Marina ao Planalto. A emenda redistribuiu o tempo de TV, permitindo que o DEM recuperasse o que perdeu com a criação do PSD. O DEM voltará a ter cerca de três minutos. Isso só foi possível porque a emenda reduziu de 33 segundos para 11 segundos a parcela do tempo que é dividida igualmente para cada um dos 30 partidos do país. O PT, o PMDB, o PSB e o PSDB também aumentaram seus tempos.



"O PT e o PMDB ficaram muito gulosos, nós estamos vivendo das sobras e dos restos" 

Paulo Foletto Deputado federal (PSB-ES), ao defender a candidatura do governador Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República 

Cargos na mesa
Para pressionar o ministro César Borges (Transportes) por nomeações no ministério, os deputados do PR organizam um jantar, no dia 7 de maio, para tentar convencê-lo a mexer, pelo menos, nas direções do Dnit nos estados.

Fim da boquinha
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esteve ontem com o presidente do STJ, Félix Fischer. Foi comunicar que, a partir de maio, os ministros que ocupam apartamentos funcionais do Senado passarão a pagar aluguel de R$ 8,8 mil. Hoje, eles não pagam nada e, ainda, têm direito a internet, água, luz e segurança.

Na gaveta
A Ministra Cármen Lúcia (STF) está há dois meses segurando o último embargo feito pelo deputado Natan Donadon (PMDB-RR). Somente por isso ele está em liberdade. Ele foi condenado há 13 anos de prisão pelo crime de peculato.

Quem fala demais dá bom dia a...
Após levar um puxão de orelhas do presidente do PT, Rui Falcão, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), mandou uma carta e telefonou pedindo "desculpas" ao líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), e ao senador Jorge Viana (PT-AC). Anteontem, falando do projeto que prejudica os novos partidos, Vargas afirmara: "Tem que expulsar o Jorge Viana e trocar o líder".

Azeitando a máquina
A Aeronáutica, a Secretaria de Aviação Civil, a Infraero e a Anac usaram o jogo de ontem, entre Brasil e Chile, em Belo Horizonte, para testar um Plano Operacional modelo para a chegada e saída das seleções nos aeroportos durante a Copa.

Um lugar ao sol
Arrependido de ter ficado sem mandato depois de deixar o governo do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) está se preparando para concorrer ao Senado. Hoje, ele integraria a chapa do governador Renato Casagrande (PSB).

A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) está atrás na corrida para o Senado (SC). O deputado Vignatti tem maioria na convenção do PT.

Contra o relógio - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 25/04

Advogados dos réus e ministros do Supremo Tribunal Federal já consideram provável que o substituto de Carlos Ayres Britto na corte não julgue os embargos de declaração do mensalão. O prazo para contestações acaba na semana que vem. Ainda que Dilma Rousseff indique o escolhido nos próximos dias, ele terá de ser sabatinado pelo Senado. Joaquim Barbosa deve marcar a análise dos embargos imediatamente. Já as posses de ministros costumam demorar ao menos 20 dias.

Recado 1 Apesar do protesto de ministros contra a PEC aprovada na CCJ que submete decisões do STF ao Congresso, magistrados entendem que a Câmara deu resposta a casos recentes em que o Judiciário avançou sobre prerrogativas do Legislativo.

Recado 2 Como exemplo, citam a decisão de Luiz Fux de forçar a apreciação de 3.000 vetos presidenciais, depois modificada pelo plenário,e a interpretação de que cabe ao Supremo a palavra final sobre cassações dos mandatos dos mensaleiros.

Goleada Do ministro do STF Ricardo Lewandowski, sobre os quatro gols marcados ontem por seu xará do Borussia Dortmund: "Com quatro gols tomados, o Real Madrid pode apresentar embargos infringentes''.

Cada um... Roberto Gurgel votou a favor do direito de Demóstenes Torres à vitaliciedade no Ministério Público. A relatora Claudia Chagas era contra a garantia por ele ter ingressado na promotoria de Goiás antes de 1988.

... na sua Luiz Moreira, desafeto do procurador-geral da República no CNMP, seguiu a relatora, mas foi vencido. Torres conseguiu o benefício.

Ficção Andréa Pinho, delegada responsável por apurar suposto elo de Lula com o mensalão, é comparada na PF a Helô, personagem de Giovanna Antonelli na novela "Salve Jorge". Além de jovem, é considerada "linha dura".

Pose... A despeito do discurso de alinhamento de Aécio Neves com Marina Silva, o PSDB festeja, nos bastidores, a aprovação do projeto que sufoca novos partidos.

... para foto Tucanos entendem que serão beneficiados com a emenda que recompõe a distribuição do tempo de TV, reduzindo a fatia destinada aos nanicos.

Telinha No radar de Aécio para 2014, o DEM será o partido que contará com o mais expressivo bônus no palanque eletrônico. Outras siglas aliadas do PSDB nas composições regionais, como PTB e PDT, serão turbinadas.

Presente Pelos cálculos tucanos, em São Paulo, a coligação que deve apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin ganhará 1min48s em cada programa com a nova regra.

Liberou Apesar dos apelos do Planalto, o PMDB não obstruirá a CPI da Petrobras. Durante reunião da bancada, o líder Eduardo Cunha (RJ) disse que a adesão ao requerimento deve seguir "a consciência de cada deputado".

Blocão Edinho Silva, presidente do PT-SP, abriu tratativas com PMDB e PSD para 2014. Entusiasta de ampla aliança já no primeiro turno para o Bandeirantes, o petista visitou Michel Temer e estará com Gilberto Kassab.

Visitas à Folha José Carlos Dias, advogado e membro da Comissão Nacional da Verdade, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Glenda Mezarob-ba, consultora da comissão.

Antonio Donato, secretário municipal de Governo de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava com Everaldo Gouveia, assessor de imprensa.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio
"A aprovação dessa proposta pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara representa uma ameaça à democracia."
DE JOAQUIM BARBOSA, presidente do Supremo Tribunal Federal, sobre proposta de emenda que submete decisões da corte ao Congresso.

contraponto


Trégua hospitalar
Durante audiência na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, anteontem, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) foi inquirido diversas vezes sobre a disputa com Aloizio Mercadante (Educação) pela candidatura do PT ao governo paulista em 2014.

Mencionando recente internação do colega de Esplanada para tratar de dores abdominais, Casildo Maldaner (PMDB-SC) disse ao titular da pasta da Saúde:

--Quer dizer que o Mercadante esteve em suas mãos?

Padilha exibiu sorriso amarelo e respondeu:

--O que importa é que ele está plenamente recuperado.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 25/04

Complexo logístico da MRS em Queimados levará contêineres, cimento e produtos siderúrgicos a portos

AMRS vai testar novo modelo de movimentação de cargas no complexo logístico que instalará em Queimados, na Baixada Fluminense. A empresa assina hoje, com o governador Sérgio Cabral e o prefeito Max Lemos, o memorando de entendimentos para a construção da unidade, a partir de 2014, nas proximidades do Arco Rodoviário Metropolitano. Investirá R$ 100 milhões no projeto. A intenção é fazer do Polo Intermodal Ferroviário, nome completo do empreendimento, um centro de distribuição de carga geral para os portos de Itaguaí (RJ) e Santos (SP). Até aqui, as ferrovias brasileiras movimentam, basicamente, soja e minério de ferro. O complexo de Queimados receberá contêineres, produtos siderúrgicos e cimento, por exemplo, explica Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico: "É o primeiro investimento que abre perspectiva de transporte ferroviário para carga geral, em vez de granel e sólidos. Pode virar referência no país", diz. A MRS vai investir R$ 1 bilhão no Estado do Rio nos próximos dez anos. O polo de Queimados deve movimentar 620 mil toneladas de cargas em 2016. A previsão é bater 2,1 milhões de toneladas em 2026.


Sucata
O Inesfa não gostou da decisão do governo do Rio de credenciar siderúrgicas (Gerdau e Votorantim) para a compra de caminhões usados na lei de renovação da frota. O instituto, que representa cerca de cinco mil empresas de sucata, vai batalhar contra o que chama de "reserva de mercado.

Recuperados
O Grupo Tracker, de rastreamento de veículos, recuperou 1.052 (83%)
dos 1.267 carros, caminhões e motos roubados e furtados no país no 1° tri de 2013. Evitou prejuízo de cerca de R$ 49 milhões. Os crimes saltaram 19,27% sobre 2012.

Microcrédito
O Banco Pérola, que atua no microcrédito em Sorocaba, formata o 1g fundo de investimento. Quer levantar R$ 100 milhões para estender operações a outras cidades do interior paulista. No fim de 2012, a carteira ativa beirava R$ 1 milhão e o patrimônio líquido, R$ 468 mil.

Hospital
Ficou pronta a 1g fase da ampliação e modernização do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga (MG). A unidade, administrada pela FSFX, da Usiminas, ganhou novos UTI e pronto-socorro. As obras custaram R$ 28,5 milhões, dinheiro da fundação, do BNDES e do governo mineiro.

PENSANDO GRANDE
A história de um corredor que chega ao l lugar do pódio é a trama central da campanha do smartphone LG Optimus G. O conceito é "Pense grande. Pense G". Locações em São Paulo, caso do Ginásio do Ibirapuera, serviram de cenário. Criação da Y&G, estreia hoje na TV. Semana que vem, virá ação da VML na web. Mostrará os bastidores do humorístico "Porta dos fundos".

PRESENTE
É recorde a verba do BarraShopping para o Dia das Mães 2013. Orçada em R$ 2,5 milhões, a campanha vai sortear um
carro e dar moringas ilustradas pelos grafiteiros Marcelo Ment, Rodrigo Whip e Titi Freak, a cada R$ 500 em compras. Há três anos, o Barra não fazia promoção "comprou, levou". Espera vender 10% mais na data e distribuir 45 mil moringas.

MÃE HI TECH
A atriz mirim Mel Maia estrela campanha de Dia das Mães que o Via Parque lança hoje. Aparece com a modelo Sônia Pimentel. As peças da Casa de Criação saem em outdoor, impresso e web. O mall vai sortear kits com iPhone 5 e iPad. Quer vender 20% mais.


NOITES FRIAS
A Pathisa Notte, marca de roupas de festa da estilista Patricia Barreto, apresenta hoje o Iookbook do inverno 2013 da grife mineira Tutta. A modelo Ana Paula Scopel posou para o fotógrafo Weber Pádua. Com a nova parceria, a multimarcas
carioca espera aumentar em 15% as vendas na temporada.

Via web
A TendTudo, de material de construção, lançou loja virtual esta semana. Investiu R$ 5 milhões. Dona de 13 lojas em sete estados, espera que o e-commerce some 10% das receitas em três anos.

Visão
A Expo Abióptica (SP), feira de empresas do setor óptico, deve movimentar R$ 700 milhões até sábado. É alta de 40% sobre a edição 2012. Cem expositores participam; 25 mil devem visitar.

Social
As seis lojas do Walmart no Rio vão doar seis toneladas de alimentos por mês a famílias pobres. A Ação começa em maio.

Brinde
Maria Oiticica assina o brinde do evento da Fifa e da prefeitura para TVs ddeosextneerr produziu 450 induziu 450 chaveiros com o Pão de Açúcar em madeira Acapú.

Livre Mercado
O varejo carioca espera alta de 8% nas vendas do Dia das Mães 2013. O número saiu de consulta do CDL-Rio a 500 lojistas.

O Shopping Grande Rio vai sortear dez vale-compras de R$ 2 mil na data. O mall investiu R$ 900 mil. Espera vender 9% mais.

O TopShopping dará caneca em compras acima de R$ 300, até 12 de maio. Fez aporte de R$ 400 mil. Prevê vender 12% mais.

Já o Botafogo Praia investe R$ 200 mil na data. Dará minikit da Empório Body Store em compras de R$ 500. E vai sortear um vale de R$ 3 mil em concurso na web.

O Bangu Shopping juntou ações de mães e namorados. Sorterá dois carros Hyundai. Prevê aumento de 17% nas vendas.
A designer de joias Patricia Goodman lança hoje coleção de mães. Espera vender 10% mais.

A L'Oréal prevê alta de 38% na receita com tonalizantes com a Batalha da Beleza. A promoção na web é pelo lançamento dos produtos Dia Richesse e Light.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 25/04

Hospitais privados investem mais para atender catástrofes
Alguns dos maiores hospitais brasileiros elevaram os investimentos em qualidade e segurança.

O aporte de recursos e a obtenção de certificações internacionais podem auxiliar no atendimento em eventuais acidentes durante grandes eventos esportivos como a Copa e a Olimpíada.

O capital alocado para essas áreas subiu de R$ 33,2 milhões, em 2008, para R$ 68,4 milhões, em 2012, de acordo com a Anahp (que reúne hospitais privados).

O montante abrange modelos de qualificação para aperfeiçoar processos de atenção, simulação de atendimentos, planos de contingência e treinamento para reação a situações excepcionais, como o atentando que deixou mais de 170 feridos na maratona de Boston.

Os recursos crescentes, entretanto, são de uma amostra pequena. Os hospitais associados à Anahp correspondem a 51 instituições como Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz e São Luiz.

"O atendimento de massa preocupa. Pode haver uma tragédia, com pisoteio, por exemplo", diz Francisco Balestrin, presidente da entidade do setor.

"A primeira atividade [no atendimento em catástrofes] é uma triagem imediata e no local do acidente que identifica os casos de maior urgência"

SUS e Sírio-Libanês preparam projeto para emergências
O Hospital Sírio-Libanês e a Força Nacional do SUS preparam um projeto com metodologia e capacitação para o atendimento em casos de um grande risco.

O plano visa formar gestores de emergência em saúde pública, inclusive para situações que envolvam um grande número de pessoas, afirma Paulo Chap Chap, superintendente do hospital.

O Sírio vai trabalhar de início nas 12 capitais da Copa. O Ministério da Saúde cadastrou médicos e enfermeiros para trabalharem durante os jogos e precisava treinar os profissionais. Durante dois meses, cem facilitadores serão capacitados para, por sua vez, preparar mil profissionais nas sedes, até maio do ano que vem.

Outro programa em andamento capacitará mais de 20 hospitais do SUS pelo país, identificados pelo Ministério da Saúde como centros de grandes emergências.

"O objetivo deste segundo treinamento é aprimorar o fluxo normal, não apenas o atendimento a catástrofes. Serão cursos de um ano.

"Aportamos a nossa expertise e recursos nos programas, mas eles provêm da nossa renúncia fiscal", Roberto Padilha, diretor de ensino do hospital paulistano.

O Sírio também investe para obter certificações internacionais, conforme Chap.

Além disso, vai incrementar a estrutura de sua própria sede para o dia a dia, de acordo com o superintendente do hospital.

"Vamos começar a inaugurar novos blocos no final deste ano. De 358 leitos, passaremos a 710 até o final de 2014", diz.

A nova ampliação é necessária para atender à demanda que o hospital já tem.

RUMO AO INTERIOR
O Outback Steakhouse inaugura mais cinco restaurantes neste ano. Um em Sorocaba (Shopping Iguatemi Esplanada), dois em São Paulo (shoppings Paulista e Tietê) e outros dois no Rio de Janeiro (shoppings Metropolitano e Nova América).

"Ir para Sorocaba é um marco. É no interior que os shoppings mais crescem", afirma Salim Maroun, presidente da Outback no Brasil.

Neste ano, a rede abriu unidades nos shoppings Aricanduva e União de Osasco (São Paulo) e BarraShoppingSul (Porto Alegre).

O próximo passo é a popularização da marca. "Meu sonho é oferecer luxo a um preço justo", diz Maroun.

O mesmo deve acontecer com a Applebee's, que tem 13 unidades no país. "Começamos vendendo para a classe A. Depois conquistamos outras classes", diz Derek Wagner, diretor para América do Sul, Central e Caribe.

44 restaurantes
é o tamanho da rede atualmente

8 unidades
terão sido inauguradas até o final deste ano

SAUDÁVEL VANTAGEM
Executivos da área de saúde veem o Brasil com maior potencial do que países como a China e a Alemanha.

É o que revela um estudo da Deloitte realizado com 295 líderes mundiais de empresas do setor.

Para 74% dos entrevistados, o Brasil é muito atrativo para a conquista de novos consumidores. A proporção é de 69% na China e de 27% na Alemanha.

"O rápido envelhecimento da população e o aumento do acesso a serviços de saúde fazem do país um ótimo lugar para se investir", diz Enrico De Vettori, sócio e líder da área de saúde da Deloitte.

O gasto médio dos brasileiros com remédios foi de US$ 190 por pessoa em 2012. O número é quase quatro vezes maior que os US$ 52 desembolsados pelos chineses.

De olho... As fabricantes de softwares de gestão estão interessadas no interior de São Paulo e no Nordeste.

...no mercado A SAP criou uma equipe em Campinas. A NeoGrid planeja crescer 20% no interior e no Nordeste.

A conta de luz do sr. Cândido - ROBERTO PEREIRA D'ARAÚJO

VALOR ECONÔMICO - 25/04

O senhor Cândido é um consumidor fictício do Rio de Janeiro. Paga sua conta de luz religiosamente em dia, e, como muitos outros cidadãos, além de achar a tarifa cara, não consegue entender o setor elétrico brasileiro, que mais parece um rolo de barbante embaraçado que piora a cada "puxão".

Ele sabia que as tarifas seriam reduzidas, mas, considerado o tom teatral dos anúncios, ficou decepcionado quando recebeu sua fatura de março. Apesar do desapontamento, ele leu que a Lei nº 12.783/13 diminuiria as tarifas por meio de manobras contábeis entre o Tesouro e Eletrobrás, uma estatal que, segundo o próprio governo, estava cobrando fortunas por usinas que já tinham sido pagas por todos, ele inclusive. O senhor Cândido ainda desconfia que paga um preço que não condiz com um país que tira sua energia principalmente da água. Imaginem sua decepção se tivesse a curiosidade de examinar outras contas.

Os números da tabela abaixo são os da Light. Mas, apesar de pequenas diferenças, podem ser repetidos por qualquer cidadão de qualquer Estado comparando a sua fatura de março de 2012 com a do mesmo mês deste ano. Os números correspondem a um hipotético consumo de um único megawatt hora (MWh) realizado pela família.

Os itens de maior peso na estrutura de custos diminuíram pouco ou até aumentaram

Segundo informações das suas faturas, o consumo de 1 MWh custava R$ 522,30 em 2012. A fatura de março passado mostra o valor de R$ 462,70 para o mesmo MWh. Portanto, um desconto de 11,4%, inferior aos 18% prometidos.

Mas a conta do senhor Cândido tem muitos outros números. Por exemplo, o quanto a energia, a transmissão, a distribuição, os encargos e os tributos contribuíram para esse custo final que lhe causou decepção.

Como se pode ver, as parcelas mais importantes aumentaram ou se reduziram muito pouco. A distribuição, que pesava 22%, agora vai pesar 27%. Os tributos tiveram um recuo insignificante passando de 34% para 32%. O valor da energia consumida não decresceu, muito ao contrário, passou de 30% para 34%. Os encargos e a transmissão, esses sim, não têm percentuais importantes, mas caíram de 14% para 7%.

O senhor Cândido ouviu dizer que a Eletrobrás tem suas atribuições principalmente na geração e transmissão de energia. Portanto, se considerados apenas esses itens, a redução foi de R$ 11,85 num total de R$ 179,13, ou seja, 6,6%. O cidadão ficaria ainda mais confuso, se soubesse que os números oficiais da Eletrobrás, a tal que lhe explorava, reconhecem uma perda de receita de 70% em consequência da aplicação da Lei n º12.783!

Ora, mesmo ele se perguntaria: uma redução tão pequena perante um sumiço de receita dessa ordem? Ficaria desconfiado, mas, continuaria incapaz de entender o que está por trás dessa confusão.

O que Cândido continuará ignorando é que, segundo reportagem do jornal Valor Econômico (28/03), dois números chamam muita atenção:

A Eletrobrás registrou um Ebitda (resultado antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) em 2012 negativo em R$ 6,173 bilhões.

Se fossem expurgados os efeitos da lei, o Ebitda de 2012 atingiria R$ 5,520 bilhões positivos.

A própria Eletrobrás admitiu uma queda de R$ 10 bilhões na receita. Ora, o consumo total do sistema interligado brasileiro, lugar onde a empresa exerce seu principal negócio (gerar e transmitir energia) gira no entorno de 500 milhões de MWh. Portanto, cada MWh consumido tem embutido um pedaço do "prejuízo" da Eletrobrás. Fazendo as contas, chega-se a R$ 20/MWh.

Um desses MWh foi parar na casa do senhor Cândido, mas, como só chegou um pouco mais da metade, outras razões fizeram a tarifa decepcionar.

Vale a pena explicar ao senhor Cândido que a perda da Eletrobrás, que foi notícia internacional no mercado de capitais, só lhe proporcionou 6,6% de redução na conta da parcela de energia? O que isso importa se o governo diz que ela é a "grande vilã" das tarifas altas? Vale a pena lembrar que essa empresa, alguém, algum dia declarou ser a "Petrobrás do setor elétrico".

Pode ser melhor esperar a conta das térmicas, que, com grande chance, devem permanecer ligadas o ano todo. Quando receber as contas com a novidade da "bandeira tarifária", o senhor Cândido vai ficar chocado. Talvez ele perceba que, no final das contas, a história foi muito mal contada.

De certa maneira, todos nós somos como o senhor Cândido. Atônitos, mas complacentes, aceitamos uma inédita intervenção numa tradicional instituição do Estado como algo normal. Entre tantos problemas de segurança, transportes, saúde, educação e inflação quem vai se importar com a Eletrobrás? Pensando bem, talvez o governo conte com a ingenuidade do senhor Cândido!

Roberto Pereira d"Araujo é engenheiro eletricista, diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina).

Basta trabalhar na madrugada - CARLOS ALBERTO SARDENBERG

O GLOBO - 25/04
Pode-se dizer que o último final de semana foi histórico. Pela primeira vez, os portos do Rio, de Santos e de Vitória funcionaram o tempo todo, de sexta à noite até a manhãzinha de segunda. Quer dizer, não exatamente os portos, que sempre estiveram lá, prontos, mas os órgãos federais que controlam e fiscalizam o embarque e o desembarque de mercadorias.

Pois é isso mesmo que o leitor está pensando: esses órgãos só funcionavam no horário comercial, de segunda a sexta, das 8 às 17h, em dias úteis, claro. Mais ainda: pelo menos desde 2010, o governo estudava a implantação da regra de funcionamento ininterrupto. Havia muitas objeções - alegavam desde carência de funcionários até falta de demanda nos horários, digamos, não comerciais, como se os portos estivessem às moscas.

A medida parecia tão difícil que parlamentares chegaram a incluir a regra das 24 horas na Medida Provisória dos Portos, em tramitação no Congresso. Tinha que ser lei.

De repente, como que por milagre administrativo, a Secretaria dos Portos simplesmente determinou que os órgãos federais daqueles três portos entrariam no regime 24 horas. Em maio, outros cinco portos serão incluídos no programa.

O próprio governo federal fez alarde da novidade, um tiro no Custo Brasil com investimento zero. Lógico: com os mesmos equipamentos, os portos passam a funcionar mais 123 horas por semana. Antes, eram 45 horas, nove vezes cinco dias úteis, menos o horário de almoço, claro.

Como é que se demorou tanto para fazer uma coisa tão óbvia, tão simples e tão útil?

Mas não se animem muito. Em aeroportos, alfândegas e postos de fronteira, órgãos públicos continuam no velho horário. Sem contar outros serviços essenciais. Por exemplo: filas de cirurgia nos hospitais do SUS poderiam ser diminuídas com operações feitas durante a madrugada. Como no caso dos portos, o custo adicional seria mínimo - basicamente com funcionários, horas extras, adicional noturno - diante do tamanho do benefício.

Eis o ponto: o serviço público poderia ser muito mais eficiente com um pouco mais de gestão. Isso seria mais útil do que criar ministérios.

Qual inflação?

À primeira vista, parece estranho: a preocupação com a inflação é crescente, inclusive dentro do governo. Dizem até que foi por sugestão dos marqueteiros que a presidente Dilma endureceu o discurso - "o Brasil não flerta com a inflação" - para dar uma satisfação ao público.

Ao mesmo tempo, porém, a presidente e seus assessores garantem que não há nada de errado com a economia brasileira. Ainda nesta semana, Dilma disse que o Brasil atingiu um "patamar de estabilidade macroeconômica". No mesmo tom, o Ministério da Fazenda divulgou ontem o boletim "Economia Brasileira em Perspectiva" para dizer que o crescimento está acelerando e a inflação, desacelerando e dentro da meta.

Acontece que ninguém, nem mesmo o Banco Central, acredita que a inflação - medida pelo IPCA, índice do IBGE - voltará à meta de 4,5% neste ano, nem no próximo, nem sabe-se lá quando. No seu boletim, a Fazenda não adianta previsões próprias, certamente para não repetir os erros recentes. Mas o documento diz que a inflação de 5,8% do ano passado esteve dentro da meta e que o índice de 2013, segundo o consenso do mercado, será menor.

Ora, o consenso de mercado, que aparece no Relatório de Mercado do Banco Central, um resumo dos cenários do setor privado, espera inflação de 5,7% neste ano, com viés de alta, e isso se o BC elevar a taxa básica de juros.

A meta de inflação no Brasil, fixada pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4,5% ao ano. Há uma margem de tolerância de dois pontos para baixo ou para cima, mas para acomodar circunstâncias excepcionais e fora de controle do BC. Ocorre que a inflação está rodando há muito tempo acima dos 4,5% e vai continuar assim por um bom tempo. Haja excepcionalidade!

Junte isso tudo, e mais a declaração da presidente, e está na cara que o governo desistiu dos 4,5% e passou a aceitar como controlada a inflação abaixo dos 6,5%. Aliás, economistas próximos do governo já disseram que, para deixar tudo claro, o governo deveria elevar a meta.

Como isso é politicamente negativo - significa admitir a incapacidade - o governo provavelmente não vai fazer esse movimento.

O que é ruim. A meta oficial de 4,5% já é elevada em comparação com os emergentes, que ficam no máximo nos 3%. Não cumpri-la e dizer que está cumprindo é pior ainda. Gera mais instabilidade, o que desfavorece investimentos e favorece altas de preços, como está acontecendo.

Modo de dizer

Os portos brasileiros estão congestionados, há filas de caminhões e navios, exportadores e importadores perdem negócios. No boletim do Ministério da Fazenda, isso se chama "intensa atividade nos portos" e é um sinal positivo.

"Campeões cambaleantes" - KENNETH MAXWELL

FOLHA DE SP - 25/04

No "Financial Times" desta semana, Joe Leahy, correspondente do jornal no Brasil, oferece uma análise pessimista sobre as perspectivas econômicas brasileiras.

Ele escreve que o boom na maior economia latino-americana, alimentado pelos altos preços das commodities e crédito fácil, chegou ao seu pico, o que coloca sob pressão as empresas que desfrutavam de forte apoio político e econômico do Estado.

Avaliando grandes empresas privadas e estatais que receberam crédito estatal subsidiado, como Petrobras e Vale, Leahy aponta para o rebaixamento da classificação de crédito do BNDES e da Caixa Econômica Federal pela Moody's Investors Services, alegando que os dois têm exposição excessiva aos seus maiores devedores.

O principal exemplo de Leahy está nas empresas de Eike Batista. A OGX, companhia petroleira criada por ele, está envolvida em um dos negócios mais arriscados e de maior necessidade de capital, a exploração e produção de petróleo, setor no qual os mercados brasileiros não têm grande experiência. Para agravar o problema, a OGX se viu forçada a suspender a produção em seus três poços "offshore" de petróleo no campo de Tubarão Azul, na bacia de Santos.

Outros analistas atribuem os dilemas atuais à forma de capitalismo de Estado praticada no país. Mas será que estão certos?

O Brasil certamente precisa investir mais na atualização de sua infraestrutura, na melhora de estradas, portos, ferrovias e aeroportos. E a aproximação da Copa e da Olimpíada torna esses projetos muito urgentes.

Mas também é verdade que na Europa e nos EUA há, igualmente, incerteza sobre o futuro. O amplo consenso que prevalecia desde a Segunda Guerra Mundial está se rompendo, e a questão é basicamente a mesma dos dois lados do Atlântico Norte: como sustentar as redes de previdência e bem-estar social que se tornaram excessivamente dependentes de dinheiro emprestado, diante da austeridade e da limitação de recursos?

Nos EUA, o impasse político é evidente. Já entrou em vigor o corte automático de Orçamento que resulta do fracasso da Casa Branca e da liderança do Congresso em obter um acordo sobre finanças públicas.

Na Europa, Mario Draghi, presidente do BC Europeu, assumiu o compromisso de adquirir títulos de dívida nacional dos países da zona do euro, o que salvou o euro (por enquanto). Mas isso não ajuda pequenas e médias empresas do sul da Europa.

A desaceleração econômica na China e a instabilidade nos mercados internacionais do Brasil representam desafios, com certeza. Mas os problemas brasileiros nem de longe podem ser atribuídos ao papel econômico do Estado.

Tempo perdido - ADRIANO PIRES

O ESTADÃO - 25/04

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou que 64 empresas das 71 inscritas estão habilitadas para a 11.ª rodada de licitações de blocos, em maio. Esse recorde de empresas habilitadas é um sinal de como perdemos investimentos, deixamos de gerar empregos e de estimular a indústria local nos últimos cinco anos, desde o último leilão.

É evidente que a cadeia de fornecimento do setor de petróleo teria sido muito mais desenvolvida não só com o monopsônio da Petrobrás, e, sim, com muitas empresas que poderiam ter entrado ou expandido suas operações. No segmento de exploração de petróleo, as brasileiras OGX e HRT foram bastante prejudicadas com o fechamento do mercado. Ambas poderiam ter tido a oportunidade de investir em outras bacias em busca de petróleo, diversificando seus investimentos.

A HRT foi criada em 2009, adquirindo 21 blocos na Bacia do Solimões. A empresa buscava descobrir petróleo na bacia, mas encontrou apenas gás natural, que precisa de gasodutos para ser distribuído e viabilizar a produção. Mas não há uma rede de gasodutos que a conecte aos centros consumidores, o que diminui a atratividade do investimento. A HRT assinou um protocolo de intenções com a Petrobrás para estudar uma solução para o Solimões, mas até hoje nada foi anunciado. Recentemente, a HRT quase perdeu a habilitação como operadora "A" por não explorar blocos marítimos ultraprofundos. A diretora-geral da ANP chegou a dizer que não estava segura da experiência da empresa, pois só agora ela começa a explorar a costa da Namíbia, onde adquiriu 12 blocos de exploração, sendo operadora em 10. O paradoxal está no fato de ser na Namíbia, e não no Brasil, que se encontra a solução para alavancar a empresa.

No caso da OGX, a empresa tem participação em 29 blocos exploratórios nas Bacias de Campos, Espírito Santo, Pará-Maranhão, Parnaíba e Santos, dos quais a OGX opera 23 e é a única operadora privada brasileira com produção offshore. Para a empresa, a ausência de leilões prejudicou sua diversificação de risco, concentrando toda a expectativa na produção nos Campos de Tubarão Azul e Tubarão Martelo, na Bacia de Campos. A frustração com a baixa produtividade dos campos foi o detonador do processo de questionamentos e de desvalorização da empresa.

A demora em retomar as rodadas de licitação também comprometeu a própria produção nacional de petróleo e a da Petrobrás. Desde 2010, a produção de petróleo está praticamente estagnada, ao mesmo tempo que a área concedida para exploração e produção, que chegou a ser de 341 km², em 2009, caiu para cerca de 114 km², no final de 2012. Infelizmente, mesmo com a ocorrência de novos leilões a partir de 2013, o dinamismo da produção só deve se recuperar em alguns anos, uma vez que o tempo decorrido entre o leilão e a efetiva produção pode ser bastante extenso. Para ter ideia, os Campos de Lula e Sapinhoá, que hoje são as estrelas do pré-sal, foram leiloados na 2.ª rodada, há quase 13 anos.

Como resultado da estagnação da produção num momento em que a demanda por combustíveis apresentou crescimento forte e constante, o Brasil perdeu sua condição de autossuficiente em petróleo. De acordo com as projeções de crescimento da produção e da demanda divulgadas pela própria Petrobrás, estima-se que a autossuficiência só deva ser retomada em 2020. Por isso, as importações de combustíveis voltaram a pesar nas contas externas brasileiras e no balanço da Petrobrás em 2013.

Se o setor de petróleo e gás natural não tivesse sido vítima de um grande processo de politização, por meio da mudança do marco regulatório e do congelamento dos preços da gasolina e do diesel, o Brasil não teria saído da rota do investimento das empresas de petróleo e, consequentemente, teria mantido a autossuficiência.

O governo federal promoveu nos últimos dez anos um verdadeiro strike no setor de energia no País. Com o populismo dos preços e a utilização política do setor, conseguiu derrubar a segurança jurídica e a estabilidade regulatória do setor e, consequentemente, deixar o País vivendo o cenário do desabastecimento no petróleo, gás natural, etanol e energia elétrica. É urgente repensar a política energética do Brasil, para deixar de penalizar as gerações futuras de brasileiros.

Ajuda com atraso - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 25/04

Se os produtores de etanol não aproveitarem essa queda de custo tributário e financeiro para reduzir o preço não conseguirão o que mais precisam: o consumidor. Quem vai ao posto de gasolina faz uma opção lógica, pelo mais barato, mesmo tendo carro flex. Portanto, o mais inteligente agora é repassar o ganho para o consumidor e tentar reconquistar mercado.

A tendência das empresas será abocanhar esse ganho para, com ele, dizem, "recompor margem". Por mais interessante que seja para as empresas, esse é o caminho que deixa tudo como está, e o setor continuará perdendo mercado.

O pacote de medidas demorou muito a chegar. Isso foi proposto pelo setor ao governo em 2011, e só acontece agora, depois de um enorme subsídio ao combustível concorrente, fóssil, a gasolina. Em setembro de 2009, o consumo de etanol chegou ao ponto mais próximo da gasolina, 315 mil barris contra 330 mil. De lá para cá, a diferença aumentou muito. Em fevereiro, foram consumidos 535 mil barris de gasolina e 184 mil de etanol. Vejam no gráfico.

O governo diz que o setor foi atingido pela crise internacional. Isso é parte da verdade. Eles levaram dois choques. Um externo e outro interno. Aqui, o etanol foi prejudicado pelo subsídio à gasolina, que começou em 2008, com a redução da Cide. Pelas contas do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), o Tesouro deixou de arrecadar R$ 20 bi no período. Outro subsídio foi indireto, via Petrobras, que manteve a gasolina congelada mesmo com prejuízos. Cinco anos depois de começar a proteger o combustível fóssil, o governo abre mão de R$ 2 bi para o etanol.

O sócio-diretor da MB Agro, José Carlos Hausknecht, disse que foi feito um estudo com a Unica, a associação que representa o setor, e a conclusão é que as medidas adotadas são algumas que foram propostas:

- Elas ajudam porque o produtor passará a ter uma margem maior, com menor incidência de PIS/Cofins. O crédito do BNDES é para a formação de canaviais, na etapa inicial da cadeia de produção. Mas muitos usineiros também são donos de canaviais. É difícil avaliar se o preço do etanol voltará a ficar competitivo, mas, se há aumento de margem, favorece investimentos.

Houve uma coincidência infeliz para o setor sucroalcooleiro. No auge do entusiasmo de o Brasil se tornar um grande produtor de combustível limpo, veio a crise internacional que pegou empresas no meio de investimentos de expansão. Houve também anos sucessivos de problemas climáticos. Mas o mais determinante foi a inexplicável opção preferencial do governo pelo subsídio à gasolina. Sem capacidade de competir, a crise dos produtores de etanol foi se agravando, ao ponto de o Brasil ter que importar o produto dos EUA.

A safra foi boa, o país voltou a ser exportador líquido de biocombustíveis e com o pacote haverá aumento da rentabilidade. Mas se o setor não aproveitar o momento e aumentar a eficiência, transferir ganhos de produtividade e redução de custos para o consumidor, não terá de volta o mais importante: mercado interno.

Eike, emblema e indício - DEMÉTRIO MAGNOLI

O GLOBO - 25/04

O resgate em curso solicitaria investigações de outra ordem e de amplas implicações — que, por isso mesmo, não serão feitas



Eike Batista valia US$ 1,5 bilhão em 2005, US$ 6,6 bi em 2008, US$ 30 bi em 2011 e US$ 9,5 bilhões em março passado, depois de 12 meses nos quais seu patrimônio encolheu num ritmo médio de US$ 50 milhões por dia. Desconfie das publicações de negócios quando se trata do perfil dos investimentos de grandes empresários. Apenas cinco anos atrás, uma influente revista de negócios narrou a saga de Eike sem conectá-la uma única vez à sigla BNDES. Mas o ciclo de destruição implacável de valor das ações do Grupo X acendeu uma faísca de jornalismo investigativo. Hoje, o nome do empresário anda regularmente junto às cinco letrinhas providenciais — e emergem até mesmo reportagens que o conectam a outras quatro letrinhas milagrosas: Lula.

A história de Eike é, antes de tudo, um emblema do capitalismo de estado brasileiro. Durante o regime militar, Eliezer Batista circulou pelos portões giratórios que interligavam as empresas mineradoras internacionais à estatal Vale do Rio Doce. Duas décadas depois, seu filho converteu-se no ícone de uma estratégia de modernização do capitalismo de estado que almeja produzir uma elite de megaempresários associados à nova elite política lulista.

“O BNDES é o melhor banco do mundo”, proclamou Eike em 2010, no lançamento das obras do Superporto Sudeste, da MMX. O projeto, orçado em R$ 1,8 bilhão, acabava de receber financiamento de R$ 1,2 bilhão do banco público de desenvolvimento, que também é sócio das empresas LLX, de logística, e MPX, de energia. No ano seguinte, o banco negociou com o empresário duas operações de injeção de capital no valor de R$ 3,2 bilhões, aumentando em R$ 600 milhões sua participação na MPX e abrindo uma linha de crédito de R$ 2,7 bilhões para as obras do estaleiro da OSX, orçadas em pouco mais de R$ 3 bilhões, no Porto do Açu, da LLX. Hoje, o endividamento do Grupo X com o banco mais generoso do mundo gira em torno de R$ 4,5 bilhões — algo como 23% do seu valor total de mercado.

“A natureza sempre foi generosa comigo”, explicou Eike. “As pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo”, explicou Lula. A política, não a economia, a “natureza” ou a sorte, inflou o balão do Grupo X. Dez anos atrás, o BNDES não era “o melhor banco do mundo”. Ele alcançou essa condição por meio de uma expansão assombrosa de seu capital deflagrada no fim do primeiro mandato de Lula da Silva. A mágica sustentou-se sobre o truque prosaico da transferência de recursos do Tesouro Nacional para o BNDES. O dinheiro ilimitado que irrigou o Grupo X e impulsionou uma bolha de expectativas desmesuradas no mercado acionário é, num sentido brutalmente literal, seu, meu, nosso, dos filhos de todos nós e das crianças que ainda não nasceram, mas pagarão a conta da dívida pública gerada pela aventura do empresário emblemático.

Eike é emblema, mas também indício. A saga da célere ascensão e do ainda mais rápido declínio do Grupo X contém uma profusão de pistas, ainda não exploradas, das relações perigosas entre o círculo interno do lulismo e o mundo dos altos negócios.

Na condição de “consultor privado”, em julho de 2006, o ex-ministro José Dirceu viajou à Bolívia, num jatinho da MMX, exatamente quando o governo de Evo Morales recusava licença de operação à siderúrgica de Eike. Nos anos seguintes, impulsionado por um fluxo torrencial de dinheiro do BNDES, o Grupo X atravessou as corredeiras da fortuna. Durante a travessia, em 2009, o empresário contou com o beneplácito de Lula para uma tentativa frustrada de adquirir o controle da Vale, pela compra a preço de oportunidade da participação acionária dos fundos de pensão, do BNDES e do Bradesco na antiga estatal. Naquele mesmo ano, o fracasso de bilheteria “Lula, o filho do Brasil”, produzido com orçamento recordista, contou com o aporte de um milhão de reais do empreendedor X.

A parceria entre os dois “filhos do Brasil” não foi abalada pela reversão do movimento da roda da fortuna. Em janeiro passado, a bordo do jato do virtuoso empresário, Eike e o ex-presidente visitaram o Porto do Açu. O tema do encontro teria sido um plano de transferência para o Açu de um investimento de R$ 500 milhões de um estaleiro que uma empresa de Cingapura ergue no Espírito Santo. Em março, depois que Lula recomendou-lhe prestar maior atenção às demandas dos empresários, Dilma Rousseff reuniu-se com 28 megaempresários, entre eles o inefável X. Dias depois, numa reunião menor, a presidente e um representante do BNDES teriam se sentado à mesa com Eike e seus credores privados do Itaú, Bradesco e BTG-Pactual.

Equilibrando-se à beira do abismo, o Grupo X explora diferentes hipóteses de resgate. O BNDES, opção preferencial, concedeu um novo financiamento de R$ 935 milhões para a MMX e analisa uma solicitação da OSX, de créditos para a construção de uma plataforma de petróleo. Entrementes, diante da deterioração financeira do “melhor banco do mundo”, emergem opções alternativas. No cenário mais provável, o Porto do Açu seria resgatado por uma série de iniciativas da Petrobras e da Empresa de Planejamento e Logística. A primeira converteria a imensa estrutura portuária sem demanda em base para a produção de petróleo na Bacia de Campos. A segunda esculpiria um pacote de licitações de modo a ligar o porto fincado no meio do nada à malha ferroviária nacional, assumindo os riscos financeiros da operação.

No registro do emblema, a vasta mobilização de empresas estatais e recursos públicos para salvar o Grupo X pode ser justificada em nome da “imagem do país no exterior”, como sugere candidamente o governo, ou da proteção da imagem do próprio governo e de seu modelo de capitalismo de estado, como interpretam as raras vozes críticas. No registro do indício, porém, o resgate em curso solicitaria investigações de outra ordem e de amplas implicações — que, por isso mesmo, não serão feitas.